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O Caracol Medroso-Uma história infantil

Era uma vez um caracol, que todos os dias saía do seu esconderijo e punha os
corninhos ao sol. Este caracol não era um caracol qualquer, ele conseguia ver o que
outros não queriam ver.

Ele punha os corninhos ao sol, e olhava, olhava, olhava tudo à sua volta.

As árvores, os rios, as folhas, os assobios do vento e dos humanos naqueles dias em


que os humanos estranhamente apareciam para sentar-se na floresta, todos juntos, e
riam.

Ele observava as nuvens, as pedras, os animais e os outros caracóis como ele, a


colocar os corninhos ao sol.

Certo dia, viu um caracol seu amigo, ficar doente.

O caracol começou a ter medo. Até aí, nunca soube o que era o medo, e mais nenhum
caracol o percebia! “Vem para o sol, primo caracol”, diziam os outros, mas ele tinha
medo, muito medo.

Medo das árvores porque podiam cair, medo das folhas que podiam esconder um
buraco no chão, medo dos outros animais ou dos humanos que eram muito grandes,
medo do escuro e até medo do sol!

O caracol passava o dia escondido com medo de algo desconhecido, com medo de
tudo à sua volta, porque nada era certo, tudo poderia correr mal, e ele podia “ficar
doente”. O seu coraçãozinho batia muito forte, parecia que ia saltar para fora do peito
por causa daquele medo que ele sentia em todos os momentos.

Os outros caracóis vieram dizer que ele estava doente, e que isso não era vida de
caracol.

Mas o caracol acreditava que qualquer coisa lhe ia acontecer. O medo crescia e
crescia dentro dele, mas ninguém conseguia perceber. Até que um dia o caracol ficou
paralisado, o medo já não o deixava mexer-se e já não o deixava falar.

Sem se conseguir mexer ou fazer fosse o que fosse, nem os pequenos corninhos
conseguia mover para que sentisse o sol a aquecer.
Os outros caracóis iam para o sol, de folha em folha, casavam, tinham bebes caracóis,
iam à escola, e um dia desapareciam.

Mas o nosso caracol estava no mesmo lugar, em vez de viver a vida de caracol que
era suposto viver.

Até que um dia, pelo meio de um raio de sol, viu algo a fazer sombra, a vir em
direcção a si, uma coisa enorme, talvez um pé humano, talvez outra coisa grande e
que parecia pesada, que vinha de cima, e só a poucos centímetros de distância é que
o caracol deixou que o medo se transformasse em coragem e arrastou-se a correr, a
correr como corre um caracol...muito devagar.

Desde esse dia o caracol teve todos os dias medo. Era mais vivido do que os outros
caracóis que simplesmente viviam. Ele vivia e sentia o medo, percebia-o, deixava que
o medo se instalasse e, depois, respirava fundo transformava todo esse medo em
coragem, e fazia o que um caracol tinha de fazer: viver cada dia, correndo as folhas,
ouvindo os rios, aquecendo ao sol
CARACOL COM MEDO

O QUE SENTIA?

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CARACOL SEM MEDO

O QUE SENTIA?

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OS TEUS MEDOS
COMO TE SENTES?

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