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BAPHOMET E A FRAUDE DE

LEO TAXIL

IBN: 0908270922

PAULO H. JERONIMO DOS SANTOS


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BAPHOMET E A FRAUDE DE LEO TAXIL

Baphomet, Bafomete ou ainda Bafomé (do latim


medieval Baphometh, baffometi, ocitano Bafomé) é uma
criatura simbólica que apareceu como um ídolo pagão
em transcrições do julgamento da inquisição dos
Cavaleiros Templários no início do século XIV. O nome
apareceu pela primeira vez na consciência popular
inglesa, no século XIX. No que respeita a sua imagem
com cabeça de animal com chifres, ela foi criada por
Éliphas Lévi, um ocultista francês, que o publicou no
seu livro Dogma e Ritual de Alta Magia.

A associação dos Cavaleiros Templarios e Maçons não


passa de uma falacia criada pelo Rei Filipe o Belo e
Papa Clemente para destruir a ordem. A netflix possui
uma serie “Cavaleiros templarios” que conta passo a
passo desta perseguição infundada.

Com so Leo Taxil se aproveitou e cirou a grande


fraude. A Fraude de Taxil de 1890, é provavelmente a
mais famosa farsa antimaçônica francesa. Seu autor,
Léo Taxil, quis vingar-se da Maçonaria,da qual foi
expulso em 1882 por um caso de plágio.

Taxil viu, como ele mesmo confessaria mais tarde, uma


grande oportunidade para uma brincadeira onde
ridicularizaria a Igreja e se vingaria da Maçonaria por
tê-lo expulso. Em 1885, Taxil submeteu-se a público,
dizendo converter-se ao catolicismo romano, e
anunciou a sua intenção de reparar o dano que ele
tinha feito para a verdadeira fé. Em seguida, inventou
uma ordem maçônica satânica imaginária de nome
Palladium, cujo objetivo principal seria de dominar o
mundo.

O suposto objetivo de Taxil era denunciar tal ordem,


revelando seus segredos e ações à sociedade. Tendo
começado por acusar a Maçonaria de ocultar as piores

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misérias morais e incentivar seus seguidores ao vício,
quando não ao assassinato, em seguida, acusou de ser
uma seita satânica que dedica seus cultos a Baphomet,
nos camarotes dos quais o chefe supremo Albert Pike
recebia as suas ordens, de Lúcifer em pessoa.

Para tornar a farsa mais credível, Taxil misturou


elementos do ritual Maçônico com elementos
fantasiosos de sua invenção. Em particular, sobre as
várias imagens doravante famosas, reutilizou o símbolo
do 18º do Rito Escocês Antigo e Aceito, substituindo o
cordeiro pascal pela imagem de Baphomet, uma figura
simbólica concebida e divulgada a partir de 1854 pelo
ocultista francês Eliphas Levi.

Em 19 de abril de 1897, após dez anos de patrocínio


pelo Papa, Taxil chamou uma conferência de imprensa
organizada na Sociedade de Geografia (a chamada
Conferência de Leo Taxil), na qual confessou que suas
revelações sobre os maçons eram fictícias; admitiu
que Diana Vaughan não existia, pelo contrário, que o
nome tinha sido emprestado de sua secretária; revelou
que tal ordem Paládio não existia; explicou
detalhadamente os cuidados que teve para criar a e
manter a farsa e agradeceu ao clero por sua
assistência em dar publicidade às suas alegações
selvagens; e afirmou que a sua "brincadeira amigável"
teria feito o seu sucesso no tempo do livre-
pensamento que iria "Matá-los através de riso." Isso
revelou o grau de sua impostura e provocou um
escândalo em que a polícia teve que intervir para
acalmar e dar assistência e proteção ao autor.

Embora o material produzido por Taxil seja


confessamente uma fraude, esse material ainda é
utilizado contra maçons até hoje, principalmente pelos
fundamentalistas cristãos e antimaçônicos, que
associam o Baphomet à Maçonaria e afirmam que a
maçonaria é satânica. Um livro foi-lhe consagrado (Le
Mystère de Léo Taxil et la vraie Diana Vaughan),
publicado em 1930, sob o pseudónimo "Spectator",

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afirma que Taxil tinha sido manipulado pela Maçonaria
para desacreditar a antimaçonaria.

História do Baphomet

Cartaz referente a uma das fraudes de Léo Taxil.

A história em torno do Baphomet foi intimamente


relacionada com a da Ordem dos Templários, pelo
Rei Filipe IV de França e com apoio do Papa Clemente
V, ambos com o intuito de desmoralizar a Ordem, pois
o primeiro era seu grande devedor e o segundo queria
revogar o tratado que isentava os Cavaleiros
Templários de pagar taxas à Igreja Católica.
A Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo
de Salomão, também conhecida como Ordem do
Templo, foi fundada no ano de 1118. O objetivo dos
cavaleiros templários era supostamente proteger os
peregrinos em seu caminho para a Terra Santa. Eles
receberam como área para sua sede o território que
corresponde ao Templo de Salomão, em Jerusalém, e
daí a origem do nome da Ordem.
Segundo a história, os Cavaleiros tornaram-se
poderosos e ricos, mais que os soberanos da época.
Segundo a lenda, eles teriam encontrado no território
que receberam documentos e tesouros que os tornaram
poderosos. Segundo alguns, eles ficaram com a tutela

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do Santo Graal dentre outros tesouros da tradição
cristã.
Em 13 de outubro de 1307, sob as ordens de Felipe, o
Belo e com a conivência do Papa Clemente V, os
cavaleiros foram presos, torturados e condenados à
fogueira, acusados de diversas heresias.
O rei francês, nessa altura, acusava os templários de
adorarem o diabo na figura que na realidade se
chamava Baphomet. O Baphomet tornou-se o bode
expiatório da condenação da Ordem pela Igreja Católica
e da morte de templários na fogueira que se seguiu
a isto.

Etimologia

Imagem de uma série de figuras esculpidas ou


gravadas que foram encontradas em um número de
supostos artefatos Templários do século XIII, como
copos, taças e cofres. Ela é associada ao ídolo
Baphomet

Não existe consenso quanto à etimologia da palavra


"Baphomet". Segundo o arqueólogo austríaco Joseph
von Hammer-Purgstall, um não simpatizante do ideal

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templário e que em 1816 escrevera um tratado
intitulado Mysterium Baphometis Revelatum, sobre os
alegados mistérios dos Cavaleiros e do Baphomet, a
expressão proviria da união de dois vocábulos gregos,
"Baphe" e "Metis", significando "Batismo de Sabedoria".
A partir desta conjectura, Von Hammer especula a
respeito da possibilidade da existência de rituais de
iniciação, onde haveria a admissão aos mistérios e aos
segredos cultuados pela Ordem do Templo.[2][3]
A origem da palavra Baphomet ficou perdida, e muitas
especulações podem ser feitas, desde uma composição
do nome de três deuses: Baph, que seria ligado ao
deus Baal; Pho, que derivaria do deus Moloch; e Met,
advindo de um deus dos egípcios, Seti. Outra teoria
nos leva a uma corruptela de Muhammad (Maomé - o
nome do profeta do Islã), até Baph+Metis do grego
"Batismo de Sabedoria".
A palavra "Baphomet" em hebraico é como
segue: Beth-Pe-Vav-Mem-Taf. Aplicando-se a cifra
Atbash (método de codificação usado
pelos Cabalistas judeus), obtém-se Shin-Vav-Pe-Yod-
Aleph, que soletra-se Sophia, palavra grega para
"sabedoria".
Todavia ainda existem fontes que afirmam uma outra
origem do termo. Segundo alguns, o nome veio da
expressão grega Baph-Metra( mãe-Metra ou Meter-
submersa; Baph-em sangue. Ou seja, a Mãe de sangue,
ou a Mãe sinistra). Grande parte dos historiadores que
afirmam essa versão se baseiam no fato que o culto
à cabeça está relacionada com conjurações de
entidades femininas.
Teorizou-se simbolicamente que o Baphomet é fálico,
já que em uma de suas míticas representações há a
presença literal do falo devidamente inserido em um
vaso (símbolo claro da vulva).

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Baphomet por Eliphas Levi

O Baphomet de Eliphas Levi.

A representação mais conhecida de Baphomet foi


criada pelo ocultista Eliphas Levi, como apresentada
ao lado. Levi lista as mais frequentes representações
do Baphomet: na classificação e explicação das
gravuras de seu livro Dogma e Ritual da Alta Magia,
Eliphas Levi classifica a imagem de Baphomet como a
figura panteística e mágica do absoluto.

• O facho representa a inteligência equilibrante


do ternário.
• A cabeça de bode, reunindo caracteres de cão,
touro e burro, representa a responsabilidade
apenas da matéria e a expiação corporal dos
pecados.
• As mãos humanas mostram a santidade do
trabalho e fazem o sinal da iniciação esotérica
a indicar o antigo aforismo de Hermes
Trismegisto (em uma posição muito semelhante
a representações de Shiva na Índia): "o que
está em cima é igual ao que está embaixo". O
sinal com as mãos também vem a recomendar
aos iniciados nas artes ocultas os mistérios.
Pode também ser interpretado em seu
aspecto metafísico, onde pode representar o espírito

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divino que "ligou o Céu e a Terra", tema recorrente
na literatura esotérica.

• Os crescentes lunares presentes na figura


indicam as relações entre o bem e o mal, da
misericórdia e da justiça.
• Possuindo seios, o bode representa o papel de
trazer à Humanidade os sinais da maternidade
e do trabalho, os quais são signos redentores.
• O pênis é metaforicamente representado por
um Caduceu. No budismo tantrico este é o
símbolo de ascensão da energia da
deusa Kundalini. Em forma de serpente ela está
enrolada e oculta na base da coluna de todo
ser humano. Ao atingir a plenitude desta força,
o ser alcança o êxtase da iluminação
(o nirvana). Este tipo de simbologia aparece
com frequência na alquimia (o coito do rei e
da rainha), com a qual o ocultismo tem
relação.
• Na frente e embaixo do facho encontra-se o
signo do microcosmo a representar
simbolicamente a inteligência humana.
• Colocado abaixo do facho o símbolo faz da
chama dele uma imagem da revelação divina. *
Baphomet deve estar assentado ou em um cubo
e tendo como estrado uma bola apenas ou uma
bola e um escabelo triangular.
• A figura pode ser colorida no ventre (verde),
no semicírculo (azul) e nas penas (diversas
cores).

Aleister Crowley
Ver também: Caminho da mão esquerda e caminho da
mão direita

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Pentagrama invertido, representa a cabeça de
Baphomet, segundo adeptos do caminho da mão
esquerda

O Baphomet de Levi tornou-se uma figura importante


dentro da cosmologia da Thelema, o sistema místico
estabelecida por Aleister Crowley no início do século
XX. O credo da Igreja Gnóstica Católica é recitado pela
congregação na Missa Gnóstica, com a seguinte frase:
". E eu creio na Serpente e no Leão, Mistério dos
Mistérios, em seu nome BAPHOMET".
Em Magick (Book 4), Crowley afirmou que Baphomet
era um andrógino divino e o hieróglifo da perfeição
arcana: Visto como o que reflete o que ocorre acima
de modo como reflete abaixo.
O Diabo não existe. É um nome falso inventado (...)
implicar uma unidade na sua confusão ignorante de
dispersões. Um diabo que tinha a unidade seria um
Deus ... 'O Diabo' é historicamente o Deus de todos os
povos inimigos... Esta serpente, Satanás, não é o
inimigo do homem, mas o que fez de nossa raça
humana "Deuses", conhecendo a si mesmo "o bem e o
mal"; Ele é encontrado no Livro de Thoth, e Seu
emblema é BAPHOMET, o Andrógino que é o hieróglifo
da perfeição arcana... Ele é, portanto, a Vida e o Amor.
Mas, além disso, sua carta é ayin, o Olho, de modo
que ele é Luz; e a sua imagem Zodiacal é Capricórnio,
cuja cabra saltando é atributo da liberdade.[5]

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Para Crowley, Baphomet é mais um representante da
natureza espiritual dos espermatozóides, enquanto
também é simbólico da "criança mágica", produzido
como resultado da magia sexual.[6] Como tal representa
a união dos opostos, porque misticamente é
personificado em Caos e Babalon combinados e
biologicamente manifestados com o esperma e
o óvulo unidos no zigoto.

No antimaçonaria e na teoria da conspiração

Baphomet na Maçonaria, no Fraude de Taxil, desenho


de Pierre Méjanel.

Serge Abad-Gallardo, membro renunciado da Maçonaria


Francesa da Obediência Maçônica da Ordem Maçônica
Mista Internacional "Direito Humano", tendo atingido o
18º grau maçônico, cita o 29º grau maçônico
pertencente aos altos graus maçônicos como colocando
o candidato ao grau em frente a uma efígie do
Baphomet e ao lado dele um crucifixo que o candidato
deve pisar. Ele interpreta esse rito maçônico no
sentido de que a glorificação do homem procurado

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passa pela rejeição do Deus dos cristãos. Cyril
Dougados, membro renunciado da Maçonaria Francesa
pela obediência maçônica da Grande Loja Nacional
Francesa, tendo atingido o 32º grau maçônico,
especifica que em notas avançadas (notas maçônicas
altas) o olho onisciente é substituído por Baphomet O
ensaísta espanhol Alberto Bárcena Pérez[9] publicou o
ritual maçônico completo, no qual se encontra a
referência a Baphomet Da mesma forma, o ensaísta
espanhol Manuel Guerra Gómez denuncia a procissão
de Baphomet, também no 29º grau maçônico do rito
escocês antigo e aceito, observando que a genuflexão
em sua homenagem é feita dobrando o joelho esquerda
em vez do joelho direito para uma genuflexão católica
antes do eucaristia. O Baphomet na Maçonaria também
aparece no Fraude de Taxil, também no 29º grau
maçônico do antigo e aceito Rito Escocês, o de "Grande
Escocês de Santo André da Escócia" ou "Cavaleiro de
Santo André da Escócia" em seu Os mistérios da
Maçonaria (1886).

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https://creativecommons.org/licenses/by-
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Baphomet

https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%A9o_Taxil

Edição e diagramação: Paulo Henrique Jerônimo dos


Santos

E-mail: paulohenriquejeronimodossantos@proton.me

IBN: 0908270922

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