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[ VOLUME UM ]
© Diálogos transdisciplinares
© da edição: Editora Scotti, Goiânia, 2021
Organização:
Alex Alves Egido, Giuliana Castro Brossi
Valdilene Elisa da Silva, Valéria Rosa-da-Silva
[ VOLUME UM ]
Goiânia | 2021
CONSELHO EDITORIAL
Adda Daniela Lima Figueiredo Echalar (UFG)
Andréa Kochhann (UEG)
Amado Batista Mainegra (Universidad de La Habana)
Artemisia Caldas (UFPI)
Cândido Oliveira Martins (UCP – Lisboa)
Carla Conti de Freitas (UEG)
Carlos Cardoso Silva (UFG)
Daniela da Costa Britto Pereira Lima (UFG)
Denise Silva Araújo (UFG)
Doris Pires Vargas Bolzan (UFSM)
Eleno Marques de Araujo (UNIFIMES)
Enilda Rodrigues de Almeida Bueno (UFT)
Odette Gonzalez Aportela (Universidad de La Habana)
Rafael Castro Rabelo (IFG)
Shirleide Silva Cruz (UnB)
Yara Fonseca de Oliveira e Silva (UEG)
PREFÁCIO
E
u até pensei em falar, neste prefácio, de tempos inéditos, mas desse
tema já tratou nossa querida Clarissa Jordão, no posfácio intitu-
lado nada mais nada menos do que “O Tempo”. Também pensei
em focalizar linguagens, desafios, praxiologias e formação de pro-
fessoras/es de línguas, mas, inspirada pelo quintal de Manoel de Barros
e pelo flamboyant no quintal da UEG, mencionados na apresentação
desta obra, resolvi “[s]air andando à toa entre as plantas e os animais.
Ver as árvores verdes dos jardins. Lembrar das horas mais apagadas. Por
toda parte sentir o segredo das coisas vivas. Entrar por caminhos ignora-
dos, sair por caminhos ignorados” (BARROS, 2010). Andei livremente
pelos capítulos, me deixando seduzir por seus “sabimentos” (BARROS,
2010), suas cores, seus sabores e seus amores.
podem dar lugar “ao pensamento cada vez mais decolonial”. Cheguei ao
“letramento afetivo”, com Barbra, que pode ser promovido por meio de
“uma ação transformadora prenhe de vida, de amorosidade e esperan-
ça”, à la Paulo Freire, em tempos adversos como estes. Me deparei com
“movimentos de objetificação e de humanização” de vidas perdidas para
LINGUAGENS EM TEMPOS INÉDITOS: DESAFIOS PRAXIOLÓGICOS DA FORMAÇÃO DE PROFESSORAS/ES DE LÍNGUAS
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PREFÁCIO
7
PREFÁCIO
E foi assim esse meu livre andar pelos capítulos deste livro, que
é fruto de um grande evento que movimenta a educação linguística no
Estado de Goiás e promove o encontro de “sabimentos” de estudiosas/
os de todo o Brasil. Não quis facilitar a leitura da obra ou a contextuali-
zar, mas sim falar do que me interpelou e me encantou. Sei que podem
LINGUAGENS EM TEMPOS INÉDITOS: DESAFIOS PRAXIOLÓGICOS DA FORMAÇÃO DE PROFESSORAS/ES DE LÍNGUAS
ter ficado ideias soltas, mas andar à toa tem dessas displicências. Afinal,
o que importa é que você também se ponha a caminhar...
REFERÊNCIAS
BARROS, Manoel de. Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010.
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APRESENTAÇÃO
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APRESENTAÇÃO
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APRESENTAÇÃO
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APRESENTAÇÃO
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APRESENTAÇÃO
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APRESENTAÇÃO
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APRESENTAÇÃO
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APRESENTAÇÃO
Valéria Rosa-da-Silva
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SUMÁRIO
SUMÁRIO
LINGUAGENS EM TEMPOS INÉDITOS: DESAFIOS PRAXIOLÓGICOS DA FORMAÇÃO DE PROFESSORAS/ES DE LÍNGUAS
Prefácio
Apresentação
PARTE I
EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA E FORMAÇÃO DE
PROFESSORAS/ES
1 Entre ipês e afetos: Formação docente em floração na seca do
cerrado do Brasil
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SUMÁRIO
Posfácio
Autoras e autores
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SUMÁRIO
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LINGUAGENS EM TEMPOS INÉDITOS: DESAFIOS PRAXIOLÓGICOS DA FORMAÇÃO DE PROFESSORAS/ES DE LÍNGUAS
LINGUAGENS EM TEMPOS INÉDITOS: DESAFIOS PRAXIOLÓGICOS DA FORMAÇÃO DE PROFESSORAS/ES DE LÍNGUAS
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SUMÁRIO
Valéria Rosa-da-Silva
Universidade Estadual de Goiás (UEG, Inhumas)
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Foi por isso que, na roda de conversa que fizemos naquele mo-
mento, optamos por compartilhar nossas próprias narrativas, plurais e
coletivas, que são nossas e são das nossas, as que nos formaram, nos ins-
piraram e nos inspiram, evidenciando nossas histórias com a formação
de professoras de línguas e os modos como temos enfrentado os desafios
desses tempos inéditos de agora. Neste ensaio, nosso intento é sentir-
-pensar que histórias têm nos atravessado na formação de professoras de
línguas cá no Cerrado Central do Brasil.
Duque Estrada.
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ser uma segunda língua, mas não a língua materna, começamos o deba-
te com honestidade sociolinguística e ética humanitária. Ainda assim,
não podemos nos esquecer porque falamos português neste país e em
quais circunstâncias o português se instaurou como língua oficial desta
nação. Se, nesse debate, tivermos a voz gutural do corpo ferido pelas do-
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res da diferença colonial, para além da voz de quem fala sobre diferença
sem as marcas e as feridas da diferença colonial, e se essa voz for escuta-
da com respeito ético-étnico, então, caminharemos para a mudança dos
“termos da conversa” (MIGNOLO, 2009).
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Resistir...
Resistir.
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esse perigo em sala de aula, buscamos gerar reflexões sobre que histórias
únicas nós temos sobre a escola pública, sobre professoras de inglês,
sobre professoras de português, sobre as docentes e discentes de escola
pública ou privada e de que forma isso afeta as possibilidades do nosso
trabalho. Então, formar-se professora de língua(s) é também aprender
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Trazer esse pensamento para a formação nos faz almejar uma edu-
cação menos segregadora, que amplie as noções de conhecimento, com-
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our souls
will not be soothed
by what we achieve
LINGUAGENS EM TEMPOS INÉDITOS: DESAFIOS PRAXIOLÓGICOS DA FORMAÇÃO DE PROFESSORAS/ES DE LÍNGUAS
how we look
or all the hard work we do
even if we managed to
make all the money in the world
we’d be left feeling empty for something
our souls ache for community
our deepest being craves one another
we need to be connected
to feel alive
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ENTRE IPÊS E AFETOS: Formação docente em floração na seca do cerrado central do brasil
REFERÊNCIAS
ADICHIE, Chimamanda N. The danger of a single story. Palestra proferida no
TEDGlobal, jul. 2009. Disponível em: https://www.ted.com/talks/chimamanda_adi-
chie_the_danger_of_a_single_story?language=pt-br. Acesso em: 4 set. 2021.
ARIAS, Patricio G. Corazonar el sentido de las epistemologías dominantes desde
las sabidurías insurgentes, para construir sentidos otros de la existencia. CALLE 14,
Bogotá, v. 4, n. 5, p. 80-94, jul./dic., 2010.
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NOW WHAT?! O DIA EM QUE A ESCOLA PAROU E as reinvenções docentes em tempos de Covid
2.
NOW WHAT?! O DIA EM QUE A
ESCOLA PAROU E AS REINVENÇÕES
C
omo professora de inglês desde 1994, ao longo de minha carreira
já passei por diversos contextos (público, privado, ensino regular,
escolas de línguas, escolas e universidades), já lecionei para alunas
e alunos de todas as faixas etárias e diversas classes sociais. Em mi-
nha história, já vivenciei muito desafios, mas nenhum tão grande como
a reinvenção a que fomos expostas/os a partir de 16 de março de 2020
– o dia em que a escola parou! Neste capítulo, discuto como, a partir de
minhas praxiologias e posicionamentos ontoepistêmicos, ressignifiquei
meu papel como docente e pesquisadora na Universidade Estadual de
Goiás (UEG), em Anápolis, durante o primeiro ano da pandemia de
covid-19. Na primeira parte do texto, narrativizo o cenário tal como o
percebo, religando notícias, filmes, música e minhas impressões subjeti-
vas, prenhes do olhar da docente que sou. Na segunda parte, discuto a
mudança de contextos e conceitos de sala para além da adjetivação que
as acompanham. Na sequência, estendo o olhar reflexivo, teórico e críti-
co para relacionar como busquei alcançar minhas alunas e meus alunos
a partir de minhas praxiologias em um grupo de estudos. Por fim, trago
algumas considerações transitórias sobre as questões tratadas ao longo
do capítulo e as referências utilizadas para a construção do texto.
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3 A título de ilustração do caos de nosso cenário político atual, trago essas infor-
mações como denúncia às políticas de morte exercidas pelo atual governante de
nosso país, estampadas em jornais nacionais e internacionais. Atualmente, há
uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) em andamento a fim de esclarecer
desvios de verbas e má gestão na condução da proteção à população durante a
pandemia, como mostram as reportagens: BBC NEWS BRASIL. CPI da Co-
vid: Governo rejeitou três ofertas de vacina do Instituto Butantan em 2020,
diz Dimas Covas. BBC News Brasil, São Paulo, 27 maio 2021. Disponível em:
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-57272525. Acesso em: 30 set. 2021; e
REZENDE, Constança; LOPES, Raquel. Documentos do Planalto entregues
à CPI mostram 24 reuniões com atuação de ‘ministério paralelo’ na gestão da
pandemia. Folha de S. Paulo, São Paulo, 27 maio 2021. Disponível em: https://
www1.folha.uol.com.br/poder/2021/05/documentos-do-planalto-entregues-a-
-cpi-mostram-24-reunioes-com-atuacao-de-ministerio-paralelo-na-gestao-da-
-pandemia.shtml. Acesso em: 30 set. 2021.
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CONSIDERAÇÕES TRANSITÓRIAS
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REFERÊNCIAS
CANAGARAJAH, Suresh. Translingual practice as spatial repertoires: expanding the
paradigm beyond structuralist orientations. Applied Linguistics, Oxford, v. 39, n. 1, p.
31-54, Feb. (2018). Disponível em: https://doi.org/10.1093/applin/amx041. Acesso
em: 4 set. 2021.
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INUMERÁVEIS E NOMEÁVEIS: Quando vidas viram números em tempos de Covid-19
3.
INUMERÁVEIS E NOMEÁVEIS:
QUANDO VIDAS VIRAM NÚMEROS
O
título deste ensaio remete ao que temos assistido, desola-
dos, desoladas e inertes, em nossos meios de comunica-
ção cotidianamente: a morte de milhares de pessoas em
decorrência da pandemia de covid-19. O fato, contudo,
adquire contornos distintos quando resgatamos alguns discursos que
têm sido produzidos desde o início da pandemia e os efeitos que deles
decorrem.
11 Pensamos ser relevante mencionar que grande parte deste ensaio foi escrita no
final de 2020; por isso, ele retrata, de modo mais específico, acontecimentos que
nos afetaram nesse primeiro ano pandêmico.
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INUMERÁVEIS E NOMEÁVEIS: Quando vidas viram números em tempos de Covid-19
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INUMERÁVEIS E NOMEÁVEIS: Quando vidas viram números em tempos de Covid-19
continuou em: “Não vão colocar no meu colo uma conta que não é
minha”. Soma-se a isso o tom jocoso com o qual tratou esses casos, que
só aumentaram nos meses seguintes. Nos pronunciamentos do presi-
dente, podia-se ouvir: “Eu não sou coveiro” ou ainda “E daí? Lamento.
Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre” (SILVA;
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PASTI, 2020).
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INUMERÁVEIS E NOMEÁVEIS: Quando vidas viram números em tempos de Covid-19
As duas seções que seguem esta introdução lidam com o que de-
nominamos movimentos de objetificação e de humanização, e se de-
bruçam sobre as estratégias próprias de cada um e aos enunciados que as
materializam. Ressaltamos que, apesar de considerarmos somente dois
movimentos, compreendemos que eles são somente ilustrativos de vá-
rios outros que coexistem, os quais, em razão da extensão deste ensaio,
não puderam ser igualmente contemplados. Ao final do texto, trazemos
um gesto de esperança radical (LEAR, 2006) ao vozearmos a necessida-
de de uma ética de cuidado com o Outro.
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MOVIMENTO DE OBJETIFICAÇÃO14
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tico, Judith Butler (2020) pondera que essa estratégia do capital é en-
ganosa, no sentido de que a reabertura do comércio e a retomada das
atividades comerciais não seriam garantia para o bom andamento da
economia. De fato, nos lembra Yancy, retornaríamos à antiga instabili-
dade econômica e às desigualdades já tão conhecidas por nós. De “saúde
da nação” para “saúde da economia”, temos assistido, cotidianamente,
ao deslocamento das prioridades governamentais no que diz respeito à
vida da população, do bem-estar social para a economia. Isso corrobora
e fortalece os interesses neoliberais no setor público e invisibiliza a par-
cela da população que é lida como gasto, não mais produtiva e, por isso,
descartável17. No enunciado da autora, “[p]ara a ‘saúde’ da economia, o
vírus se espalha e prejudica a saúde da população, especialmente daque-
les em condições precárias e com maior risco de morrer” (BUTLER,
2020).
17 Essa fala ressoa mais alto para nós quando, ainda em pandemia, há espaço para
discussão sobre uma possível privatização do Sistema Único de Saúde (SUS).
Ver, por exemplo, a matéria “Bolsonaro vai privatizar o SUS?”, assinada por
Brasil Econômico. (BRASIL ECONÔMICO. Bolsonaro vai privatizar o SUS?
Entenda o decreto que permite parcerias. IG Economia, São Paulo, 28 out. 2020.
Disponível em: https://economia.ig.com.br/2020-10-28/bolsonaro-vai-priva-
tizar-o-sus-entenda-o-decreto-que-permite-parcerias.html. Acesso em: 6 set.
2021.).
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INUMERÁVEIS E NOMEÁVEIS: Quando vidas viram números em tempos de Covid-19
MOVIMENTO DE HUMANIZAÇÃO
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Essa indagação política sobre quais vidas importam não nos pas-
sou despercebida. Somos professor e professoras, e argumentamos, com
o mestre Paulo Freire (2013), que somos gente lidando com gente e que
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21 “Whose lives matter?” foi o tema geral do IV English Immersion Program for Tea-
chers da UEG, Inhumas, que integrou o XVI Enfople. Nesse programa de imer-
são, foram desenvolvidas três oficinas, sendo uma delas tomada como enunciado
neste texto.
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REFERÊNCIAS
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Acesso em: 4 set. 2021.
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34, 2016.
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pos-serao-empilhados-em-valas-comuns-de-manaus-para-suprir-demanda-de-enter-
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-act-amid-the-pandemic-and-its-disparities/. Acesso em: 4 set. 2021.
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o que não se pode conhecer: crise e mudança. [S. l.: s. n.], 29 maio 2020. Publicado pelo
canal Clarissa Menezes Jordão. 1 vídeo (1h10min.). Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=mX20Z5i3hr4&t=323s&ab_channel=ClarissaMenezesJor-
d%C3%A3o. Acesso em: 4 set. 2021.
PRADO, Antonio Carlos. Bolsonaro e a mídia. IstoÉ, São Paulo, 31 jan. 2020.
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SILVA, Rafael; PASTI, Daniel. Da “gripezinha” ao “e daí?”: as falas de Bolsonaro em
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SOUZA, Felipe. ‘Quase morri de covid-19, mas comércio precisa reabrir para povo
não morrer de fome’, diz comerciante de SP. BBC News Brasil, São Paulo, 10 jun.
2020. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-52984385. Acesso
em: 4 set. 2021.
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“BE A LADY!, THEY SAID.”:
4.
“BE A LADY!, THEY SAID.”:
UMA ABORDAGEM ACERCA DAS
L
eituras e perspectivas que temos priorizado (MATTOS, 2018;
PESSOA, 2013, 2019) em nossas trajetórias como professor e
professora de Língua Inglesa têm nos impulsionado a direcionar
nossas praxiologias24, acreditando na potencialidade de um pro-
cesso de educação linguística em que, segundo essas autoras, não há
neutralidade, tendo em vista que, conscientemente ou não, materializa-
mos questões críticas mesmo sob a égide de uma abordagem que tome a
língua como um bloco homogêneo e abstrato de regras. Nesse sentido,
se estamos fazendo algo quando falamos, segundo Austin (1990), e se a
educação linguística não é neutra, ao ensinarmos e aprendermos línguas
24 Pessoa e Hoelzle (2017) utilizam essa terminologia, tendo em vista que não con-
cebem teoria e prática apartadas, já que, na perspectiva das autoras, “não há uma
prática que não esteja fundamentada em uma teoria e nem uma teoria que não
seja motivada por uma prática” (PESSOA; HOELZLE, 2017, p. 787).
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uma abordagem acerca das relações de gênero na sala de aula de inglês da escola pública
25 Optamos por não explicitar o nome da instituição em que o estudo foi realizado,
por questões éticas.
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uma abordagem acerca das relações de gênero na sala de aula de inglês da escola pública
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uma abordagem acerca das relações de gênero na sala de aula de inglês da escola pública
ciais estabelecidas por grupos hegemônicos. São repetições que têm, se-
gundo Derrida (1991), um caráter subversivo. O que o autor chama de
iterabilidade representa justamente “um sopro de esperança, afirmando
as possibilidades de ruptura e mudança que as nossas performances lin-
guísticas” (URZÊDA-FREITAS, 2018, p. 39) podem trazer à tona em
LINGUAGENS EM TEMPOS INÉDITOS: DESAFIOS PRAXIOLÓGICOS DA FORMAÇÃO DE PROFESSORAS/ES DE LÍNGUAS
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uma abordagem acerca das relações de gênero na sala de aula de inglês da escola pública
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uma abordagem acerca das relações de gênero na sala de aula de inglês da escola pública
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uma abordagem acerca das relações de gênero na sala de aula de inglês da escola pública
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uma abordagem acerca das relações de gênero na sala de aula de inglês da escola pública
Afinal, por que Don fica surpreso ao saber que Daryl joga no
time de futebol da escola e trabalha em uma oficina no contraturno?
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uma abordagem acerca das relações de gênero na sala de aula de inglês da escola pública
Por que ser “linda” e consertar motocicletas “é demais” para uma ga-
rota? São perguntas que desestabilizam o clima da sala de aula, bem
como as normas que embasam os papéis de gênero cristalizados em nos-
sa sociedade, são questionamentos que nos permitem colocar em xeque
o clássico “bela, recatada e do lar” (SANTOS; FIGUEIRA-BORGES,
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uma abordagem acerca das relações de gênero na sala de aula de inglês da escola pública
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uma abordagem acerca das relações de gênero na sala de aula de inglês da escola pública
SOBRE A ABORDAGEM
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uma abordagem acerca das relações de gênero na sala de aula de inglês da escola pública
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uma abordagem acerca das relações de gênero na sala de aula de inglês da escola pública
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uma abordagem acerca das relações de gênero na sala de aula de inglês da escola pública
ro (BUTLER, 2017).
27 “Elas/eles dizem que preciso engordar para parecer mais saudável e bonita. Eles
frequentemente fazem piadas sobre meu corpo e meu peso, como: ‘você parece
um esqueleto’, ‘você é apenas ossos’. Dizem que preciso de mais curvas. Eles usam
desculpas como ‘Estou apenas preocupado com sua saúde’ e sempre perguntam
‘você come o suficiente?’ ou ‘você não acha que talvez tenha um problema? Você
deveria consultar um médico’.” (Mariah Collins, 2020, tradução nossa).
28 Pseudônimo escolhido pela aluna.
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(IN)CONCLUSÕES
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uma abordagem acerca das relações de gênero na sala de aula de inglês da escola pública
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uma abordagem acerca das relações de gênero na sala de aula de inglês da escola pública
REFERÊNCIAS
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1. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
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D
esde a década de 1980, muito se tem debatido acerca da necessidade
de uma formação de professores reflexivos de sua própria prática
profissional (SCHÖN, 1999; PIMENTA, 1999; ZEICHNER,
2008), questionando uma tradição tecnicista que separa práticas
pedagógicas de teorias. Contudo, segundo Kumaravadivelu (2003) e
Zeichner (2008), o movimento pela formação de professores reflexivos
encontra limitações por estar concentrado no professor como um agen-
te individualizado, com a reflexão sendo considerada como um proces-
so introspectivo que não envolve a interlocução com outros agentes,
tais como estudantes, colegas, gestores, comunidade escolar etc. Além
disso, o movimento focaliza a reflexão sobre o processo em sala de aula,
desconsiderando fatores sociopolíticos que impactam a prática reflexi-
va, tendo tido pouco resultado na mudança da tradição de dependência
dos professores em relação aos conhecimentos teóricos de especialistas.
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PERCURSO METODOLÓGICO E
CONTEXTUALIZAÇÃO DA PESQUISA
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ricas e sociais.
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tura, tal prática, ainda que em bases críticas, se aproxima, em sua forma,
de uma pedagogia transmissiva, na qual o professor transmite o con-
teúdo da verdade ao aluno. Em teorias de letramento crítico, fundadas
na construção sociocultural dos sujeitos e da realidade, cabem questio-
namentos a propósito de quem são os sujeitos empoderadores e quem
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
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MOVIMENTOS DE UM PROFESSOR DE INGLÊS EM SUA PRÁXIS CRÍTICA COM UM LIVRO DIDÁTICO
6.
MOVIMENTOS DE UM PROFESSOR
DE INGLÊS EM SUA PRÁXIS CRÍTICA
Victor Hugo Oliveira Magalhães | Instituto Federal Goiano (IFG, campus Urutaí)
N
a minha experiência e na de muitas/os outras/os professoras/es30
de línguas, a práxis pedagógica da/do professora/professor pode
estar submetida, querendo ela/ele ou não, ao conteúdo e à forma
de trabalhar proposta pelo livro didático. Isso parece suceder tan-
to no cenário do ensino regular, na escola pública ou particular, quanto
no cenário das escolas de línguas. Essa situação é dilemática para mui-
tas/os, em especial para aquelas/es que buscam realizar um trabalho do-
cente dentro de perspectivas críticas, visto que muitos dos temas, e até
mesmo a forma como a própria língua é tratada, se alinham a visões que
fogem de muitos dos preceitos da criticidade. Pensando nisso, escrevi
minha dissertação, da qual extraio alguns pontos para este texto, tendo
em mente a pergunta: como se dá o uso do livro didático na práxis do-
cente crítica de um professor de Inglês como língua adicional de uma
escola livre de idiomas?
30 Neste texto opto por referenciar primeiro ao gênero feminino nos momentos em
que falo sobre pessoas de modo generalizado.
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31 No original: “aquela negra (pejorativo) tem dentes muito bons” (tradução livre).
32 No original: “um europeu é geralmente mais civilizado que um africano” (tradu-
ção livre).
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Neste ponto, o aluno afirma que sim e que insistirá em uma tro-
ca, e a conversa se encerra, sem uma resposta de Joaquim. Em um outro
episódio, desta vez no início da terceira aula, Joaquim observa os livros
das/os alunas/os e percebe que um aluno tinha um livro usado com as
respostas da/o antiga/o dona/o. Ao reparar nisso, diz:
34 Opto por manter os excertos de falas das aulas observadas nas línguas em que
foram produzidas, a fim de reproduzir possíveis nuances da comunicação no
contexto.
35 Este aluno em particular não se voluntariou a participar da pesquisa, e, por-
tanto, teve suas falas resumidas por mim para que não se perdesse o sentido da
interação.
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ção/imposição institucional.
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mão e se voluntaria)
Joaquim: I want you to read this and do the exercises
on jobs, ok? One, two, three, four and five. Because
we’re gonna go over it, but if you do this before we’re
gonna construct the class faster.
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37 No original: “it is important to acknowledge that our learners bring gendered behav-
ior from the previous cultures in which they have lived”.
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MOVIMENTOS DE UM PROFESSOR DE INGLÊS EM SUA PRÁXIS CRÍTICA COM UM LIVRO DIDÁTICO
construindo sua práxis pedagógica crítica dentro do que lhe era possível
no momento
REFERÊNCIAS
BLOCK, David. Neoliberalismo, el ciudadano neoliberal y los materiales para la en-
señanza de la lenagua inglesa: un análisis crítco. Ruta Maestra, Bogotá, n. 21, p. 4-15,
2017.
142
MOVIMENTOS DE UM PROFESSOR DE INGLÊS EM SUA PRÁXIS CRÍTICA COM UM LIVRO DIDÁTICO
DUBOC, Ana Paula. Letramento crítico nas brechas da sala de línguas estrangeiras.
In: TAKAKI, Nara Hiroko; MACIEL, Ruberval Franco. Letramentos em terra de Paulo
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ELLSWORTH, Elizabeth. Why doesn’t this feel empowering? Working through the
repressive myths of critical pedagogy. Harvard Educational Review, Cambridge, v. 59,
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MOVIMENTOS DE UM PROFESSOR DE INGLÊS EM SUA PRÁXIS CRÍTICA COM UM LIVRO DIDÁTICO
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APROXIMANDO AUTOETNOGRAFIA E LÍNGUA COMO DISCURSO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
7.
APROXIMANDO AUTOETNOGRAFIA
E LÍNGUA COMO DISCURSO NA
Rodrigo Calatrone-Paiva
Universidade Estadual do Paraná (Unespar, campus Campo Mourão)
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APROXIMANDO AUTOETNOGRAFIA E LÍNGUA COMO DISCURSO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
— É tipo... nada entra e nada sai... a língua não muda... por isso
que a autora fala em língua como código a ser decifrado. Se a gente
entende a língua assim, só precisamos saber todos os elementos, quer
dizer, todos os sons, todas as regras de gramática e as palavras e daí a
gente sabe a língua.
— Igual nos livros didáticos que a gente vê por aí, em geral, nos
cursos de idiomas, né? Está tudo separadinho: como pronunciar os sons
do inglês, quais são as palavras mais comuns, a gramática, começando
com os pronomes pessoais, I, you, he, she, it, we, they... o verbo to be,
que não larga a gente... depois o simple present, na afirmativa, negativa e
interrogativa, até chegar nos perfects da vida... e tudo tem as explicações
e respostas certas no manual do professor.
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APROXIMANDO AUTOETNOGRAFIA E LÍNGUA COMO DISCURSO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
— Ué, como é que eu vou dar aula de inglês sem saber o present
perfect? E se os alunos me perguntarem? Morro de medo de não saber
responder o que os alunos me perguntarem...
— Olha, pelo que você está dizendo, você está entendendo a lín-
gua exatamente como está aqui no texto na parte que a gente estava
conversando: como código. Pensando assim, nós, e os nossos futuros
alunos, só precisamos entender, saber fazer as atividades, decorar tudo
que está na lição e em cada lição sucessivamente, até terminar o curso
para saber a língua, a língua “toda”. Mas, daí, o que a gente faz com as
variações? Com aquilo que foge às regras que estão no livro didático e
nos livros de gramática?
— E não é assim?
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APROXIMANDO AUTOETNOGRAFIA E LÍNGUA COMO DISCURSO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
— Engraçado!
— Hum... por isso que muita gente faz um curso de inglês e vai
lá na “vida real” e é diferente...?
— Essa parece ser uma das razões. Mas o buraco é mais embaixo.
Muito mais embaixo. De novo, nessa visão de língua como código,
41 Cf. Possenti (1996); Bagno (1999); Faraco (2007); Calatrone Paiva (2018a).
148
APROXIMANDO AUTOETNOGRAFIA E LÍNGUA COMO DISCURSO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
como eu entendo do texto que a gente leu, a língua está “lá fora” e é
uma “coisa” completa, para as pessoas decifrarem aos poucos, até sabe-
rem “tudo”. É uma coisa só, como está nos livros de gramática normati-
va e didáticos, em geral, que mostram a língua como ela supostamente
é, que não muda de pessoa para pessoa ou de situação para situação, ou
— Calma, respira!
— É tipo como quando as pessoas falam “não foi isso que eu quis
dizer” ou “eu entendi esse texto de outro jeito”, né?
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APROXIMANDO AUTOETNOGRAFIA E LÍNGUA COMO DISCURSO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
— Ai, sua...!!!
— Ei, ei! Vamos deixar pra brigar depois! Agora, eu quero enten-
der essa tal de língua como discurso, estou até curtindo.
— Tá bom...
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APROXIMANDO AUTOETNOGRAFIA E LÍNGUA COMO DISCURSO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
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APROXIMANDO AUTOETNOGRAFIA E LÍNGUA COMO DISCURSO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
— Deixa eu falar como entendo isso. Estou lendo uns textos so-
bre esse assunto na iniciação científica. Vamos pensar na língua, já que
a usamos pra falar da realidade ou das realidades, né? Como diz no
texto, da perspectiva da língua como discurso, não tem como estar mais
próximo ou mais distante de uma realidade objetiva, uma realidade que
estaria fora das cabeças das pessoas, por assim dizer, do mesmo jeito,
também não dá pra considerar que uma língua ou uma forma de “falar”
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APROXIMANDO AUTOETNOGRAFIA E LÍNGUA COMO DISCURSO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
uma língua é mais certa que outra, quer dizer, não é a língua em si que é
certa ou errada. O que acontece é que determinadas pessoas, ou grupos
de pessoas, legitimam algumas formas como certas e outras como erra-
das. E é aí, a meu ver, que entram as tais relações de poder.
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APROXIMANDO AUTOETNOGRAFIA E LÍNGUA COMO DISCURSO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
pode resistir.
— Mas, peraí... agora me veio uma dúvida aqui... nas nossas au-
las, a gente vai aceitar tudo, então?
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APROXIMANDO AUTOETNOGRAFIA E LÍNGUA COMO DISCURSO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
— Legal! Mas o livro didático, a gente joga fora quando for pos-
sível, né?
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APROXIMANDO AUTOETNOGRAFIA E LÍNGUA COMO DISCURSO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
— Oi, professor!
— Tudo certo!
— Claro, né, professor? Não é pra falar sobre isso que você mar-
cou essa reunião?
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APROXIMANDO AUTOETNOGRAFIA E LÍNGUA COMO DISCURSO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
— É o quê?!
— Calma, vou passar uns textos pra vocês sobre isso, sobre a
abordagem de pesquisa chamada autoetnografia.
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APROXIMANDO AUTOETNOGRAFIA E LÍNGUA COMO DISCURSO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
— Tá bom, professor, tá bom. Então diga aí, o que essa tal de au-
LINGUAGENS EM TEMPOS INÉDITOS: DESAFIOS PRAXIOLÓGICOS DA FORMAÇÃO DE PROFESSORAS/ES DE LÍNGUAS
— Que bom que vocês pegaram essa ideia. Além disso, nessa cri-
se, questionaram a capacidade dos investigadores de representar outras
culturas56.
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APROXIMANDO AUTOETNOGRAFIA E LÍNGUA COMO DISCURSO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
— Aí, cai por terra aquela questão de tentar buscar ser objetivo e
de tentar generalizar os resultados de uma pesquisa para outras pesqui-
sas e contextos, né, professor?
— Bem que você disse que o professor vinha com outra ideia
“diferentona”...
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APROXIMANDO AUTOETNOGRAFIA E LÍNGUA COMO DISCURSO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
que tem uma definição fixa e estável dessa abordagem. Mas posso fazer
uma tentativa de definição, falando sobre algumas características que
aparecem em relatos autoetnográficos.
Adams, Jones e Ellis (2015) Isso. Então quem faz a autoetnografia rea-
liza a pesquisa a partir do seu próprio ponto de vista, estuda sua própria
experiência ou as experiências de sua própria comunidade60.
— No nosso caso, não tem muito como fugir disso, né? Já que
vamos tratar do nosso próprio estágio.
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APROXIMANDO AUTOETNOGRAFIA E LÍNGUA COMO DISCURSO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
— Não sei o que é isso, mas se você está dizendo, quem sou eu
pra discordar?
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APROXIMANDO AUTOETNOGRAFIA E LÍNGUA COMO DISCURSO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
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APROXIMANDO AUTOETNOGRAFIA E LÍNGUA COMO DISCURSO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
— Causar empatia?
REFERÊNCIAS
ADAMS, Tony; JONES, Stacy Holman; ELLIS, Carolyn. Autoethnography. Oxford:
Oxford University Press, 2015.
BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico: o que é, como se faz. São Paulo: Loyola,
1999.
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APROXIMANDO AUTOETNOGRAFIA E LÍNGUA COMO DISCURSO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
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APROXIMANDO AUTOETNOGRAFIA E LÍNGUA COMO DISCURSO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
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MÉNDEZ, Mariza. Autoethnography as a research method: advantages, limitations
LINGUAGENS EM TEMPOS INÉDITOS: DESAFIOS PRAXIOLÓGICOS DA FORMAÇÃO DE PROFESSORAS/ES DE LÍNGUAS
166
A QUESTÃO DO LETRAMENTO DIGITAL NOS ESTÁGIOS OBRIGATÓRIOS DO CURSO DE LETRAS DURANTE A PANDEMIA
8.
A QUESTÃO DO LETRAMENTO
DIGITAL NOS ESTÁGIOS
E
ntre todos os desafios que professores e alunos precisaram enfren-
tar em 2020, estava o de realizar estágio obrigatório na modalida-
de remota. Com a pandemia do coronavírus e, por consequência,
a interrupção do calendário acadêmico nas universidades, foi pre-
ciso repensar as atividades em um novo formato. Por ser um compo-
nente obrigatório dos cursos de formação de professores, essa unidade
didática também foi contemplada, mesmo que tardiamente, pelas por-
tarias emitidas pelo Governo Federal.
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A QUESTÃO DO LETRAMENTO DIGITAL NOS ESTÁGIOS OBRIGATÓRIOS DO CURSO DE LETRAS DURANTE A PANDEMIA
foi possível por termos como bússola princípios básicos sobre ensino-
-aprendizagem de línguas estrangeiras e língua materna. Sob essa pers-
pectiva, as tecnologias foram usadas para colocar em prática os objetivos
de formação docente, ultrapassando o caráter de mero instrumento de
interação ou de reprodução de um ensino tradicional e vertical a que ge-
LINGUAGENS EM TEMPOS INÉDITOS: DESAFIOS PRAXIOLÓGICOS DA FORMAÇÃO DE PROFESSORAS/ES DE LÍNGUAS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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INCLUSÃO SOCIAL/ESCOLAR DO SURDO: O papel do professor como mediador pedagógico das novas tecnologias
9.
INCLUSÃO SOCIAL/ESCOLAR DO
SURDO: O PAPEL DO PROFESSOR
A
s novas tecnologias, anteriormente ao isolamento social devido
à pandemia de covid-19, já haviam alterado o cotidiano social e
consequentemente, os comportamentos sociais, políticos e eco-
nômicos dos cidadãos. No ciberespaço, encontram-se informa-
ções aleatórias dentro das rotas de navegações que incluem ou segregam
o indivíduo da cultura digital. Sabe-se que essa busca de informações
sem a devida criticidade e autonomia tende à superficialidade do conhe-
cimento dos fatos ou gera situações inverídicas.
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INCLUSÃO SOCIAL/ESCOLAR DO SURDO: O papel do professor como mediador pedagógico das novas tecnologias
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INCLUSÃO SOCIAL/ESCOLAR DO SURDO: O papel do professor como mediador pedagógico das novas tecnologias
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INCLUSÃO SOCIAL/ESCOLAR DO SURDO: O papel do professor como mediador pedagógico das novas tecnologias
cia ouvinte-surda.
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INCLUSÃO SOCIAL/ESCOLAR DO SURDO: O papel do professor como mediador pedagógico das novas tecnologias
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INCLUSÃO SOCIAL/ESCOLAR DO SURDO: O papel do professor como mediador pedagógico das novas tecnologias
Feita uma análise dos avanços das novas tecnologias e sua relação
com a cultura surda, o professor corroborará com o desenvolvimento
da criticidade do estudante ao utilizar as ferramentas oferecidas no ci-
berespaço, incluindo-as aos conteúdos curriculares e selecionando as
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INCLUSÃO SOCIAL/ESCOLAR DO SURDO: O papel do professor como mediador pedagógico das novas tecnologias
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METODOLOGIA DA PESQUISA
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INCLUSÃO SOCIAL/ESCOLAR DO SURDO: O papel do professor como mediador pedagógico das novas tecnologias
inclusão social dos surdos nas escolas, uma vez que a comunicação entre
ouvintes e surdos é facilitada pela escrita no ciberespaço ou por aplica-
tivos que demonstram sinais em Libras. Além de elas promoverem ao
estudante surdo a possibilidade de interagir e participar dos eventos
globais e da comunidade escolar como grupos de estudo nos aplicativos
como WhatsApp e demais redes sociais, expondo sua cultura e identi-
dade surda na cibercultura.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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INCLUSÃO SOCIAL/ESCOLAR DO SURDO: O papel do professor como mediador pedagógico das novas tecnologias
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art. 18 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Brasília, DF: Presidência da
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LINGUAGENS EM TEMPOS INÉDITOS: DESAFIOS PRAXIOLÓGICOS DA FORMAÇÃO DE PROFESSORAS/ES DE LÍNGUAS
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COM A PALAVRA, VOCÊ, PROFESSORA DE INGLÊS PARA CRIANÇAS:
10.
COM A PALAVRA, VOCÊ,
PROFESSORA DE INGLÊS PARA
C
ara/o leitora/leitor: Seja bem-vinda/o à nossa conversa. Iniciamos
esse preâmbulo com o intuito de alertá-la/lo quanto à nossa ten-
tativa de subverter o cânone do gênero capítulo científico, de-
sestabilizando o que se espera de uma escrita formal, distante,
padrão e estabelecida como conhecimento válido no ambiente colo-
nizador da academia (JORDÃO, 2015). Ao mesmo tempo, buscamos
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COMEÇANDO A CONVERSA
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fortalecido nessa rede68 criada nas relações entre pesquisadoras com esse
campo de atuação em comum, entre professoras de línguas na infância,
entre seres humanos conscientes da força da agência na comunidade lo-
cal, preocupados com a educação linguística na infância, em contextos
diversos.
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tal forma umas nas outras que seus sentidos potencializaram nossas
emoções numa prática social de forma remota completamente inédita.
Gostaríamos então de compartilhar essa rede de memórias, sentidos e
emoções com você. Antes das narrativas, porém, cada coautora se apre-
senta, de forma que você, leitor/a, conheça um pouco das histórias às
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“Nos movemos pela educação”: frase forte para mim, que sem-
pre busquei trazer sentido ao ensino e aprendizagem com mi-
nhas alunas. O ano de 2020 veio com muitas surpresas e, de
imediato, já começamos em parceria com colegas e escola, para
continuar nosso trabalho. Algo que pensávamos que acabaria
em 15 dias se perpetua até o momento deste relato. De início,
elaboramos atividades, enviamos via e-mail, no site do colé-
gio e, de repente, percebemos que os dias iriam se prorrogar e
que teríamos de fazer da nossa casa uma extensão da escola.
O sentimento foi, de fato, desesperador: ansiedade, falta de
preparo. Contamos com as colegas de profissão, ligamos umas
para as outras, pedimos ajuda. De atividades impressas, co-
meçamos a gravar vídeos para o YouTube, a criatividade não
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[Alex] Para mim, Beatriz, sua narrativa é tão forte e tão sensível
ao mesmo tempo. É fácil perceber o quanto você se reinventou nesse
contexto, pois ninguém contou às professoras de Inglês que virariam
bailarinas, palhaças, cozinheiras, tech-teachers e se adaptariam a cada
novo decreto do governo.
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Toda facilidade de acesso trazida pelo podcast faz com que ele
seja mais uma tecnologia para fomentar o processo de forma-
ção continuada de professoras que têm interesse em conhecer
novas formas de ensinar, principalmente no que diz respeito
ao ensino de língua inglesa para crianças, pois, apesar da cres-
cente oferta de inglês para crianças em escolas regulares e de
idiomas, ainda há poucas iniciativas de ferramentas práticas
que facilitem o trabalho de professoras diariamente com o en-
sino de inglês para esse público. O diferencial que o trabalho
com podcasts traz é o de fomentar a formação da professora de
línguas, com uma ferramenta eficaz, que traz discussões sobre
o ensino e aprendizado de inglês para alunas do 1º ao 5º ano,
já que não há grande oferta de cursos específicos para formar
professoras para trabalhar com esse segmento.
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tas que não é possível estarmos envolvidas com educação e não sermos
atravessadas pelas emoções e pelo chamado ao movimento de corazonar
a educação (ARIAS, 2010; ROSA-DA-SILVA, 2021).
REFERÊNCIAS
ABRAMOWICZ, Anete; MORUZZI, Andrea Braga (org.). O plural da infância:
aportes da sociologia. São Carlos, SP: EdUFSCar, 2010.
ARIAS, Patrício G. Corazonar el sentido de las epistemologías dominantes desde
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BROSSI, Giuliana. Castro. Implementação da educação linguística na infância na escola
pública: uma história “para inglês (e brasileiro) ver”? Tese (Doutorado em Estudos da
Linguagem – Universidade Estadual de Londrina). No prelo.
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Aescutasensívelcomoatoéticoemnarrativassobreexperiênciasdedes/re-aprendizagensduranteapandemia
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descolonialidades: arena de embates de sentidos. Campinas, SP: Pontes Editores, 2016.
p. 59-74.
234
TEMPOS INÉDITOS NA FORMAÇÃO DE EDUCADORES E EDUCADORAS DE LÍNGUAS NA INFÂNCIA:
11.
TEMPOS INÉDITOS NA FORMAÇÃO
DE EDUCADORES E EDUCADORAS
Paulo Freire
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E quando foi que os tempos foram diferentes?
73 Agradecemos à profa. Dra. Leandra Inês Seganfredo Santos, por ter comparti-
lhado suas reflexões sobre a formação de professoras e professores de Inglês para
crianças na mesa que motivou esse artigo.
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E quando foi que os tempos foram diferentes?
mia da covid-19, essa afirmação está mais do que evidente. Além disso,
temos observado aumento significativo nos interesses de pesquisas re-
lacionadas ao ensino, à aprendizagem, à formação docente, à avaliação,
entre outros, com crianças no território brasileiro. Esses temas estão re-
gistrados em teses e dissertações publicadas desde 1987 no mapeamen-
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E quando foi que os tempos foram diferentes?
desde cedo para que tenham o tal inglês do nativo. Enfim, por mais
que as pesquisas na área de Educação e Linguística Aplicada tenham
nos mostrado outras possibilidades, outras compreensões de todo esse
processo, a mídia e o discurso neoliberal acabam transformando essa
aprendizagem de uma língua em um produto, uma ferramenta, ou seja,
em algo algo fixo, imutável e mensurável.
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E quando foi que os tempos foram diferentes?
a criança possa construir outras narrativas para além daquelas que a ela
são impostas.
Lima (2019) pontua que não podemos afirmar que não há for-
mação de professores de Inglês para crianças. A autora nos lembra de
que não temos as diretrizes e a regulamentação, mas temos as iniciativas
de algumas instituições e dos próprios professores que estão em cons-
tante formação. São esses professores e professoras que buscam cursos,
palestras, que compartilham experiências, participam de grupos, de
eventos, o que Lima denominou de práticas formativas informais, com
base em Maciel (2014).
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E quando foi que os tempos foram diferentes?
CONSIDERAÇÕES FINAIS
246
E quando foi que os tempos foram diferentes?
REFERÊNCIAS
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FERRAZ, Daniel de Mello. Educação linguística e transdisciplinaridade. In:
PESSOA, Rosane Rocha; SILVESTRE, Viviane. P. V.; MONTE MÓR, Walkyria
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E quando foi que os tempos foram diferentes?
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E quando foi que os tempos foram diferentes?
LIMA, Ana Paula de. Desenvolvimento profissional de professores de inglês para crianças
do Ensino Fundamental I: possibilidades para a formação e trabalho docente. 2019.
299 f. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação,
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho), Rio Claro, SP, 2019.
MACIEL, Beatriz de S. A. Professores em (co)construção: expectativas e percepções de
professores quanto a processos (colaborativos) para seu desenvolvimento. Dissertação
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E quando foi que os tempos foram diferentes?
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E quando foi que os tempos foram diferentes?
ANEXOS
Quadro 1 – Exemplos de teses e dissertações que abordam a realidade do ensino de
LIC no Brasil
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E quando foi que os tempos foram diferentes?
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CRIANÇA QUE CANTA SEUS MALES ESPANTA E AINDA APRENDE INGLÊS:
12.
CRIANÇA QUE CANTA SEUS MALES
ESPANTA E AINDA APRENDE
O que é, o que é?
Eu fico com a pureza das respostas das crianças:
É a vida! É bonita e é bonita!
Viver e ão ter a vergonha de ser feliz,
Cantar,
A beleza de ser um eterno aprendiz
Eu sei
Que a vida devia ser bem melhor e será,
Mas isso não impede que eu repita:
É bonita, é bonita e é bonita!
E a vida? E a vida o que é, diga lá, meu irmão?
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C
omeçamos este capítulo, escrito a seis mãos, inspirando-nos nos
versos de Gonzaguinha, o qual nos chama a “cantar a beleza de
ser um eterno aprendiz”, que tomamos como ponto de parti-
da para nós, professoras/es: um aprender contínuo, cientes da
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CONHECENDO O CONTEXTO
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EXISTIMOS E RESISTIMOS
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rias, nos relembra nossas histórias, nos alegra ao ver as crianças felizes,
se esforçando para cantar também. As possibilidades de interações das
crianças (6 a 8 anos) das escolas municipais de Inhumas com as videoau-
las musicais promoveram aprendizagem, interação e alegria para outras
crianças que assistiram, e se relacionaram por meio de movimentos cor-
porais, e para as famílias que se motivaram nas atividades, se divertiram
muito além do léxico das cores em inglês, envolvendo a construção de
sentido por meio de linguagens diversas, encontrando sentidos nos ob-
jetivos ao seu redor. Entretanto, a alegria maior foi a nossa. Uma alegria
que veio da indignação, da revolta, da vontade de mudar, de alcançar
todas as mãos, das professoras e das crianças. Nós nos juntamos a Freire
para dizer que “há uma relação entre a alegria necessária à atividade
educativa e a esperança. A esperança de que professor e alunos juntos
podemos aprender, ensinar, inquietar-nos, produzir e juntos igualmen-
te resistir aos obstáculos à nossa alegria” (FREIRE, 1996, p. 29).
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Maria Eugênia Sebba Ferreira; CONCEIÇÃO, Mariney Pereira. (org.)
Letramento em língua estrangeira no Ensino Fundamental: ampliando o exercício de
cidadania das crianças brasileiras. In: TONELLI, Juliana Reichert Assunção; PÁDUA,
Lívia de Souza; OLIVEIRA, Thays Regina Ribeiro de. Ensino e formação de professores
de línguas estrangeiras para crianças no Brasil. Curitiba: Appris, 2017. p. 121-149.
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275
Uma experiência musical durante o ensino remoto emergencial
DIAS, Jeovana Karla de Oliveira. Compondo a profissão: reflexões e ações que norteiam
a prática de uma professora de língua inglesa para crianças. 2014. 55 f. Monografia
(Graduação em Letras Português/Inglês) – Universidade Estadual de Goiás, Inhumas,
GO, 2014.
DIAS, Jeovana Karla de Oliveira; BROSSI, Giuliana Castro. Reflexões e inquietações
acerca do ensino de língua inglesa nos anos iniciais. Pesquisas em Discurso Pedagógico,
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ME DEIXANDO LEVAR PELA DOCE BRINCADEIRA DO ENSINO DE INGLÊS PARA CRIANÇAS:
13.
ME DEIXANDO LEVAR PELA DOCE
BRINCADEIRA DO ENSINO DE
D
efinir o que é língua não é um tema novo no campo de ensino-
-aprendizagem. No entanto, tendo-se em vista sua centralidade,
faz-se necessário de tempos em tempos o retorno a essa questão,
traçando caminhos entre os significados circulantes sobre língua
e as práticas docentes. Sendo assim, neste momento de maior aten-
ção ao ensino de inglês para crianças (EIC) no país (GARCIA, 2011;
VICENTIM, 2013), este capítulo visa apresentar alguns resultados pre-
liminares de minha pesquisa de doutorado, os quais indicam a necessi-
dade de novas discussões sobre a conceituação de língua quando se leva
em conta a prática de EIC. Vários autores já discutiram a relação entre
concepções de língua e sua importância para o ensino. Como mostram
Silva et al. (1986), a forma como vemos a língua define os caminhos
do que se entende por ser um aluno e um professor. Ainda, segundo
Travaglia (1997), acredito que ela altera a maneira com que se estrutura
o trabalho docente em termos de ensino, considerando essa questão tão
importante quanto a postura que se tem em relação à educação. Sobre
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sua função. Esse caminho não me parecia profícuo, pois imprimia uma
linearidade e uma opacidade à língua que não refletiam a complexidade
dos processos que eu havia vivido em sala de aula anteriormente.
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fessora de Inglês. Só de Inglês”. Nós três rimos e eu ainda hoje não sei o
que é ser uma professora só de Inglês. Ainda bem.
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ganharam nenhum sorriso até hoje. Dessa forma, na medida que con-
sigo, sempre procuro integrar minhas propostas em sala a experiências
significativas dos alunos, desejando que meu fazer não faça do inglês os
“logaritmos e polinômios” deles no futuro.
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Essa desconfiança de que havia mais a ser dito sobre a prática com
crianças estava baseada em experiências em sala com um princípio sim-
ples. Numa dessas minhas primeiras tentativas desajeitadas com os pe-
quenos, introduzi aquilo que até hoje chamo de maneira geral de “aque-
cimento do corpinho”. Por meio daquilo que sabia sobre Total Physical
Response ou Resposta Física Total, das aulas de metodologia de ensino
da universidade, eu propunha aos alunos palavras soltas, como verbos
de ação e palavras relacionadas a direção e sentido. Com movimentos
criados no início por mim unicamente, íamos aprendendo os signifi-
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Uma vivência que pode ilustrar tal concepção pode ser observada
na renomeação da “flecha”, nome que atribui a divisória que faço nos
cadernos dos alunos desde que comecei em 2013 com os pequenos,
pelos novos alunos do 1º ano de 2020. Para que se faça mais claro,
quando comecei a dar aulas em 2013, concebi com as crianças a ideia
de divisão de uma parte do caderno da professora polivalente somente
para o Inglês. Eram as vinte páginas finais do caderno, as quais con-
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Por tudo isso, sinto que o meu ensinar inglês para crianças se dá
a partir de uma visão que entende língua como discurso, na qual todos
os interlocutores devem ser levados em conta em sua inteireza, dialo-
gando com seus contextos e com os significados que circulam em suas
culturas e sociedades. Ao mesmo tempo, entendo que a prática trans-
língue é profícua para explicar os processos de ensino-aprendizagem de
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língua com crianças que vivencio, pois ela responde à maneira como os
significados são construídos sinergicamente por meio do uso de uma
variada gama de recursos semióticos, visando sobretudo a inteligibili-
dade e a interação por meio da língua e das linguagens. Por fim, parece
ser interessante também para minha prática docente levar em conta
REFERÊNCIAS
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VICENTIN, Karina Aparecida. Inglês nos anos iniciais do ensino fundamental: de re-
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vivências no espaço-tempo infantil
298
LINGUAGENS EM TEMPOS INÉDITOS: DESAFIOS PRAXIOLÓGICOS DA FORMAÇÃO DE PROFESSORAS/ES DE LÍNGUAS
AS CONTRIBUIÇÕES DA PSICANÁLISE PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA NO FUNDAMENTAL I
14.
AS CONTRIBUIÇÕES DA
PSICANÁLISE PARA A FORMAÇÃO
Kely Cristina Silva | Escola Municipal José Brasil Dias (Minas Gerais)
A
discussão acerca do ensino de língua inglesa para crianças tem
sido pauta recorrente nos estudos da Linguística Aplicada
(TONELLI, 2005; ROCHA, 2006, 2007; SANTOS, 2009),
visto que esse ensino abrange questões para além do discurso
educativo, reivindicando políticas linguísticas acerca do tema. Além
disso, vemos um crescimento da oferta do ensino da língua nos anos
iniciais do ensino fundamental, o que gera algumas questões sobre a
formação do professor para esse contexto específico. Trabalhos desen-
volvidos recentemente vêm fornecendo valiosas orientações para os pro-
fessores e, o que nos é mais caro, várias reflexões que fazem progredir a
discussão sobre o ensino de língua inglesa para crianças. Considerando
que a formação específica para professores de língua inglesa para crian-
ças, doravante LIC, ainda não está amplamente difundida, esses estudos
configuram-se como instrumentos motivadores para a ampliação das
reflexões e dos diálogos.
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Dessa forma, o docente, uma vez certo de que não há uma ver-
dade sobre o ato de educar, renunciaria a uma “arrogância narcisista”
(PEREIRA, 2013, p. 496) para admitir a impossibilidade de educar.
Pereira (2013, p. 486-487) enumera razões pelas quais os professores se
sentem impotentes:
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
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PÊCHEUX, Michel. O discurso: estrutura ou acontecimento. Campinas, SP:
Pontes Editores, 2015 [1998].
PEREIRA, Marcelo Ricardo. O nome atual do mal-estar docente. Belo Horizonte:
Editora Fino Traço, 2016.
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Realidade, Porto Alegre, v. 38, n. 2, p. 485-499, abr./jun. 2013. Disponível em: ht-
tps://www.scielo.br/j/edreal/a/CdqFgJXXGwNb6kQ4vdPHwjq/?lang=pt. Acesso
em: 4 set. 2021.
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IMPLEMENTAÇÃO DA EDUCAÇÃO
LINGUÍSTICA NA INFÂNCIA NA
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De fato, você, já parou para pensar que pode ser exatamente esse
o motivo da perpetuação de tantas injustiças sociais nas políticas públi-
cas? Se as políticas fossem desenhadas por/para/com quem as utiliza,
poderíamos ter políticas linguísticas, públicas e educacionais menos
distantes das realidades (SHIROMA; MORAES; EVANGELISTA,
2000), e que atendessem às necessidades reais das crianças que precisam
do sistema de educação básica público no nosso país em 2021/2022.
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Por acreditarmos que toda fala dialoga com falas que a precedem
e a sucedem, emprestamos as lentes bakhtinianas para discutir a com-
plexidade das vozes, dos discursos e dos enunciados, que constroem a
comunicação verbal, cheia de ecos que representam posições éticas e
ideológicas. As discussões serão construídas a partir das vozes das par-
ticipantes e a heteroglossia dialogizada (diálogo) cingida pelas nossas
lentes onto-epistemológicas, que buscamos principiar, tendo em mente
que “toda compreensão de fala viva, do enunciado vivo é de nature-
za ativamente responsiva [...] toda compreensão é prenhe de resposta”
(BAKHTIN, 2011, p. 271). Advertimos que os sentidos que trazemos
são muito particulares da nossa história, e que as ressignificações e os
deslocamentos continuam e se misturam a outras vozes, numa infinita
recriação de sentidos.
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guística em inglês, e vai até 2021, quando da escrita final desta história.
Destacamos, na Figura 11, a representação das ações dos cronotopos
de onde partiram reverberações, que movimentam outros cronotopos
e são movimentados por eles, em um contínuo movimento entre as
personagens, que, ao agirem, constroem o(s) enredo(s) dessas diversas
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cussões nos encontros que seria importante para todas nós, professoras
participantes das discussões na ação de extensão, conhecermos e nos
apropriarmos de documentos que organizam a oferta da educação lin-
guística nas escolas (ie.: PPP da escola, PPC de Letras, LDB, BNCC,
entre outros), de cuja elaboração temos o direito e o dever de participar.
Dessa forma, estabelecemos que uma prioridade em um dos encontros
seria conhecer os documentos, a engrenagem que movimenta as políti-
cas educacionais e de educação docente, e de fato colocar em prática o
que Ball (1994) chama de “estado de ‘tornar-se’”, que caracteriza uma
política. Atentas ao caráter local dessas representações, interpretadas e
reinterpretadas nos contextos onde são vistas como “norteadoras”, des-
tacamos as ideias insurgentes que emergiram nos encontros:
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multilíngue ou plurilíngue.
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REFERÊNCIAS
ARENDT, Hannah. Entre o passado e o futuro. Trad. Mauro W. Barbosa. 7. ed. 1.
reimp. São Paulo: Editora Perspectiva, 2013.
AVILA, Paula Aparecida. Ensino de inglês nos anos iniciais e internacionalização do ensi-
no superior: um estudo de caso em um município do Paraná. 2019. 248 f. Dissertação
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MALTA, Liliane Salera. Além do que se vê: educação crítica e letramentos, formação
de professores e prática docente no ensino de inglês para crianças de 2 a 5 anos.
2019. 128 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Centro de Ciências Humanas e
Naturais, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2019.
MASTRELLA-DE-ANDRADE, Mariana Rosa. Ser crítica: uma história (sempre) in-
completa. In: PESSOA, Rosane Rocha; SILVESTRE, Viviane Pires Viana; MONTE
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SUMÁRIO
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POSFÁCIO
POSFÁCIO
C
omo seria bom se esses tempos já não o fossem mais. Inéditos. Se
não o fossem em sua selvageria, em sua exposição da crueldade
do ser humano diante de qualquer forma de existência, humana
ou não, em sua impossibilidade de negar o “lado mau da força”.
Tempos desumanos. Se fossem inéditos nesse sentido até que seria bom:
poderíamos acalentar a saudade de tempos em que não éramos assim,
em que éramos gentis, tínhamos compaixão, nos engajávamos, respei-
távamos, amávamos todos os seres. Mas nem isso. Sem revisionismo
histórico, sabemos que nunca fomos assim, que a coletividade tem sido
entendida como uma reunião de indivíduos mais do que como um es-
paço de com-vivência e amor ao próximo, à próxima, ae próxime. Será
que um conjunto de seres individuais, individualizados, individualistas,
fazem uma coletividade? Sei não.... suspeito, apenas: não.
Por outro lado, também seria bom que esses tempos inéditos não
fossem inéditos em solidariedade, em direitos humanos, em justiça so-
cial, porque se assim o fossem é porque não o teriam sido antes – e tal-
vez não viessem a ser depois. Então, deixo de lado a linearidade do tem-
po do relógio. Penso no tempo fluido, tempo de movimento, tempo de
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dos ventos que ela nos traz; ou negando-a, tentando silenciá-la, subli-
mando-a no medo da diferença, na insegurança diante do novo. Mas
tem sido cada vez mais difícil fingir que o mundo é homogêneo, que o
tempo é linear, que os sujeitos um dia serão maduros, fixos, constan-
tes, previsíveis. Não dá mais para evitar olhar para o mundo de Exu e
Kairós, das histórias que não são únicas, dos vendavais.
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vro, o que têm a ver com essa divagação toda sobre o ineditismo
e a não-linearidade do tempo? O que esse posfácio a ver com
Exu e Kairós? O que esse livro tem a ver com ventania? Talvez
um trecho de uma entrevista concedida por Luiz Rufino (2018,
s/p) sobre a função epistemológica de Exu nos ajude a construir
Mas esse livro que posfácio (o corretor não queria permitir grafar
sem o acento, tive que insistir para o substantivo virar verbo...) mostra a
importância do local e a relevância da colaboração, de um coletivo que
reconhece os corpos marcados e cruzados em movimento na gira cerra-
deira. Esse livro é movimento, é vento, é vida e, como Exu, “potência
que nos possibilita pensar as corporeidades, as enunciações na reivindi-
cação das identidades na diáspora e as suas produções de presenças que
transgridem as dimensões da colonialidade” (RUFINO, 2016, p.57).
Como já se viu agora, quando se chega ao fim da leitura do livro, os
textos aqui publicados nos desafiam, problematizando criticamente os
assuntos que abordam, falando sobre meio-ambiente, escola, pande-
mia, livro didático, inclusão, ética, narrativa, autoetnografia, música,
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REFERÊNCIAS
FLORES, Luiza Dias. Alargar Bordas: entre o saber e o conhecer. Revista Mundaú,
Maceió, n. 9, p. 84-104, 2020.
FREIRE, Paulo. Pedagogia dos Sonhos Possíveis. São Paulo: UNESP, 2001.
HAN, Byung-Chul. Sociedade do Cansaço. Petrópolis: Vozes, 2015.
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SOBRE O LIVRO
Formato: 16x23 cm
Tiragem: 500
EDITORA SCOTTI
Goiânia-GO
(62) 98121-6148
E-mail: contato@editorascotti.com
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