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NEM TUDO

O QUE RELUZ
ÉOURO
As heresias históricas não morreram ou desapare­
ceram. Cada geração possui sua própria cota delas.
As versões modernas continuam a atormentar as
igrejas e a minar as boas novas de Jesus.
Heresias como pelagianismo, semipelagianismo e
teologia da prosperidade, estão presentes até hoje,
muitas vezes disfarçadas com novas roupagens, tra­
zendo confusão e engando para muitas igrejas.
Para proteger nossas congregações de suas nefas­
tas influências, nada melhor do que educá-las sobre
as verdades bíblicas e teológicas acerca da pessoa
de Jesus, de Deus e acerca da salvação.

P a ra m a is in f o r m a ç õ e s
JÇÕES
3ÍBUCAS
Aluno | 3° Trim estre de 2023
Comentarista: Douglas Baptista

SUMARIO
A Igreja de Cristo e o Império do Mal
Como Viver Neste Mundo Dominado Pelo Espírito
da Babilônia

Lição 1 - A Igreja diante do Espírito da Babilônia 3

Lição 2 - A Deturpação da Doutrina Bíblica do Pecado 8

Lição 3 - O Perigo do Ensino Progressista 13

Lição 4 - Quando a Criatura Vale mais que o Criador 18

Lição 5 - A Dessacralização da Vida no Ventre Materno 23

Lição 6 - A Desconstrução da Masculinidade Bíblica 28

Lição 7 - A Desconstrução da Feminilidade Bíblica 32

Lição 8 - Transgênero - Que transrealidade é essa 37

Lição 9 - Uma Visão Bíblica do Corpo 42

Lição 10 - Renovação Cotidiana do Homem Interior 47

Lição 11 - Cultivando a Convicção Cristã 52

Lição 12 - Sendo a Igreja do Deus Vivo 57

Lição 13 - OMundo de Deus no Mundo dos Homens 61


CMD
Presidente da Convenção Geral
llÇÕES
3ÍBUCAS
das Assembléias de Deus no Brasil
José Wellington Costa Junior
Presidente do Conselho Administrativo
José Wellington Bezerra da Costa
Diretor Executivo
Ronaldo Rodrigues de Souza Prezado(a) aluno(a),
Gerente de Publicações Quando o livro de Apocalipse usa o termo
Alexandre Claudino Coelho “babilônia”, ele se refere a um império
Consultor Doutrinário e Teológico que terá completo domínio global, bem
Elienai Cabral como domínio sobre o ser humano, em
Gerente Financeiro que a expressão “mercadores de almas de
Josafá Franklin Santos Bomfim
homens” (Ap 18.13) simboliza a extensão
Gerente de Produção desse domínio imperial.
Jarbas Ramires Silva
Gerente Comercial Neste trimestre, veremos o quanto que o
Cícero da Silva “espírito da Babilônia” já está presente
Gerente da Rede de Lojas no mundo, embora aguarde o império do
João Batista Guilherme da Silva Anticristo se manifestar. Nesse tempo,
Gerente de TI a Igreja não estará aqui, mas até lá, já
Rodrigo Sobral Fernandes sentimos as consequências do “espírito”
Gerente de Comunicação desse império hoje.
Leandro Souza da Silva
Nosso propósito é que este trimestre seja
Chefe do Setor de Educação Cristã
Marcelo Oliveira um guia que revele esses problemas e, ao
Chefe do Setor de Arte & Design mesmo, promova orientação e aconse­
Wagner de Almeida lhamento pastoral para o Corpo de Cristo
Editor a respeito de como viver neste mundo
Marcelo Oliveira dominado pelo “espírito da Babilônia”.
Revisora
Verônica Araújo
Projeto Gráfico Um trimestre abençoado!
Leonardo Engel | Marlon Soares
Capa
Wagner Almeida José Wellington Bezerra da Costa
Diagramação Presidente do Conselho
Leonardo Engel Administrativo
Ronaldo Rodrigues de Souza
Av. Brasil, 34.401 - Bangu Diretor Executivo
Rio de Janeiro - RJ - Cep 21852-002
Tel.: (21) 2406-7373
www.cpad.com.br
TEXTO ÁUREO
>r VERDADE PRÁTICA
“ E, n a su a testa, e sta v a A ig re ja d e v e re s istir a o “ e sp írito
e scrito o n o m e : M is té rio , d a B a b ilô n ia ” p re s e n te no
a G ra n d e B a b ilô n ia , c e n á r io a tu a l. Isso d e v e s er
a M ã e d a s P ro stitu iç õ e s fe ito p o r m e io d o c o m p ro m iss o
e A b o m in a ç õ e s d a T e rra .” in e g o c iá v e l co m a a u to rid a d e d a
(Ap 17.5) P a la v ra d e D eu s.

V J
LEITURA DIARIA
Segunda - Na 3.4 Quinta - Is 5.20
A idolatria como símbolo da A busca pela desconstrução da ética
prostituição espiritual e da moral cristãs
Terça - 2 Ts 2.4,9,10 Sexta - Mt 24.35
O Anticristo, por meio de Satanás, A Palavra de Deus é a verdade
fará oposição a Cristo Jesus absoluta e imutável
Quarta - 2 Tm 4.3 Sábado - Mc 13.33
O relativismo cultural contra a Aguardando a volta de Cristo em
doutrina e a autoridade bíblicas constante oração e vigilância

JULHO •AGOSTO • SETEMBRO 2023 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 3


LEITU RA BÍBLICA EM CLASSE

Apocalipse 17.1-6
1 - E veio um dos sete anjos que tinham 4 - E a mulher estava vestida de púrpura e
as sete taças e falou comigo, dizendo­ de escarlata, adornada com ouro, e pedras
-me: Vem, mostrar-te-ei a condenação preciosas, e pérolas, e tinha na mão um
da grande prostituta que está assentada cálice de ouro cheio das abominações e
sobre muitas águas, da imundícia da sua prostituição.
2 - com a qual se prostituíram os reis da 5 - E, na sua testa, estava escrito o
terra; e os que habitam na terra se embe­ nome: Mistério, a Grande Babilônia, a
bedaram com o vinho da sua prostituição. Mãe das Prostituições e Abominações
3 - E levou-me em espírito a um deser­ da Terra.
to, e vi uma mulher assentada sobre uma 6 - E vi que a mulher estava embriagada
besta de cor escarlate, que estava cheia de do sangue dos santos e do sangue das
nomes de blasfêmia e tinha sete cabeças testemunhas de Jesus. E, vendo-a eu,
e dez chifres. maravilhei-me com grande admiração.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO (prostituta); pornéuo (prostituir-se); e


O A pocalipse é a “ Revelação de porneia (prostituição). Na mensagem dos
Jesus Cristo” (Ap 1.1a) cujo propósito profetas do Antigo Testamento, essas
é mostrar “as coisas que brevemente expressões apontam para a idolatria,
devem acontecer” (Ap 1.1b). Por ser de isto é, a prostituição espiritual (Na 3.4;
natureza escatológica, o livro não é de Is 23.15; Jr 2.20; Os 2.5). Em Apocalipse,
fácil interpretação. Por isso, convém as muitas águas onde a prostituta se
esclarecer que, nesta lição, não se pre­ assenta simboliza multidões seduzidas
tende identificar a babilônia literal nem pela idolatria, paganismo e sua oposição
listar os eventos da Grande Tribulação. a fé cristã (Ap 17.15). Assim, a prostituta
Nosso objetivo é alertar a Igreja acerca é identificada como uma das facetas da
dos aspectos gerais do “espírito da imoralidade e do falso sistema religioso
Babilônia” presente no cenário global representado pelo “espírito da Babilônia”
em que vivemos. (Ap 14.8; 17.5).
2. A Mulher e a besta Escarlata. A
mulher montada sobre a Besta é a des­
I - BABILÔNIA E SEUS crição da grande prostituta (Ap 17.3a). Ela
SIGNIFICADOS se veste de púrpura e de escarlata (Ap
1. A Grande Prostituta. A perso­ 17.4a) o que significa reinado e luxo (Mt
nagem é apresentada como a grande 27.28; Mc 15.17; Lc 16.19). Ela também
meretriz com a qual os reis da terra se se adorna com ouro, pedras preciosas
prostituíram (Ap 17.1,2). No texto bíblico e pérolas (Ap 17.4b) o que sinaliza o
destacam-se três termos gregos: pórne materialismo e o poder econômico.

4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO •AGOSTO • SETEMBRO 2023


O cálice em sua mão diz respeito as vasto alcance. Refere-se à “Mãe das
abominações e as imundícias da sua Prostituições e Abominações da Terra”
prostituição (Ap 17.4c), o que repre­ (Ap 17.5b). Ela é a mentora de toda a
senta toda a forma obscena e impura rebelião contra Deus e a consequente
de contaminação moral e espiritual da depravação da sociedade. Babilônia é a
sociedade. A fera na qual a mulher está responsável pelo assassinato dos santos
montada é a Besta que saiu do mar (Ap e das testemunhas de Jesus (Ap 17.6a),
13.1). Trata-se do Anticristo que, pelo simboliza o espírito de perseguição e a
poder de Satanás, faz oposição a Jesus desconstrução da fé bíblica. Não se trata
(2 Ts 2.4,9,10). Ele profere blasfêmias apenas de uma cultura sem Deus, mas
em consciente repulsa ao senhorio de de uma cultura contra Deus. Assim, o
Cristo (Ap 13.6; 17.3b). Suas sete cabeças “espírito da Babilônia” é um sistema
e dez chifres simbolizam os poderes global deliberadamente anticristão.
do mundo e a sua força política (Ap
17.3c,10,12). A união entre o cavaleiro
(mulher) e a montaria (besta) simboliza II - O ESPÍRITO DA BABILÔNIA
a nefasta força dos sistemas religioso, 1. No sistema religioso. O “espírito
econômico e político do “espírito da da Babilônia” faz com que as pessoas
Babilônia”. sejam seduzidas pela “ prostituição
3. Mistério: a Grande Babilônia. espiritual” (Ap 17.2). Nesse sentido, o
Na sequência da revelação, o nome da culto ao ego torna o ser humano amante
prostituta é desvendado: “Mistério, a de si mesmo, do dinheiro e dos deleites
Grande Babilônia” (Ap 17.5a). O termo (2 Tm 3.2-4). Além disso, o argumento
“ mistério” indica que o nome “babi­ de “liberdade” estimula a devassidão
lônia” não é meramente geográfico, por meio do afrouxamento da moral
mas simbólico. Babilônia é descrita (2 Pe 2.19); o ecumenismo doutriná­
como grande porque é poderosa e de rio provoca a erosão da fé bíblica (Gl

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

BABILÔNIA
“(1) Babilônia (v.5) é o símbolo para todo
o sistema mundial que tem sido dominado
por Satanás ao longo da história, aplicando
seus planos perversos aos aspectos políti­
co, religioso, econômico e comercial [...].
(2) Esta Babilônia será completamente
destruída durante os últimos três anos e
meio desta era (isto é, durante a grande
tribulação) pelos juízos de Deus sobre a
terra.” Amplie mais o seu conhecimento,
lendo a Bíblia de Estudo Pentecostal,
editada pela CPAD, p.2455.

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1.6,8); o relativismo rejeita a doutrina sentido, o materialismo, os deleites
dos apóstolos e a autoridade bíblica (2 e a autossuficiência conduzem o ser
Tm 4.3); o humanismo reinterpreta e humano a confiar no dinheiro (1 Tm
ressignifica os mandamentos divinos 6.9,10,17) e os que controlam a economia
(2 Pe 3.16); o sincretismo mistura o impõem embargos, tributos e multas
sagrado e o profano (2 Co 6.16,17). em desfavor do cidadão impotente (Tg
Assim, tudo passa a ser permitido e a 2.6,7; Ap 13.16,17).
verdade é desconstruída (2 Tm 3.7). Em
consequência disso, a Igreja verdadeira
III - A POSIÇÃO DA IGREJA
é brutalmente perseguida (Mt 24.9).
DIANTE DO ESPÍRITO
2. No sistema político e cultural.
DA BABILÔNIA
O “espírito da Babilônia” exerce forte
1. Não negociar a ortodoxia bíblica.
influência na política e na cultura (Mt
A palavra ortodoxia vem do grego orthós
13-38; 1 Jo 5.19). Pautas progressistas
que significa “correto” e da expressão
de inversão de valores são impostas
dóxa, do verbo dokéo, com o sentido de
em afronta à cultura cristã, tais como:
“crer”. A junção dos termos traz a ideia
apologia ao aborto, ideologia de gênero,
de “ crença correta”. Nesse aspecto, a
legalização das drogas e da prostitui­
ortodoxia cristã tem a Bíblia Sagrada
ção (Is 5.20). Logo, o patrulhamento como a suprema e inquestionável ár-
ideológico estigm atiza como “ fun- bitra em matéria de fé e prática. Por
dam entalista” quem ousa discordar conseguinte, a Igreja precisa reafirmar
dessas pautas (Lc 6.22; 1 Pe 4.4); há a verdade bíblica como valor universal
censura contra quem defende os valo­ e imutável (Sl 100.5; Mt 24.35). Assim,
res bíblicos (Lc 12.11,12; 1 Tm 6.3-5); a por meio do estudo bíblico, sistemático e
grande mídia, as artes, a literatura e a doutrinário, torna-se possível capacitar
educação promovem o doutrinamento o crente para enfrentar o “espírito da
contrário à fé cristã (Jo 15.19). Coagida Babilônia” e suas ideologias contrárias
pelo “politicamente correto”, a sociedade aos valores absolutos da fé cristã com
assimila e defende a “nova cultura” (1 mansidão, temor e boa consciência (1
Jo 4- 5,6). Nesse contexto, cristãos são Pe 3.15,16).
perseguidos e julgados (Lc 21.16,17). 2. Formar o caráter de Cristo. O
3. No sistema econômico. O Livro de caráter cristão refere-se à nova vida,
Apocalipse registra o enriquecimento dos modo de pensar e agir daqueles que
mercadores por meio da exploração da pertencem a Cristo (Ef 4.22-30). Nesse
luxúria e da licenciosidade do “espírito aspecto, torna-se necessário enfatizar
da Babilônia” (Ap 18.3). Ele mostra como que é o Fruto do Espírito que desenvolve
o comércio e o governo subornam os o caráter do salvo (Gl 5.22-25). Jesus
cidadãos por avareza, dinheiro e poder ensinou que é pelo fruto que se conhece
(Mq 2.1-3; Ap 18.12,13); as pessoas são uma árvore (Mt 12.33). Não por acaso,
motivadas a levar vantagem financeira, o apóstolo Paulo observa que o melhor
ilícita e imoral em prejuízo do próxi­ antídoto contra o veneno e o jugo do
mo (Pv 16.29; Mq 3.11); a sociedade é pecado é andar no Espírito (Gl 5.16,17).
extorquida em troca da satisfação dos A falha na formação moral do caráter
prazeres pecaminosos e consumismo produz pseudocristãos escravizados pela
desenfreado (Is 55.2; Lc 12.15). Nesse carne (Jd 1.12,13). Portanto, a igreja que

6 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO ■ AGOSTO ■ SETEMBRO 2023


prima pelo estudo e aplicação da Palavra esperança, a renúncia à impiedade, às
de Deus produz crentes espiritualmente paixões mundanas e a viver neste pre­
maduros, capazes de resistir o “espírito sente século uma vida de autodomínio,
da Babilônia” presente no cenário global integridade e santidade (Tt 2.12,13).
(Rm 8 .35,38 ,39).
3. Aguardar a volta de Cristo. A
CONCLUSÃO
dispensação da graça termina com o Vivemos um período em que o “espí­
Arrebatamento da Igreja, antes da Grande rito da Babilônia” exerce forte influência
Tribulação (1 Co 15.51,52; 1 Ts 1.10; 4..13-18; na sociedade global. Suas ações buscam
5.9; 2 Ts 2.6-10). Acerca dos sinais que o completo domínio político, econômico,
precedem a volta de Cristo, destaca­ cultural e religioso em oposição aos
mos: a apostasia, a inversão de valores, valores da fé cristã. O avanço dessas
perseguição, guerras, fomes, pestes e ideologias aponta para a iminente volta
terremotos (Mt 24.5-12,24; 1 Tm 4.1; 2 de Cristo (Lc 21.28). Nesse interlúdio,
Tm 4.3). Diante desses eventos, o cristão é dever da Igreja oferecer resistência
é exortado a não viver despercebido, ao mal (2 Ts 2.6,7), ensinar a doutrina
mas a esperar o seu Senhor em oração bíblica (Mt 28.20), formar o caráter dos
e vigilância (Mc 13.33). Ainda, requer-se discípulos (Gl 4.19) e santificar-se para
do salvo, enquanto aguarda a bendita a vinda do Senhor (Hb 12.14).

REVISANDO O CONTEÚDO

1. O que o termo “M istério” indica?

2. O que é o “ espírito da Babilônia”?

3. Cite pelo menos duas características que atestam o “ espírito da Ba­


bilônia” no sistema religioso.

4. Cite pelo menos duas características que atestam o “ espírito da Ba­


bilônia” no sistema político e cultural.

5. Cite pelo menos duas características que atestam o “ espírito da Ba­


bilônia” no sistema econômico.

VOCABULÁRIO
Interlúdio: Lapso de tempo que interrompe provisoriamente
alguma coisa; interregno.

JULHO • AGOSTO • SETEM BRO 2023 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 7


A DETURPAÇÃO DA DOUTRINA
BÍBLICA DO PECADO

TEXTO AUREO VERDADE PRATICA


“Por isso, nenhuma carne será O pecado de Adão arruinou
justificada diante dele pelas toda a humanidade. Contudo,
obras da lei, porque pela lei vem Jesus Cristo pode regenerar
o conhecimento do pecado.” eficazmente 0 pecador.
(Rm 3.20)

LEITURA DIÁRIA

Segunda - 1 Jo 3.4 Quinta - 1 Pe 1.15


Pecado é transgredir a Lei de A santidade é um princípio ético e
Deus moral da fé cristã
Terça - Rm 5.12 Sexta - Hb 13.4
0 pecado de Adão passou a toda A prostituição não pode macular a
raça humana sexualidade do cristão
Quarta - 2 Co 5.17 Sábado - l Co 6.19
Em Cristo, 0 pecador torna-se 0 corpo do cristão é morada do
uma nova pessoa Espírito Santo
J

8 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2 0 2 3


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Romanos 3 .9 -2 0
9 - Pois quê? Somos nós mais excelentes? 15 - Os seus pés são ligeiros para der­
De maneira nenhuma! Pois já dantes ramar sangue.
demonstramos que, tanto judeus como 16 - Em seus caminhos há destruição
gregos, todos estão debaixo do pecado, e miséria;
10 - como está escrito: Não há um justo, 17 - e não conheceram 0 caminho da paz.
nem um sequer. 18 - Não há temor de Deus diante de
11 - Não há ninguém que entenda; não seus olhos.
há ninguém que busque a Deus. 19 - Ora, nós sabemos que tudo 0 que
12 - Todos se extraviaram e juntamente a lei diz aos que estão debaixo da lei 0
se fizeram inúteis. Não há quem faça 0 diz, para que toda boca esteja fechada
bem, não há nem um só. e todo 0 mundo seja condenável dian­
13 - A sua garganta é um sepulcro aberto; te de Deus.
com a língua tratam enganosamente; peço- 20 - Por isso, nenhuma carne será
nha de áspides está debaixo de seus lábios; justificada diante dele pelas obras da
14 - cuja boca está cheia de maldição e lei, porque pela lei vem 0 conhecimento
amargura. do pecado.

COM ENTÁRIO

INTRODUÇÃO significa “errar 0 alvo” (Gn 4.7); e 0 seu


A Queda no Éden transmitiu à huma­correspondente grego hamartia, que possui
nidade a inclinação do coração humano conotação de “erro moral” (2 Pe 2.13,14).
Assim, a Bíblia define “pecado” como a
ao erro. Por isso, a regeneração é 0 único
meio possível de desfazer as conse­ transgressão da Lei de Deus (1 Jo 3.4).
quências do pecado em que a natureza A palavra abrange não apenas errar 0
humana só pode ser transformada pela alvo, mas deliberadamente acertar o alvo
obra de Cristo (Tt 3.5,6). Não obstante,
errado. Trata-se de rebelião e desobe­
por influência de teologias modernas, a
diência contra Deus e a sua Palavra (1 Sm
Doutrina do Pecado vem sendo deturpada15.22,23). Além disso, o pecado afasta o
e enfraquecida. Esse processo abriu ashomem de Deus, fazendo-o pecar contra
portas para a normalização do pecado 0 próximo (1 Jo 1.6,7) e por se omitir em
em muitos lugares denominados cristãos.
fazer 0 bem (Tg 4.17). Portanto, pecado
Nesta lição, vamos estudar 0 perigo dessas
é a condição do homem não regenerado
teologias para a ortodoxia cristã. e só pode ser expelido por meio do Novo
Nascimento (Jo 3.3-7). Essa reconciliação
I - O ENSINO BÍBLICO DA do homem com Deus só é possível em
NATUREZA PECAMINOSA Cristo Jesus (2 Co 5.19).
l. Definição de Pecado. Dentre os 2. A universalidade do Pecado. O
termos para “ pecado”, destacamos 0 ser humano foi criado em estado de
substantivo hebraico chatá, cuja raiz inocência, sem pecado, perfeito (Ec

JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 20 23 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 9


7.29) e dotado de livre-arb ítrio (Gn Puebla (1979, México). Essa tese defende
2.16,17). Porém, 0 prim eiro homem que 0 pecado é algo que se constrói por
escolheu desobedecer a Deus e a sua meio de estruturas opressoras, tais como,
Queda corrompeu toda a humanida­ a pobreza, a injustiça e a desigualdade.
de (Gn 3.9-19). O pecado de Adão foi Dessa maneira, a redenção do pecado
transmitido a toda raça humana (Rm não se restringe ao aspecto espiritual,
5.12). Assim, a partir da Queda, todos sendo preciso tratar as questões sociais.
os seres humanos nascem em pecado O pecado deixa de ser tratado no nível
(Sl 51.5). Portanto, 0 pecado não é pas­ da moral e passa a ser considerado no
sado adiante meramente pela força do nível econômico e social. A mudança
mau exemplo, mas é um mal inerente de ênfase do pecado original (natureza
à natureza humana (Rm 7.14-24). Em humana) para 0 pecado social (estrutural)
consequência disso, todo ser humano enfraquece a responsabilidade moral do
está debaixo da escravidão do pecado e pecador. Então, deixa-se de enfatizar
da condenação da morte (Rm 3.23; 6.23). a causa para explorar os sintomas (Mt
Apesar de corrompida pelo pecado, a 23.27,28). A partir daí, resolver as questões
natureza humana pode ser eficazmente da ordem social é visto como solução para
regenerada pela fé em Cristo (Rm 3.24; 0 problema do pecado. Naturalmente,
2 Co 5.17). essa é uma deturpação do ensino bíblico
3. Corrupção Total. É 0 estado de a respeito do pecado.
corrupção mental, moral e espiritual da 2. Teologia da libertação. A teologia
natureza humana (Rm 3.10-18). Nesse da libertação tem afinidade com as
aspecto, a inclinação para fazer 0 errado idéias socialistas de Karl Marx. Essa
é resultado do pecado (Gn 6.5; Rm 5.19). teoria busca “ libertar” o oprimido das
Por causa da Queda, todas as áreas de estruturas opressoras da sociedade. Ela
nosso ser foram corrom pidas. Essa nasce na década de 1970 com Gustavo
corrupção impede 0 homem de tomar Gutiérrez (Peru) e Leonardo Boff (Brasil).
a iniciativa no processo de regeneração Para eles, 0 estudo teológico não deve
(Rm 8.7,8). Ele só pode ser liberto do estar centrado em doutrinas bíblicas
pecado após 0 convencimento do Espírito para libertar 0 homem do pecado, mas
(Jo 16.8). Sem essa ajuda divina ninguém na indignação social para libertar 0
pode ser transformado (Tt 3.5), ou seja, homem da injustiça social, econômica
0 livre-arbítrio precisa ser divinamente e cultural. Desse impulso surgem as
restaurado (Rm 2.4). Somente por meio teologias de cunho emancipatório de
da graça 0 homem recebe capacidade gênero (transexualidade), de sexua­
para crer, arrepender-se e ser salvo (Rm lidade (homossexualidade) e de raça.
3.24,25). Dessa forma, a libertação do Uma de suas vertentes é a Teologia
pecado não provém de nenhum esforço da M issão Integral (TMI). O grande
humano, mas é gratuita e divinamente impacto dessas influências é que a fé
ofertada (Rm 6.23; Ef 2.8,9). cristã é reduzida a militância política
socialista e marxista. As pautas sociais
II - AS TEOLOGIAS MODERNAS e progressistas são disfarçadas pela
1. roupagem
Teologia do pecado social. A tese de Evangelho, postas acima
do pecado social remonta aos concílios dos valores morais do Reino de Deus.
católicos de Medellín (1968, Colômbia) e Então, transforma-se o Evangelho em

10 LIÇÕES BÍBLICAS ■ ALUNO JULHO •AGOSTO ■ SETEMBRO 2 0 2 3


inconformismo, criticismo e assisten- 2. Imoralidade sexual. A deturpação
cialismo (1 Co 15.19; Fp 3.18-20). da doutrina do pecado favorece 0 avanço
3. Liberalismo teológico. Após da a imoralidade sexual (Rm 1.24). Em
Reforma Protestante (1517), floresce o defesa da liberdade de decisão sobre 0
liberalismo teológico, onde a razão é corpo, banaliza-se 0 sexo pré-conjugal,
colocada acima da revelação divina. extraconjugal, normaliza-se a homos­
Como resultado disso, a inspiração, sexualidade (Rm 1.26,27) e a doutrina da
inerrância e infalibilidade das Escrituras castidade é vista como opressora (Rm
são questionadas; os milagres e 0 sobre­ 6.12). Nesse aspecto, 0 afrouxamento da
natural são considerados mitológicos; moral, 0 ensino da ideologia de gênero
as doutrinas da fé são reinterpretadas e e a erotização da infância promovem
ressignificadas. Troca-se a mensagem da luxúria e licenciosidade. O pecado é
salvação de arrependimento, confissão tolerado, a família é desconstruída e a
de pecados e mudança de caráter por doutrina da santidade é negligenciada
uma visão progressista que enfatiza a (Hb 13.4).
transformação social pelo paradigma 3. A dessacralização da vida. As
do marxismo. Assim, o pecado é re- Escrituras ensinam que a vida humana
lativizado, o ecumenismo religioso é é sagrada porque tem origem divina (Gn
propagado e toda experiência espiri­ 1.27). Por conseguinte, a vida é inviolável
tual é considerada válida. O ideário da e deve ser valorizada (2 Pe 1.3). O corpo
teologia liberal é de oposição às antigas humano deve ser cuidado, alimentado
doutrinas bíblicas que se fundamentam e preservado (Ef 5.29). Não obstante, a
na revelação das Escrituras (2 Tm 4.3). vulgarização do pecado fomenta ideo­
logias que desprezam a sacralidade e
III - A NORMALIZAÇÃO DO a dignidade humana. Propala-se a au­
PECADO tonomia incondicional sobre 0 próprio
1. Crise ética e moral. Em termos corpo sem as devidas limitações éticas
gerais, os valores que regulam a conduta e morais. O slogan “meu corpo, minhas
de uma pessoa denominam-se ética (1 regras” reivindica 0 pseudodireito de
Pe 1.15) e a prática dessa conduta recebe a pessoa usar drogas, prostituir-se,
o nome de moral. Nessa concepção, a abortar, cometer 0 suicídio e a euta­
obediência aos princípios bíblicos reflete násia. Assim, 0 corpo que é templo do
0 caráter de um cristão (Rm 12.2). Po­ Espírito Santo é profanado (1 Co 6.19).
rém, 0 conceito deturpado e relativizado A criatura, de modo proposital, afronta
do pecado resulta em desvio e falha de a vontade do Criador (Rm 1.25).
caráter (2 Tm 3.5). Desse modo, a so­
ciedade deixa de ser eticamente sólida CONCLUSÃO
e se torna moralmente desajustada (Hc A relativização do pecado que 0
1.4). Dessa crise de integridade irrompe restringe à solução de pautas sociais
ações incompatíveis com a fé bíblica (Rm em prejuízo da moral e, por sua vez,
2.21,22). Temas progressistas violam a 0 exclusivismo moral em detrimento
ética e a moral bíblicas e passam a ser de causas sociais, igualm ente, não
normalizados, tais como: a imoralidade retratam a fé cristã. Apesar de a Igreja
sexual, 0 aborto e 0 uso de drogas ilícitas não ser apolítica e nem insensível às
(l Sm 2.6; Rm 1.27; l Co 6.15,19). desigualdades sociais, 0 mal primário

JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2 0 23 LIÇÕES BÍBLICAS •ALUNO 11


a ser combatido é o pecado inerente à 1.18; 1 Co 13.6). A Igreja atuante é aquela
natureza humana. Uma vez regenerado que ainda milita na terra contra a carne,
pela fé em Cristo, o crente repudia as 0 mundo, 0 Diabo, 0 pecado e a morte
injustiças contra o seu próximo (Rm (Ef 6.12).

REVISANDO O CONTEÚDO

1. Segundo a lição, como a Bíblia define 0 “ pecado”?

2. O que é Corrupção Total?

3. O que enfraquece a responsabilidade moral do pecador?

4. O que reflete o caráter do cristão?

5. Por que a vida hum ana é sagrada?

VOCABULÁRIO
Emancipatório de gênero: Libertação e independência do gênero bio­
lógico.
Marxista: Relativo a Karl Marx e sua doutrina exposta em suas obras.
Progressista: Relativo à ideia de transformação, revolução e reformas
no campo social, ético e moral.
Inconformismo: Tendência e atitude de estar inconformado; recusa de
aceitar a condição incômoda ou desfavorável.
Criticismo: Relativo ao ato de criticar de maneira generalizada e mór­
bida alguma coisa ou objeto.
Assistencialismo: Um sistema de assistência aos carentes e necessitados.
Liberalismo Teológico: Método de abordagem da religião sob uma
perspectiva crítica, racionalista e materialista.
Ideário: Conjunto de idéias principais de um autor, doutrina ou movimento.
Propalar: Tornar público; divulgar; dar publicidade.

12 LIÇÕES BÍBLICA S • ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEM BRO 2023


LIÇÃO 3
16 de Julho de 2023

O PER IG O DO EN SIN O
PR O G R ESSIST A

VERDADE PRÁTICA
TEXTO ÁUREO Os ensinos progressistas buscam
desconstruir a fé cristã por
“Sabe, porém, isto: que nos
dentro e afastar as pessoas do
últimos dias sobrevirão tempos
verdadeiro cristianismo bíblico,
trabalhosos.” (2 Tm 3.1)
tornando-as meras militantes de
causas sociais.
V_______________________ _____________________ J

LEITURA DIÁRIA

Segunda - 1 Pe 1.15,16 Quinta - Ap 22.18,19


As Escrituras advertem o cristão a Ninguém pode acrescentar ou
viver em santidade retirar coisa alguma das Escrituras
Terça - 2 Tm 3.16,17 Sexta - Rm 12.7
A Bíblia é a única revelação escrita Exortação à Igreja acerca da
de Deus para a humanidade dedicação ao ensino das Escrituras
Quarta - 2 Pe 1.21 Sábado - Rm 12.1,2
As Escrituras são a verdade plena É preciso manter-se em comunhão
de Deus, dada pelo Espírito Santo com Deus e permanecer separado
das armadilhas do pecado

JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2 0 2 3 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 13


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

2 Timóteo 3.1-9

1 - S a b e , p o r é m , isto: q u e n o s ú l ti m o s d ia s 6 - P o r q u e d e s te n ú m e r o sã o os q u e se
so b re v irã o te m p o s tra b a lh o so s; in tr o d u z e m p e la s ca sa s e le v a m cativas
2 - p o r q u e h a v e r á h o m e n s a m a n t e s d e si m u lh er e s néscias carregad as d e pecados,
m e s m o s , a v a ren to s, p re su n çoso s, s ob e rbo s, le v a d a s de v árias co n cu p iscên cia s,
b la sfe m o s, d e s o b e d ie n te s a p a is e m ã es, 7 - que aprendem sem pre e nunca p o d em
ingratos, p ro fa n os, ch egar ao co n h ecim en to da verdade.
3 - s e m a feto n a tu ra l, irreco n ciliá veis, 8 - E, c o m o J a n es e J a m b res resistiram
ca lu n ia d o res, in c o n tin e n te s , cru éis, s e m a M o isé s, a ssim ta m b é m e ste s resistem
a m o r para co m os bons, à verda de, se n d o h o m e n s corruptos de
4 - tra idores, o b s tin a d o s , o rg u lh o so s, e n ten d im en to e réprobos q u a nto à fé.
m a is a m ig o s dos d eleites d o q u e a m igo s 9 - N ã o irão, p o r é m , a v a n t e ; p o r q u e
de D eus, a to d o s será m a n ife s to 0 seu d esv a rio ,
5 - ten d o a p a rên cia de p ie d a d e, m as c o m o t a m b é m o f o i 0 d a q u e le s.
n e g a n d o a e fic á c ia d e la . D e s t e s a f a s t a - t e .

COM ENTÁRIO

INTRODUÇÃO ao período anterior à volta de Cris­


Nesta lição, veremos que os ensinosto, sendo retratado como um tempo
progressistas enfraquecem a autoridade “extremamente difícil” (2 Tm 3.1). O
apóstolo Paulo alerta que 0 compor­
da Bíblia. Suas heresias propagam que as
Escrituras contêm erros, que Deus não tamento humano estará associado à
é soberano e que 0 sobrenatural é um impiedade, caracterizada pela profunda
degradação moral (2 Tm 3.2-4). Por
mito. São indiferentes à doutrina bíblica
isso, a lista paulina é uma descrição da
do pecado, relativizam os valores morais
e defendem a necessidade de “ ressig- escalada dos pecados na sociedade. E
nificar” a fé cristã. Por conseguinte, 0 enfraquecimento da doutrina bíblica
seus ensinos progressistas resultam na e 0 relativismo, que não aceita norma
moral absoluta, instigam a má conduta
descaracterização do cristianismo bíblico.
da humanidade. O atual e alarmante
Nesta oportunidade, verificaremos alguns
de seus heréticos conceitos e os meios crescimento do pecado é uma indicação
de que já vivemos esses últimos dias.
espirituais pelos quais a Igreja deve re­
Não obstante, apesar das investidas
sistir aos seus efeitos maléficos (Jd 1.3).
heréticas, a Bíblia nos adverte a viver
em santidade em qualquer época da
I - A DESCARACTERIZAÇÃO DO jornada cristã (1 Pe 1.15, 23-25).
CRISTIANISMO 2. A erosão da ortodoxia. O ensino
1. progressista representa um ataque teo­
A deterioração moral. A expres­
são bíblica “ últimos dias” faz alusão lógico à ortodoxia bíblica. Suas teses re-

14 LIÇÕES BÍBLICAS ■ ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2 0 2 3


duzem o texto bíblico a um mero registro cências (2 Tm 3.6). Os hereges cativam
de experiências religiosas. Desse modo, as pessoas por meio da sedução e do
o fundamento da fé cristã é questionado, engano. Escravos que são das paixões,
isto é, a autoridade bíblica é rejeitada e eles acreditam que os prazeres do corpo
suas verdades negligenciadas; o conteúdo não podem contaminar a alma. Por isso,
doutrinário cede espaço para a cultura, os pecados morais, a libertinagem e o
o entretenimento e ao resultado a qual­ abuso do corpo são tolerados, tais como:
quer custo; os cristãos tornam-se “mais a prostituição, a ideologia de gênero, as
amigos dos deleites do que amigos de drogas, o aborto, 0 relativismo moral
Deus” (2 Tm 3.4); a vida em igreja fica etc . A rebeldia e a ausência de genuína
desprovida do poder do Espírito, sendo conversão os impedem de alcançar 0
incapaz de ser instrumento de trans­ conhecimento da verdade (2 Tm 3.7).
formação do caráter das pessoas (2 Tm Por fim, o engano desses mestres e seus
3.5; 2 Co 4.2,3). Portanto, não podemos seguidores será objeto do juízo divino
negociar a verdade de que a Bíblia é a (2 Tm 3.8).
única revelação escrita de Deus, dada pelo
Espírito Santo, capaz de constranger a II - AS TEORIAS
consciência dos pecadores (2 Tm 3.16,17). PROGRESSISTAS
3. A corrupção da fé. Com o caráter 1. A desconstrução da Bíblia. O en­
humano maculado e a corrosão da or­ sino progressista é o desdobramento
todoxia, promovidos pelo progressismo do liberalismo teológico. Sua principal
no ensino, 0 cristianismo e a fé bíblica característica é 0 repúdio à inspiração e
são descaracterizados. Não por acaso, 0 inerrância da Bíblia (2 Tm 3.16). A ênfase
apóstolo Paulo acrescenta as práticas dos do Progressismo repousa no antropo-
falsos cristãos (2 Tm 3.2-4) à repulsiva centrismo (homem como centro). Esse
conduta da luxúria e de várias concupis- ensino produz pessoas egocêntricas e

A M PLIA N D O O CON HECIM EN TO

AUTORIDADE DAS ESCRITURAS


“O escopo da autoridade das Escrituras
é tão extensivo como a própria autoridade
de Deus em relação a todas as áreas da
existência humana. Deus está acima de
todas as áreas de nossa vida, e fala a todas
elas mediante a sua Palavra. A autoridade
da Palavra escrita é a autoridade do próprio
Deus. A Bíblia não é meramente um regis­
tro da autoridade de Deus no passado, mas
continua sendo a autoridade de Deus, hoje.”
Amplie mais 0 seu conhecimento, lendo a
Teologia Sistemática: Uma Perspectiva
Pentecostal, editada pela CPAD, pp.94-98.

JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 20 23 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 15


retira a convicção do pecado (2 Tm 3.2). teólogo alemão havia mitos na Bíblia
O parâmetro progressista é de reinter- e era preciso separá-los da verdade.
pretação das Escrituras para satisfazer a Nesse pensamento, 0 Céu e 0 Inferno,
concupiscência humana (2 Tm 4.3). Então, a tentação, os demônios e a possessão
propaga-se um “evangelho” em que a demoníaca passam a ser vistos como
salvação do homem ocorre por meio de mitológicos. Até a doutrina da concepção,
uma reforma social com a relativização do nascimento virginal e a promessa da
do pecado, da moral e da fé bíblica (Gl vinda de Cristo são classificados como
1.7-10). Assim, o termo “progressista” mitologia. Nessa teologia, a Bíblia só
refere-se às teorias que se distanciam é crível se dela forem extirpados os
do cristianismo bíblico, em especial na milagres, os sinais e outras revelações
deturpação das doutrinas e dos valores sobrenaturais. Em oposição a esses
cristãos (Fp 3.18,19; 2 Pe 2.19). disparates, ratificamos que a Bíblia é
2. O Teísmo aberto. Outra corrente a verdade plena de Deus, atestada pelo
da teologia liberal/progressista é o en­ Espírito Santo, sustentada pela história
sino do teísmo aberto. Nessa teologia, e confirmada por milhões de pessoas
Deus é limitado, não conhece o futuro alcançadas pela fé em Cristo (2 Pe 1.21).
em detalhes, não exerce 0 controle
absoluto sobre o universo e nem sobre
a vida humana. Afirm a-se que o co­ III - REFUTANDO O ENSINO
nhecimento divino das coisas que estão PROGRESSISTA
por acontecer depende das ações livres 1. Reafirmando a autoridade bíblica.
dos homens. Rejeita-se o conceito de Em refutação ao ensino progressista é
presciência em que Deus sabe todas as indispensável reafirmar a doutrina da
coisas antecipadamente. Nessa heresia, inspiração divina, verbal e plenária da
Deus foi surpreendido pelo pecado no inerrante Palavra de Deus (2 Tm 3.16,17) e
Éden e forçado a redesenhar a história validar 0 princípio de Sola Scriptura insti­
(Gn 3.8-19). Essa ênfase extremada nas tuído na Reforma, que estabelece a Bíblia
decisões do homem sacrifica a soberania como a única regra infalível e autoridade
de Deus, e a autolimitação divina anula final de fé e prática. Nessa direção, Lutero
0 que a Bíblia ensina sobre a queda e a advertia sobre a necessidade de distinguir
corrupção do gênero humano, afetando entre 0 que foi entregue por Deus nos
assim a doutrina da providência divina textos sagrados e 0 que foi inventado
e da presença do mal moral no mundo. pelos homens no contexto da pesada
Logo, embora seus postulantes não tradição romana na Idade Média. Armínio,
reconheçam publicamente, a conclusão por sua vez, alertava que a perfeição das
é bem lógica: Se Deus não é soberano, Escrituras é solapada quando sua verdade
então, não faz sentido orar a Ele. é negada ou reinterpretada. Desse modo,
3. A Teologia da Demitologização. a autoridade bíblica é ratificada quando
Em 1958, Rudolph Bultmann propôs se oferece resistência à presunção das
um programa de demitologização do ideologias humanas em acrescentar ou
texto bíblico. O mito é uma história de retirar alguma coisa das Escrituras (Ap
caráter religioso que não tem funda­ 22.18,19).
mento na realidade, e que se destina a 2. Ensinando as doutrinas bíblicas.
transmitir um conceito de fé. Para esse A Grande Comissão confiada à igreja

16 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO ■ AGOSTO • SETEMBRO 2023


consiste em fazer e ensinar discípulos do Espírito Santo em manter o crente
(Mt 28.19,20). Compreende uma or­ separado do pecado e consagrado a Deus
denança proclamadora e um mandato (Rm 12.1,2). É a continuação da obra ini­
educacional. A incumbência é tanto de ciada na regeneração (Ef 1.13), quando 0
formação quanto de transformação de salvo recebe novidade de vida (2 Co 5.17)
indivíduos. É responsabilidade da Igreja e se estende até o dia da glorificação
evangelizar 0 mundo e ensinar as dou­ do crente (Rm 6.22). A ênfase está na
trinas bíblicas (2 Tm 4.2). Em vista disso, obediência à Palavra de Deus (Tg 1.22),
Paulo exorta a necessária dedicação ao no abandono das concupiscências (1 Pe
ensino (Rm 12.7). A atividade é essencial 1.13,14) e numa vida de retidão moral
para instruir, expor e corrigir 0 erro (2 em toda a maneira de viver (1 Pe 1.15).
Tm 3.16). Essa atuação é primordial na
transformação da velha natureza (Ef CONCLUSÃO
4.22-24), formação do caráter cristão (Ef As Escrituras advertem que a conduta
4.13), resultando no genuíno crescimento humana dos “últimos dias” é de repulsiva
de uma igreja espiritualmente saudável descaracterização da fé. A heresia pro­
e doutrinariamente bíblica (Ef 4.16). gressista critica as Escrituras, promove
3. Enfatizando a santificação. oOenfraquecimento da ortodoxia, instiga
fortalecim ento da autoridade bíblica a frouxidão moral e afasta as pessoas
e 0 aprendizado das doutrinas cristãs do verdadeiro cristianismo. Contudo, a
precisam estar atrelados a uma vida de postura da Igreja não deve ser de inércia,
santidade (1 Pe 1.16). O verbo santificar mas de resistência a iniquidade. A defesa
vem do grego hagiazõ que significa “se­ da fé ocorre quando os valores imutáveis
parar, purificar, consagrar”. O adjetivo e atemporais da Bíblia são exercitados
“santo” é tradução do vocábulo “hagios”. pelo poder de Deus na vida diária do
Desse modo, a santificação é a operação crente salvo (1 Co 2.4,5).

REVISANDO O CONTEÚDO

1. Para o que 0 apóstolo Paulo alerta?

2. O que 0 ensino progressista representa?

3. O que 0 ensino progressista enfatiza?

4. O que é indispensável na refutação do ensino progressista?

5. O fortalecim ento da autoridade bíblica e 0 aprendizado das doutrinas


cristãs precisam estar atrelados a quê?

JULHO •AGOSTO • SETEMBRO 2 0 23 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 17


LIÇAO 4
23 de Julho de 2023

!
\

QUANDO A CRIA TU RA VALE


M A IS QUE O CRIADOR
\ r
TEXTO ÁUREO VERDADE PRÁTICA
“P ois m u d a r a m a v erd a d e de A e x a l t a ç ã o d a c r ia tu r a
D e u s e m m en tira, e h o n ra ra m a cim a do C riad or é a
e s e r v i r a m m a i s a c r ia t u r a d o u s u r p a ç ã o d a g ló r ia d i v i n a
q u e 0 C r ia d o r , q u e é b e n d i t o p ela m e n tir a e v a id a d e
e t e r n a m e n t e . A m é m ! ” ( R m 1 .2 5 ) hum ana.

J
LEITURA DIÁRIA

Segunda - 1 Tm 4.2 Quinta - Dt 6.1-9


A mentira aprisiona e cauteriza a A Bíblia possui um arcabouço de
consciência do ser humano prática espiritual e social
Terça - Ef 2.3 Sexta - Êx 20.3-5
Os que andam nos desejos da 0 ídolo é tudo 0 que se coloca no
carne são filhos da ira lugar de Deus
Quarta - Jo 20.25,29 Sábado - G1 5.19
0 falso cristianismo cede A concupiscência da carne
espaço para 0 racionalismo e 0 caracteriza quem é dominado pelo
ceticismo pecado sexual
L________________________________ _____________________ À

18 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2 0 2 3


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Rom anos 1.18-25


18 - Porque do céu se manifesta a ira de discursos se desvaneceram, e 0 seu coração
Deus sobre toda impiedade e injustiça insensato se obscureceu.
dos homens que detêm a verdade em 22 - Dizendo-se sábios, tornaram-se
injustiça; loucos.
19 - porquanto 0 que de Deus se pode 23 - E mudaram a glória do Deus in­
conhecer neles se manifesta, porque Deus corruptível em semelhança da imagem
Iho manifestou. de homem corruptível, e de aves, e de
20 - Porque as suas coisas invisíveis, quadrúpedes, e de répteis.
desde a criação do mundo, tanto 0 seu 24 Pelo que também Deus os entregou
eterno poder como a sua divindade, se às concupiscências do seu coração, à
entendem e claramente se veem pelas imundícia, para desonrarem 0 seu corpo
coisas que estão criadas, para que eles entre si;
fiquem inescusáveis; 25 - pois mudaram a verdade de Deus em
21 - porquanto, tendo conhecido a mentira e honraram e serviram mais a
Deus, não 0 glorificaram como Deus, criatura do que 0 Criador, que é bendito
nem lhe deram graças; antes, em seus eternamente. Amém!

COM ENTÁRIO

INTRODUÇÃO viver como se Deus não existisse (SI 36.1;


A soberba e a insensatez do homem Jd 1.14,15). Já 0 vocábulo “injustiça” vem
ímpio 0 mantêm afastado da verdade do grego adikia e significa “ sem retidão”.
de Deus. Com 0 advento da revolução A palavra carrega a ideia de não ser reto
do pensamento, o ser criado passou a diante de Deus e nem com o próximo (2
priorizar cada vez mais a criatura em Pe 2.15). Ambas as palavras revelam a
detrimento do Criador. A autoidolatria, situação geral da humanidade não re­
o coração perverso e a escolha pelos generada (Rm 1.18), sua idolatria, 0 culto
prazeres da carne colocaram a raça hu­ à criatura (Rm 1.19-23), a perversidade
mana em inimizade contra Deus (2 Tm e a depravação moral (Rm 1.25-32) que
3.4). A lição de hoje é um alerta acerca expressam a decisão deliberada do ho­
do que ocorre quando Deus deixa de ser mem em desprezar a verdade divina (Rm
a medida de todas as coisas (Rm 1.18). 1.19,20). Essa investida contra 0 temor a
Deus e a relativização do pecado aprisiona
e cauteriza a consciência humana (1 Tm
I - O DESPREZO À VERDADE 4.2). Tais ações provêm da recusa do
1. A impiedade e a injustiça. O ter­
homem em glorificar 0 Criador (Rm 1.21).
mo “impiedade” é a tradução do grego 2. A insensatez humana. O apóstolo
asebeia, que significa “irreligiosidade”. Paulo assegura que a revelação geral de
Ele refere-se à decisão do ser humano de Deus, por meio da natureza, faz com que

JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2 0 23 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 19


o ser humano possua o conhecimento na Europa Ocidental, entre os séculos
sobre o Criador (Rm 1.19,20a). Por isso, XIV e XVI. A característica desse movi­
ninguém pode ser indesculpável acerca mento foi 0 seu profundo racionalismo,
da realidade divina nem de seu eterno ou seja, tudo devia ter uma explicação
poder (Rm 1.20b). Não obstante, mesmo racional. Os renascentistas recusavam-
em contato diário com essa revelação, o -se acreditar em qualquer coisa que não
homem iníquo não glorifica a Deus nem pudesse ser comprovada racionalmente.
lhe rende graças (Rm 1.21a). Em lugar de Durante esse período, que coincide
reconhecer 0 Criador, 0 ser criado age com 0 início da Idade Moderna, que
como se não fosse criatura e se comporta os historiadores marcam a partir da
como se fosse divino (Gn 3.5). Por causa tomada dos otomanos pelos turcos em
das especulações pretensiosas de seu 1453 até a 1789 (Revolução Francesa),
coração e de sua autoidolatria, tanto 0 a visão teocêntrica (em que Deus era a
seu raciocínio quanto o seu intelecto em medida de todas as coisas) foi mudada
relação à verdade tornam-se inúteis (Rm por uma concepção antropocêntrica (em
1.21b). Suas ideologias rejeitam, perver­ que 0 homem se tornava a única medida
tem e substituem a verdade de Deus pela de todas as coisas). No lugar de ver o
mentira do homem. Dessa insensatez mundo a partir das lentes do Criador, os
resulta a idolatria e a perversão moral homens passaram a enxergá-lo a partir
(Rm 1.22-25). das lentes da criatura. Assim, surgiram
3. O culto à criatura. Ao rejeitar a os prim eiros efeitos do processo de
Deus e suas leis, os “filhos da ira” (Ef secularização da cultura, quando a vida
2.3) são deixados à mercê de seus desejos social passou a ceder o espaço para 0
pecaminosos, dentre eles: a impureza racionalismo e 0 ceticismo (Jo 20.25,29).
sexual e a degradação do próprio corpo Nesse sentido, a revolução científica e
(Rm 1.24). Aqui 0 texto bíblico ratifica a literária, que se deu a partir do Renas­
anunciada ira de Deus sobre a impiedade cimento, contribuiu para o surgimento
e a injustiça dos homens (Rm 1.18). A do Humanismo.
corrupção moral do ser humano deriva 2. Humanismo. A Itália foi o prin­
de sua rebelião contra Deus. Sua natu­ cipal centro hum anista nos fins do
reza caída troca a verdade pelo engano século XV. Para o movimento huma­
e prefere honrar e servir a criatura em nista, a ética e a moral dependem do
lugar do seu Criador (Rm 1.25a). Assim,
homem. Assim , a criatura passou a
na religião os seres criados passam a
ser a base de todos os valores, e não o
ser cultuados; nas ciências, a matéria é
Criador. Os humanistas aprofundaram
colocada acima de Deus; na sociedade,
seus estudos na história antiga a fim
o artista, 0 atleta, 0 político ou 0 líder
de desconstruir os livros sagrados. De
religioso se tornam uma referência de
positivo, destaca-se a valorização dos
idolatria em afronta ao Criador, que é
direitos do indivíduo. Porém, esta não
bendito eternamente (Rm 1.25b).
é uma bandeira própria do humanismo.
A Bíblia possui um arcabouço de con­
II - A REVOLUÇÃO DO PENSA­ cepções de liberdade e de igualdade (Dt
MENTO HUMANO 6.1-9) que antecedem muitos direitos
l. Renascentismo. A Renascença é que apareceram nos tempos modernos.
um movimento intelectual que surgiu Destaca-se, ainda, que a Escritura ensina

2 0 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2 0 23


vv podemos dizer que 0 culto à autoimagem
é uma forma de idolatria. Enquanto Cristo
reflete a imagem de Deus (Hb 1.2,3), 0
Infelizm ente, algum as narcisismo humano reflete a natureza do
pessoas chegam pecado (Jo 8.34). 0 apóstolo Paulo retrata
aparentar que adoram 0 homem caído como uma pessoa egoísta:
amante de si mesmo; avarenta: amante
a Deus, m as na verdade do dinheiro; odiosa: sem amor para com
servem aos ídolos em 0 próximo; rebelde: sem amor para com
seus corações.” Deus; e hedonista: amante dos deleites
(2 Tm 3 -2 - 4 ). Desse modo, uma pessoa
não regenerada tem a necessidade de
autopromover-se, desenvolvendo uma
opinião elevada de si mesmo (Lc 18.11).
Ela também anseia por reconhecimento
a igualdade entre raças, classe social e
e, de modo ilícito, busca estar sempre
de gênero (G1 3.28).
em evidência (Lc 22.24-26). Contrária
3. Uuminismo e Pós-modernismo.à0autoidolatria, a Bíblia ensina que a
Iluminismo surgiu na Europa, entre os
primazia é de Cristo, não do homem
séculos XVII e XVIII. Seus adeptos rejei­
(Jo 3.30).
tavam a tradição, buscavam respostas
2. Idolatria no coração. O coração
na razão, entendiam que 0 homem era
se refere às emoções, à vontade e ao
0 senhor do seu próprio destino e que a
centro de toda personalidade (Rm 9.2;
igreja era uma instituição dispensável.
10.6; 1 Co 4.5). Ele também é descrito
Já a Pós-modernidade, ou Modernidade
como enganoso e perverso (Jr 17.9), pois
Líquida, surge a partir da metade do
do seu interior saem os maus pensa­
século XX. Sociólogos observam que
mentos, as imoralidades, a avareza, a
a sociedade deixou de ser “ sólida” e
soberba e a insensatez (Mc 7.21,22). Em
passou a ser “líquida”. Isso quer dizer
vista disso, Deus condena a adoração de
que os valores que eram “absolutos”
ídolos no coração (Ez 14.3). Infelizmente,
tornaram-se “relativos”. Nesse aspecto,
algumas pessoas chegam aparentar que
a coletividade foi substituída pelo ego­
adoram a Deus, mas na verdade servem
centrismo em que os relacionamentos se
aos ídolos em seus corações (Mt 15.8).
tornaram superficiais. Nesse contexto,
Assim, quem não teme a Deus, traz a
os dois grandes imperativos que marcam
idolatria no seu íntimo quando prioriza
esse movimento foram 0 hedonismo e
a reputação pessoal, busca o prazer
0 narcisismo. Na busca do bem-estar
como bem maior, nutre tendências
humano tudo se torna válido, tais como:
supersticiosas e possui excessivo apego
0 uso das pessoas, o abuso do corpo, a
aos bens materiais. Ao contrário dessa
depravação e 0 consumismo desenfreado.
postura, a fim de não pecar, somos
advertidos a guardar a Palavra de Deus
III - TIPOS DE AUTOIDOLATRIA no coração (SI 119.11).
1. Idolatria da autoimagem. A ido­ 3. Idolatria sexual. A falha no con­
latria é tudo 0 que se coloca no lugar da trole dos impulsos sexuais está associada
adoração a Deus (Êx 20.3-5). Nesse caso, a sensualidade (Rm 1.27), imoralidade

JULHO ■ AGOSTO • SETEM BRO 2023 LIÇÕES BÍBLIC A S • ALONO 21


(Rm 13.13 - NVI) e libertinagem (2 Co CONCLUSÃO
12.21 - NVI). A concupiscência da carne A corrupção da raça humana é 0
caracteriza quem é dominado pelo peca­ desfecho de sua rebelião à verdade
do sexual (G1 5.19). Não se trata apenas divina. A impiedade e a ausência de
da prática do ato imoral, mas da busca retidão re su ltara m em teo rias de
intencional e compulsiva pelo prazer autossuficiên cia em que a criatura
sexual ilícito (Rm 1.26,27; l Co 6.15). É se ergue acima de seu Criador. Ao se
o altar da idolatria sexual edificado no colocar como medida única de todas
coração (Mc 7.21). Então, a adoração a as coisas, 0 homem eleva seu in te­
Deus é trocada pelo culto ao corpo a resse acim a da vontade divin a. As
fim de satisfazer o ídolo da perversão consequências são a autoidolatria, a
e da lascívia por meio de pecados (1 Pe depravação moral, a decadência social
4.3 - NAA). A orientação bíblica para e espiritual. Não obstante, a Escritura
escapar desse mal é a seguinte: “vivam alerta que a ira divina permanece sobre
no Espírito e vocês jamais satisfarão os que são desobedientes à verdade
os desejos da carne” (G1 5.16 - NAA). divina (Rm 2.8).

REVISANDO O CONTEÚDO

1. Explique as palavras “ impiedade” e “ injustiça” de acordo com a lição.

2. O que acontece com as pessoas que rejeitam a Deus e suas leis?

3. Cite pelo menos dois m ovim entos que m arcam a revolução no pen­
sam ento humano.

4. Quais são as características de quem não teme a Deus?

5. Qual é a orientação bíblica para escapar do mal da idolatria sexual?

VOCABULÁRIO
Hedonismo: dedicação ao prazer dos sentidos, o prazer como estilo de vida.
Matéria: qualquer substância que compõe um corpo sólido, líquido ou
gasoso; substância corpórea de determinada natureza.
Narcisismo: amor pela própria imagem.
Ideologia: conjunto de convicções filosóficas, sociais, políticas etc. de
um indivíduo ou grupo de indivíduos.

2 2 LIÇÕES BÍBLICA S • ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2 0 2 3


LIÇÃO 5
30 de Julho de 2023

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A DESSACRALIZAÇÃO DA VIDA
NO VENTRE MATERNO

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VERDADE PRÁTICA
TEXTO ÁUREO
A co n c e p çã o d iv in a d e Jesus
“ E e is q u e e m t e u v e n t r e
C r is t o s a c r a l i z a a v i d a n o v e n t r e
conceberás, e darás à lu z um
m a t e r n o e s e o p õ e à c u lt u r a d a
filh o , e p ô r - lh e - á s 0 n o m e
m o r t e i n f a n t il i n t r a u t e r i n a d o
d e J e s u s . ” ( L c 1.31)
p r e s e n t e s é c u lo .

^ _______________________ )

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Gn 2.7 Quinta
Quinta -- Ef
Ef 5.28,29
5.28,29
Deus é 0 autor supremo e fonte AA Escritura,
Escritura, aa nutrição
nutrição ee o0respeito
respeito
originária da vida pelo corpo humano
Terça - SI 139.13-16 Sexta - SI 36.9; 90.12
As Escrituras valorizam a vida O
0 princípio da sacralidade, a
desde a concepção dignidade humana e 0 direito à vida
Quarta - Lc 1.34-36 Sábado - Jr 1.5
A gravidez miraculosa da virgem O
0 profeta Jeremias assevera que a
Maria e da estéril Isabel vida começa na fecundação

JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2 0 2 3 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 23


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Lucas 1.26-33, 39-45


26 - E, no sexto mês, foi 0 anjo Gabriel Jacó, e 0 seu Reino não terá fim.
enviado por Deus a uma cidade da Ga- 39 - E, naqueles dias, levantando-se
lileia, chamada Nazaré, Maria, foi apressada às montanhas, a
27 - a uma virgem desposada com um uma cidade de Judá,
varão cujo nome era José, da casa de Davi; 40 - e entrou em casa de Zacarias, e
e 0 nome da virgem era Maria. saudou a Isabel.
28 - E, entrando 0 anjo onde ela esta­ 41 ~E aconteceu que, ao ouvir Isabel a
va, disse: Salve, agraciada; 0Senhor é con­ saudação de Maria, a criancinha saltou
tigo; bendita és tu entre as mulheres. no seu ventre; e Isabel foi cheia do Es­
29 - E, vendo-o ela, turbou-se muito pírito Santo,
com aquelas palavras e considerava que 42 - e exclamou com grande voz, e dis­
saudação seria esta. se: Bendita és tu entre as mulheres, e é
30 - Disse-lhe, então, 0 anjo: Maria, bendito 0fruto do teu ventre!
não temas, porque achaste graça diante l+3~Ede onde me provém isso a mim, que
de Deus, venha visitar-me a mãe do meu Senhor?
31 - £ eis que em teu ventre conceberás, e 44 - Pois eis que, ao chegar aos meus
darás à luz umfilho, e pôr-lhe-ás 0 nome ouvidos a voz da tua saudação, a crian­
de Jesus. cinha saltou de alegria no meu ventre.
32 - Este será grande e será chamado 45 - Bem-aventurada a que creu, pois
Filho do Altíssimo; e 0 Senhor Deus lhe hão de cumprir-se as coisas que da parte
dará 0 trono de Davi, seu pai, do Senhor lhe foram ditas!
33 - e reinará eternamente na casa de

COM ENTÁRIO

INTRODUÇÃO I - A CONCEPÇÃO DE CRISTO


Deus é 0 autor supremo da vida (Gn 1. O anúncio do nascimento. Uma
2.7). Por isso, as Escrituras a valorizam virgem comprometida em casar-se com
desde a concepção no ventre materno (Sl José, chamada Maria, recebe a visita
139.13-16). Assim, toda ideologia que tem do anjo Gabriel em Nazaré (Lc 1.26,27).
0 objetivo de alterar 0 conceito da vida, O ser angelical lhe faz uma revelação:
desqualifica a autoridade bíblica e faz “ em teu ventre conceberás, e darás à
apologia à cultura de morte infantil no luz um filho, e pôr-lhe-ás 0 nome de
útero. A ideia progressista, que reivindica Jesus” (Lc 1.31). Diante do inusitado,
ao ser humano a autonomia sobre a vida, Maria indaga: “como se fará isso, visto
afronta a soberania divina. Nesta lição, que não conheço varão?” (Lc 1.34). A
estudaremos a concepção sobrenatural pergunta demonstra a perplexidade da
de Jesus Cristo, a apologia ideológica virgem de como se daria a concepção
da cultura da morte e 0 conceito da sem a participação de um homem. No
sacralidade da vida no útero materno. Evangelho, a menção à cidade de Nazaré

2 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO ■ AGOSTO • SETEMBRO 20 23


vv 1.28). Por isso, o nascimento de filhos
é uma recompensa divina (Sl 127.3).
Contudo, sem 0 dom da fertilidade,
Quem m ata um em brião
um ventre estéril torna-se obstáculo
ou feto a te n ta co n tra a para a vivência da maternidade (Gn
dignidade h u m an a e a 30.1,2). Assim, a relevância da gestação
e a sacralidade da vida no ventre da
sacralidade da vida no
mãe são endossadas quando a Bíblia
v en tre m a te rn o .” registra a gravid ez m iracu losa de
Maria e de Isabel; uma virgem e outra
de idade avançada (Lc 1.34,36). Isabel
trazia João no seu ventre, que nasceu
com 0 objetivo de preparar ao Senhor
é profética (Lc 1.26), pois 0 Cristo seria
um povo bem -disposto (Lc 1.15-17).
chamado de “ nazareno” (Mt 2.23). Lucas
Maria portava em seu ventre 0 Filho
ainda enfatiza a virgindade da donzela
do Altíssimo, 0 Rei eterno (Lc 1.32,33),
e a descendência de José “ da casa de
que nasceu para ser o Salvador, que é
Davi” (Lc 1.27b). Essas inform ações
Cristo, 0 Senhor (Lc 2.11).
integram as profecias messiânicas e
tornam fidedigno 0 relato bíblico (Is
7.14; SI 89 .3 ,4 ). II - A CULTURA DA MORTE
2. A miraculosa concepção. 0 anjo 1. O projeto ideológico. A cultura da
Gabriel explica a Maria que a concepção morte é um conjunto de idéias que visa
seria singular e miraculosa: “descerá modificar 0 conceito bíblico da vida.
sobre ti 0 Espírito Santo” (Lc 1.35a) e, por Entre suas pautas estão a legalização
isso, declara que 0 menino, “0 Santo, [...] do aborto e da eutanásia, apologia ao
será chamado Filho de Deus” (Lc 1.35b). suicídio e o controle da natalidade. Me­
A jovem não pediu sinal algum, mas o diante estratégias culturais, intelectuais
anjo lhe comunica da gravidez de Isabel e políticas, im põe-se uma agenda de
como um incentivo à sua fé: “ tua prima, desconstrução da sacralidade da vida,
concebeu um filho em sua velhice” (Lc algo caro à cultura cristã, como vimos
1.36a). O testemunho das Escrituras de no tópico anterior (cf. Lc 1.31). Nesse
mulheres estéreis que ficaram grávidas sentido, estim ula-se a “ eugenia” : 0
preparou 0 mundo para crer e receber descarte do ser humano com alguma
0 milagre da concepção de Jesus por má formação ainda no útero materno; a
meio de uma virgem. A respeito dessa maternidade é depreciada a fim de que
realidade, 0 anjo endossa ao se referir à a mulher não deseje ser mãe; 0 conceito
gestação de Isabel: “é este 0 sexto mês de saúde reprodutiva é modificado para
para aquela que era chamada estéril” justificar 0 aborto como medida de saúde
(Lc 1.36b). Ao finalizar a mensagem, feminina; 0 direito à vida no útero é
Gabriel completa: “ porque para Deus substituído pelo direito incondicional
nada é impossível” (Lc 1.37). da mulher sobre 0 próprio corpo, que
3. A bênção do nascimento. A vida por meio do aborto decreta a morte do
gerada no ventre de uma mulher é um fruto de seu ventre.
milagre (Ec 11.5), pois Deus dotou 0 ser 2. 0 direito sobre o corpo. A cultura
humano com a dádiva da procriação (Gn pós-moderna insiste que é direito do

JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 20 23 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 25


ser humano exercer autonomia sobre o
próprio corpo. Essa ideia é de liberda­ vv
de total ao controle individual sobre a [...] A vida h u m an a é
constituição física e o comportamento
sagrad a em todas as etapas
humano. O slogan “ meu corpo, m i­
nhas regras” é utilizado em defesa das do desenvolvim ento da
liberdades sexuais e reprodutivas, bem vida e que não pode ser
como para a escolha de vida ou de morte. violada por nenhum tipo
Nessa percepção estão os “direitos” à de cu ltu ra .”
prostituição, ao aborto, à eutanásia, ao
suicídio e outros. Qualquer opinião con­
trária é considerada violação da liberdade
humana. Nesse quesito, as Escrituras
asseveram que o corpo deve ser nutrido fôlego da vida (Gn 2.7; Jó 12.10). Nessa
e respeitado (Ef 5 -28 ,29); que embora perspectiva, 0 princípio de sacralidade
livre, o ser humano não tem o direito de assegura a dignidade da pessoa humana
profanar o seu corpo (1 Co 6.13); e que a e a inviolabilidade do direito à vida (SI
vida só tem sentido quando está sob 0 36.9; 90.12). Portanto, 0 valor da vida é
domínio de Cristo (G1 2.20). absoluto e deve se sobrepor a qualquer
3. A prática do aborto. O aborto é outro direito ou interesse (Jo 10.10).
a interrupção do nascimento por meio Nesse aspecto, 0 princípio de defesa
da morte do embrião ou do feto, é o da vida humana, desde a concepção
ato de descontinuar a gestação do ser no útero m aterno, não pode conter
vivo. O termo gestação vem do latim exceções. Somente Deus tem poder
“ gestacione” e se refere ao tempo em sobre a vida e a morte (l Sm 2.6). Em
que 0 embrião fica no útero, desde a uma sociedade secularizada, 0 cristão
concepção até 0 nascimento. Nesse caso, precisa tomar cuidado com 0 relativis-
0 aborto pode ser não intencional ou mo, não fazer concessões e estar alerta
provocado no período de gestação. Na quanto às ações de m anipulação de
lei mosaica, provocar a interrupção da sua consciência e o desrespeito à vida
gravidez da mulher era um ato crimino­ humana (2 Co 4.2; l Tm 4.1,2).
so (Êx 21.22,23). No sexto mandamento, 2. O começo da vida. As Escrituras
0 homem é proibido de matar, 0 que são incisivas ao afirm arem 0 início
significa literalmente “não assassinar”
da vida desde a concepção: 0 profeta
(Êx 20.13). Os intérpretes do Decálogo Jeremias afirma que a vida tem in í­
concordam que a proibição do aborto
cio na fecundação (Jr 1.5); o rei Davi
está incluída neste mandamento. As­
corrobora que a pessoa é conhecida e
sim, quem mata um embrião ou feto
cuidada pelo Senhor desde a concepção
atenta contra a dignidade humana e a
(Sl 139.13); Deus é quem forma 0 ser
sacralidade da vida no ventre materno.
vivo dentro do ventre da mãe (Sl 139.
14). Ainda, 0 salmista afirma que Deus
III - A SACRALIDADE DA VIDA vê 0 embrião ainda informe e 0 ama
l. A vida é inviolável. A vida humana em todos os processos formativos da
é sagrada, pois ela é um ato criativo de vida intrauterina, desde a fecundação
Deus, o autor e a fonte originária do até 0 nascim ento e por toda a sua

2 6 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO •AGOSTO • SETEM BRO 2023


vida (SI 139.15,16). Por conseguinte, ideologia que seculariza os princípios
de acordo com as Escrituras, a vida bíblicos deve ser combatida (2 Tm 3.8).
com eça quando ocorre a união do
gameta masculino ao feminino. Essa
CONCLUSÃO
nova célula é um ser humano e pos­
A gestação e a procriação do ser
sui identidade própria e, portanto, 0
seu direito de nascer não pode ser humano são bênçãos divinas (Gn 9.7).
interrompido por vontade, desejos ou A concepção de Cristo no ventre de uma
caprichos humanos (Dt 32.39; Rm 9.20). virgem certifica a sacralidade da vida
3. A posição cristã. A igreja que intrauterina. A interrupção da vida em
mantém 0 princípio teológico da au­ qualquer fase da gravidez é uma agressão
toridade bíblica (2 Tm 3.16) defende a ao direto inviolável de nascer. A valo­
dignidade humana e a inviolabilidade da rização da dignidade humana, 0 direito
vida desde a sua concepção. Ensina que à vida e 0 cuidado à pessoa vulnerável
a vida humana é sagrada em todas as são princípios imutáveis do cristianismo
etapas do desenvolvimento da vida e que bíblico (Jo 10.10). Acerca do assunto, a
não pode ser violada por nenhum tipo Bíblia assegura que Deus é o autor e o
de cultura (l Sm 2.6). Ratifica que toda detentor da vida humana (Jó 12.10).

REVISANDO O CONTEÚDO

1. De acordo com a lição, 0 que preparou 0 mundo para crer e receber 0


m ilagre da concepção de Jesus por meio de uma virgem?

2. De acordo com a lição, 0 que são endossadas quando a Bíblia registra


a gravidez m iraculosa de M aria e de Isabel?

3. Cite as pautas que caracterizam a cultura da morte.

4. O que caracteriza 0 ato de abortar?

5. O que a igreja defende quando mantém 0 princípio teológico de au­


toridade bíblica?

JULHO • AGOSTO ■ SETEMBRO 2 0 2 3 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO T]


A D ESCO N STRUÇÃO DA
M A S C U L IN ID A D E B ÍB L IC A
"\\ r
TEXTO ÁUREO VERDADE PRÁTICA
“E tom ou o S en h or D eu s o 0 h o m e m fo i cria d o c o m
h o m e m e o pôs no ja rd im q u alida des q u e ex p ressa m
d o É d e n p a r a o la v r a r e o v ir il i d a d e , r e s p o n s a b i l i d a d e
g u a r d a r . ” (G n 2 .1 5 ) e lid e r a n ç a .

V________________________________

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Gn 1.27 Quinta - Ez 22.30


Deus criou o ser humano e os Deus procura homens capazes para
definiu pelo sexo: macho e fêmea reverter situações adversas
Terça - Gn 2.15 Sexta - Rt 3.8
Ao criar 0 homem, Deus lhe O autocontrole e moderação nos
confiou duas tarefas: cultivar e instintos sexuais
guardar 0 jardim Sábado - Rt 4.13-16
Quarta - Rm 1.26,27 Espera-se do homem cristão um
O uso antinatural da sexualidade caráter protetor e provedor para
é condenado nas Escrituras toda a sua família

2 8 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2 0 2 3


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Rute 4 .7 -12
7 - Havia, pois, já de muito tempo este cos­ sua herdade, para que 0 nome do falecido
tume em Israel, quanto à remissão e contra­ não seja desarraigado dentre seus irmãos
to, para confirmar todo negócio, que 0 ho­ e da porta do seu lugar; disto sois hoje
mem descalçava 0 sapato e 0 dava ao seu testemunhas.
próximo;e isto era por testemunho em Israel. 11 - E todo 0 povo que estava na porta e
8 - Disse, pois, 0 remidor a Boaz: Toma-a os anciãos disseram: Somos testemunhas;
para ti. E descalçou 0 sapato. 0 Senhor faça a esta mulher, que entra
9 - Então, Boaz disse aos anciãos e a todo na tua casa, como a Raquel e como a
0 povo: Sois, hoje, testemunhas de que Leia, que ambas edificaram a casa de
tomei tudo quanto foi de Elimeleque, e de Israel; e há-te já valorosamente em Efrata
Quiliom, e de Malom da mão de Noemi; efaze-te nome afamado em Belém.
10 - e de que também tomo por mulher a 12 £ seja a tua casa como a casa de Perez
Rute, a moabita, que foi mulher de Malom, (que Tamar teve de Judá), da semente que
para suscitar 0 nome do falecido sobre a 0 Senhor te der desta moça.

COM ENTÁRIO

INTRODUÇÃO um (1 Co 11.11,12). Desse modo, pode-se


O conceito progressista de ruptura dos afirmar que nenhuma outra criatura foi
padrões bíblicos atua na desconstrução feita como 0 ser humano. Os peixes, as
da masculinidade. Assim, os marcos aves e todos os outros animais foram
judaico-cristãos do papel do homem são produzidos “ segundo a sua espécie” (Gn
questionados. Nesse contexto, a mascu­ 1.21,24,25). Entretanto, ao criar 0 ser hu­
linidade é relativizada e 0 modelo bíblico mano, Deus 0 fez olhando para si mesmo,
de homem, desconstruído. Nesta lição, isto é, sua própria imagem e semelhança
apresentaremos 0 mandato divino para (Gn 1.26). Por conseguinte, 0 ser humano
0 homem, as ofensivas de desmasculi- é considerado a coroa da Criação.
nização e 0 exemplo de masculinidade 2. Características da masculinida­
bíblica que Deus requer do homem cristão. de. As Escrituras revelam um conjunto
de características do papel do homem
1 - A MASCULINIDADE BÍBLICA na história, bem como segundo a sua
1. A criação divina do ser humano. constituição biológica. Ao criar 0 homem,
Deus é 0 Criador de todas as coisas nos Deus lhe confiou duas tarefas primárias
céus, na terra e no mar (Gn 1.1; At 4.24). e essenciais: cultivar e guardar (Gn 2.15).
A Escritura registra que Ele criou 0 ser Esses dois termos resumem 0 mandado
humano e o definiu pelo sexo: macho e divino para 0 comportamento masculino.
fêmea, homem e mulher (Gn 1.27). Essa Significa que as funções de provedor e
diferenciação visa ao complemento mútuo protetor são próprias da natureza do
na união conjugal e ao desempenho dos homem. Nesse sentido, Paulo ratifica
papéis divinamente designados a cada que cabe ao homem proteger sua esposa

JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2 0 23 LIÇÕ ES BÍBLIC A S • ALUNO 29


e família, bem como prover-lhes uma de parâmetro para a sexualidade. Como
vida digna (Ef 5.28-30). Ressalta-se que consequência, a sexualidade antinatural
a “ masculinidade bíblica” enaltece 0 é incentivada (Rm 1.26,27). Disso decorre
amor e 0 cuidado em relação à mulher uma crise do comportamento masculino
e que “o machismo” a inferioriza e a no tempo presente (1 Co 6.10).
desonra. Nesse aspecto, a Bíblia ensina 2. Responsabilidade negligenciada.
ao homem a honrar a mulher com toda Em virtude da relativização da mascu­
a dignidade (1 Pe 3.7). linidade, o modelo bíblico vem sendo
3. A liderança masculina. Deus abandonado. A identidade masculina,
confiou ao homem a responsabilidade da que deveria estar associada à virilida­
liderança (Gn 1.26; 3-16). Na Bíblia, Deus de, à capacidade de prover e proteger
é a cabeça de Cristo; Cristo é a cabeça do a família, é substituída por indivíduos
homem; e 0 homem é a cabeça da mulher de duplo ânimo, vacilantes e inconse­
(1 Co 11.3). O movimento feminista, de viés quentes (Tg 1.8). Uma parcela é incapaz
neomarxista, considera esse modelo como de sustentar a sua própria casa, não
um sistema machista opressor para com pelo desemprego, mas pela aversão ao
a mulher. Ao contrário dessa falácia, 0 trabalho (Pv 21.25). Os efeitos desse
apóstolo Paulo revela que 0 homem deve comportamento resultam em inúmeros
liderar a sua casa do mesmo modo que casos de desajustes familiares e divórcio.
Cristo lidera a Igreja (Ef 5-29)- Uma vez 3. Crise de liderança. A crise de mas­
que Cristo se entregou pelo bem-estar culinidade tem gerado homens incapazes
da Igreja, a liderança masculina requer de exercer liderança. Uma sociedade
a prática de algum tipo de sacrifício sem líderes eficazes transforma-se em
pela mulher (Ef 5.25b). Nesse sentido, anarquia. No período do profeta Ezequiel,
no exercício da liderança, 0 homem deve Jerusalém estava imersa na corrupção,
evidenciar virtudes, tais como: fortaleza, fraudes, mentiras, opressão, extorsão,
sabedoria, coragem, amor e respeito (Jz imoralidade, injustiça e violência (Ez
22.2-13). Deus revelou ao profeta que uma
6.14; 2 Cr 1.10; Ne 6.11; Jo 15.12,13).
das causas do juízo iminente era crise de
liderança e que procurava alguém para
II - A EROSÃO DA
reverter a situação (Ez 22.30). Nesse caso,
MASCULINIDADE
Deus ainda procura esse tipo de homem
1. Apologia à homossexualidade.
na atualidade (1 Rs 2.2).
Em tempos pós-modernos, a “ideologia
de gênero” faz contínuas investidas
de legitimação da homossexualidade. III - BOAZ: SÍMBOLO BÍBLICO
Esse conceito ignora as características DE MASCULINIDADE
físicas e biológicas, alegando que o ser 1. Modelo de generosidade. Boaz é
humano nasce sexualmente neutro. Essa um grande símbolo de masculinidade
concepção invalida a criação divina da bíblica. Ele era um parente de Elimeleque,
raça humana como ser binário “ mas­ 0 falecido esposo de Noemi (Rt 2.1). Esta
culino” e “feminino” (Gn 1.27). Ensina perdera 0 marido, os filhos e ficara apenas
que a identidade de gênero e a orientação com a moabita Rute, uma de suas noras,
sexual independem da anatomia do também viúva e sem filhos (Rt 1.3,5,16).
corpo. Assim, não aceita que os órgãos Para sobreviver, Rute foi trabalhar no
do sistema reprodutor humano sirvam campo de Boaz (Rt 23,5,6). Ao saber que

30 LIÇÕES BÍBLIC A S • ALUNO JULHO •AGOSTO • SETEM BRO 2023


Rute deixara a sua terra para apoiar a por mulher, Boaz tornou-se 0 provedor
sogra, Boaz a tratou com generosidade e protetor daquela família (Rt 4.13-16).
(Rt 2.11,12). Ele se dirigiu a ela com O casal gerou a Obede, avô do Rei Davi
ternura (Rt 2.8); a protegeu para não de cuja linhagem nasceu o Cristo (Rt
ser molestada (Rt 2.9); a alimentou (Rt 4.22, Mt 1.5,6,16). Boaz é símbolo de
2.14); e ordenou que fosse favorecida na masculinidade enquanto marido, pai
colheita (Rt 2.15,16). Porém, pela lei, uma e líder exemplar.
viúva sem filhos só poderia ser resgatada
pelo casamento com um parente próximo
do falecido (Dt 25.5,6; Rt 4.9,10). Assim, CONCLUSÃO
apesar da compaixão de Boaz, Noemi e Deus criou 0 ser humano com dois
Rute ainda estavam em apuros. gêneros: masculino e feminino (Gn 1.27).
2. Modelo de responsabilidade. Por isso, a diferenciação dos sexos é um
Ao
prometer resgatar Rute e a herança de princípio determinado pela criação divina
Elimeleque, Boaz estava ciente que 0 (Gn 2.23). Nesse sentido, a masculinidade
direito era de um parente mais próximo é um conjunto de atributos e funções ine­
que ele (Rt 3.12,13). Assim, movido pelo rentes ao homem. Já a desmasculinização
senso de responsabilidade, liderança e decorre da inversão dos papéis do homem
honra, Boaz levou o caso aos anciãos na sexualidade, na liderança e na prática
(Rt 4.1,2). Na audiência, explicou que as de seus deveres. A masculinidade bíblica
terras estavam à venda e aquele que as exige 0 autocontrole, sacrifício e firmeza
comprasse deveria casar-se com Rute (Rt de caráter no encargo de suas tarefas.
4.4,5). O parente que tinha a primazia Nesse aspecto, a sociedade, a família e a
autorizou Boaz a comprar as terras e igreja esperam por homens que honrem a
se casar com a moabita (Rt 4.6,9,10). sua masculinidade e exerçam 0 papel que
Ao adquirir a propriedade e tomar Rute Deus os vocacionou a desempenharem.

REVISANDO O CONTEÚDO

1. O que visa a diferenciação entre homem e mulher?

2. Quais as funções próprias da natureza do homem?

3. Do que decorre a crise do comportamento m asculino?

4. O que moveu Boaz a levar 0 resgate de Rute aos anciãos?

5. Qual símbolo Boaz representa?

JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2 0 23 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 31


LIÇAO 7
13 de Agosto de 2023

A DESCONSTRUÇÃO DA
FEM INILIDADE BÍBLICA

TEXTO ÁUREO VERDADE PRÁTICA


“E n g a n o sa é a graça, e v a id a d e, A m u lh e r fo i cria d a p a ra c o o p e ra r
a fo rm o su ra , m a s a m u lh er c o m 0 h o m e m . D e u s lh e c o n fio u a
q u e te m e a o Sen h or, essa será d á d iva da m a te r n id a d e e fu n ç ã o
l o u v a d a . ” ( P v 31.30) d e ser e sp o sa e a u xilia d ora .

^_______________________________ _________________________ )

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Gn 2.18-20 Quinta - Pv 31.10,11


A mulher criada por Deus para O inestimável valor da mulher
ser uma “ ajudadora idônea” virtuosa
Terça - Gn 2.21-23 Sexta - Pv 31.10,15
A mulher foi criada por Deus da A dedicação da mulher virtuosa em
carne e dos ossos do homem prol do bem-estar de sua família
Quarta - 1 Co 7-3-5 Sábado - Pv 31.15,16,22
A satisfação sexual dentro dos A mulher virtuosa como notável
limites do matrimônio administradora, empreendedora
e dona do lar
A
32 LIÇÕ ES BÍBLIC A S • ALUNO JULHO ■AGOSTO • SETEMBRO 20 23
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Provérbios 31.10-31
10 - Mulher virtuosa, quem a achará? 0 roupa dobrada.
seu valor muito excede 0 de rubins. 22 - F a z p a r a s i t a p e ç a r i a ; d e l i n h o f i n o
1 1 - O coração do seu marido está nela e d e pú rp u ra é a su a veste.
confiado, e a ela nenhuma fazenda faltará. 23 - C o n h e c e - s e 0 s e u m a r i d o n a s p o r ta s ,
12 - Ela lhe faz bem e não mal, todos os q u a n d o se a s s e n ta c o m os a n c iã o s da terra.
dias da sua vida. 24 - F a z p a n o s d e l in h o f i n o , e v e n d e - o s ,
13 - Busca lã e linho e trabalha de boa e d á cin ta s a o s m ercado res.
vontade com as suas mãos. 25 - A f o r ç a e a g ló r ia s ã o a s s u a s v e s t e s ,
14 - £ como 0 navio mercante: de longe e r i-s e d o dia fu tu ro .
traz 0 seu pão. 26 - A b r e a b o c a c o m s a b e d o r i a , e a lei
15 - Ainda de noite, se levanta e dá manti­ d a b e n e f i c ê n c i a e s t á n a s u a lí n g u a .
mento à sua casa e a tarefa às suas servas. 27 - O l h a p e l o g o v e r n o d e s u a c a s a e n ã o
16 - Examina uma herdade e adquire-a; c o m e 0 p ã o d a p reg uiça .
planta uma vinha com 0fruto de suas mãos. 28 - L e v a n t a m - s e s e u s fi lh o s , e c h a m a m -
17 - Cinge os lombos de força e fortalece - n a b e m -a v e n tu r a d a ; c o m o ta m b é m seu
os braços. m a rid o , q u e a lou va, d iz e n d o :
18 - Prova e vê que é boa sua mercado­ 29 - M u i t a s f i l h a s a g i r a m v i r tu o s a m e n t e ,
ria; e a sua lâmpada não se apaga de noite. m a s tu a t o d a s é s s u p e r io r .
19 - Estende as mãos ao fuso, e as palmas 30 - E n g a n o s a é a g r a ç a , e v a i d a d e ,
das suas mãos pegam na roca. a fo rm o su ra , m a s a m u lh er que tem e
20 - Abre a mão ao aflito; e ao necessitado a o Sen h o r, essa será lo u v a d a .
estende as mãos. 31 - D a i - l h e d o f r u t o d a s s u a s m ã o s , e
21 - Não temerá, por causa da neve, lo u v e m -n a n a s p o rta s as su a s obras.
porque toda a sua casa anda forrada de

COM ENTÁRIO

INTRODUÇÃO minilidade. Assim, 0 nosso propósito


As Escrituras apresentam a mulher é mostrar que Deus requer da mulher
virtuosa como símbolo da feminilidade cristã que se porte conforme a revelação
(Pv 31.10-31). Essa mulher é retrata­ da Palavra de Deus.
da como modelo de esposa fiel, mãe
amorosa, administradora e empreen­
dedora exemplar. Porém, em tempos I - FEMINILIDADE BÍBLICA
pós-modernos, a feminilidade bíblica 1. A criação divina da m ulher. O
vem sendo desconstruída. Nesta lição, homem e a m ulher foram criados à
apresentamos o mandado divino para imagem de Deus (Gn 1.27). Na ordem
a mulher, as investidas do ativism o da Criação, Adão foi criado antes de
feminista e 0 exemplo bíblico de fe­ Eva (Gn 2.7,15). Em seguida, 0 Criador

JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2 0 23 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 33


concluiu: “ não é bom que o homem do homem (1 Co 11.9). Nesse caso, 0 ter­
esteja só” (Gn 2.18). Assim, Deus criou mo “ auxiliador” também é empregado
a mulher a partir da carne e dos ossos para se referir a Deus (SI 33.20; Sl 121.2).
do homem (Gn 2.21,22). Por isso, Adão a Portanto, auxiliar não é algo deprecia­
identificou: “esta será chamada varoa, tivo e sim uma nobre função de ajuda e
porquanto do varão foi tomada” (Gn socorro. Nesse aspecto, a Bíblia enfatiza
2.23). No ato criativo, a imagem divina que Deus criou a mulher para ser uma
foi distribuída sem distinção entre eles, ajudadora idônea (Gn 2.18). Isso foi as­
fazendo-os iguais diante do Altíssimo. sim porque Adão convivia com todos os
Adão e Eva foram criados iguais em seres criados, mas não achava auxiliar
pessoalidade, valor, honra e respeito. semelhante a ele, capaz de suprir essa
Porém, essa igualdade não quer dizer necessidade. Então, por esse motivo,
uniformidade de papéis (Gn 1.26-28; Deus fez a mulher para cooperar com o
3.16-19). A Bíblia ensina a igualdade homem, não como alguém inferior, mas
de ambos, mas também deixa claro as como complemento com suas igualdades
funções distintas de cada um. e diferenças. Essa complementaridade
2. A bênção da maternidade. No mútua é necessária à formação do casal,
mandato criacional, Deus ordenou ao à procriação, satisfação sexual, vivência
homem e à mulher: “ frutificai, multi­ afetuosa e prazerosa para cumprir a
plicai-vos, e enchei a terra” (Gn 1.28). vontade de Deus (Pv 5.18).
Obviamente, uma tarefa impossível para
Adão realizar sozinho. Assim, a mulher II - A DESCONSTRUÇÃO DA
foi criada com a bênção da maternidade FEMINILIDADE
e com a função de ser esposa e mãe. 1. O ativismo feminista. No século
Adão a chamou de Eva “ porquanto ela 19, aconteceu na Europa e nos EUA a
era a mãe de todos os viventes” (Gn primeira onda do ativismo feminista. As
3.20). Desse modo, 0 papel natural da mulheres reivindicavam direitos iguais
mulher inclui a dádiva da procriação, de
aos dos homens. O primeiro a se popu­
cuidadora do lar e dos filhos (l Tm 5.14).
larizar foi 0 direito ao voto. No século 20,
Aqui, porém, é importante ressaltar quea segunda onda do feminismo lutou por
esse papel da mulher, constituído peladireitos reprodutivos e liberdade sexual.
biologia e, consequentemente, reafir­ A ativista Simone de Beauvoir (1908-1986)
mado pela Bíblia, é 0 ponto sensível em
estabelece uma das máximas do femi­
que as feministas consideram um ultraje
nismo: “não se nasce mulher, se torna
que limita a função social da mulher emulher”. Esse ativismo avança, se amplia
que, por isso, lutam por emancipação para a discussão de gênero e 0 movimento
dos afazeres do lar e da maternidade. toma conotações de “empoderamento”
Contudo, diante da miraculosa concep­ da mulher. Em 2011, a partir de um
ção em seu ventre, Maria irrompeu em fenômeno na Universidade de Toronto,
cânticos de gratidão ao Altíssimo pelano Canadá, se introduz o slogan “meu
bênção da maternidade (Lc 1.46-48). corpo, minhas regras”. Como cristãos,
Essa bênção deve ser rememorada sem­ devemos afirmar e defender os direi­
pre às mulheres cristãs do século XXI.tos das mulheres, bem como combater
3. A mulher como auxiliadora. A qualquer tipo de discriminação. Porém,
mulher foi criada para ser auxiliadora ao mesmo tempo, devemos deixar claro

3 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2 0 2 3


podem ser rompidos. Nesse sentido, a
vv visão marxista é de desconstrução da
A d escon stru ção da família tradicional, promoção da liber­
dade sexual e dissolução do matrimônio.
fem inilidade as coloca
Esse conceito exerce forte influência no
em ro ta de colisão co m a movimento feminista. Desse modo, 0
vontade divina. Por isso a ativismo radical rejeita a maternidade,
m ulher cristã é instru íd a a faz apologia ao aborto, considera ofensivo
h o n rar a sua fem inilidade 0 papel da mulher como auxiliadora,
enaltece a lascívia e engaja-se em uma
luta de gênero contra os homens.

III - MULHER VIRTUOSA:


que o feminismo é uma ideologia que SÍMBOLO BÍBLICO
busca desconstruir os valores bíblicos. DE FEMINILIDADE
2. A “liberdade sexual”. A Bíblia se 1. Modelo de esposa fiel. A mulher
refere ao sexo como algo prazeroso entre virtuosa é de inestimável valor (Pv 31.10).
o homem e sua mulher nos limites do ca­ Por isso, a Bíblia declara que “0 coração
do seu marido está nela confiado” (Pv
samento (Pv 5.18,19). A satisfação sexual
31.11a) e revela total confiança do esposo
deve ocorrer dentro do matrimônio e ser
na sua mulher. Assim, a conduta dessa
precedida de amor mútuo entre ambos (1
esposa é ilibada em todas as áreas, tais
Co 7.3-5). Entretanto, para o feminismo
como: lealdade conjugal, pureza sexual,
esse modelo é repressivo e deve ser com­
administração do lar e das finanças.
batido em busca de “libertação” sexual
Além disso, o excelente gerenciamento
da mulher. Na defesa dessa ideologia,
dessa mulher não coloca a família em
requer que nenhum modo de relação
necessidade. Por isso, nessa casa “ ne­
sexual deve ser considerado certo ou
nhuma fazenda faltará” (Pv 31.11b) e
errado. Aqui, inclui-se a iniciação sexual ao marido “ela lhe faz bem e não mal,
precoce, a prática da homossexualidade, todos os dias da sua vida” (Pv 31.12). Ela
a fornicação, 0 adultério e a prostituição lhe proporciona contínuo bem-estar, é
(1 Co 6.10). Nessa esteira, temas como 0 uma mulher confiável e não é instável.
aborto, a gravidez indesejada e a des­ Suas ações inspiram a indispensável
construção da família são radicalizados confiança que faz de seu marido um
pelo ativismo ideológico do movimento. homem bem-sucedido (Pv 31.23).
3. Ataques à fam ília tradicional. 2. Padrão de mãe amorosa. A mulher
A Escritura ensina que 0 casamento é virtuosa é também uma mãe dedicada:
monogâmico, heterossexual e indisso­ “ se levanta e dá m antim ento à sua
lúvel (Mt 19.5,6), tendo 0 homem como casa” (Pv 31.15a). Ela acorda quando
líder da família (Ef 5.23). Porém, para ainda está escuro e providencia a re­
a ideologia do ativismo feminista, essa feição para a família. Pelo bem-estar
forma bíblica de matrimônio escraviza de seu marido e filhos, ela gerencia as
a mulher, obriga 0 casal a ter relações diversas tarefas do lar (Pv 31.15b). Ela
sexuais apenas com 0 seu cônjuge e é uma mãe protetora, seus filhos estão
tiran iza os laços conjugais que não adequadamente vestidos tanto no calor

JULHO •AGOSTO • SETE M BRO 2023 LIÇÕES BÍBLIC A S • ALUNO 35


como no frio: “ não receia a neve por ao futuro (Pv 31.25). Essa esposa, mãe e
seus familiares, pois todos eles vestem empreendedora é louvada por sua família
agasalhos” (Pv 31.21 - NVI). Essa mãe (Pv 31.28,29). O seu valor imensurável
virtuosa educa sua prole com sabedoria não reside na aparência física, mas em
e bondade (Pv 31.26). Antecipa-se as um coração temente a Deus (Pv 31.30). O
dificuldades domésticas e “ não come exemplo e as virtudes dessa mulher serão
0 pão da preguiça” (Pv 31.27). Os filhos publicamente reconhecidos (Pv 31.31).
reconhecem seu incalculável valor, a
elogiam, agradecem e retribuem 0 amor CONCLUSÃO
recebido dessa ditosa mãe (Pv 31.28a). A Bíblia revela que homens e mulhe­
3. Exemplo de adm inistradora res e se complementam (Gn 2.24). Dessa
em preendedora. A m ulher virtuosa forma, marido e esposa são iguais como
é uma notável administradora. Como pessoas, mas diferentes nas funções
empreendedora adquire tecidos, confec­ divinamente estabelecidas. Dentre ou­
ciona roupas, lençóis e colchas de boa tros papéis, Deus confiou às mulheres
qualidade (Pv 31.15,22). Negocia bens a dádiva da maternidade e a tarefa de
importados e de elevado padrão para a ser auxiliadora. Essas características
sua casa (Pv 31.14). Compra propriedades enobrecem e não estigm a tiza m as
e gerencia negócios lucrativos (Pv 31.16). mulheres. Contudo, a desconstrução
Administra a produção e as vendas de seu da feminilidade as coloca em rota de
empreendimento (Pv 31.18,24). Generosa colisão com a vontade divina. Por isso,
e sensível, ajuda aos pobres e necessi­ a mulher cristã é instruída a honrar a
tados (Pv 31.20). Cheia de energia e de sua feminilidade e assim glorificar a
bom caráter é autoconfiante em relação Deus em sua soberania (Lc 1.38,46-48).

REVISANDO O CONTEÚDO

1. No ato criativo, como a imagem divina foi distribuída para Adão e Eva?

2. No século 19, 0 que aconteceu na Europa e nos EUA?

3. O que a Bíblia ensina sobre 0 casamento?

4. Cite ao menos duas características da m ulher virtuosa como mãe.

5. Cite ao menos duas características da m ulher virtuosa como adm i­


nistradora.

36 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2 0 2 3


LIÇÃO 8
20 de Agosto de 2023

TRA N SG EN ERO - QUE


T R A N S R E A L ID A D E É E S S A

TEXTO ÁUREO VERDADE PRÁTICA


“Portanto, deixará 0 varão 0 seu A sexualidade bíblica é
pai e a sua mãe e apegar-se-á à heterossexual, biologicamente
sua mulher, e serão ambos uma definida conforme 0 sexo
carne.” (Gn 2.24) divinamente criado.

V________________________ ______________________________ )

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Mc 10.6 Quinta - l Ts 5.23
A formação biológica e binária 0 homem é formado de partes
do ser humano material (corpo) e imaterial
Terça - Gn 1.26 (espírito e alma)
O homem foi criado à imagem e Sexta - Gn 1.27; 2.24
semelhança moral de Deus 0 gênero do corpo é definido pelo
Quarta - l Co 7.3,4 sexo de criação: homem ou mulher
Monogamia e heterossexualidade Sábado - Mt 19.4-6
como modelos bíblicos da A anatomia dos sexos serve ao
sexualidade propósito divino da sexualidade e
da reprodução

JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2 0 23 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 37


L E IT U R A B ÍBLIC A EM CLASSE

Gênesis 2.7,18-25
7 - Eformou 0 Senhor Deus 0 homem do pó 21 - Então, 0 Senhor Deus fez cair um sono
da terra e soprou em seus narizes 0fôlego pesado sobre Adão, e este adormeceu; e
da vida; e 0 homem foi feito alma vivente. tomou uma das suas costelas e cerrou a
18 - £ disse 0 Senhor Deus: Não é bom carne em seu lugar.
que 0 homem esteja só; far-lhe-ei uma 2 2 - E d a costela que 0 Senhor Deus to­
adjutora que esteja como diante dele. mou do homem formou uma mulher; e
19 - Havendo, pois, 0 Senhor Deus formado trouxe-a a Adão.
da terra todo animal do campo e toda ave 23 - E disse Adão: Esta é agora osso dos
dos céus, os trouxe a Adão, para este ver meus ossos e carne da minha carne; esta
como lhes chamaria; e tudo 0 que Adão será chamada varoa, porquanto do varão
chamou a toda a alma vivente, isso foi 0 foi tomada.
seu nome. 24 - Portanto, deixará 0 varão 0 seu pai
20 - EAdão pôs os nomes a todo 0 gado, e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher,
e às aves dos céus, e a todo animal do e serão ambos uma carne.
campo; mas para 0 homem não se achava 25 - £ ambos estavam nus, 0 homem e
adjutora que estivesse como diante dele. a sua mulher; e não se envergonhavam.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO m asculino e feminino. Não obstan­


Biblicamente, os seres humanos te, na década de 1970, as fem inistas
possuem um sexo biologicamente deter­ u savam 0 term o “ g ê n e ro ” para 0
minado, de conformação heterossexual diferenciar do “ sexo” anatômico. As
(Gn 2.24). No entanto, a desconstrução ciências sociais passaram a en fati­
dos valores e a revolução sexual apre­ zar que o comportamento social dos
sentam novas formas de sexualidade, gêneros é estabelecido pela cultura e
dentre elas, a transgeneridade. Nesta não pelas características biológicas do
lição, veremos as características desse sexo. Assim , argum entam que uma
pessoa não precisa se comportar de
fenômeno, a visão bíblica de sexo, gênero
e os efeitos da ideologia transgênero. acordo com 0 seu sexo de nascimento.
Nosso objetivo é reafirmar a vontade Alegam que o gênero e a orientação
de Deus quanto ao ser humano viver sexu al não são determ inados pelo
de maneira coerente com 0 propósito sexo biológico. Nesse caso, avaliam
divino por meio de seu sexo biológico. que a relação sexual entre macho e
fêmea corresponde a papéis sociais
I - COMPREENDENDO impostos pelo contexto cultural e so­
O PENSAMENTO DA cial, não pela constituição anatômica
TRANSGENERIDADE e biológica do corpo humano. Desse
1. Identidade de gênero. O gênero modo, validam qualquer com porta­
identifica os seres inequívocos do sexo mento sexual.

38 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2 0 2 3


2. Cisgênero e Transgênero. Nos II - REAFIRMANDO A VISÃO
estudos de gêneros, dois termos são BÍBLICA DE GÊNERO
usados: “Cisgênero” e “Transgênero”. 1. A constituição biológica. Do he­
Cisgênero se refere a pessoa cujo gênero braico adham, 0 homem foi formado
está em concordância com o sexo de do pó úmido da terra (Gn 2.7). Nosso
nascimento, ou seja, a fêmea nascida Senhor ratificou que “desde o princípio
com genitália feminina que se reco­ da criação, Deus os fez macho e fêmea”
nhece mulher e o macho nascido com (Mc 10.6). Nossa Declaração de Fé professa
genitália masculina que se reconhece que o ser humano é constituído de três
homem. Transgênero (ou Disforia de substâncias, uma física: corpo; e duas
Gênero) classifica a pessoa cujo gênero imateriais: espírito e alma (l Ts 5.23;
está em oposição ao sexo de nascimento, Hb 4.12). Desse modo, 0 corpo físico é
ou seja, indivíduo que nasce com ge­ 0 invólucro das partes imateriais (Gn
nitália masculina, mas que se assume 35.18; Dn 7.15). O gênero desse corpo é
mulher ou o que nasce com genitália definido pelo sexo de criação genetica­
feminina, mas que se assume homem. mente determinado: homem ou mulher
São pessoas que alegam ter nascido no (Gn 1.27; 2.24). Nesse caso, o sexo e o
corpo errado e se identificam com o gênero estão relacionados com as carac­
gênero diferente do sexo biológico. O terísticas orgânicas do corpo e dos órgãos
movimento social de representatividade genitais. Significa que na criação divina,
desse grupo é chamado de LGBTQIAPN+. os cromossomos sexuais XY determi­
Essa cosmovisão ratifica a ideia de que nam 0 sexo masculino (macho) e os XX
a identidade de gênero independe do determinam 0 sexo feminino (fêmea).
sexo biológico. 2. A constituição moral. O homem
3. Transgênero e sexualidade. Para foi criado, dentre outros aspectos, à
os especialistas, a orientação sexual de imagem e semelhança moral de Deus
uma pessoa é definida de acordo com o (Gn 1.26,27). Entretanto, o pecado cor­
gênero que ela se identifica e por qual rompeu a moralidade do gênero humano
gênero sente atração sexual, a saber: (a) (Gn 6.5). Por isso, no plano divino, os
heterossexual, quando a atração é pelo crentes precisam ser renovados segundo
gênero oposto; (b) homossexual, quando a semelhança moral original (Ef 4.22-
a atração é pelo mesmo gênero; (c) bis- 24; Cl 3.10). Essa renovação é obra do
sexual, quando a atração é por ambos os Espírito Santo que opera interiormente
gêneros; (d) assexual, quando inexiste e promove a santificação do espírito,
atração por gênero algum; (e) pansexual, da alma e do corpo (Rm 8.2-5,13,14; l
quando a atração não depende de gênero. Ts 5.23). Assim, aos salvos a Escritura
Além dessas categorias, existe pessoas diz: “ não reine, portanto, 0 pecado em
que se denominam não-binárias, que vosso corpo mortal” (Rm 6.12). Desse
não se encaixam em nenhum gênero, modo, as práticas sexuais ilícitas são
nem masculino nem feminino. Desse proibidas (Êx 20.14; Rm 1.26,27). A
modo, como nessa ideologia não há Bíblia ensina que a imoralidade sexual
conexão entre sexo biológico e gêne­ afronta o corpo, que é templo e morada
ro, uma pessoa que se identifica como do Espírito Santo (1 Co 6.18-20).
transgênero transita livrem ente em 3. A constituição da sexualidade. Ao
todo 0 tipo de relação sexual. criar 0 ser humano “ macho e fêmea”,

JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2 0 2 3 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 39


vv
[ ...] N inguém n asce
orientação sexual bíblica. Em 1991, 0
termo heteronormatividade passou a
ser utilizado em depreciação da prá­
tica heterossexual. É uma proposta de
p red eterm in ad o a
doutrinação para apresentar a crítica
id e n tifica r-se com o de que o reconhecimento da distinção
tra n sg ê n e ro . M u d a-se biológica entre homem e mulher como
a cu ltu ra, m as Palavra dado óbvio do desenvolvimento humano
de Deus p erm an ece para e da realidade, ou seja, a heteronormati­
vidade (que já é um termo doutrinador),
se m p re .”
é um sistema opressor e normatizador
em que se obriga as pessoas a se rela­
cionar apenas entre homem e mulher.
Nesse sentido, acusam os héteros de
preconceituosos, discrim inadores e
transfóbicos.
Deus também instituiu a sexualidade 2. Construção de narrativas. M ili­
(Gn 1.27,28). Sempre fez parte da cria­ tantes trans alegam que a subjetividade
ção original de Deus 0 homem unir-se de alguém se sentir homem ou mulher
sexualmente em uma só carne com sua deve sobrepor aos aspectos biológicos.
mulher (Gn 2.24). Ao abordar 0 tema, 0 Nesse sentido, eles se rebelam contra a
Senhor Jesus associou a anatomia dos própria constituição biológica. Então,
sexos com 0 propósito divino da sexua­ para adequar a insatisfação do próprio
lidade e da reprodução (Mt 19.4-6). O corpo com a mente, exigem terapia hor­
relacionamento sexual conforme ideali­ monal e cirurgia de redirecionamento
zado pelo Criador prevê uma satisfação sexual como pretensas soluções. Isso
completa entre homem e mulher na busca é tão sério que 0 ativismo na educação
da realização conjugal e na procriação e saúde pública acaba se impondo no
da espécie (Ec 9 -9 ; Sl 127.3-5). A união doutrinamento de crianças e adoles­
monogâmica e heterossexual configura centes. Na busca de aceitação social,
o modelo bíblico de sexualidade (1 Co divulgam a ideia do nascim ento no
7.3,4). Desse modo, no plano divino, 0 corpo errado. De outro lado, em 2017,
sexo, o gênero e a sexualidade não são a associação de pediatras americanos
meros estereótipos de construção social, (American College of Pediatricians) pu­
mas estão biologicamente constituídos blicou que: (a) conflitos entre mente
e intimamente relacionados. e corpo devem ser corrigidos pelo
alinhamento do gênero (mente) com 0
III - EFEITOS DA IDEOLOGIA sexo anatômico (corpo), e não fazendo
intervenções invasivas no corpo; (b)
TRANSGÊNERO
meninos não nascem com cérebro fe-
1. Depreciação da heterossexualida- minizado e meninas não nascem com
de. Vimos que 0 modelo de sexualidade cérebro masculinizado; e (c) a ideia de
nas Escrituras é heterossexual (Gn 2.24; pessoas presas no corpo errado é uma
Mt 19.5; Mc 10.7; Ef 5.31). No entanto, crença ideológica que não tem base na
ativistas atuam na desconstrução da ciência rigorosa (Rm 9.20).

4 0 LIÇÕES BÍBLICA S • ALUNO JULHO • AGOSTO ■ SETEMBRO 2 0 2 3


3. Linguagem neutra. 0 movimento CONCLUSÃO
LGBTQIAPN+ requer a inserção de uma O sexo, 0 gênero e a sexualidade
terminologia neutra ou não-binária na fazem parte da constituição anatômica
linguagem. O objetivo é identificar quem e fisiológica divinamente instituída.
não se reconhece como masculino ou Nas Escrituras existem apenas duas
feminino. Os ativistas consideram a possibilidades de gênero e anatomia
gramática normativa como machista sexual humana, ou seja, 0 masculino/
e elitista. Contudo, na Língua Portu­ macho e 0 feminino/fêmea (Gn 1.27).
guesa o gênero neutro é absorvido pelo Ao término da criação, “viu Deus tudo
masculino. Assim, o masculino é usado quanto tinha feito, e eis que era muito
de modo genérico para identificar a bom” (Gn 1.31). Ele não errou ao criar
espécie humana (homens e mulheres). a sexualidade heterossexual para a
Não obstante, a m ilitância pretende humanidade. Portanto, ninguém nasce
substituir as vogais ‘a’ e ‘o’ na pretensão predeterminado a identificar-se como
de neutralizar o gênero. Desse modo, a transgênero. Muda-se a cultura, mas
norma gramatical é desconstruída para a Palavra de Deus permanece imutável
atender à ideologia de gênero (Is 5.21). (Mt 24.35).

REVISANDO O CONTEÚDO

1. O que o gênero identifica?

2. O que significa cisgênero?

3. O que 0 corpo físico é em relação às partes imateriais do ser humano?

4. O que sempre fez parte da criação original de Deus?

5. Cite pelo menos um dado do estudo de pediatras americanos que


contraria a ideia de redirecionam ento sexual.

VOCABULÁRIO
Invólucro: aquilo que serve ou é usado para envolver, cobrir; envoltório,
envólucro, cobertura, revestimento, involutório.

JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2 0 23 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO l+l


LIÇAO 9
27 de Agosto de 2023

U M A VISÃ O B ÍB L IC A
DO CO RPO

TEXTO ÁUREO VERDADE PRÁTICA


“M a s 0 c o r p o n ã o é p a r a a Oc o r p o é 0 te m p lo d o E spírito
p ro stitu içã o , s e n ã o p a ra 0 S a n t o e , p o r is s o , d e v e s e r
Senhor, e 0 S en h or para 0 c o n s e r v a d o e m sa n tifica çã o
c o r p o . ” (1 C o 6 . 1 3 b ) a t é a v o lta d e Cristo.

V________________ J

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Gn 2.7 Quinta - 1 Co 6.19; Ef 1.13


O homem recebeu 0 fôlego da O corpo do crente salvo é templo e
vida diretamente de Deus morada do Espírito Santo
Terça - 1 Ts 5.23 Sexta - Rm 8.23; Fp 3-21
O ser humano é constituído de A transformação do corpo mortal
espírito, alma e corpo conforme 0 corpo glorioso de Cristo
Quarta - l Co 6.20 Sábado - Ec 12.14
Devemos glorificar a Deus em Todos os nossos atos estarão sob 0
nosso corpo juízo divino

42 LIÇÕES BÍBLICA S • ALUNO JULHO ■ AGOSTO • SETEMBRO 2 0 2 3


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1 Coríntios 6.12-20
12 - Todas as coisas me são lícitas, mas 16 - Ou não sabeis que 0 que se ajunta
nem todas as coisas convêm; todas as com a meretriz faz-se um corpo com ela?
coisas me são lícitas, mas eu não me Porque serão, disse, dois numa só carne.
deixarei dominar por nenhuma. 17 - Mas 0 que se ajunta com 0 Senhor é
13 Os manjares são para 0 ventre, e 0 um mesmo espírito.
ventre, para os manjares; Deus, porém, 18 - Fugi da prostituição. Todo pecado que
aniquilará tanto um como os outros. Mas 0 homem comete éfora do corpo; mas 0 que
0 corpo não é para a prostituição, senão se prostitui peca contra 0seu próprio corpo.
para 0 Senhor, e 0 Senhor para 0 corpo. 19 - Ou não sabeis que 0 nosso corpo é 0
14 - Ora, Deus, que também ressuscitou 0 templo do Espírito Santo, que habita em
Senhor, nos ressuscitará a nós pelo seu poder. vós, proveniente de Deus, e que não sois
15 - Não sabeis vós que os vossos corpos de vós mesmos?
são membros de Cristo? Tomarei, pois, os 20 - Porquefostes comprados por bom preço;
membros de Cristo e fá-los-ei membros glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no
de uma meretriz? Não, por certo. vosso espírito, os quais pertencem a Deus.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO ral, imediato, e não por um processo


Deus criou 0 ser humano para o louvor evolutivo. Assim , o homem (adham)
da sua glória (1 Co 6.20). Em vista disso, foi formado do pó úmido da terra (Gn
Ele espera do homem regenerado uma 2.7). Interessante notar que o uso do
vida de santidade (1 Pe 1.15). Contudo, hebraico adham denota nome próprio,
os conceitos secularistas propagam mas também genérico, significando
uma forma de vida independente dos “homens” e “humanidade” (SI 73.5; Is
preceitos divinos. Nesta lição, vamos 31.3). Logo, Adão foi o primeiro homem
estudar a criação do homem e as caracte­ a ser criado (Gn 2.15,19,20); e Eva, a
rísticas do corpo humano nas Escrituras primeira mulher, formada do corpo de
e correlacionar esse tema com a visão Adão (Gn 2.22; 3.20). Além disso, homem
secular do corpo hoje. Nossa finalidade e mulher são descritos como criaturas
é apresentar a visão bíblica do corpo, da terra, porém, Deus “ soprou em seus
seu propósito e sua glorificação final. narizes 0 fôlego da vida” (Gn 2.7b). Ele
não fez isso com os animais. O sopro de
I - A CRIAÇÃO DO SER HUMANO Deus foi a outorga do nosso espírito e isso
1. A origem da raça humana. O ho­ nos distingue dos demais seres criados.
mem é 0 único ser vivo criado à imagem 2. A constituição do ser humano. Nossa
e semelhança de Deus (Gn 1.26,27). Por Declaração de Fé professa que a natureza
isso, nossa Declaração de Fé ensina que humana consiste numa parte externa, 0
fomos criados por um ato sobrenatu­ corpo ou a carne (Gn 6.3; SI 78.39), cha-

JULHO ■ AGOSTO • SETEMBRO 2 0 23 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 43


mada de “homem exterior”; e uma parte pode estar desassociada de seu corpo:
interna, denominada de “homem interior”, “glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e
composta de espírito e alma (2 Co 4.16; no vosso espírito, os quais pertencem a
1 Ts 5.23). Essa constituição humana é Deus” (1 Co 6.20). Desse modo, a conduta
denominada de tricotomia, isto é, três irrepreensível do cristão é requerida no
substâncias: espírito, alma e corpo (Hb espírito quanto na alma e no corpo (1 Ts
4.12). Exemplo dessa estrutura pode ser 5.23). Isso quer dizer que a santificação
observada na pessoa de Cristo (Lc 23.46; deve atingir a parte material e imaterial
24.39). A Bíblia de Estudo Pentecostal leciona do homem. Contudo, essa restauração
que 0 nosso espírito é 0 componente pelo somente é possível por meio do sangue de
qual se tem comunhão com 0 Espírito de Cristo, pela ação do Espírito e pela Palavra
Deus. E a alma é definida pelos aspectos de Deus (1 Pe 1.15-25).
da mente, emoções e vontade. O corpo
é a parte que volta ao pó e que, no caso II - A VISÃO BÍBLICA DO CORPO
dos salvos, será transformado no dia da l. Parte exterior do homem. O termo
ressurreição (l Co 15.42). corpo (do grego, soma) normalmente
3. Queda e restauração humana. identifica
A a parte exterior do ser humano
Bíblia revela que todas as áreas de nosso (Mt 10.28; 1 Co 15.38). O termo carne (do
ser foram afetadas pelo pecado (Rm 7.20- grego, sarx), quando se refere ao homem
23). Conforme a Teologia Sistemática: uma físico, inclui a sua dimensão exterior
perspectiva pentecostal, embora constituído (Lc 24.39; At 2.31). Ambos os termos
de três substâncias, se o ser humano for indicam a parte visível e material da
afetado em um elemento de sua constitui­ natureza humana. O corpo é 0 invólucro
ção humana, ele será afetado inteiramente. da parte imaterial do ser humano; ele
Nessa perspectiva, a vida espiritual não envelhece e morre, ocasião em que alma

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

“A POSITIVIDADE DO CORPO
[...] Paulo não fala também do 'corpo do
pecado’ (Rm 6.6)? E isso não significa que 0
corpo é a fonte do mal? Não. O contexto deixa
claro que Paulo está falando que 0 corpo pode
tornar-se um instrumento do pecado - mas pode
também se tornar um instrumento de justiça:
‘Não sabeis vós que a quem vos apresentardes
por servos para lhe obedecer, sois servos daquele
a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou
da obediência para a justiça?’ (v.16). O problema
não é 0 corpo, mas 0 pecado. O corpo é apenas
0 lugar onde a batalha entre o bem e 0 mal é
encarnada.” Amplie mais 0 seu conhecimento,
lendo a obra Ama Teu Corpo, Editora CPAD, p.45.

4 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO ■ AGOSTO • SETEMBRO 2 0 2 3


e espírito o deixam (Gn 35.18; Tg 2.26). glorioso de Cristo (Rm 8.23; Fp 3.21). Esse
A carne (corpo) geralmente é descrita evento ocorrerá quando Jesus voltar (1 Ts
em sentido negativo: “ na minha car­ 4.13-17). Na ressurreição, a parte imaterial
ne, não habita bem algum” (Rm 7.18). será reunida em um corpo incorruptí­
Entretanto, esse tom depreciativo diz vel, glorificado, espiritual e imortal (l
respeito à natureza pecam inosa do Co 15.42-44,52-54). Assim, a morte é 0
homem e não especificamente ao corpo último inimigo a ser vencido (l Co 15.26).
físico. Assim sendo, nossa Declaração
de Fé rejeita a ideia de ser 0 corpo uma
III - A VISÃO SECULAR
prisão da alma e do espírito ou de ser
DO CORPO
inerentemente mau e insignificante.
1. Hedonismo e narcisismo. Zelar e
2. Templo do Espírito Santo. A Es­
manter 0 corpo saudável é uma forma
critura declara que “0 corpo não é para
de glorificar a Deus (1 Co 6.20). Contudo,
a prostituição, senão para 0 Senhor”
em tempos pós-modernos de busca da
(l Co 6.13b). Isso significa que 0 corpo
felicidade, 0 hedonismo e 0 narcisis­
pertence ao Criador e a Ele deve estar
mo são incutidos na sociedade. Com
unido (1 Co 6.17). Nesse sentido, essa
hedonismo, nos referimos ao estilo de
parte material do salvo deve ser santa
vida em que a obtenção do prazer e a
e usada para glorificar a Deus (1 Co
fuga do sofrimento são prioridades.
6.20b). Em 1 Coríntios 6, lemos que os
Nesse aspecto, tudo é permitido. Com
corpos dos salvos são metaforicamente narcisismo, aludimos ao amor excessivo
membros do Corpo de Cristo (1 Co 6.15; que uma pessoa tem por si própria. De
cf. Rm 12.4,5). Por isso, eles não devem acordo com essa abordagem, refere-se
praticar atos imorais (Rm 6.13,19; 1 Co ao indivíduo que, de modo insensato,
6.15,16). Aqui, 0 cristão é exortado a não persegue 0 corpo ideal por meio da boa
pecar contra 0 próprio corpo (1 Co 6.18), estética a qualquer custo e se porta com
pois um resgate de alto preço foi pago ostentação em busca da autorrealização
por Cristo (l Co 6.20a) tornando 0 crente e de ser admirado. Em oposição a essa
templo e morada do Espírito Santo (1 Co cultura, Paulo ensina: “ todas as coisas
6.19; Ef 1.13). Portanto, como santuário, me são lícitas, mas nem todas as coisas
0 corpo nunca deve ser profanado por convêm” (1 Co 6.12a).
impureza alguma. 2. Erotização e libertinagem . Ao
3. Glorificado na ressurreição. A res­ formar 0 ser humano, Deus também criou
surreição de Cristo aniquilou 0 império a sexualidade (Gn 1.27,28). Portanto, não
da morte (Hb 2.14,15) e garantiu a nossa se trata de algo impuro. O pecado não
ressurreição (1 Co 6.14; 2 Co 4.14). Entre está no sexo, mas na perversão de seu
a morte e a ressurreição há um estado propósito. Nossa Declaração de Fé leciona
intermediário, onde a parte imaterial do que a relação sexual não é só para pro-
ser humano subsiste de modo consciente criar, mas também para 0 prazer dentro
(Lc 9.28-31; 16.22-31). Contudo, 0 nosso dos lim ites do matrimônio e do uso
corpo carnal não pode herdar 0 Reino de natural do corpo (Rm 1.26,27; Hb 13.4).
Deus (1 Co 15.50). Por isso, a última etapa Todavia, em nossos dias, a erotização
de nossa salvação é a glorificação (Rm do corpo é explorada nas mídias, artes,
8.30). Inclui a redenção e a transformação músicas e literaturas. O objetivo é seduzir
de nosso corpo mortal conforme o corpo e estimular as práticas sexuais ilícitas.

JULHO • AGOSTO ■ SETEMBRO 20 23 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 45


Como resultado, a licenciosidade, isto é, atuam contra 0 corpo na legalização do
a conduta sexual desregrada e imoral, aborto, da prostituição, das drogas, do
prolifera assustadoramente (1 Co 6.10). suicídio assistido, dentre outros. Con­
Diante disso, 0 apóstolo Paulo adverte: trário a esse ativismo, 0 apóstolo Paulo
“todas as coisas me são lícitas, mas eu assevera: “ não sabeis [...] que não sois
não me deixarei dominar por nenhuma” de vós mesmos?” (l Co 6.19).
(l Co 6.12b).
3. Liberdade e autonom ia. A Bí­
CONCLUSÃO
blia atesta que 0 homem é dotado de
Criado da terra, à imagem e seme­
livre-arbítrio (Gn 2.16,17). Isso indica
lhança divinas, 0 homem é constituído de
autonom ia para tom ar as próprias
três substâncias: espírito, alma e corpo (1
decisões e se autogovernar. Somos
Ts 5.23). Nessa concepção, não podemos
livres, porém, todos os nossos atos
pecar com 0 corpo sem afetar o espírito
serão alvo do juízo divino (Ec 12.14).
Não obstante, no atual cenário, idéias e a alma (1 Co 6.15-17)- O corpo é morada
secularistas promovem a banalização do Espírito, que não habita em santuário
do corpo. O existencialismo ateu, por impuro (1 Co 6.18,19). Na vinda de Cristo,
exemplo, afirma que para descobrir 0 0 corpo dos santos será glorificado (1 Co
sentido da vida, 0 homem deve usufruir 15.52). Assim, 0 corpo não deve ser tra­
de liberdade incondicional. Nesse as­ tado como algo pejorativo. O princípio
pecto, livre de qualquer moral divina, 0 de cuidado e santidade do corpo deve ser
indivíduo passa a exercer total controle observado pelos que pertencem a Deus
sobre 0 corpo. Desse modo, seus adeptos (l Co 6.20).

REVISANDO O CONTEÚDO

1. Como a nossa Declaração de Fé expressa nossa constituição humana?

2. Como é requerida a irrepreensível conduta do cristão?

3. Como 0 corpo é identificado na Bíblia?

4. Por que os corpos dos salvos não devem praticar atos imorais?

5. No atual cenário, 0 que as idéias secularistas promovem?

VOCABULÁRIO
Outorga: De outorgar: dar como favor; dar poderes a; facultar,
conceder, conferir.

4 6 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2 0 2 3


LIÇÃO 10
3 de Setembro de 2023

A RENOVAÇÃO COTIDIANA
DO HOMEM INTERIOR

TEXTO ÁUREO VERDADE PRÁTICA


“Por isso não desfalecemos; Por instrumentalidade do
mas, ainda que 0 nosso homem Espírito Santo, os salvos
exterior se corrompa, 0 interior, experimentam a renovação
contudo, se renova de dia em interior em meio as
dia.” (2 Co 4.16) adversidades externas.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - 2 Co 4.7 Quinta - Fp 3.13,14


0 tesouro do Evangelho A adversidade impulsiona 0
guardado em vasos de barro cristão a prosseguir na jornada
Terça - 2 Co 1.9,10 da fé
As provações na vida de Paulo Sexta - Hb 11.1
forjaram a sua confiança em 0 apelo da Escritura ao exercício
Deus da fé bíblica
Quarta - Jo 14.16,17 Sábado - Ez 22.30
0 Espírito Santo habilita 0 A busca do Espírito de Deus
cristão a vencer na adversidade por crentes que tomam posição
contra 0 mal
L _________________________________________________ J
JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2 0 23 LIÇÕES BÍBLIC A S • ALUNO 47
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

2 Coríntios 4.11-18
11 - E assim nós, que vivemos, estamos para que a graça, multiplicada por meio
sempre entregues à morte por amor de de muitos, torne abundante a ação de
Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste graças, para glória de Deus.
também em nossa carne mortal. 16 - Por isso, não desfalecemos; mas,
12 - De maneira que em nós opera a morte, ainda que 0 nosso homem exterior se
mas em vós, a vida. corrompa, 0 interior, contudo, se renova
13 - E temos, portanto, 0 mesmo espírito de dia em dia.
de fé, como está escrito: Cri; por isso, falei. 17 - Porque a nossa leve e momentânea
Nós cremos também; por isso, também tribulação produz para nós um peso eterno
falamos, de glória mui excelente,
14 - sabendo que 0 que ressuscitou 0 Se­ 18 - não atentando nós nas coisas que se
nhor Jesus nos ressuscitará também por veem, mas nas que se não veem; porque
Jesus e nos apresentará convosco. as que se veem são temporais, e as que se
15 - Porque tudo isso é por amor de vós, não veem são eternas.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO perdeu a solidez da vida espiritual. Suas


As adversidades externas são uma epístolas relatam tribulações acima
incontestável realidade (Rm 8.22,23). de suas forças, a ponto de ele perder
Apesar disso, por meio do Espírito, os a esperança da preservação da própria
salvos experimentam a renovação espi­ vida (2 Co 1.8). Ainda podem os ler
ritual no interior de sua vida (2 Co 4.16). menções do apóstolo a prisões, açoites,
Não obstante, durante a nossa existência, apedrejamento, perseguições, fadiga,
o corpo mortal permanecerá sujeito às fome, sede, frio e nudez (2 Co 11.23-
27). Dessa forma, Paulo sintetiza as
adversidades da vida (2 Co 5-2 ,4 )- Nesta
adversidades da nossa jornada de fé nas
lição, veremos 0 sofrimento do homem
seguintes palavras: “E também todos os
exterior, 0 fortalecimento do homem
que piamente querem viver em Cristo
interior e os desafios atuais como forças
Jesus padecerão perseguições” (2 Tm
externas que tentam esmagar a nossa
3.12). Por isso, 0 texto bíblico diz que
vida espiritual. A finalidade é mostrar
0 tesouro do Evangelho está guardado
que 0 crente espiritualmente renovado
em vasos de barro (2 Co 4 -6 ,7)- Isso é
pode resistir a qualquer ataque das trevas.
uma declaração de que somos feitos do
pó, ou seja, somos mortais, e, por isso,
I - O SOFRIMENTO EXTERIOR como seres humanos, somos frágeis
l. A experiência de Paulo. O apóstolo (2 Co 7.5). Nesse aspecto, 0 homem
Paulo é um exemplo de um homem que exterior padece e sofre ataques por
sofreu adversidades externas, mas não causa da cruz (2 Tm 2.9,10).

4 8 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO • AGOSTO - SETEMBRO 2 0 2 3


2. 0 exemplo do Apóstolo. Mesmo II - A RENOVAÇÃO INTERIOR
diante do sofrimento, o apóstolo não 1. O fortalecimento diário. A Bíblia
retrocede e tampouco nega a fé (2 Tm enfatiza que 0 Espírito Santo é 0 agente
4.7; Hb 10.39). Suas provações forjaram a que habilita o cristão a manter-se firme
confiança em Deus na sua vida e ministé­ na adversidade (Jo 14.16,17). Esse poder
rio (2 Co 1.9,10; Fp 4.12,13). Ele reconhece do Espírito atua no homem interior e
que suas fraquezas são instrumentos capacita o crente a perseverar e a viver
do poder divino (2 Co 2.4; 4.11; 12.9,10). afastado do pecado (1 Co 2.12-16). Assim,
Sua vida está a serviço do Mestre, em apesar da fraqueza e do sofrimento ex­
favor dos escolhidos e para a glória de teriores, 0 nosso “interior, contudo, se
Deus (2 Co 1.12-14; 4.11,12,15). Cônscio renova de dia em dia” (2 Co 4.16b). Isso
de sua vocação, 0 apóstolo declara: “por é a operação do Espírito que qualifica o
isso não desfalecemos; [...] ainda que o salvo a não desfalecer. Do ponto de vista
nosso homem exterior se corrompa” (2 das disciplinas espirituais práticas, esse
Co 4.16a). Nesse aspecto, 0 legado do renovo ocorre por meio da santificação
apóstolo é de perseverança. Embora o pessoal, fidelidade, reverência, oração,
homem exterior seja consumido pelas jejum e temor a Deus (1 Co 7.5; Ef 5.18; Hb
tribulações, 0 salvo não desanima nem 12.14,28). Portanto, não podemos permitir
recua. Acerca disso, Cristo nos assegurou: que a aflição nos desanime, mas devemos
“ no mundo tereis aflições, mas tende renovar 0 nosso compromisso em servir a
bom ânimo; eu venci 0 mundo” (Jo 16.33). Cristo e permitir que 0 poder do Espírito
3. A esperança do crente. Na Es­ Santo nos fortaleça dia a dia (1 Co 16.13).
critura, o contraste entre as aflições do 2. O eterno peso de glória. O após­
homem e 0 poder de Deus estão assim tolo Paulo declara o seguinte: “a nossa
representadas: (a) “ atribulados, mas leve e momentânea tribulação produz
não angustiados” (2 Co 4.8a) significa para nós um peso eterno de glória mui
que, mesmo pressionado, 0 crente não é excelente” (2 Co 4.17). Aqui, ele faz um
esmagado; (b) “perplexos, mas não desa­ contraste entre 0 sofrimento presente
nimados” (2 Co 4.8b), indica que, mesmo e o futuro glorioso. O apóstolo ensina
confuso, o crente não se desespera; (c) que, se comparada ao peso da glória,
“perseguidos, mas não desamparados” que é eterna, a tribulação é leve e pas­
(2 Co 4.9a), sinaliza que, mesmo amea­ sageira. Nesse sentido, a adversidade
çado, 0 crente não é abandonado; (d) serve como instrumento encorajador
“ abatidos, mas não destruídos” (2 Co do homem interior, impulsionando-o
4.9b), mostra que, mesmo derrubado, 0 a prosseguir (Fp 3-13,14) e que a fé se
crente não é nocauteado. O texto ensina renova à medida que 0 crente é capaz
que, embora nosso corpo esteja sujeito de suportar as tribulações (Jó 42.5; SI
ao pecado e ao sofrimento, Deus sempre 119.67). Portanto, faz-se necessário ser­
provê um meio de escape (1 Co 10.13). mos sábios diante da tribulação, fugindo
Nosso Senhor obteve êxito sobre a morte da murmuração e reconhecendo que as
e, do mesmo modo, temos esperança lutas, segundo o critério de Deus, são
da vitória e da vida eterna (2 Co 4.14). inevitáveis. Entretanto, as Escrituras
Portanto, como cristãos, não podemos ratificam que as aflições deste tempo
deixar de aguardar a bem-aventurada não podem ser comparadas com a glória
esperança em Cristo (Tt 2.13). do porvir (Rm 8.18).

JULHO ■ AGOSTO • SETEM BRO 2023 LIÇÕES BÍBLIC A S • ALUNO 4 9


3. A visão da eternidade. Fortalecidoaliado à ideologia secularista impõe 0 que
em Deus, tendo plena consciência da deve ser considerado como ideal. Assim,
vida vindoura, o cristão é exortado a não 0 pecado é aceito e tolerado. Porém, 0
focar “ nas coisas que se veem, mas nas crente renovado deve reagir contra essa
que se não veem; porque as que se veem inversão de valores, resistir ao “espírito
são temporais, e as que se não veem da Babilônia” e “batalhar pela fé que
são eternas” (2 Co 4 -18). Contrastando uma vez foi dada aos santos” (Jd 1.3).
as coisas visíveis com as invisíveis, as 3. Batalha espiritual. Todo salvo trava
temporárias com as eternas, 0 apóstolo uma batalha espiritual neste mundo. A
Paulo apela ao exercício da fé bíblica Escritura diz que Satanás é 0 “deus deste
como uma importante motivação para século” e que 0 mundo jaz no Maligno (2
o crente não desfalecer nas tribula- Co 4.4; 1 Jo 5.19). Por isso, nossa Declara­
ções (cf. Hb 11.1). Nesse caso, somado ção de Fé realça que foi com engano que
à renovação diária, 0 crente deve viver ele começou as suas atividades contra o
sob a perspectiva da eternidade. Não homem (Gn 3.13; 2 Co 11.3). E é com essa
por acaso, 0 apóstolo Paulo escreveu: arma que o Diabo e seus agentes ainda
“ pensai nas coisas que são de cima e seduzem as pessoas neste mundo (Ap
não nas que são da terra” (Cl 3.2). 12.9). Outrossim, os espíritos malignos
têm capacidade de influenciar os que
vivem na desobediência, manipulando,
III - OS DESAFIOS DE HOJE aprisionando e colocando pessoas contra
1. Cultura secularista. O “espírito da
Deus (Ef 2.2). Por isso, a Bíblia alerta que
Babilônia”, por meio da cultura secula­
nossa luta não é contra o homem, mas
rista, procura esmagar a vida espiritual
contra os demônios (Ef 6.12). De certo, 0
dos crentes (Ap 17.5)- É um sistem a crente renovado, de posse da armadura
materialista, conforme estudamos até
de Deus, deve posicionar-se contra as
aqui, que nega a realidade espiritual, a
ciladas do Diabo, “ orando em todo 0
existência de Deus, a verdade bíblica e
tempo com toda a oração e súplica no
todo 0 conjunto de valores provenientes
Espírito” (Ef 6.18).
da Palavra de Deus. Diante desse ataque,
0 Altíssimo continua a buscar um povo
que seja renovado por dentro, resista aos CONCLUSÃO
ataques externos e tome posição contra Durante a existência do corpo mortal,
0 advento do mal (Ez 22.30). nosso homem exterior estará sujeito às
2. Relativismo doutrinário. Outro tribulações desta vida (2 Co 4.11). Apesar
ataque que procura matar a nossa vida do padecimento e das aflições, 0 nosso ho­
espiritual é 0 processo de desconstrução mem interior não deve desfalecer, mas se
dos fundamentos da fé. Não podemos renovar por meio do poder do Espírito (2
tolerar a relativização doutrinária. Ora, Co 4.16). Assim, os sofrimentos do tempo
relativizar a doutrina bíblica é enfra­ presente não podem ser comparados com
quecer o homem interior. Não há como o peso de glória eterna reservado para
renovar a nossa vida espiritual sem ter os fiéis (2 Co 4.17). Por isso, no tempo
em alta conta a Palavra de Deus. Não se presente de ataques e desconstrução da
pode fazer uma releitura seletiva da Bíblia fé cristã, necessitamos de renovação do
para agregar à Igreja os que não aceitam nosso interior, dia a dia, para enfrentar
a sã doutrina (2 Tm 4.3). O relativismo 0 poder do pecado e do mal.

50 LIÇÕES BÍBLICAS ■ ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2 0 2 3


REVISANDO O CONTEÚDO

1. Qual exemplo podemos contemplar na vida do apóstolo Paulo?

2. O que a Bíblia enfatiza a respeito do Espírito Santo?

3. Que contraste 0 apóstolo Paulo faz para apelar ao exercício da fé bí­


blica?

4.. De acordo com a lição, 0 que o “espírito da Babilônia” nega?

5. O que a Bíblia nos alerta a respeito de nossa luta?

Santidade:
A Vida e os Tem pos do
Uma Introdução Teológica Apóstolo Paulo
Para a maioria dos cristãos, a O autor retrata a infância do
santidade é um estilo de vida ou apóstolo Paulo, seu aprendizado
uma ética que se espera atingir. aos pés de Gamaliel e faz um
Escrito de forma abrangente para relato pormenorizado de suas
leigos e estudiosos, “Santidade” viagens missionárias. Trata-se de
desafia esta ideia comumente uma reconstituição histórico-
aceita. cultural da vida e do ministério
de Paulo.

JULHO •AGOSTO • SETEMBRO 2023 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 51


LIÇÃO 11
10 de Setembro de 2023
Dia Nacional de Missões

JÊÈ

M
mk

CU LTIV A N D O
A CONVICÇÃO C R IS T Ã

TEXTO ÁUREO VERDADE PRÁTICA


“P o rq u e a n o ssa e x o rta çã o 0 c u ltiv o d a c o n v i c ç ã o c r is t ã
n ã o fo i com en g a n o , n em é im p e r io s o p a r a a p r á tic a e
c o m im u n d íc ia , n e m c o m a d e fe sa d a f é e m te m p o d e
f r a u d u l ê n c i a . ” (1 T s 2 .3 ) a d v e r s id a d e s .

LEITURA DIARIA

Segunda - 1 Ts 1.6-10 Quinta - 1 Co 1.29-31


Ministrando as Boas-Novas no O salvo deve gloriar-se no Senhor e
poder do Espírito para salvação não em si próprio
Terça - 2 Pe 1.16 Sexta - Hc 1.1-4
0 Evangelho não procede de Os problemas sociais como
fábulas para seduzir as pessoas resultado do pecado
com mentiras Sábado - 1 Co 9.11,12
Quarta - Rm 16.17,18 Uma consciência altruísta de não
As falsas palavras e lisonjas criar obstáculo ao Evangelho
corrompem 0 coração dos símplices

52 LIÇÕES BÍBLICA S • ALUNO JULHO ■ AGOSTO • SETEMBRO 2 0 2 3


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

l Tessalonicenses 2.1-12
1 - P o r q u e v ó s m e s m o s , ir m ã o s , b e m 7 - a n te s , f o m o s b r a n d o s e n tr e v ó s , c o m o
s a b e is q u e a n o s s a e n tr a d a p a r a c o n v o s c o a a m a q u e c r ia s e u s f ilh o s .
n ão fo i vã; 8 - A s s im n ó s , s e n d o - v o s tã o a fe iç o a d o s ,
2 - m a s , h a v e n d o p r im e ir o p a d e c id o e sid o d e b o a v o n ta d e q u isê ra m o s c o m u n ic a r -v o s ,
agra va dos e m Filipos, c o m o sabeis, to r n a m o - n ã o s o m e n te 0 e v a n g e lh o d e D eu s, m a s
- n o s o u s a d o s e m n o sso D e u s , p a ra v o s fa la r a in d a a n o s s a p r ó p r ia a lm a ; p o r q u a n t o
0 e v a n g e lh o d e D e u s c o m g r a n d e c o m b a te . n o s é r e is m u it o q u e r id o s .
3 - P o r q u e a n o s s a e x o r ta ç ã o n ã o f o i c o m 9 - P o r q u e b e m vos le m b r a is , ir m ã o s , d o
e n g a n o , n e m c o m i m u n d íc ia , n e m c o m n o sso tr a b a lh o e fa d ig a ; p o is, tr a b a lh a n d o
fr a u d u lê n c ia ; n o it e e d ia , p a r a n ã o s e r m o s p e s a d o s a
4 - m as, co m o fo m o s a p ro va d os de D eu s n e n h u m d e vós, vos p reg a m o s 0 e v a n ­
p a r a q u e 0 e v a n g e lh o n o s f o s s e c o n fia d o , g e lh o d e D e u s .
a s s im f a l a m o s , n ã o c o m o p a r a a g r a d a r 10 - V ós e D e u s s o is t e s t e m u n h a s d e q u ã o
a o s h o m e n s , m a s a D e u s , q u e p ro v a 0 n o sso s a n ta , ju s ta e ir r e p r e e n s iv e lm e n te n o s
co ra çã o . h o u v e m o s p a r a c o n v o s c o , o s q u e c r e s te s .
5 - P o r q u e , c o m o b e m s a b e is , n u n c a u s a ­ 11 - A s s im c o m o b e m s a b e is d e q u e m o d o
m o s d e p a la v ra s liso n je ira s, n e m h o u v e u m v o s e x o r t á v a m o s e c o n s o la v a m o s , a c a d a
p re te x to d e a v a reza ; D eu s é teste m u n h a . u m d e v ó s, c o m o 0 p a i a s e u s f ilh o s ,
6 - E n ã o b u s c a m o s g ló r ia d o s h o m e n s , 1 2 - p a ra q u e v os c o n d u z is s e is d ig n a m e n te
n e m d e v ó s, n e m d e o u tr o s , a in d a q u e p a ra co m D eu s, q u e vos ch a m a pa ra 0 seu
p o d ía m o s , c o m o a p ó s t o lo s d e C r is to , r e in o e g ló r ia .
s e r-v o s p esa d o s;

COM ENTÁRIO

INTRODUÇÃO I - CONVICÇÃO ESPIRITUAL


Diante das incertezas atuais e dos 1. Poder do Espírito. Por orientação
ataques às doutrinas bíblicas, é indis­ divina, 0 Evangelho foi proclamado
pensável ao crente cultivar uma uma na Europa. Paulo teve uma visão em
profunda convicção cristã (2 Tm 1.12-14). que um homem lhe dizia: “ passa à
Não cabe ao salvo esmorecer em meio Macedônia e ajuda-nos” (At 16.9). A
às tribulações, mas prosseguir confiante partir dessa revelação a mensagem da
pelo prêmio da soberana vocação (2 Co cruz foi anunciada em Filipos e depois
4.1; Fp 3.14). Nesta lição, estudaremos os em Tessalônica (At 16.10-12; 17.1). O
aspectos espiritual, moral e social que apóstolo deixa claro que o Evangelho
formam a convicção de nossa fé cristã. não foi pregado como mero discurso
O objetivo é despertar em cada cristão 0 racional, “mas, sobretudo, em poder, no
desejo de ser um autêntico “embaixador Espírito Santo e em plena convicção” (1
de Cristo” em um mundo de trevas. Ts 1.5 - ARA). Nesse caso, 0 Evangelho

JULHO • AGOSTO • SETE M BRO 2023 LIÇÕES BÍBLIC A S • ALUNO 53


foi ministrado com ousadia no poder jamais recuar, mesmo diante das ameaças
do Espírito, de modo que resultou na de prisão ou de morte (Ap 2.10).
salvação e libertação dos tessaloni- 3. Fidelidade na pregação. 0 apóstolo
censes (1 Ts 1.6-10). Assim, podemos dos gentios assegura que 0 Evangelho
afirmar que, na ausência de convicção anunciado em Tessalônica “não foi com
espiritual, a Palavra de Deus é reduzida engano, nem com imundícia, nem com
a mero intelectualismo humano e seu fraudulência” (1 Ts 2.3a). Mostra que a
resultado é ineficaz na transformação doutrina cristã não procede de fábulas
de vidas (Mt 7.29; 1 Co 2.1-5). inventadas, condutas imorais ou de artifí­
2. Confiança em Deus. O apóstolo cios para seduzir as pessoas a crerem em
declara que mesmo tendo “padecido e mentiras (2 Pe 1.16). Ao contrário, Paulo
sido agravados em Filipos” (1 Ts 2.2a), declara que 0 Evangelho é de Deus, e que o
sua fé não estava abalada. Ele se refere próprio Deus 0 comissionou como arauto,
à perseguição sofrida antes de pregar “não como para agradar aos homens, mas
em Tessalônica. Paulo e Silas tinham a Deus, que prova 0 nosso coração” (1 Ts
sido publicam ente espancados com 2.4b). Dessa forma, 0 propósito do apóstolo
varas. Em seguida, lançados no cárcere não era 0 de satisfazer seus ouvintes com
interior com os pés no tronco (At 16.22- falsos discursos (Tg 1.22). Nesse sentido,
24). Todavia, apesar de feridos, perto da somos exortados a manter fidelidade na
meia-noite, oravam e cantavam hinos a pregação, repudiar os falsificadores da
Deus (At 16.25). Após essa severa prova­ Palavra de Deus e anunciar Cristo com
ção, não esmoreceram, mas, impelidos sinceridade (2 Co 2.17).
pelo Espírito, vieram à Tessalônica. Na
cidade, em meio às suas lutas, e com
ousada confiança, anunciaram a Cristo II - CONVICÇÃO MORAL
(l Ts 2.2b). Nessa perspectiva, somos 1. Retidão nas ações. A conversão
encorajados a não desfalecer na pregação opera a transformação moral na vida
do Evangelho, mas confiados em Deus, do crente salvo (2 Co 5.17). Desse modo,

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

“PARA QUEVOS CONDUZÍSSEIS DIGNAMENTE


PARA COM DEUS
Nós devemos viver de uma maneira que tra­
ga atenção positiva e a honra a Deus. Devemos
sempre examinar a nós mesmos, para assegurar
que as nossas vidas sejam dignas de nos iden­
tificar com Cristo, representar 0 seu caráter e
transmitir a sua mensagem a outras pessoas.
Só seremos capazes de fazer isto, confiando na
graça e no poder de Deus.” Amplie mais 0 seu
conhecimento, lendo a Bíblia de Estudo Pen-
tecostal: Edição Global, Editora CPAD, p.2227.

54 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2 0 2 3


a Bíblia orienta, dentre outras reco­ munhas de sua postura “ santa, justa e
mendações, a deixar a mentira e falar irrepreensível” (1 Ts 2.10). Essas desig­
a verdade (Ef 4.25); deixar o furto e ser nações implicam obediência nas questões
honesto (Ef 4.28); não pronunciar pala­ morais, atitude de retidão exemplar e
vras torpes e dizer apenas 0 que edifica conduta sem motivo algum de repro­
(Ef 4.29). Nesse aspecto, 0 apóstolo Paulo vação (l Co 9.16-23). Denotam 0 padrão
reivindica a retidão das próprias ações de comportamento para com Deus, para
ao afirmar: “nunca usamos de palavras com os homens e para consigo mesmo
lisonjeiras, nem houve um pretexto de (1 Co 9.27). Ciente da influência que sua
avareza” (1 Ts 2.5). Aqui, ele enfatiza que vida exercia sobre os fiéis, o apóstolo diz:
jamais usou de falso sentimento para “para vos dar em nós mesmos exemplo,
obtenção de favor. Ainda assevera que para nos imitardes” (2 Ts 3.9). Assim,
sua motivação era desprovida de ambição 0 grau de comprometimento adotado
financeira. Somente 0 falso cristão é que pelo crente com os valores do Reino é 0
busca poder e influência por meio da reflexo do nível de sua comunhão com
bajulação mentirosa (Rm 16.18). Logo, Deus (1 Co 10.32).
a conduta de retidão é uma virtude do
crente regenerado (Cl 3.23; 1 Jo 3.18). III - CONVICÇÃO SOCIAL
2. Reputação ilibada. Considera-se 1. Bem-estar comum. O bem -es­
portadora de reputação ilibada a pessoa tar comum alcança 0 homem em suas
de reconhecida idoneidade moral (At necessidades físicas e espirituais. Não
6.3). Veja como Paulo avalia sua repu­ por acaso, a Bíblia fornece instruções
tação com esta frase: “ não buscamos para o bem-estar espiritual e social dos
glória dos homens, nem de vós, nem seres humanos (2 Tm 3.16,17). O papel
de outros” (1 Ts 2.6a). Isso indica que da igreja é 0 de proclamar o Evangelho
0 apóstolo não trabalhava no Reino em (Mt 28.19) e aliviar 0 sofrimento pro­
busca de reconhecimento humano. Essa movendo 0 bem-estar social entre os
postura foi adotada por ele em todo 0 irmãos (Tg 2.15-17). Habacuque registra
lugar, demonstrando a coerência e a que os problemas sociais de sua época
integridade de seu apostolado. Ele não resultavam do pecado, tais como: inver­
procurava obter “vantagens” e nem são de valores, violência e injustiças (Hc
“honra” em parte alguma (1 Ts 2.5,6). 1.1-4). Assim, 0 mal social tem origem
Aos coríntios, escreveu que 0 crente deve no pecado. Ciente disso, 0 apóstolo Paulo
gloriar-se no Senhor e não em si pró­ escreve: “quisêramos comunicar-vos, não
prio (1 Co 1.29-31). A conclusão é clara: somente 0 evangelho de Deus, mas ainda
os que aspiram fama e prestígio caem as nossas próprias almas” (1 Ts 2.8). Esse
em tentação e maculam 0 Evangelho. sentimento é comparado ao cuidado de
Nosso viver deve glorificar a Deus. A uma mãe que se preocupa e protege os
Ele seja a glória, na igreja e em Cristo filhos (1 Ts 2.7), também é equiparado ao
Jesus, para sempre! (Ef 3.21). procedimento de um pai amoroso que se
3. Vida irrepreensível. O adjetivo interessa pelos problemas dos filhos (1 Ts
“ irrepreensível” denota uma conduta 2.11b). Era assim que Paulo encorajava,
que não pode ser censurada (Ef 5.27). confortava e servia de exemplo à igreja
Nesse contexto, 0 apóstolo invoca a Deus (1 Ts 2.11a). Nessa direção, 0 dever cristão
e a igreja em Tessalônica como teste­ engloba a moral e 0 social. A dedicação

JULHO ■ AGOSTO ■ SETEMBRO 2 0 2 3 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 55


exclusiva de uma parte em detrimento de seu tempo (2 Co 8.1,2), que suportou
da outra não retrata o Evangelho de as restrições financeiras para não criar
obstáculo ao Evangelho (1 Co 9 -H,i2) e
Cristo (Tg 4 -17).
2 . Dedicação altruísta. O apóstolo se que tudo fez para ganhar 0 maior número
dedicou com profundo altruísmo na pro­ possível de almas (l Co 9 -19)- Nesse sen­
tido, aprendemos que o amor sacrificial e
pagação do Evangelho (At 20.24). Apesar
0 trabalho voluntário e despreendido são
do direito inerente ao seu apostolado, ele
essenciais para o crescimento do Reino
decidiu nada receber “ainda que podía­
e devem fazer parte de uma profunda
mos, como apóstolos de Cristo, ser-vos
convicção cristã como contraponto claro
pesados” (1 Ts 2.6b). Assim sendo, para
ao “espírito da Babilônia” que é 0 oposto
prover 0 necessário sustento, 0 apóstolo
do altruísmo cristão.
valeu-se de seu ofício de fabricante de
tendas (At 18.3). Acerca disso, recordava
aos irmãos do seu “ trabalho e fadiga; CONCLUSÃO
pois, trabalhando noite e dia, para não Paulo foi submetido a uma série de
sermos pesados a nenhum de vós” (l Ts provações durante o seu ministério (1 Ts
2.9). Para não se tornar um fardo para a 2.2). Não obstante, ele nos deixou exemplo
igreja, ele se desgastou numa atividade de intensa convicção de nossa eleição em
laborai extenuante. Aqui é importante res­ Cristo (1 Co 11.1). Destacam-se sua con­
saltar que a Bíblia não condena a provisão vicção espiritual resultante do poder do
financeira para os obreiros, pois 0 próprio Espírito (1 Ts 2.4); sua convicção moral
apóstolo escreveu que “aos que anunciam como reflexo do temor a Deus (1 Ts 2.5);
0 evangelho, que vivam do evangelho” (1 e sua convicção social demonstrada pela
Co 9.14) e que “digno é 0 obreiro do seu abnegação em servir (1 Ts 2.9). Ratifica-se
salário” (1 Tm 5.18). Assim, ele explica que que, em nossos dias, carecemos dessa
não usou dessa justa prerrogativa porque firme convicção em defesa dos interesses
conhecia a extrema pobreza da igreja do Reino de Deus na Terra.

REVISANDO O CONTEÚDO

1. O que podemos afirmar a respeito da ausência da convicção espiritual?

2. De acordo com a lição, em que somos exortados?

3. O que é a conduta de retidão?

4. Quem é o portador de reputação ilibada?

5. O que o dever cristão engloba?

JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2 0 2 3


5 6 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO
LIÇAO 12
17 de Setembro de 2023
Dia Nacional da Escola Dominical

T * W , 1 ^

SEN D O A IG R EJA
DO D EU S VIVO
/ -------------------------------------------------

VERDADE PRÁTICA
TEXTO ÁUREO A N o iv a d e C risto n ã o p o d e se r
“ G r a n d e é e s te m is té r io ; m u n d a n a , p o is e la é a g u a r d iã d a
d i g o - o , p o r é m , a r e s p e it o d e v e r d a d e r e v e la d a e su a s v e ste s
C r is to e d a ig r e ja .” ( E f 5 .3 2 ) d e v e m s e m a n te r im a c u la d a s
p a r a a s B o d a s d o C o rd eiro.

V __ ________________________________ /

LEITURA DIARIA
Segunda - Dn 4.25; At 17.24 Quinta - Ap 19.7-9
Deus é um ser pessoal que A Igreja “santa e imaculada” terá
intervém no curso da história acesso às Bodas do Cordeiro
Terça - Mt 5.13,14 Sexta - 2 Tm 4.2
Se a verdade for corrompida, Zelando, vivendo e propagando a
deixamos de ser 0 sal da terra e a mensagem bíblica com fidelidade
luz do mundo Sábado - Jd 1.3
Quarta - Hb 13.12 Batalhando pela fé que foi
A santificação da Igreja é uma entregue aos santos
obra do Calvário

JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2 0 23 LIÇÕES BÍBLIC A S • ALUNO 57


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

l Timóteo 3.14-16; Efésios 5.25-27,32

l Timóteo 3 Efésios 5
14 - E s c r e v o - t e e s ta s c o is a s , e s p e r a n d o 25 - V ó s, m a r id o s , a m a i v o s s a m u lh e r ,
ir v e r - t e b e m d e p r e s s a , c o m o t a m b é m C r is to a m o u a ig r e ja e a
15 - m a s , se ta rda r, p a ra q u e s a ib a s c o m o si m e s m o s e e n t r e g o u p o r e la ,
co n v é m a n d a r na casa d e D eu s, q u e é a 26 - p a ra a sa n tifica r, p u r ific a n d o -a c o m
ig r e ja d o D e u s v iv o , a c o lu n a e f i r m e z a a la v a g e m d a á g u a , p e la p a la v r a ,
da verdade. 27 - p a r a a a p r e s e n ta r a s i m e s m o ig re ja
16 - E , s e m d ú v id a a lg u m a , g r a n d e é 0 g lo rio sa , s e m m á c u la , n e m ru g a , n e m c o i­
m is té r io d a p ie d a d e : A q u e le q u e s e m a n i­ sa s e m e lh a n te , m a s s a n ta e irrep ree n sív el.
fe s to u e m ca r n e f o i ju s tific a d o e m e sp írito , 32 - G r a n d e é e s t e m i s t é r i o ; d i g o - o ,
v is to d o s a n jo s , p r e g a d o a o s g e n tio s , crid o p o r é m , a r e s p e ito d e C r is to e d a ig r e ja .
n o m u n d o e r e c e b id o a c im a , n a g ló r ia .

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO expressão refere-se ao Templo, mas o


Os efeitos do mundanismo são per­ complemento “que é a igreja do Deus
cebidos quando a Igreja deixa de ser vivo” inclui 0 conjunto de membros da
pautada pelos valores da fé cristã (2 Tm igreja. O apóstolo ainda usa os vocábulos
3.1-5). Infelizmente, ela não está imune “domésticos da fé” (G1 6.10); “ família
a influências nocivas da sociedade (2 Pe de Deus” (Ef 2.19); “corpo de Cristo”
2.1). Nesta oportunidade, vamos abordar (1 Co 12.27); e “ templo de Deus” (1 Co
a natureza da igreja, seu relacionamento 3.16). A sentença “Deus vivo” enfatiza
com Cristo e as armas que impedem a 0 verdadeiro Deus em contraste com os
mundanização da Igreja local. A pro­ ídolos mortos (l Co 8.4; 2 Co 6.16; 1 Ts
posta é chamar a atenção para 0 papel 1.9), fazendo alusão à doutrina bíblica
de que Deus é um ser pessoal, distinto
da Igreja do Deus vivo, como coluna e
da Criação e que, ao mesmo tempo, se
firmeza da verdade (1 Tm 3.15).
relaciona com a criatura, atuando na
história humana (Dn 4.25; At 17.24).
I - A NATUREZA DA IGREJA 2. A coluna e firm eza da verdade.
DO DEUS VIVO A Bíblia assegura que a Igreja do Deus
1. vivo é “a coluna e firmeza da verdade”
A casa do Deus vivo. Paulo orien­
ta Timóteo a como “ andar na casa de (1 Tm 3.15b). Nessa metáfora, a Igreja é
Deus, que é a igreja do Deus vivo” (1 Tm 0 fundamento que sustenta a verdade,
3.15a). A expressão “casa de Deus” foi ou seja, significa que foi instituída como
emprestada do Antigo Testamento, onde guardiã da verdade por Deus revelada (2
0 termo frequente é “casa do Senhor” Tm 1.13,14). Essa verdade é 0 Evangelho
(1 Rs 3.1; 1 Cr 22.11). O uso original da de Cristo, as Boas-Novas de salvação e

58 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO • AGOSTO ■ SETEMBRO 2 0 2 3


suas imutáveis doutrinas (Gl 2.5; Ef 1.13; simboliza a Palavra de Deus que opera
Cl 1.5). Portanto, é responsabilidade da uma limpeza espiritual (Jo 15.3). Nesse
Igreja propagar, testemunhar e defender sentido, Cristo orou: “ santifica-os na
a verdade do Evangelho (Mt 28.20; Jo verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo
18.37; Jd 1.3). Desse modo, no zelo pela 17.17). Ora, sabemos que a Santificação
verdade, os líderes da igreja devem ser é 0 ato de separar-se do pecado e pre­
irrepreensíveis e capazes de repudiar parar-se para a volta do Senhor (1 Pe
os falsos mestres e suas heresias (1 Tm I. 15; Hb 12.14). Esse processo é contínuo
3.1-13)- Se a verdade do Evangelho for até a glorificação final no dia de Cristo
corrompida, então, a igreja deixa de ser 0 (Rm 6.22; 8.30; Fp 3.21).
sal da terra e a luz do mundo (Mt 5.13,14). 2. Gloriosa e irrepreensível. A san­
3. O mistério da piedade. A verdadetificação tem como alvo preparar uma
do Evangelho é personificada em Cristo “igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga,
(Jo 14.6). Nessa concepção, 0 apóstolo nem coisa sem elhante, mas santa e
Paulo diz: “ grande é 0 m istério da irrepreensível” (Ef 5.27). A Escritura
piedade” (1 Tm 3.16a). Devemos, aqui, compara a relação de Cristo com a Igreja,
ter atenção para as palavras “mistério” com a do marido com a esposa (2 Co
e “ piedade”. A primeira sinaliza que a II. 2). Assim, a Igreja é a noiva de Cristo,
verdade do Evangelho foi revelada aos que se prepara para a festa nupcial (Ap
santos (Cl 1.26); a segunda retrata a 21.2,9). Durante essa espera, por meio
base do cristianismo que é a fé cristã. do Espírito Santo, Cristo a santifica para
Na sequência, 0 apóstolo sintetiza tudo apresentá-la a si mesmo totalmente pura
isso com a expressão “0 mistério da (2 Ts 2.13). A ausência de “ mácula” e de
piedade”, 0 Evangelho revelado, a fé “ruga” significa sem mancha alguma
cristã estabelecida no seguinte evento: de ordem moral ou espiritual. Vestida
Cristo “que se manifestou em carne foi nesse grau de pureza, somente a igreja
justificado em espírito, visto dos anjos, “ santa e imaculada” terá acesso à ceia
pregado aos gentios, crido no mundo e das Bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9). Acerca
recebido acima, na glória” (1 Tm 3.16). disso, Cristo advertiu não ser possível
Assim, a Igreja é a fiel portadora dessa entrar nas bodas sem a devida veste
verdade (2 Co 2.17). nupcial (Mt 22.11-13).

II - CRISTO E O RELACIONA­ III - AS ARMAS DA IGREJA


MENTO COM A IGREJA DO DEUS VTVO
1. Santificação e pureza. Paulo 1. O zelo pela verdade. Enfatiza­
ensina que Cristo morreu pela Igreja: mos que a verdade bíblica é absoluta e
“para que a santificasse, tendo-a pu­ imutável (Lc 21.33; Jo 1717), ou seja, o
rificado por meio da lavagem de água Evangelho de Cristo é a única verdade
pela palavra” (Ef 5.26 - ARA). O texto (Jo 14.6). Nesse caso, a igreja é a “fiel
mostra que, na regeneração, Cristo nos depositária” dessa verdade (1 Tm 3.15).
purifica do pecado (1 Co 6.11; Tt 3.5) e E, por isso, os salvos em Cristo são
que, no propósito do calvário, estava despenseiros da mensagem da redenção
inclusa a nossa santificação (1 Ts 4.16; (1 Pe 4.10). Para ilustrar essa responsa­
Hb 13.12). A expressão “ a lavagem bilidade, levemos em conta 0 uso que
da água” é usada de forma figurada, Jesus fez de símbolos que remontam à

JULHO • AGOSTO ■ SETEMBRO 2 0 2 3 LIÇÕES BÍBLICAS - ALUNO 59


responsabilidade espiritual: “ os dois Tm 4.13; 2 Tm 2.15). Não por acaso, na
servos” (Mt 24.45-51); “ os talentos” tese 54, Lutero ensinou que ofendemos
(Mt 25.14-30); “ o servo vigilante” (Lc a Palavra de Deus quando no sermão
12.35-38); “0 mordomo infiel” (Lc 16.1- não há tempo ao estudo da Bíblia, ou
13); e “as dez minas” (Lc 19.12-26). Todas seja, quando a exposição da Bíblia não
essas parábolas trazem a imagem da é 0 cerne da pregação. Não ensinar as
responsabilidade que cada salvo deve Escrituras, relativizar suas doutrinas
ter enquanto espera o Senhor da Igreja ou fazer concessões ao pecado equivale
voltar. Esse compromisso é inegociável, fazer a igreja refém do mundanismo.
pois espera-se que 0 salvo cumpra o seu Portanto, somente a verdade de Deus
dever com irrestrita lealdade. Assim, a é capaz de libertar 0 pecador (Jo 8.32).
Igreja deve zelar pela verdade das Es­
crituras, viver e propagar a mensagem
CONCLUSÃO
bíblica com fidelidade (2 Tm 4.2).
2. O ensino da verdade. Deus cons­ Diante dos ataques de desconstrução
tituiu líderes para 0 aperfeiçoamento e da fé, a Igreja do Deus vivo precisa ser
edificação da Igreja (Ef 4.11,12). Portanto, vigilante (1 Co 16.13). Ela é a guardiã da
o líder deve estar apto para ensinar (1 única verdade que liberta (Jo 8.36). A
Tm 3.2). Isso refere-se à capacidade de mensagem da cruz não pode ser res-
compreender as Escrituras, defender a significada. Cristo morreu e ressuscitou
ortodoxia e refutar as heresias (Tt 1.9). por amor à Igreja e a requer santa, pura
Desse modo, um líder vocacionado não e irrepreensível (Ef 5.27). Portanto, a
cede ao liberalismo teológico, ecume­ Noiva de Cristo não pode macular suas
nismo e sincretismo religioso (2 Co 2.17; vestes. Seu papel abarca o ensino e a
2 Tm 4.3,4). Logo, a verdade bíblica defesa com todo 0 zelo da integridade
deve ocupar a prim azia na igreja (1 da verdade revelada (1 Tm 4.16).

REVISANDO O CONTEÚDO

1. O que a Bíblia assegura?

2. Em quem a verdade do Evangelho está personificada?

3. Segundo a lição, o que é 0 ato de santificação?

4. Qual é 0 alvo da santificação?

5. Cite pelo menos duas im agens que sim bolizam a responsabilidade da


Igreja.

6 0 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO ■ AGOSTO • SETEMBRO 2 0 2 3


LIÇÃO 13
24 de Setembro de 2023

O M U N D O D E D EU S
NO M U N D O DOS H O M EN S
- v
TEXTO ÁUREO
“ E is q u e a v ir g e m c o n c e b e r á , e VERDADE PRÁTICA
d a r á à lu z u m filh o , e e le se rá N a d i s p e n s a ç ã o d a g r a ç a , a I g r e ja
c h a m a d o p e lo n o m e d e E m a n u e l. d e v e r e fle tir o s v a lo r e s d o R e in o
(E m a n u e l tr a d u z id o é: D e u s de D eus no m undo.
c o n o s c o ) . " ( M t 1 .2 3 )
V _____________ ______________________________ )

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Rm 5.12,18,19 Quinta - G1 3.13; Cl 1.13


O pecado entrou no mundo por A expiação de Cristo libertou 0
Adão, mas pela pessoa de Cristo homem da maldição da lei
veio a salvação Sexta - Ef 1.6,12,14
Terça - Mt 3.2; 9.13 A remissão de pecados para
A mensagem do Reino de 0 louvor e glória de Deus
Deus tem um forte apelo ao Sábado - 2 Pe 2.12-14
arrependimento Os que não obedecem ao
Quarta - Ef 5.8 Evangelho estão debaixo
Os filhos do Reino devem expressar de maldição
os valores cristãos no dia a dia

JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2 0 2 3 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 6 l


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

M ateus 1.21-23; G álatas 4 . 3 - 7

Mateus 1 d ã o d e b a i x o d o s p r im e ir o s r u d im e n t o s
21 - E e la d a r á à lu z u m f ilh o , e lh e p o r á s do m undo;
0 n o m e d e J esu s, p o r q u e e le s a lv a r á 0 se u 4 - m a s , v in d o a p le n it u d e d o s te m p o s ,
p ovo dos seu s pecados. D e u s e n v io u s e u F ilh o , n a s c id o d e m u lh er,
2 2 - T u d o is s o a c o n t e c e u p a r a q u e s e n a s c id o s o b a lei,
c u m p r is s e 0 q u e f o i d ito d a p a r te d o 5 - p a ra r e m ir os q u e e s ta v a m d e b a ix o d a
S e n h o r p e lo p r o fe t a , q u e d iz : lei, a f i m d e r e c e b e r m o s a a d o ç ã o d e filh o s .
23 - E is q u e a v ir g e m c o n c e b e r á e d a r á 6 - E, p o r q u e s o is f ilh o s , D e u s e n v io u a o s
à l u z u m f il h o , e e le s e r á c h a m a d o p e lo n o sso s co ra çõ es 0 E sp írito d e se u F ilh o, q u e
n o m e d e E m a n u e l. ( E m a n u e l t r a d u z id o c la m a : A b a , P a i.
é: D e u s c o n o s c o ). 7 - A s s i m q u e j á n ã o é s m a is s e r v o , m a s
Gálatas 4 f i l h o ; e , s e é s f i l h o , é s t a m b é m h e r d e ir o
3 - A s s i m t a m b é m n ó s , q u a n d o é r a m o s d e D e u s p o r C r is to .
m e n in o s , e s tá v a m o s r e d u z id o s à s e r v i­

COM ENTÁRIO

INTRODUÇÃO 1.21,22; Is 7.14). Esse evento se deu pela


As Escrituras revelam que haverá concepção de nosso Senhor pelo Espírito
um futuro reino literal, porém, na pre­ Santo no ventre da virgem Maria em
sente dispensação da graça, esse reino é que os Evangelhos ratificam que Ele
espiritual: “o Reino de Deus está entre é “ filho do Altíssim o” (Lc 1.32) e que
vós” (Lc 17.21). Nesta lição, que encerra 0 0 “Verbo se fez carne e habitou entre
atual trimestre, estudaremos a respeito nós” (Jo 1.14), ou seja, nosso Senhor é
o Emanuel, 0 Deus conosco (Mt 1.23).
da implantação do Reino de Deus no
Assim, no tempo determinado, Cristo
mundo, do contraste entre quem vive
se fez homem (Gl 4.4), de modo que
sob a égide desse reino e os que vivem de
Ele participou da nossa natureza para
acordo com os valores do mundo. Assim,
expiar os nossos pecados (Hb 2.14-18).
0 propósito é lembrar como Deus age para
2. A mensagem do Reino. Após a
habitar conosco e reforçar que, embora
tentação no deserto, nosso Senhor deu
vivamos grandes desafios, o Reino de
início ao seu ministério: “desde então,
Deus permanece agindo no mundo por
começou Jesus a pregar e a dizer: arre­
meio da Igreja (Mt 5.16).
pendei-vos, porque é chegado o reino
dos céus” (Mt 4.17). Aqui, fica claro que
1 - O REINO DE DEUS NO MUNDO a mensagem do Reino de Deus contém
l. A encarnação de Cristo. Mateus um apelo ao arrependimento (Mt 3.2), em
assevera que a profecia messiânica se que 0 termo grego para arrependimento
cumpriu no nascimento de Jesus (Mt é m e t a n o ia , que significa mudança de

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mente, abrange o abandono do pecado enviou seu Filho, nascido de mulher,
e o voltar-se para Deus (Lc 24.46,47); nascido sob a lei” (G1 4.4) para remir a
compreende uma nova atitude espiritual humanidade da escravidão do pecado (G1
e moral, bem como uma nova conduta 4.5a). Desse modo, a morte expiatória de
(At 26.20; Ef 4.28). Somente o arre­ Cristo libertou 0 homem da maldição da
pendimento e a fé na obra expiatória lei e da potestade das trevas (G1 3.13; Cl
e redentora de Cristo podem restaurar 1.13). Assim, como pecadores, outrora
0 pecador diante de Deus (At 3.19; Rm escravos, e agora perdoados, fomos ele­
3.23-25; 2 Co 7.10). Por conseguinte, é vados à condição de filhos por adoção e
papel da Igreja proclamar a mensagem herdeiros de Cristo (Gl 5.4,5b).
do Reino em todo o mundo (Mt 24.14). 2. Adotados e Herdeiros de Cristo.
3. Os valores do Reino. No Sermão Noutro tempo, éramos estranhos e ini­
do M onte, Cristo revela a ética e a migos, mas agora somos filhos reconci­
moral do Reino, onde destacam-se: 0 liados em Cristo (Cl 1.21). Deus concedeu
necessário controle da ira (Mt 5.21,22); a aos filhos a dádiva de um novo nome e
fuga da imoralidade sexual (Mt 5.27,28); uma nova imagem: a imagem de Cristo
o casamento indissolúvel (Mt 5.31,32); (Rm 8.29; Ap 2.17). Como resultado de
a honestidade no falar (Mt 5.33-37); o nossa adoção, agora como filhos, somos
não revidar as ofensas (Mt 5.38-44); “também herdeiros de Deus por Cristo”
a esmola, a oração e a jejum a partir (Gl 4.7). Nessa herança estão inclusas as
de um coração sincero (Mt 6.1,5,16); 0 promessas à Abraão (Gl 3.29) e a vida
não julgar os outros (Mt 7.1,2); o alerta eterna (Tt 3.7; Ef 3.6). Ao ser aceitos,
sobre os dois caminhos (Mt 7.13,14); a fomos transformados em filhos para 0
advertência contra os falsos profetas seu louvor e glória (Ef 1.6). O propósito
(Mt 7.15-23); e a exortação para a prá­ da remissão de pecados, a filiação e
tica desses valores (Mt 7.24-35). Nesse a herança, não tem outro alvo senão
sentido, 0 sermão nos chama para uma louvar e glorificar a Deus (Ef 1.6,12,14).
vida de perfeição em Cristo (Mt 5.48) e Portanto, a Igreja nunca terá glória em
nos convida a priorizar 0 Reino de Deus si mesma; toda a glória é exclusivamente
e sua justiça (Mt 6.33). Assim, os filhos tributada para Deus por intermédio da
do Reino devem expressar esses valores obra de Cristo (SI 115.1, Jo 1331,32). Assim,
em seu viver diário (Ef 5.8). a Igreja é 0 campo onde se exterioriza 0
Reino de Deus aqui no mundo (Ef 3.10-12).

II - AS BÊNÇÃOS DE UMA VIDA


NO REINO III - OS MALES DE UMA VIDA
1. Remissão dos pecados. Aos Gálatas, NO MUNDO
Paulo retrata a nova posição dos crentes 1. A escravidão do pecado. A Bíblia
em Cristo. 0 apóstolo afirma que “éramos assevera que aquele que comete pe­
meninos, estávamos reduzidos à servi­ cado é servo do pecado (Jo 8.34). Isso
dão debaixo dos primeiros rudimentos significa que 0 ser humano é escravo
do mundo” (G1 4.3). Isso quer dizer que, daquilo que o controla (2 Pe 2.19), pois
antes do Evangelho do Reino, a percepção 0 pecado torna o homem incapaz de
espiritual tanto de judeus quanto de gre­ aceitar a Palavra de Deus (Jo 8.43).
gos era limitada, legalista e supersticiosa. Além disso, a soberba 0 impede de
Entretanto, no tempo assinalado, “Deus reconhecer a própria escravidão (Jo

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9 -4 i)- Subjugado pela carne, o pecador é 0 clím ax da rebeldia que resiste a
se entrega à desonestidade, injustiças, salvação ofertada em Cristo (Lc 7.30;
glutonarias, álcool, nicotina e demais At 7.51). Assim sendo, somos exortados:
vícios (Rm 13.13). É 0 retrato de uma “ aquele, porém, que perseverar até o
vida miserável, sem paz de espírito, que fim, esse será salvo” (Mt 24.13 - ARA).
trilha 0 caminho das trevas e necessita
de urgente libertação (Jo 8.36).
CONCLUSÃO
2. Filhos da ira e condenação eterna.
Os judeus aguardavam um reino lite­
As Escrituras enfatizam que os homens
ral para libertá-los da opressão política,
escravizados pelos desejos e pensamen­
tos da carne são “por natureza filhos da social e econômica. Cristo os corrigiu e
ira" (Ef 2.3). Refere-se à inclinação em afirmou que 0 “Reino de Deus não vem
satisfazer as paixões e praticar 0 mal com aparência exterior” (Lc 17.20), isto
inerente ao homem não-regenerado (Gn é, não seria terreno, mas espiritual.
6.5). As inclinações carnais, a impureza, O reino literal ainda será implantado.
a avareza, e a idolatria, entre outros, Nesse aspecto, Cristo veio para resgatar
resultam na “ira de Deus sobre os filhos 0 homem do pecado. Isso requer arre­
da desobediência” (Ef 5-3- 6). Por isso, pendimento e fé no sacrifício da cruz.
nosso Senhor ensinou que aquele que Os que recusam a ética e a moral do
“não crê já está condenado” (Jo 3.18b). Reino são condenados à morte eterna.
Quem não entrega sua vida ao Salvador Assim, os valores cristãos devem ser
é condenado porque se recusa a crer “no observados pela Igreja, cuja missão é
nome do Unigênito Filho de Deus” (Jo anunciar 0 Reino de Deus num mundo
3.18c). Assim, 0 pecado da incredulidade dominado pelo Império do Mal.

REVISANDO O CONTEÚDO

1. O que podemos afirm ar a respeito do arrependimento?

2. Cite pelo menos três elementos de destaques da ética e da moral do


Reino de Deus.

3. O que 0 apóstolo Paulo retrata em Gálatas?

4. Como resultado da nossa adoção, o que também somos como filhos


de Deus?

5. O que a Bíblia diz a respeito dos homens escravizados pelos desejos


e pensam entos da carne?

6 4 LIÇÕ ES BÍBLICA S • ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2 0 23


O QUE SERIA DO VOCÊ SABIA QUE:
M U N D O SEM O • 0 cristianismo tem ficado contra o mal

CRISTIANISMO? da escravidão, racismo, eugenia e in­


justiças contra mulheres e crianças?

Será que Deus está morrendo? Isso


• A democracia, a liberdade, a edu­
é o que algumas pessoas acreditam
cação moderna e o sistema legal
ou desejariam que acontecesse. Elas
devem muito ao cristianismo?
sustentam que as crenças cristãs e
nosso estilo de vida não são mais re­
• Que cristãos através das eras,
levantes para os dias de hoje.
tem demonstrado o valor da vida
Mas a verdade que estas pessoas não
humana, sacrificialm ente se de­
querem ver é que o mundo sem o
dicando aos doentes, marginaliza­
cristianismo seria um lugar comple­
dos e agonizantes?
tamente obscuro. Se você observar,
perceberá que, ao longo da história,
• Que pessoas de fé têm estendido
os ensinamentos de Jesus mudaram
o reino de Deus por meio da c a ri­
o mundo drasticamente e que ainda
dade, da justiça social, e da saúde
hoje segue sendo a força mais pode­
m ental etc.?
rosa em favordo bem da humanidade.

Não apenas a fé em Jesus, mas a prá­


tica dos seus ensinamentos mudou o
mundo drasticamente para melhor.
E você faz parte desta mudança.

CB4D
A

mais que uma


bíblia de estudos ,
uma companheira
de todas as horas
Em mais de 25 anos de existência, a Bíblia de Estudo Pentecostal
(BEP) se tornou uma companheira presente nos cultos, nos devocionais
e na leitura diária de centenas de milhares de brasileiros, indo muito
além de sua função primária de ser uma Bíblia para estudos segundo
a doutrina pentecostal.

Ao longo de todo esse tempo, o projeto da BEP ampliou-se, passando


a incluir as impressões em várias cores de capa e formatos, a edição
com a Harpa Cristã e as versões com conteúdo próprio e exclusivo
para crianças e jovens.

Neste ano de 2 0 2 2 , ela passa por uma grande reformulação, com a


revisão dos materiais de estudo, reorganização das notas e adequação
do texto conforme o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

A Bíblia de Estudo Pentecostal se aperfeiçoa para continuar sendo o


que sempre foi: a Bíblia número 1 no coração dos cristãos brasileiros.

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