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“Serra da Estrela: Geoparque ou Parque Natural”

A Serra da Estrela é uma cordilheira montanhosa situada na região central de


Portugal. É um destino popular entre os turistas por suas paisagens pitorescas,
atividades ao ar livre e esportes de inverno. A Serra da Estrela é um local de grande
interesse geológico, com uma rica história geológica e uma grande diversidade de
rochas, minerais e fósseis.

as delimitações do Geoparque/Parque Natural da Serra da Estrela foram


mudando ao longo do tempo. A 1º delimitação é concedida em 1976 (ano de
criação) com uma área total de 52000 hectares de área, posteriormente em 1979
é dado uma zona de 101060 hectares sendo a ultima delimitação em 2007 (e que
vigora hoje em dia) com 88850 hectares e uma altitude máxima de 1993 metros
quadrados
• Fazendo a diferenciação entre Parque Natural e Geoparque Geoparque:
“Um Geoparque Mundial UNESCO é um território geograficamente coeso,
que contém sítios geológicos de reconhecida importância nacional e
internacional, valorizados nas suas vertentes de proteção,
desenvolvimento sustentável, educação e cultura. As linhas de ação
fundamentais prendem-se com o desenvolvimento sustentado e
sustentável do território, envolvendo as comunidades locais, para que
este seja um projeto de todos e para todos.”
• Parque Natural: “Área protegida com o objetivo de criar as condições
para que se estabeleça um contacto mais íntimo entre o Homem e a
Natureza. Surge da necessidade de conservar e preservar a Natureza, as
paisagens, o património construído e as formas de vida típicas das
populações. Este espaço integra paisagens de interesse nacional, sejam
elas naturais, seminaturais ou humanizadas. Num parque natural, a
Natureza e as atividades humanas estabelecem uma relação de equilíbrio
e harmonia, que o torna numa região natural, ou bioma, que interessa
preservar.”
• A Serra da Estrela é uma área montanhosa no centro de Portugal e é um
destino popular para turistas e entusiastas da natureza. A questão de se a
Serra da Estrela é um Geoparque ou um Parque Natural pode ser abordada de
diferentes perspectivas, incluindo geologia, ecologia, gestão de recursos
naturais e turismo.
• Geoparques são áreas designadas pela UNESCO que possuem uma grande
riqueza geológica e cultural, bem como programas educacionais e de
desenvolvimento sustentável. O objetivo dos Geoparques é proteger e
promover a herança geológica do local, enquanto incentiva o turismo e
desenvolvimento econômico sustentável. A Serra da Estrela possui diversas

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formações geológicas interessantes,
como as rochas graníticas e as paisagens
glaciais, e muitas atividades relacionadas
com a geologia são oferecidas aos
visitantes, incluindo roteiros geoturísticos e palestras sobre geologia.
• Por outro lado, um Parque Natural é uma área protegida que tem como objetivo
a conservação da natureza e a promoção de atividades recreativas e
educativas. A Serra da Estrela foi designada como um Parque Natural em
1976, e desde então tem sido gerido pelo Instituto de Conservação da
Natureza e das Florestas. O parque possui uma grande variedade de habitats
naturais, incluindo florestas, rios, planaltos e montanhas, e é o lar de várias
espécies de fauna e flora raras. As atividades recreativas e educativas são
incentivadas no parque, incluindo caminhadas, observação de aves, caça,
pesca e outras atividades ao ar livre.
• Em resumo, a Serra da Estrela pode ser considerada tanto um Geoparque
quanto um Parque Natural, dependendo da perspectiva adotada. Ambos os
status têm benefícios e desafios diferentes para a gestão e conservação do
local. Para aprofundar a análise, seria importante fazer uma revisão
bibliográfica mais ampla sobre a Serra da Estrela, com artigos científicos de
diferentes áreas, como geologia, ecologia, turismo, gestão ambiental e
patrimônio cultural, e também realizar entrevistas com os gestores locais,
residentes e visitantes para entender melhor as perspectivas e necessidades
de cada grupo de interesse.
GEOSSITIOS
A Serra da Estrela é a montanha mais alta de Portugal Continental, com cerca de
1.993 metros de altitude, e é também uma das áreas mais ricas em geossitios do país.
Aqui estão alguns dos geossitios mais importantes da Serra da Estrela:

1. Vale Glaciar do Zêzere: um vale glaciar localizado na encosta norte da Serra


da Estrela, formado durante a última era glacial. É considerado um dos maiores
e mais bem preservados vales glaciares da Península Ibérica.
2. Covão d'Ametade: uma depressão em forma de anfiteatro localizada na
vertente norte da Serra da Estrela, que se formou durante a última era glacial
devido à erosão causada pelo gelo.
3. Poço do Inferno: uma cascata de água localizada na encosta norte da Serra da
Estrela, com cerca de 10 metros de altura. É um local muito visitado por
turistas devido à sua beleza natural.
4. Lagoa Comprida: uma lagoa glaciar localizada na encosta sul da Serra da
Estrela, com cerca de 1,5 km de comprimento. É um dos locais mais visitados
da serra, tanto pela beleza da paisagem como pela possibilidade de praticar
desportos náuticos.
5. Fragão do Corvo: uma falha geológica localizada na encosta sul da Serra da
Estrela, que se formou há cerca de 300 milhões de anos durante o período
Carbonífero. É considerada uma das mais importantes falhas geológicas do
país.
6. Penhas da Saúde: uma formação rochosa localizada na encosta norte da Serra
da Estrela, com cerca de 1.500 metros de altitude. É um local muito
frequentado por turistas devido à vista privilegiada que oferece sobre a serra.
7. Vale do Rossim: um vale glaciar localizado na encosta sul da Serra da Estrela,
com cerca de 1,5 km de comprimento. É um local muito visitado por turistas
devido à beleza natural e à possibilidade de praticar desportos de neve no
inverno.

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Estes são apenas alguns exemplos dos muitos
geossitios que podem ser encontrados na Serra da
Estrela. A região é rica em formações geológicas
únicas e de grande valor científico e turístico.

GEOMORFOLOGIA

A Serra da Estrela é a montanha mais alta de Portugal Continental, com uma altitude
máxima de 1.993 metros, e é um importante destino turístico do país. A sua
geomorfologia é marcada pela presença de relevos elevados, vales encaixados,
escarpas abruptas, glaciares e cursos de água que percorrem o seu território.

A Serra da Estrela é composta por uma série de maciços graníticos que se elevam
acima do nível do mar, resultando numa paisagem montanhosa e acidentada. Estes
maciços graníticos são compostos por grandes blocos de granito que formam os
cumes e as escarpas da serra.

Um dos aspectos mais distintivos da geomorfologia da Serra da Estrela é a presença


de vales encaixados, que são profundamente erodidos pelas correntes de água. Os
rios Zêzere e Mondego são dois dos rios mais importantes que atravessam a Serra da
Estrela, sendo que ambos têm vales profundos e encaixados, com desníveis de mais
de mil metros.

A presença de glaciares também é uma característica importante da geomorfologia da


Serra da Estrela. Durante as glaciações do Pleistoceno, os vales da serra foram
preenchidos por gelo, deixando marcas evidentes na paisagem, como por exemplo, os
circos glaciares, as moreias e os lagos glaciares. O Lago Comprido é um dos
exemplos mais conhecidos de um lago glacial na Serra da Estrela.

A atividade sísmica também é uma componente importante da geomorfologia da Serra


da Estrela. A serra situa-se numa zona de falhas tectónicas ativas, que resultaram na
formação de várias cadeias montanhosas ao longo dos tempos geológicos.

Geologia
A Serra da Estrela é a maior cordilheira de Portugal continental, situada no centro-
norte do país. Geologicamente, a Serra da Estrela é uma região muito interessante,
pois é composta por rochas de diferentes idades e origens, resultado de processos
geológicos complexos e longos.

A formação da Serra da Estrela começou há cerca de 550 milhões de anos, no final do


Pré-Câmbrico, com a deposição de sedimentos no fundo de um mar que cobria a
região. Ao longo de milhões de anos, esses sedimentos foram comprimidos e
solidificados pela pressão e temperatura, formando rochas sedimentares como xistos
e quartzitos.

Durante a Era Paleozoica, que durou de 542 a 251 milhões de anos atrás, ocorreram
vários eventos tectônicos que levaram à formação da cadeia montanhosa da Serra da
Estrela. Durante o Ordoviciano, há cerca de 460 milhões de anos, a colisão de dois
continentes, Laurásia e Gondwana, levou à compressão das rochas sedimentares e à
sua deformação em dobras e falhas. Esses processos foram acompanhados por

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atividade vulcânica, que resultou na intrusão de
rochas magmáticas, como granitos e sienitos.

Durante o Período Carbonífero, há cerca de


350 milhões de anos, ocorreram novos eventos tectônicos, que levaram à formação de
um grande anticlinal, conhecido como Anticlinal de Gouveia, que é responsável pela
atual configuração da Serra da Estrela. Durante este período, ocorreu também a
formação de importantes jazidas de carvão mineral, que foram exploradas no passado.

Durante o Mesozoico, que durou de 251 a 66 milhões de anos atrás, a Serra da


Estrela foi sujeita a intensa erosão, que levou à remoção de grande parte das rochas
sedimentares e magmáticas que se tinham formado anteriormente. No Cenozoico, que
durou de 66 milhões de anos atrás até ao presente, a região foi sujeita a novos
eventos tectônicos, como o surgimento de falhas e a subsidência da bacia do rio
Mondego.

Hoje em dia, a Serra da Estrela é uma região com uma grande diversidade geológica,
onde é possível encontrar rochas sedimentares, magmáticas e metamórficas, que
testemunham a longa e complexa história geológica da região. Além disso, a região é
também conhecida pela presença de importantes jazidas minerais, como os filões de
volfrâmio e estanho da Panasqueira.

Clima

A Serra da Estrela é a montanha mais alta de Portugal continental, com uma altitude
máxima de 1993 metros. Localizada na região centro do país, é também um dos
principais destinos turísticos de inverno, devido às suas pistas de esqui e à sua
paisagem montanhosa.

Em termos climáticos, a Serra da Estrela apresenta características típicas de


montanha, com temperaturas mais baixas e precipitação mais elevada do que nas
áreas circundantes. No inverno, a neve é comum e pode ocorrer durante vários
meses, o que faz da Serra da Estrela o único local de Portugal onde é possível
esquiar. Durante o verão, as temperaturas são amenas e a região é popular entre os
amantes de caminhadas e outras atividades ao ar livre.

O clima da Serra da Estrela é influenciado pela sua altitude e pela proximidade do


Oceano Atlântico, que provoca uma maior instabilidade atmosférica e uma maior
probabilidade de precipitação. No inverno, as temperaturas podem descer abaixo de
zero durante a noite e durante o dia podem oscilar entre os 5 e os 10 graus Celsius. A
neve é comum acima dos 1200 metros, com acumulações significativas acima dos
1500 metros.

No verão, as temperaturas são mais amenas, com médias diárias entre 20 e 25 graus
Celsius, embora as noites possam ser frescas, especialmente nas zonas mais altas da
serra. A precipitação é mais baixa do que no inverno, mas ainda assim pode ocorrer
com alguma frequência, especialmente em julho e agosto.

Em termos de biodiversidade, a Serra da Estrela é uma das áreas mais importantes de


Portugal, com uma grande variedade de espécies animais e vegetais, muitas delas
endémicas. A vegetação é dominada por bosques de carvalhos e castanheiros, mas

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também existem áreas de pinhais e de matagais. A
fauna é rica em espécies, com destaque para o lobo
ibérico, o javali, o corço, a raposa e o texugo, entre
outros animais.

Em resumo, a Serra da Estrela apresenta um clima típico de montanha, com


temperaturas mais baixas e precipitação mais elevada do que nas áreas circundantes.
O inverno é frio e com neve, enquanto que o verão é ameno e com precipitação
moderada. Além disso, a região é rica em biodiversidade, sendo um importante
destino turístico ao longo do ano.

Vegetação
A vegetação na Serra da Estrela é caracterizada por uma mistura de florestas, matas,
prados, arbustos e rochas, que formam uma paisagem natural impressionante.

Na base da serra, encontram-se bosques de carvalho, castanheiro, nogueira e outras


árvores de folha caduca, juntamente com uma variedade de arbustos e plantas de
pequeno porte, como o tojo e a urze. A altitude média na Serra da Estrela varia entre
os 1.000 e os 1.500 metros, e a partir dessas altitudes começam a surgir as formações
rochosas e prados alpinos.

As florestas de coníferas, como o pinheiro-bravo, o pinheiro-manso, o abeto e o cedro-


do-buçaco, dominam as encostas mais elevadas da serra. Essas árvores são
adaptadas ao clima montanhoso e às baixas temperaturas do inverno, e podem
crescer até altitudes de 1.500 a 1.800 metros. No topo da Serra da Estrela, acima dos
1.800 metros, a vegetação é escassa e é constituída principalmente por tundra alpina,
composta por musgos e líquenes.

A Serra da Estrela também é conhecida pela sua rica biodiversidade e pela presença
de várias espécies animais raras e em perigo de extinção, como a águia-real, o lobo-
ibérico, o corço e o javali. A preservação dessa biodiversidade é fundamental para a
manutenção da ecologia e dos ecossistemas locais.

Em resumo, a vegetação na Serra da Estrela é uma mistura de florestas, matas,


prados, arbustos e rochas, que formam uma paisagem natural diversificada e única.
Essa riqueza de flora e fauna é uma parte importante do patrimônio natural de
Portugal e precisa ser preservada para as gerações futuras.

Fauna
Esta serra é caracterizada por um clima frio e húmido, com influência atlântica, o que
favorece a existência de uma grande diversidade de fauna.

Entre as espécies de mamíferos que habitam a Serra da Estrela, destacam-se o lobo-


ibérico, a raposa, o javali, o texugo, o ouriço-cacheiro, a toupeira, o musaranho, o rato-
de-cabrera, o coelho-bravo, a lebre-ibérica e a marta.

Quanto às aves, podemos encontrar o abutre-do-egito, a águia-real, o falcão-


peregrino, a coruja-do-mato, a perdiz, o melro, a gralha-de-bico-vermelho, o pisco-de-
peito-ruivo e a andorinha-das-rochas, entre outras.

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Em relação aos répteis e anfíbios, destacam-se a
cobra-de-água-viperina, a cobra-rateira, a lagartixa-
dos-sardões, o lagarto- de-água, o sapo-comum,
o sapo-corredor, a rã- verde e a salamandra-
lusitânica.

Por fim, no que diz respeito aos peixes, podemos encontrar a truta-comum e a boga-
do-Sabugal, que habitam as ribeiras e os rios da região.

Além destas espécies, a Serra da Estrela é também conhecida pela presença de


algumas espécies endémicas, como é o caso da toupeira-de-água-da-Serra-da-Estrela
e da salamandra-lusitânica-dos-sistemas-montanhosos-central e ocidental.

Importa salientar que a preservação da fauna da Serra da Estrela é de extrema


importância para a manutenção do equilíbrio ecológico da região, bem como para a
promoção do turismo e do desenvolvimento sustentável da área.

Flora
om um ecossistema único e diversificado. A flora da Serra da Estrela é bastante rica e
variada, com espécies que se adaptaram às condições climáticas e geográficas
específicas da região.

A vegetação da Serra da Estrela é influenciada pelo clima temperado continental, com


verões quentes e secos e invernos frios e húmidos. A altitude também tem um papel
importante, pois a Serra da Estrela é o ponto mais alto de Portugal continental, com
uma altitude máxima de 1993 metros no topo da Torre. A vegetação muda à medida
que se sobe na montanha, desde a vegetação mediterrânea nas encostas mais baixas
até às zonas alpinas no topo da montanha.

Na base da Serra da Estrela, encontramos uma vegetação mediterrânea, com


oliveiras, sobreiros e azinheiras, bem como arbustos como o rosmaninho, o tomilho e
o alecrim. À medida que se sobe na montanha, a vegetação muda para florestas de
carvalhos e castanheiros, que se misturam com outras espécies como o pinheiro-
bravo e o pinheiro-manso.

A partir dos 1200 metros, a vegetação torna-se mais escassa e as árvores dão lugar a
arbustos como o zimbro e o azevinho. Na zona alpina, acima dos 1800 metros, a
vegetação é ainda mais escassa, com algumas espécies de plantas que resistem às
condições climáticas adversas, como a erva-lã, a carqueja e a junça-das-neves.

A Serra da Estrela é também conhecida pela sua flora endémica, com várias espécies
de plantas que só podem ser encontradas nesta região. Algumas destas espécies
incluem a campânula-de-pedra, a vistosa ou estrela-de-belenus, a orquídea-morcega e
a erva-lã-molar.

Em resumo, a flora da Serra da Estrela é uma das principais riquezas da região, com
uma grande diversidade de espécies que se adaptaram às condições específicas da
montanha. Desde a vegetação mediterrânea nas encostas mais baixas até às zonas
alpinas no topo da montanha, a flora da Serra da Estrela é um verdadeiro tesouro
natural que merece ser preservado e protegido.

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