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PRINCIPAIS DIFICULDADES NO DESENVOLVIMENTO DE MATERIAL

DIDATICO PARA O ENSINO SOBRE ANIMAIS PEÇONHENTOS – ESTUDO


DE CASO

Leticia Gomes de Pontes


Aline Ropelli Silva
Bianca Santos Brito
Lucilene Delazari dos Santos
lekapontes@hotmail.com
alineripelli@hotmail.com
Biancabrito@hotmail.com
lucilene@cevap.org.br
FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU (FMB), UNESP – Botucatu,
Doenças Tropicais. FAPESP,CNPQ e UNESP.

Introdução

O Museu do Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos (CEVAP)


foi fundado em outubro de 2005 e está localizado nas dependências da
Fazenda Experimental Lageado da UNESP de Botucatu-SP. Atualmente, ele é
utilizado como ferramenta para conscientização ambiental e tem a
responsabilidade de informar a comunidade à respeito da biologia de serpentes
e outros artrópodes peçonhentos e a respeito dos acidentes causados por eles.
Para isso, essa estrutura de extensão conta com serpentes peçonhentas e não
peçonhentas e artrópodes de diversas regiões do Brasil. Um dos recursos
didáticos atuais são instruções verbais aos visitantes sobre animais e seus
acidentes durante as visitas monitoradas neste ambiente. Tendo em vista a
preocupação do Centro de aperfeiçoar seus recursos didáticos e um maior
aprofundamento na formação da comunidade em toxicologia envolvendo esses
animais e a classificação dos mesmos, uma cartilha contendo informações
adicionais na área de toxinologia foi elaborada tanto para os alunos quanto aos
professores que frequentam este ambiente informal de ensino. Além disso, esta
cartilha auxiliará na avaliação do conhecimento transferido/adquirido pela
comunidade durante as visitas monitoradas.

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FIGURA 1: Visitas Educacionais realizadas no museu do Centro de Estudo de
Venenos e Animais Peçonhentos/UNESP.

Objetivos

O objetivo do presente trabalho foi a identificação do conteúdo necessário para


o desenvolvimento das atividades complementares a serem aplicadas durante
as visitas no Centro de Estudos de Animais peçonhentos, selecionar atividades
que transmitam o conhecimento adquirido na visita ao museu, analisar o
processo de aquisição do conhecimento, identificar avanços e possíveis
dificuldades, desenvolver um grupo de pesquisa que vise
identificar/desenvolver/criar atividades atraentes de associação e comparação
que respondam a problemas concretos que possam confrontar e intervir com a
cultura da vida cotidiana e a cultura acadêmica. Com a junção dos dados
adquiridos será elaborada uma cartilha que auxiliará no ensino sobre animais
peçonhentos e seus acidentes através de atividades lúdicas, tendo como meta
a ampliar o conhecimento da comunidade nesses temas durante as visitas
previamente agendadas do serpentário do CEVAP. Levando o aluno a
conclusões que desenvolveram atitudes críticas em relação ao conhecimento
adquirido.
O material didático desenvolvido será aplicado de acordo com a faixa
etária/série em associação com conteúdo aplicado em sala de aula.

Metodologia

Neste trabalho utilizamos a pesquisa qualitativa, trabalhamos, primeiramente,


com a análise destes materiais a partir de itens que foram previamente
definidos (BEAUCHAINE et.al.,2008). Segundo Lemos (1999) “o material
impresso tem como função: repassar informações, ajudar a desenvolver
habilidades, exemplificar a aplicação do conhecimento, dentre outras”. Para a
elaboração do material didático do tipo cartilha, foram realizadas reuniões
acompanhadas pelos pesquisadores científicos do CEVAP, analisando os
principiais temas a serem abordados de forma lúdica aos alunos do período
fundamental da rede básica de ensino, sendo esta a faixa etária mais frequente
nas visitas monitoradas, e que podem apresentar dificuldades na aquisição do
conhecimento abordado, apesar de que se mostram extremamente
interessados e curiosos com a programação da visita monitorada
(DELARI,1995). O conteúdo abordado neste material foi adquirido de trabalhos
publicados em revistas nacionais e internacionais da área de toxinologia e
dispostos por meio de atividades lúdicas (GONZALES et.al.2009;
POSSARI,2002; SILVA,2000). Nesta forma de aprendizagem é importante
superar o modelo de educação centrado na transmissão de informações
(VERAS et.al.2008). É fundamental levar o aluno a aprender, a refletir e

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questionar, a buscar soluções, a reconstruir conceitos e aplicá-los na sua vida
diária, ou seja, a construir competências que se manifeste na ação. Ser
competente é mobilizar habilidades e conhecimentos adquiridos em situações
as mais diversas no dia-a-dia (MORIN,1996).

Discussão e Considerações finais

Observou-se que frequentemente há grandes problemas nos materiais


impressos e difundidos em centros emergentes de estudos, os erros mais
frequentes estão na forma como os conteúdos são transmitidos e difundidos.
Dificilmente são relacionados à realidade do aluno, geralmente remetem a
atividades longínquas e afastadas que os faz perderem a aplicabilidade,
fazendo com que os alunos não entendam ou associem a utilidade destes
conteúdos. Neste contexto é fundamental ter claras as competências que se
quer alcançar para que o aluno possa atingir os objetivos desejados. Contudo é
importante ficar atento a estratégias de produção do texto, estratégias de
linguagem, estratégias de aproximação, estratégias hipertextuais e estratégias
colaborativas (DELARI,2004;MORAES,1999) O texto para a cartilha deve ser
leve, claro e rico em analogias, com termos científicos explicados, vinculado ao
momento presente e ser atraente para motivar o aluno a continuar estudando.
Nosso material foi desenvolvido dando ênfase na aprendizagem e não no
ensino, baseou-se na dialógica, mas não explorou em demasia os processos
indutivos para não gerar textos confusos e não se baseou no exagero das
construções da oralidade para não prejudicar a compreensão (NEDER,2003).
As atividades foram escolhidas e avaliadas por uma pedagoga, na tentativa das
mesmas integrarem o texto e não serem apêndices dispensáveis. Porque se
acreditou que elas levem ao raciocínio e a reflexão, preferencialmente, com
base em exemplos, de tal forma que estes se tornem elementos importantes
para a compreensão do texto (AMORIN,2003). Portanto seguimos
principalmente as sugestões de muitos autores e principalmente de Veras
(2008): adoção de um estilo claro, conciso, preciso e facilmente compreensível;
objetivos claros; evitar o uso excessivo do “que”; preferência a frases curtas;
verbos ativos e diretos, evitar a voz passiva e o gerúndio; palavras concretas;
não utilização de adjetivos que nada informam; evitar palavras impessoais;
evitar as negações; explicar termos técnicos; adequação a habilidade de leitura
dos alunos; evitar frases feitas e jargões acadêmicos; coloquialidade; ativação
de conhecimentos prévios; uso de analogias, repetições, exemplos e
comparações. Um material didático de qualidade é substancialmente
dependente da competência do profissional que o elabora. É importante

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lembrar, conforme Burlamarqui (2008) “(…) para os autores é difícil escrever o
texto de forma que estimule os educandos a manterem-se envolvidos, sendo
que a mídia impressa é um material passivo”. Por fim o material proposto foi
uma cartilha interativa, onde as atividades propostas agregam conhecimentos
adquiridos pelos alunos durante as visitações ao Museu. Dentre essas
atividades estão um desenho para colorir, um jogo de “o que é o que é?”
contendo três desenhos de serpentes para identificação de suas
características, uma cruzadinha contendo informações a respeito das
características corpóreas/física das serpentes do museu e um caça-palavras
que discute as principais curiosidades dos artrópodes. Após a confecção da
cartilha, a mesma foi entregue aos monitores previamente instruídos e aplicada
passo a passo aos mesmos para que estes tirassem suas dúvidas e
conseguissem desenvolver todas as atividades propostas nesta cartilha. A
formulação da cartilha contou com elaboração de diversas atividades, e
posteriormente foram selecionadas as mais relevantes.
Cada atividade foi descrita e discutida para que todos do grupo fossem aptos a
transmitir o conhecimento de cada atividade. Observou-se que o material
impresso estabelece uma forma afetiva de relação que torna o processo de
aprendizagem mais significativo. Os maiores desafios nesta etapa foi a
ausência de experiência de alguns participantes durante a elaboração de
material didático, o qual foi transposto pela realização de estudos e pesquisas
antecedendo a elaboração de cada atividade lúdica.

Antes Depois

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Antes Depois

FIGURA 2: Sugestões da pedagoga após a prática em sala de aula.


FIGURA 3: Sugestões da pedagoga após a prática em sala de aula.

FIGURA 4: Atividade em realização

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