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LONDRES, 1808, HIPÓLITO JOSÉ DA COSTA. BRASÍLIA, 1960, ASSIS CHATEAUBRIAND INÊS249

CORREIO BRAZILIENSE BRASÍLIA, DISTRITO FEDERAL, QUINTA-FEIRA, 6 DE JULHO DE 2023 NÚMERO 22.025 • 30 PÁGINAS • R$ 4,00

Pequenas doses Fla larga Liberta: sorteio

do Dinizismo em vantagem rivaliza campeões
PÁGINA 23
O dono da prancheta da Seleção Bruno Henrique marca, e
Brasileira até junho de 2024 tem Flamengo sai na frente do

Thiago Ribeiro/ Estadão conteúdo

um desafio: vencer o tempo curto Athletico-PR na Copa do Brasil.
para implementar o estilo de Mandantes de ontem abriram Bia Haddad busca
jogo radical que o consagrou. vantagens mínimas pela vaga.
nova marca
PÁGINA 22 PÁGINA 23 PÁGINA 24

Mauro Pimentel/AFP

Partidos favoráveis ao
FCDF somam 262 votos
Cinco legendas — PL, PSD, PSDB, PT e Repu-
Diogo Zacarias/Ministério da fazenda Ed Alves/CB/D.A Press

blicanos — se declararam favoráveis ou orien-

taram seus integrantes a votarem pelo Fundo
Constitucional do Distrito Federal (FCDF). A
vice-governadora Celina Leão e o secretário
de Planejamento, Ney Ferraz, foram nova-
mente à Câmara dos Deputados para prosse-
guir com o trabalho de convencimento dos
parlamentares. O ponto de maior resistência
é o relator do marco fiscal na Casa, Cláudio
Cajado (PP-BA), que defende o corte no FCDF.
Em outra frente, a reforma tributária cami-
nha para ser votada nesta quinta-feira, após Constitucional — Presidente da
negociações entre estados, o Executivo fede- Fecomércio-DF, José Aparecido Freire
ral e o Legislativo. Um dos entendimentos foi defende o FCDF: “Essa questão não deve
entre o governador de São Paulo, Tarcísio de mais voltar para discussão. O nome já diz”.
Freitas, e o ministro Fernando Haddad (foto).

PÁGINAS 2, 3 E 16

Marcelo Ferreira/CB/D.A Press

Ortega ganha força

armada da polícia Wellington
Assembleia Nacional da Nicarágua aprova
reformas que transformam a força de
segurança em corpo político e legaliza o
Dias: meta
é trabalho
controle do presidente. Bispo que havia sido
libertado é preso novamente. PÁGINA 11

Advogados vetados Ed Alves/CB/D.A Press

Ordem dos Advogados de Portugal suspende

acordo de reciprocidade com a OAB.
Profissionais brasileiros não têm autorização
para atuar em território luso. PÁGINA 6

Temperatura mais alta

O dia mais quente da história, registrado na
segunda-feira, foi superado. A temperatura
média do ar da superfície da Terra, que foi de
17,01°C, atingiu 17,18°C na terça-feira. PÁGINA 14 Em entrevista ao CB.Poder, o ministro do
Desenvolvimento e Assistência social, Wellington Dias,
pretende dar oportunidade a 28 milhões de brasileiros
listados no Cadastro Único. Segundo ele, o governo já
A infância pactuou com 20 setores da economia para contratar
essas pessoas em idade para trabalhar.
na telinha PÁGINA 7
Marcelo, Marmelo, Martelo, obra clássica
infantil de Ruth Rocha (C), vira série de TV
na Paramount+. Ao Correio, ela conta
Minha casa Ministras
Pivô Audiovisual/Divulgação e Paramount /Divulgação

a satisfação de ver o livro adaptado

para novas gerações.
Novas regras a Daniela sai e
PÁGINA 26 partir de amanhã Nísia continua
Mudanças nas três Faltam poucas horas
faixas do programa terão para Daniela Carneiro
Brasília No Setor de Embaixadas, as cercas-vivas
guardam a arquitetura e a cultura de países
novos limites de renda,
de teto de subsídio e de
deixar a pasta do
Turismo. Ministra da
estilo suíço amigos. A embaixatriz da Suíça, Enrica
Battistutta, destaca a escultura que é símbolo do
especificações
das obras.
Saúde fica no cargo,
garante Lula.
mais famoso chocolate do mundo. PÁGINA 20
PÁGINA 10 PÁGINA 4

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Política
2 • Correio Braziliense • Brasília, quinta-feira, 6 de julho de 2023
Editor: Carlos Alexandre de Souza
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3214-1292 / 1104 (Brasil/Política)

REFORMA TRIBUTÁRIA

Negociação destrava e
Lira acelera a votação
Presidente da Câmara manobra o regimento, tira o PL sobre o Carf do caminho, abre debates, e relator apresenta texto
negociado. Expectativa é de que matéria seja decidida hoje. Entendimento com governadores foi fundamental ao processo
Marina Ramos/Agência Câmara

» TAÍSA MEDEIROS de teste de dois anos — a ser

» RAPHAEL FELICE utilizada como base para defi-
nição da alíquota do novo tribu-

A
votação da Proposta
de Emenda Constitu-
cional da reforma tri-
butária deve ser in-
cluída hoje na pauta da Câ-
mara dos Deputados. Em uma
manobra regimental, o presi-
dente da Câmara, Arthur Lira
(PP-AL), tirou o Projeto de Lei
sobre o retorno do voto de qua-
lidade no Conselho de Admi-
nistração de Recursos Fiscais
(Carf ) do caminho e viabilizou
o debate do texto elaborado
pelo relator Aguinaldo Ribeiro
(PP-PB) — que fez a leitura do
parecer em plenário. Ultrapas-
sada a fase do debate, o plano
de Lira é abrir a sessão hoje e
votar a PEC que modifica o sis-
tema tributário.
Uma das mudanças trazidas
pelo relator em seu parecer foi
a alíquota zero para produtos
da cesta básica. A alteração
é uma resposta aos argumen-
tos apontados pela oposição —
que utilizou um levantamento
da Associação Brasileira de Su-
permercados (Abras) — de que
a reforma encareceria os gêne-
ros alimentícios.
“Quero crer na boa fé das pes-
soas, mas sai muita desinforma-
ção. Para acabar com isso, es-
tamos trazendo a Constituição
e, na emenda estamos criando,
a cesta básica nacional de ali-
mentos tem alíquota zero. Pa-
ra que ninguém fique inventan-
do alíquota e fique dizendo que
a gente vai pesar a mão sobre o
pobre”, criticou Aguinaldo.
Outro tópico que vinha sus-
citando dúvidas era se o Sim-
ples Nacional passaria por mo-
dificações. No texto do relator,
o sistema permanece vigen-
te. “As empresas (enquadradas
neste regime tributário) pode-
riam optar pelo recolhimento
apartado do IBS (Imposto so-
bre Bens e Serviços, que reuni-
rá o ICMS e o ISS), de modo a
poderem se aproveitar da não
cumulatividade”, salienta o re-
latório de Aguinaldo.
Para implementar o IBS, a
PEC propõe uma transição de
10 anos, iniciada por uma fase
to. Na etapa seguinte, da transi-
ção propriamente dita, ao longo
de oito anos, os atuais tributos
sobre o consumo seriam subs-
tituídos pelo IBS.
Além da transição para os
contribuintes, a proposta prevê
um período de adaptação, de 50
anos, para o modelo de repar-
tição dos recursos arrecadados
com o IBS. A receita passaria a
pertencer ao estado e ao muni-
cípio de destino das operações
com bens e serviços.
Há a expectativa, porém, de
que o texto do relator passe por
mais modificações nas próxi-
mas horas. O entendimento en-
tre Aguinaldo Ribeiro, os go-
vernadores — que representa-
vam o principal entrave ao tex-
to apresentado ontem — e o
ministro da Fazenda, Fernan-
do Haddad, (leia na página 3)
abriu o caminho para a mano-
bra regimental de Lira.
Sem politização
O presidente da Câmara res-
saltou que “erra quem tenta po-
litizar” a reforma. “É lógico que
o governo tem a responsabili-
dade de, no seu período, cui-
dar das pautas do país. Mas o
Congresso é coautor, é prota-
gonista em muitas pautas. Er-
ra quem, neste momento, tenta
Lógico que o
governo tem a R$ 2,1 bilhões para amaciar
politizar a reforma tributária. É responsabilidade de, Para ajudar a destravar a re- caso de empate no julgamento do trecho que permite que a Receita
uma pauta federativa, do Bra- no seu período de forma tributária e abrir a pos- contencioso tributário, a União Federal seja a mediadora das ne-
sil”, salientou, em uma crítica sibilidade de que seja votada leva a melhor. O PP abocanhou gociações para as dívidas defini-
velada aos bolsonaristas — que governo, cuidar das nas próximas horas, na Câma- mais de R$ 232 milhões, enquan- das nas decisões do Carf — atual-
têm feito campanha nas redes ra dos Deputados, o governo fe- to o PL levou aproximadamente mente, essas cobranças são feitas
sociais contra o texto costura- pautas do país. Mas o deral liberou, ontem, mais de R$ 108 milhões e o União Brasil, pela Procuradoria-Geral da Fa-
do na Câmara. Congresso é coautor, R$ 2,1 bilhões para o pagamen- cerca de R$ 38 milhões. zenda Nacional (PGFN). Ele pre-
Segundo Lira, como a resis- to de emendas parlamentares. Questionado se o governo vê que após a apreciação da PEC
tência dos governadores dimi- é protagonista em Boa parte desses recursos será liberou a verba para azeitar da reforma e do PL do Carf, exis-
nuiu, isso demonstra que todos rateada entre deputados do PP, a aprovação da reforma, Lira te possibilidade de votar o arca-
estão em busca de uma refor-
muitas pautas. Erra partido do presidente da Câ- disse que trata-se de um ins- bouço fiscal, amanhã, de forma
ma que traga mais governan- quem, neste momento, mara, Arthur Lira (AL), e do PL, trumento “lícito e constitucio- semipresencial.
ça e transparência. “Ninguém do ex-presidente Jair Bolsonaro. nal”. “O governo está ciente dos Segundo Lira, “o projeto do
é contra simplificação, desbu- tenta politizar a Ambas as legendas têm 124 compromissos que fez em rela- arcabouço, na sua maioria, está
rocratização, segurança jurídi- reforma tributária. parlamentares entre os 300 que ção à execução orçamentária de pacificado, e quero ser sincero,
ca, mais amplitude da base de compõem a Frente Parlamen- 2023”, disse. ainda não me reuni com os líde-
contribuição. O que todos têm É uma pauta tar da Agropecuária (FPA), que No caso do PL do Carf, há di- res sobre o assunto, pois temos
receio é da autonomia sobre a tem sido a principal barreira pa- vergências que impedem a vota- a reforma tributária e o Carf.
cobrança, a gestão dos recur- federativa, do Brasil” ra aprovação do retorno do voto ção das alterações do Conselho, Vamos ver ainda a posição par-
sos, o medo do desconhecido. de qualidade no Conselho de Ad- segundo o líder do PT, Zeca Dir- tidária sobre a manutenção ou
A gente vai tentando diminuir Arthur Lira, ministração de Recursos Fiscais ceu (PR). Ele salientou que inco- não do que foi modificado pelo
essas dúvidas”, garantiu. presidente da Câmara (Carf) — que restabelece que, em moda diversos parlamentares o Senado”. (TM e RF)

Veja como as mudanças nos impostos podem impactar a sua vida

Encampada pelo governo Lula
e acelerada pelo presidente da
Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a
reforma tributária promove uma
mudança no sistema tributário do
país, que é esperada há décadas.
Nesta primeira fase, a Proposta
de Emenda à Constituição (PEC)
prevê apenas alterações nos
tributos que incidem sobre
consumo. Veja o que deve mudar.
O cidadão pagará mais
impostos?
O governo diz que a reforma
não vai aumentar a carga
tributária total. Isso significa
que eventuais aumentos em um
setor serão compensados por
reduções em outros.
O preço dos itens da cesta
básica subirá?
Não. O relator Aguinaldo
Ribeiro anunciou, ontem à
noite, na leitura do parecer que
elaborou, que terão alíquota
zero. Esses itens já estavam
na categoria de produtos que
teria a taxação reduzida. Esse
ponto vinha causando mal-
estar e dando argumento para
a oposição, que utilizou um
levantamento da Associação
Brasileira de Supermercados
(Abras) no qual aponta que a
reforma poderia fazer com que
o imposto para produtos do
setor aumentasse em até 60%.
O Ministério da Fazenda negou
veementemente isso.
O que é o cashback? Quem vai
receber?
O cashback prevê a devolução
de parte do imposto que
incide sobre o consumo e
será destinado à população
de baixa renda. O secretário
extraordinário de reforma
tributária, Bernard Appy, chegou
a dizer que o desconto pode ser
feito “na boca do caixa”. Mas o
formato não está fechado.
A indústria vai pagar menos
impostos?
O setor deve ser o maior
beneficiado pela reforma, que
aumenta a uniformidade das
cobranças. Atualmente, a indústria
é atingida com maior intensidade
pela carga tributária — paga cerca
de 34% dos impostos federais.
Deve pagar menos impostos com a
alíquota única. O governo diz que
isso ajudará a gerar empregos.
É verdade que os serviços
ficarão mais caros, e isso vai
afetar a classe média?
A carga sobre serviços pode
subir, com a maior uniformização
dos impostos. Setores específicos,
como educação, terão alíquota
reduzida.
Se os serviços podem ter
aumento de carga tributária,
gastos com educação, saúde
e transporte público ficarão
mais caros?
Não. A proposta prevê que esses
três e alguns medicamentos
estarão excluídos da regra
geral de alíquota única. Nestes
casos, a alíquota cobrada será
equivalente à metade (50%) da
alíquota única. Tudo depende,
no entanto, da alíquota cheia
que for definida — o que virá
em momento posterior. Também
terão tarifa reduzida produtos
agropecuários in natura,
atividades artísticas e produtos
da cesta básica.
Remédios vão custar mais caro?
Não. Parte deles está na previsão
de alíquota reduzida (50%) e
há ainda remédios, como os
de tratamento contra o câncer,
que estão na terceira opção: a
alíquota zero.
Compra de livros voltará a
pagar imposto?
Não. Livros continuarão a ter
imunidade tributária.
A reforma pode afetar o preço
de serviços de streaming, como
Netflix, Disney+ ou Spotfy?
Pode ter impacto, mas essa
elevação seria, segundo a pasta,
compensada pela redução do
preço da energia elétrica.
Como ficam os combustíveis?
Para a Confederação Nacional
dos Transportes (CNT), uma
das preocupações em relação
às propostas é a possibilidade
de que haja um aumento nos
principais insumos do setor,
como combustíveis, energia
elétrica e mão de obra.
O crédito pode ficar mais caro?
Durante um evento da
Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo (Fiesp),
em abril, o presidente da
Febraban, Isaac Sidney, disse
que a aprovação da reforma
pode reduzir o custo de
crédito no Brasil.
O IPTU subirá?
Não há previsão de aumento
do IPTU na reforma. Mas foram
incluídas seções sobre outros
impostos, além dos relativos ao
consumo, como o IPTU. O que
a reforma faz é autorizar que os
prefeitos atualizem a base de
cálculo por um decreto — ou seja,
sem a necessidade de aprovação
de vereadores ou deputados
distritais, no caso do DF.
E o IPVA?
Embora a reforma seja destinada
para os tributos de consumo, essa
primeira fase prevê que itens de
luxo, como jatinhos e lanchas,
sofram incidência do imposto, tal
como ocorre com os automóveis.
Uma vez aprovada, a reforma
valerá imediatamente?
Não, haverá uma transição.
A princípio, o novo modelo
estará plenamente
implementado só em 2033.

REFORMA TRIBUTÁRIA
Relator atende a estados
para texto poder avançar
Governadores, Aguinaldo Ribeiro e Haddad discutem o melhor formato sobre o
Conselho Federativo, a divisão do Fundo Regional e o cálculo de transição do IBS
» RAFAELA GONÇALVES
» EDLA LULA
A Com R$ 2,1 bi em
pós pressão de governa-
dores e prefeitos, o re-
lator da Reforma Tribu-
tária, deputado Aguinal-
do Ribeiro (PP-PB), admitiu que
faria alterações em pelo menos
três itens do texto em análise na
Câmara. Com a disposição em
acatar sugestões, houve melho-
ra no ambiente político, uma vez
que os estados, até a terça-feira,
eram o principal obstáculo para a
aprovação da Proposta de Emen-
da à Constituição (PEC).
Pelo menos nove governadores
e cerca de 400 prefeitos estiveram
em Brasília nos últimos dias para
reuniões de articulação e de alte-
rações no texto. Entre as negocia-
ções estão a definição das regras
do Conselho Federativo, a divisão
do Fundo de Desenvolvimento
Regional (FDR) e um novo cálculo
de transição para o Imposto sobre
Bens e Serviços (IBS) — que será
criado pela reforma para substi-
tuir o Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços (ICMS,
estadual) e o Imposto sobre Servi-
ços (ISS, municipal).
O governador de São Paulo,
Tarcísio de Freitas (Republica-
nos), havia sugerido a criação
de uma câmara de compensa-
ção para que os governos esta-
duais repassassem os recursos
recolhidos no novo IBS, sob ar-
gumento de que o Conselho se-
ria uma afronta à autonomia dos
Diogo Zacarias/MF
Tarcísio e Haddad se reuniram e chegaram a alguns consensos. O ministro disse que pediria ao relator da reforma para que fossem incorporados
Indústria lança manifesto de apoio
A reforma tributária deve ir à
votação nas próximas horas não
somente porque os governadores
e o relator, deputado Aguinaldo
Ribeiro (PP-PB), começaram a se
entender sobre pontos que con-
sideravam difíceis de serem dige-
ridos — sobretudo porque redu-
zem a arrecadação e retiram a au-
tonomia da aplicação dos recur-
sos oriundos dos impostos. Mas,
também, porque a matéria rece-
beu um apoio de peso, ontem: o
da Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo (Fiesp).
A entidade e outras congrega-
ções empresariais lançaram um
manifesto em apoio à reforma. O
documento destaca, entre outros
aspectos, que “o Brasil (...) precisa
de mais investimentos, mais ino-
vação, menos burocracia, ser mais
competitivo, mais eficiente (...).
Tais objetivos exigem uma refor-
ma tributária abrangente, homo-
gênea e moderna”.
São Paulo vai ser um parceiro na
aprovação da reforma tributária. Estamos
aqui para gerar convencimento. Os pontos
nossos são fáceis de serem ajustados”
Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo
estados na arrecadação. Após crí-
ticas de outras unidades da Fede-
ração, ele cedeu e passou a admi-
tir a possibilidade de apoiar a co-
brança centralizada.
“Quando propusemos a câma-
ra de compensação, a lógica foi a
preocupação com a governança
do Conselho. Ora, se tenho uma
governança mais frouxa, preciso
de uma arrecadação mais na mão
do estado”, argumentou.
O Conselho foi uma questão
apontada como irredutível pe-
los governadores. Daí porque
propuseram mudanças no co-
legiado, com a possibilidade de
quorum regional e aprovação em
duas etapas. Em nome do Con-
sórcio de Integração Sul e Su-
deste, o governador Eduardo Lei-
te (PSDB-RS) defendeu que seja
levada em conta a aprovação re-
gional das interpretações sobre
a aplicação da futura legislação.
“Forma-se uma maioria pa-
ra aprovar, que precisa também
de 50% ou 2/3 dos votos regio-
nalmente. Senão, teria 16 votos
O manifesto pedia a adoção
do imposto sobre o valor adicio-
nado, o IVA, que é proposto pela
reforma e tem o potencial de re-
duzir substancialmente a carga
de tributos pagos pela indústria.
“Apoiamos com convicção essa
causa porque ela é boa e neces-
sária para o país”, propuseram as
entidades, citando estudos que
apontam, em 15 anos, um impul-
so de 12% a 20% ao Produto Inter-
no Bruto (PIB) a partir da aprova-
ção da reforma. “Isso significa, em
dinheiro de hoje, R$ 1,2 trilhão a
mais circulando na economia”,
salientaram.
Em resposta às críticas dos se-
tores de serviços e do agronegó-
cio, que terão maior carga se a re-
forma passar como está, o docu-
mento sustenta que todos os se-
tores econômicos e sociais vão
ganhar se o Brasil tiver um siste-
ma de recolhimento de impos-
tos mais racional. “O tempo e os
do Norte e Nordeste, formando
uma maioria. Não é adequado
que duas regiões tomem as de-
cisões”, explicou.
Já o ministro da Fazenda, Fer-
nando Haddad, encaminhou ao
relator Aguinaldo Ribeiro uma al-
teração no Conselho que, em sua
opinião, contempla a todos. Pela
proposta, o critério seria de aprova-
ção pelo número de estados e, tam-
bém, pelo tamanho da população.
“Qual era a preocupação? Se
faz pela população, os estados do
Sudeste somam um percentual
muito grande da população. Se
faz pelos estados, o Norte e Nor-
deste conseguem rapidamente ter
maioria. Então, os dois critérios
têm de ser atendidos. Para passar
no Conselho Federativo, tem que
ter maioria nos estados e maioria
na população”, afirmou Haddad.
Aglutinação
Ao assumir o protagonismo
das negociações, Tarcísio conse-
guiu aglutinar os governadores
recursos desperdiçados com a bu-
rocracia dos impostos poderão ser
investidos de maneira mais pro-
dutiva”, assinalam as associações.
Avanço gradativo
O peso da adesão dos gover-
nadores e das principais entida-
des do setor industrial debelou
resistências que, segundo obser-
vadores, eram mais de natureza
ideológica do que realmente tri-
butária — confirmada pela atua-
ção de Tarcísio de Freitas (Re-
publicanos), governador de São
Paulo, junto ao ex-presidente Jair
Bolsonaro para reduzir a oposi-
ção ao texto. É o caso da Confe-
deração da Agricultura e Pecuá-
ria do Brasil (CNA), que afirmou
que apoiaria a reforma, mas pre-
tende que sete pontos considera-
dos prioritários constem do rela-
tório de Aguinaldo Ribeiro. Entre
os pleitos, está a adoção de uma
Correio Braziliense • Brasília, quinta-feira, 6 de julho de 2023 • Política • 3
em torno da reforma. Segundo
ele, está “muito fácil construir
o entendimento” sobre o tex-
to. “São Paulo vai ser um par-
ceiro no debate, na aprovação
da reforma tributária. Estamos
aqui para isso, para gerar con-
vencimento. A gente sabe que é
importante para o Brasil. Diria
que a alavanca que está faltando
agora, para a gente ter um im-
pulso, os pontos nossos são fá-
ceis de serem ajustados”, disse,
após o encontro com o ministro
da Fazenda.
Em relação à regra de transi-
ção para o IBS, a contrapropos-
ta apresentada pelos governado-
res é fazer uma alíquota simbóli-
ca de 1% do IBS e da Contribui-
ção sobre Bens e Serviços (CBS)
— que vai substituir o PIS e a
Cofins, ambas contribuições fe-
derais. O relator apresentou, on-
tem à noite, uma transição de 10
anos, iniciada por uma fase de
teste de dois anos — a ser utiliza-
da como base para definição da
alíquota do novo tributo.
Haddad disse que recebeu
“com simpatia” a proposta apre-
sentada e que recomendaria ao
relator que a incorpore ao texto,
com uma “redação alternativa
ou conciliatória” à que foi apre-
sentada por Tarcísio. “Não esta-
mos aqui mirando o número de
votos necessários para aprovar
(a reforma). Queremos superar
o número mínimo para passar
a ideia, assim como aconteceu
com o marco fiscal”, observou.
alíquota para o agronegócio que
corresponda no máximo a 20%
do porcentual padrão, estima-
do em 25% — pedido conside-
rado um dos mais difíceis de se-
rem atendidos, pois outros seto-
res, como saúde, transportes e
educação, também querem tra-
tamentos diferenciados.
Na direção contrária, porém,
a Associação Nacional dos Res-
taurantes (ANR) considerou que
o texto da reforma que está sen-
do construído resultaria em au-
mento da carga tributária. Diz que
“apoia a simplificação do sistema
e a desoneração da folha do setor
de serviços que mais emprega no
Brasil e rechaça o possível aumen-
to da já elevada carga tributária
brasileira, o que limitaria o cres-
cimento do foodservice (setor de
alimentação fora do lar), da oferta
de postos de trabalho e colocaria
em risco a sustentabilidade finan-
ceira de muitos negócios”.
NAS ENTRELINHAS
Por Luiz Carlos Azedo
luizazedo.df@dabr.com.br
emendas, governo
destrava reforma
Depois de muitas negociações, que demandam ainda um
ajuste final no relatório do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB),
o governo conseguiu destravar a votação da reforma tributária,
que deve começar hoje. Foram liberados R$ 2,1 bilhões do Or-
çamento da União para a execução de emendas de bancadas,
a maior parte no Ministério da Saúde, a pasta que era cobiça-
da pelo Centrão nas negociações com o Palácio do Planalto.
Ao mesmo tempo em que mandou liberar os recursos, o pre-
sidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em defesa da ministra
Nísia Trindade, que permanecerá à frente da pasta, apesar das
especulações de que sua cabeça seria uma moeda de troca na
aprovação da reforma.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se empenhou
pessoalmente nas articulações para demover resistências. Es-
teve em São Paulo e no Rio de Janeiro para conversar com os
governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Cláudio Cas-
tro (PL), que haviam engrossado a resistência à reforma, lide-
rada pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil).
O resultado dessa movimentação foi o encontro do ministro
Fernando Haddad com o governador paulista, no Ministério da
Fazenda. Ambos posaram para foto depois da conversa, o que
sinalizou para o mercado que a reforma desceria do telhado.
Ao sair do encontro, Tarcísio disse que concorda com 95%
da proposta e não será obstáculo à aprovação. Ele desejava
criar uma câmara de compensação para mitigar a centraliza-
ção da arrecadação. Haddad também negociou com o gover-
nador fluminense, com quem conversou por telefone. Depois
dessa ligação, Castro anunciou que havia endossado a propos-
ta de São Paulo, mas que apoiaria a reforma tributária mesmo
que essa reivindicação não fosse aceita.
Ontem, a Câmara derrubou um pedido de retirada de pauta
do projeto apresentado pelo Novo. Lira pretende pôr em vo-
tação o conteúdo da reforma hoje à noite. Espera-se que até
lá haja um acordo sobre
o papel e a composição
do chamado Conselho
Federativo, órgão que te- NA NOITE DE
ria a função de arreca-
dar e repassar os recur- ONTEM, JÁ HAVIA
sos aos entes federados.
O presidente da Câ-
MUDANÇA NO
mara, com suas decla-
rações públicas, pôs um
POSICIONAMENTO
ponto final nas suspei- DAS BANCADAS
tas de que fazia jogo du-
plo nas negociações. Se- DO CENTRÃO,
gundo disse, o objetivo
das negociações é che- PRINCIPALMENTE
gar a um texto que ga-
ranta mais governança, AS DO PP E
transparência e tecnici-
dade ao Conselho.
DO UNIÃO
“Erra quem tenta po-
litizar a reforma tributá-
BRASIL. A MAIS
ria. É uma pauta do Bra- SIGNIFICATIVA FOI
sil. Precisamos de um
texto neutro, que não au- NA DO PL, QUE
mente a carga”, afirmou.
Na noite de ontem, ERA CONTRA A
já havia uma mudança
significativa no posicio-
REFORMA
namento das bancadas
do Centrão, principal-
mente do PP e do União Brasil. A mais significativa, porém,
foi a da bancada do PL, que havia fechado questão contra
a reforma. No final da tarde, o líder da legenda na Câmara,
Altineu Côrtes (RJ), anunciou que liberaria os deputados.
Antes, ele havia estado com o ministro das Relações Institu-
cionais, Alexandre Padilha, no Palácio do Planalto. Nos bas-
tidores, Tarcísio trabalhou para quebrar as resistências do
ex-presidente Jair Bolsonaro, que é contra a reforma. For-
malmente, o PL também é.
Polêmica do Carf
Outro assunto cabeludo é o voto de qualidade a favor da
União no Conselho de Administração de Recursos Fiscais
(Carf). Com ele, o governo pode desempatar decisões que
somam R$ 70 bilhões, somente neste ano, em causas milio-
nárias. A quantidade de processos parados à espera de julga-
mento no Carf já superou a marca de R$ 1 trilhão.
Esse estoque é consequência da greve de auditores fiscais
da Receita Federal e da pandemia. Há processos que aguar-
dam decisão desde 2011. O Carf é o responsável por julgar ca-
sos em que o contribuinte não concorda com autuações tri-
butárias, de pessoas físicas a multinacionais.
Durante a pandemia da Covid-19, o Conselho impôs um
teto de R$ 36 milhões para os casos que foram levados a jul-
gamento, que ocorriam de maneira virtual. Esse limite foi re-
duzido em abril. Simultaneamente, iniciou-se a mobilização
de auditores fiscais pela regulamentação do bônus de eficiên-
cia, que tem levado ao adiamento das sessões de julgamento
do colegiado por falta de quórum.
A média histórica de julgamentos parados no Carf era de
R$ 600 bilhões — agora, soma R$ 1,053 trilhão. Composto por
180 conselheiros (90 representantes dos contribuintes e 90 da
Receita), quando há empate a decisão favorece o contribuin-
te. O governo que ter o voto de Minerva, e inverter a situação.
4 • Política • Brasília, quinta-feira, 6 de julho de 2023 • Correio Braziliense

Brasília-DF DENISE ROTHENBURG

deniserothenburg.df@dabr.com.br

Nem vem CURTIDAS

Do Piru/ Os servidores da Câmara dos
Lula deve acelerar a troca da
ministra do Turismo, Daniela
Carneiro, para ver se consegue
arrefecer as pressões sobre
outras pastas. No Planalto, o
Jogada arriscada Deputados estão se divertindo com o
nome da empresa vencedora da licitação
para comandar parte dos restaurantes
da Casa. O nome fantasia da J&F Bar e
que se ouve é que, da mesma Ao defender que o PL feche questão contra a reforma tributária, o ex-presidente Restaurante Ltda é Bar do Piru, com sede
forma que resiste a mudanças no Jair Bolsonaro arrisca perder terreno dentro do próprio partido. Há, pelo menos, 40 em Belo Horizonte.
Ministério da Saúde, o governo deputados do PL dispostos a votar favoravelmente, segundo cálculos daqueles mais
não entregará o Ministério do ligados ao setor industrial. De quebra, os bolsonaristas perderão apoio daqueles Valeu, Arthur/ O presidente da
Desenvolvimento e industriais que deram sustentação ao ex-presidente. Para quem deseja manter o capital Fiesp, Josué Alencar, telefonou para
Assistência Social. político, não é o momento de tornar a simplificação dos impostos num o presidente da Câmara, Arthur Lira,
campo de batalha entre governo e oposição para agradecer o empenho em torno da
reforma tributária. A sensação na Casa e
Veja bem no meio empresarial é que Arthur fez o
que pôde e ganhou pontos.
O discurso de campanha do Em tempo: com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, favorável à reforma,
PT para as eleições municipais do será mais um ponto para levar os deputados do PL a pensar duas vezes antes de se Genilson Frazão/Ascom do deputado Felipe Carreras
ano que vem e a presidencial de posicionar contra a proposta. Está se chegando ao ponto de que ninguém quer ser aquele
2026 terá como lastro, justamente, culpado por mais um fracasso da reforma.
os ganhos que o partido espera
ver na área social, que tem o Bolsa
Família e o Cadastro Único como
seus carros-chefes.

Eles têm a força

A bancada do agro já fez as
contas e acredita que chegou
ao ponto de que nada sai sem
que tenha o seu apoio. São 280
deputados que costumam votar
fechado. Ou seja, sozinhos,
representam mais da metade da
Câmara, número fundamental
para aprovar emendas à Enquanto isso, na festa junina.../
Constituição. A festa junina do deputado Felipe Carreras
(foto), do PSB-PE, reuniu bolsonaristas,
E o Fundo do DF, hein? petistas e Centrão. Nos bastidores, o
comentário geral era que, ainda que o
O deputado Alberto Fraga plenário da Câmara não consiga votar a
(PL-DF) comemorava o fato de o reforma hoje, o presidente da Casa, Arthur
Republicanos ter fechado questão Lira, jamais poderá ser responsabilizado
em favor do Fundo Constitucional. pelo seu fracasso. Discutiu com
Ontem, faltava apenas governadores, prefeitos e com quem mais
garantir o encaminhamento do chegou interessado em debater o tema.
líder do PL, Altineu Cortes. O
trabalho é convencer os partidos Ou vai ou racha/ A avaliação das excelências
de que esse assunto não é de é a de que, se a reforma tributária não for
governo nem de oposição. É da votada agora, melhor desistir da empreitada
capital da República. pelos próximos 20 anos.

PODER EXECUTIVO / Na abertura da Conferência Nacional de Saúde, presidente faz elogios à ministra da área e diz que ela
permanece no cargo “até quando eu quiser”. Evento também foi palanque para mais críticas à atuação de Bolsonaro na pandemia

Nísia fica: “Ministério é do Lula” Fabio Rodrigues Pozzebom/Agencia Brasil

» INGRID SOARES
Daniela tem saída
A
pesar da pressão do Cen-
trão, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) prevista até amanhã
saiu, mais uma vez, em Ed Alves/CB/D.A Press

defesa da ministra da Saúde, Ní- » HENRIQUE LESSA

sia Trindade, ao descartar mu-
danças na pasta. Na abertura
da 17ª Conferência Nacional de
Saúde, em Brasília, ele assegu-
rou que Trindade permanecerá
até quando ele quiser. O petista
emendou ainda que a ministra
pode dormir “tranquila”.
“Na semana passada, eu li-
guei pra Nísia, eu tinha visto
uma nota no jornal que tinha al-
guém reivindicando o Ministé-
rio da Saúde. Eu disse: ‘Nísia, vá
dormir e acorde tranquila por-
que o Ministério da Saúde é do
Lula, (o titular) foi escolhido por
mim e ficará até quando eu qui-
ser”, disse o presidente.
Para fazer frente à semana de
importantes decisões para o go-
verno na Câmara dos Deputados,
foram liberados R$ 465 milhões
da verba do ministério a emendas
parlamentares, principalmente
para Alagoas, reduto de Arthur
Lira (PP-AL), presidente da Casa.
Na conferência, o petista
reforçou os elogios à atuação
da ministra. “Tenho certeza de
que, poucas vezes na vida, a
gente teve a chance de ter uma
mulher no Ministério da Saú-
de para cuidar do povo com o
coração, como uma mãe cuida
dos seus filhos.”
O presidente aproveitou a ce-
rimônia para voltar a chamar o
ex-presidente Jair Bolsonaro de
“genocida” e dizer que “nada fi-
cará impune”. “Depois da covid,
não tem um brasileiro de boa fé
que não reconheça que, graças
a vocês, graças ao SUS, graças a
todos os profissionais de saúde,
a gente não chegou a mais de um
O presidente Lula e a ministra Nísia Trindade participaram da abertura da Conferência Nacional de Saúde
milhão de mortes porque o nega-
cionista que governava esse país
tem de assumir responsabilida-
de, pelo menos, por parte de 300
mil mortes das 700 mil que mor-
reram”, destacou Lula.
“Era um genocida colocan-
do em prática a mais perversa
atitude com relação ao ser hu-
mano. Haverá um dia nesse país
que a covid será estudada com
mais profundidade e haverá um
dia em que alguém será julgado
pela irresponsabilidade e pelo
descaso no tratamento do SUS.
Alguém que resolveu desafiar a
ciência, os cientistas, pesquisa-
dores, a OMS”, disse.
Enfermagem
A Conferência Nacional de
Saúde reúne profissionais da
área para discutir políticas do
setor e dar subsídios para o Pla-
no Nacional de Saúde e o Plano
Plurianual 2024-2027. No even-
to, Lula afirmou que o governo
federal pagará o piso nacional
da enfermagem retroativo a no-
ve meses. Pela manhã, ele teve
uma reunião com a ministra Ní-
sia, no Palácio da Alvorada, pa-
ra tratar do assunto.
O Supremo Tribunal Fede-
ral (STF) formou maioria, no
fim de junho, para aprovar,
com ressalvas, o pagamento
do piso da enfermagem aos
servidores da rede pública.
Para o setor privado, ainda
não há consenso, com debates
em torno de pontos divergen-
tes, como o pagamento por re-
gião e o acordo entre funcio-
nários e patrões.
A ministra do Turismo, Daniela
Carneiro, conta as horas para dei-
xar a pasta. Fontes palacianas ou-
vidas ontem pelo Correio confir-
maram que ela deixa o cargo até
amanhã, mas a carta de demissão
pode ser apresentada ainda ho-
je ao presidente Luiz Inácio Lula
da Silva. Apesar da forte articula-
ção do marido dela, o prefeito de
Belford Roxo (RJ), Waguinho Car-
neiro, que passou os últimos dias
em Brasília para fazer lobby pela
esposa, a pressão do União Brasil
pelo cargo foi mais forte.
Com a necessidade de conso-
lidar uma base de apoio no Parla-
mento, a saída de Daniela é dada
como certa há mais de duas sema-
nas. O principal cotado para subs-
tituí-la, o deputado Celso Sabino
(União-PA), foi cumprimentado,
ontem, como ministro pelos co-
legas do Congresso.
Daniela Carneiro foi escolhida
Eu disse: ‘Nísia, vá pelo presidente Luiz Inácio Lu-
dormir e acorde la da Silva como retribuição ao
empenho do casal na campanha
tranquila porque presidencial do petista na Baixa-
o Ministério da da Fluminense, Região Metropo-
litana do Rio de Janeiro, e com o
Saúde é do Lula, público evangélico, áreas de in-
fluência eleitoral do bolsonaris-
(o titular) foi mo. Apesar de, à época das elei-
escolhido por mim ções, o casal de políticos flumi-
nenses ser filiado ao União Brasil,
e ficará até quando a escolha de Daniela para o minis-
tério nunca foi unanimidade na
eu quiser’” bancada do partido na Câmara.
Com a ida de Waguinho para o
Luiz Inácio Lula da Silva,
Republicanos, e Daniela com pe-
presidente da República dido de desfiliação do União Brasil
para ser julgado pelo Tribunal Su-
perior Eleitoral (TSE), a pressão do
Daniela Carneiro conta as horas
para deixar o cargo de ministra
prefeito é para que alguma com-
pensação seja dada ao seu grupo
político. Uma das reivindicações
é que a ministra assuma uma das
vice-lideranças do governo na Câ-
mara. Ela foi a mulher mais vota-
da para deputada federal no esta-
do do Rio de Janeiro e retomará o
mandato parlamentar.
Essa acomodação, porém, é
pouco provável. Se o TSE não au-
torizar a saída dela do União para
se filiar ao Republicanos, ela se-
guiria sem o apoio da sua banca-
da para assumir a vice-liderança
do governo. Da base governista, o
União é o menos aderente às pro-
postas do Planalto, e tem nas suas
fileiras nomes como o do sena-
dor Sérgio Moro (PR), responsá-
vel pela condenação de Lula nos
processos da Lava-Jato. Se a tro-
ca for autorizada sem perda do
mandato, ela iria para um parti-
do que não é da base e costuma
se unir à oposição, no Congresso.
(Colaborou Rosana Hessel)
 Correio Braziliense • Brasília, quinta-feira, 6 de julho de 2023 • 5

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Editor: Carlos Alexandre de Souza
carlosalexandre.df@dabr.com.br
3214-1292 / 1104 (Brasil/Política)

6 • Correio Braziliense • Brasília, quinta-feira, 6 de julho de 2023

MIGRAÇÃO / Entidade classista decide revogar o acordo de reciprocidade com a OAB para validar automaticamente a
habilitação dos profissionais formados em direito no Brasil. Decisão pode ser anulada pelo Parlamento luso por ferir acordo legal

Ordem portuguesa veta

advogados brasileiros
» VICENTE NUNES
OAP/Divulgação

Correspondente
L
isboa — Num processo claro
de retaliação, diante do pro-
jeto do governo português
de retirar poder das ordens
que representam várias categorias
profissionais, a Ordem dos Advo-
gados de Portugal decidiu suspen-
der, unilateralmente, o acordo de
reciprocidade que vigorava, desde
2008, com a Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB). A partir de agora,
estão proibidas as autorizações pa-
ra que advogados brasileiros pos-
sam atuar em território luso. O pre-
sidente nacional da OAB, Beto Si-
monetti, disse que foi pego de sur-
preso com o muro erguido pela en-
tidade portuguesa, uma ação auto-
ritária e sem qualquer sentido, no
entender dele. Existem, aproxima-
damente, 3,1 mil advogados brasi-
leiros atuando legalmente em Por-
tugal, e pouco mais de 2 mil profis-
sionais portugueses autorizados a
trabalhar no Brasil.
Não bastasse a decisão intem-
pestiva, a Ordem dos Advogados
de Portugal foi desrespeitosa na
nota em que anunciou o rompi-
mento do acordo com a OAB. Des-
qualificou os profissionais brasilei-
ros, que não teriam condições de
sequer entender a plataforma digi-
tal usada pela Justiça lusa. “É do co-
nhecimento geral que existe uma
diferença notória na prática jurídi-
ca em Portugal e no Brasil, e bem
assim dos formalismos e platafor-
mas digitais judiciais, sendo efetivo
o seu desconhecimento por par-
te dos (as) advogados(as) brasilei-
ros(as)”, que não têm a “necessária
formação acadêmica e profissional
no âmbito dos ordenamentos jurí-
dicos português e brasileiro”.
O presidente da OAB reagiu. “A
mentalidade colonial já foi derro-
tada e só encontra lugar nos livros
de História, não mais no dia a dia
das duas nações”, declarou, em
nota. Ele ressaltou que, há meses,
as duas Ordens vinham negocian-
do novas premissas para o acordo
de reciprocidade, mas a entida-
de portuguesa insistia em impor
cláusulas inaceitáveis. Uma de-
las previa que todos os advogados
Para a Ordem dos Advogados Portugueses, profissionais brasileiros desconhecem as “diferenças notórias” da prática jurídica no Brasil e em Portugal
brasileiros já registrados em Por-
tugal teriam de passar por um
processo de formação, para, en-
tão, terem as inscrições validadas.
Seria um ato retroativo. Isso foi
considerado inaceitável por Simo-
netti, em diálogo constante com a
presidente da Ordem portuguesa,
Fernanda de Almeida Pinheiro.
“Estava em curso um processo
de diálogo iniciado havia vários
meses com o objetivo de aperfei-
çoar o convênio, uma vez que a
realidade demográfica, social, le-
gislativa e jurídica dos dois paí-
ses evoluiu desde a assinatura do
acordo. A OAB, durante toda a ne-
gociação, se opôs a qualquer mu-
dança que validasse textos imbuí-
dos de discriminação e preconcei-
to contra advogadas e advogados
brasileiros”, assinalou o presiden-
te da representação brasileira. Ele
prometeu tomar todas as medidas
cabíveis para defender os direitos
dos profissionais brasileiros aptos
a advogar em Portugal ou que fa-
çam jus a qualquer benefício de-
corrente do convênio do qual a Or-
dem portuguesa está se retirando.
Busca por diálogo
Simonetti ressaltou, porém,
que, mesmo com a decisão unila-
teral da Ordem portuguesa, bus-
cará a retomada do diálogo, pois
compreende que a entidade en-
frenta dificuldades decorrentes de
pressões governamentais. As auto-
ridades de Portugal entendem que
todas a ordens classistas adquiri-
ram poderes muito acima do nor-
mal para dar as cartas em relação
ao mercado de trabalho para pro-
teger seus integrantes. O maior al-
vo do governo é a Ordem dos Mé-
dicos, que tem colocado uma série
de obstáculos para impedir a en-
trada de profissionais estrangeiros
em Portugal, apesar da enorme ca-
rência de mão de obra na área de
saúde, a ponto de emergências de
hospitais estarem sendo obrigadas
a suspender atendimentos.
A retaliação aos advogados bra-
sileiros começou em março des-
te ano, em Lisboa, quando esses
profissionais foram proibidos de
auxiliar seus clientes junto à Or-
dem portuguesa. As restrições se
estenderam para o Porto e se tor-
naram rotina. Para os profissionais
brasileiros, há xenofobia e racis-
mo na posição dos dirigentes da
Ordem em relação aos estrangei-
ros, além de medo do crescimento
no número de advogados a atuar
em Portugal, prerrogativa que lhes
permite atuar, também, nos 27
países que integram a União Eu-
ropeia. Essa internacionalização
da carreira é um dos principais
motivos da migração de advoga-
dos brasileiros para território luso.
Assembleia
pode barrar
A Assembleia da República de
Portugal pode derrubar a decisão
unilateral da Ordem dos Advoga-
dos portugueses de romper um
tratado de reciprocidade com a
Ordem dos Advogados do Bra-
sil (OAB), válido desde 2008, que
permite a profissionais a atua-
rem nos dois países sem a reva-
lidação de diplomas e a obriga-
toriedade de provas adicionais.
O distrato esbarra na Lei Nº 145,
de 9 de setembro de 2015, que as-
segura aos advogados brasileiros
que tenham formação superior
no Brasil ou em Portugal o direi-
to de se inscreverem nas Ordens
em reciprocidade.
Portanto, garantem juristas,
o ato da Ordem dos Advogados
de Portugal de negar o registro
a profissionais brasileiros é in-
constitucional e poderá ser con-
testado na Justiça. Diz o Artigo
201 da lei, que trata do exercí-
cio da advocacia por estrangei-
ros: “Os advogados brasileiros
cuja formação acadêmica supe-
rior tenha sido realizada no Brasil
ou em Portugal podem inscrever-
se na Ordem dos Advogados (de
Portugal) em regime de recipro-
A OAB, durante cidade”. Não pode uma decisão
administrativa se sobrepor a uma
toda a negociação, lei aprovada pelo Parlamento.
A restrição começou a valer a
se opôs a qualquer partir de ontem. O anúncio pe-
mudança que gou a OAB desprevenida, segun-
do o presidente, Beto Simonetti,
validasse textos que prometeu recorrer. “Está cla-
ro o preconceito contra advoga-
imbuídos de dos e advogadas brasileiros”, de-
discriminação clarou o dirigente, em nota. A per-
cepção entre os advogados brasi-
e preconceito leiros é que os portugueses estão
tentando, de todas as formas, fe-
contra advogadas char o mercado a novos entrantes.
e advogados Dados da União Europeia (UE)
apontam que Portugal tem 2,5 ve-
brasileiros” zes a média de advogados verifi-
cada no bloco europeu. Em 2020,
OAB, em nota havia 321,6 advogados por gru-
po de 100 mil habitantes, contra
134,5 na média da UE. (VN)

SAÚDE
Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE)

Hospital em alerta Fachada do Hospital Getúlio

Vargas, em Recife: serviços
suspensos na emergência até

por superfungo segunda-feira

» HENRIQUE FREGONASSE*
O superfungo Candida au-
ris teve mais um caso confirma-
do, ontem, em Recife. A detec-
ção do 10º caso em Pernambuco
fez com que o Hospital Getúlio
Vargas (HGV) suspendesse novos
atendimentos no setor de emer-
gência até a próxima segunda-fei-
ra, para que seja possível monito-
rar as pessoas que possam ter en-
trado em contato com o paciente
infectado.
Em nota, a Secretaria Estadual
de Saúde (SES-PE) explicou que o
paciente, de 52 anos, foi atendido
com uma lesão na perna, resultan-
te de um acidente. Após exames de
monitoramento que detectaram a
presença do Candida auris, o ho-
mem foi transferido para o Hospi-
tal Miguel Arraes (HMA), onde está
internado em leito de isolamento,
acompanhado pela equipe multi-
disciplinar da unidade.
“O paciente está isolado no
Hospital Miguel Arraes para não
haver disseminação do fungo no
ambiente. Ele está estável, mas
é tratado pela doença de base,
não tendo nenhum sintoma re-
lacionado à presença da Candi-
da”, explicou Karla Baêta, dire-
tora-geral da Agência Pernam-
bucana de Vigilância Sanitária
(Apevisa).
Segundo a SES-PE, o setor de
emergência do HGV suspende-
rá a admissão de novos pacientes
até a próxima segunda-feira para
fazer o controle e o monitoramen-
to das pessoas que possam ter en-
trado em contato com o paciente
contaminado durante o período
em que ele ficou internado.
“Desde a identificação dos pri-
meiros casos, as medidas de pre-
caução foram intensificadas e, com
relação ao monitoramento, têm si-
do feitas testagem na admissão e
nos pacientes que tiveram contato
nos mesmos espaços onde os ca-
sos positivos foram identificados”,
reforçou Karla Baêta.
De acordo com a nota, a Se-
cretaria Executiva de Regulação
de Pernambuco está em contato
com as unidades da rede públi-
ca para monitorar as demandas
e realizar a distribuição de novos
pacientes do HGV para as demais
unidades de emergência.
A SES-PE ressaltou, ainda, a
criação, em maio, de um comitê
técnico formado por membros
das secretarias executivas das
principais instituições de saúde
do estado. O objetivo é identifi-
car, prevenir e controlar infec-
ções por Candida auris nos ser-
viços de saúde de Pernambuco,
além de acompanhar de perto
as implicações relacionadas ao
tema e agir de forma integrada
contra o fungo.
Candida auris
“A diferença dele para o res-
to dos fungos, e por isso que se
torna uma ameaça global, é que
é uma candida muito mais re-
sistente aos tratamentos, além
de se disseminar muito mais fá-
cil nos ambientes, principalmen-
te em hospitais”, explica a infec-
tologista Rosana Richtmann, do
Instituto Emílio Ribas. Algumas
cepas do fungo são resistentes
às três principais classes de an-
tifúngicos e, por isso, ganham a
denominação de superfungo pe-
la comunidade científica.
O Candida auris é mais comu-
mente identificado em ambien-
tes de saúde, como hospitais. No
Brasil, foi encontrado pela pri-
meira vez em um cateter usa-
do por um paciente internado
na UTI de um hospital da Bahia.
O superfungo pode causar fe-
bre, calafrios, dores e até a morte
do infectado, caso este pertença
um dos grupos de risco. “Ele po-
de causar uma infecção dissemi-
nada, que chamamos de candi-
demia, uma doença muito gra-
ve e com alta mortalidade. Pode
também ter um quadro cutâneo
ou respiratório, entre outras for-
mas clínicas”, detalha Rosana.
*Estagiário sob a supervisão
de Vinicius Doria
Economia
7 • Correio Braziliense — Brasília, quinta-feira, 6 de julho de 2023
Bolsas
Na quarta-feira
0,38%
0,4%
São Paulo
Nova York
»Entrevista | WELLINGTON DIAS | MINISTRO DO DESENVOLVIMENTO E ASSISTÊNCIA SOCIAL
Governo aposta em programa que estimula empresas a contratarem pessoas inscritas no Cadastro Único ou no Bolsa
Família para ampliar as oportunidades de trabalho da população de baixa renda. E prepara projeto socioambiental
“Emprego é o melhor
programa social”
» RAPHAEL PATI*
O
ministro do Desen-
volvimento e Assis-
tência Social, Wellin-
gton Dias, conta que
ficou surpreso, ao assumir a
pasta, com o número de pes-
soas no Cadastro Único e no
Bolsa Família. O Cadastro,
que relaciona as pessoas em
No que consiste o Programa de
Inclusão Socioeconômica?
Nós já fizemos uma pactua-
ção com 20 setores da econo-
mia. E qual é a lógica? Pergun-
tamos para as empresas: “Que
tal se a gente olhar para o Ca-
dastro Único?” A gente vai ao
cadastro e seleciona pessoas.
Lá, nós temos 55 milhões de
pessoas no Bolsa Família. Ti-
rando crianças e idosos que já
estão aposentados, pessoas que
já não estão na idade de traba-
lhar, nós temos 28,5 milhões de
pessoas que querem trabalho.
Dessas, 2,8 milhões — cerca
de 10% — são pessoas de nível
superior, ou que estão fazendo
ensino superior, e em famílias
do Bolsa Família. Outras 14 mi-
lhões têm ensino médio com-
pleto, ou ensino técnico com-
pleto, ou estão fazendo o ensi-
no médio ou o ensino técnico.
E ainda tem muita gente com
ensino fundamental comple-
to e pessoas com experiência
empreendedora. Então, o Bra-
sil tem que olhar para esse pú-
blico sem preconceito.
Na prática, como estimular
essas contratações?
Já estamos fazendo, o setor
da área de comércio atacadista,
o do varejo, todos já estão indo
lá. Vai lá ao cadastro e selecio-
na pessoas, faz a qualificação,
coloca em um cadastro reserva.
Quando precisar contratar, que
tal dar oportunidade também
para quem é do Bolsa Família?
Para quem é do Cadastro Úni-
co? Então, a gente está criando,
agora, no Sistema Nacional de
Emprego (Sine), uma marca-
ção para esse público que está
preparado para as várias áreas.
Com isso, a gente, com o setor
privado, quer também trazer de
volta aquele modelo do Prona-
tec, pensando na qualificação
do trabalhador, de forma inte-
grada com o Fundeb do Minis-
tério da Educação, para o em-
prego e para o empreendedoris-
mo. Veja que o Caged está para
ser divulgado, e vamos chegar
aí, se Deus quiser, próximo de
1 milhão de empregos, e a gen-
te tem mais de 200 mil pessoas
desse saldo positivo que são ou
do Bolsa Família ou do Cadas-
tro Único.
Qual a importância disso
para o país?
O que eu desejo é que o Bra-
sil possa ir para o mais seguro
programa social que existe. E
qual é? Emprego e empreen-
dedorismo. Porque se o traba-
lhador vai para a informalida-
de, como o Brasil foi, na hora
em que adoece, cadê a renda?
Pontuação B3
Ibovespa nos últimos dias
118.087
119.549
R$ 4,850
30/6 3/7 4/7 5/7
condição de pobreza ou ex-
trema pobreza, para que se-
jam incluídas nos progra-
mas sociais do governo, soma
94 milhões de inscritos. Des-
sas, 55 milhões estão no Bol-
sa Família, que garante uma
renda básica para unidades
familiares de baixa renda. O
ministro ressalta a impor-
tância de criar condições de
Ed Alves/CB/DA.Press
Na hora em que tem um pro-
blema e não pode mais traba-
lhar, cadê a renda? Com o em-
prego, não. Você tem lá o INSS
para garantir o seu salário lá
na frente, para ter a pensão.
Se, Deus o livre, vier a morrer,
a pensão vai para o esposo ou
a esposa, para os filhos, então,
estamos falando de segurança
social. Esse é o sentido.
E vem aí o Programa
Socioambiental, é isso?
Isso. Tente imaginar o se-
guinte: que tal se o Brasil, a ca-
da ano, tiver um saldo, assim co-
mo o Caged, que é o saldo posi-
tivo de emprego, um saldo po-
sitivo de mais árvores plantadas
do que árvores perdidas? Aqui, a
ideia é de que povos da floresta,
indígenas ou outras comunida-
des, ribeirinhos, pequenos agri-
cultores, e mesmo pessoas da
cidade, possam coletar semen-
tes para a gente pagar por ser-
viço ambiental.
Como vai funcionar?
Coletar sementes, plantar,
produzir mudas de plantas, pa-
ra recuperar a unidade e a con-
servação de matas ciliares, pa-
ra reflorestar as cidades, mas
também para criar, em algumas
Dólar
Na quarta-feira Últimos
29/junho 4,847
30/junho 4,790
(+ 0,2%) 3/julho 4,808
4/julho 4,840
oferecer oportunidades de
trabalho para essa popula-
ção, observando que “o me-
lhor programa social que
existe é o emprego ou o for-
talecimento do empreende-
dorismo”. Por isso, adian-
tou que uma das principais
apostas do governo na área
social é o Programa de In-
clusão Socioeconômica, que
áreas de pequenos agricultores,
o que a gente chama de flores-
ta produtiva. Lá no meu estado,
o Piauí, a gente tem muito. Al-
guém planta manga, caju e cajá.
Então, naquela área que estava
degradada tem, agora, uma flo-
resta que faz a captação de car-
bono, faz emissão de oxigênio,
faz tudo que um ecossistema
permite, e ainda produz, ainda
gera renda para aquela família.
Quando o projeto deve ser
apresentado?
Nesse caminho, a gente quer
na segunda quinzena de julho
aprontar o projeto, apresentar
ao presidente Lula. E há inúme-
ros fundos que podem financiar
isso, eu mesmo, quando gover-
nador, fiz uma emissão para cap-
tar. Na época, a gente colocou
US$ 9 por árvore e colocamos 5
milhões de árvores. Então, é es-
se Brasil, que tem 94 milhões de
pessoas no Cadastro Único, 55
milhões no Bolsa Família, que eu
quero que, cada vez mais, o país
possa olhar. Até mais do que sem
preconceito, é olhar com priori-
dade, com atenção.
Eu acho que se a gente der
a mão... eu sou um exemplo,
eu acho que todo mundo que
viveu o que eu vivi, o próprio
Salário mínimo Euro CDI
Comercial, venda Ao ano
R$ 1.320 na quarta-feira
R$ 5,265 13,65%
incentiva empresas a con- econômicos, como o comér-
tratar pessoas relacionadas cio atacadista e o de varejo.
no CadÚnico. Entre os bene- Em entrevista ao CB.Poder,
ficiários do Bolsa Família, se- programa do Correio em parce-
gundo Dias, há 2,8 milhões ria com a TV Brasília, apresenta-
frequentando ou com curso do ontem pela jornalista Deni-
superior concluído. Outros se Rothenburg, Wellington Dias
14 milhões têm ensino mé- adiantou ainda que o ministé-
dio ou técnico completo. Se- rio pretende iniciar, na segunda
gundo Dias, o ministério já quinzena deste mês, o Progra-
tem acordos com 20 setores ma Socioambiental, que buscará
Se o trabalhador presidente da República, o Pre-
sidente Lula, quem viveu a po-
vai para a breza e saiu, sabe que alguém
deu a mão. E a educação é o
informalidade, grande alicerce. Por isso, esse
na hora em que olhar na educação e na saúde,
nas condicionalidades. Mas é
adoece, cadê a preciso uma mão muito firme
para tirar da pobreza. É isso que
renda? Com o a gente vai fazer, se Deus quiser.
emprego, não.
A reforma tributária vai
Você tem lá o INSS vingar?
Desta vez, vai. Eu acompa-
para garantir o nho esse tema há muitos anos.
salário lá na frente, O Brasil precisa da reforma, e
eu acho que o caminho que es-
para ter a pensão” tá se encontrando é um cami-
nho de iniciativa do Congres-
so Nacional. Não é um projeto
do Executivo, é do Legislativo,
que teve capacidade de dialo-
gar, nas duas Casas, com go-
O Brasil tem que vernadores, empresários, mu-
nicípios, todos os setores. Vai
olhar para esse ter unanimidade? Não. Mas eu
acho que há condição de obter
público sem ampla maioria nas duas Casas.
preconceito. Até
As resistências já foram
mais do que sem vencidas? Vai ser possível
votar a proposta?
preconceito, é olhar Vai ser possível. O que se
com prioridade, deseja é uma reforma, que, do
ponto de vista do povo, seja
com atenção” neutra. Tanto o presidente Lula
Editor: Carlos Alexandre de Souza
carlosalexandre.df@dabr.com.br
3214-1292 / 1104 (Brasil/Política)
CDB Inflação
IPCA do IBGE (em %)
Prefixado
Janeiro/2023 0,53
30 dias (ao ano)
Fevereiro/2023 0,84
Março/2023 0,71
13,61% Abril/2023 0,61
Maio/2023 0,23
combinar geração de renda com
reflorestamento. Filiado ao PT
desde 1985, ex-governador do
Piauí e eleito senador nas últi-
mas eleições (afastou-se do man-
dato para integrar o governo),
o ministro também falou sobre
a importância e as chances de
aprovação da reforma tributá-
ria. Veja, a seguir, os principais
trechos da entrevista:
quanto o presidente Arthur Li-
ra, o presidente Rodrigo Pa-
checo, os líderes, os parlamen-
tares e governadores têm esse
entendimento. Ou seja, a car-
ga tributária precisa se manter,
no máximo, no limite atual. Se-
gundo, é uma nova sistemática
que acaba com a guerra fiscal.
Eu fui governador e digo que
o atual sistema tributário fa-
liu. Aquilo que um estado po-
de dar, o outro pode dar. En-
tão, a empresa toma decisões,
pega o incentivo, mas é mui-
to mais por conta de particu-
laridades de um estado ou de
uma região.
E as preocupações que alguns
setores têm manifestado?
Eu destaco a preocupação
de setores como o de serviços,
por exemplo. Ontem, eu estava
acompanhando alguns pontos
em relação aos estados, a ne-
gociação em relação aos muni-
cípios maiores. Por quê? Por-
que não há interesse de nin-
guém em desmantelar, de co-
locar, vamos dizer assim, em
desequilíbrio, qualquer ente
da Federação ou qualquer se-
tor importante da economia.
Então, eu acho que a condu-
ção, tanto do relator Aguinal-
do (Ribeiro), quanto do rela-
tor Reginaldo (Lopes), eu acho
que é de muito diálogo, muita
abertura, e, por isso, eu acho
que vai dar uma maioria. Se
Deus quiser, um bom resulta-
do para o Brasil.
O senhor cuida de quase todos
programas sociais do governo.
Em relação ao Bolsa Família
e à cesta básica, o que essa
reforma pode ajudar?
O Ministério do Desenvolvi-
mento Social trabalha com cin-
co megaprojetos. Um deles é a
segurança alimentar e nutricio-
nal, e aqui está a preocupação
com a cesta básica. Desde ja-
neiro, estamos avaliando com
o presidente Lula, com a Petro-
bras, com toda a equipe, como
é que a gente faz para reduzir o
preço do óleo diesel, pelo im-
pacto que ele tem na cesta bá-
sica? Com um bom inverno que
a gente teve, um bom ciclo de
chuvas, como é que mantém
a tarifa de energia sob contro-
le, até para que a gente não te-
nha impacto nos custos? Agora,
com o Plano Safra, tanto para
médios e grandes, quanto pa-
ra pequenos produtores, a gen-
te quer reduzir o preço daqui-
lo que chega na mesa do povo
brasileiro.
*Estagiário sob a supervisão
de Odail Figueiredo
8/9 • Brasília, quinta-feira, 6 de julho de 2023 • Correio Braziliense

Façamos do Brasil o país que todos almejam

O Brasil tem pressa. Precisa de mais investimentos, mais inovação, menos

burocracia, ser mais competitivo, mais eficiente, criar melhores empregos para
desenvolver-se e garantir o bem-estar de todos. Tais objetivos exigem uma
reforma tributária abrangente, homogênea e moderna.

O caminho a seguir, em conformidade com as melhores práticas internacionais,

recomenda alinhamento aos 90% dos países do mundo que adotam o imposto
sobre o valor adicionado para todos os setores, desonerando as exportações
e os investimentos, além de valorizar a produção, o comércio e os serviços.

Apoiamos com convicção essa causa porque ela é boa e necessária para o país.
A aprovação da reforma tributária dos impostos sobre o consumo, numa
primeira etapa, tem o potencial de aumentar o produto interno bruto (PIB)
em 12% a 20% em até 15 anos, segundo estudos disponíveis. Isso significa,
em dinheiro de hoje, R$ 1,2 trilhão a mais circulando na economia.

Um Brasil mais dinâmico, competitivo e rico vai emergir, incentivando o

crescimento, alavancado pelo fim da tributação em cascata e outras práticas
nocivas ao desenvolvimento.

Todos os setores econômicos e sociais vão ganhar se o país tiver um sistema

tributário racional - o que há muitos anos deixou de existir. O tempo e os
recursos desperdiçados com a burocracia dos impostos poderão ser investidos
de maneira mais produtiva.

As empresas optantes do Simples continuarão nesse sistema. No caso do setor

de serviços, essas empresas constituem a grande maioria.

Para superar os principais desafios e ter um país próspero, justo e solidário,

os brasileiros precisam abraçar a causa que é de todos.

Chega de perder oportunidades! Façamos do Brasil o país que todos almejam!

 Publicidade

As entidades abaixo assinadas representam atividades que geram

milhões de empregos e respondem pela maior parte da arrecadação de
impostos no país. Elas manifestam o seu apoio à reforma tributária em
tramitação na Câmara Federal, com a expectativa de sua aprovação.
Associação Brasil Plus Size – ABPS; Associação Brasileira da Indústria Chocolates, Cacau, Balas e Derivados – ABICAB; Associação
Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde – ABIMED; Associação Brasileira da Indústria de Artefatos de Papel,
Papelão, Cortiças e Embalagens Especiais ou Personalizadas – ARTEFATOS; Associação Brasileira da Indústria de Autopeças –
ABIPEÇAS; Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel – ABICS; Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos –
ABIMO; Associação Brasileira da Indústria de Ferramentas e Abrasivo – ABFA; Associação Brasileira da Indústria de Iluminação –
ABILUX; Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos – ABIMAQ; Associação Brasileira da Indústria de Tintas para
Impressão – ABITIM; Associação Brasileira da Indústria do Plástico – ABIPLAST; Associação Brasileira da Indústria Elétrica e
Eletrônica – ABINEE; Associação Brasileira da Indústria Ferroviária – ABIFER; Associação Brasileira da Indústria Gráfica – ABIGRAF
NACIONAL; Associação Brasileira da Indústria Gráfica – ABIGRAF-SP; Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal,
Perfumaria e Cosméticos – ABIHPEC; Associação Brasileira da Indústria Óptica – ABIÓPTICA; Associação Brasileira da Indústria
Processadora de Aço – ABIMETAL; Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção – ABIT; Associação Brasileira da
Infraestrutura e Indústrias de Base – ABDIB; Associação Brasileira da Música – ABEMÚSICA; Associação Brasileira das Indústria de
Artefatos de Couros e Artigos de Viagem – ABIACAV; Associação Brasileira das Indústrias de Calçados – ABICALÇADOS; Associação
Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins – ABRAMEQ; Associação Brasileira
das Indústrias de Materiais Explosivos e Agregados – ABIMEX; Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade – ABRAC;
Associação Brasileira de Cimento Portland – ABCP; Associação Brasileira de Circuitos Impressos – ABRACI; Associação Brasileira de
Embalagem – ABRE; Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos para Confecção – ABRAMACO; Associação Brasileira de
Nozes e Castanhas – ABNC; Associação Brasileira de Produtos Infantis – ABRAPUR; Associação Brasileira de Refrigeração, Ar
Condicionado, Ventilação e Aquecimento – ABRAVA; Associação Brasileira de Tecnologia Têxtil, Confecção e Moda – ABTT;
Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos – ABRINQ; Associação Brasileira dos Fabricantes de Suplementos Nutricionais
e Alimentos para Fins Especiais – BRASNUTRI; Associação dos Industriais de Panificação e Confeitaria do Grande ABC – AIPAN;
Associação dos Joalheiros do Estado de São Paulo – AJESP; Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos – ANIP; Associação
Nacional das Indústrias de Biscoitos – ABIMAPI; Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio – AFEAL; Associação
Nacional de Hospitais Privados – ANAHP; Associação Nacional dos Aparistas de Papel – ANAP; Associação Nacional dos
Fabricantes de Veículos Automotores – ANFAVEA; Associação Paulista das Cerâmicas de Revestimento – ASPACER; Câmara
Brasileira do Livro – CBL; Centro das Indústrias do Estado de São Paulo – CIESP; Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do
Estado de São Paulo – FEHOESP; Federação Nacional de Estabelecimentos de Serviços de Saúde – FENAESS; Instituto Aço Brasil;
Instituto Brasileiro de Acreditação – IBA; Instituto Brasileiro de Gemas & Metais Preciosos – IBGM; Instituto Brasileiro de Moda –
IBModa; Instituto Brasileiro de Qualificação e Certificação – IQB; Instituto Coalizão Saúde – ICOS; Instituto de Estudos para o
Desenvolvimento Industrial – IEDI; Sindicato da Indústria Alimentar de Congelados, Supercongelados, Sorvetes Concentrados e
Liofilizados no Estado de São Paulo – SICONGEL; Sindicato da Indústria da Cerâmica de Louça de Pó de Pedra, da Porcelana e da
Louça de Barro no Estado de São Paulo – SINDILOUÇA; Sindicato da Indústria da Cerâmica para Construção do Estado de São Paulo
– SINDICERCON; Sindicato da Indústria da Construção e do Mobiliário de Santa Gertrudes – SINCER; Sindicato da Indústria da
Construção Pesada do Estado de São Paulo – SINICESP; Sindicato da Indústria da Cordoalha e Estopa no Estado de São Paulo –
SINDCORDOALHA; Sindicato da Indústria da Energia no Estado de São Paulo – SINDIENERGIA; Sindicato da Indústria da Malharia e
Meias no Estado de São Paulo – SIMMESP; Sindicato da Indústria da Marcenaria de São Bernardo do Campo – SIM; Sindicato da
Indústria de Abrasivos dos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Pernambuco
– SINAESP; Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Estado de São Paulo – SINAEES; Sindicato da
Indústria de Artefatos de Couro no Estado de São Paulo – SINACOURO; Sindicato da Indústria de Artefatos de Ferro, Metais e
Ferramentas em Geral no Estado de São Paulo – SINAFER; Sindicato da Indústria de Artefatos de Metais Não Ferrosos no Estado de
São Paulo – SIAMFESP; Sindicato da Indústria de Artefatos de Papel, Papelão e Cortiça no Estado de São Paulo – SIAPAPECO;
Sindicato da Indústria de Artigos e Equipamentos Odontológicos, Médico e Hospitalares do Estado de São Paulo – SINAEMO;
Sindicato da Indústria de Balanças, Pesos e Medidas de São Paulo – SIBAPEM; Sindicato da Indústria de Bebidas em Geral no Estado
de São Paulo – SINDBGESP; Sindicato da Indústria de Beneficiamento e Transformação de Vidros e Cristais Planos do Estado de São
Paulo – SINBEVIDROS; Sindicato da Indústria de Calçados de Franca – SINDIFRANCA; Sindicato da Indústria de Calçados de Jaú –
SICJ; Sindicato da Indústria de Calçados, Artefatos de Couro e Vestuário de Santa Cruz do Rio Pardo; Sindicato da Indústria de
Chapas de Fibra e Aglomerados de Madeira do Estado de São Paulo – SINDIFIBRA; Sindicato da Indústria de Condutores Elétricos,
Trefilação e Laminação de Metais Não Ferrosos do Estado de São Paulo – SINDICEL; Sindicato da Indústria de Especialidades Têxteis
do Estado de São Paulo – SIETEX; Sindicato da Indústria de Esquadrias e Construções Metálicas do Estado de São Paulo –
SIESCOMET; Sindicato da Indústria de Explosivos no Estado de São Paulo – SINDEX; Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem em
Geral do Estado de São Paulo – SINDITEXTIL; Sindicato da Indústria de Joalheria, Bijuteria e Lapidação de Gemas do Estado de São
Paulo – SINDIJOIAS; Sindicato da Indústria de Lâmpadas e Aparelhos Elétricos de Iluminação no Estado de São Paulo – SINDILUX;
Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados no Estado de São Paulo – SINDLEITE; Sindicato da Indústria de Mármores e
Granitos do Estado de São Paulo – SIMAGRAN; Sindicato da Indústria de Massas Alimentícias e Biscoitos no Estado de São Paulo –
SIMABESP; Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado de São Paulo – SINDIPLAST; Sindicato da Indústria de Panificação
e Confeitaria de Ribeirão Preto – SINDIPÃO; Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de Santo André – SIPAN; Sindicato
da Indústria de Panificação e Confeitaria de Santos, São Vicente, Guarujá e Cubatão – SINASPAN; Sindicato da Indústria de
Panificação e Confeitaria de São Paulo – SINDIPAN; Sindicato da Indústria de Parafusos, Porcas, Rebites e Similares no Estado de São
Paulo – SINPA; Sindicato da Indústria de Perfumaria e Artigos de Toucador no Estado de São Paulo – SIPATESP; Sindicato da Indústria
de Produtos de Cacau, Chocolates, Balas e Derivados do Estado de São Paulo – SICAB; Sindicato da Indústria de Produtos de
Cimento do Estado de São Paulo – SINPROCIM; Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo –
* Fonte: Banco Mundial. Após total implementação da reforma com IBS de 25%.

SINDUSFARMA; Sindicato da Indústria de Produtos Químicos para Fins Industriais e da Petroquímica do Estado de São Paulo –
SINPROQUIM; Sindicato da Indústria de Proteção, Tratamento e Transformação de Superfícies do Estado de São Paulo – SINDISUPER;
Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar no Estado de São Paulo – SINDRATAR; Sindicato da
Indústria de Resinas Sintéticas no Estado de São Paulo – SIRESP; Sindicato da Indústria de Serrarias, Carpintarias, Tanoarias,
Madeiras Compensadas e Laminadas no Estado de São Paulo – SINDIMAD; Sindicato da Indústria de Tintas e Vernizes no Estado de
São Paulo – SITIVESP; Sindicato da Indústria de Vidros e Cristais Planos e Ocos no Estado de São Paulo – SINDIVIDRO; Sindicato da
Indústria do Café do Estado de São Paulo – SINDICAFÉ-SP; Sindicato da Indústria do Curtimento de Couros e Peles no Estado de São
Paulo – SINDICOURO; Sindicato da Indústria do Milho, Soja e Seus Derivados no Estado de São Paulo – SINDMILHO & SOJA; Sindicato
da Indústria do Mobiliário de Mirassol – SIM; Sindicato da Indústria do Trigo no Estado de São Paulo – SINDUSTRIGO; Sindicato da
Indústria do Vestuário Masculino do Estado de São Paulo – SINDIROUPAS; Sindicato da Indústria do Vinho de São Roque –
SINDUSVINHO - SÃO ROQUE; Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de Leme – SINDILEME; Sindicato das Indústrias
de Artefatos de Borracha e da Reforma de Pneus no Estado de São Paulo – SINDIBOR; Sindicato das Indústrias de Brinquedos do
Estado de São Paulo – SINDIBRINQUEDOS; Sindicato das Indústrias de Cerâmica Sanitária do Estado de São Paulo –
SINDICERAMICA; Sindicato das Indústrias do Calçado e Vestuário de Birigüi – SINBI; Sindicato das Indústrias do Vestuário de
Presidente Prudente – SIVPP; Sindicato das Indústrias do Vestuário de Ribeirão Preto – SINDIVERP; Sindicato das Indústrias Gráficas
no Estado de São Paulo – SINDIGRAF; Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários –
SIMEFRE; Sindicato Nacional da Indústria de Álcalis – SINÁLCALIS; Sindicato Nacional da Indústria de Café Solúvel – SINCS;
Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores – SINDIPEÇAS; Sindicato Nacional da Indústria de
Estamparia de Metais – SINIEM; Sindicato Nacional da Indústria de Extração do Estanho – SNIEE; Sindicato Nacional da Indústria de
Forjaria – SINDIFORJA; Sindicato Nacional da Indústria de Fósforos; Sindicato Nacional da Indústria de Máquinas – SINDIMAQ;
Sindicato Nacional da Indústria de Pneumáticos, Câmaras de Ar e Camelback – SINPEC; Sindicato Nacional da Indústria de Rolhas
Metálicas – SINARME; Sindicato Nacional da Indústria de Tratores, Caminhões, Automóveis e Veículos Similares – SINFAVEA;
Sindicato Nacional da Indústria de Trefilação e Laminação de Metais Ferrosos – SICETEL; Sindicato Nacional da Indústria do Aço;
Sindicato Nacional da Indústria do Cimento – SNIC; Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa - SIMDE.

Indústria Forte País Forte

10 • Negócios • Brasília, quinta-feira, 6 de julho de 2023 • Correio Braziliense

Economistas renomados lembram que a

Mercado S/A AMAURI SEGALLA
amaurisegalla@diariosassociados.com.br
reforma tem o mérito inquestionável de trazer
maior simplicidade na cobrança dos tributos

Novas regras ganham

apoio generalizado
Nas últimas horas, o apoio à reforma
tributária vem ganhando cada vez mais
adeptos, o que só reforça o fato de que as
novas regras, enfim, deverão mesmo sair
do papel. Ontem, a Confederação Nacional
dos Municípios, entidade que reúne
aproximadamente 5 mil cidades brasileiras,
divulgou um incisivo manifesto em apoio
ao texto. Segundo o documento, 98% dos
municípios do país deverão ter aumento de
receita nos próximos 20 anos se o projeto for
aprovado do jeito que está.
Rodrigo Ferreira/CBF
Avanço da reforma tributária RAPIDINHAS
representa um alento para o Brasil » O banco de investimento Bradesco BBI
venceu quatro categorias no prêmio Global
Finance Sustainable Awards, oferecido pela
Há muita gente surpresa com as discussões veementes a respeito da reforma publicação americana Global Finance. O BBI
tributária, que envolvem de governadores a prefeitos, de entidades setoriais a grupos ergueu troféus nos quesitos “Financiamento
econômicos diversos. Os debates não deveriam ser motivo de indignação. Seria estranho de Infraestrutura Sustentável”, “Project
que mudanças tão profundas no sistema tributário brasileiro não provocassem fortes Finance Sustentável”, “Títulos Verdes” e
reações como as observadas nos últimos dias. Isso, ressalte-se, é do jogo democrático. A “Títulos Vinculados à Sustentabilidade”.
boa notícia é que, apesar de os trâmites na Câmara continuarem enrolados, é provável
que o desenlace do projeto ocorra em breve. Ainda que o conteúdo da reforma não » No primeiro semestre, o Onix, da General
seja perfeito, economistas renomados lembram que ela tem o mérito inquestionável Motors, voltou a ser carro mais vendido
de trazer maior simplicidade na cobrança dos tributos, o que por si só representa um no Brasil, conforme dados da Federação
monumental avanço em um país como o Brasil. Ainda há longo caminho para melhorar Nacional da Distribuição de Veículos
o ambiente de negócios, mas é inegável que a reforma representa um tremendo passo. (Fenabrave). Entre as montadoras, há
empate na liderança: GM e Fiat ficaram,
cada uma, com 16% do mercado nacional. A
Volkswagen vem na sequência, com 15%.

Home office deixa empresas e » A falta de segurança é um dos gargalos

que freiam o crescimento do Brasil. Entre
empregados em campos opostos janeiro e maio de 2023, os roubos e furtos de
caminhões aumentaram 22,3% no país em
Diversos estudos no Brasil e no mundo mostram que há uma cisão entre empresas relação ao mesmo período do ano passado.
e empregados quando o assunto é home office. De um lado, as companhias querem O levantamento feito pela Associação de
reduzir ao máximo — se possível, eliminar — o trabalho remoto. De outro, os Proteção Veicular APVS Truck indica que o
contratados desejam manter a rotina de dividir parte da jornada entre o escritório e o estado de São Paulo lidera as ocorrências.
lar. O conflito está longe de chegar a uma solução e representa uma grande encruzilhada
para o mundo corporativo. Só o tempo dirá quem sairá vencedor na disputa. » A Fenabrave, federação que representa os
concessionários de veículos, vai apresentar
Miguel Schincariol/AFP ao governo sugestões de medidas que
poderiam destravar o setor automotivo.
Bagunça na seleção de Para a entidade, o recente programa de
incentivos criado pelo governo federal
futebol prejudica ações foi bem-sucedido, mas não suficiente
A posição de São Paulo é para aliviar todas as dores do mercado.
de marketing favorável à reforma. A espinha
O head de marketing de uma empresa dorsal da reforma sempre teve a

R$ 17
que patrocina a Confederação Brasileira de
Futebol diz que causa incômodo a confusão nossa concordância. O que a
para definir o nome do próximo técnico da
seleção. Nessa semana, a entidade definiu
gente pondera são coisas
que o treinador do Fluminense, Fernando
Diniz, assumirá provisoriamente o time
verde-amarelo, acumulando os dois cargos.
pontuais. A gente concorda
com 95% da reforma”
BILHÕES
foi quanto os investidores estrangeiros
A ideia da CBF é que ele prepare o terreno
Tarcísio de Freitas, governador de São aportaram na B3, a bolsa brasileira, no
para o italiano Carlo Ancelotti, cotado para
Paulo, recuando das críticas que fez ao primeiro semestre de 2023
o posto a partir de 2024. “A bagunça dificulta
ações publicitárias”, diz o executivo. projeto em tramitação na Câmara

HABITAÇÃO

Caixa retoma Minha Casa

Novas regras do programa permitem financiar imóveis de até R$ 350 mil na faixa de renda mais alta. Juros foram reduzidos
» ROSANA HESSEL
A
s novas condições do
programa Minha Ca-
sa Minha Vida (MCMV)
passam a valer a partir
de amanhã nas agências e cor-
respondentes da Caixa Econô-
mica Federal. Além de novos li-
mites para as três faixas, tanto
de renda mensal quanto de teto
de subsídio, há novas especifica-
ções para as obras, dependendo
do tamanho do município. A ins-
tituição passará a financiar imó-
veis no valor de até R$ 350 mil
pelo MCMV para os beneficiá-
rios da Faixa 3.
Os valores das três faixas
do programa foram ampliados,
assim como o limite para o
subsídio do Fundo de Garantia
do Tempo de Serviço (FGTS),
que passou de R$ 47,5 mil pa-
ra R$ 55 mil, conforme fatores
populacionais e a renda.
Para os beneficiários da Faixa
3, com renda familiar mensal de
R$ 4,4 mil a R$ 8 mil, os valores
de imóveis financiados podem
chegar até R$ 350 mil. Antes o
valor máximo era de R$ 264 mil.
De acordo com a vice-pre-
sidente de Habitação da Cai-
xa, Inês Magalhães, com essas
mudanças, o programa pode-
rá atender à maioria da popu-
lação, incluindo a classe média,
pois abrange 93% da renda mé-
dia salarial do país.
Segundo ela, com as mudan-
ças, o valor da entrada para o fi-
nanciamento também poderá
ser menor, passando de R$ 79
mil para R$ 54 mil.
Os novos limites foram apro-
vados, recentemente, pelo Con-
selho Curador do FGTS. Se-
gundo a vice-presidente, foram
destinados R$ 9 bilhões de re-
cursos do fundo para subsidiar
o programa MCMV.
Na Faixa 1, antes destina-
da a famílias com renda de até
R$ 2 mil, o rendimento mensal
foi ampliado para até R$ 2.640,
permitindo que mais pessoas
possam ter acesso aos financia-
mentos e aos descontos com re-
cursos do FGTS.
“A maioria das famílias que
precisam de uma moradia tem
uma renda média de até R$ 3 mil.
A ampliação da Faixa 1, voltada
para a população de menor ren-
da, reforça as ações do governo,
do Conselho Curador do FGTS e
da Caixa para reduzir o valor de
entrada desse grupo e facilitar o
acesso à moradia própria”, des-
tacou Magalhães.
Para famílias das Faixas 1 e
2, com renda familiar mensal
de até R$ 4,4 mil, o limite do va-
lor do imóvel passa a variar en-
tre R$ 190 mil e R$ 264 mil, a de-
pender da localidade. O valor da
prestação mensal, dependendo
da renda bruta familiar, pode va-
riar entre R$ 80 e R$ 396.
Juros
Dentro das mudanças nos fi-
nanciamentos da Caixa, está a
redução em 0,25 ponto percen-
tual das taxas de juros oferecidas
às famílias com renda de até R$ 2
mil. Nas regiões Norte e Nordes-
te, a taxa passou de 4,25% para
4% ao ano, e, nas demais regiões,
de 4,50% para 4,25% ao ano.
Para aquelas com renda en-
tre R$ 2 mil até R$ 2.640, as ta-
xas anuais ficaram em 4,25%,
no Norte e no Nordeste e em
4,50%, no Sul, no Sudeste e no
Centro-Oeste.
Alexandre Carvalho/Gov SP
Segundo Inês Magalhães, vice-presidente do banco, com as mudanças, maioria da população pode ser atendida
Na Faixa 2, com renda entre
R$ 2.640 e R$ 4,4 mil, as taxas dos
empréstimos variam entre 4,75%
a 6,50% ao ano. E, na Faixa 3, os
juros passam para 7,66% ao ano.
Projetos
As construtoras já podem ins-
crever projetos no programa re-
tomado pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT), no lu-
gar do programa Casa Verde e
Amarela, criado na gestão de Jair
Bolsonaro (PL), desde a última
segunda-feira.
As mudanças contemplam cri-
térios mais rigorosos para os pro-
jetos que precisam ter, no mínimo,
42 metros quadrados, com dois
quartos, sala, cozinha e banheiro
nos imóveis. Além disso, os terre-
nos não podem ser isolados, mas
bem localizados, com, pelo me-
nos, um sistema de infraestrutu-
ra urbana viária, uma escola, e um
estabelecimento de comércio pró-
ximos. Os empreendimentos com
uma infraestrutura superior serão
priorizados na seleção.
“O objetivo é induzir um pla-
nejamento urbano como diretriz
importante, como transporte
coletivo, escola e comércio, em
funcionamento adequado”, des-
tacou. A Caixa não realizava con-
tratações há quatro anos e, em
parceria com o governo, está re-
tomando 13.684 obras paradas.
Magalhães contou ainda que
a Caixa pretende ampliar os em-
preendimentos de retrofit, que
visa reformar prédios públicos
antigos em habitações. Segundo
ela, existem 1.088 unidades nes-
sa modalidade dentro do MCMV,
em grande maioria, no Rio de Ja-
neiro e em São Paulo.
Para acabar
com lixões
» FERNANDA STRICKLAND
A Secretaria Especial do Pro-
grama de Parcerias de Investi-
mentos (SEPPI) da Casa Civil, a
Caixa e o Banco Nacional de De-
senvolvimento Econômico e So-
cial (BNDES) vão estruturar proje-
tos para acabar com lixões no Bra-
sil. Para a estruturação no setor de
Resíduos Sólidos Urbanos (RSU),
os bancos e o governo convoca-
ram nove consórcios em 109 mu-
nicípios. A expectativa do governo
é de geração de R$ 5,6 bilhões em
investimentos nos próximos anos.
Estão na fila para estrutura-
ção de projetos para concessão
de lixões outros 30 consórcios
municipais. De acordo com o
governo, os 39 consórcios devem
atrair R$ 21,8 bilhões de inves-
timentos para 10,8 milhões de
habitantes em 511 municípios.
Os nove consórcios chamados
agregam 109 municípios de Per-
nambuco, Bahia, Minas Gerais, Pa-
raná e Rio Grande do Norte, bene-
ficiando 2,8 milhões de pessoas.
A meta, de acordo com o secre-
tário especial da SEPPI, Marcus
Cavalcanti, é atender aos 39 con-
sórcios habilitados ao longo dos
próximos quatro anos, com foco
em até meados do ano que vem,
antes das eleições municipais.
“Estamos vendo um novo ne-
gócio que ninguém imaginava.
Todo mundo lidava com o tra-
tamento de lixo como despesa,
como um problema. Mas tem
potencial de criar novos negó-
cios para as empresas”, disse
Cavalcanti.
Mundo
11 • Correio Braziliense • Brasília, quinta-feira, 6 de julho de 2023
Ortega busca controle
absoluto da polícia
Assembleia Nacional, de maioria governista, aprova duas reformas que transformam a força de segurança em corpo armado e
político a serviço do presidente. Especialistas e opositores temem que medidas intensifiquem a repressão e a perseguição
» RODRIGO CRAVEIRO
H
á 16 anos no comando da
Nicarágua, o presiden-
te Daniel Ortega deu um
passo a mais para reprimir
a dissidência, sufocar focos de insa-
tisfação dentro da Polícia Nacional
e reforçar o próprio poder. Contro-
lada pelo partido governista Frente
Sandinista de Libertação Nacional
(FSLN), a Assembleia Nacional
aprovou reformas da Constitui-
ção Política e da Lei Orgânica da
Polícia. De acordo com especia-
listas e opositores, as duas medi-
das, que tramitaram em caráter
de urgência, legalizam o controle
absoluto de Ortega sobre a Polícia
Nacional e eliminam o caráter pro-
fissional, civil, apolítico e aparidá-
rio da instituição.
O novo texto do artigo 97 da
Constituição Política estabelece
que “a Polícia Nacional é um cor-
po armado, subordinado ao presi-
dente da República, encarregado
de proteger a vida dos habitantes
do país; preservar a ordem social
e interna; garantir a segurança das
pessoas e das instituições; exercer a
prevenção, a perseguição e a inves-
tigação do delito; e prestar auxílio
necessário às autoridades civis e
judiciais para o cumprimento do
desempenho de sua funções”.
Ele começará a vigorar na pró-
xima Legislatura, em 2024, após
ratificação. Por sua vez, a nova
Lei Orgânica da Polícia determi-
na que aqueles policiais que des-
cumprirem seus deveres ou que
desertarem estarão sujeitos a pena
de até três anos de prisão.
Diretora do Centro de Estudos
Transdisciplinares da América Cen-
tral, a nicaraguense Elvira Cuadra
disse que as reformas aprovadas
mudam a natureza da Polícia Na-
cional. “Elas transformam uma ins-
tituição nacional em aparato de re-
pressão e de controle. Também au-
mentam as ameaças e pressões so-
bre os policiais para que não deser-
tem”, afirmou ao Correio. Na aná-
lise de Cuadra, as mudanças ex-
tinguem o caráter civil da Polícia
Nacional, que passa a ser apenas
um corpo armado. “São um passo
adiante na radicalização autoritá-
ria da Nicarágua”, alertou.
Por sua vez, Enrique Saenz, ana-
lista político nicaraguense exilado
na Costa Rica e ex-deputado da
Bispo é libertado e preso 48 horas depois
Em 10 de fevereiro passado,
o monsenhor Rolando Álvarez,
bispo de Matagalpa (centro-oes-
te), foi preso e condenado pela
Justiça da Nicarágua a 26 anos
de prisão por “danos à integrida-
de nacional”. Quatro meses de-
pois, a Corte Interamericana de
Direitos Humanos (CIDH) exi-
giu a “libertação imediata” do re-
ligioso. Em recente viagem à Itá-
lia, o presidente Luiz Inácio Lu-
la da Silva declarou que conver-
saria com o homólogo nicara-
guense, Daniel Ortega, para pe-
dir a soltura do bispo. “A Igreja es-
tá com problemas na Nicarágua,
porque tem padre e bispo presos,
e a única coisa que a Igreja quer
é que a Nicarágua libere o bis-
po”, disse Lula, que teria pro-
metido ao papa Francisco dia-
logar com Ortega sobre o tema.
Ontem, circularam rumores de
que Álvarez teria deixado a pri-
são. O jornal Confidencial, de Ma-
nágua, publicou que negociações
Maynor Valenzuela/AFP
Polícia Nacional desmantela protesto contra o regime, em Manágua, em foto de arquivo: mudanças nas leis também punem agentes desertores
Assembleia Nacional, classificou as
duas reformas como “palhaçada”.
“Com lei ou sem lei, com reformas
ou sem reformas, a Polícia Nacio-
nal encontra-se sob controle abso-
luto de Ortega há quase uma déca-
da”, ironizou, por telefone. “Ao lon-
go dos anos, Ortega mostrou que
não respeita a Constituição, as leis
ou os compromissos internacio-
nais. A Polícia Nacional se conver-
teu em um instrumento repressivo.
Isso não é mais do que uma cortina
de fumo do regime”, acrescentou.
entre o Vaticano, a Conferência
Episcopal da Nicarágua e o regi-
me Ortega fracassaram. Segundo
o diário, Álvarez chegou a ser sol-
to, no início desta semana, mas
voltou a ser trancafiado na cela de
segurança máxima da prisão Mo-
delo, na manhã de ontem.
A advogada nicaraguense Mar-
tha Patricia Molina — autora do es-
tudo Nicarágua: uma Igreja perse-
guida? — contou ao Correio que
soube, por meio de fontes do siste-
ma judicial, que o bispo está com a
saúde debilitada e que o melhor se-
ria retirá-lo do sistema penitenciá-
rio. “No entanto, elas temem erguer
a voz e pedir a libertação de Álvarez,
ante possíveis represálias nefastas
da ditadura”, comentou. “Na reali-
dade, as autoridades nicaraguenses
o sequestraram por sua voz proféti-
ca e por sempre falar com a verda-
de e à luz do Evangelho.”
Molina denuncia que a prisão
e o julgamento do bispo foram
marcados por irregularidades. “O
NICARÁGUA
Máfia
Saenz adverte que Ortega bus-
ca levar a repressão para dentro da
própria Polícia Nacional e se an-
tecipar a repercussões, no interior
da instituição, das recentes deser-
ções de oficiais que fugiram para os
EUA. “A reforma da Constituição é
pura pantomima”, criticou. Ele acu-
sou Ortega de encabeçar uma má-
fia que se apoderou da totalidade
das instituições do Estado, incluin-
do os corpos repressivos, embolsou
uma”formidável fortuna” e mergu-
lhou na impunidade. “Não existe,
por aqui, um projeto político, de
mudança, de esquerda ou pro-
gressista. O que ele tem implan-
tado é um Estado mafioso. Com
o dinheiro, essa máfia corrompe
a cúpula do Exército, da Polícia
Nacional e do Poder Judiciário.
Ortega não é uma ditadura, mas
uma máfia que controla a totalida-
de do Estado e deseja manter-se no
poder a ferro e fogo.”
Félix Maradiaga, principal líder
da oposição na Nicarágua, explicou
ao Correio que a reforma dentro da
Wikipedia/Reprodução
Monsenhor Rolando Álvarez,
bispo de Matagalpa (centro-oeste)
monsenhor Álvarez foi sequestra-
do por agentes da polícia orteguista
e levado a um local desconhecido,
em violação aos seus direitos. A de-
tenção somente pode ocorrer com
mandado judicial, exceto em caso
de flagrante delito”, afirmou. “Du-
rante os 135 dias de sequestro, ele
não foi informado das acusações.
Polícia Nacional tem sido discuti-
da dentro dos círculos sandinistas
desde abril. “Ortega vem fazendo
uma série de mudanças que impli-
cam na remoção de oficiais da Po-
lícia Nacional sem nenhuma expli-
cação e na reincorporação de anti-
gos oficiais, que estavam aposenta-
dos. Membros do Partido Sandinis-
ta, que tinham uma posição políti-
ca de liderança, foram excluídos,
recentemente, do círculo íntimo
de Ortega. Isso quer dizer que,
dentro da Polícia Nacional, existe
uma corrente que não está mui-
to contente com Ortega; inclusi-
ve, em janeiro passado, o ex-co-
missário Adolfo Marenco, encarre-
gado da inteligência policial, foi in-
vestigado em um processo de audi-
toria interna”, afirmou.
Para Maradiaga, Ortega tam-
bém busca acelerar um novo mo-
delo político policial, o qual des-
monta a reforma da polícia dos
anos democráticos da Nicará-
gua. “A Polícia Nacional nasceu
em 1979 com o nome de Polícia
Sandinista. Em sua origem, ela
se sujeitava ao partido político
Instituto de las Hermanas Pobres de Jesucristo
As brasileiras expulsas da Nicarágua foram acolhidas em El Salvador
Quarenta e oito horas depois da de-
tenção, Álvarez teria que ser coloca-
do em liberdade. O princípio da
presunção de inocência jamais
foi respeitado. O religioso sem-
pre foi tratado como delinquen-
te. Além disso, o julgamento não foi
nem oral, nem público.”
O analista político e ex-deputado
e ao governo da Frente Sandi-
nista. Entre 1990 e 1996, houve
várias transformações. A polícia
mudou de nome e passou a ser
subordinada a um ministro civil.
Isso permitiu à Assembleia Na-
cional (Parlamento) ter um maior
controle para fazer auditorias na
instituição, que era menos mili-
tar e menos política”, observou o
opositor. Ele acredita que Orte-
ga busca retomar o velho mode-
lo da Polícia Sandinista. “Nesse
modelo, a polícia é mais políti-
ca e tem vínculos mais próxi-
mos com os sandinistas, além de
não se subordinar a autoridades
civis”, disse Maradiaga.
Sanções severas
Ainda de acordo com ele, Orte-
ga ordenou a aplicação de sanções
mais severas à insubordinação po-
licial. “Qualquer chefe policial que
fizer qualquer crítica ao governo
de Ortega poderá ser condenado a
vários anos de prisão”, afirmou Ma-
radiaga. A reforma policial coinci-
de com várias renúncias ocorridas,
nicaraguense Enrique Saenz acre-
dita que a prisão de Álvarez é fruto
da “vocação totalitária de Ortega”.
“Ele não admite que nenhuma pes-
soa, organização ou atitude resis-
tam ao seu afã pelo poder. A popu-
lação da Nicarágua é religiosa e de
maioria católica. Dentro da Igreja,
há vozes que têm influência sobre
Editora: Ana Paula Macedo
anapaula.df@dabr.com.br
3214-1195 • 3214-1172
Eu acho...
AFP
“A Polícia Nacional
tem sido a princi-
pal instituição à
frente da repressão.
As reformas poli-
ciais buscam dar
maior eficiência
repressiva à polícia frente ao ce-
nário de novos protestos e torná
-la mais funcional em seu cará-
ter de polícia política. Na condi-
ção de ex-preso político, depois
de ter sido interrogado 400 ve-
zes, durante 611 dias no cárce-
re, todos os meus interrogató-
rios foram políticos. Jamais me
fizeram perguntas legítimas so-
bre delitos. As perguntas eram
sobre minha ideologia, minha
opinião em relação aos EUA, e
por que eu tinha escrito arti-
gos opinativos. Pude confirmar
que a Polícia Nacional da Nica-
rágua é, totalmente, política.”
Félix Maradiaga, ex-preso político e
principal líder da oposição
na Nicarágua
recentemente, entre os oficiais de
baixas patentes. “Alguns oficiais da
polícia renunciaram e chegaram
aos Estados Unidos nos últimos
dias. Também é importante lem-
brar que, em 9 de fevereiro passa-
do, Ortega libertou 222 presos po-
líticos, os deportou para os EUA e
retirou-lhes a nacionalidade. Havia
dois policiais nesta leva”, lembrou o
nicaraguense, que figura nas pes-
quisas de opinião como a princi-
pal liderança da oposição.
O medo impede muitos oposi-
tores de falar. “Aqueles de nós, que
permanecemos na Nicarágua, não
podemos nos pronunciar sobre ne-
nhum tema político que diga res-
peito ao governo. Somos uma opo-
sição silenciada. Espero que me
compreenda e, por favor, não ci-
te meu nome”, afirmou um deles,
ao rejeitar um pedido de entrevis-
ta do Correio. Ele prefere não es-
pecular em torno de uma suposta
“grande insubordinação” dentro
da Polícia Nacional. “O que temos
são pequenas mostras de insatisfa-
ção, porém, muito preocupantes
para Daniel Ortega”, disse.
a sociedade, uma palavra viva e vi-
brante. Ortega decidiu, então, en-
carcerar o bispo Álvarez, que não
quis se submeter à vontade do re-
gime e sair do país.”
Freiras
No domingo, o regime de Orte-
ga decidiu não renovar a permis-
são de residência e os documen-
tos de quatro freiras brasileiras que
administravam a casa da Fundação
Fraternidade dos Pobres de Jesus
Cristo, em León (noroeste). As re-
ligiosas foram expulsas da Nicará-
gua e recebidas pela Igreja Católica
de El Salvador. “A polícia sandinista
as levou à meia-noite, como se fos-
sem delinquentes. Isso é parte da
perseguição contra a Igreja Cató-
lica”, disse Molina. O Ministério do
Interior informou que a ONG, re-
gistrada em 2019, foi declarada ile-
gal por “descumprimento das leis”
— o mandato de seu conselho teria
expirado em fevereiro de 2021. (RC)
Opinião 12 • Correio Braziliense • Brasília, quinta-feira, 6 de julho de 2023
VISÃO DO CORREIO
Menos armas,
menos violência
A
revogação dos decretos que li-
beravam a comercialização de
armas de fogo e munição — um
dos primeiros atos do gover-
no petista — começa a apresentar re-
sultados. No primeiro semestre deste
ano, ocorreram 10,2 mil assassinatos no
país — uma redução de 0,7% na com-
paração com igual período de 2022. Ao
longo de 2022, foram 40,81 mil mortes
por armas de fogo, o que representou
uma diminuição de 1% em relação ao
ano anterior (41,1 mil) e uma sinaliza-
ção de declínio. Este foi o menor resul-
tado desde a série histórica, iniciada em
2007, segundo os dados do Núcleo de
Estudoda Violência da Universidade de
São Paulo (USP).
O recadastramento exigido pelo Mi-
nistério da Justiça atualizou os dados
de 939.154 armas (99% do esperado).
O número ficou abaixo das estimativas
dos especialistas. Para eles, quase 3 mi-
lhões de artefatos entraram em circula-
ção no país nos últimos anos.
Parcela da sociedade e parlamenta-
res discordaram da decisão do gover-
no de revogar todos os decretos que li-
beravam a compra de armas e muni-
ção. Mas a maioria da sociedade brasi-
leira, como revelaram várias pesquisas
de opinião pública, é contrária à venda
de artefatos bélicos livremente. Desde
o início da edição de decretos, as auto-
ridades da segurança pública também
se manifestaram contra o livre comér-
cio. Advertiam que a liberalidade abria
enormes brechas para as organizações
criminosas alimentarem seus arsenais.
Por unanimidade, o Plenário do Su-
premo Tribunal Federal (STF) acolheu
as ações apresentadas pelo PSB e PT,
que questionavam os decretos do então
presidente Jair Bolsonaro, flexibilizan-
do a aquisição, o cadastro, o registro, a
posse, o porte e a comercialização de
armas de fogo e munições. A Alta Cor-
te considerou diversos dispositivos in-
constitucionais, entre eles a presumida
necessidade de compra de armas que
pode ser feita por caçadores, atiradores
desportivos e colecionadores (CACs),
PATRICK SELVATTI
patrickselvatti@gmail.com
A sutileza que se perdeu
O mundo anda apressado, objetivo
e rude demais. Na virada do milênio, a
tecnologia invadiu nossas vidas, sem ba-
ter, metendo o pé na porta com vonta-
de, dispensando um pedido de licença,
entrando com uma urgência ríspida de
quem sugere promover um salvamento
de emergência. Não nos dedicamos mais
ao prazer de acompanhar uma novela do
começo ao fim, degustando cada capítu-
lo como se convivêssemos diariamente
com aqueles personagens. Estamos na
era das manchetes rápidas e das zapea-
das superficiais nos diversos títulos dis-
poníveis nas plataformas on-line. Hoje,
tudo é feito de forma rasa. Nós nos per-
demos das sutilezas.
A arte de ser sutil está na habilida-
de de fazer algo discreto, leve, difícil de
ser percebido ao primeiro olhar, mas
que representa um refinamento que
aprofunda o todo. Está no gesto sin-
gelo de se cumprimentar alguém com
um “bom dia”, perguntar “como vai?”,
solicitar algo com um “por favor”, agra-
decer com um “muito obrigado” e até
utilizar um ponto ao final de uma fra-
se. A sutileza é o sentimento que não
precisa ser explícito, algo que no story-
telling se caracteriza como acionar um
GUILHERME AUGUSTO MACHADO
Presidente
Leonardo Guilherme Lourenço Moisés
Vice-Presidente executivo
Valda César
Superintendente de Negócios e Marketing
antes do uso exclusivo das Forças Ar-
madas e dos órgãos de segurança pú-
blica, como o fuzil. Na opinião da pre-
sidente do STF, ministra Rosa Weber,
as normas do ex-governo “introduzem
uma política armamentista incompatí-
vel com o Estatuto do Desarmamento
(Lei nº 10.826/2003)”.
Foi considerado ilegal ainda o prazo
de 10 anos para renovação do registro.
Está proibida a importação de armas
estrangeiras por comerciantes e pes-
soas físicas. Caiu também a possibilida-
de de aumento da quantidade máxima
de artefatos que poderia ser comprada
por qualquer pessoa, militares, agen-
tes de segurança pública, membros da
magistratura e do Ministério Público.
De acordo com o STF, a compra de ar-
mas de uso restrito só pode ser autori-
zada no interesse da segurança públi-
ca ou da defesa nacional, e nunca por
interesse pessoal.
As restrições ao comércio de armas
são mais do que necessárias. Na cabe
às pessoas físicas agirem como agen-
te de segurança pública. Esta é atri-
buição do poder público, por meio
das polícias Militar e Civil, como es-
tabelece a legislação. O cidadão co-
mum não tem habilidade nem agili-
dade suficiente para conter um ata-
que de malfeitores. Não raro, ele per-
de a arma para o bandido e também
a vida. Os assassinatos registrados no
ano passado, não fazem só uma víti-
ma. Ao redor dela, estão família, os
filhos, os pais e tantas outras pessoas
que se tornam órfãs dos que morre-
ram, sejam homens, sejam mulheres.
Quantas mulheres não foram vítimas
de feminicídio por um revólver. Os
jovens também estão na mira da vio-
lência, que interrompe a sua trajetória
de vida. Os policiais nem sempre es-
capam com vida em um embate com
bandidos — com muita frequência, a
execução de um deles ou de vários é
noticiada. Em uma sociedade civiliza-
da, os artefatos bélicos são exclusivos
dos militares e das forças de seguran-
ça, e não dos indivíduos.
gatilho mental — sabe aquelas mensa-
gens subliminares que ativam um me-
canismo no cérebro para que sintamos
algum desejo? O oposto do que vemos,
hoje, nas líquidas redes sociais: Com-
pre isto! Faça assim! Curta, comente e
compartilhe! Me segue que eu te sigo!
Por outro lado, a sutileza também
se perdeu para o mal. Nesses tempos
bizarros, o preconceito, a intolerância
e o ódio não se disfarçam mais com
suavidades. O discurso, agora, é dire-
to, reto, curto, grosso. Chefes de Esta-
do, líderes religiosos e personalidades
da mídia disparam despautérios e im-
propérios, sem pudor, abusando da
autoridade e da influência que exer-
cem para que fakes news e injúrias re-
pulsivas sejam destiladas e despertem
em seus seguidores atos macabros, dos
quais eles, os provocadores, se eximem
quando são executados.
Tal qual fez, nesta semana, o tal pas-
tor que insinuou, de forma nada tênue,
que “Deus mataria os homossexuais se
pudesse, mas delegou isso aos seus fiéis”.
Não se prima mais pela sutileza nem
para cometer crimes! Por sorte, a Justi-
ça também não é nada sutil. Ainda que
a rotulem como cega, ela é implacável.
‘‘Na quarta parte nova os campos ara
E se mais mundo houvera, lá chegara’’
Camões, e, VII e 14
Ana Dubeux
Diretora de Redação
Editora: Dad Squarisi // dadsquarisi.df@dabr.com.br
opiniao.df@dabr.com.br || 3214-1140
» Sr. Redator
» Cartas ao Sr. Redator devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome e endereço completo, fotocópia de identidade e telefone para contato.
» E-mail: sredat.df@dabr.com.br
Elza Soares Servidão
Desabafos
» Pode até não mudar a situação,
Fantástica a matéria que es- Franz Kafka foi quem me-
tampou o caderno Diversão & Ar- mas altera sua disposição
lhor entreviu a crise do siste-
te de domingo (2/7, pág.20), acer- ma industrial. E as suas histó-
ca da consagrada cantora e com- Alysson Paolinelli reestruturou o rias, como O castelo, O proces-
positora, Elza Soares. Justíssima a Ministério da Agricultura, criou a so e na colônia penal, entre ou-
homenagem, primorosamente re- tras, mostram, de forma ma-
digida pelo jornalista Pedro Ibar- Comcred a Compater. Como Celso gistral, toda a engrenagem de
ra, em virtude da recente data de Furtado e Oswaldo Aranha, ele não um mundo absurdo que, ain-
seu aniversário, 23 de junho, afinal recebeu o Prêmio Nobel. Mas pode da no início de sua mais im-
trata-se de ilustre ícone da Músi- portante revolução econômi-
ca Popular Brasileira (MPB). O re- ter Prêmio Nobel após a morte. ca, já apresentava os sinto-
cém-lançado disco, inédito, mes- José de Jesus Moraes Rêgo — Asa Norte mas de um desequilíbrio que
mo que póstumo, intitulado No culminou no pesadelo nazis-
tempo da Intolerância, é também ta (1939/1945). Hoje, nivelados
completo, uma vez que traz, arrai- pela tecnologia, tanto o capita-
gado em seu cerne, conceitos fun- Na Palestina, a trégua parece lismo quanto o socialismo se
damentais, a exemplo das inclu- impossível. Imaginem se a identificam, à medida em que
sões racial, social, além do movi- ambos fabricam e consomem
mento de transformação feminis- terra não fosse santa! as mesmas coisas, disputam os
ta. A eterna Elza Soares — que, se Evangelista Duarte — Asa Norte mesmos mercados e seguem
ainda viva, completaria, à data de a mesma ideologia da produ-
lançamento do álbum, 93 anos — ção e do consumo em massa. O
constitui um retrato do Brasil mo- sistema tecnológico que atual-
derno: foi uma autêntica mulher, Entre bom e ruim, o governo mente domina o mundo intei-
preta e pobre, da periferia urbana. de Lula está muito “relativo”. ro está em vias de nivelar todas
as distinções culturais. Tanto
» Nelio S. Machado Raphael Weiks — Águas Claras num sistema quanto num ou-
Asa Norte tro qualquer praticado, não há
o reconhecimento do homem
pelo homem, prevalecendo, nas relações de trabalho, as
Música mesmas e antigas formas de servidão. Os que detêm os
meios de produção compram a força de trabalho do operá-
Ouvir música de qualidade no dial do carro muitas vezes é rio, servindo-se dela para criar o produto de valor superior
um exercício de paciência. Temos que ficar pulando de estação ao próprio valor do trabalho, obtendo-se, assim, a “mais-
em estação até chegar a uma canção de forma satisfatória. Ver- valia”. E aqui está a base econômica da alienação do traba-
dade seja dita: as rádios Senado, Câmara, Cultura, Nova Bra- lho. Quanto mais riqueza o trabalhador produz, menos ele
sil têm programação musical audíveis. Muita falta faz a extin- próprio tem para seu consumo. A desvalorização do mundo
ta Brasília Super Rádio FM, do falecido Mário Garófalo. Tinha dos homens é proporcional ao valor crescente das coisas.
um estilo totalmente diferenciado com jazz, clássico, ópera, Desta forma, com a desvalorização do homem e a crescen-
MPB e chorinho. A predominância de emissoras com músicas te valorização das coisas, chegamos à grande crise na qual
de uma toada só, música sertaneja, é grande e, sinceramente, se debate a humanidade. Dominados pelo tráfico de dro-
ouvir esse estilo comercialíssimo com letras fúteis, impacienta gas, pela prostituição, pela criminalidade, pela fome, pela
a audição. Há exagero de tremelica das vozes dos cantores. Co- degradação moral, entre outros males devastadores, vive-
mo se sibilar por si só fosse um recurso de talento vocal. Como mos num mundo sombrio, em meio aos monstros que nós
escreveu o cronista Severino Francisco, nosso Rubem Braga do mesmos criamos. Em face a essas calamidades, o que pode-
cerrado, em 14/6, na crônica As canções que você fez... “a mú- rá mudar os rumos desta civilização? Quais os líderes capa-
sica breganeja gira em torno de si mesma, com a sofrência in- zes de impedir o auto-extermínio da Humanidade? Em to-
terminável”. Mas nada de se exasperar. O importante é respei- das as grandes mudanças da história humana, sempre foi
tar o gosto musical de cada um. Por isso ando munido de meus necessária a intervenção dos gênios ou dos grandes líderes
CDs para ouví-los no som do carro. Os percursos com as travas da humanidade. Com Copérnico, Kepler e Galileu, mudou-
costumeiras do trânsito tornam-se amenos. Como os progra- se a nossa visão de mundo, e demos mais um passo para a
madores musicais das rádios, também faço minha programa- compreensão do universo. Com Einstein e a sua Teoria da
ção. Tem dias que vou de clássicos de Caetano Veloso. Noutros, Relatividade, ampliaram-se as fronteiras do conhecimen-
delicio-me com o inovador Chico César. Nos seguintes, com o to, com uma nova revolução na Física. No campo da sabe-
provocante Tom Zé. Em outros, premio-me com a celebração doria moral, tivemos ensinamentos de Lao-tsé, de Siddhar-
de Milton Nascimento. Mais adiante, vou de Eric Clapton e B. ta Gautama (o Buda), de Cristo, de São Francisco de Assis e
B. King. Mas, nesta semana, estou vidrado em Eunice Kathleen de outros grandes santos e sábios. E agora? Quais são os gê-
Waymon, a norte-americana Nina Simone (1933-2003) que se nios ou os grandes líderes capazes de nos conduzir a uma
destacou no piano e na voz cultivando os estilos jazz, blues, nova síntese, a uma nova sociedade mais justa e mais hu-
soul, pop e música clássica. Ouvir sua interpretação de I Put a mana? No campo do direito, assistimos seguidamente ao
Spell on You é entrar em estado alfa. Principalmente quando o triunfo da injustiça, quando o único diálogo possível en-
arranjo da música cria sintonia de sua voz e o solo do sax. Sei tre o homem e o três poderes constituídos é o diálogo entre
que as emissoras de rádio acima citadas têm programas exclu- o lobo e o cordeiro. E assim, nesse contexto da inversão de
sivos de gênero musicais especiais. Muitas das vezes, em horá- valores e alienação, encontraremos sábios e gênios no Le-
rios noturnos. Se não me engano, foi Friedrich Nietzsche que gislativo e Judiciário? A sociedade está órfã e refém de um
disse: “Sem a música, a vida seria um erro”. “Sistema” nefasto!
» Eduardo Pereira » Renato Mendes Prestes
Jardim Botânico Águas Claras
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Educação: quando
vamos acordar?
Titular da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira do Instituto de Estudos Avançados da USP de Ribeirão Preto e professor emérito da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
N
a 35ª edição do relatório produ-
zido pelo International Institute
for Management Development
(IMD), que traz o ranking da com-
petitividade mundial mensurada em 64
países, o Brasil ficou em 60º lugar, à fren-
te apenas da África do Sul, da Mongólia,
da Argentina e da Venezuela. Esses países
são os que apresentam problemas insti-
tucionais ou estruturais ainda não resol-
vidos e que os impedem de progredir de
maneira contínua. Por seu lado, os cinco
primeiros países nesse ranking foram Di-
namarca, Irlanda, Suíça, Singapura e Ho-
landa, pois são aqueles considerados com
as melhores condições de crescimento
próspero. A Irlanda foi um dos principais
destaques desta 35ª edição. O país subiu
da 11ª posição no ano passado para a se-
gunda posição. Outros destaques são a
Indonésia, que registrou o maior aumen-
to (de 44ª para 34ª), e a Letônia, a maior
queda (de 35ª para 51ª).
Segundo esse relatório, entre os princi-
pais desafios que impedem o Brasil de ocu-
par uma posição melhor está o de garan-
tir acesso à educação pública de qualida-
de. No passado, tentava-se apenas garan-
tir o acesso, deixando em segundo plano
a questão da qualidade. No novo cenário
mundial, a qualidade é condição sine qua
non, sem a qual não vamos longe; estare-
mos alijados de ocupar posições de desta-
que em qualquer dos principais rankings
mundiais tanto de competitividade quan-
to de quaisquer outros nos quais a educa-
ção ocupe papel central, tais como susten-
tabilidade e inovação.
Um detalhe importante: os cinco me-
lhores nesse ranking da competitividade
estão entre os 20 melhores países (excluin-
do aqui os resultados de cidades chinesas,
como Xangai e Hong Kong) no ranking do
Programa Internacional de Avaliação de
Alunos (Pisa), coordenado pela Organi-
zação para a Cooperação e Desenvolvi-
mento Econômico (OCDE).
Como disse, no passado, olhava-se para
os anos de escolaridade, pois há uma rela-
ção clara entre esse indicador e o Produto
Interno Bruto (PIB) per capita dos países —
não é uma relação linear, mas, sim, expo-
nencial, que se torna mais acentuada a par-
tir dos oito anos de escolaridade. Isso impli-
ca a necessidade de concluir não só o ensi-
no médio, mas também o ensino superior.
De acordo com a Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios Contínua
(Pnadc), 2019, do IBGE, mais da metade
das pessoas de 25 anos ou mais não com-
pletaram o ensino médio em nosso país.
No Nordeste, três em cada cinco adultos
Como a indústria contribui
para um Brasil eficiente
O
Brasil é um país que tem crescido pouco
e de forma errática. A evolução da renda
per capita deixa isso claro. Segundo da-
dos do Banco Mundial, de 1980 a 2019,
o crescimento acumulado da renda per capita
na América Latina foi de 74%; nos EUA, de 95%;
nos países do Sudeste Asiático, de 342%; e no
Brasil, de apenas 34%. Realmente, não temos o
que comemorar nesse cenário.
De outro lado, observamos aqui o mais in-
tenso processo de desindustrialização do pla-
neta. De acordo com o Banco Mundial, a parti-
cipação da indústria de transformação no PIB
caiu de 21,83% para 10,33% no Brasil, no pe-
ríodo de 1991 a 2019. Na Europa, o recuo foi de
18,91% para 15,33%; no Leste da Ásia, de 24,32%
para 22,64%.
Sabemos que os países que passam de um
estágio de renda média para um de renda al-
ta enfrentam um processo natural de redução
da participação da indústria na economia em
função da alteração do perfil do consumo da
população, que passa a demandar mais servi-
ços. É um processo gradativo e suave como o
da Itália, que caiu de 19,09% para 14,88% no pe-
ríodo; da Suíça, de 19,74% para 17,92%; do Ja-
pão, de 23,46% para 20,05%; e da Alemanha, de
24,84%para 19,55%.
Na América do Sul e mais acentuadamen-
te no Brasil, tivemos um processo muito mais
forte e prematuro. A indústria saindo de cena
antes de o país alcançar o nível de renda alta.
Significa que não é a mudança do perfil da de-
manda que está fazendo recuar a indústria e
» MOZART NEVES RAMOS
» CARLOS RODOLFO SCHNEIDER
Empresário
sim a competitividade da economia, que dimi-
nui a capacidade da nossa manufatura de dis-
putar mercados.
Apesar de uma pequena melhora recente, os
rankings de competitividade internacional têm
classificado o nosso país numa posição nada
confortável. A Confederação Nacional da Indús-
tria (CNI), por exemplo, faz um levantamento do
nosso potencial competitivo comparado ao de 17
países, cuja indústria compete mais diretamente
com a nossa. No levantamento de dezembro de
2022, ganhamos uma posição, passando do pe-
núltimo para o antepenúltimo lugar.
O nosso pior desempenho está nos quesitos
financiamento, tributação, ambiente macroeco-
nômico, ambiente de negócios, infraestrutura e
logística e mão de obra. É o conhecido Custo Bra-
sil, uma bola de chumbo amarrada nos pés da in-
dústria. A carga tributária mais elevada entre os
países em desenvolvimento (32,5% do PIB contra
média de 24,1% nos demais países do ranking),
sistema de impostos caótico, insegurança jurí-
dica, excesso de burocracia, infraestrutura alta-
mente deficiente, baixa qualidade da educação
(não por falta de investimento, mas por alocações
inadequadas) comprometem a nossa produtivi-
dade e capacidade de inovação.
A reforma tributária que tramita no Congres-
so Nacional busca resolver ou amenizar o nos-
so manicômio tributário, o mais complexo, con-
fuso e ineficiente regramento de impostos que
existe. Se conseguirmos, será um grande avan-
ço. Mas não esqueçamos que, para encami-
nhar a principal preocupação dos empresários
Correio Braziliense • Brasília, quinta-feira, 6 de julho de 2023 • Opinião • 13
(60,1%) não completaram o ensino mé-
dio. Mas o problema maior está na qua-
lidade do aprendizado — dos que con-
cluem, apenas cinco de cada 100 apren-
deram o que seria esperado em matemá-
tica na rede pública de ensino em 2021
(QEdu.org.br).
No que se refere ao ensino superior,
parece que o país ainda não se recupe-
rou dos efeitos da pandemia. Há um cla-
ro esvaziamento nos campus universitá-
rios, com ampliação dos níveis de repro-
vação especialmente nas áreas das exatas
e tecnologias, que dependem fortemente
da proficiência escolar em matemática, e
têm enorme dificuldade de trazer novos
alunos, ao menos no modelo tradicional
de ensino. E vejam que antes da pandemia
o quadro do ensino superior já apresenta-
va fortes sinais de desinteresse dos alunos.
Análises do Instituto Nacional de Estu-
dos e Pesquisas Educacionais Anísio Tei-
xeira (Inep), do Ministério da Educação,
descrevendo a trajetória dos ingressan-
tes em 2011 e monitorando-os até 2020,
revelaram que, de cada 100, 59 desistem
do curso. Hoje, as universidades particu-
lares, em sua maioria, estão se sustentan-
do com a receita deixada pela medicina,
e quem não a tem já apresenta sérias di-
ficuldades para se manter.
O Brasil precisa urgentemente acordar
para a educação. Há uma forte crise que
não é mais invisível — pelo contrário, es-
tá bem debaixo de nossos olhos; apenas
não queremos enxergá-la. Os países mais
desenvolvidos estão se reinventando no
período pós-pandemia, usando as no-
vas tecnologias no processo de ensino e
de aprendizagem e começando a incor-
porar fortemente a inteligência artificial
(IA) à forma como as instituições devem
operar e ensinar.
Enquanto ainda não conseguimos ofe-
recer a nossas crianças uma educação
com significado capaz de incorporar as
novas habilidades tão necessárias para vi-
ver neste cenário disruptivo, as chamadas
soft skills, já estão sendo construídos ro-
bôs para ter empatia artificial com inteli-
gência emocional, escuta ativa e comuni-
cação acolhedora. Esse trabalho, conduzi-
do pelo cientista Scott Sandland, pretende
dar aos robôs com tais habilidades a ca-
pacidade de serem terapeutas digitais —
como ele diz: “Quando ficamos amigos
de alguém, entendemos o valor daquela
pessoa, os melhores conselhos a dar, as
perguntas que podemos fazer”. Enquan-
to isso, o Brasil ainda não sabe o que fa-
zer com o nosso ensino médio, e os jovens
estão à deriva.
e certamente também da sociedade que é a re-
dução da carga tributária, temos que fazer a re-
forma administrativa e perseguir a eficiência da
administração pública.
No momento em que se discutem no país no-
vas regras para buscar o equilíbrio das contas
públicas, condição para que a economia possa
voltar a crescer de forma mais consistente para
que se aumente o PIB potencial, devemos olhar
as boas experiências de outros países.
E elas não deixam dúvidas de que aqueles
que buscaram o equilíbrio fiscal e a retoma-
da do crescimento pela redução e pelo aumen-
to da eficiência do gasto público foram muito
mais bem-sucedidos do que os que tentaram o
caminho mais fácil do aumento dos dispêndios
e da arrecadação. Os primeiros tiveram trajetó-
rias mais modestas no início, mas consistentes
e aceleradas depois. Os segundos têm escrito
histórias de voos de galinha.
Importante o esforço que o vice-presidente
da República e ministro do Desenvolvimento,
Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alck-
min, vem fazendo em defesa da indústria bra-
sileira e da sua modernização, com incorpora-
ção das tecnologias de última geração. Ele sabe
bem que a indústria ainda tem papel importan-
te a desempenhar para que possamos entrar no
rol dos países desenvolvidos.
Mas, para que isso possa acontecer, temos
que construir uma economia mais competiti-
va, isto é, um Brasil eficiente. Ele também sa-
be. Tomara que os seus pares também enxer-
guem isso.
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
Circe Cunha (interina) // circecunha.df@dabr.com.br
Frouxa
fiscalização
Todos e quaisquer problemas, que hoje são de
difíceis soluções, quer pela dimensão que toma-
ram, quer pelos profundos estragos que geraram, fo-
ram, no seu início, pequenos e de fáceis resoluções.
A questão é reconhecer esses problemas a tempo,
quando ainda estão surgindo e prontos para serem
debelados. Com isso, fica claro que os problemas,
quando não reconhecidos quando deviam, crescem,
ganham vida própria e se tornam maiores do que os
recursos usados para saná-los.
É o caso aqui do consumo de álcool por menores
de idade em Brasília, um problema que desde sempre
tem sido alertado nesse espaço e que já pode ser con-
siderado, hoje, como uma questão de saúde pública,
tamanho o contingente de crianças e adolescentes que
está imerso nessa tragédia. Sabe-se, por pesquisas, que
quanto menos idade um indivíduo tem ao consumir
álcool, menos chances ele tem de se recuperar e mais
chance de vir a se tornar um adulto com sérios pro-
blemas de saúde física e mental.
O alcoolismo é uma doença grave e, em seus graus
mais elevados, ocorre, na maioria, em indivíduos que
foram expostos ao álcool ainda jovens. Os estragos fei-
tos pelo consumo de álcool no corpo de um indivíduo,
em que a maioria dos órgãos ainda está em formação,
são imensos e de difícil recuperação. Em todos os paí-
ses desenvolvidos e onde as autoridades temem pelo
uso do álcool, as penalidades para os infratores, que
vendem bebidas alcoólicas para menores ou oferecem
o produto são pesadas e não raro terminam com o fe-
chamento definitivo do estabelecimento comercial.
No Brasil e em Brasília, é um pouco diferente.
A fiscalização corre frouxa, e isso contribui para
o aumento no consumo de álcool pelos mais jo-
vens. Não se vê também campanhas educativas e
de alerta sobre os malefícios das bebidas alcoólicas
no organismo humano. Outro fator a colaborar pa-
ra essa verdadeira calamidade pública é a existên-
cia de número absurdo de estabelecimentos que
vendem bebidas. Em todas as quadras e endere-
ços da cidade, há botecos e, agora, as distribuido-
ras de bebidas estão presentes. Vendem livremente
desde as inocentes cervejinhas em lata até bebidas
com alto teor de álcool como as cachaças. As au-
toridades sanitárias fazem cara de paisagem para
o problema que só cresce a cada dia.
Os casos de dependência em álcool abarro-
tam as clínicas de psiquiatria. É sabido que o ál-
cool leva os menores de idade a experimentar ou-
tras drogas, e isso contribui para o aumento do
problema. A Pesquisa Nacional de Saúde Escolar
(PeNSE) vem, desde 2009, se debruçando sobre
o problema. Em parceria com o Instituto Brasilei-
ro de Geografia e Estatística (IBGE), fez, em 2019,
uma coleta de dados em mais de 4.360 escolas em
todo o país, chegando à conclusão de que 34,6%
do total de estudantes consultados havia experi-
mentados bebidas alcoólicas pela primeira antes
dos 14 anos. A pesquisa mostrou ainda que as me-
ninas consumiam mais álcool do que os meninos,
36,8% contra 32,3%.
Outras pesquisas mostram que menores que con-
vivem em seus lares com parentes que bebem, têm
mais propensão ao uso do álcool. Mesmo sabendo
que a Lei nº 13.106/2015 tem tornado crime servir
bebidas para crianças e adolescentes, o consumo
nessa faixa etária não tem diminuído. Não se conhe-
ce um caso sequer de estabelecimento fechado por
venda de bebidas a menores. O pior é que os edu-
cadores têm constatado que as crianças estão pro-
curando esse perigo e bebendo cada vez mais e ca-
da mais precocemente. É nas escolas públicas que
o problema é maior e mais recorrente.
A Secretaria de Educação não dá conta da tare-
fa. Não é raro encontrar bares próximos às esco-
las e não é raro também observar maiores de ida-
de comprando bebidas para menores de idade.
Apreensões de bebidas alcoólicas dentro das es-
colas são comuns. Bebidas, cigarros e drogas são
ofertados em cada esquina. O número de policiais
é insuficiente para conter o consumo e para repri-
mir a venda. Com isso, o problema tem crescido e
adquirido um grau de grave ameaça para a socie-
dade. Se não for combatido com severidade agora,
mesmo sabendo de suas dimensões, chegaremos a
um ponto em que não será mais racional falar-se
em futuro para esses jovens. O futuro determina-
do pelo consumo precoce de álcool é aquele que se
vê hoje nos presídios e nos manicômios judiciais.
» A frase que foi pronunciada
“Como o álcool é incentivado
pela nossa cultura, temos a
ideia de que não é perigoso.
No entanto, o álcool é a
mais potente e tóxica das
drogas psicoativas legais.”
Sebastian Orfali
» História de Brasília
Mais uma do “Gavião”: falta água quase
todos os dias. Os reservatórios construídos
não foram inaugurados. Ou melhor, foram, e
não aprovaram, por causa da infiltração. As
especificações da construção estavam erradas.
(Publicada em 11/3/1962)
Saúde&Ciência
14 • Correio Braziliense • Brasília, quinta-feira, 6 de julho de 2023
Editora: Ana Paula Macedo
anapaula.df@dabr.com.br
3214-1195 • 3214-1172

Em estudo com 172 idosos, cientistas identificam uma relação entre o problema bucal e mudanças no hipocampo
esquerdo, região do cérebro implicada no Alzheimer. A associação se repete em casos de doença gengival

Perda de dentes é ligada

a declínio do cérebro
» AMANDA GONÇALVES*
BAY ISMOYO

A
falta de cuidado com a saúde
bucal é associada a complica-
ções em outras partes do cor-
po, para além de cáries e gen-
givite. Há fortes evidências científicas,
por exemplo, da relação com doenças
do coração. Agora, um estudo publi-
cado na revista Neurology sugere que a
doença gengival e a perda de dentes es-
tão ligadas a mudanças no hipocampo
esquerdo do cérebro, estrutura funda-
mental para a formação de memórias e
na doença de Alzheimer.
Os pesquisadores analisaram dados,
colhidos em um período de quatro anos,
de 172 pessoas, com idade média de 67
anos, que não apresentavam problemas
de memória no início do estudo. Os par-
ticipantes foram submetidos a exames
dentários e testes de memória, além de
varreduras cerebrais para medir o volu-
me do hipocampo no começo e no fim
do período da pesquisa. Os cientistas
também contaram o número de dentes
e verificaram a presença de doença gen-
gival, uma inflamação que pode causar
encolhimento das gengivas e afrouxa-
mento dos dentes, nos voluntários.
Os resultados demonstraram que
aqueles com doença gengival leve e
menos dentes apresentaram uma ta- Para especialistas, o resultado da pesquisa reforça a necessidade de manter a saúde bucal em dia: o estudo incluiu dados colhidos ao longo de quatro anos
xa mais rápida de encolhimento do
cérebro no hipocampo esquerdo. A
equipe também descobriu que, na- desses eventos inflamatórios em doen-
queles com doença gengival grave,
Para saber mais ças cerebrais”, complementa.
ter mais dentes foi associado a uma
Cuidados periódicos Essas condições
maior aceleração do encolhimento
cerebral na mesma área do cérebro. Envelhecimento multifatorial podem desempenhar
Após fazer o ajuste por idade, os cien- Na avaliação de Cynthia Miranda,
tistas concluíram que a atrofia em razão “Do ponto de vista prático, não se pode precoce ou predispõe para doenças dege- dentista e coordenadora de Odontolo- um papel na saúde
de um dente a menos em participantes dizer que a doença dentária causará Al- nerativas, como o Alzheimer. Nessa visão gia do Hospital Santa Lúcia, em Brasília,
com doença gengival leve foi equivalen- zheimer. O que pode-se dizer é que, de mo- de múltiplos fatores, cada um dos cuida- os resultados obtidos pela equipe japo- da área do cérebro
te a quase um ano de envelhecimento do multifatorial, hábitos como sono pre- dos é importante. Então, se os hábitos fo- nesa enfatizam a necessidade de cuida-
cerebral. Para aqueles com a condição judicado, flora intestinal ruim, alimenta- rem melhores, as pessoas terão menos ris- dos periódicos com os dentes. “As pes-
que controla o
grave, o resultado foi equiparado a 1,3 ção inadequada, proteínas inadequadas co de desenvolver doenças degenerativas.” quisas vêm mostrando que doenças na pensamento e a
ano. “Nosso estudo descobriu que essas na dieta, mal cuidado com os dentes, com boca podem ter reflexos sistêmicos, ha-
condições podem desempenhar um pa- a higiene e com a atividade física, desen- Luiz Cláudio Modesto, neurologista do vendo a necessidade de conscientizar as memória, (o que dá) às
pel na saúde da área do cérebro que con- cadeiam o envelhecimento cerebral mais Hospital Anchieta pessoas quanto à importância das visi- pessoas outro motivo
trola o pensamento e a memória, dan- tas periódicas ao dentista.”
do às pessoas outro motivo para cuidar A opinião é compartilhada por Ila- para cuidar melhor de
melhor de seus dentes”, enfatiza, em no- na Marques, odontopediatra da clínica
ta, Satoshi Yamaguchi, um dos autores processos. É uma área crítica do cérebro uma delas o Alzheimer”, afirma. IGM Odontopediatria. “À medida que seus dentes”
e pesquisador da Tohoku University in para o funcionamento saudável da nos- Ainda segundo Modesto, apesar de esse conhecimento se propaga, espera-
Sendai, no Japão. sa mente”, explica. não comprovar que a má higiene bucal se que as pessoas tenham mais cons- Satoshi Yamaguchi,
Luiz Cláudio Modesto, neurologista causa prejuízos cerebrais — as evidên- ciência da importância dos cuidados bu- pesquisador da Tohoku
Funções complexas do Hospital Anchieta, em Brasília, lem- cias mostram uma ligação entre os dois cais e apliquem esse conhecimento em University in Sendai, no
bra que se trata de uma área suscetível fenômenos —, a pesquisa é interessan- seu dia a dia, diminuindo, dessa forma, Japão, e um dos autores
Marcelo Lobo, neurologista do Hospi- a doenças como epilepsia e demências. te para avaliar a correlação entre o vo- os problemas que podem ser causados
tal Santa Lúcia e membro titular da So- A atrofia progressiva dessa região, por- lume do hipocampo e a quantidade de pela doença gengival”. A equipe planeja realizar estudos com
ciedade Brasileira de Neurologia, explica tanto, pode aumentar a incidência des- dentes perdidos, além da profundidade Yamaguchi indica a adoção de ou- grupos maiores de voluntários, supe-
que o hipocampo desempenha um pa- sas enfermidades. “Por ter uma estrutura da raiz dentária e os processos inflama- tras práticas. “Controlar a progressão rando uma das limitações do trabalho
pel central em funções cognitivas com- especial, o hipocampo é mais vulnerável tórios gengivais. “De forma indireta, fa- da doença gengival por meio de visitas atual, conduzido apenas em uma re-
plexas. “O encolhimento ou a disfun- a alguns processos inflamatórios infec- zendo análise de dados, quem tem mais regulares ao dentista é crucial, e dentes gião do Japão.
ção dele pode ter consequências nega- ciosos, tóxicos, traumáticos ou de enve- dentes, mas um processo inflamatório com doença gengival grave podem pre-
tivas para a memória, o aprendizado, a lhecimento. Por isso que existem pato- importante apresenta mais inflamação cisar ser extraídos e substituídos por *Estagiária sob a supervisão de
orientação espacial, as emoções e outros logias mais específicas para ele, sendo crônica em curso e pode ter implicação dispositivos protéticos apropriados.” Carmen Souza

CRISE CLIMÁTICA Getty Images via AFP

Dia mais quente da história é

superado em poucas horas
O aquecimento do planeta segue em
ritmo inédito e acelerado. Dados preli-
minares da Agência Nacional Oceânica e
Atmosférica dos EUA (NOAA, na sigla em
inglês) indicam que ontem foi o dia mais
quente já registrado na história, com a
temperatura média do ar da superfície
da Terra de 17,18°C. O recorde anterior
foi registrado um dia antes, nesta segun-
da-feira, com 17,01°C.
Nunca o planeta havia ultrapassado
os 17°C nesse indicador do impacto cli-
mático ligado à queima de combustíveis
fósseis, segundo a NOAA. Com base nos
dados coletados desde 1979 pela agên-
cia, as temperaturas dos dois dias ultra-
passaram o registro de 16,92°C, estabe-
lecido em 24 de julho de 2022.
Especialistas estimam que novos li-
mites devem ser ultrapassados nos pró-
ximos dias. Robert Rohde, cientista líder
da Berkeley Earth, escreveu, no Twitter,
17,18°C
Foi a temperatura média
do ar da superfície da Terra
medida nesta terça-feira.
No dia anterior, o valor
tinha sido 17,01°C.
que “podemos ver alguns dias ainda
mais quentes nas próximas seis sema-
nas”. A Berkeley Earth é uma organiza-
ção sem fins lucrativos independente fo-
cada na análise de dados de temperatura
terrestre para ciência climática. Na ava-
liação de Rohde, a situação atual é “im-
pulsionada pela combinação do El Niño
com o aquecimento global”.
Mortes
O El Niño começou oficialmente no
último dia 8, com 56% de probabilidade
de ser um fenômeno meteorológico de
forte intensidade, segundo análise tam-
bém da NOAA. Em seu primeiro mês, ju-
nho, o Observatório da Terra da União
Europeia, o Copernicus, registrou as
temperaturas médias globais mais altas.
Os impactos locais foram diversos. Nos
Estados Unidos, por exemplo, os estados
do sul sofreram uma onda de calor brutal
no fim de junho, com umidade extrema e
altas temperaturas — a sensação térmica
beirou os 45ºC no sul. Ao menos 13 pes-
soas morreram em razão do fenômeno.
Em Bihar, na Índia, o número de óbitos
chegou a 44 pelo mesmo motivo. No Mé-
xico, mais de 100 pessoas morreram entre
12 e 25 de junho devido ao calor extremo
que atinge regiões do norte do país. Refresco em Washington: sensação térmica em alguns estados do país chegou a 45ºC

Cidades
+ política e economia no DF
262 deputados devem
votar a favor do FCDF
O número representa a maioria absoluta da Câmara. Cinco partidos — PL, PSD, PSDB, PT e Republicanos —
orientaram os parlamentares a manter o texto do arcabouço fiscal, porém há risco de mudança até a decisão
» ARTHUR DE SOUZA
» MILA FERREIRA
E
nquanto a reforma tributá-
ria e a votação do projeto que
altera o funcionamento do
Conselho Administrativo de
Recursos Fiscais (Carf) atrasam a
votação do Projeto de Lei Comple-
mentar (PLP) 93/2023 — que ins-
titui o arcabouço fiscal —, parla-
mentares e representantes do Go-
verno do Distrito Federal (GDF) se-
guem articulando nos bastidores
para garantir a preservação do Fun-
do Constitucional do DF (FCDF). O
trabalho tem surtido efeito com as
bancadas e, até o momento, cin-
co partidos fecharam questão ou
proferiram orientação aos deputa-
dos para votarem favoravelmente
ao fundo: PL, PSD, PSDB, PT e Re-
publicanos. Somadas, as bancadas
totalizam 262 dos 513 deputados.
Porém, até que a votação aconteça
de fato, nada está garantido, uma
vez que as orientações das banca-
das não configuram, de fato, obri-
gatoriedade e nem todos os parla-
mentares podem seguir, na prática,
os direcionamentos das lideranças.
Mesmo sem definição de que o
arcabouço fiscal seria colocado em
pauta no plenário da Câmara dos
Deputados ontem, a vice-governa-
dora do DF, Celina Leão (PP), este-
ve novamente na Casa construin-
do diálogos com os parlamentares
e articulando votos a favor da ma-
nutenção do Fundo Constitucional.
“A política é construída em cima de
diálogo e respeito e é isso que esta-
mos fazendo. Eu estive com todos
os líderes, com o presidente Arthur
(Lira) e com o relator (Cláudio Caja-
do) e, com certeza, vamos construir
uma saída para que a gente retire o
Fundo Constitucional do arcabou-
ço fiscal. A expectativa é bem positi-
va, os líderes estão se empenhando
nisso, fechando questão sobre esse
tema”, declarou Celina.
O secretário de Planejamento,
Orçamento e Administração do DF,
Ney Ferraz, também esteve na Câ-
mara ontem e, novamente, percor-
reu todas as lideranças para lembrar
os líderes da importância do FCDF.
O Partido Progressistas, legen-
da da vice-governadora, está divi-
dido quanto ao Fundo Constitucio-
nal. O relator do arcabouço fiscal na
Câmara, deputado Cláudio Cajado
(PP-BA), insiste em manter o FCDF
dentro do teto de gastos. “Alguns
itens aprovados pelo Senado foram
decisões políticas, não têm ampa-
ro técnico. Eu penso que a Câmara
também vai se posicionar politica-
mente. Para o governo, haverá um
impacto se for retirado da base (te-
to de gastos) a ciência e tecnologia,
o Fundo Constitucional do DF e o
Fundeb (Fundo de Manutenção
e Desenvolvimento da Educação
Básica). Isso pode gerar impacto de
R$ 5 a 8 bilhões que o governo dei-
xará de ter”, disse Cajado.
Quanto ao posicionamento do
colega de legenda, Celina apaziguou
os ânimos. “Cajado é um querido
amigo, ele está tendo uma visão téc-
nica sobre o assunto, mas nós tam-
bém temos contrapontos técnicos
que demonstram outra situação. Is-
so aqui é o Poder Legislativo, há plu-
ralidade de ideias, debate, democra-
cia. Eu tenho certeza que, no final, o
Cajado será convencido de deixar o
FCDF fora do arcabouço fiscal”, des-
tacou a vice-governadora.
Atuação intensificada
O deputado Gilvan Máximo
(Republicanos-DF) confirmou
ao Correio que a liderança do
Minervino Júnior/CB/D.A.Press
Cabines estão posicionadas para quando as votações forem pautadas no plenário
Minervino Júnior/CB/D.A.Press
Sessão no plenário da Câmara dos Deputados para a votação do arcabouço fiscal: muitas negociações em favor do FCDF
Cinco perguntas para...
JOSÉ MARILSON DANTAS, professor de governança e gestão de custos da Universidade de Brasília (UnB)
Desde que foi instituído, a
correção anual do fundo é feita
pela variação da receita corrente
líquida (RCL) da União. Se o
fundo for incluído no arcabouço
fiscal, a partir de 2025, o repasse
será corrigido de acordo com a
variação do Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) e ganho real da despesa
primária do Poder Executivo,
limitado a 2,5%. O argumento
do GDF é que a correção seria
ruim a longo prazo, o que geraria
prejuízos bilionários a longo
prazo. Por que a alteração no
cálculo seria ruim para o DF?
A justificativa do GDF está ba-
seada na constatação de que o va-
lor que o Fundo Constitucional do
Distrito Federal irá receber, após
2024, será muito inferior ao que de-
veria receber pelas regras anteriores
à proposta do arcabouço fiscal pro-
posto atualmente. O FCDF repre-
senta um percentual substancial
na receita total que o governo dis-
trital dispõe para custear a estrutura
de serviços públicos de segurança,
saúde e educação. Essa perda será
significativa e irá afetar a qualidade
de vida dos moradores de Brasília.
De que forma a possível alteração
no cálculo do Fundo Constitucional
do DF pode interferir na vida do
cidadão comum, que utiliza os
serviços da rede pública de saúde e
educação no DF?
A alteração do cálculo de corre-
ção do FCDF irá impactar o finan-
ciamento dos serviços de saúde e
RECURSOS
educação, além da segurança que
será um dos setores mais afetados.
O cidadão comum poderá ser afeta-
do pela falta de financiamento ade-
quado nessas áreas e a consequente
piora dos serviços públicos.
Falando da segurança pública,
setor que recebe a maior fatia
do FCDF, como uma possível
redução do repasse pode afetar
a área, desde os servidores até a
segurança da população local?
A segurança pública poderá ser
muito afetada por essa forma de
correção do FCDF, pois atrela a cor-
reção do fundo ao crescimento da
despesa do governo federal, des-
colando a correção do crescimento
da receita. Imaginando um cenário
de controle forte das despesas, a re-
muneração das forças de segurança
do Distrito Federal poderia ser redu-
zida ao longo do tempo, com rela-
ção a outras categorias de servido-
res do governo distrital, que têm co-
mo fonte de financiamento as recei-
tas distritais advindas dos tributos.
Quais as peculiaridades
orçamentárias que fazem a
capital da República necessitar
de um fundo proveniente da
União? Alguns ainda acreditam
que, pelo DF ter um alto PIB e
o bairro mais rico do Brasil, por
exemplo, não necessita do Fundo
Constitucional.
A cidade de Brasília tem uma ca-
racterística especial que a difere de
todas as outras cidades brasileiras,
pois é a capital federal e tem sob a
Brasília, quinta-feira, 6 de julho de 2023 •฀Correio฀Braziliense฀฀• 15
sua guarda a representação dos po-
deres da República, as sedes minis-
teriais, as embaixadas, só essa obri-
gação constitucional justifica um
Fundo Constitucional para a manu-
tenção da segurança. Os atos ocor-
ridos em janeiro de 2023, com a in-
vasão das sedes dos Três Poderes da
República mostram a necessidade e
a responsabilidade que o governo
distrital tem com o país, no sentido
de manter uma força de segurança
que esteja preparada e seja do mais
alto nível de capacitação. A redução
do FCDF pode afetar a remunera-
ção dos membros das forças de se-
gurança e a consequente qualidade
dos serviços prestados para garantir
à capital da República a segurança
necessária à sua estabilidade políti-
ca e democrática.
Existe alguma verdade nos
argumentos utilizados pelo
relator da Câmara dos Deputados
(Cláudio Cajado), de que a
inserção do Fundo Constitucional
no teto fiscal não traria tantos
prejuízos ao DF?
A avaliação de cada ator no pro-
cesso de justificativa das suas ações,
não altera a realidade do FCDF que o
governo distrital irá receber ao longo
do tempo, pois será inferior ao valor
que estava pactuado anteriormente
ao arcabouço fiscal. Essa é uma ver-
dade incontestável, pois um índice
de correção menor, ao longo do tem-
po, quando aplicado em substitui-
ção a outro índice superior, sempre
acarretará um valor menor e conse-
quentemente perdas.
Editor: José Carlos Vieira (Cidades)
josecarlos.df@dabr.com.br e
Tels. : 3214-1119/3214-1113
Atendimento ao leitor: 3342-1000
cidades.df@dabr.com.br
partido fechou questão, ou seja,
definiu que todos os 40 parlamen-
tares que representam a legenda
devem votar a favor do FCDF. “Ti-
vemos 160 votos, quando ainda
estávamos desmobilizados. Ago-
ra, com todo o trabalho que es-
tá sendo feito pelos atores do DF,
creio que está tudo bastante enca-
minhado. A nossa ideia é unir to-
do o bloco (MDB, PSD, Republica-
nos, Podemos e PSC)”, destacou.
De acordo com o deputado, o
único que está resistente quanto
ao FCDF é Cláudio Cajado. “O pre-
sidente Lira já foi tocado e sentiu
que, realmente, tem de manter o
Fundo Constitucional fora do te-
to fiscal. Tenho 90% de certeza que
vamos conseguir manter como es-
tá. Acho que não vamos precisar do
veto do presidente (Luiz Inácio Lula
da Silva)”, observou.
Correligionário de Gilvan Má-
ximo, o deputado Professor Paulo
Fernando destacou que a bancada
do DF, inicialmente, tem argumen-
tado com os deputados de Goiás
sobre a importância do fundo para
a região, pelo fato de o assunto, de
acordo com o parlamentar, atingir o
Entorno. “Estamos pontuando com
os parlamentares, ainda, sobre os
números divulgados recentemente
pelo IBGE, os quais mostram que a
nossa população cresceu 9,5%. Is-
so, obviamente, demandará mais
investimento e gastos com Brasí-
lia”, pontuou.
Senador pelo PSDB-DF, Izal-
ci Lucas disse ao Correio que es-
tá observando, com confiança, a
tramitação do arcabouço fiscal na
Câmara. De acordo com o tucano,
o desafio proposto por Arthur Li-
ra e Cláudio Cajado foi vencido
no Senado. “Pediram que a gente
demonstrasse se, realmente, ha-
veria prejuízo para o DF. Solici-
tei um parecer técnico e mostrei
que, caso aplicasse a regra do ar-
cabouço, perderíamos a metade
do FCDF”, comentou.
Izalci Lucas também falou sobre
a posição de seu partido na Câma-
ra. O senador revelou que conver-
sou com o líder partidário do PS-
DB, deputado Adolfo Viana (BA),
que confirmou a orientação favo-
rável ao Fundo Constitucional. “Te-
nho conversado com os deputados
do PSDB desde o início e o partido
vai nos apoiar. Liguei pessoalmen-
te para o Adolfo (Viana) e ele con-
firmou que deu a orientação para
que a bancada mantenha o texto
do Senado”, informou.
16 • Cidades • Brasília, quinta-feira, 6 de julho de 2023 • Correio Braziliense

Crônica da Cidade
SEVERINO FRANCISCO | severinofrancisco.df@dabr.com.br

Batuque atropelar tudo com o entusiasmo. E, de

fato, não é por acaso que chegou a cons-
tituir uma rede de 12 bares na cidade.
americano Down beat o melhor percus-
sionista do mundo. Morou nos Estados
Unidos durante 27 anos e tocou com fe-
Então, na cozinha do Feitiço, acom-
panhado pelo angustiado Jorge, come-
çou a bater em cada uma das panelas,
dia, não teve dúvidas: levantou um em-
préstimo em um banco, comprou uma
passagem e viajou para São Paulo. Lá,

na cozinha Pois bem, Jorge estava promoven-

Conversei poucas vezes com o em-
presário e animador cultural Jorge Fer-
reira, que nos deixou em 2013. Mas es-
ses raros encontros foram suficientes
para me passar a impressão de que ele
era um mineiro diferente da imagem
ou do estereótipo consagrado aos que
nasceram naquelas paragens; era solar,
autoconfiante e atrevido, ameaçando
do um show no Feitiço Mineiro com o
grupo Roupa Nova, quando apareceu
o pernambucano Naná Vasconcelos. E,
como vocês sabem, músico é parecido
com jogador de futebol: não pode ver
um racha e fica logo com vontade de
entrar para bater uma bolinha. Ao es-
cutar o som do Roupa Nova, baixou no
pernambucano uma vontade irresistí-
vel de batucar.
E como recusar o pedido? Naná foi
eleito oito vezes pela prestigiosa revista
ras do jazz: Miles Davis, Pat Metheny,
Evelyn Glennie e Jan Garbarek. De 1978
a 1982, formou o grupo Jazz Codona,
com Don Cherry e Collin Walcott. Ga-
nhou oito prêmios Grammy.
A situação ficou dramática porque,
naquela noite, não havia nenhum ins-
trumento de percussão. Jorge estava
desesperado. O que fazer? Naná não se
alterou e ordenou: “Vamos para a co-
zinha”. Naná deve ter se lembrado que
começou a batucar em pratos, pane-
las e caçarolas, aos 11 anos, no Recife.
meticulosamente, para avaliar a apti-
dão percussiva. Ao fim do rápido exa-
me, Naná reprovou categoricamente
a sensibilidade musical das panelas;
não serviam para nada, só prestavam
para cozinhar. Mesmo assim, armou
um batuque sensacional, arrancando
muito ritmo dos utensílios da cozinha,
para a felicidade da plateia de privile-
giados por aquele inesperado presen-
te dos deuses.
Naquele tempo, Jorge não estava
bem de caixa, mesmo assim, no outro
com muito esmero, deu as batidinhas
recomendadas por Naná e comprou
um conjunto de panelas de percussão
impecável. Dava para fazer uma escola
de samba ou uma nação de maracatu.
Depois do episódio, passou a cui-
dar, pessoalmente, dos utensílios, ava-
liando as caçarolas segundo um rigo-
roso critério de vocação musical, pois
não queria mais correr o risco do ve-
xame de aparecer um gênio interna-
cional da percussão no bar e a cozi-
nha estar toda desafinada.

»ENTREVISTA | JOSÉ APARECIDO FREIRE, PRESIDENTE DA FECOMÉRCIO-DF

Ao CB.Poder, o empresário afirma que o FCDF não afeta o orçamento do governo federal. Segundo ele, o corte de recursos
prejudica principalmente a população carente, que mais demanda serviços públicos de saúde, educação e segurança

“Fundo é uma conquista do DF” Ed Alves/CB/DA.Press

» ANA LUIZA MORAES* e Turismo do Distrito Federal ainda, que o Fundo Consti-
(Fecomércio-DF). Em entrevis- tucional do Distrito Federal

N
a edição especial do ta ao jornalista Lucas Mobile, (FCDF) é essencial para a ma-
CB.Poder — parceria o empresário discutiu os im- nutenção dos serviços básicos
entre o Correio e a TV pactos da reforma tributária locais. “Brasília não é a capital
Brasília — de ontem, o na população e explicou por de quem mora aqui, é uma ca-
entrevistado foi José Aparecido que a votação deveria ser adia- pital de todos os brasileiros, é a
Freire, presidente da Federação da para o segundo semestre de capital brasileira para o mun-
do Comércio de Bens, Serviços 2023. O empresário defendeu, do inteiro”, definiu.

Como a reforma tributária vai mais discutida. O setor de ser- para a população, principalmen-
impactar e qual a expectativa viços tem sido muito impacta- te. Porque o aumento de imposto,
do comércio para o DF? do, e há uma preocupação mui- quem paga, é a população. Claro
A reforma tributária é neces- to grande com o impacto nesse que prejudica os negócios, mas a
sária. Há muitos anos se discu- relatório que nos foi apresenta- gente precisa colocar para a po-
te, várias vezes já se falou em fa- do. Nós somos a favor da refor- pulação que, se houver um au-
zer a reforma tributária, e não ma tributária, mas gostaríamos mento da carga tributária, o prin-
aconteceu. Ela é necessária, ape- que ela fosse um pouco mais dis- cipal prejudicado é o consumidor.
nas achamos que ela não pode cutida, que ela fosse guardada O empresário não tem como tra-
ser votada tão rapidamente as- para o segundo semestre, e que balhar com prejuízo. Ele tem que
sim. Ela deveria ser um pouco os cálculos fossem mais claros inserir, nos seus preços, no custo
do produto, a carga tributária. Ela
vai ser inserida no preço de cus-
to e, obviamente, quando for co-
locada a margem de lucro, já in-
serida a carga tributária, o consu-
CNPJ 00.00.000/0001-91
NIRE 5330000063-8
midor é quem vai pagar. A popu- Qual a avaliação que a do DF, hoje, é de três milhões de
lação brasileira que estiver consu- Fecomércio-DF faz do Fundo pessoas. Se você tira recursos con-
mindo, comprando no comércio, Constitucional do Distrito seguidos constitucionalmente, vo-
COMPANHIA ABERTA
e usufruindo do serviço é que vai Essa questão do Federal (FCDF)? cê está prejudicando a população
Edital de Convocação
Assembleia Geral Extraordinária
ter esse grande impacto e será o FCDF não deve Essa questão do Fundo Consti- mais carente. Nós temos que ter
grande pagador desse aumento. tucional não deve mais voltar pa- cuidado quando se fala em tirar
São convidados os Senhores Acionistas do Banco do Brasil S.A.
(“Companhia”) a participarem da Assembleia Geral Extraordinária (“Assembleia”)
mais voltar para ra a discussão. É constitucional, o recursos, porque, muitas vezes,
Como a Federação tem nome já fala. Foi uma conquista achamos que está tirando de em-
que será realizada às 15 horas do dia 04 de agosto de 2023, de modo
exclusivamente digital, na sede social da Companhia, localizada no SAUN,
trabalhado para moderar
a discussão. É do DF, e ele é um ente que cuida de presas, mas está tirando os servi-
Quadra 5, Lote B - Ed. Banco do Brasil, Auditório, 14º andar, Torre Sul, Brasília
(DF), para tratar da seguinte ordem do dia: essa pressa? constitucional, o todos que vêm de outros estados. ços da população mais carente. A
Assembleia Geral Extraordinária Nós temos trabalhado bastan- Aqui, temos cerca de 200 embaixa- gente pede para os nossos depu-
I - eleger membro(s) para o Conselho de Administração, indicado(s) pelo te. Todas as confederações, to- nome já fala. Foi das, 513 deputados, 81 senadores, tados que tirem isso da discussão.
acionista controlador;
do o setor produtivo, todos têm uma conquista do o presidente e o vice-presidente da Isso é uma conquista de Brasília,
II - eleger membro(s) para o Conselho Fiscal, indicado(s) pelo acionista
controlador. trabalhado bastante e discutido República, Itamaraty, os ministros. e Brasília não é a capital de quem
Conforme autorizado pelo artigo 124, §2º-A, da Lei nº 6.404/76, e pelo muito com o governo. Entende- DF, e ele é um O DF precisa do fundo para que ele mora aqui. Brasília é uma capital
artigo 28, §3º, da Resolução CVM nº 81/2022, a Assembleia ora convocada mos que é necessário ter uma possa dar segurança e receber bem de todos os brasileiros, é a capital
será realizada de modo exclusivamente digital, mediante sistema eletrônico
disponibilizado pela Companhia aos seus acionistas para que acompanhem e discussão maior sobre como foi ente que cuida de essas pessoas, além dos assesso- brasileira para o mundo inteiro.
votem a distância, sem prejuízo do uso do boletim de voto a distância como meio
para exercício do direito de voto.
feita essa base de cálculo, mos- todos que vêm de res que vêm de outros estados. O
trar esse cálculo. As equipes téc- FCDF não é um valor tão elevado Para as regiões administrativas,
A documentação relativa às propostas a serem apreciadas está disponível
nos sites de Relações com Investidores (www.bb.com.br/ri), da Comissão de Valores nicas, tanto do governo, quanto outros estados.” quanto as pessoas falam. Se fizer o como agem a Fecomércio,
Mobiliários (www.cvm.gov.br) e da B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão (www.b3.com.br). do setor produtivo da Confede- cálculo, realmente, vai ver que é um o Sesc e o Senac?
Para participar e deliberar na Assembleia, os acionistas devem observar ração Nacional do Comércio de valor baixo, porque, aqui, estamos Nós temos o Fecomércio Mais
as seguintes orientações, as quais estão detalhadas no Manual do Acionista do
Banco do Brasil: Bens, Serviços e Turismo (CNC), na capital da República, e Brasília, Perto de Todos, um evento em que
a) a participação por meio de sistema eletrônico ocorrerá mediante da Confederação da Agricultura hoje, vive desse recurso. Se nós per- levamos para toda a população to-
credenciamento prévio realizado em até 2 (dois) dias antes da data de realização e Pecuária do Brasil (CNA) e das demos, nos próximos 10 anos, Bra- dos os serviços que temos do Sesc
da Assembleia, ou seja, até 02.08.2023, consoante o disposto na Resolução
CVM nº 81/2022, artigo 6°, §3°; outras confederações envolvidas, sília pode chegar ao ponto de não e do Senac. A prestação de servi-
b) o acionista, por si ou por seu procurador, deverá, dentro do prazo possam discutir melhor esse as- ter mais condições de ajustar o sa- ços acontece aos sábados, de 9h às
acima descrito, acessar o site www.bb.com.br/ri para se credenciar e enviar a
seguinte documentação:
sunto para que seja demonstrado, Nós temos um lário dos servidores, perder muito 16h gratuita. Fazemos seis even-
realmente, qual é o impacto des- com a educação, com a seguran- tos desse tipo por ano em cida-
i. Acionista - documento de identidade e, no caso de titulares de
ações escriturais ou em custódia, comprovante expedido pela instituição sa reforma tributária. Existe, tam- cálculo que, da ça e com a saúde. Já temos proble- des diferentes. Em três edições, já
bém, a questão da transição, que mas com a saúde, porque temos atendemos a mais de 50 mil pes-
forma que ela
financeira depositária. Serão aceitos os seguintes documentos de
identidade, desde que com foto: Carteira ou Cédula de Identidade,
Registro Nacional de Estrangeiro - RNE, Carteira Nacional de Habilitação também não está muito clara. En- 11 cidades do Entorno que, prati- soas com serviços de odontologia,
- CNH, Passaporte ou Carteira de Identidade Profissional expedida pelos
conselhos de profissionais liberais ou entidades congêneres;
tão, o empresário fica na dúvida: se encontra, a camente, fazem a saúde aqui no serviços de saúde, credenciamen-
se essa reforma for aprovada do DF. A gente tem essa preocupação, to de comerciários no Sesc-DF. A
ii. Procurador - o acionista deverá autorizar legalmente um
representante para votar, segundo suas intenções de voto, conforme jeito que está, como vai ser a tribu- reforma tributária e acredito que tem que ser mantido partir de setembro, iremos levar
modelo de procuração disponibilizado no Manual do Acionista do Banco
do Brasil, cuja regularidade será examinada previamente;
tação? Qual vai ser o prazo de tran- pode gerar 3,8 o texto que foi aprovado no Senado. esse evento para que os empresá-
c) o acesso à Assembleia será restrito aos acionistas e seus sição? Como vai ser feita essa tran- rios também conheçam os servi-
representantes ou procuradores que se credenciarem no prazo e modo fixados sição? Isso não está muito claro. milhões de Sem esse Fundo, acaba ços que nós temos. Queremos fa-
neste Edital de Convocação;
prejudicando uma rede  zer com que o empresário, que é
d) o envio de boletins de voto a distância por meio da B3 – Brasil, Bolsa,
Balcão S.A. dispensa a necessidade de credenciamento prévio do acionista. Para O que deve ser feito, então? desempregados.” em cadeia com o quem paga a contribuição, conhe-
participação na modalidade de voto a distância, o preenchimento e envio do boletim Nós entendemos que é neces- comércio também? ça e possa levar para os seus cola-
deverá ser realizado até o dia 28.07.2023 (inclusive): 1) aos agentes de custódia
que prestem esse serviço, no caso dos acionistas titulares de ações depositadas
sário, realmente, fazer uma dis- Salvo engano, temos 35 regiões boradores todos os serviços que
em depositário central; ou 2) ao escriturador das ações da Companhia ou, ainda, cussão mais ampla. Eu acho que administrativas. O DF não vive só temos a prestar. Dentro do Sesc e
3) diretamente à Companhia, por correio postal ou eletrônico. Para informações
adicionais, observar as regras previstas na Resolução CVM nº 81/2022 e os
nós temos que fazer um projeto, do Plano Piloto. Vive de um Sol do Senac, não existe nenhum cen-
procedimentos descritos no boletim de voto a distância; uma comunicação, um esclare- governo, para o setor produtivo Nascente, de uma Cidade Estrutu- tavo de dinheiro público. Somos
e) para a Assembleia ora convocada não será necessário o cimento para a população. En- e não é bom para a população. ral. Essas novas cidades têm muita instituições privadas, temos nos-
reconhecimento de firma nas procurações outorgadas pelos acionistas aos seus
representantes ou procuradores, assim como será dispensada a autenticação dos
tendo que, realmente, tem que Nós temos um cálculo que, da carência, precisam de muita segu- sos regramentos de fiscalização,
documentos que acompanharem o boletim de voto a distância. As procurações aprovar a reforma tributária es- forma que ela se encontra, po- rança, e o FCDF é que dá um pou- que são os conselhos regionais,
outorgadas na forma eletrônica pelos acionistas aos seus representantes ou te ano. No primeiro ano é que de gerar 3,8 milhões de desem- co de capacidade para que o go- o conselho fiscal, e também so-
procuradores deverão utilizar certificados emitidos pela Infraestrutura de Chaves
Públicas Brasileira – ICP-Brasil; o governo está mais forte. Mas pregados, gerar um aumento da verno possa criar novas escolas, mos fiscalizados anualmente pe-
f) eventuais esclarecimentos, inclusive sobre o acesso e utilização é preciso uma discussão mais carga tributária para alguns se- hospitais, e dar segurança para es- lo Tribunal de Contas da União
do sistema eletrônico disponibilizado pela Companhia aos seus acionistas ampla, não pode ser assim, co- tores de até 170%. A gente preci- sas populações bem carentes. Se (TCU) e pela Controladoria-Geral
para que acompanhem e votem na Assembleia, poderão ser obtidos no
Manual do Acionista do Banco do Brasil, disponível no site de Relações com locar para votar, de qualquer jei- sa discutir junto, conversar mais as pessoas que vierem de fora vi- da União (CGU). Só tem dinheiro
Investidores (www.bb.com.br/ri), ou por intermédio do endereço eletrônico to, sem uma discussão mais am- com o governo, com o setor pro- sitarem outras cidades fora do Pla- privado nessas entidades, e todos
secex.assembleia@bb.com.br.
pla. Nós entendemos que seria dutivo e com as equipes técni- no Piloto vão ver que Brasília real- os serviços que prestamos é com
Brasília (DF), 05 de julho de 2023
Anelize Lenzi Ruas de Almeida melhor deixar para o segundo cas competentes para que se mente precisa do FCDF. E foi uma o dinheiro que as empresas colo-
Vice-Presidente do Conselho de Administração semestre, que tivesse uma dis- possa chegar a um denomina- batalha dura conseguida ao longo cam dentro do Sistema S, confor-
cussão maior na reabertura da dor e que não prejudique aque- do tempo. Nós não achamos justo me previsto na Constituição.
Câmara e do Senado. Entende- les que mais se preocupam com mexer nisso que, no meu entendi-
mos que, da forma que está sen- isso, que é a população e o con- mento, não prejudica o orçamento *Estagiária sob a supervisão
do colocada, não é bom para o sumidor brasileiro. do Governo Federal. A população de Patrick Selvatti
 Correio Braziliense • Brasília, quinta-feira, 6 de julho de 2023 • Cidades • 17

Eixo Capital
ANA MARIA CAMPOS
anacampos.df@dabr.com.br
Colaborou: Patrick Selvatti

Ana Rayssa/Esp.CB Carlos Vieira/CB/D.A Press

Perdas no Fundo
Constitucional em
qualquer cálculo
O presidente da Câmara,
Arthur Lira (PP-AL), ficou
impressionado com as
discrepâncias na conta das
perdas do Fundo Constitucional
do DF com as mudanças
aprovadas pelos deputados
federais no cálculo de atualização
— depois revistas pelo Senado. É
que a perda varia de pouco mais
de R$ 1,5 bilhão a R$ 87 bilhões
em 10 anos. De qualquer forma,
no entanto, há perdas. Transporte ampliado
para Parada LGBTQIA+
Marcelo Ferreira/CB/D.A Press

O Metrô-DF decidiu ampliar o horário de funcionamento

no próximo domingo como forma de ajudar o público que
quiser participar da 24ª Parada LGBTQIA+ de Brasília. Foi
Regras para contratação um pedido do deputado distrital Fábio Félix (PSol), atendido
quase integralmente. Ele queria que os trens circulassem até

na Câmara de policiais e 23h, mas estarão funcionando para embarque até 22h30 na
estação central (rodoviária).

bombeiros aposentados
serão divulgadas em edital Bolsonarista raiz Nisia fica
Entre os 28 parlamentares Petistas do DF comemoraram nas redes sociais a
Os policias civis, os policiais militares e bombeiros militares que assinam o pedido de confirmação pelo presidente Lula da permanência da
aposentados que deverão ser contratados pela Câmara Legislativa impeachment do presidente ministra da Saúde, Nisia Trindade, apesar das pressões
deverão atuar essencialmente na segurança dos deputados Lula, por reconhecer a políticas. “O presidente Lula acaba de anunciar que
distritais. Quem explica é o deputado Roosevelt Vilela (PL), segundo democracia na Venezuela, há a ministra da Saúde, Nisia Trindade, irá pagar o piso
secretário da Mesa Diretora, que coordena o projeto. Um ato da Mesa apenas uma representante do salarial da enfermagem e o retroativo desde maio.
autoridades a medida. Cada policial deve receber cerca de R$ 4 mil, Distrito Federal: a deputada Governo sério de verdade valoriza os/as profissionais
com benefícios como adicional de férias e 13° salário. O impacto federal Bia Kicis (PL-DF). da saúde!”, postou a deputada Érika Kokay (PT-DF).
anual será de cerca de R$ 1 milhão. Roosevelt explica que uma decisão O pedido foi protocolado,
judicial impede policiais legislativos de portarem armas. Esses ontem, pelo deputado Paulo
novos funcionários poderão usar as armas compradas pela Câmara Bilynskyj (PL-SP), com outras
Legislativa. Um edital ainda a ser divulgado deverá definir as regras. 27 assinaturas, sendo 23 do PL,
dois do Republicanos, um do
A pergunta que não quer calar
Patriotas e um do Podemos. Por que o deputado Cláudio Cajado (PP-PI) insiste
Visita aos
Ísis Dantas/Divulgação

tanto em mudar as regras para atualização anual do Fundo

Constitucional do DF no bojo do arcabouço fiscal?
distritais
No primeiro dia como Instagram/Reprodução

secretário de Cultura Juntos pela educação

e Economia Criativa,
Cláudio Abrantes esteve, O craque da Seleção Brasileira e do Real Madrid
ontem, na Câmara Vini Jr, por meio do instituto que leva seu nome,
Legislativa para um bate- assinou, nesta semana, um acordo de cooperação
papo com os deputados técnica com o movimento Todos pela Educação. As
distritais. Apoio político duas entidades não-governamentais apoiam escolas
é fundamental para o públicas por meio da tecnologia e, agora, também
sucesso do trabalho no com o esporte como ferramenta. O compromisso foi
governo. Entre os colegas firmado em São Paulo e contou com a presença do ex-
visitados, a deputada deputado e cientista político Professor Israel Batista.
Dayse Amarilio (PSB). "Foi maravilhoso ver a emoção nos olhos das crianças.
Vini Jr, por si só, é uma mensagem poderosa sobre a
importância da escola brasileira", avaliou o brasiliense.

Acompanhe a cobertura da política local com @anacampos_cb

HOMICÍDIO / Crime ocorreu por voltas das 7h30, quando vítima levava mãe para o trabalho de moto. Ela também foi
atingida, mas não corre risco de morte. Familiares e amigos acreditam em emboscada por desavenças

Assassinado com 11 disparos Júlia Eleutério/CB/ DA Press

» JÚLIA ELEUTÉRIO desavenças. “Isso foi emboscada. assustada”, relata. Outra vizinha
Ele teve problema antigamente comenta que a filha tinha saído

O
s moradores de Sobradi- com um pessoal daqui”, comenta. de casa instantes antes do ocor-
nho 2 acordaram assusta- Pablo não sabe como dará a rido. “É muito triste ver uma ce-
dos, ontem, por volta das notícia da morte do irmão. “Ele na dessa. Infelizmente, a mãe
7h30, com cerca de 20 dis- era o filho mais novo e foi o que dele também foi baleada, mas
paros de arma de fogo. Indo de deu mais traba- também pode-
moto para o trabalho, Marcos Kaio lho, mas ela nun- riam ter ferido
da Cunha Morais, 25 anos, foi ba- ca abandonou outras pessoas
leado 11 vezes e morreu em frente ele. Eu e minha pelo horário”,
a UBS 07 da região. O jovem estava mãe batalhamos preocupa-se.
acompanhado da mãe, Marleide muito pelo Kaio”, Pablo relem-
Cunha, de 49 anos, que também lembra o irmão, Sempre tive medo bra que ligaram
foi atingida pelos tiros. Ela pas- recordando que, quatro vezes no
sou por uma cirurgia e está fora de na época que dessa ligação. serviço, mas só
perigo. A 35ª Delegacia de Polícia Marcos estava atendeu quando
(Sobradinho 2) investiga o caso. preso, ele e a mãe Todo dia eu a irmã ligou di-
Irmão da vítima, Pablo Dou- se revezavam pa- acordava e falava: zendo que Mar-
glas conta que Kaio, como era ra visitá-lo. Com leide e o Kaio fo-
mais conhecido, estava a cami- tornozeleira ele- ‘tomara que minha ram baleados.
nho do trabalho, mas, antes, iria trônica, o jovem
deixar a mãe, que é diarista, no tinha passagem
mãe não me ligue “Eu larguei tu-
do e corri para
serviço. De acordo com relatos de por roubos. “Ela falando que o cá. No meio do
testemunhas à Polícia Militar do Testemunhas relatam ter ouvido, logo cedo, cerca de 20 disparos em frente à UBS de Sobradinho 2 ia acabar de cum- caminho, ela li-
DF, eles estavam em frente à uni- prir a pena em se- Kaio foi preso ou gou de novo fa-
dade de saúde, quando um carro tembro. Estava mataram ele’” lando que ele ti-
de cor vermelha passou e de den- na rua ouviu os tiros e tentou pe- ela foi levada de ambulância pa- Emboscada em liberdade há nha morrido. É
tro dele foram efetuados vários gar a placa do carro, mas não con- ra o Hospital Regional de Sobra- um ano”, destaca. Pablo Douglas, uma dor muito
disparos de arma de fogo. Além seguiu tirar uma foto que identi- dinho, passou por uma cirurgia e “Sempre tive medo dessa liga- Abalada com irmão de Marcos Kaio grande perder al-
do irmão mais velho, outros vizi- ficasse os números. Kaio não re- está fora de risco. ção. Todo dia eu acordava e fala- o ocorrido, uma guém. Falei com
nhos também acreditam em uma sistiu aos ferimentos e morreu no A 35ª Delegacia de Polícia (So- va: ‘tomara que minha mãe não vizinha da famí- ele ontem e ele
emboscada para o rapaz. “Quem local. A mãe dele foi atendida às bradinho 2) investiga o caso. O me ligue falando que o Kaio foi lia recorda que disse que esta-
fez isso estava esperando ele pas- pressas por médicos da unidade delegado-chefe Ricardo Viana preso ou mataram ele’”, recor- conhecia Kaio desde que ele nas- va bem, trabalhando tranquilo e
sar. Sabia que ele saía cedo de ca- de saúde que estavam chegan- destacou apenas que Marcos Kaio da o irmão mais velho, sem con- ceu. “Apesar de tudo, ele era um eles ainda atingiram minha mãe
sa”, destaca uma moradora que do para trabalhar e o Corpo de tinha passagens por roubo e que ter as lágrimas. Pablo conta que, bom menino, estava trabalhan- que nunca fez mal para uma ba-
não quis se identificar. Bombeiros Militar do DF tam- as diligências continuam para en- por diversas vezes, insistiu para do”, lamenta a perda. Outra mo- rata”, destaca.
Outra moradora da região bém foi acionado para o socor- contrar os autores do homicídio. que o irmão mais novo deixasse radora da região conta que ou- Até a publicação desta maté-
conta que um policial que mora ro. Ferida por quatro disparos, Kaio deixa uma filha de oito anos. de morar na região por conta das viu os disparos de casa. “Já fiquei ria, ninguém foi preso pelo crime.
18 • Cidades • Brasília, quinta-feira, 6 de julho de 2023 • Correio Braziliense
Capital S/A
Guia para a diversidade no
ambiente de trabalho
O Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial (Senai) lançou um guia
de conscientização que abrange os
temas gênero, raça e etnia, orientação
sexual, gerações e deficiência. O material
é ponto de partida para empresas,
gestores e colaboradores que desejam
ser agentes de mudança. O guia traz
dados, glossário de conceitos, dicas de
convivência, mitos e até concepções,
atitudes e frases que devem ser evitadas.
Pode ser acessado pelo site do Senai.
Carmem San Thiago
Exposição
Formatos Mínimos
O Vilarejo 21 abriu sua 2ª Residência
Artística com a proposição de
formatos mínimos, que caibam
na palma da mão, incentivando o
pensamento sobre macrocosmos
que habitam no micro. As obras
produzidas não ultrapassam
15cm, com técnica livre, e um
olhar sobre as diferenças no Brasil
contemporâneo. Com a curadoria
de Marília Panitz, os trabalhos
de 15 artistas de Brasília serão
expostos na deCurators (412 Norte).
A abertura será no sábado, às 19h,
e a exposição segue mediante
agendamento para visitação até
o dia 15 de julho. O Vilarejo 21,
que promoveu o encontro dos
artistas, é um espaço independente
de arte, criatividade e cultura,
localizado no Altiplano Leste.
HOMENAGEM / Medalha de mérito homenageou mais
de 100 representantes de cidades do DF por serviços prestados
Festa para líderes
comunitários
» HYLDA CAVALCANTI Eles receberam pela primeira
vez kit com diploma, medalha
M
ais de 100 líderes co- e broche de Mérito como agra-
munitários do Distri- decimento pelos serviços pres-
to Federal foram con- tados. No evento, realizado no
decorados, ontem (5), auditório da Academia do Cor-
pelo governador Ibaneis Rocha po de Bombeiros, o governa-
(MDB), de uma forma inusitada. dor destacou a importância do
SAMANTA SALLUM
samantasallum.df@cbnet.com.br
Conexão Brasília — Taiwan
por lideranças femininas
Rafael Victor/Sebrae-DF
O SebraeLav foi palco ontem do encontro entre mulheres
empreendedoras do Distrito Federal e de Taiwan. O evento
foi uma realização conjunta do Sebrae no DF, embaixada
taiwanesa e a Global Federation of Chinese Business
Women, organização presente em mais de 60 países. Entre as
representantes brasileiras, a cofundadora do Grupo Sabin Janete
Vaz, a fundadora do Iesb, Eda Machado, e outras empresárias
dos mais variados segmentos. Para a superintendente do
Sebrae no DF, Rose Rainha, o encontro foi “uma oportunidade
única de trocar experiências e estabelecer parcerias, visando
aumentar os negócios entre Brasília e o país asiático”.
Presenças
Lideranças corporativas de destaque de Taiwan participaram:
Hong Lu Li-Yeh, vice-presidente global da Ever Green; Shu-
Ying Li, presidente honorária do Hilton Garden Inn (Rede de
Hotelaria nos EUA); Wang Chiang Pi-Lien, diretora executiva
honorária internacional do Wang Park (parques aquáticos
com empreendimento em São Luiz, MA); Karen Chen, vice-
presidente global da Adata Tecnology, entre outras.
Moviment 2024
Rose Rainha convidou as integrantes da comitiva de Taiwan, que
reuniu 20 empresárias, para participarem, em fevereiro de 2024,
do Moviment. O evento do Sebrae DF será voltado à promoção
e ao desenvolvimento do empreendedorismo feminino.
Reprodução/Agência Brasília
trabalho desenvolvido pelo gru-
po e disse que eles são “as pes- Os homenageados foram escolhidos pelo GDF mediante critérios
soas que de fato veem, escutam
e levam as demandas da popu-
lação ao governo”. “Eles são im- Para a solenidade, um decreto
portantes para nós e mais ainda publicado do ano passado defi-
para a comunidade”, acrescen- niu critérios para a escolha, que
tou, à Agência Brasília. teve de ser feita pelas adminis-
trações regionais do DF e com
base no tempo de dedicação
de cada um à cidade, além do
comprometimento com o tra-
balho e responsabilidade com
as demandas dos moradores.
“Foi uma forma que achamos
para homenagear as lideranças
que prestam serviço de forma
Obituário
Envie uma foto e um texto de no máximo três linhas sobre o seu ente querido para: SIG, Quadra 2, Lote 340,
Setor Gráfico. Ou pelo e-mail: cidades.df@dabr.com.br
Sepultamentos realizados em 5 de julho de 2023
» Campo da Esperança
Antônio Francisco de Assis,
80 anos
Arioceli Rodrigues da Silva,
86 anos
Consuelo da Costa Dias, 50 anos
Derival de Morais Medeiros,
79 anos
Hosmy Araújo Carvalho, 79 anos
Isolete Nadair Cardoso, 91 anos
Marcelo Almeida Del Isola,
59 anos
Maria Luiza Barbosa, 66 anos
Mathilde Therezinha Rorato de
Oliveira, 78 anos
Moacy Neves Damasceno, 84 anos
Tatiana Alves Ribeiro, 39 anos
Walterson Oliveira de Araújo,
67 anos
» Taguatinga
Gisgleide Cristina Sarmanho
Carvalho, menos de 1 ano
É pelo trabalho que a mulher vem diminuindo a
distância que a separava do homem, somente ele
poderá garantir-lhe uma independência concreta
Simone de Beauvoir
O frio que aquece as vendas
No comércio do
Minervino Júnior/CB/D.A.Press
Distrito Federal, as
vendas de produtos
para reduzir os
efeitos do inverno
devem crescer este
ano 4,5% contra 3%
do mesmo período
em 2022. Casacos,
mantas, meias de lã
e cobertores estão
em alta. Iniciada
em 21 de junho, a
nova estação terminará em 23 de setembro. Até agora, o dia mais frio, este
ano, foi 29 de junho, quando os termômetros marcaram 8,6°C, no Gama.
Umidificadores
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista do DF, Sebastião Abritta,
estima que o gasto médio com produtos pode chegar a R$ 135 contra R$ 122
do mesmo período no ano passado. Como efeito da seca, as vendas de
umidificadores de ar já tiveram um leve aumento (2,5%) comparado com o
ano passado ( 2%). Mas a tendência é que a procura cresça até setembro.
Carlos Moura/ SCO/STF
Reprodução/TV Brasil
Secom/TST
Destaques no Sicomércio
Evento da CNC, que movimenta a capital federal na próxima
semana, terá palestra do vice-presidente da República, Geraldo
Alckmin, sobre a economia e o comércio no Brasil. Já o ministro
do STF Luís Roberto Barroso vai abordar o fortalecimento
das negociações coletivas; e o ministro do TST Douglas
Alencar Rodrigues analisará o cumprimento das cotas de
aprendizagem e de pessoas com deficiência pelas empresas.
Tecnologia aplicada ao turismo
Entre os palestrantes do Conecta 2023, que será no CICB, em Brasília,
na próxima segunda-feira, está o editor executivo de conteúdos
digitais da MIT Technology Review, Rafael Coimbra. Ele vai falar sobre
as tendências tecnológicas e os impactos no comércio e no turismo.
mais conhecida como Fatinha, do
Sol Nascente/Pôr do Sol. “Desen-
volvo um trabalho com os mo-
radores, em especial mulheres
em situação de vulnerabilidade,
pretas, pardas, brancas e indíge-
nas. Procuro passar sempre es-
clarecimentos e encaminhá-las
para os locais de atendimento
do governo. Estou feliz”, afirmou.
Mais diplomático, Leonilson
Andrade da Silva, do Itapoã,
outro homenageado, também
agradeceu, mas ressaltou que a
parceria do governo com a co-
munidade é o que faz as cidades
evoluírem, especialmente em
infraestrutura. “Depois de al-
guns anos de abandono, temos
hoje muitas obras em execução
e todas consistem em anseios
anônima, que fazem isso de co- antigos dos moradores”, disse.
ração e que não são servidores De acordo com o secretário
efetivos do governo”, explicou a de Governo, José Humberto Pi-
secretária de Atendimento à Co- res de Araújo, o líder comuni-
munidade, Clara Roriz. tário é quem tem a melhor per-
cepção do que as cidades mais
Apoio e esclarecimentos precisam. “Eles sabem o que de-
seja a comunidade, sentem a ca-
Se a intenção era tornar gra- rência da cidade, a carência das
tificante para eles todo o empe- pessoas e trazem consigo esse
nho, a solenidade deu mais do espírito de servir ao próximo.
que certo, conforme deixou cla- Então, nos ajudam muito a go-
ro a líder Maria de Fátima Abreu, vernar”, acentuou.
Jesus Lúcio Barteli, 71 anos Demilson Carlos de Oliveira,
João Batista Onório, 63 anos 71 anos
Kassielly de Lima, 40 anos Eduardo de Aragão Correia, 88 anos
Manoel do Nascimento de Raimundo Sales Batista, 70 anos
Medeiros, 61 anos
» Brazlândia
Maria José Moreira da Costa,
94 anos Ageu Figueira da Silva, 75 anos
Miguel Arcanjo de Carvalho,
» Sobradinho
69 anos
Mike Dourado Ferreira, 26 anos
Cícero da Silva Anjos, 62 anos
Missao Tanizaki, 73 anos
Flávio Coutinho de Oliveira,
Najara Carmo Montenegro, 43 anos
46 anos Luciano de Barros Pereira,
Weberson Lopo da Frota, 43 anos 12 anos
» Gama Raimunda Miranda Cunha,
91 anos
Rodrigo Flores Coutinho, 28 anos
» Jardim Metropolitano
» Planaltina
Thyago Pinto de Sousa, 35 anos
Alexandrina Alves de Macedo, Etelvina de Melo Lima, 41 anos
87 anos Mayara Melo de Jesus, 42 anos
Bernardina Luiz dos Santos, Maria das Graças da Cunha,
72 anos 82 anos (cremação)

SAÚDE / Roedores proliferam principalmente onde há lixo e entulho mal-acondicionados e são transmissores de
enfermidades que podem levar à morte, como a leptospirose. De janeiro de 2020 a maio de 2023, houve 47 casos no DF
Ratos
deixam
a cidade
em alerta
» LAEZIA BEZERRA
O
aparecimento de ratos é
um problema que ocor-
re e que se repete tanto
na seca quanto no perío-
do chuvoso. O roedor transmite,
pelo menos, 35 tipos de moléstias
aos humanos e aos animais do-
mésticos. A mais comum é a lep-
tospirose, que pode levar à morte.
Embora a Secretaria de Saúde
(SES-DF) explique que a presen-
ça de ratos ocorre ao longo de to-
do ano, a pasta, que atua no com-
bate ao roedor, diz em nota que,
neste ano, não recebeu nenhum
chamado das regiões administra-
tivas sobre infestação do animal.
“Quando há foco em alguma
região, a pasta atua no comba-
te”, informa a SES-DF. De acordo
com o órgão, “a forma apropria-
da para evitar os roedores é acon-
dicionar o lixo de maneira corre-
ta, em sacos resistentes e lixeiras
com tampa”. Explica, ainda, que o
material deve ser disponibilizado
para coleta do Serviço de Limpeza
Urbana (SLU) próximo ao horário
de recolhimento, para evitar que
recicladores, animais domésticos
Correio Braziliense • Brasília, quinta-feira, 6 de julho de 2023 • Cidades • 19
» Desratização
A Secretaria
de Saúde não
faz captura de
ratos. Para fazer
desratização é
preciso contactar
uma empresa
especializada no
controle de pragas
urbanas que vai
atuar conforme a
infestação desses
animais no local.
Em média, os gastos
com o procedimento
ficam em torno de
R$ 350, podendo
chegar a até R$ 500.
Lixo espalhado e acondicionado de forma errada atrai roedores, baratas e escorpiões, entre outros
ED ALVES/CB/D.A.Press
conhecida como batata da per-
Casos de leptospirose na), pele amarelada e calafrios. Es-
ses sinais surgem de sete a 15 dias
2020................................................ 16 após a infecção. “Ao percebê-los,
a pessoa deve procurar um médi-
2021 ................................................ 8 co o mais rápido possível e relatar
a contaminação. É fundamental
2022 ................................................ 17 também que se evite a automedi-
cação”, alerta Isaías Chianca.
2023 ................................................ 6 De acordo com a SES-DF, a
prevenção da leptospirose é feita
Fonte: SES-DF a partir de medidas preventivas. A
Gerência de Vigilância Ambiental
de Zoonoses atua com a desrati-
zação quando há foco da doença.
Também são realizadas ações de
Não basta ser fiscalização nas áreas públicas do
colocado em sacos DF, para detectar lixo mal acondi-
plásticos. É preciso cionado ou espalhado nas ruas, e
que o lixo esteja acionamento do serviço respon-
no container sável pela retirada, que é o SLU.
Na estação chuvosa, o surgi-
mento de ratos é mais recorrente.
e/ou sinantrópicos (tais como ba- Leptospirose ou um arranhão. A transmissão de esgoto, bueiros e galerias. Por isso, aumenta a possibilida-
ratas, formigas e escorpiões) ras- ocorre principalmente por água de Se animais domésticos, co- de de ocorrências de leptospiro-
guem ou espalhem o lixo. De janeiro de 2020 a maio de correnteza e lama. De acordo com mo cães e gatos, tiverem contato se, com a inundação dos esgotos,
Outros importantes cuidados 2023, a SES-DF registrou 47 casos o gerente de Vigilância Ambiental com a urina do roedor, também que acabam por carregar a urina
são não acumular entulho, não de leptospirose (veja quadro). A de Zoonoses da (SES-DF), Isaías podem ser infectados e passar a desses animais.
deixar ração nos comedouros à doença é causada pela leptospira, Chianca, no período da seca, a doença aos humanos. Os ratos são responsáveis ain-
noite, descartá-la depois que o bactéria encontrada na urina do doença também pode ocorrer, es- Os sintomas são febre, dor de da por enfermidades como han-
animal se alimentar e manter os rato, que penetra na pele, princi- pecialmente quando trabalhado- cabeça, fraqueza, dores no cor- tavirose, tifo e salmonelose, além
terrenos limpos. palmente se houver um ferimento res fazem a limpeza em estações po (especialmente na panturrilha, de serem transmissores da raiva.
 20 • Cidades • Brasília, quinta-feira, 6 de julho de 2023 • Correio Braziliense
Fotos: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
A charmosa fachada de azulejos coloridos é assinada pelo artista suíço Jran Baier. A embaixatriz Enrica Battistutta tem especial encanto pelo jardim com paisagismo e arte
» MARIANA SARAIVA
Q
uem passa pelas vias próximas às
embaixadas, não imagina quanta
história existe por trás dos muros
das 131 representações de países
com os quais o Brasil mantém relações di-
plomáticas. Cada uma que aqui se insta-
lou trouxe para a capital — além dos cos-
tumes e da culinária — as artes e a arqui-
tetura do seu país. Um desses espaços é a
Embaixada da Suíça, cuja transferência do
Rio de Janeiro para a nova capital se deu
em 1972. De forma provisória, instalou-se
primeiro em uma casa no Lago Sul e, em
1984, mudou-se para a nova sede, cons-
truída no terreno do Setor de Embaixadas
Sul, doado pelo governo brasileiro.
Para desenvolver o projeto da nova
embaixada foi escolhido o casal de ar-
quitetos suíços Hans e Annemarie Huba-
cher. O prédio de chancelaria, as residên-
cias do embaixador e funcional formam
o complexo diplomático. A charmosa
fachada de azulejos coloridos é assina-
da pelo artista suíço Jran Baier, mesclan-
do o estilo arquitetônico do país alpino
com elementos brasileiros. A área exter-
na da embaixada é rica em flores e plan-
tas e exibe um grande jardim, que ajuda
a proporcionar um clima fresco ao local
e, é claro, lembrar a Suíça.
O espaço é rigorosamente cuidado por
uma equipe de jardineiros que se empe-
nha para deixar o ambiente colorido e ver-
de o ano inteiro. No jardim da residência
oficial, encontram-se três réplicas de va-
cas, reforçando ainda mais a identidade
da Suíça, que produz um dos chocolates
mais famosos do mundo com o leite. Há
dois anos morando em Brasília, a embai-
xatriz Enrica Battistutta conta que o local é
a parte da residência oficial que mais gos-
ta, porque lembra bastante o país de ori-
gem. “Amo vir no meu jardim contemplar
a natureza e poder ver as esculturas das va-
cas que representam tão bem a Suiça”, diz.
Inspiração de Niemeyer
Ao entrar na residência oficial do em-
baixador Pietro Lazzeri, é possível notar a
riqueza de obras de arte, algumas trazidas
Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
No jardim, esculturas de vacas representam o símbolo do chocolate mais famoso do mundo
Fotos: Embaixada da Suiça
por ele de outros países durante a traje-
tória como diplomata. Na sala de jantar,
encontram-se três quadros Le Corbusier
(1887-1965): Icône 4 (1964), Os 2 (1964) e
Totem (1963).
Arquiteto, urbanista, escultor e pintor
de origem suíça, Le Corbusier foi uma
das referências do arquiteto Oscar Nie-
meyer no início da carreira. Juntos, tra-
balharam no projeto de construção da
sede da Organização das Nações Unidas
(ONU), em Nova York.
A influência do suíço nos traços de Nie-
meyer está exposta por toda Brasília. A ar-
quiteta Ana Luíza Marques Veloso expli-
ca que Le Corbusier foi quem começou
os estudos sobre a arquitetura moderna
do século 20. “Foi a corrente adotada pra
Obras de Le Corbusier estão no acervo da Embaixada, como Totem construir Brasília e várias obras em todo o
mundo. É nítido que Niemeyer conseguiu
Suíça e
aplicar os cinco pontos de Le Corbusier na
arquitetura brasiliense: construção sobre
pilotis, janela em fita, planta livre, estrutu-
ra recuada aparecendo na fachada e ter-
raço jardim”, enumera.
Laços econômicos
Professor de Relações Internacionais e
BRASÍLIA,
especialista em política brasileira, Luciano
da Rosa Muñoz observa que as embaixa-
das são fundamentais para o Brasil e de-
sempenham funções chaves, como for-
talecimento de interesses econômicos,
culturais, troca de experiências e colabo-
tudo a ver
ração mútua.
O especialista ressalta que muitas pes-
soas acreditam que uma embaixada é um
território estrangeiro, mas é um equívoco.
“Isso é um mal-entendido, o que se tem na
verdade é um regime de imunidade, ou
seja, a polícia ou o Exército brasileiro não
podem entrar em uma embaixada sem a
autorização da mesma”, explica.
Por trás dos muros que cercam as embaixadas Segundo a secretaria de Relações inter-
nacionais do Distrito Federal, as represen-
instaladas na capital, existe uma riqueza de tações diplomáticas estão localizadas em
diversos pontos da cidade, como Asa Nor-
detalhes que revelam muito sobre as culturas te, Asa Sul, Lago Sul, Avenidas das Nações,
Setor de Embaixadas Sul, Setor de Rádio e
dos países com os quais o Brasil mantém TV Norte e W3 Norte. Nem todas têm sede
própria na capital. Algumas alugam apar-
importantes relações diplomáticas tamentos, casas e salas comerciais.
Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
Complexo tem arquitetura assinada pelo casal de suíços Hans e Annemarie Hubacher
 Correio Braziliense • Brasília, quinta-feira, 6 de julho de 2023 • Cidades • 21

Tel: 3214-1146 • e-mail: grita.df@dabr.com.br

Tome Nota
as informações para esta seção são publicadas gratuitamente. O material
Isto é Brasília
de divulgação deve ser enviado com informações completas do evento Gustavo Moreno/CB/D.A Press
(inclusive data e preço), no mínimo cinco dias úteis antes de sua realização.

CURSOS Desligamentos Fundo de Apoio à Cultura (FAC-DF)/

SENAC
O Serviço Nacional de Apren-
dizagem Comercial do Distrito
Federal (Senac-DF) lançou edital
que disponibiliza 2.697 vagas gra-
tuitas para interessados em dar
continuidade aos estudos ou ini-
ciar uma carreira a partir de cur-
so específico. Dentre os cursos a
serem ofertados, há grande varie-
dade de áreas, como, por exemplo,
barbeiro, design de sobrancelhas,
maquiagem social e técnico em
administração, entre outros. A pre-
visão é das aulas serem iniciadas
agora em julho. Informações: sis-
temas.df.senac.br/
Direção de palco
Estão abertas as inscrições para
a oficina gratuita de direção de
palco e roadie, exclusiva para
mulheres. A iniciativa é de Kika
Carvalho, pioneira em eventos
que difundem o empoderamento
feminino e a inserção das mulhe-
res no mercado de trabalho,
sobretudo, no audiovisual. As ofi-
cinas serão ministradas no Teatro
de Sobradinho, de 18 a 21 de julho
e nos dias 24, 26, 27 e 28 de julho,
das 13h30 às 16h00. Inscrições
são gratuitas e devem ser feitas
por meio de formulário do Google:
l1nk.dev/Q1zgO.
Futuro Móvel
O projeto De Olho no Futuro
Móvel, promoverá uma série de
oficinas, em uma carreta móvel,
no Setor O de Ceilândia. No total,
serão disponibilizadas 150 vagas,
para oficinas gratuitas nas áreas
de audiovisual, comunicação e
jornalismo comunitário, entre
outras relacionadas à arte e à
cultura.  A iniciativa é apoiada
pelo Ministério da Cultura. Para
quem quiser se inscrever, basta
preencher o formulário que está
no site oficial do projeto até o dia
15 de julho. Link para inscrição:  OUTROS
www.olhonofuturo.com.br/.
EaD
O Ministério da Educação, por
meio da plataforma online Apren-
da Mais, oferece mais de 200
novos cursos gratuitos, todos
à distância e assíncronos (com
horários que podem ser flexibili-
zados), prontos para serem aces-
sados a todo momento. Os cursos
variam entre áreas como meio
ambiente e saúde entre outras.
Não há limite de vagas nem pré
-requisitos básicos para se inscre-
ver. As inscrições que podem ser
feitas a qualquer momento pelo
site: aprendamais.mec.gov.br/
Telefones úteis
Polícia Militar 190
Polícia Civil 197
Aeroporto Internacional 3364-9000
SLU - Limpeza 3213-0153
Caesb 115
CEB - Plantão 116
Corpo de Bombeiros 193
Correios 3003-0100
Defesa Civil 3355-8199
Delegacia da Mulher 3442-4301
Detran 154
DF Trans 156, opção 6
programados de
energia
» Planaltina
Horário: 9h às 16h
Local: Núcleo Rural Pipiripau,
BR-230, Chácaras Boa Esperança,
Vale do Sol, 1, 3, 11, 11/A, 14, 14-A,
14-B, 15, 16-A, 17, 18, 20, 21, 23,
25, 26, 43, 43-A, 43-B, 44, 45,
58/60, 122, 124, 125, 127, 150, 154,
162, 163, 170, 172, 174, 177, 311,
312, 313, 316, Bom Retiro, Cosme
Damião, Ki Sítio, Olhos D’Água,
Palmeiras, Pedra Branca, São
Jorge e Toca do Lobo.
Local: Núcleo Rural Taquara,
Chácaras Boa Esperança, Cristo
Rei, São Benedito, Vereda,
1/2/4, 34, Cachoeira, São José,
Shalon, Santa Maria, DF- 417,
KM 2, Fazenda Nossa Senhora
Aparecida, Buriti e
Sítio Bom Sucesso.
» Guará
Horário: 9h às 16h
Local: QE 38, Bloco A,
Conjuntos A, R, S, T e U.
Curso Defensoria
A Escola da Defensoria Pública de
Brasília, promoverá um curso que
envolve temas como atendimen-
to do direito da família, infância e
juventude e mediação, entre outros.
As aulas serão ministradas nos
seguintes dias, nesta sequência: 21
de julho, 4 de agosto, 18 de agosto
e 1º setembro. O evento é gratui-
to e as inscrições vão até o dia 19
de julho. Será realizado na sede da
EASJUR, localizada no SCN Q. 1,
Ed. Rossi Esplanada Business, loja
01 Subsolo. Link para inscrição no
evento: encurtador.com.br/jpEI4
Festa Julina
Neste final de semana, do dia 7
ao 9, acontecerá  a festa julina na
Paróquia São José, a partir das 17h,  são realizadas no Centro Comu-
localizada na Praça do Bicalho em
Taguatinga Norte. Haverá missas
solenes e atrações para as crian-
ças e apresentações musicais todos
os dias, com entrada gratuita. Mais
informações no perfil de instagram
@alosaojose.
Produção musical
O projeto de produção musical
Gravando uma Música do Início
ao Fim está com inscrições abertas.
A oficina gratuita tem o apoio do
Doação de Órgãos 3325-5055
Farmácias de Plantão
GDF - Atendimento ao Cidadão
Metrô - Atendimento ao Usuário 3353-7373
Passaporte (DPF)
Previsão do Tempo
3245-1288
3344-0500
Procon - Defesa do Consumidor
Programação de Filmes 3481-0139
Pronto-Socorro (Ambulância)
Receita Federal 3412-4000
Rodoferroviária 3363-2281
Secretaria de Cultura e Economia
Criativa do DF. A iniciativa partiu
engenheiro de som Jota Dale, que
será o responsável por ministrar as
aulas. São 30 vagas, divididas em
três turmas, com 10 alunos cada.
A carga horária será de 162 horas
-aula e os três melhores artistas
terão a oportunidade de gravar um
single. Inscrições até 30 de julho,
pelo link: l1nk.dev/vHJgJ.
Rock Undeground
No próximo sábado (8), as bandas
Death Metal Velho (RJ), Vultos Vocí-
feros (DF) e Nightmare Slaugther
se apresentarão no pub Zepelim. O
espaço é conhecido por reunir sho-
ws desses tipo de estilo. Os ingres-
sos antecipados custam R$ 30, até
amanhã (7 ). A entrada comprada
na hora custará R$ 35. Os ingressos
também podem ser adquiridos via
pix, através da chave: qualeeepro- Museu de Valores do BC
ducoes@yahoo.com.br. Para mais
informações e envio de comprovan- uma dica diferente de passeio na capital é o Museu de Valores do Banco Central, localizado no
te do pagamento: (61) 9 9560-455. setor Bancário sul – asa sul. o museu tem cerca de 140 mil peças que contam a evolução dos
O pub fica na SCLRN 713, Bloco C, meios de pagamento do Brasil e do mundo, com itens espalhados por várias galerias. o acesso é
Loja 27 - Asa Norte. gratuito, mas para entrar no prédio, os interessados precisam fazer um cadastro antes.
está aberto de terça a sexta-feira, toda semana, das 10h às 18h.
Maratona 
O Instituto Líderes do Brasil,
promoverá uma corrida só para Poste sua foto com a hashtag #istoebrasiliacb
idosos, em janeiro de 2024, em e ela pode ser publicada nesta coluna aos domingos
#istoebrasiliacb
Santa Maria. A ação faz parte da
3ª edição do projeto “Atividade
na Melhor Idade”. Além da cor-
rida, a ação, que tem parceria
com a Secretaria de Esporte e
» Destaques Acompanhe o Correio nas redes sociais
Lazer do Distrito Federal, busca
incluir idosos em atividades físi- Feira do Vinil
cas, como musculação, pilates e /correiobraziliense
» No dia 8 de Julho, oito
fisioterapia. A maratona ocorrerá
lojas de vinil exporão
em 12 de janeiro de 2024 e serão Quem quiser fazer sugestões ao
seus discos em bancas, na
3 km a serem percorridos. As ins-
praça do Conic, próximo
Correio pode usar o canal de interação @cbfotografia
crições (que até o momento só com a redação do jornal por meio do
ao bar Birosca, das 10h até
podem ser feitas de maneira pre- WhatsApp. Com o programa instalado
sencial) vão até o dia 12 de janei- às 18h. Além das inúmeras
em um smartphone, adicione o
ro. Endereço: AC 101, conjunto promoções - são mais de
telefone à sua lista de contatos.
@correio
“C”, lote 8- Santa Maria. 2 mil vinis em liquidação
- haverá discotecagem
Vida Plena com 3 DJs. Também
A Legião da Boa Vontade (LBV), serão disponibilizados O tempo em Brasília
oferece um programa com servi- espaços para comida,
ços gratuitos para idosos (pessoas com destaque para Tempo Claro
com idade igual ou superior à 60 o churrasco, a ser
anos) o Vida Plena. As atividades promovido pela loja de
discos Filial do Rock (que
nitário de Assistência Social em também participará da
Brasília/DF,e oferecem serviços feira). A entrada é gratuita
de maneira semanal. Fazem parte e o local fica no SDS -
das atividades disponíveis pales- Bloco E, Loja 3. Umidade relativa
tras, oficina de música, artesana-
to e atividades esportivas, entre Máxima 85% Mínima 30%
outras. Os atendimentos são feitos Meditação
conforme as turmas se formam.
São 20 vagas por turma. As inscri- » A Legião da Boa A temperatura
ções só podem ser feitas no Centro Vontade (LBV) oferece,
Comunitário, que fica na Quadra gratuitamente, a sessão
40
915 Sul, Lote 74 – Asa Sul. Telefo- de “Meditação Ecumênica
ne: (61) 3410-6015. com Jesus” todas as Máxima 24º 35
30
terças e quintas-feiras, no 25
período entre 19h e 19h40. 20
A meditação é guiada, 15
isto é, os participantes 10
deverão ficar atentos às Mínima 9º 5
0
Autorização para vaga especial instruções do mediador,
Divtran I - Plano Piloto 22/6 29/6 6/7
132 para que o corpo fique
156 SAIN, Lote A, Bloco B, Ed. Sede -
relaxado e para se possa
Detran/DF 12h e 14h às 18h
Divpol - Plano Piloto SAM,
entrar em sintonia com
Bloco T, Depósito do Detran a energia de forma O sol A lua
Divtran II - Taguatinga QNL 30, mais eficaz. A atividade
151
Conjunto A, Lotes 2 a 6, Tag. Norte ocorre na Sala Egípcia do
Sertran I - Sobradinho Quadra 14 - Nascente
Templo da Boa Vontade, 6h40
192 ao lado do Colégio La Salle
localizado na Quadra 915
Sertran II - Gama SAIN, Lote 3, Poente
Av. Contorno - Gama-DF
Sul. A entrada é livre. Cheia Minguante Nova Crescente
17h53
Telefone:(61) 3114-1070. 3/7 9/7 17/7 25/7

grita geral grita.df@dabr.com.br (cartas: SIG, Quadra 2, Lote 340 / CEP 70.610-901)

TaguaTinga asa norTe

FALTA DE CULTURA PASSE ESTUDANTIL

Márcio Alencar, morador de Taguatinga, procurou a coluna Os estudantes da Universidade de Brasília relataram
Grita Geral para relatar a precária situação da cultura na sua à coluna do Grita Geral que enfrentaram problemas na
cidade. “A cultura está largada, nem o gerente que foi eleito utilização do passe estudantil. “Apesar de não termos entrado
pela comunidade, a Administração nomeia. Os espaços de férias, o cartão não passou, está aparecendo como
públicos de cultura estão abandonados, o Teatro da Praça está vencido. Tive que faltar aula hoje, pois estava sem dinheiro”,
caindo, literalmente. Tudo uma vergonha”, lamenta o morador. afirma a estudante Maria Silva.

» A Administração Regional de Taguatinga informou, em » O BRB informa que diante da prorrogação das aulas da
nota, que a minuta de nomeação do gerente de Cultura foi rede pública de ensino por causa da greve e em função
encaminhada em 16 de maio de 2023, conforme escolha da atualização semestral dos cadastros do benefício
em lista tríplice formulada pelo Conselho Regional de Passe Livre Estudantil, houve impacto na utilização
Cultura de Taguatinga. O processo segue o trâmite legal. de cerca de 5% dos cartões PLE. Os ajustes necessários
"Quanto aos espaços de cultura, esta administração ao restabelecimento do sistema já foram realizados e a
tem adotado medidas no sentido de revitalizar e normalização ocorreu na madrugada de ontem (4). Mais
disponibilizar os espaços para a comunidade. informações podem ser obtidas pelo site ou app BRB
Uma delas foi solicitar a reforma do Teatro da Praça, Mobilidade e pela central de atendimento no número
processo que está em andamento. 3120.9500. Há ainda opção de atendimento via chatbot.
22 • Brasília, quinta-feira, 6 de julho de 2023
CORREIO BRAZILIENSE
ESPORTES
correiobraziliense.com.br/esportes - Subeditor: Marcos Paulo Lima E-mail: esportes.df@dabr.com.br Telefone: (61) 3214-1176
SELEÇÃO BRASILEIRA DNA ofensivo das equipes treinadas por Fernando Diniz tem um preço: o tempo de trabalho. Transição
até a possível chegada de Carlo Ancelotti, em junho de 2024, terá apenas quatro convocações para implementação das ideias
Rodrigo Ferreira/CBF
Pílulas de Dinizismo
VICTOR PARRINI
O
otimismo pela chega-
da de Carlo Ancelotti e
o contrato com Fernan-
do Diniz até o próximo
ano mostram que a Confedera-
ção Brasileira de Futebol (CBF)
buscou alcançar um padrão de
excelência para definir o suces-
sor de Tite. Se o italiano é o trei-
nador recordista de títulos da Li-
ga dos Campeões (4), o mineiro
de Pato de Minas é considerado
o mais ousado e encantador dos
técnicos nacionais. As expecta-
tivas são grandes, mas, diferen-
temente da rotina de um clube,
trabalhar em Seleção deman-
da agilidade pelos curtos ciclos
de treinamentos com pouco pa-
ra conhecer jogadores e imple-
mentar ideias.
Quem vê os times ofensivos
com a assinatura de Diniz tal-
vez não lembre que o treinador
exige tempo para implemen-
tar as iniciativas atrevidas em
campo. Foi assim com o São
Paulo entre 2019 e 2020 e com
a atual versão do Fluminense.
O tête-à-tête com os jogadores
no cotidiano é um dos catalisa-
dores para os trabalhos notórios
do técnico. A convivência diá-
ria e a implementação das filo-
sofias com base nas repetições
são os ingredientes para que os
jogadores comprem a ideia de-
le. Embora esteja focado em en-
tregar o melhor no contrato até
o próximo ano, Diniz reconhe-
ce o peso desses fatores.
“É uma coisa que interfere.
De fato, tem menos tempo (para
treinos na Seleção). Mas as coi-
sas básicas, acho que consegui-
mos passar com pouco tempo,
ter alicerce para, aos poucos, ter
a ideia. O jogo vai ter fluência,
vai se encontrando. Com pouco
tempo, já dá para colocar algu-
ma coisa do nosso trabalho. A
gente não vai fazer mudanças
táticas radicais com um, dois
dias de treino. Mas alguma coi-
sa a gente consegue melhorar”,
garantiu durante a apresenta-
ção, ontem, na sede da CBF, no
Rio de Janeiro.
O desafio é grande, mas a
vontade de Fernando Diniz em
mostrar serviço é ainda maior.
Aproveitar o tempo para colher
os frutos em campo é uma das
prioridades do novo dono da
prancheta verde-amarela. “Meu
trabalho não se resume nesse
olhar mais comum. Futebol é
mais que isso. Aos poucos, os
jogadores vão amadurecendo
as ideias táticas que tenho na
cabeça”, afirmou. Ao aceitar o
convite do presidente da CBF,
Ednaldo Rodrigues, Diniz sabe-
ria que seria o responsável pelas
Ramon Menezes será o técnico no Pan e em Paris-2024
Ramon Menezes será o treinador da Seleção Brasileira nos Jogos
Pan-Americanos de Santiago, de 20 de outubro a 5 de novembro,
e nas Olimpíadas de Paris, no próximo ano. O anúncio foi feito
ontem pelo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF),
Ednaldo Rodrigues, após a apresentação de Fernando Diniz. Ramon
Menezes comanda a equipe sub-20 desde o ano passado. No início
de 2023, conquistou o Campeonato Sul-Americano da categoria, mas
amargou a eliminação para Israel nas quartas de final do Mundial.
Formado em
psicologia, Diniz
também pode
colaborar no campo
da saúde mental,
área deixada de lado
por Tite na Copa
“É uma coisa que interfere. De fato, tem com o Fluminense, foi resulta-
8
do de um trabalho muito bem
menos tempo (para treinos na Seleção).
organizado, muito bem execu-
A gente não vai fazer mudanças táticas tado, e foi um feito histórico.
Mas tem trabalho por trás dis-
radicais com um, dois dias de treino. Mas so”, discursou.
“Se não tivesse vencido, eu
alguma coisa a gente
consegue melhorar” JOGOS não ia me achar o pior dos trei-
nadores, porque não venci. Uma
das coisas que a gente tem de
terá Fernando Diniz discutir é a maneira de analisar
“Meu trabalho não se resume nesse à frente da Seleção
Brasileira. Serão seis
tudo por causa da bola que en-
tra, que não entra. Para mim, is-
olhar mais comum. Futebol é mais compromissos em 2023, so não contribui com nada”, de-
pelas Eliminatórias sabafou Diniz. E como se não
que isso. Aos poucos, os jogadores vão da Copa do Mundo, e bastassem os encontros regra-
amadurecendo as ideias táticas que dois amistosos na Data
Fifa de março de 2024,
dos e a pressão, Diniz precisará
lidar com a dupla jornada en-
tenho na cabeça” contra a Espanha e tre a Barra da Tijuca e as Laran-
provavelmente contra a jeiras. Afinal, o Fluminense não
Fernando Diniz, Alemanha pode ficar de lado.
técnico da Seleção Brasileira Embora torcedores questio-
nem a conciliação das pranche-
tas, tanto Diniz quanto o pre-
três primeiras convocações pa- para os sonhados e tão cobrados trabalhos em clubes e na Sele- sidente tricolor, Mario Bitten-
ra as Eliminatórias da Copa do amistosos contra europeus. Caso ção. “Uma das coisas que a gen- court, garantem que não have-
Mundo de 2026. Ancelotti não chegue antes, Di- te tem de discutir é em relação a rá conflitos de interesse. “Vou
Em setembro, o Brasil recebe niz organizará a companhia para resultado. A gente determina o me dedicar 100% onde estiver.
a Bolívia e visita o Peru. No mês os compromissos contra a Espa- valor do time, de pessoas, com Quando estiver no Fluminense,
seguinte, encara a Venezuela em nha, em Madri, e provavelmente base em uma bola que entra ou dedicação total. Vou sair daqui
casa e depois cruza a fronteira contra a Alemanha. não. No processo, a vida é mui- e estudar o Inter. Quando esti-
para enfrentar o Uruguai. O fim to mais que isso. Não significa ver na Seleção, vou me centrar
dos trabalhos na temporada será Além dos resultados que não tenha apreço pela vi- e me dedicar totalmente à Sele-
contra Colômbia (fora) e Argen- tória. As coisas vão muito além ção. Claro que sou ser humano e
tina (em casa). Além das pedrei- Ciente de que o tempo é cur- disso. É um desejo muito infan- não dá para fazer corte radical.
ras da América do Sul, o estepe to e a cobrança é grande, Fer- tilizado de achar herói e vilão o Minha dedicação vai ser máxi-
à beira do gramado pode ser o nando Diniz pede uma mu- tempo todo. Quando temos os ma onde estiver naquele mo-
responsável por ensaiar a equipe dança de postura quanto aos resultados, como foi o Carioca mento”, assegura.

ESPORTES
LIBERTADORES Desde a implementação da etapa, em 1989, oitavas de final nunca tiveram tantos duelos entre campeões
Reunião
inédita
de pesos
pesados
DANILO QUEIROZ
A
reunião de 11 campeões
entre os 16 classificados
às oitavas de final da Li-
bertadores da América
era garantia de confrontos es-
trelados na primeira etapa ma-
ta-mata da temporada 2023 do
torneio. Entretanto, as bolinhas
reservaram uma agradável sur-
presa extra na definição do cha-
veamento da principal compe-
tição continental, realizado, on-
tem, na sede da Conmebol, em
Luque, no Paraguai. Pela primei-
ra vez, serão cinco confrontos di-
retos envolvendo apenas times
com o pesado título no currículo.
De acordo com levantamento
do Correio, desde a implementa-
ção da etapa de oitavas de final
na Libertadores, em 1989, nunca
tantos campeões mediram forças
em uma fase inicial de mata-ma-
ta. Os duelos de conhecedores
da Glória Eterna serão entre Pal-
meiras x Atlético-MG; Nacional x
Boca Juniors; Atlético Nacional x
Racing; River Plate x Internacio-
nal; e Flamengo x Olimpia. Jun-
tos, esses times vão colocar nos
gramados do continente impres-
sionantes 28 conquistas da com-
petição continental.
Rival do Fluminense, o Argen-
tinos Juniors é outro participan-
te do mata-mata de 2023 com ta-
ça no histórico pessoal. Vice em
COPA DO BRASIL
Mandantes abrem
vantagens mínimas
DANILO QUEIROZ
VICTOR PARRINI
Todos os mandantes de
ontem conseguiram abrir boas
vantagens nas quartas de final
da Copa do Brasil. Com o apoio
da torcida, São Paulo, Flamen-
go e América-MG ganharam de
Palmeiras, Athletico-PR e Corin-
thians por placares mínimos,
mas suficientes para largarem
na frente na luta por semifinal.
Os jogos de volta serão na pró-
xima semana, com mandos de
campo invertidos. Os vencedo-
res jogam pelo empate.
No Choque-Rei paulista,
o gol demorou para sair. Mes-
mo com o reforço de Calleri, o
São Paulo teve problemas para
furar o sistema de três zaguei-
ros armado pelo Palmeiras. O
atacante argentino até teve boa
chance ao chapelar Weverton,
VINICIUS JUNIOR
Vinicius Junior está
eternizado na Calçada
da Fama do Maracanã. O
atacante do Real Madrid
foi homenageado no
estádio com as medalhas
Tiradentes e Pedro Ernesto,
além do título de Cidadão
Carioca. A cerimônia
também sancionou a lei
estadual nº 10.053, em
combate ao racismo nas
arenas do Rio de Janeiro.
2008, o tricolor almeja a primei-
ra. Os demais duelos das oitavas
de final, inclusive, são entre clu-
bes com ambição de chegarem
ao topo da América do Sul pe-
la primeira vez na história: De-
portivo Pereira x Independiente
del Valle e Bolívar x Athletico-PR.
O alto índice de duelos en-
tre campeões na primeira etapa
eliminatória da Libertadores de
2023 provocado pelo sorteio cau-
sa espanto por probabilidades
não cumpridas em anos anterio-
res. A presença de 11 detentores
de taça nas oitavas nem mesmo
se trata de um recorde. Em 2018,
por exemplo, o torneio contou
com 13 entre os 26 donos de tí-
tulo no primeiro nível eliminató-
rio. Mas, naquela ocasião, as bo-
linhas não foram tão generosas
e indicaram apenas quatro due-
los entre clubes detentores de
taça. O número, até então maior
marca, se repetiu em 2021, com
a mesma quantidade de vence-
dores deste ano.
A emoção prevista nos pró-
ximos confrontos da Libertado-
res é raridade, inclusive, na Li-
ga dos Campeões da Europa,
considerada por muitos a maior
competição de clubes do mun-
do. No Velho Continente, é raro
ver tantos campeões medindo
força tão cedo. Nas últimas 10
temporadas, a maior quantida-
de de jogos entre detentores de
mas chutou por cima. O goleiro
alviverde ainda espalmou chu-
te de Wellington Rato. O Pales-
tra respondeu com golaço de
Endrick, mas o lance foi anula-
do por participação de Mayke,
impedido na jogada.
Na etapa final, o São Paulo
manteve o protagonismo, mas
sem levar tanto perigo. Bem
marcado, o Palmeiras seguia
com os problemas de chegar ao
ataque. Rafinha deu a vitória ao
tricolor com um golaço na reta
final do jogo. O lateral-direito
acertou um chutaço de fora da
área para garantir o valioso 1 x 0
no clássico paulista.
No Rio de Janeiro, Flamengo
e Athletico-PR protagonizaram
jogo movimentado. Canobbio
abriu o placar para o Furacão
logo nos primeiros minutos.
Com a vantagem, o time para-
naense fechou as linhas de mar-
VASCO
O Superior Tribunal de
Justiça puniu o Vasco com
quatro partidas com portões
fechados e multa de
R$ 60 mil devido à confusão
em São Januário em 22 de
julho, após a derrota para
o Goiás pelo Brasileirão.
Uma partida já foi cumprida,
na vitória sobre o Cuiabá.
O retorno da torcida está
previsto para a 20ª rodada,
contra o Atlético-MG.
Divulgação/Conmebol
A maioria dos times envolvidos nas oitavas tem placa de campeão no tradicional troféu da Libertadores
taça foram os três da tempora-
da 2022/2023, recém vencida de
forma inédida pelo Manches-
ter City. Nas outras edições do
recorte, o número variou entre
dois e um duelo. Quando o Real
Madrid ganhou em 2013/2014, a
primeira etapa eliminatória não
teve nenhum jogo do tipo.
Os torcedores sul-america-
nos, porém, terão de esperar al-
gumas semanas para desfrutar
dos jogos de alto nível previs-
tos nas oitavas de final da Liber-
tadores da América. De acordo
com o calendário da Conmebol,
Divulgação/Flamengo
Bruno Henrique garantiu a vitória de virada do Flamengo no Maracanã. Na volta, o time joga pelo empate
cação e deixou a equipe carioca
com a bola. Os donos da casa,
porém, não conseguiam criar
jogadas de inflitração e pouco
ameaçaram Bento.
O cenário mudou no segun-
do tempo. Mais arrojado, o Fla-
CRUZEIRO
O lateral direito Helibelton
Palacios foi anunciado
como segundo reforço do
Cruzeiro nesta janela de
transferências. Ontem,
o colombiano treinou
com bola e aguarda
a regularização da
documentação para ficar à
disposição do técnico Pepa.
Palacios estava no Elche,
da Espanha, e não joga
desde maio.
Correio Braziliense • Brasília, quinta-feira, 6 de julho de 2023 • Esportes • 23
a etapa vai ser realizada apenas
no próximo mês. Os jogos de ida
vão ocupar a janela entre 1º, 2 e
3 de agosto. A definição dos clas-
sificados às quartas de final será
feita uma semana depois, entre
os dias 8, 9 e 10. A entidade deve
desmembrar os confrontos en-
tre as datas disponíveis em breve.
Eliminar os rivais com tanta
tradição na principal competição
do continente também vale mui-
to para os cofres. Vivendo a tem-
porada mais generosa em termos
financeiros, a Libertadores vai pa-
gar premiação de US$ 1,7 milhão
mengo logo empatou em pênalti
sofrido por Arrascaeta e anota-
do por Pedro. Melhor em campo
ao pressionar ofensivamente e
marcar com qualidade, o rubro-
negro carioca chegou à virada.
Após cruzamento na área, Bru-
FLUMINENSE
O Fluminense também
tem “cara nova”. O Tricolor
das Laranjeiras informou a
chegada do meia Danielzinho
até dezembro de 2024. Em
2020, ele trocou o Flu pelo
Bahia. Ele tinha contrato
com a equipe de Salvador
até o final do ano, mas optou
por rescindir para ficar à
disposição de Fernando
Diniz no Brasileirão e na
Libertadores.
(R$ 8,9 milhões, na cotação atual)
para quem chegar nas quartas de
final da competição.
Disputar uma fase mata-ma-
ta de Libertadores da América
é especial por vários motivos.
Mas, neste ano, o equilíbrio
proporcionado pelo recorde de
enfrentamentos entre clubes
conhecedores do caminho da
Glória Eterna em uma etapa
tão precoce da disputa tem tu-
do para ser um tempero a mais
na receita da competição mais
almejada por qualquer torce-
dor no continente.
no Henrique fez o movimento
ideal para cabeçar a bola na
bochecha da rede defendida
pelo goleiro Bento. O Furacão
até tentou sair, mas não o sufi-
ciente para impedir o 2 x 1.
Se o Flamengo reagiu contra
PSG
Horas após oficializar a
saída de Christophe Galtier,
o Paris Saint-Germain
anunciou a contratação
do técnico Luis Enrique.
O espanhol prometeu
dedicação para “formar um
time”, indicando mudanças
no atual elenco, liderado por
Kylian Mbappé e Neymar
atualmente. “Espero poder
conquistar troféus para
devolver a confiança”, disse.
Só campeões
Cinco duelos
2023
Quatro duelos
2018 e 2021
Três duelos
1995, 2015, 2019 e 2020
Dois duelos
1997, 2003, 2006, 2007, 2008, 2011,
2016 e 2022
Um duelo
1989, 1993, 1998, 1999, 2000, 2002,
2005, 2010, 2012, 2013 e 2014
Nenhum duelo
1990, 1991, 1992, 1994, 1996, 2001,
2004, 2009 e 2017
Chaveamento
Oitavas de final
Atlético Nacional x Racing*
Nacional x Boca Juniors*
Deportivo Pereira x Ind. del Valle*
Atlético-MG x Palmeiras*
Bolívar x Athletico-PR*
River Plate x Internacional*
Argentinos Jrs x Fluminense*
Flamengo x Olimpia*
*Jogam a volta em casa
»Sul-Americana
Ontem, a Conmebol sorteou os
caminhos das oitavas de final da
Sul-Americana. Classificados de
forma direta, São Paulo, Goiás,
Fortaleza e Bragatino esperam a
definição dos playoffs. O tricolor
enfrenta o vencedor do duelo
entre Independiente Medellín
e San Lorenzo. O esmeraldino
pega Barcelona de Guayaquil ou
Estudiantes. O Leão aguarda por
Libertad ou Tigre. Já o Massa
Bruta pode jogar com o América-
MG, caso o Coelho tire o Colo-
Colo. Na fase prévia, o Botafogo
precisa ganhar do Patronato
para duelar com o Guaraní-PAR.
Único brasileiro eliminado na
Libertadores, o Corinthians encara
o Newell’s Old Boys, mas precisa
ganhar antes do Universitário.
Quartas de final
Terça-feira
Bahia 1 x 1 Grêmio
Ontem
São Paulo 1 x 0 Palmeiras
América-MG 1 x 0 Corinthians
Flamengo 2 x 1 Athletico-PR
o Athletico-PR, o Corinthians fez
o oposto contra o América-MG,
na Arena Independência, em
Belo Horizonte. O time coman-
dado por Vanderlei Luxemburgo
teve mais uma atuação abaixo e
pouco criou para conquistar um
resultado positivo. O meio-cam-
pista Juninho marcou o único
gol da partida, aos 31 minutos.
Longe de oferecer perigo
à meta defendida por Mateus
Pasinato.O goleiro corintiano
Cássio ainda fez boas defesas
que evitaram prejuízo ainda
maior. O segundo ato do con-
fronto acontecerá em 15 de
julho, às 16h30, na Neo Química
Arena, em São Paulo.
UNITED
O Manchester United
também foi ao mercado.
Ontem, os Diabos
Vermelhos oficializaram a
contratação do meia Mason
Mount. O jogador de 24
anos estava no Chelsea e
firmou vínculo até junho
de 2028, com opção de
renovação por mais uma
temporada. Segundo a
imprensa inglesa, Mount
custou R$ 338 milhões.
24 • Esportes • Brasília, quinta-feira, 6 de julho de 2023 • Correio Braziliense

ESPORTES

COPA DO MUNDO Conheça o Resort Royal Pines, local escolhido pela CBF para abrigar a aclimatação da Seleção na Austrália

Brasil em QG de alto padrão Joilson Marconne/CBF

DANILO QUEIROZ
PAULO MARTINS*

E
m um cenário de prepara-
ção para a disputa de uma
Copa do Mundo, itens co-
mo o conforto e a tranqui-
lidade para aliviar o estresse são
pontos fundamentais no objeti-
vo de proporcionar a melhor aco-
modação possível para as atletas.
Com isso em mente, a Confede-
ração Brasileira de Futebol (CBF)
escolheu um resort quilométrico
e cheio de recursos para servir co-
mo base da Seleção Brasileira Fe-
minina durante a Copa do Mun-
do: o Resort Royal Pines, em Gold
Coast, na Austrália.
O local onde as 26 convocadas
da técnica Pia Sundhage — in-
cluindo as três suplentes — vão
realizar a primeira fase da pre-
paração em um dos países se-
de do Mundial (o outro é a Nova
Zelândia) é um verdadeiro pa-
raíso. Entretanto, além da ques-
tão paisagista, a base tupiniquim
alia itens essenciais para maxi-
mizar a preparação das jogado-
ras. O espaço de 100 hectares de
área conta com campo de fute-
bol com 110m x 70m de dimen-
são e luzes para treinamento no-
turno, academia de dois ambien-
tes, spa, quadras de tênis, pisci-
nas e campos de golfe. O restau-
rante tem vista panorâmica do
resort. O chef Eduardo Rezende é
o responsável pela alimentação.
Durante a passagem da Sele-
ção Brasileira, prevista para durar
até 18 de julho, seis dias antes da
estreia na Copa do Mundo contra
o Panamá, em Adelaide, o espaço
será exclusivo para a equipe. Cada
jogadora terá um quarto individual
com foco na privacidade. As aco-
modações ficam a poucos metros
do campo principal de treinos. Até
a imprensa ganhou uma tenda de
200m² para acompanhar o dia a dia
de atividades do grupo de atletas.
O quarto da delegação brasileira tem vista privilegiada do campo de treinos. Gramado tem 110m x 70m de dimensão e luzes para atividades noturnas
Para a delegação de 60 pessoas,
se sentir em casa na maior estrutu-
ra oferecida para um elenco femi-
nino em Copas do Mundo, a CBF
adesivou o local com escudos e di-
versos outros itens nas cores ver-
de e amarela. Na chegada à Aus-
trália, na terça-feira, a delegação
brasileira foi recebida com mimos.
Nos quartos, cada jogadora encon-
trou uma foto com familiares para
amenizar a saudade. Frases de in-
centivo também faziam parte do
kit de boas-vindas.
Adaptação
A principal meta da CBF na
escolha foi reunir, em um só lu-
gar, toda a estrutura de prepa-
ração necessária. O local, in-
clusive, é queridinho de outras
agremiações e tem know-how em
sediar períodos de preparação. As
seleções da Coreia do Sul, China
e Austrália já utilizaram o espaço.
Clubes como Manchester City e
Aston Villa adotaram o Royal Pi-
nes como base em passagens pa-
ra competições no país da Ocea-
nia. Porém, as facilidades logís-
ticas não foram os únicos atrati-
vos vistos pela Seleção Brasileira.
O clima em Gold Coast é se-
melhante ao de Brisbane, cida-
de escolhida como sede da dele-
gação verde-amarela durante a
primeira fase da Copa do Mun-
do, onde a equipe também terá
um hotel, o Best Western North
Lakes, e um centro de treina-
mento, o Moreton Bay Central
Sports Complex, exclusivos. Em
Royal Pines, serão 13 treinos,
Aponte a câmera do celular para o
QR Code e veja um tour no resort
da Seleção Brasileira
Numeração
1. Bárbara (goleira)
2. Antonia (lateral)
3. Kathellen (zagueira)
4. Rafaelle (zagueira)
5. Luana (meio-campista)
6. Tamires (lateral)
7. Andressa Alves (atacante)
8. Ana Vitoria (meio-campista)
9. Debinha (atacante)
10. Marta (atacante)
11. Adriana (meio-campista)
12. Letícia Izidoro (goleira)
13. Bruninha (lateral)
14. Lauren (zagueira)
15. Duda Sampaio (meio-campista)
16. Bia Zaneratto (atacante)
17. Ary Borges (meio-campista)
18. Geyse (atacante)
19. Mônica (zagueira)
20. Nycole (atacante)
21. Kerolin (meio-campista)
22. Camila (goleira)
23. Gabi Nunes (atacante)
incluindo os de ontem e hoje,
com foco na aclimatação para
as 13h a mais de fuso-horário
entre o Brasil e a Austrália. Tu-
do pensado fora de campo para
o time ter concentração exclusi-
va em trazer para casa a primei-
ra estrela do Mundial feminino.
*Estagiário sob a supervisão
de Danilo Queiroz

Emmanuel Dunand/AFP

TÊNIS FÓRMULA 1

Bia Haddad mira novo Temporada 2024 terá GPs nos

avanço em Wimbledon
VICTOR PARRINI
Beatriz Haddad Maia ensaia
surpreender no gramado de
Wimbledon. Ontem, a brasi-
leira a superou a cazaque Yulia
Putintseva por 2 sets a 1 (par-
ciais 3/6, 6/0 e 6/4) e avançou
à segunda fase do tradicional
Grand Slam de Londres.
“Não comecei da forma que
eu gostaria. Acabei cometendo
bastantes erros no primeiro set.
Mas, as paradas da chuva me
ajudaram a refletir, conversar
com o Rafa (técnico) e conseguir
melhorar minha mentalidade
durante o jogo”, avaliou Bia após
a vitória de ontem.
Sem tempo para baixar o rit-
mo, a paulista de 27 anos retor-
na à quadra hoje, a partir das
9h40, quando encara a romena
Jaqueline Cristian, número 133
do ranking. Bia Haddad chega
confiante para o duelo. O enre-
do da classificação renovou os
ânimos da brasileira. Além da
chuva, ela precisou buscar a
oitava vitória de virada apenas
neste ano.
Bia Haddad é a segunda
tenista que mais venceu parti-
das após sair em desvantagem
em 2023. Ela fica atrás somente
da russa Anastasia Potapova. Na
campanha história de semifinal
em Roland Garros, reagiu três
vezes, contra Ekaterina Alexan-
drova, Sarah Sorribes Tormo e
Ons Jabeur.
Quando a bola estiver em
jogo no tradicional gramado
londrino, a brasileira tenta-
rá afastar essa mania de “viver
perigosamente”. Dona do 13º
posto da Associação de Tênis
Feminina (WTA na sigla em
inglês), ela é favorita contra
Jaqueline Cristian.
Caso supere a romena, Bia
Haddad alcançará o melhor
resultado em Wimbledon da car-
reira. Ela disputou o Grand Slam
Histórico de lesões também desafia Bia Haddad no Grand Slam inglês
em outras três oportunidades Monteiro, não teve a mesma
e jamais rompeu a barreira da sorte que Bia Haddad. Ontem,
segunda fase. o cearense de 29 anos foi der-
rotado, de virada, na estreia
Thiago Monteiro pelo norte-americano Chris-
topher Eubanks. Ele deu adeus
O outro representante do após 3 sets a 1 em 2h49min de
Brasil em Wimbledon, Thiago partida.
sábados e etapas regionalizadas
A Fórmula 1 anunciou, ontem,
o calendário da temporada 2024,
com 24 corridas e, mais uma vez,
prometendo o retorno do GP da
China. As principais novidades,
contudo, são o agrupamento das
etapas por região e a realização
das duas primeiras corridas em
sábados, em respeito ao Ramadã.
O período religioso de jejum, ora-
ção e reflexão começa 10 de mar-
ço, um dia depois da etapa da Ará-
bia Saudita. Na semana anterior,
a temporada começa no Bahrein.
Assim, serão três corridas no
sábado, já que o GP de Las Vegas,
assim como neste ano, também
será disputado neste dia da sema-
na, por questões de fuso horário
para facilitar a transmissão tele-
visiva em países europeus. O GP
de São Paulo segue na tradicional
data de novembro.
Outras adaptações foram feitas
para facilitar a logística em deter-
minados momentos da tempora-
da, caso do GP do Japão, disputa-
do em abril, entre o GP da Austrá-
lia e o GP da China, cancelado nos
últimos quatro anos pelas dificul-
dades da pandemia. Além disso, o
Catar receberá a penúltima etapa,
antes do fim da temporada em
Abu Dhabi. Já o GP do Azerbaijão
passa de abril para setembro e
será seguido por Cingapura.
“Ao mudar o Japão para abril,
o Azerbaijão para setembro e o
Catar lado a lado com Abu Dha-
bi, este calendário cria um melhor
fluxo de corridas em certas
regiões, e esse trabalho continuará
sendo realista para o fato de que,
como um campeonato mundial,
com condições climáticas e con-
tratuais, haverá sempre necessi-
dade de deslocamentos que não
podem ser completamente regio-
nalizadas”, explicou a F-1.
“Queremos tornar o espetácu-
lo global mais eficiente em termos
de sustentabilidade ambiental e
mais gerenciável para a equipe iti-
nerante que dedica tanto do seu
tempo ao nosso esporte”, afirmou
o presidente da Federação Inter-
nacional de Automobilismo (FIA),
Mohammed Ben Sulayem.

Giro Esportivo
Lucas Rodrigues/Adef Renan Cacioli/CBDV Divulgação/Fiba Jeff Haynes/AFP Golden State Warriors/Twitter Carol Coelho/CBAt

Vitória no futsal
A Adef/Apcef ganhou mais uma
na Liga Feminina de Futsal (LFF).
Ontem, pela sexta rodada, o time
candangou venceu o Pato Futsal, por
4 x 0. Os gols foram marcados por
Popó, Maria (dois) e Letícia.
Goalball no DF
Na primeira rodada do Regional
Centro-Norte de Goalball, o Capital/
Cetefe foi goleado pelo Icemat-MT,
por 12 x 2. Hoje, o torneio terá mais 10
partidas na Associação Portuguesa
de Brasília, em Águas Claras.
Doping no basquete
O pivô Lucas Mariano, pré-convocado
para a Copa do Mundo de basquete,
foi suspenso provisoriamente por
doping. Ele foi incluído em uma
relação de atletas suspensos pelo
Controle de Dopagem.
Astro vira dúvida
Giannis Antetokounmpo, superastro
dos Milwaukee Bucks, da NBA,
passou por uma cirurgia no joelho
esquerdo que coloca em risco
sua participação com a Grécia no
Mundial da Fiba em agosto.
Gui Santos brilha
Ontem, o brasiliense Gui Santos
foi um dos destaques da vitória
do Golden State Warriors na NBA
Summer League contra o Charlotte
Hornets. Foram 18 pontos, cinco
rebotes e quatro assistências.
Troféu Brasil
Principal competição do país, o
Troféu Brasil de Atletismo começa,
hoje, em Cuiabá. A disputa terá
índices para o Mundial de 2023 e os
Jogos Olímpicos Paris-2024. A TV
Atletismo Brasil transmite.
 Brasília, quinta-feira, 6 de julho de 2023 — CORREIO BRAZILIENSE Diversão & Arte — 25

HORÓSCOPO www.quiroga.net // astrologia@oscarquiroga.net MÚSICA

Por oscar Quiroga
Data estelar: Lua Vazia das
10h43 até 14h34. tu sonhas e
desejas realizar teus sonhos
porque o universo, esse colosso
inteligente em que te movimentas
e experimentas ser, é capaz
de sonhar, conhecer, desejar,
ÁRIES
21/03 a 20/04
LEÃO
22/07 a 22/08
SAGITÁRIO
22/11 a 21/12 A química
Faça o que seja mais seguro hoje,
deixe de lado o espírito de aventura
por um tempinho, para se dedicar
ao que, mesmo não tendo muito
glamour, faz parte das
necessidades básicas, sem
Há ideias que são virtualmente
incomunicáveis, porque as pessoas
não saberiam como as interpretar, e
quando isso acontece é certo que as
interpretações e opiniões
seriam muito negativas,
o cenário apresenta toda a
complexidade que já existia, mas
que sua alma tentava desconsiderar.
agora é necessário você dar conta do
recado, e se dedicar a amarrar
cada uma das pontas
sonora sarah Leal
as quais tudo o mais já que as pessoas temem o que foram ficando » isaBELa BErrogain
degringola. desconhecido. soltas. Fantasia de

agir e ainda sintetizar todas as
dinâmicas numa unidade coerente
existencial, que por esses
acasos misteriosos da vida és
tu, ninguém mais, ninguém
menos que tu, mas também
todos teus semelhantes e
diferentes do reino humano,
porque é característico de
nossa humanidade sermos
experiências cósmicas
completas. Porém, somos
desastrados como bebês
tentando dirigir naves
sofisticadas, e literalmente
brincamos com fogo cósmico
ao sonhar, desejando realizar
e nos dedicando a isso durante
a breve, porém, intensa
existência. se ao universo,
ou ao divino, consagrarmos
nossos sonhos e realizações,
iremos também melhorando
muito nosso desempenho
entre o céu e a terra.
CRUZADAS
TOURO
21/04 a 20/05
Quando acontecem muitas coisas
ao mesmo tempo, o normal é a
alma ficar desconcertada. Porém,
dessa vez será diferente, há muito
dinamismo circulando através de sua
presença, e dará para fazer
muita mais coisa que
o normal.
GÊMEOS
21/05 a 20/06
É muito comum ficar na
linha de tiro e acabar com a
responsabilidade sobre suas costas
de assuntos com os quais sua alma
não tem nada a ver. Procure aceitar
esse eventualidade
e seguir em frente sem
problemas.
CÂNCER
21/06 a 21/07
tome a iniciativa de propor reuniões
que tenham em vista apaziguar os
ânimos e esclarecer tudo, porém, não
espere receptividade imediata à sua
proposta, mas vale a pena
insistir, para passar tudo em
pratos limpos.
VIRGEM
23/08 a 22/09
circulam propostas e ideias através
dos relacionamentos sociais,
portanto, é melhor você sair da toca
e se expor um pouco mais do que o
habitual, porque com
a alma escondida em
casa nada disso poderá
ser vivido.
LIBRA
23/09 a 22/10
aquilo que vinha sendo tão difícil que
parecia impossível, neste momento
apresenta seu lado simples e sua
alma se torna capaz de fazer
algo útil a respeito. o tempo
mostra seu lado amigo, uma
oportunidade
irrecusável.
ESCORPIÃO
23/10 a 21/11
Valorize as pessoas com que você se
relaciona, mesmo que os conflitos
tenham tomado conta do cenário
do relacionamento e pareça nada
haver para valorizar. os conflitos
também precisam ser valorizados,
são relacionamento.
CAPRICÓRNIO
22/12 a 20/01
Por mais que as pessoas tentem
tomar distância umas das outras e se
convencerem de que cada uma delas
há de cuidar exclusivamente de seu
mundo, continuará havendo
muito mais em comum
entre elas do que elas
desejariam.
AQUÁRIO
21/01 a 19/02
diante das inúmeras tarefas que
se apresentam, o melhor a fazer é
sua alma se munir de boa vontade,
porque sem ela tudo seria difícil,
inclusive as coisas simples
que, com boa vontade,
sua alma tiraria
de letra.
PEIXES
20/02 a 20/03
sua percepção do que está errado
é, também, uma responsabilidade
que recai sobre suas costas, a de
fazer alguma coisa para consertar
os erros, mesmo que sua alma não
tenha sido a protagonista da
história equivocada.
c
omposto por Luiz
Gabriel Lopes, Mar-
celo Tofani, Maria-
na Cavanellas e Ma-
rina Sena, Rosa Neon foi
um dos principais fenôme-
nos da música mineira nos
últimos tempos. Criado em
2018, o grupo acumula mi-
lhões de reproduções nas
plataformas digitais, passa-
gens pelas principais capi-
tais do país e até mesmo in-
dicações a prêmios. No en-
tanto, na mesma intensida-
de em que atingiu o sucesso
nacional, a banda anunciou
o fim em 2021, com menos
de três anos de atividade. O
encerramento das ativida-
des do Rosa Neon, contudo,
não foi de todo ruim — deu
início a carreiras solo pro-
missoras, como a de Marina. Agora, é a
vez de mais um integrante da banda con-
quistar o Brasil: Marcelo Tofani.
Em Fantasia de um amor perfeito,
primeiro álbum do cantor como so-
lista, o mineiro mostra-se pronto pa-
ra dividir com o público um lado não
explorado no grupo. “Acho que o disco
mostra a minha versatilidade e uma di-
versidade ainda maior de ritmos, que
é um dos meus maiores prazeres na
música: misturar sonoridades que, à
primeira vista, são diferentes”, ava-
lia. Assim como no Rosa Neon, a es-
treia de Tofani como artista solo be-
be direto da fonte da música pop,
sem deixar de lado referências dos
demais gêneros. “Acredito muito que
o pop é uma esponja que absorve vá-
rios ritmos e expressa-os eles na sua
própria linguagem, tipo um liquidifi-
cador maluco mesmo”, ri.
Ao ouvir o projeto com atenção, é
possível encontrar traços do disco mu-
sic, passando pelo reggaeton, funk, so-
frência, pisadinha e afrobeat, além de to-
ques do R&B e trap. O artista de 25 anos
de idade considera a variedade de in-
fluências musicais um fruto de sua ge-
ração. “Depois da internet, é comum vo-
cê ver a mesma pessoa gostar de Pabllo
um amor
perfeito é
o álbum de
estreia de
Marcelo
Tofani
Vittar e Racionais, sabe? Antigamente,
isso era mais difícil, quem era roqueiro,
por exemplo, era meio que socialmente
obrigado a gostar só de rock e ai dele se
ouvisse um pagodinho”, brinca. “Acho
que, hoje, isso está mais diluído”, opina.
Apesar das referências encontradas
por todo Brasil e pelo mundo, Marcelo
ainda se prende às raízes do estado natal.
“A belorizontice aparece não só na forma
que eu escrevo, mas musicalmente tam-
bém. Acho Belo Horizonte um dos luga-
res mais interessantes artisticamente fa-
lando no Brasil hoje”, declara.
Acompanhando o mix de referências
musicais, a lírica é outro destaque do disco.
Fantasia de um amor perfeito conta uma
história romântica, que vai desde o êxta-
se inicial de um relacionamento à dor de
cotovelo. “Eu gosto muito de narrativas, de
contar histórias nas minhas músicas. No
disco, como é um trabalho mais longo,
eu tive a possibilidade de fazer com que
não só as músicas contassem algo entre
si, mas que o todo contasse uma histó-
ria, de cabo a rabo. Tem muitas das mi-
nhas experiências ali”, relata. “Eu queria
contar essa história e como a gente está o
tempo inteiro idealizando as pessoas que
a gente se relaciona, uma coisa meio“o nos-
so amor a gente inventa”, finaliza.

TANTAS Palavras
Por JosÉ carLos ViEira

DE REPENTE, OS IPÊS
Se de repente o medo te apavora,
e a treva, de repente, encobre o dia,
olha pro alto e verás, que de repente,
existe uma esperança e nem tudo está perdido
pois os ipês, de repente, estão floridos

Se o amor, de repente, se acabou,

e tudo é dor e pranto, e nada faz sentido,
espera, olha pro alto e acredita:
nem tudo está perdido
pois de repente, os ipês estão floridos

Paulo José Cunha

Esta sEção circuLa dE tErça a sáBado/ cartas: sig, Quadra 2, LotE 340 / cEP 70.610-901

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Diversão&Arte
Editor: José Carlos Vieira
josecarlos.df@dabr.com.br
CORREIO BRAZILIENSE
Brasília, quinta-feira, 6 de julho de 2023

ESTREIA NA PARAMOUNT+
A SÉRIE MARCELO, MARMELO,
MARTELO, ADAPTAÇÃO DO LIVRO
CLÁSSICO DA LITERATURA INFANTIL
DA ESCRITORA RUTH ROCHA

ação
nt /Divulg
Enzo Rosett
i
como Marc
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na série
Marcelo,
Marmelo,

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Martelo da

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Paramount+
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Fotos: Piv

» PEDRO IBARRA mostra que é preciso de bola. Só isso que eu que- zo entende a magnitude de in- Qual o sentimento
ter respeito, passa uma ria, passar meu lado bom de terpretar Marcelo, um perso- de assistir a os

E
m todo Brasil, lei-
tores têm uma re-
cordação em co-
mum do período
de alfabetização: os li-
vros de Ruth Rocha. A au-
tora marcou a infância de mui-
tas pessoas com as histórias
inventivas, rebeldes e educati-
vas que apenas ela sabia escre-
ver. Em 1976, a escritora lançou
um dos trabalhos mais cultua-
dos da carreira, o livro infantil
Marcelo, Marmelo, Martelo, que
teve 70 edições e vendeu mais
de 20 milhões de exemplares.
A obra ficou tão popular que
em 2023, quase 50 anos depois,
ganha uma versão audiovisual,
uma série na Paramount+.
O seriado de 13 episódios
estreia no próximo sábado na
plataforma e promete retra-
tar com fidelidade a narrati-
va que conquistou gerações
de crianças em todo o Bra-
sil. Marcelo, Marmelo, Mar-
telo conta a história de Mar-
celo (Enzo Rosetti), um me-
nino diferente, que inventa
palavras e acaba carregando
os amigos Catapimba (Davi
Martins), Teresinha (Rihan-
na Barbosa) e Gabriela (Lara
Capuzzo) para uma aventura
no bairro do Caramelo. Juntos
eles usam a criatividade para
mudar o mundo. “O Marce-
lo é uma pessoa diferen-
te com essa história de
inventar palavras, mas
o Catapimba, a Terezi-
nha e a Gabriela acei-
tam isso e começam até
a entender o que ele fala
para entrar na brincadei-
ra”, explica Enzo Roset-
ti, ator que por vezes
parece o Marcelo re-
tirado diretamen-
te das páginas do
livro. “Essa série
mensagem de igualdade
e uma produção que quer
que todo mundo seja en-
tendido”, completa.
O menino de 13 anos leu
os livros a ponto de pensar
como o personagem pensa-
ria. Leu e releu os livros para
fazer em cena o que o Marce-
lo faria. Porém, secretamen-
te, sempre soube que o papel
era feito para ele. “Quando
fui fazer o teste sempre sou-
be que tinha uma ligação com
o Marcelo. Por exemplo, sem-
pre gostei de inventar pala-
vras e nomes”, lembra Roset-
ti. O fato, contudo, não alte-
rou a dedicação que teve pa-
ra o menino famoso da litera-
tura. “Eu gostei muito de fazer
esse trabalho. A gente se de-
dicou muito, deixei todos os
textos na ponta da língua, não
parava de ler até ter tudo de-
coradinho”, conta. Enzo
disse que só adiciona-
ria um fator ao per-
sonagem: “Não é
querendo falar na-
da, mas o Marcelo
é meio ruim no fu-
tebol e eu sou bom
bola para o Marcelo”.
A relação do ator com os li-
vros mudou, mas já existia an-
tes mesmo dele passar para o
papel. “A minha experiência
foi incrível, sempre gostei des-
se livro, fiz até prova na escola
sobre ele”, recorda o intérpre-
te. Para ele, o mais importante
foi poder personificar o nome
de Ruth Rocha, que antes era
apenas uma sucessão de letras
em capas de livros da bibliote-
ca da escola. “Quando eu fiz o
teste e me perguntaram porque
eu queria o papel eu respondi:
‘porque quero conhecer a Ruth
Rocha, a Ruth Rocha é muito da
hora’”, afirma o ator que disse
ter ficado “em choque” quan-
do a conheceu. “Caraca! Tirei
uma foto com a Ruth Rocha. A
Ruth Rocha na minha frente,
o que que é isso!”, exalta.
Apesar da
pouca
idade,
En-
nagem amado por pessoas de personagens que
diferentes idades e contextos. a senhora criou
“Foi uma honra, muito empol- ganhando vida
gante interpretar um persona- nas telas?
gem principal de um livro que É muito divertido
a Ruth Rocha escreveu e ainda ver nossos persona-
mais que é uma história nos- gens “ao vivo”. É uma
tálgica para muita gente”, ava- nova maneira de eles
lia o ator, que já fantasia com o se expressarem.
público o assistindo nesta es-
treia. “Uma pessoa que leu as Histórias como
primeiras edições do livro vai Marcelo, Marmelo,
ver a série e sou eu quem ela Martelo foram usadas
vai assistir lá na tela, sou o per- para alfabetizar
sonagem que ela leu. É incrível, gerações de crianças
uma honra, um peso enorme e brasileiras e até hoje
uma responsabilidade minha”. são relevantes, essa
Contudo, ninguém falaria
série é prova disso.
da série melhor que a criadora
Como a senhora
da história. Ao Correio, Ruth
Ruth Rocha e os percebe o impacto
Rocha descreve a emoção de
atores mirins que suas palavras
ver estes personagens ganhan-
de Marcelo, tiveram no país?
do vida e o impac-
Martelo, É importante pen-
to que os tra-
Marmelo sar que a minha obra
balhos de-
la e a leitu- tenha tido influên-
ra têm para cia sobre milhões de
gerações crianças. É vertiginoso!
de brasi-
leiros. O mundo mudou
muito e hoje são
muitas opções
educativas para
crianças, TV e
streaming por
exemplo. O que há de
enriquecedor e único
na leitura? Por que
ainda é importante
que as crianças
leiam livros?
O cérebro humano
é muito rico. Cada for-
ma de comunicação
tem uma manei-
ra diferente de in-
fluência sobre ca-
da um. Eu, grande
leitora que sou,
acredito muito
na leitura.
   
  





 
  
 

  
 


 

 

 
  
   

   
 
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