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AÇÃO E REAÇÃO

1. INTRODUÇÃO

O objetivo deste estudo é mostrar que o acaso não existe e que um futuro promissor depende das boas ações
praticadas no presente.

2. CONCEITO

Ação – ato o efeito de agir. Manifestação de uma força, de uma energia, de um agente.

Em termos espirituais, a ação inteligente do homem é um contrapeso que Deus dispôs para estabelecer o equilíbrio
entre as forças da Natureza e é ainda isso o que o distingue dos animais, porque ele obra com conhecimento de
causa. (Equipe da FEB, 1995)

Reação - Ato ou efeito de reagir. Resposta a uma ação qualquer. Comportamento de alguém em face de ameaça,
agressão, provocação etc.

Em termos espirituais, a reação é a conseqüência que a ação humana acarreta ao ser defrontada com a Lei Natural.

3. ASPECTOS GERAIS

Deus, que é inteligência suprema e causa primária de todas as coisas, estabeleceu leis, chamadas de naturais ou
divinas. Elas englobam todas as ações do homem: para consigo mesmo, para com o próximo e para com o meio
ambiente. Numa fase mais rudimentar, funciona o determinismo divino; com o desenvolvimento do ser, Deus
faculta-lhe o livre-arbítrio, a fim de que sinta responsabilidade pelos atos praticados. Assim, o homem tem uma
lei, uma diretriz, um modelo colocado por Deus na sua consciência, no sentido de nortear-lhe os seus atos.

A reação nada mais é do que uma resposta da natureza às nossas ações. Reações estas baseadas na lei natural. O
raciocínio poderia ser expresso assim: há uma ação que provoca uma reação; a ação da reação provoca uma nova
reação; a ação da reação da reação provoca outra ação. A isso poderíamos denominar de cadeias de ação e reação.

A filosofia hindu chama essa cadeia de Carma, ou seja, o somatório do mérito e do demérito de todas as ações
praticadas pelo indivíduo. A finalidade dessa cadeia de ação e reação é a perfeição do Espírito.

4. AÇÃO

4.1. PRINCÍPIO DA AÇÃO

Os movimentos que executamos em nosso dia-a-dia caracterizam as nossas ações. Fazer ou deixar de fazer,
escrever ou não escrever, obedecer ou mandar são atitudes corriqueiras em nossa ocupação diária. Ocupar-se
provém de um preocupar-se. À preocupação com uma ação futura, denominamos princípio da ação.

Um exemplo tornará claro esse pensamento. Barbear-se é uma ação que a maioria dos homens pratica. O barbear-
se está ligado a um princípio que o indivíduo forjou para si, ou seja, ele tomou uma decisão de apresentar-se
barbeado. Ele deseja estar barbeado e não barbudo, como também poderia escolher ficar com barba. Nesse caso,
eliminaria a ação de barbear-se, mas deveria aparar as barbas uma vez por semana.
Assistir a ou proferir uma palestra é uma ação. O princípio subjacente a este encontro está calcado tanto na
conduta do expositor quanto na do ouvinte. O primeiro tem o dever de preparar o assunto; o segundo, o preparo
mental e espiritual para ouvir.

4.2. OS MEIOS E OS FINS DE UMA AÇÃO

Estamos sempre confundindo os meios com os fins. Poder-se-ia perguntar: qual o fim de uma palestra? Qual o fim
de uma religião? Qual o fim de um sindicato? As respostas poderiam ser: o fim de uma palestra espírita é difundir
a verdade; o fim da religião é salvar os seus adeptos; o fim de um sindicato é defender os interesses de seus
associados. Pode-se, contudo, confundir os meios com os fins: o expositor pode querer fazer prosélitos à custa da
verdade; o Pastor, o Padre ou o mesmo o Espírita embora clamem pela salvação do adepto, acabam proibindo a
salvação do mesmo em outra Igreja que não seja a sua; O presidente do sindicato pode promover greves, não para
defender os interesses dos seus associados, mas para a sua ascensão política.

4.3. AUTONOMIA DE UMA AÇÃO

Temos, por várias razões, dificuldade de agir livremente. 1) A ignorância. Como escolher quando não se conhece?
2) Desenvolvimento determinístico imposta pelo princípio de causalidade. 3) Escassez de recursos naturais. São os
terremotos, tempestades, acidentes etc.

O que permanece livre dessas amarras constitui o livre-arbítrio.

Há uma lenda japonesa que retrata a autonomia da ação.

Kussunoki Massashige, famoso guerreiro do antigo Japão, celebérrimo pela sua inteligência e pelos seus lances
geniais de estratégia, vivia desde sua infância no meio dos guerreiros.

Uma vez, no castelo de seu pai, observava os guerreiros que, reunidos ao redor de um enorme sino, apostavam
quem deles conseguiria pô-lo em movimento. Contudo, nenhum deles, mesmo o mais hercúleo conseguiu mover
milímetro do sino. O menino assistia a tudo isso com muito interesse. De repente, apresenta-se para mover o sino,
desde que tomasse o tempo necessário para tal mister. Ele cola o seu corpo ao sino e começa a fazer esforço para
balançar o sino. Depois de várias tentativas o sino começou a mover-se; primeiro lentamente; depois com mais
força, formando uma simbiose entre o sino e o peso do garoto.

Qual a lição moral deste conto? É que devemos nos amoldar à situação e não o contrário. Observe a chegada de
novos companheiros a um Centro Espírita: quantos, numa primeira reunião, não querem mudar tudo. Qual o
resultado? Não conseguirão nada, porque não absorveram as atitudes e os comportamentos das pessoas envolvidas
com a situação.

5. REAÇÃO

5.1. REAÇÃO NÃO É SÓ SOFRIMENTO

Geralmente, a palavra reação vem impregnada de dor e de sofrimento: é como o pecador ardendo no fogo do
inferno. No meio espírita, toma-se como sinônimo de carma, que implica em sofrer e resgatar as dívidas do
passado. A reação, por seu turno, nada mais é do que uma resposta – boa ou má –, em razão de nossas ações. A
reação é simplesmente uma resposta, nada mais. Suponha que estejamos praticando boas ações. Por que aguardar o
sofrimento? Não seria melhor confiar na Vontade de Deus, na execução de sua justiça, que nos quer trazer a
felicidade?
5.2. LEI DE DEUS

Qual o móvel que determina uma reação? É a Lei de Deus. Se a prática de uma ação não for concernente com a
Lei de Deus, ou seja, se ela não expressar o bem ao próximo, ela não foi praticada em função da vontade de Deus.
Qual será a reação com relação à Lei? Dor e sofrimento.

Qual deve ser a nossa atitude para com a dor? Quem gosta de sofrer? Acontece que sem ela não conseguiremos
nos amoldar eficazmente à Lei de Deus. Se, por outro lado, interpretássemos a dor e o sofrimento como um ganho,
um aprendizado das coisas úteis da vida, quem sabe não viveríamos melhor.

5.3. A INEXORABILIDADE DA LEI

A Lei de Deus é justa e sábia. É por isso que dizemos que o acaso não existe. Isso quer dizer que tudo o que se nos
acontece deveria nos acontecer. Nesse sentido, Deus não perdoa e nem premia. Faz, simplesmente, cumprir a sua
Lei.

Como é que deveríamos agir com relação ao sofrimento? Verificar onde erramos. Caso tenhamos cometido algum
crime, algum deslize, deveríamos nos arrepender. Basta apenas o arrependimento? Não. É preciso sofrer de forma
educada. Ainda mais: temos que reparar o mal que fizemos. Deus se vale das pessoas, mas o nosso problema é
com relação a radicalidade de sua Lei. E não adianta adiar porque, mais cedo ou mais tarde, a nossa consciência
nos indicará o erro e teremos que refazer o mal praticado.

6. A PASSAGEM DO TEMPO ENTRE A AÇÃO E A REAÇÃO

6.1. ANTECEDENTES E CONSEQÜENTES

A causa passada gera uma dor no presente; a causa presente provoca um sofrimento futuro. Um fato social é um
evento quantitativo: aconteceu em tal dia, em tal local e em tal hora. A passagem do tempo transforma o fato
quantitativo em fato qualitativo. Como se explica? Observe a água: ela é formada da junção de 2 elementos de
hidrogênio com 1 de oxigênio. A água, embora contenha dois elementos de hidrogênio e um de oxigênio, é
qualitativamente diferente do hidrogênio e do oxigênio.

6.2. O TEMPO MODIFICA QUALITATIVAMENTE A CAUSA

Transportemos o exemplo da água para o campo moral. Suponha que há 300 anos houve um assassinato entre duas
pessoas que se odiavam. Como conseqüência, criou-se um processo obsessivo entre os dois. O fato real e
quantitativo: um assassinato, que produziu um agravo à Lei de Deus e que deverá ser reparado. Os 300 anos
transcorridos modificaram tanto aquele que cometeu o crime quanto aquele que o sofreu. E se a vítima já perdoou
o seu assassino? E se o assassino vem, ao longo desse tempo, praticando atos caridosos? Será justo aplicar a lei do
olho por olho e dente por dente? Aquele que matou deverá ser assassinado? O que acontece? Embora o assassino
tenha que reparar o seu erro, pois ninguém fica imune diante da lei, a pena pode ser abrandada, em virtude de seus
atos benevolentes.

6.3. PERDA DO DEDO E NÃO DO BRAÇO

Esta história foi retratada pelo Espírito Hilário Silva, no capítulo 20 do livro A Vida Escreve, psicografada por F.
C. Xavier e Waldo Vieira, no qual descreve o fato de Saturnino Pereira que, ao perder o dedo junto à máquina de
que era condutor, se fizera centro das atenções: como Saturnino, sendo espírita e benévolo para com todas as
pessoas, pode perder o dedo? Parecia um fato que ia de encontro com a justiça divina. Contudo, à noite, em
reunião íntima no Centro Espírita que freqüentava, o orientador espiritual revelou-lhe que numa encarnação
passada havia triturado o braço do seu escravo num engenho rústico. O orientador espiritual assim lhe falou: “Por
muito tempo, no Plano Espiritual, você andou perturbado, contemplando mentalmente o caldo de cana enrubescido
pelo sangue da vítima, cujos gritos lhe ecoavam no coração. Por muito tempo, por muito tempo... E você implorou
existência humilde em que viesse a perder no trabalho o braço mais útil. Mas, você, Saturnino, desde a primeira
mocidade, ao conhecer a Doutrina Espírita, tem os pés no caminho do bem aos outros. Você tem trabalhado,
esmerando-se no dever... Regozije-se, meu amigo! Você está pagando, em amor, seu empenho à justiça...”

7. CONCLUSÃO

A prática da caridade tem valor científico, ou seja, ajuda-nos a reparar os danos que causamos à Lei Divina.
Assim, se soubermos viver sóbrios e sem muitos agravos à Lei, certamente faremos uma passagem tranqüila ao
outro plano de vida.

CARMA E LEI DE AÇÃO E REAÇÃO

Carma é uma palavra sânscrita que significa "fazer", "ser", "agir". Pode-se dizer que é o somatório dos méritos e
dos deméritos de cada indivíduo. Ao lado do carma individual, fala-se, também, do carma coletivo, ou seja, há
uma espécie de compensação, tanto individual como coletiva, de todos os seres da humanidade.

A Lei do carma é muito mais uma lei de reação do que de ação. Vivemos envoltos com o que fomos no passado.
Daquilo que fizemos, segue o que recolheremos.

A Lei de ação e reação, esboçada com o auxílio da Doutrina Espírita, é bem diferente da Lei do Carma: faz-nos
refletir sobre o tempo.

Observe uma ação má realizada há 100 anos. Na época atual, ela terá outro peso e outra medida. Nesse sentido,
tanto mudam o Espírito obsessor quanto nós mesmos. De modo que raciocinar em termos de lei de talião - olho
por olho, dente por dente - não é recomendável. O melhor é pensar que cada boa ação no presente está
modificando para melhor a má ação do passado.

Em outros termos, estamos modificando a causa.

Um exemplo clássico no meio espírita é a história retratada pelo Espírito Hilário Silva, no capítulo 20 do livro A
Vida Escreve, psicografada por F. C. Xavier e Waldo Vieira, no qual descreve o fato de Saturnino Pereira que, ao
perder o dedo junto à máquina de que era condutor, se fizera centro das atenções: como Saturnino, sendo espírita e
benévolo para com todas as pessoas, pode perder o dedo? Parecia um fato que ia de encontro com a justiça divina.
Contudo, à noite, em reunião íntima no Centro Espírita que freqüentava, o orientador espiritual revelou-lhe que
numa encarnação passada havia triturado o braço do seu escravo num engenho rústico. O orientador espiritual
assim lhe falou: "Por muito tempo, no Plano Espiritual, você andou perturbado, contemplando mentalmente o
caldo de cana enrubescido pelo sangue da vítima, cujos gritos lhe ecoavam no coração. Por muito tempo, por
muito tempo... E você implorou existência humilde em que viesse a perder no trabalho o braço mais útil. Mas,
você, Saturnino, desde a primeira mocidade, ao conhecer a Doutrina Espírita, tem os pés no caminho do bem aos
outros. Você tem trabalhado, esmerando-se no dever... Regozije-se, meu amigo! Você está pagando, em amor, seu
empenho à justiça..."

Lei de Causa e Efeito x Lei de ação e reação

Todos nós vivemos neste universo infinito criado por Deus, o nosso Pai. Conseqüentemente, tudo e todos estão
sujeitos as Leis de Deus (ou como ainda falam alguns: as leis da natureza). Esta verdade é muito bem explicada
pelos ensinamentos espíritas, particularmente, através dos seguintes livros da Codificação Espírita (i.e., o
Pentateuco Espírita), a saber: O Livro dos Espíritos (Livro Primeiro – das Causas) e A Gênese (Capítulo II).

Uma destas “leis naturais” é a conhecida lei de ação e reação; a famosa terceira lei de Newton. Tal lei nos ensina
que: para toda força aplicada de um objeto para outro objeto, existirá outra força de mesmo módulo, mesma
direção e sentido oposto. Em outras palavras, a lei de ação e reação nos diz que para cada ação existirá uma reação
oposta e de mesma intensidade. É oportuno salientar que as leis de Newton são somente aplicáveis para os
movimentos nos quais as velocidades dos objetos/corpos em deslocamento são bem menores do que a velocidade
da luz. Por esta razão, a física quântica e a teoria da relatividade estão sendo usadas para a compreensão dos
movimentos de objetos/corpos nos mundos microcósmico e macrocósmico. Em resumo, a própria lei de causa e
efeito não é adequada para descrever certos fenômenos na esfera material dentro do planeta Terra.

Uma outra lei natural é a Lei de Causa e Efeito, a qual, não foi descoberta, mas revelada para todos nós, de forma
verossímil, através da Doutrina Espírita no século 19. Esta lei é bem discutida nos livros da Codificação Espírita,
sobretudo nos seguintes livros: O Livro dos Espíritos; O Evangelho Segundo o Espiritismo e O Céu e o Inferno. O
conhecimento da Lei de Causa e Efeito é bastante importante para que possamos compreender o amor de Deus.
Em verdade, o entendimento claro e racional desta lei tem o potencial de fazer com que nós ajamos em
concordância com o Amor. Em outras palavras, a compreensão da Lei de Causa e Efeito pode nos ajudar a
tomarmos decisões sábias em nossas existências; e conseqüentemente, a evoluirmos de forma mais eficiente.

Considerando, portanto, estas duas leis e suas “similaridades”, é comum escutarmos frases, como estas: A Lei de
Causa e Efeito é a mesma coisa que a lei de ação e reação; aquela lei de Isaac Newton. Para falar a verdade, a Lei
de Causa e Efeito é um exemplo prático da lei de ação e reação, pois nada é por um acaso. Baseado nisto, podemos
nos perguntar: i) essas leis são sinônimas? ii) se são, por que são? iii) senão são, qual é a implicação direta e/ou
indireta de se pensar que essas leis são iguais? iv) qual é a relação entre essas duas leis?

Estes tipos de questionamentos podem ser bastante comuns; especialmente quando se está começando a estudar os
ensinamentos do Espiritismo. Tendo isto em mente, nós devemos sempre relembrar o que o Espírito de Verdade
nos disse: Espíritas, amai-vos, eis o primeiro ensinamento. Instruí-vos, eis o Segundo. É interessante observar que
o Espírito de Verdade incluiu um segundo mandamento: a instrução, que claramente não é mais importante que o
Amor, contudo deve também ser um objetivo de todos nós espíritas.

Sir Isaac Newton publicou o seu trabalho sobre as leis do movimento em 1687. Já a idéia sobre a Lei de Causa e
Efeito nos foi dada no século 19 com advento do Espiritismo. Desta forma, é razoável pensarmos que a maioria de
nós é (ou era) possivelmente mais familiarizada com a lei de ação e reação do que com a Lei de Causa e Efeito.
Isto pode ser afirmado, levando-se em consideração que todos nós somos seres imortais; e, sendo assim, já
ouvimos falar e aprendemos sobre a lei de ação e reação muito antes que a Lei de Causa e Efeito.

Sendo assim, poderíamos dizer que o entendimento da Lei de Causa e Efeito é algo razoavelmente novo aqui na
Terra. Além do mais, o seu conceito é ainda “restrito”; ou melhor, mais e melhor difundido entre nós espíritas.
Seguindo esta linha de pensamento, muitos de nós, quando iniciamos os nossos estudos espíritas, muito
possivelmente ao aprendermos novos conceitos (incluindo a Lei de Causa e Efeito), fazemos comparações,
analogias, associações etc. afim de que possamos tê-los mais claros em nossas mentes. Por exemplo, é muito
comum durante o processo de aprendizagem, usar um objeto de comparação para poder explicar o objeto de
estudo. Seguindo este pensamento, o objeto de estudo é a Lei de Causa e Efeito e o objeto de comparação é a lei de
ação e reação.

Apesar da associação entre essas duas leis ser feita durante a aprendizagem, não é correto dizer que as mesmas
sejam as mesmas leis. Ao dizer que essas duas leis são a mesma coisa, estamos a assumir que o objeto de estudo é
a mesma coisa que o objeto de comparação e vice-versa. Tal afirmativa pode nos levar a perceber a sentença “nada
é por um acaso” de forma incorreta. Como conseqüência disto, existe uma possibilidade de se criar uma “teoria de
fatalismo divino”, a qual não tem nada a ver com os ensinamentos espíritas. É recomendável a leitura do Capítulo
10 (Lei de Liberdade) de O Livro dos Espíritos.

Por esta razão, é correto afirmar que a Lei de Causa e Efeito não é a lei de ação e reação. Claramente, tais leis têm
um princípio semelhante: entretanto são leis diferentes. A semelhança entre essas leis se baseia no fundamento de
que para cada ação, existirá uma reação; i.e., para cada causa, tem-se um efeito. Este fundamento é algo lógico
para tudo na vida; entretanto, as maneiras como a Lei de Causa e Efeito e a lei de ação e reação se processam são
completamente diferentes.
A Tabela 1 resume as principais diferenças entre essas duas leis. Tabela 1: Principais diferenças entre a Lei de
Causa e Efeito e a lei de ação e reação

Lei de ação e reação Lei de Causa e Efeito


Natureza Binária Não-binária
Característica Lei física Lei moral (lei não-física)
Processo Não-complexo Complexo
Corpos/objetos dentro de certas Relações intrapessoais e interpessoais em ambos os
Predictabilidade condições no mundo material no mundos, material e spiritual, não só na Terra, como
planeta Terra. possivelmente no Universo como um todo.
Dependência do
Imediata Variável
Tempo
Factores de
Limitada Muitos
dependência

Como é possível observar, as duas leis são completamente diferentes. Sendo assim, nós devemos estar cientes
disto. Isto é oportuno de ser dito, porque nada é por um acaso; mas cada caso é um caso.

Seguindo então esta lógica, nós não devemos tentar “adivinhar” as possíveis causas dos efeitos; sobretudo quando
as circunstâncias são completamente desconhecidas; e, em especial, se o conhecimento destas causas não nos
adicionará algo de importante para a nossa evolução. Por exemplo, nós não devemos conjecturar as causas que
geraram as atuais situações (i.e., efeitos) as quais nossos irmãos estão a vivenciar. De outra maneira, estaríamos a
julgá-los; e isto seria contra os ensinamentos do nosso Mestre Jesus (Não julgueis e não sereis julgados; não
condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados - Lucas 6:37). Nós não devemos nem tampouco nos
punir através dos sentimentos de culpa pelas decisões menos sábias as quais tomamos e/ou pelos “sofrimentos” os
quais passamos. Contudo, devemos sim, evitar cometer os mesmos erros do passado, buscando sempre refletir
antes de quaisquer de nossas ações (o que inclui também os nossos pensamentos).

Nós não devemos “culpar” Deus, nem o governo, nem nossos familiares ou amigos pelos nossos erros ou
“sofrimentos” em nossas atuais existências. Se agirmos assim, estamos, de forma indireta, afirmando que a Lei de
Causa e Efeito é a mesma coisa que a lei de ação e reação. E ao afirmarmos que tais leis são a mesma coisa, é
promover de forma inconsciente a doutrina ilógica do fatalismo.

Em resumo, responsabilidade é a palavra-chave. Nós devemos usar o nosso livre-arbítrio de forma sábia, o que
significa dizer: amando a nós mesmos e amando o nosso próximo. Esta é a forma de se amar a Deus, tão bem
demonstrada por Jesus aqui na Terra; e agora tão bem explicada pelo Espiritismo.

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