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SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO

EQUIPE DE ENSINO RELIGIOSO


PUBLICO ALVO: 9 ANO
ASSUNTO: MITOS DE ORIGEM DA VIDA
Vida e morte: De onde viemos e para onde vamos?
▶ De onde viemos e para onde vamos são dois grandes
questionamentos que perseguem a humanidade, a filosofia e a
ciência há séculos. E, para muitos, são incógnitas que só têm resposta
nas religiões. A fé funciona como um ponto de apoio para saber
lidar com dúvidas e, principalmente, com as perdas.
▶ A relação entre morte e vida sempre foi e será muito estreita.
Mesmo com dogmas distintos, todas as religiões pregam coisas
boas como o amor ao próximo e a paz. E viver dessa forma
garante uma “boa partida” para cada um, independente da crença.
Hoje,[...], vamos conhecer a visão de quatro crenças sobre a
temática morte e vida.
Catolicismo: o céu começa aqui na
Terra
Ter empatia e amor ao próximo são alguns preceitos pregados pelo catolicismo para serem colocados em
prática por seus fiéis e os tornarem verdadeiros merecedores do céu. Para o padre Pedro Cabello, reitor
do Santuário Mãe Rainha, em Ouro Preto, Olinda/PE, a fé deve transcender os muros da igreja. “Não
podemos mais agir como antigamente, em que a fé era vivida apenas dentro da igreja. Temos que levá-la
conosco para a vida cotidiana, pois essa será a última prova que vamos passar e Jesus vai nos
questionar”, afirma.
O padre alerta que muitas vezes o pedido de ajuda está mais próximo do que achamos. “Basta olhar ao
nosso redor. Às vezes o problema está dentro de casa ou em nossa vizinhança. Quantas pessoas em
nosso bairro dependem dos outros?”, questiona. Os ensinamentos católicos dizem que a forma como se
vive na terra rege como será o pós morte. Os seres morrem apenas uma vez e são julgados por seus atos
na Terra. A partir disso, vão para o céu, purgatório ou inferno.
O religioso destaca que esse é um tema tabu entre os seguidores do catolicismo. “Cada vez mais nos
afastamos do fenômeno morte. Mas toda a nossa vida e fé se encaminham para o momento da partida
para a casa definitiva. Temos que tomar consciência de que a vida do ser humano, por ser criação, tem
um começo e um fim. Não acreditamos em reencarnação”, afirma.
Espiritismo: A morte é apenas uma passagem
O Livro dos Espíritos, publicado em 1857, é considerado o marco de fundação do Espiritismo. A obra,
escrita pelo educador e tradutor francês Allan Kardec, reúne mais de mil princípios doutrinários da
religião. Os praticantes acreditam que os seres humanos são espíritos reencarnados na Terra em busca
de constante evolução. O livro é composto de perguntas e respostas que Kardec fez aos espíritos sobre
temas universais como morte, vida, relações familiares, dentre outras.
A religião acredita que Deus criou os espíritos sem discernimento do bem e do mal. Quando estes vêm
a Terra, passam por provações e, devido ao livre-arbítrio, tem o direito de escolher como querem viver.
Com a morte física, o espírito segue uma jornada de evolução. Os que praticam o “mal” recebem novas
chances, por meio das encarnações, e os que fazem o “bem”, evoluem mais rapidamente. “Para Allan
Kardec, o verdadeiro espírita é aquele que luta para domar as suas más tendências, procurando ser
melhor a cada dia”, afirma Frederico Menezes, estudioso, que já lançou 14 livros relacionados ao
espiritismo e viaja o país realizando palestras sobre o assunto há 37 anos.
Para Frederico a evolução espiritual vem através das reencarnações.“O espiritismo matou a morte.
Tirou a visão macabra que os estudiosos tinham dela. Mostrou que a morte é uma apenas uma
passagem”, finaliza.
Protestantismo: A vida à luz das escrituras
▶ O Protestantismo surgiu no século XVI, a partir uma de ruptura com a Igreja Católica, feita
pelo monge Martinho Lutero. Este criou um documento com 95 teses que demonstravam as
suas insatisfações diante da religião. Dentre os motivos, estavam a venda de indulgências, a
adoração de imagens, missas em latim, celibato e a autoridade do Papa. Depois, vieram
muitas outras subdivisões. Mas, assim como no Catolicismo, os protestantes são cristãos e
seguem os preceitos da Bíblia. “Isso não diz respeito apenas à questão interna da igreja, mas
também como a pessoa deve viver em família, no trabalho, em sociedade, nos
relacionamentos, em todas as áreas. A Bíblia é o nosso manual”, afirma o pastor Elcias
Martins, da Igreja Batista do Barro, em Recife/PE.
▶ Sobre a morte, os religiosos também buscam respostas nas escrituras. Segundo o pastor
Elcias, o fenômeno foi inserido aos humanos por causa do pecado de Adão. Tal crença pode
ser encontrada no livro Romanos 5:12, que diz: “Como por um homem entrou o pecado no
mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens”, afirma a
publicação. Os protestantes não acreditam em vida após a morte, para eles os seres são
julgados por Deus e podem ir ao céu ou ao inferno. “E a questão de ir para um ou o outro
está simplesmente na fé ou na rejeição do evangelho”, complementa.
Candomblé: da iniciação a Egun
O Candomblé é uma religião de ordem iniciática, e como tal, tem várias determinações que direcionam a
vida dos filhos-de-santo (denominação dos praticantes). A maioria dos ensinamentos é passada de geração
para geração de forma oral: tanto pelos Ensinamentos Sagrados de Ifá, dividido em 256 partes, que contém
os princípios éticos da religião; quanto pelos mitos dos 16 orixás, que são histórias contadas e recontadas,
que sempre apresentam uma lição. Os orixás são divindades das religiões de matriz africana. Eles
representam as forças da natureza, bem como virtudes e necessidades dos seres vivos.
“Os candomblecistas devem viver de acordo com os princípios das divindades sagradas, principalmente
daquela que o rege. Por exemplo, Ogum tem como princípio a verdade. Há um interdito de mentira para
seus filhos e filhas. Muito provavelmente, aqueles que não seguem esse caminho serão punidos pelo próprio
orixá”, conta a Yalorixá Denise Botelho, professora associada do Departamento de Educação da
Universidade Federal Rural de Pernambuco. “Os praticantes também devem seguir as orientações dadas
pelos zeladores de orixás, babalorixás (pais-de-santo), yalorixás (mães-de-santo)”, complementa.
Para o Candomblé, não existe uma concepção de céu ou inferno. Após a morte física, o egun (alma do
falecido) é encaminhado pelos orixás Omulú e Iansã Igbale até o Órun (mundo espiritual). Ali, ele vai
permanecer junto a outros seres ancestrais, orixás e guias. “A morte é demarcada com a cerimônia de
Axexê, na qual os feitos e as boas coisas realizadas pelos iniciados são glorificadas. Se criarmos bons feitos
quando vivos, seremos lembrados após a morte”, afirma Denise. “Há uma volta à massa cósmica desse
corpo terreno, mas o espírito continua vivo no coração de seus descendentes”, finaliza.
ATIVIDADES DE FIXAÇÃO
1) Qual o papel da fé em relação a duvida entre a vida e a morte e
principalmente sobre a perda?
2) Quais as semelhanças entre as quatro religiões do texto e o que
garante uma boa “partida”?
3) O que o líder católico quer afirmar que não podemos mais viver como
antigamente, o que devemos fazer?
4) Como a religião espirita acredita que Deus criou os espíritos?
5) Para os protestantes como a morte entrou para os homens e como
eles podem ir para o ceú ou inferno através da morte?
6) Explique a cerimonia da morte para os candomblecistas
Fontes bibliográficas
▶ Sabino, Raffaela. Vida e morte: De onde viemos e para onde
vamos? https://www.univeritas.com/noticias/vida-e-morte-de-
onde-viemos-e-para-onde-vamos

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