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Estatística Matemática II

Teodoro Brás

November 8, 2022

Teodoro Brás (ISPM) E.MAT. II - Aula 01 November 8, 2022 1 / 64


Noção de varável aleatória

Uma variável aleatória (v.a.) é uma função X que atribui um número a cada um dos resultados
possíveis de uma experiência aleatória,

X : S {espaço amostral } −→ R
As variáveis aleatórias são representadas por letras maiúsculas, ao passo que os valores que elas
tomam são designados por letras minúsculas. Por exemplo, P(X = x) representa a probabilidade
de v.a. X tomar o valor (teórico ) x.
Uma v.a. pode ser:
discretra (ou categórica ou qualitativa): se toma um número finito de valores ou um
número infinito numerável de valores.
Uma v.a. discreta pode ser:
I ordinal: se existe uma ordem natural entre os diferentes valores da v.a.
I nominal: caso contrário.
contínua (ou quantitativa): se toma um número infinito não numerável de valores.

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Exemplo de v.a. discreta e contínua

Exemplo de v.a. discretas:


X v.a. (ordinal) que representa a resposta a um detrminado tratamento (excelente, bom,
razoável, mau)
X : {exc, bo, raz, ma};
X(exc) = 3, X(bo) = 2, X(raz) = 1, X(ma) = 0
X v.a. (nominal) que representa o sexo dos filhos em família com 2 filhos;
X : {♂♂, ♂♀, ♀♀, ♀♂}
X(♂♂) = 1, X(♂♀) = 2, X(♀♀) = 3, X(♀♂) = 4,
Exemplos de v.a. contínuas:
X v.a. que representa o peso (em g) dos alunos inscritos numa faculdade no ano lectivo
2020/2021;
X : [45000; 130000] → R, X(x) = x

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V.A. Discreta - Função de probabilidade

Seja X uma v.a. discreta que toma valores x1 , x2 , . . .


Definição: A função (massa) de probabilidade f (x) da v.a. X deseigna a probabilidade dessa
variável tomar cada um dos valores do seu domínio, ou seja:

f (x) = P(X = x) (1)


P(X = x) se x ∈ S,
f (x) =
0, se x ∈
/ S.

f : {valores de X} −→ R
Propriedades
f (x) > 0
∑ f (x) = 1
x∈S

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V.A. Discreta - Função de distribuição acumulada

Definição: A função de distribuição, ou função de distribuição acumulada F(x), da v.a., X


corresponde à acumulação da função de probabilidade para cada valor do domínio S da variável,
i.e:

F : R → [0, 1]
F(x) = P(X ≤ x) = ∑ f (u) (2)
u≤x

onde u toma todos os valores possíveis da v.a. X não superiores a x


Propriedades
0 ≤ F(x) ≤ 1;
F(x1 ) ≤ F(x2 ), x1 < x2
lim F(x) = 0 e lim F(x) = 1
x→−∞ x→+∞
F(x) é contínua à direita
P(x1 < X ≤ x2 ) = F(x2 ) − F(x1 ), x1 < x2

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Gráficos da f. de probabilidade e f. de distribuição acumulada

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Exemplo da função de probabilidade de v.a. discreta

O teste de um novo fármaco passa pela prescrição do mesmo aos primeiros 4 pacientes que
necessitem de medicação análoga. X v.a. que representa o número de pacientes , em 4, que
melhoram com o novo fármaco.
X : {0, 1, 2, 3, 4} → R, X(x) = x
De experiência anterior (efectuadas em muitos grupos de 4 pacientes), sabe-se que:
a probabilidade de nenhum indivíduo, em 4, melhorar com o novo fármaco é 0.008
a probabilidade de 1 indivíduo, em 4, melhorar com o novo fármaco é 0.076
a probabilidade de 2 indivíduos, em 4, melhorarem com o novo fármaco é 0.265
a probabilidade de 3 indivíduos, em 4, melhorarem com o novo fármaco é 0.411
a probabilidade de 4 indivíduos, em 4, melhorarem com o novo fármaco é 0.240

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Gráfico da função de probabilidade

A função de probabilidade de X é f : {0, 1, 2, 3, 4} → R


f (0) = 0.008, f (1) = 0.076, f (2) = 0.265, f (3) = 0.411, f (4) = 0.240

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Exemplo da função de distribuição acumulada de v.a. discreta

Para o cálculo de distribuicção recorda-se que, por X ser discreta,

F(x) = P(X ≤ x) = ∑ f (u)


u≤x

Assim, F : R −→ R


 0, x<0



 0.008, 0≤x<1
0.008 + 0.076 = 0.084, 1≤x<2

F(x) =

 0.084 + 0.265 = 0.349, 2≤x<3
0.349 + 0.411 = 0.760, 3≤x<4




4≤x

0.760 + 0.240 = 1,

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Gráfico da função de distribuição acumulada

Nos casos discretos para uma função de distribuição, o gráfico é apresenta como uma escada.

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Algumas cáluclos e observações
A probabilidade de o fármaco produzir o efeito desejado em 2 indivíduos ou menos (em 4)
é:
P(X ≤ 2) = F(2) = 0.349
A probabilidade de o fármaco produzir o efeito desejado em menos de 2 indivíduos (em 4)
é:
P(X < 2) = P(X ≤ 1) = F(1) = 0.084
A probabilidade de o fármaco produzir o efeito desejado em 2 ou mais indivíduos (em 4) é:
P(X ≥ 2) = 1 − P(X < 2)
= 1 − P(X ≤ 1)
= 1 − F(1)
= 1.0.084
= 0.916, ou

P(X ≥ 2) = P(X = 2 ou X = 3 ou X = 4) = f (2) + f (3) + f (4)


= 0.265 + 0.411 + 0.240 = 0.916
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V.A. Contínua - Função densidade de probabilidade

Definição: Seja X uma v.a. contínua. A função densidade de probabilidade (f.d.p) de X é


uma função f tal que
Z b
P(a < X < b) = f (x)dx, ∀a, b ∈ R : a ≤ b (3)
a
Propriedades
f : R −→ R
f (x) ≥ 0, ∀x ∈ R
R +∞
−∞ f (x)dx = 1
Observação: Se X é v.a. contínua, então f (x) 6= P(X = x)
P(X = x) = 0
P(a ≤ X ≤ b) = P(a < X < b) + P(X = a) + P(X = b) = P(a < X < b)

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V.A. Contínua - Função de distribuição acumulada

Definição: Seja X uma v.a. contínua com função densidade de probabilidade f . A sua função
de distribuição acumulada (f.d.a) F(x) está definida para qualquer valor x e é dada por:
Z x
F(x) = P(X ≤ x) = f (u)du (4)
−∞
Propriedades
A função de distribuição acumulada F da v.a. contínua deve satisfazer as seguintes condições
i. É uma função contínua
ii. 0 ≤ F(x) ≤ 1, ∀x
iii. F(x1 ) ≤ F(x2 ), se x1 ≤ x2
iv. lim F(x) = 0 e lim F(x) = 1
x→−∞ x→+∞

v. f (x) = dx se a função de distribuição acumulada for derivável.
vi. P(a ≤ X ≤ b) = F(b) − F(a)

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Gráico da f. densidade de probabilidade e f. de distribuição acumulada

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Exemplo da f.d.p e f.d.a da v.a. contínua

Considere que o consumo semanal de um certo bem alimentar, em famílias de um determinado


concelho, é uma v. a. X com a seguinte função densidade de probabilidade:
 1 2
 9x , 0 < x < 3
f (x) =
0, caso contrário

a. Obtenha a função de distribuição.


b. Represente graficamente as funções densidade de probabilidade e de distribuição.
c. Calcule a probabilidade de, numa semana, o consumo do bem alimentar numa dada
família ser superior a 1, 5.
d. Calcule a probabilidade de, numa semana, o consumo do bem alimentar numa dada
família se situar entre 1 e 2.
A resolução da alínea b) à d) será na sala de aula.

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Exemplo da f.d.p e f.d.a da v.a. contínua
Por definição, para qualquer x ∈ R tem-se:
Z x
F(x) = P(X ≤ x) = f (u)du
−∞
Caso 1 : x < 0. Tem-se
Z x Z x
F(x) = f (u)du = 0 du = 0
−∞ −∞
Caso 2 : 0 ≤ x ≤ 3. Tem-se
Z x 2
x3
Z x Z x
u
F(x) = f (0)du = 0 du + du =
−∞ −∞ −∞ 9 27
Caso 3 : x > 3. Tem-se
3
x3
Z 0 Z 3 Z +∞
1 2 27
F(x) = f (0) du = u du + 0 du = = =1
−∞ 0 3 3 27 27
0

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Noção de variáveis aleatória bidimensionais

Seja (X1 , X2 , . . . , Xn ) é um vector aleatório ou uma v.a. n-dimensional se X1 = X1 (s), X2 =


X2 (s), . . . , Xn = Xn (s) forem funções, cada uma associando um número real a cada resultado s
do espaço amostral S
Os vectores aleatórios, também podem ser discreto (se todas as componentes do vector aleatório
forem discretas) ou contínuos ( se todas as componentes do vector aleatório forem contínuas).

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V.A. Discreta - Função de probabilidade conjunta

Definição: Seja (X,Y ) um vector aleatório discreto. A função de probabilidade conjunta


de (X,Y ) é uma função fXY que associa a cada par ordenado possível (x, y) de (X,Y ) a sua
probabilidade, dada por:

fXY (x, y) = P(X = x,Y = y) (5)


Propriedades:
1 fXY (x, y) ≥ 0
2 ∑ ∑ fXY (x, y) = 1
x y

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Exemplo da função de probabilidade conjunta da v.a. discreta

Duas linhas de produção fabricam um certo tipo de motor. Suponhamos que a capacidade
máxima de produção diária seja de 3 motores em qualquer uma das linhas. Seja X a v.a. que
representa o número de motores produzidos na linha 1 e Y a v.a. que representa o número de
motores produzido na linha 2. A tabela abaixo representa a função de probabilidade conjunta.

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Exemplo da função de probabilidade conjunta da v.a. discreta

1 Determinar:
a) A probabilidade de a linha 1 produzir mais motores do que a linha 2
b) A probabilidade de a linha 1 produzir tantos motores como a linha 2
c) A probabilidade de a linha 1 produzir menos motores do que a linha 2
d) A probabilidade de a linha 1 produzir menos 2 motores, e a linha 2 produzir 2 ou 3 motores

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Exemplo da função de probabilidade conjunta da v.a. discreta

Resolução
2 3
a) P(X > Y ) = ∑ ∑ fXY (x, y) = (0.04 + 0.09 + 0.12) + (0.08 + 0.11) + 0.08 = 0.52
y=0 x=y+1
3
b) P(X = Y ) = ∑ fXY (x, y) = 0.0 + 0.06 + 0.08 + 0.08 = 0.22
x=y
c) P(X < Y ) = 1 − (0.22 + 0.52) = 0.26 ou 0.01 + 0.01 + 0.08 + 0.01 + 0.06 + 0.09 = 0.26
1 3
d) P(0 ≤ X ≤ 1, 2 ≤ Y ≤ 3) = ∑ ∑ fXY (x, y) = 0.01 + 0.01 + 0.08 + 0.06 = 0.16
x=0 y=2

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V.A. Dicreta - Função de distribuição acumulada conjunta

Definição: Seja (X,Y ) um vector aleatório discreto com função de probabilidade conjunta fXY .
A sua função de distribuição acumulada conjunta FXY está definida para todo o par ordenado
(x, y) ∈ R2 e é dada por

FXY (x, y) = P(X ≤ x,Y ≤ y) = ∑ ∑ fXY (u, v), (6)


u≤x v≤y

onde u e v tomam todos os valores possíveis da v.a. X e Y não superiores, respectivamente, a


x e y.
Propriedades: A função f (x, y) tem que satisfazer as seguintes condições:
1 0 ≤ f (x, y) ≤ 1, ∀x, y
2 ∑ ∑ fXY (u, v) = 1
u≤x v≤y
3 lim F(x, y) = 0 e lim F(x, y) = 1
x→−∞ x→+∞
y→−∞ y→+∞

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Exemplo de função de distribuição acumulda conjunta de v.a. discreta

Vamos considerar novamente o caso das 2 linhas de produção que fabricam um certo tipo de
motor.
Determinar FXY (2, 1)
Resolução:
2 1
FXY (2, 1) = P(X ≤ 2,Y ≤ 1) = ∑ ∑ fXY (x, y) = 0 + 0.01 + 0.04 + 0.06 + 0.09 + 0.08 = 0.28
x=0 y=0

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V.A. Discreta - Função de probabilidade marginal

A função densidade de probabilidade no caso contínuo fX e fY da v.a. X e Y unidimensionais,


podem ser obtidas da função de probabilidade conjunta fXY do vector aleatório (X,Y ). As
funções fX e fY são designadas funções de probabilidades marginais (f.d.p marginais, no caso
contínuo) de X e Y , respectivamente.

Definição: Considere-se a v.a. bidimensional (X,Y ) discreta, com função de probabilidade


conjunta f (x, y). As funções de probabilidade marginais de v.a. X e Y , são respectivamente,

fX (x) = ∑ fXY (x, y) (7)


y
e

fY (y) = ∑ fXY (x, y) (8)


x

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Exemplo de função de probabilidade marginal de v.a. discreta

Vamos considerar novamente o caso das 2 linhas de produção que fabricam um certo tipo de
motor, slide 19. Determinar as funções de probabilidades marginais fX (x) e fY (y)

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Exemplo de função de probabilidade marginal de v.a. discreta

Resolução:
Pela definição, obtém-se:
3
fy (0) = ∑ fXY (x, 0) = 0.0 + 0.04 + 0.09 + 0.12 = 0.25
x=0
3
fY (1) = ∑ fXY (x, 1) = 0.01 + 0.06 + 0.08 + 0.11 = 0.26
x=0
...
3
fX (0) = ∑ fXY (0, y) = 0.0 + 0.01 + 0.01 + 0.01 = 0.03
y=0
3
fX (1) = ∑ fXY (1, y) = 0.04 + 0.06 + 0.08 + 0.06 = 0.24
y=0
...

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V.A. Discreta - Função de distribuição acumulada marginal

A definição das funções de distribuição acumulada marginais FX e FY das variáveis aleatórias X


e Y , respectivamente, obtém-se da forma análoga da função de probabilidade, substituindo f
por F.
As funções de distribuição acumuladas marginais de v.a. X e Y são, da forma:

FX (x) = P(X ≤ x) = ∑ ∑ fXY (u, y) (9)


u≤x y
e

FY (y) = P(Y ≤ y) = ∑ ∑ fXY (x, u) (10)


u≤y x

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V.A. Contínua - Função densidade de probabilidade conjunta

Definição: Seja (X,Y ) um vector aleatório contínuo. A função densidade de probabilidade


conjunta de (X,Y) é uma função fXY tal que
Z Z
P((X,Y ) ∈ A) = fXY (x, y)dxdy (11)
A
para qualquer região A do espaço bidimensional.

Propriedades
(i)

fXY (x, y) ≥ 0∀x, y ∈ R


(ii)
Z +∞ Z +∞
fXY (x, y)dxdy = 1
−∞ −∞

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Exemplo de função densidade de prob. conjunta de v.a. contínua

Uma fábrica de produtos alimentares produz cereais de milho e aveia, cobertos ou não com
mel, e que são misturados e embalados em caixas. As variáveis aleatórias X e Y representam,
respectivamente, as proporções de cereais de milho e aveia, cobertos mel, existentes numa caixa
seleccionada ao acaso. A função densidade de probabilidade conjunta é:
(
x + y, x ∈ [0, 1] , y ∈ [0, 1]
fXY (x, y) =
0, para outros valores

Determine P 0 < X < 12 , 41 < Y < 12



a)

b) Verifique a condição (ii) da propriedade de f.d.p. conjunta

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Exemplo de função densidade de prob. conjunta de v.a. contínua

Resolução:
a)

1 1 1  12 Z 1 1
x2

1 1 1 1 y 2 5
Z Z Z
2 2 2 2
P(0 < X < , < Y < ) = (x+y)dxdy = + xy dy = 1 + dy =
2 4 2 1
4 0 1
4
2 0 4
8 2 1 64
4

b)

Z +∞ Z +∞ Z 1Z 1 Z 1 2 x=1 Z 1 
x 1
fXY (x, y)dxdy = (x + y)dxdy = + xy dy = + y dy = 1
−∞ −∞ 0 0 0 2 x=0 0 2

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V.A. Contínua - Função de distribuição acumulada conjunta

Definição: Seja (X,Y ) um vector aleatório contínuo com função densidade de probabilidade
conjunta fXY . A função distribuição acumulada conjunta FXY está definida para todo o par
ordenado (x, y) ∈ R2 e é dada por:
Z x Z y
FXY (x, y) = P(X ≤ x,Y ≤ y) = fXY (u, v)dudv (12)
−∞ −∞
Teorema:
∂ 2 FXY (x,y)
Seja (X,Y ) um vector aleatório contínuo. Se ∂ x∂ y existir, então

∂ 2 FXY (x, y)
fxY (x, y) =
∂ x∂ y

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V.A. Contínua - Função densidade probabilidade marginal

Definição: Considere-se a v.a. bidimensional (X,Y ) discreta, com função de probabilidade


marginais de X e de Y . As funções densidade de probabilidade marginais de X e de Y são,
respectivamente,
Z +∞
fX (x) = fXY (x, y)dy (13)
−∞
e Z +∞
fY (y) = fXY (x, y)dx (14)
−∞

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Exemplo de função densidade de prob. marginal de v.a. contínua

Consideremos o caso da fábrica de produtos alimentares que produz cereais de milho e aveia,
cobertos ou não com mel. Determinar fX (x) e fY (y)
Resolução:
Pela definição (fórmula 13 e 14), temos:

Z +∞ Z 1
1
fX (x) = fXY (x, y)dy = (x+y)dy = x+ para 0 ≤ x ≤ 1 e fX (x) = 0 para outros valores de x.
−∞ 0 2
De forma análoga,

Z +∞ Z 1
1
fY (y) = fXY (x, y)dy = (x+y)dx = y+ para 0 ≤ y ≤ 1 e fY (y) = 0 para outros valores de y.
−∞ 0 2

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V.A. Contínua - Função de distribuição acumulada marginal

Consideremos uma função de dsitribuição marginal de X e de Y de uma v.a. discreta. As


funções de distribuição acumuladas marginais de v.a. de X e de Y no caso contínuo,
Z x Z +∞
FX (x) = fXY (u, y)dydu (15)
−∞ −∞
e
Z y Z +∞
FY (y) = fXY (x, u)dxdu (16)
−∞ −∞

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Função de probabilidade condicionada de v.a. discreta e contínua

Sejam X e Y duas v.a. discretas, e considerem-se os eventos {X = x} e {Y = y}. A probabilidade


condicional P(X = x|Y = y) chama-se função de probabilidade condicional de X dado Y = y,
denota-se por fX|Y =y (x) e é dada por

P(X = x,Y = y) fXY (x, y)


fX|Y =y (x) = P (X = x|Y = y) = = , fY (y) > 0 (17)
P(Y = y) fY (y)
A segunda igualdade decorre da definição de probabilidade condicional, e terceira igualdade das
definições de função probabilidade conjunta e de função probabilidade marginal.
No caso contínuo, a interpretação da probabilidade condicional apresenta alguma dificuldade,
visto que P(X = x) = P(Y = y) = 0. No entanto, a função densidade de probabilidade condicional
é definida de forma análoga, ou seja,

P(Y = y, X = x) fXY (x, y)


fY |X=x (y) = P (Y = y|X = x) = = , fX (x) > 0 (18)
P(X = x) fX (x)

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Função de probabilidade condicionada de v.a. discreta e contínua

Definição: Seja fXY a função de probabilidade conjunta (f.p. conjunta, no caso contínuo) do
vector aleatório (X,Y ) e fX e fY as funções de probabilidade marginais (f.d.p. marginais, no
caso contínuo) de, respectivamente, X e Y .
A função de probabilidade condicional de X dado Y = y, no caso discreto e a função den-
sidade de probabilidade condicional de X dado Y = y, no caso contínuo, são dadas por

fXY (x, y)
fX|Y =y (x) = , se fY (y) > 0 (19)
fY (y)
De forma análoga, função de probabilidade condicional de Y dado X = x, no caso discreto e
a função densidade de probabilidade condicional de Y dado X = x no caso contínuo, é

fXY (x, y)
fY |X=x (y) = , se fX (x) > 0 (20)
fX (x)

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Exemplo de função de prob. condicionada de v.a. discreta e contínua

Considere os doentes que realizam tratamentos de emagrecimento. Sejam X e Y duas v.a.


descritas pela função densidade de probabilidade conjunta
(
8
(1 − xy), 0 ≤ x ≤ y ≤ 1
fXY (x, y) = 3
0, outros casos,
e que representam, respectivamente, a fracção de doentes sem curso superior, e fracção de
doentes com curso superior que têm sucesso nesses tratamentos. Determinar:
a) fX (x)
b) fY (y)
c) fY |X=x (y)
d) A probabilidade de, num determinado tratamento, mais de 75% dos doentes com curso
superior terem sucesso, sabendo que apenas 50% dos outros doentes o conseguiram.

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Exemplo de função de prob. condicionada de v.a. discreta e contínua

Resolução:
a) Por definição (fórmula 13),
Z +∞
fX (x) = fX,Y (x, y). Assim, para 0 ≤ x ≤ 1
−∞

y=1
xy2
Z 1   
8 8 8 3 1 3
fX (x) = (1 − xy)dy = y− = 1− x+ x
x 3 3 2 y=x 3 2 2
b) Pela fórmulas 14 Z +∞
fY (y) = fX,Y (x, y)
−∞
x=y
x2 y
Z y   
8 8 8 1
fY (y) = (1 − xy)dx = x− = y − y3 , para 0 ≤ y ≤ 1.
0 3 3 2 x=0 3 2

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Exemplo de função de prob. condicionada de v.a. discreta e contínua

Resolução:
c) Por definição (fórmula 20), temos:

fXY (x, y) 1 − xy 2 − 2xy


fY |X=x (y) = = 3 1
= , para 0 ≤ x ≤ y ≤ 1.
fY (x) 1− 2x+ 2x 3 2 − 3x + x3
d) Por definição, temos:
Sabe-se que: (Para x = 0.5)

x3
 
8 8 − 4y 8 3 5
fXY (x, y) = (1 − xy) = e fX (x) = 1− x+ = (subistituir em (20))
3 3 3 2 2 6
8
teremos: 5 (2 − y)
1
8 2y − y2
Z 1 Z 1 
8
P(Y > 0.75|X = 0.5) = fY |X=0.5 (y)dy = (2 − y)dy = = 0.45
0.75 0.75 5 5 2 0.75

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Independência de variáveis aleatórias

O conceito de v.a. independentes X e Y define-se de forma análoga ao conceito de inde-


pendência de dois eventos A e B.
De forma intuitiva, X e Y são variáveis aleatórias independentes, quando o resultado de X não
influenciar o resultado de Y, e vice-versa.
Definição: As v.a. X e Y (ambas discretas ou contínuas) são independentes, se e só se:

fXY (x, y) = fX (x) fY (y), ∀x, y ∈ R (21)

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Exemplo de v.a. independentes

Sejam X e Y a duração de vida de dois dispositivos electrónicos com f.d.p. conjunta:


(
e−(x+y) x ≥ 0, y ≥ 0
fXY (x, y) =
0, para outros casos
Mostre que X e Y são indepedentes.

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Exemplo de v.a. independentes

Resolução:
Visto que podemos factorizar a f.d.p. conjunta

fXY (x, y) = e−(x+y) = e−x e−y


e que
Z +∞ +∞
e−x dx = −e−x = 0 − (−1) = 1

0 0
Z +∞
e−y dy = 1 (a resolução é análoga)
0
Portanto, X e Y são independentes porque

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Exemplo de v.a. não independentes

Considere novamente o exemplo do slide 37, em que X e Y representam a fracção de doentes


sem e com curso superior, respectivamente, que têm sucesso em tratamento de emagrecimento
e cuja f.d.p. conjunta é
(
8
(1 − xy), 0 ≤ x ≤ y ≤ 1
fXY (x, y) = 3
0, outros casos,
Verifique que X e Y não são independentes.

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Exemplo de v.a. não independentes

Resolução:
Já vimos que

x3
Z +∞  
8 3
fX (x) = fXY (x, y)dy = 1− x+ ,0 ≤ x ≤ 1
−∞ 3 2 2
Z +∞  
8 1 3
fY (y) = fXY (x, y)dx = y− y ,0 ≤ y ≤ 1
−∞ 3 2
Logo, fXY (x, y) 6= fX (x) fY (y) e, portanto, X e Y não são independentes.

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Média ou valor esperado de v.a. discreta e contínua

A cada distribuição de probabilidade podemos associar certas constantes que fornecem infor-
mação relevante sobre a distribuição. Uma dessas constantes é a média ou valor esperado
ou esperança matemática de cada v.a. que indica onde a distribuição de probabilidade está
centrada.
A notação usada para média da v.a. X é tradicionalmente µ ou, mais explicita µX ou E(X).
Definição: A média ou valor esperado da v.a. X é a constante

µ = µX = E(X) = ∑ x f (x) (22)


x

se X é discreta, e
Z +∞
µ = µX = E(X) = x f (x)dx (23)
−∞
se X é contínua

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Média ou valor esperado de v.a. discreta e contínua

Pode-se mostrar que


Var(X) = E X 2 − (E(X))2


onde, no caso discreto,


E X 2 = ∑ xk2 f (xk )

k

e, no caso contínuo,
 Z +∞
E X2 = x2 f (x)dx
−∞

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Média ou valor esperado de v.a. discreta e contínua

Propriedades do valor esperado


1 E(K) = k ∀k ∈ R;
2 E(kX) = kE(X);
3 E(X ±Y ) = E(X) ± E(Y );

E(X)E(Y )
 se X e Y são independentes
4 E(XY ) =

E(X)E(Y ) +Cov(X,Y ), se X e Y são dependentes

Para caso bidimensionais, teremos:

E(X,Y ) = ∑ ∑ xy f (x, y), caso discreto (24)


x y

Z +∞ Z +∞
E(XY ) = xy f (x, y)dydx, caso contínuo (25)
−∞ −∞

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Exemplo de média ou valor esperado de v.a. discreta e contínua

Caso discreto
A firma MacSoft Corporation comercializa máquinas de musculação e outros artigo desportivos.
Suponha que X é a variável aleatória que representa o número de máquinas de musculação que
esta firma vende por semana e que tem a seguinte função de probabilidade:
x 7 8 9 10 11 12
1 1 1 2 3 1
f(x) 20 10 4 5 20 20
Determine o número médio de máquinas de musculação vendidas por semana.
Resolução:
Usando a fórmula 22, temos:

1 1 1 2 3 1 193
µ = E(X) = 7 × + 8 × + 9 × + 10 × + 11 × + 12 × =
20 10 4 5 20 20 20

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Exemplo de média ou valor esperado de v.a. discreta e contínua

Caso contínuo
Considere-se X uma v. a. contínua com função densidade de probabilidade dada por:
(
x
0<x<2
f (x) = 2
0 , caso contrário
Determine o valor esperado de X.
Resolução:
Pela definição (fórmula 23), obtemos:
2
Z 2 2
x3
Z +∞ Z 2 Z 2
x x 1 2 4
µ = E(X) = x f (x)dx = xdx = dx = + x dx = =
−∞ 0 2 0 2 2 0 6 3
0

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Variância e desvio padrão de v.a. discreta e contínua

Definição: Seja X uma v.a. com função de probabilidade f (x). A variância de X, denotada
por Var(X) ou σ 2 , ou σX2 , é definido por
h i
Var(X) = σ 2 = σX2 = E (X − µ)2 = ∑ (x − µ)2 f (x) (26)
x

se X é discreta, e
h i Z +∞
Var(X) = σ 2 = σX2 = E (X − µ)2 = (x − µ)2 f (x)dx (27)
−∞
se X é contínua.
Teorema 1.1: A variância da v.a. X é a constante

Var(X) = σ 2 = σX2 = E X 2 − µ 2
 

Demonstração: a cargo do estudante, para caso contínuo é análoga, mas com os somatórios
subtituídos por integrais.

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Variância e desvio padrão de v.a. discreta e contínua

Propriedades da variância
Sendo X e Y v.a. e k ∈ R
1 Var(k) = 0;
2 Var(kX) = k2Var(X);
3 Var(k + X) = Var(X);
(
Var(X) +Var(Y ) se X e Y são independentes
4 Var(X ±Y ) =
Var(X) +Var(Y ) ± 2Cov(X,Y ), se X e Y são dependentes
Definição: O desvio padrão da v.a. X, denotado pro σ ou σx é a constante
r h i p
σ = σx = E (X − µ)2 = var(X) (28)

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Exemplo de variância e desvio padrão de v.a. discreta e contínua
Caso discreto
Considerando o exemplo do valor esperado da firma que comercializa máquinas de musculação
e outros artigos desportivos dada pela função de probabilidade.
x 7 8 9 10 11 12
1 1 1 2 3 1
f(x) 20 10 4 5 20 20
Pela fórmula (26), obtemos: (recordar que µ = 193
20 )

193 2 1 193 2 1
   
2 2
 
V ar(X) = E (X − µ) = ∑(X − µ) f (x) = 7 − × + 8− × +
x 20 20 20 10
 2  2  2  2
193 1 193 2 193 3 193 1 531
+ 9− × + 10 − × + 11 − × + 12 − × =
20 4 20 5 20 20 20 20 400
Desvio padrão: Pela fórmula 28, obtemos:
r h r
2
i p 531
σx = E (X − µ) = var(X) = = 1.152
400
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Exemplo de variância e desvio padrão de v.a. discreta e contínua

Caso contínuo
Consideremos o exemplo do valor esperado da função densidade de probabilidade para o caso
contínuo (
x
0<x<2
f (x) = 2
0 , caso contrário
Resolução:
Pela fórmula (27), obtemos:
"  # Z +∞
4 2 4 2x
Z 2 
2
Var(X) = E (X − µ)2 = E (x − µ)2 f (x)dx =
 
X− = x− dx =
3 −∞ 0 3 2 9

Desvio padrão: Pela fórmula 28, obtemos:


r √
p 2 2
σx = var(X) = =
9 3

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Momentos de v.a. discreta e contínua

0 , como:
Definição: Momentos de ordem r em relação um ponto V, denotado por µr,V

0
µr,v = E [(X −V )r ] , portanto:

0
µr,V = ∑ (x −V )r f (x) (29)
x

se X é discreto, e
Z +∞
0
µr,V = (x −V )r f (x)dx (30)
−∞
se X é contínuo.
Casos particulares:
V = 0: momento ordinários ou em relação à ordem: µr0 = E(X r );
V = µ: momento centrados ou em relação à média: µr = E [(X − µ)r ].

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Exemplo de momentos de v.a. discreta e contínua

Caso discreto
Considerando o exemplo do valor esperado da firma que comercializa máquinas de musculação
e outros artigos desportivos dada pela função de probabilidade.
x 7 8 9 10 11 12
1 1 1 2 3 1
f(x) 20 10 4 5 20 20
Determinar o terceiro momento em relação a média.
Resolução:
Pela fórmula (29), obtemos: (recordar que V = µ = 19320 )

193 3 1 193 3 1 193 3 1


     
µ 0r,V r
= ∑ (x −V ) f (x) = µ3,0 193
= 7− × + 8− × + 9− × +
x 20 20 20 20 10 20 4
 3  3  3
193 2 193 3 193 1 1653
10 − × + 11 − × + 12 − × =
20 5 20 20 20 20 400

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Exemplo de momentos de v.a. discreta e contínua

Caso contínuo
Consideremos o exemplo do valor esperado da função densidade de probabilidade para o caso
contínuo (
x
0<x<2
f (x) = 2
0 , caso contrário
Resolução:
4
Pela fórmula (30), obtemos: (recordar que V = µ = 3 e r = 3)

4 3x
Z +∞ Z 2 
µ 0r,V = (x −V )r f (x)dx = µ3,0 4 = x− dx = . . .
−∞ 3 0 3 2
1 2 4
Z  
3 16 2 64 8
··· = x − 4x + x − x dx = −
2 0 3 27 135

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Covariância de v.a. discreta e contínua

Definição: Sejam (X,Y) uma v.a. bidimensional com função de probabilidade conjunta f (x, y).
A covariância entre X e Y, denotado por Cov(X,Y ) ou σXY , é a constante

cov (X,Y ) = σXY = E [(X − µX ) (Y − µY )] = ∑ ∑ (X − µX ) (Y − µY ) fXY (x, y) (31)


x y

se X e Y são v.a. discreta, e

Z +∞ Z +∞
cov (X,Y ) = σXY = E [(X − µX ) (Y − µY )] = (X − µX ) (Y − µY ) fXY (x, y)dxdy (32)
−∞ −∞

se X e Y são v.a. contínuas.


Propriedade de covariância:
1 cov(X, X) = E (X − µ )2 = var(X);
 
X
2 cov(X,Y ) = σXY = E(XY ) − µX µY ;
3 cov(X,Y ) = 0, se X e Y são independentes.

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Coeficiente de correlação linear de v.a. discreta e contínua

Definição: Sejam (X,Y) uma v.a. bidimensional com função de probabilidade conjunta f (x, y).
O coeficiente de correlação entre X e Y, denotado por corr(X,Y) ou ρXY , é a constante

E [(X − µX ) (Y − µY )] cov(X,Y )
corr(X,Y ) = ρXY = p =p , − 1 ≤ ρXY ≤ 1 (33)
var(X)var(Y ) var(X)var(Y )
Propriedades do coeficiente de correlação:
Se
ρXY = −1, a correlação linear negativa perfeita entre X e Y;
ρXY = 0, não existe correlação linear entre X e Y;
ρXY = 1, a correlação linear positiva perfeita entre X e Y;

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Exemplo de covariância e correlação de v.a. discreta e contínua

Caso contínuo
Consideremos novamente o exemplo dos doentes que realizam tratamento de emagrecimento e
em que as v.a. X (fracção de doentes sem curso superior) e Y(fracção de doentes com curso
superior) são descritas pela f.d.p. cpnjunta
(
8
(1 − xy), 0 ≤ x ≤ y ≤ 1
fXY (x, y) = 3
0, casos contrário
Determinar a covariância e coeficiente de correlação entre X e Y.

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Exemplo de covariância e correlação de v.a. discreta e contínua

Resolução:
Vimos anteriormente que

x3 y3
   
8 3 8
fX (x) = 1− x+ , 0 ≤ x ≤ 1; fY (y) = y− 0 ≤ y ≤ 1;
3 2 2 3 2

Então, pela fórmula (23), obtemos

x3
Z 1  
8 3 4
µX = E(X) = 1− x+ xdx =
0 3 2 2 15

y3
Z 1  
8 28
µY = E(y) = y− ydy =
0 3 2 45

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Exemplo de covariância e correlação de v.a. discreta e contínua

Resolução: Z 1Z y
8 5
E(XY ) = (1 − xy)xydxdy =
0 0 3 27
Covariância
Então, pela propriedade (3), de covariância, obtemos
 
5 4 28 13
cov(XY ) = σXY = E(XY ) − µX µY = − . =
27 15 45 675

Coeficiente de Correlação
O cálculo de coeficiente de correlação exige o conhecimento prévio de variância. Assim,
precisamos determinar a variância.
Tendo em conta o Teorema (1.1.) de variância, obtemos:

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Exemplo de covariância e correlação de v.a. discreta e contínua
Resolução:

x3 2
Z 1  
2
 8 3 1
E X = 1− x+ x dx = ,
0 3 2 2 9
 Z 18 y3 2
 
4
E Y2 = y− y dx = ,
0 3 2 9
 2
2
 2 2 1 4 1
var(X) = σX = E X − µX = − = ;
9 15 25
 2
4 28 116
var(Y ) = σY2 = E Y 2 − µY2 = −
 
=
9 45 2025
Logo, pela fórmula (33), temos
13
cov(X,Y )
corr(X,Y ) = ρXY = p = q 675 = 0.402
var(X)var(Y ) 116 1
. 2025 25

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Coeficiente de correlação linear de v.a. discreta e contínua

Teorema 1.2: Sejam ai constantes reais e Xi variáveis aleatórias (discretas ou contínuas) para
i = 1, 2, . . . n. Então,
" #
n n n
var ∑ ai Xi = ∑ ∑ ai a j cov(Xi , X j );
i=1 i=1 j=1

em particular
var [a1 X1 + a2 ] = a21 var(X1 )
e

var [a1 X1 + a2 X2 ] = a21 var(X1 ) + a22 var(X2 ) + 2a1 a2 cov(X1 , X2 ) (34)


Observe-se que, no caso de X1 e X2 serem v.a. independentes, então

var [a1 X1 + a2 X2 ] = a21 var(X1 ) + a22 var(X2 ) (35)

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Exemplos adicionais de coeficiente de correlação linear

Sejam X e Y duas v.a. tais que var(X) = 2, var(Y ) = 4 e cov(X,Y ) = −2. Determine:
a var(3X − 4Y + 8)
b var(4X − 2Y + 5)
Resolução:
a

v ar(3X − 4Y + 8) = var(3X) − var(4Y ) + var(8) =


= 9var(X) − 16var(Y ) + 2.3.(−4)cov(X,Y ) = 130
b

var(4X − 2Y + 5) = −16

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