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CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – PUBLICIDADE E PROPAGANDA

Influência das Mídias Tradicionais x Mídias Sociais na Campanha Eleitoral de


2018

Dourlei Joel Lanser¹


Sandro Waltrich²
Universidade Metropolitana de Blumenau (FAMEBLU), Blumenau, SC

RESUMO

Este artigo tem como objetivo realizar uma análise da campanha eleitoral de 2018,
verificando a relação de influência das mídias sociais e das mídias tradicionais no que diz
respeito ao eleitorado e impacto de divulgação de cada candidato. Além de mostrar em
um aspecto cronológico a evolução das campanhas eleitorais no Brasil, afim de
compreender e analisar o presente cenário das campanhas eleitorais no Brasil.

PALAVRAS-CHAVES: Mídias Tradicionais; Mídias Sociais; Campanha Eleitoral

1 INTRODUÇÃO

As eleições são um direito conquistado pelo povo para a escolha de seus


representantes frente ao movimento político, diante disto, os candidatos utilizam das
várias plataformas de comunicação para disseminar suas ideias, ideais e propostas. Dentre
essas plataformas podemos destacar as duas principais modalidades: mídias tradicionais
e mídias sociais. As mídias tradicionais sempre tiveram papel relevante nas eleições
passadas, principalmente após o período da redemocratização, em meados dos anos
oitenta. Porém, com a crescente evolução tecnológica e poder de penetração das mídias
sociais, e a consolidação das redes sociais, trazemos a seguinte questão: qual mídia terá
maior influência sobre os eleitores na escolha do candidato no pleito eleitoral de 2018?
Para respondermos esta questão iremos verificar a influência das mídias
tradicionais e das mídias sociais, fazendo uma breve retrospecto sobre as campanhas
eleitorais. Será demonstrado o processo de evolução da propaganda política no Brasil até
a campanha eleitoral atual.
Em um segundo momento, observaremos as dificuldades dos dois principais
candidatos presidenciáveis ao pleito eleitoral de 2018, examinando o tempo oferecido
pelo TSE nas mídias tradicionais, verificar o investimento de cada candidato em sua

_____________________________________________________________________________________
¹Acadêmico curso de Comunicação Social – Publicidade e Propaganda da Uniasselvi – Blumenau/SC, e-
mail: dourlei11@hotmail.com
²Orientador e Docente no curso de Comunicação Social – Uniasselvi, e-mail: sandro.waltrich@gmail.com

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campanha, para que assim possamos concluir qual a mídia mais viável economicamente
e qual mídia oferece maior influência do candidato perante seus eleitores.

2 O REGIME DEMOCRÁTICO NO BRASIL

O primeiro passo do regime democrático no Brasil surgiu no ano de 1894 após a


saída de Floriano Peixoto da presidência do governo provisório, Prudente José de Moraes
Barros, foi o primeiro presidente a reger a república por voto popular. “ O advogado
Prudente de Morais torna-se o primeiro presidente do Brasil eleito por eleições diretas e
pelo voto popular”. (NEGRINI, 2014, p.325)

Getúlio Vargas chegou ao poder com a revolução de 1930 e logo se tornou um


ditador do país, permanecendo no poder até 1945 quando foi deposto e já nas próximas
eleições democráticas foi eleito Eurico Gaspar Dutra, após a era Vargas foi o primeiro
presidente a ser eleito democraticamente.

Já em 1964 marca novamente o fim da democracia e começo da ditadura militar


com o presidente Humberto Castelo Branco, tendo o fim da ditadura em 1985, sendo
Tancredo Neves eleito indiretamente pelo colégio eleitoral. Em 1990 foi eleito novamente
um presidente democraticamente, segundo Costa (2013 p. 13) “Fernando Collor de Mello
foi o primeiro presidente eleito depois da ditadura militar”.

3 CAMPANHA POLITICA NO BRASIL

O ano de 1889 marca o fim da monarquia no Brasil e o começo da Republica no


Brasil, o presidente foi Marechal Deodoro da Fonseca não foi eleito democraticamente,
ele foi escolhido como presidente do país pelos revolucionários. O papel desse governo
era preparar as principais leis que regeriam o país.

O primeiro presidente eleito diretamente pelo brasileiro foi Prudente José de


Moraes Barros, e que também foi o primeiro presidenciável a fazer utilização de
propaganda. Segundo site O ANTAGONISTA (2017) “O paulista Prudente de Morais é
considerado precursor nessa área. Para se promover, já desde 1864, valia-se de cartas, de
articulação com jornais e de comícios em lombo de burro ou carroças”.

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Durante todo o período inicial da república, o meio mais importante para se falar
de política no Brasil foi o Jornal. Só em 1922 com o início das transições por rádio,
começaram-se as entrevistas e debates entre os candidatos. O primeiro jingle utilizado foi
por Júlio Prestes em 1929. Já com os militares no poder ficou permitida a veiculação de
nome e o número do candidato na televisão. Com a redemocratização em 1984, foi que a
televisão ganhou grande importância como veiculador de campanhas.

“Nas eleições de 2006 a internet influenciou o comportamento dos candidatos


e começou a se consagrar como um mecanismo político-eleitoral[...]Na
véspera do primeiro turno, a participação de internautas em blogs políticos
chegou a 2,5 milhões de audiências diárias; na plataforma digital YouTube,
vídeos contra os presidenciáveis tiveram índices espetaculares de
visualização”. (G1, 2016)

4 MARKETING

Para Kotler e Keller (2006, p.4) “O marketing envolve a identificação e a


satisfação das necessidades humanas e sociais, ou seja, ele supre as necessidades
lucrativamente.”

“O marketing preocupa-se em satisfazer e em criar necessidade e desejos do


cliente (mercado). Está é uma teoria clássica; um lugar comum, considerado
até mesmo clichê, mas curiosamente é a teoria que melhor define o conceito
de marketing através de sua própria história”. (TAVARES,2003. p.59)

5 MARKETING POLÍTICO - INFLUÊNCIA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO

Os meios tradicionais têm números expressivos no mundo todo.

“A mídia tradicional compreende mais de 1.500 emissoras de televisão, 9 mil


emissoras comerciais de rádio, 11 mil sistemas de transmissão a cabo, 1.600
jornais diários e 7.500 semanais, bem como mais de 12 mil títulos de revista.
Esses meios incluem formatos cujos públicos-alvo estão ficando cada vez mais
estreitos e orientados a interesses culturais ou sociais particulares, tais como
leitores afro-americanos, hispânicos ou gays”. (JONES, 2003, p.111)

A televisão por muitos anos foi considerada o meio de maior importância


nacional, por conseguir difundir a mensagem para todo o país diferentemente do rádio e
dos meios impressos, que por sua vez tendem a ser difundido de forma regional.

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Sua importância foi maior à medida que se colocou como único meio de
comunicação verdadeiramente nacional, enquanto o rádio adquiria
características locais e a imprensa, regionais. Sua posição privilegiada é que
lhe dá ao final dos anos 70, mais da metade das inversões publicitarias em todo
o Brasil. Em 1950 sua participação era de um por cento; em 1960, de 24%;
1970, 38%; em 1979 pouco mais de 50 %”. (CAPERELLI, 1986 p. 12)

Os meios de comunicação no período eleitoral têm a força construir a imagem de


um candidato ou até mesmo desmoralizar sua imagem perante o eleitor.

“No caso dos períodos que antecedem as eleições a cobertura feita pelos meios
de comunicação potencialmente tem influência na construção de imagens
públicas para os candidatos – e são essas imagens que efetivamente tem valor
eleitoral, mais do que na vida real dos agentes do mundo político”.
(COUTINHO; LEAL 2009, p.228)

Nessa disputa pelo pleito eleitoral os meios tendem a influenciar na candidatura


fazendo apoio, mesmo que de forma indireta

“Nesse jogo de interesses, os meios de comunicação tendem a uma preferência


por um ou outro candidato. A confissão de parcialidade na cobertura das
eleições não é algo comum entre os meios de comunicação brasileiros, mas em
países como os Estados Unidos é normal o veículo assumir explicitamente a
preferência por determinada candidatura em seus editoriais. No caso brasileiro,
para verificar quais são essas preferências políticas de um veículo, é preciso ir
além: é necessário apontar em suas coberturas, recorrências de
enquadramentos noticiosos – e quanto mais isso é feito sob perspectiva história
de longo prazo, maior a chance de que se desnudem as relações entre os
veículos e determinadas forças políticas”. (COUTINHO; LEAL 2009, P.230)

6 POLITICA NA ERA DA INTERNET

A internet abre espaços para os candidatos políticos exporem suas ideias e


trabalhar o poder de persuasão sobre seus eleitores, havendo a possibilidade de respostas
e compartilhamento de ideias e de conteúdo. Os candidatos precisam de um engajamento
elevado em suas campanhas, pois esse é um ambiente interativo.

“O marketing político na internet exige muito mais do que declarações, ele


exige engajamento. Quando se leva a campanha política para web, leva-se todo
um trabalho de convencimento para um ambiente bidirecional e altamente
interativo. Essa é a grande diferença do marketing político digital. Ao contrário
das ferramentas de marketing eleitoral do ambiente físico o marketing eleitoral
na internet possibilita a interação dos usuários, o que faz toda diferença. Os
eleitores têm na web, a possibilidade de dialogar com os candidatos e por isso
as campanhas precisam focar no engajamento. Não se pode usar a internet
como palanque eleitoral com um conteúdo unicamente declaratório e não
sujeito a argumentação. A interatividade é a ferramenta chave do marketing
político digital (ACADEMIA DO MARKETING, 2018).

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A vitória do candidato democrata Barack Obama, em 2008, marcou a relevância


da internet na campanha eleitoral, mas como os próprios organizadores da campanha
eleitoral do candidato enfatizam, ela serviu como uma rede para buscar os eleitores, para
que assim buscassem maior informação.

“Após a surpreendente vitória de Obama nas eleições presidências americanas


de 2008, muitos jornalistas chamaram a atenção para a importância da internet
nessa campanha histórica, atribuindo ao seu “marketing viral” o diferencial
para o sucesso do seu projeto eleitoral. Há muito exagero nessa avaliação. Os
próprios responsáveis pela estratégia de Obama reconhecem que a internet
serviu como um canalizador da mobilização que como seu causador. A
internet, para produzir seus efeitos esperados deve ser utilizada junto com
outros recursos. Por melhor que seja a parafernália virtual, ela jamais
substituirá uma boa organização de campanha, uma equipe competente e
motivada, uma forte mobilização e um candidato preparado. A internet não é
a panaceia que vai fazê-lo vencer as eleições sem sair da frente do PC”.
(MONTEIRO; TADEU 2018, p. 207)

Além de ser de fácil acesso tanto para o candidato como para o eleitor, a internet
é uma ferramenta fácil e simples de ser usada e não têm um valor tão alto para ser usada
em uma campanha, podendo ser direcionada a um público especifico havendo
repercussão simultânea mente com os eleitores.

“A internet já é, nos dias de hoje, uma ferramenta indispensável a toda


campanha. Mais, ela é extremamente simples de usar e está ao alcance de
qualquer candidato (a). Além do baixo custo e da grande penetração, as redes
sociais dão grande agilidade à coordenação da campanha, pois permite
comunicar rapidamente centenas (ou até milhares) de pessoas eventos, fatos,
declarações, resultados de pesquisa de interesse da candidatura. Em um projeto
de “tiro curto” como esse, a capacidade de divulgar mensagens com grande
velocidade em várias direções é um enorme diferencial. (MONTEIRO;
TADEU. 2018 p. 207)

7 O PAPEL DAS REDES SOCIAIS

Os assuntos repercutidos nos mídias sociais e na internet, tomam características


significativas no mundo real, moldando e influenciando ideias na sociedade.

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“Vivemos em um momento histórico em que o mundo virtual tem um peso


cada vez mais significativo no mundo real. O primeiro não apenas repercute
no segundo; ele o influencia. Em alguns casos, até o molda! Mais do que
nunca, portanto, precisamos desenvolver, proteger, monitorar e renovar
constantemente nossa reputação. Indivíduos plugados, com todas essas novas
tecnologias ao seu dispor, são capazes de colocar uma reputação em xeque da
noite pro dia. E é nesse território que se travará a grande batalha do
marketing; é onde se saberá quem estará na liderança e quem ficará para
trás.” (HUNT, 2010 p. 14)

Para ROCHA (2018) “A maior vantagem em campanhas nas redes sociais é a


segmentação de público. Utilizando o Facebook Ads, por exemplo (links patrocinados
do facebook), é possível definir um target e comunicar diretamente com pessoas que
gostem de páginas e assuntos relativos aos serviços e produtos que pretende divulgar. ”

O papel das mídias sociais em uma campanha eleitoral, é ganhar whuffie (“moeda”
baseada em reputação). Para HUNT (2010, p.52) “A campanha de Barack Obama ganhou
o whuffie que levou a vencer a eleição porque ela ouviu os eleitores, se envolveu com a
comunidade, ofereceu uma mensagem convincente e envolvente, abraçou o caos e
manteve seu foco no propósito mais elevado.”

A campanha de Obama ganhou whuffie necessário, pois as redes sociais permitem


que seus usuários expressem suas opiniões, e até mesmo interajam com a página do
candidato, dessa forma permitindo um maior engajamento do candidato com seus
eleitores, permitindo a análise de como abordar e os temas a serem abordados na
campanha.

“As pessoas que eram antes meros receptores passivos de informação hoje
estão se tornando – ou já se tornaram – formadores de opiniões, utilizando
plataformas como blogs, perfis no Twitter, ou simplesmente interagindo em
páginas de empresas, marcas, políticos e artistas por exemplo”. (ROCHA,
2018)

8 A CAMPANHA ELEITORAL DE 2018 NO BRASIL

A campanha eleitoral de 2018 contou com 13 candidatos concorrendo a


presidência da República. Segundo Odilla da BBC (2018) “A eleição presidencial de 2018
terá o maior número de candidatos desde a disputa de 1989 – a primeira desde a
redemocratização do país[...]. [...] No pleito de 89, foram 22 candidatos”.

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Quadro 1: Candidatos ao pleito

Candidato IDADE Partido Candidaturas a Presidência


Jair Bolsonaro 63 PSL 1ª
Fernando Haddad 55 PT 1ª
Ciro Gomes 60 PDT 3ª
Geraldo Alckmin 65 PSDB 2ª
Marina Silva 60 REDE 3ª
Alvaro Dias 73 PODEMOS 1ª
Henrique
Meirelles 72 MDB 1ª
João Amoedo 55 NOVO 1ª
Guilherme Boulos 36 PSOL 1ª
José Maria
Eymael 79 DC 5ª
Cabo Daciolo 42 PATRIOTA 1ª
João Goulart Filho 61 PPL 1ª
Vera Lucia 51 PSTU 1ª

Fonte: O autor (2018)

9 1º TURNO DO PLEITO

A campanha eleitoral na televisão e rádio é dividida de acordo com a


representatividade das bancadas da Câmara que compõe o partido e a coligação de cada
candidato, o mesmo critério se aplica nas inserções de cada candidato nos meios.

“A divisão do tempo de televisão e rádio é feito de acordo com o tamanho das


bancadas na Câmara dos partidos que compõe a coligação de cada candidato.
O candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, por exemplo, ficou com cerca de
metade do horário eleitoral (cinco minutos e 32 segundos em cada bloco
diário), por integrar uma união de nove partidos”. (PONTES, 2018)

No quadro 2 a seguir, pode se verificar o tempo de cada candidato no horário de


propaganda obrigatório e a quantidade de inserções de cada candidato durante a
programação das redes.

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Quadro 2: Tempo e Inserção do candidato


Candidato Partido Tempo no horário politico Inserções durante campanha
Jair Bolsonaro PSL 8 segundos 11
Fernando Haddad PT 2 minutos e 23 segundos 189
Ciro Gomes PDT 38 segundos 51
Geraldo Alckmin PSDB 5 minutos e 32 segundos 434
Marina Silva REDE 21 segundos 29
Alvaro Dias PODEMOS 40 segundos 53
Henrique Meirelles MDB 55 segundos 151
João Amoedo NOVO 5 segundos 8
Guilherme Boulos PSOL 13 segundos 17
José Maria Eymael DC 8 segundos 12
Cabo Daciolo PATRIOTA 8 segundos 11
João Goulart Filho PPL 5 segundos 7
Vera Lucia PSTU 5 segundos 7
Fonte: O autor (2018)

Candidatos como Jair Bolsonaro e João Amoedo, por não ter um tempo muito
grande nas mídias tradicionais investiram suas campanhas nas mídias sociais.

“O número de seguidores do candidato do PSL ao Palácio do Planalto, Jair


Bolsonaro, em redes sociais cresceu 41% desde janeiro. Ele alcança atualmente
9,5 milhões no Facebook, Twitter, Instagram e Youtube. É seguido por Lula
(4,6 milhões), Marina Silva (4,2 milhões) e João Amoêdo (2,5 milhões). Aliás,
o candidato do Novo é aquele que teve a maior variação no número de
seguidores: 309%”. (RAMOS 2018)

As notícias mais relevantes que estavam presentes tanto nas mídias tradicionais
como nas mídias socais foram: no dia 6 de setembro Jair Bolsonaro, levou uma facada na
região do abdômen em Juiz de fora. Em 1º de setembro os ministros do TSE rejeitam a
candidatura de Luiz Inácio, com base na lei da ficha limpa e é substituído por Fernando
Haddad na corrida presidencial. #Elenão um movimento que começou nas redes sociais
chamando as pessoas para protestar contra Jair Bolsonaro em 29 de setembro, em
respostas os apoiadores do Bolsonaro criaram o #Elesim que também foram as ruas
demostrar o apoio ao candidato. E por fim o candidato Jair Bolsonaro não pode
comparecer a debates nos meios tradicionais, por atestado médico referente a facada em
seu abdômen em 6 de setembro.

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Entre as notícias e propostas dos candidatos levaram ao seguinte resultado da


apuração das urnas no 1º turno:

Quadro 3: Votos válidos


VOTOS PORCENTAGEM DE
Candidato Partido VALIDOS VOTOS
Jair Bolsonaro PSL 49276990 46,03%
Fernando Haddad PT 31342005 29,28%
Ciro Gomes PDT 13344366 12,47%
Geraldo Alckmin PSDB 5096349 4,76%
João Amoêdo NOVO 2679744 2,50%
Cabo Daciolo PATRIA 1348323 1,26%
Henrique Meirelles MDB 1288948 1,20%
Marina Silva REDE 1069577 1%
Alvaro Dias PODEMOS 859601 0,80%
Guilherme Boulos PSOL 617122 0,58%
Vera Lucia PSTU 55762 0,05%
José Maria Eymael DC 41710 0,04%
João Goulart Filho PPL 30176 0,03%
Brancos 3106936 2,65%
Nulos 7206205 6,14%
Absteções 29941265 20,33%
Fonte: O autor (2018)

10 PSL

O partido PSL chegou ao segundo turno com Jair Bolsonaro a frente na campanha
eleitoral com a apuração das urnas. Essa é a segunda vez que o partido tenta eleger alguém
a presidência do país.
Segundo o próprio site do Partido Social Liberal (2018) “[...] (PSL) foi fundado
em 30 de outubro de 1994 e teve seu registro definitivo obtido em 2 de junho de 1998,
sob a presidência de Luciano Bivar. Hoje o presidente em exercício é Gustavo Bebianno,
que tem como Vice Julian Lemos”.

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11 PT

O partido tentou chegar à presidência do país com Fernando Haddad, após a


candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva ser impugnada pelo TSE, com base na lei da
Ficha Limpa.

O PT Surgiu como agente promotor de mudança na vida dos trabalhadores da


cidade e do campo, militantes de esquerda, intelectuais e artistas. Foi
oficializado o partido político em 10 de fevereiro de 1980, pelo Tribunal
Superior da Justiça eleitoral. O Partido do Trabalhador chegou 8 vezes a
presidência da república com Luiz Inácio em 2002 indo para a reeleição em
2006, com Dilma Rousseff em 2010 e sendo reeleita em 2016. (PT, 2018)

11 O CANDIDATO JAIR BOLSONARO

Com 63 anos Jair Messias Bolsonaro tenta chegar à presidência pela primeira vez,
com apenas 8 segundos no horário político obrigatório nas mídias tradicionais, tendo
como base campanhas bem sucedidas nas mídias sociais como de Barack Obama e
Donald Trump.
“Nascido em Campinas, Jair Bolsonaro é um militar da reserva e deputado
federal. Está em seu sétimo mandato na Câmara dos Deputado, eleito pelo
Partido Progressista. Foi o deputado mais votado do Estado do Rio de Janeiro
nas eleições gerais de 2014, com 464.565 votos. Nesta sessão legislativa,
Bolsonaro é titular da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional
e Suplente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime
Organizado, além de tem sido membro atuante, em outras sessões, da
Comissão de Direitos Humanos e Minorias”. (JAIR BOLSONARO, 2018).

12 O CANDIDATO FERNANDO HADDAD

Com 55 anos, Fernando Haddad chega como candidato a presidência pela primeira
vez, com um tempo de 2 minutos e 23 segundos na mídia tradicional, fazendo com que
sua campanha alcance regiões do Brasil em que o acesso à internet ainda não é de
qualidade.

“Fernando Haddad (São Paulo, 25 de Janeiro de 1963) formou-se bacharel em


Direito na Universidade de São Paulo (USP) em 1985 e se especializou em
Direito Civil. Mestre em Economia e doutor em Filosofia também pela USP,
Haddad foi professor de Teoria Política Contemporânea da universidade”. (IG,
2018).

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13 2º TURNO DO PLEITO

No segundo turno ambos os candidatos têm o mesmo tempo para defender suas
ideias e conseguir conquistar o voto dos eleitores. Segundo G1 (2018) “ Os candidatos a
presidente terão 5 minutos cada um para divulgar suas propostas.

Figura 1: Momentos Marcantes


Fonte: Correio Braziliense

Ao fim do segundo turno com todos os atos da campanha realizados e as urnas


apuradas o resultado segue na quadro abaixo:

Quadro 4: Resultado segundo turno


VOTOS PORCENTAGEM DE
Candidato Partido VALIDOS VOTOS
Jair Bolsonaro PSL 57797847 55,13%
Fernando Haddad PT 47040906 44,87%
Brancos 2486593 2,14%
Nulos 8608105 7,43%
Absteções 31371704 21,30%
Fonte: O autor (2018)

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13 GASTOS COM CAMPANHA

Para a campanha eleitoral de 2018 o TSE tem a lei n°13.448 de 6 de outubro de


2017 que apresenta o valor total que o candidato a presidência poderá gastar em sua
campanha.
“O cargo da Presidência da República possui limite de gastos de campanha
até R$ 70 milhões para o primeiro turno das eleições. Na hipótese de
ocorrência de segundo turno, o limite de gastos para a campanha deve ser
acrescido em mais R$ 35 milhões”. (TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL,
2018).

Com base nessa lei, na tabela abaixo está apresentado os valores gastos pelos
candidatos durante o primeiro turno, e no caso de Fernando Haddad e Jair Bolsonaro os
valores apresentados corresponder ao primeiro e segundo turno de campanha.

Quadro 5: Valor gasto em campanha


Valor gasto na
Candidato Partido campanha
Henrique Meirelles MDB 44,2 milhões
Fernando Haddad PT 39,2 milhões
Geraldo Alckmin PSDB 31,5 milhões
Ciro Gomez PDT 8,3 milhões
Alvaro Dias PODEMOS 5,5 milhões
Marina Silva REDE 3,5 milhões
Guilherme Boulos PSOL 3,4 milhões
Jair Bolsonaro PSL 2,8 milhões
João Amoedo NOVO 887 mil
Vera Lucia PSTU 248 mil
José Maria Eymael DC 215 mil
João Goulart Filho PPL 137 mil
Cabo Daciolo PATRIOTA 738 reais
Fonte: O autor (2018)

14 ANÁLISE DAS UTILIZAÇÕES E DESEMPENHOS DAS MÍDIAS

O objetivo geral desse artigo é analisar a influência das mídias sobre os eleitores
em relação a campanha eleitoral de 2018 dos presidenciáveis. A análise resultou em:

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Dificuldade apresentada pelos candidatos

- Fernando Haddad:

 Entrada tardia no pleito eleitoral devido ao impedimento da candidatura de Luiz


Inácio Lula Silva;
 Conseguir reconquistar a confiança dos eleitores sobre o partido e o seu caráter;
 Desassociar seu nome no segundo turno de Luiz Inácio Lula da Silva.

- Jair Bolsonaro

 Apenas 8” disponibilizados pelo TSE no horário político obrigatório;


 Verba financeira menor do que seu adversário;
 Impedimento médico de deslocamento para realizar os debates nos meios
tradicionais.

Tempo disponibilizado pelo TSE nas mídias tradicionais:

Dois dos candidatos com maior tempo no horário eleitoral obrigatório, caíram
logo no primeiro turno Geraldo Alckmin (05’ 32”) e Henrique Meirelles (55”), apenas
passando para o segundo turno Fernado Haddad (02’ 23”).
O candidato Jair Bolsonaro (08”), surpreendeu a todos com o maior percentual
de votos ultrapassando os candidatos com maior tempo no horário eleitoral.
Na computação dos votos, o candidato Jair Bolsonaro atingiu 46,3% ficando em
primeiro lugar, Fernando Haddad atingiu 29,28% ficando em segundo lugar, já o
candidato Geraldo Alckmin ficou em quarto lugar com 4,76% e Henrique Meirelles em
sétimo lugar com 1,20%, observa-se que os candidatos com maior tempo nas midías
tradicionais foram superados por candidatos com pouco tempo nas mídias tradicionais.

- Investimento dos dois principais candidatos a campanha eleitoral:

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O candidato Fernando Haddad, gastou em sua campanha R$39,2 milhões, e Jair


Bolsonaro R$2,8 milhões, vale ressaltar que dentre estes valores existem despesas
diversas não vinculadas diretamente com a publicidade das mídias tradicionais ou
sociais. Por este motivo não conseguimos concluir qual seria o investimento econômico
mais viável.
Em teoria, as mídias sociais são mais viáveis economicamente, pois seu valor de
inserção é menor do que nos meios tradicionais.

- Qual a mídia com maior influência perante os eleitores:

Pelos pontos apresentados acima podemos verificar que as mídias tradicionais


perderam força e espaço para a mídia social, pois ela dá espaço ao candidato interagir
com seu eleitor ou futuro eleitor de forma direta, através de comentários, curtidas e lives
e os mesmos difundirem a mensagem do candidato em suas próprias redes sociais, livres
de amarras de tempo e restrições comuns nos meios e veículos tradicionais.

15 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo desse artigo é verificar a influência das mídias tradicionais e das mídias
sociais sobre a campanha eleitoral de 2018 onde observou-se que uma vigorosa evolução
das plataformas de comunicação com caráter de mídias sociais.
Com base nos estudo realizado, percebe-se que as próximas campanhas eleitorais
tendem a ter seu marketing político para as mídias sociais, onde o candidato tem uma
maior interação com os eleitores e possíveis eleitores, além da relação custo/ benefício
apresentar-se mais economicamente viável já que o custo de inserção é menor e seu
direcionamento é mais focado ao público eleitoral que o candidato queira atingir.
Existem prós e contras em relação às mídias tradicionais que podemos destacar,
como por exemplo o tempo determinado pelo TSE conforme a quantidade de cadeiras
ocupadas pelo senado do partido, e lugares sem acesso à internet, onde os eleitores não
podem ser atingidos pelas mídias sociais, predominando assim o impacto da mídia
tradicional.

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Esse artigo não tem como objetivo aprofundar-se em questões políticas ou


partidárias, mas sim na influência que o marketing e o uso dos meios têm em cima das
decisões dos eleitores dentre as duas mídias analisadas, mídia tradicional e mídia social.
Para finalizar, vale destacar que não foram encontrados muitos artigos sobre esta temática
para embasamento cientifico, ocasionando um desafio em relação à um tema relevante e
que causou reflexão e polêmica no pleito de 2018 no Brasil.

REFERÊNCIAS

ACADEMIA DO MARKETING, O marketing político na internet. Disponível em: <


https://www.academiadomarketing.com.br/marketing-politico-na-internet/ > Acesso em
07/10/2018

CAPARELLI, Sérgio. Comunicação de massa sem massa. 3 ed. São Paulo. Summus
1986.

Correio Braziliense. Momentos Marcantes. Disponível em:


<https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2018/10/26/interna_politica
,715142/relembre-os-fatos-que-marcaram-o-segundo-turno-da-disputa-
presidencial.shtml> Acesso em: 04/11/2018.

COSTA, Augusto César Nunes, Mini biografia dos presidentes das novas repúblicas do
Brasil. 1 ed. Joinville. Clube dos Autores. 2013.

COUTINHO, Iluska. Leal, Paulo Roberto Figueira. Identidades midiáticas. 1 ed. Rio de
Janeiro. E-papers. 2009

G1, Cresce o papel da internet no marketing político, diz estudo. Disponível em:
<http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,AA1398685-5601,00-
CRESCE+PAPEL+DA+INTERNET+NO+MARKETING+POLITICO+DIZ+ESTUDO
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G1. Propaganda eleitoral do 2º turno no rádio e na televisão começa dia 12. Disponível
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