Você está na página 1de 242

Fundamentos de

Medição Industrial

4/14/2023
Conceito de
metrologia
⮚ Unidades dimensionais

2
Unidades
dimensionais

Como será que o homem


aprendeu a medir os objetos?
Antigamente, ele usava partes de
seu corpo como referência para
determinar o tamanho dos objetos,
mas em função da variação de
tamanho do corpo de pessoa para
pessoa, esse sistema não garantia
uma uniformidade no resultado de
uma medição.

3
Primitivos instrumentos de medição

Antes de iniciarmos o entendimento


do atual sistema, vejamos um breve
histórico das medidas, considerando os
primitivos instrumentos de medição:
partes do corpo humano. Tais unidades
de medição primitivas eram referências
universais, e com elas seria fácil
chegar-se a uma medida que poderia
ser verificada por qualquer pessoa. Foi
assim que surgiram medidas-padrão
como a polegada, a mão, o cúbito, o
côvado, o palmo, o pé, a jarda, a braça
e o passo.

4
Primitivos instrumentos de medição

5
Primitivos instrumentos de medição

O Antigo Testamento da Bíblia é um dos registros mais antigos da história da


humanidade. Em Gênesis, lê-se que o Criador mandou Noé construir uma arca
com dimensões muito específicas, medidas em côvados. O côvado era uma
medida da região onde morava Noé e é equivalente a três palmos.

6
Primitivos instrumentos de medição

Em geral, essas unidades eram baseadas nas medidas do corpo do rei,


sendo que tais padrões deveriam ser respeitados por todas as pessoas que,
naquele reino, fizessem as medições. Há cerca de 6 mil anos, os egípcios
usavam, como padrão de medida de comprimento, o cúbito: distância do
cotovelo à ponta do dedo médio.

7
Primitivos instrumentos de medição

Nos séculos XV e XVI, os padrões mais usados na Inglaterra para medir


comprimentos eram a polegada, o pé, a jarda e a milha. Jarda, em inglês
yard, significa “vara”, em referência ao uso de varas nas medições. Esse
padrão foi criado por alfaiates ingleses.

1 pé = 12 polegadas

1 jarda = 3 pés

1 milha terrestre = 1.760 jardas

8
Primitivos instrumentos de medição

Na França, no século XVII, ocorreu


um avanço importante na questão de
medidas. A toesa, que era então
utilizada como unidade de medida
linear, foi padronizada em uma barra de
ferro com dois pinos nas extremidades
e, em seguida, chumbada na parede
externa do Grand Chatelet, nas
proximidades de Paris. Dessa forma,
cada interessado poderia conferir seus
próprios instrumentos. Uma toesa é
equivalente a 6 pés, aproximadamente,
194,9 cm.

9
Medidas inglesas

A Inglaterra, em todos os territórios


sob seu domínio durante séculos,
utilizava um sistema de medidas
próprio, facilitando as transações
comerciais ou outras atividades de sua
sociedade. Acontece que no resto do
mundo ocidental desenvolveu-se um
outro sistema métrico, totalmente
diferente do sistema inglês. Assim, em
1959, a jarda (que é uma medida
inglesa) passou a ter seu valor
expresso no sistema métrico.

10
Sistema inglês – Unidades de medidas

Os países anglo-saxões (Inglaterra e Estados Unidos) ainda utilizam o


sistema baseado na jarda imperial e seus derivados não decimais. A
equivalência dessas unidades com o sistema métrico é a seguinte:

Polegada (inch) = 25,4mm a uma temperatura de 20ºC (para evitar dilatação)

Pé (foot) = 12 polegadas = 304,8mm

Jarda (yard) = 36 polegadas = 3 pés = 914,4mm

O sistema inglês divide-se em sistema inglês milesimal e sistema inglês


fracionário (ordinário).

11
Sistema inglês – Polegada fracionária

A polegada divide-se em frações ordinárias de denominadores iguais a 2,


4, 8, 16, 32, 64, 128... Temos, então, as seguintes divisões da polegada:

¹⁄₂” (meia polegada)

¹⁄₄” (um quarto de polegada)


¹⁄₈” (um oitavo de polegada)

¹⁄₁₆” (um dezesseis avos de polegada)

¹⁄₃₂” (um trinta e dois avos de polegada)


¹⁄₆₄” (um sessenta e quatro avos de polegada)
¹⁄₁₂₈” (um cento e vinte e oito avos de polegada)

12
Sistema inglês – Polegada fracionária

Os numeradores das frações devem ser números ímpares:

¹⁄₂” , ³⁄₄” , ⁵⁄₈” , ¹⁵⁄₁₆”


Quando o numerador for par, deve-se proceder à simplificação da fração:

⁶⁄₈” : 2 → ³⁄₄” ⁸⁄₆₄” : 8 → ¹⁄₈”

13
Sistema inglês – Polegada milesimal

A divisão da polegada em submúltiplos de (¹⁄₂”, ¹⁄₄”, ... ¹⁄₁₂₈”), em vez de


facilitar complicou os cálculos na indústria.

Por essa razão, criou-se a divisão decimal da polegada. Na prática, a


polegada subdivide-se em milésimo e décimos de milésimo.

Exemplos:

1,003” = 1 polegada e 3 milésimos

1,1247” = 1 polegada e 1.247 décimos de milésimos

0,725” = 725 milésimos de polegada

14
Sistema métrico universal: o metro

Com o tempo, surgiu um


movimento no sentido de estabelecer
uma unidade natural, isto é, que
pudesse ser encontrada na natureza e,
assim, ser facilmente copiada,
construindo um padrão de medida
universal. Havia também outra
exigência para essa unidade: ela
deveria ter seus submúltiplos
estabelecidos segundo o sistema
decimal. Estabeleceu-se, então, que a
nova unidade-padrão deveria ser igual à
décima milionésima parte de um quarto
de meridiano terrestre.

15
Sistema métrico universal: o metro

Os astrônomos franceses
Delambre e Mechain foram incumbidos
de medir o meridiano. Eles utilizaram a
toesa como unidade, e mediram a
distância entre Dunkerque (França) e
Montjuich (Espanha). Após tomarem a
distância entre as duas cidades, foram
feitos cálculos e se chegou a uma
distância que foi representada numa
barra de platina retangular medindo
4,05 x 25mm. O comprimento dessa
barra era equivalente ao comprimento
da unidade-padrão metro.

16
Sistema métrico universal: o metro

1ª definição:

Metro é a décima milionésima parte


de um quarto de meridiano terrestre.
Essa medida foi transformada em barra
de platina e passou a ser denominada
metro. Com o desenvolvimento da
ciência, verificou-se que uma medição
mais precisa do meridiano fatalmente
daria um metro com uma medida um
pouco diferente. Assim, a primeira
definição foi substituída por uma
segunda.

17
Sistema métrico universal: o metro

2ª definição:

Metro é a distância entre os dois


extremos da barra de platina depositada
nos arquivos da França e apoiada nos
pontos de mínima flexão na
temperatura de zero grau Celsius.
Escolheu-se a temperatura de zero grau
Celsius por ser, na época, a mais
facilmente obtida com o gelo fundente.

18
Sistema métrico universal: o metro

3ª definição:

Metro é a distância entre os eixos


de dois traços principais marcados na
superfície neutra do padrão
internacional depositado no BIPM
(Centro Internacional de Pesos e
Medidas), na temperatura de zero grau
Celsius e sob uma pressão atmosférica
de 760 mmHg (milímetro de mercúrio) e
apoiado sobre seus pontos de mínima
flexão.

19
Sistema métrico universal: o metro

4ª definição:

Metro é o comprimento do trajeto


percorrido pela luz no vácuo, durante o
intervalo de tempo de 1 / 299.792.458
do segundo. É importante observar que
todas essas definições somente
estabeleceram com maior exatidão o
valor da mesma unidade: o metro. O
metro em si não foi alterado, o que
ocorreu foi mais uma impressionante
melhoria na exatidão de sua definição.

20
Sistema Internacional de Unidades (SI)

Para garantir maior confiabilidade nos resultados de medição foi criado o


Sistema Internacional de Unidades (SI), no qual há duas classes de unidades:

• unidades de base;

• unidades derivadas;

Sob o aspecto científico, a divisão das unidades nessas duas classes é


arbitrária, já que não é uma imposição da física.

21
Unidades de base do SI

Considerando as vantagens de se Grandeza Unidade Símbolo


adotar um sistema prático e único para comprimento metro m
ser utilizado mundialmente nas relações
massa quilograma kg
internacionais, no ensino e no trabalho
científico, a Conferência Geral de Pesos tempo segundo s

e Medidas decidiu basear o Sistema corrente


ampere A
elétrica
Internacional de Unidades em sete
temperatura kelvin K
unidades perfeitamente definidas e
quantidade de
independentes sob o ponto de vista matéria
mol mol
dimensional, que compõem a classe intensidade
candela cd
das unidades de base. luminosa

22
Unidades derivadas do SI

A outra classe de unidades do Sistema Internacional de Unidades é a das


unidades derivadas. Ela abrange as unidades que podem ser formadas a
partir de combinações de unidades de base, segundo relações algébricas que
interligam as grandezas equivalentes, e duas outras, radiano e esterradiano.

Grandeza Unidade Símbolo

ângulo plano radiano rad

ângulo sólido esterradiano sr

23
Unidades derivadas do SI

A definição destas duas unidades derivadas é puramente matemática,


sem necessidade de um padrão ou elemento físico. As unidades formadas a
partir da combinação destas unidades derivadas com algumas unidades de
base podem ser vistas no quadro abaixo.

Grandeza Unidade Símbolo

velocidade angular radiano por segundo rad / s

aceleração angular radiano por segundo rad / s²

intensidade energética watt por esterradiano W / sr


watt por metro quadrado
luminância energética W . m⁻² . sr⁻¹
esterradiano

24
Unidades expressadas a partir do SI

É possível, também, fazer combinações entre as unidades de base. O


quadro abaixo fornece exemplos de unidades derivadas obtidas por
multiplicação e divisão de unidades de base.

Grandeza Unidade Símbolo


superfície metro quadrado m²
volume metro cúbico m³
velocidade metro por segundo m/s
aceleração metro por segundo ao quadrado m / s²
número de ondas metro elevado à potência menos um m⁻¹

25
Unidades expressadas a partir do SI

Grandeza Unidade Símbolo


massa específica quilograma por metro cúbico kg / m³
volume específico metro cúbico por quilograma m³ / kg
densidade de corrente ampere por metro quadrado A / m²
campo magnético ampere por metro A/m
concentração (de quantidade de matéria) mol por metro cúbico mol / m³
luminância candela por metro quadrado cd / m²
índice de refração (o número) um 1

26
Múltiplos e submúltiplos das unidades SI

Em muitas situações, você deverá medir comprimentos maiores ou


menores que o metro. Por exemplo, a distância entre as cidades do Rio de
Janeiro e São Paulo é expressa em quilômetros (km). Já o comprimento de
um lápis é expresso em centímetros (cm).

27
Múltiplos e submúltiplos do metro - SI

Nome Símbolo Fator

Megametro Mm 10⁶ = 1 000 000 m

Quilômetro km 10³ = 1 000 m

Hectômetro hm 10² = 100 m

Decâmetro dam 10¹ = 10 m

Metro m 1=1m

Decímetro dm 10⁻¹ = 0,1 m

Centímetro cm 10⁻² = 0,01 m

Milímetro mm 10⁻³ = 0,001 m

Micrômetro μm 10⁻⁶ = 0,000 001 m

28
Regras para a escrita das unidades no SI

Há, também, normatização para a escrita dessas medidas, e você deve


estar familiarizado.

Os princípios gerais referentes à grafia dos símbolos das unidades do


Sistema Internacional de Unidades foram adotados pela 9a CGPM e, em
seguida, pela International Standardization Organization – ISO/TC 12 (ISO 31,
Grandezas e Unidades).

29
Escrita dos símbolos das unidades

Os símbolos das unidades são escritos de acordo com as seguintes regras:

a) São empregadas letras do alfabeto latino, em geral, minúsculas


Entretanto, se o nome da unidade derivar de um nome próprio, a primeira
letra do símbolo é maiúscula. Exemplo: m para metro e K para Kelvin.

b) Os símbolos das unidades não têm plural, só podendo ser escritos no


singular. Exemplo: 3m e não 3ms.

c) Os símbolos das unidades não são seguidos por pontos. Exemplo: 4kg e
não 4kg, a não ser que estejam no final de uma frase, quando o ponto
será o da frase.

30
Escrita de expressão algébrica dos símbolos

Para escrever uma expressão algébrica também adotamos algumas regras.

a) O produto de duas ou mais unidades pode ser indicado de uma das


maneiras mostradas neste exemplo: kg.m ou kgm.

b) Quando uma unidade derivada é formada pela divisão de uma unidade por
outra, pode-se utilizar a barra inclinada ( / ), o traço horizontal ou, então,
potências negativas. Por exemplo: metro por segundo de três formas.

31
Escrita de expressão algébrica dos símbolos

c) Nunca repetir a barra inclinada na mesma linha, a não ser com o emprego
de parênteses, de modo a evitar qualquer ambiguidade. Nos casos
complexos, deve-se utilizar parênteses ou potências negativas. Por exemplo:

32
Unidades fora do SI

O BIPM (Bureau international des poids et mesures) reconheceu que os


países que utilizam o SI têm necessidade de empregar conjuntamente certas
unidades que não fazem parte do Sistema Internacional de Unidades, mas
que estão amplamente difundidas. Essas unidades desempenham um papel
tão importante que foi necessário conservá-las com o Sistema Internacional
de Unidades, para uso geral.

Nesta unidade, vamos abordar somente o grau, o minuto e o segundo,


pois são os que você mais vai usar.

BIPM - Escritório Internacional de Pesos e Medidas

33
Unidades fora do SI

Nome Símbolo Valor em unidades do SI


minuto min 1min = 60s
hora h 1h = 60min = 3.600s
dia d 1d = 24h = 86.400s
grau ° 1° = (p/180°)rad
minuto ’ 1’ = (1/60)° = (p/10.800)rad
segundo ’’ 1” = (1/60)103kg = (p/648.000)rad
litro l ou L 1l = 1dm3 = 10-3m3
tonelada t 1t = 103kg

34
Sistema sexagesimal

Esse é o sistema frequentemente utilizado na mecânica, topografia etc.,


que divide o círculo em 360 graus.

O grau é uma unidade de medida que não está presente no Sistema


Internacional de Unidades, reconhecido pelo Conselho Internacional de Pesos
e Medidas. Por ser uma unidade derivada amplamente difundida, o grau é
usado para medir ângulos e se divide em 60 minutos. Cada minuto, por sua
vez, divide-se em 60 segundos.

1 grau = 60 minutos

1 minuto = 60 segundos

35
Sistema sexagesimal

Os símbolos de cada uma dessas unidades são os seguintes:

grau ( ° )
minuto ( ’ )
segundo ( ” )
Exemplos:

46° → lê-se quarenta e seis graus.


37’ → lê-se trinta e sete minutos.
12” → lê-se doze segundos.
68°54’17” → lê-se sessenta e oito graus, cinquenta e quatro minutos
e dezessete segundos.

36
Sistema centesimal

Nesse sistema, o círculo é dividido em 400 grados. Cada grado


subdivide-se em 100 novos minutos e cada novo minuto em 100 novos
segundos.

1 grado = 100 minutos


1 minuto = 100 segundos

Os símbolos usados para essas unidades são:

grado ( g )
novos minutos ( c )
novos segundos ( cc )

37
Sistema centesimal

Exemplo:

36,2179g → também pode ser escrito como 36g21c79cc.


36g21c79cc → lê-se trinta e seis grados, vinte e um novos minutos
e setenta e nove novos segundos.

O sistema centesimal, criado com a finalidade de introduzir o sistema


decimal na medição de ângulo e, com isso, facilitar e dar homogeneização
aos sistemas de medidas, infelizmente não conseguiu se impor e é muito
pouco usado.

38
Adição e subtração no sistema sexagesimal

A adição e a subtração envolvendo medidas de ângulos do sistema


sexagesimal muitas vezes exigem a realização de conversões para o mesmo
múltiplo ou submúltiplo.

Exemplo:

A soma de 39°41’30” mais 42°41’35”.

39
Adição e subtração no sistema sexagesimal

Analisando cada item do resultado obtido, temos:

• nos segundos há 65”, que correspondem a 1’05”. Então, ficamos 05”


nos segundos e somamos o 1’ aos minutos obtidos. O resultado parcial
será 81°83’05”;

• nos minutos temos agora 83’, que correspondem a 1°23’. Ficamos com
23’ nos minutos e somamos o 1° aos graus obtidos. O resultado parcial
será 82°23’05”;

• o resultado final da operação é, portanto, 82°23’05”.

40
Algarismos significativos

Para explicar o que é algarismo significativo, vamos começar com um


exemplo. Imagine que vamos medir um determinado comprimento, como
mostra a figura abaixo:

41
Algarismos significativos

Imagine que vamos medir um


determinado comprimento, como
mostra a figura ao lado:

Observe que a menor divisão da


régua utilizada no exemplo é de 1mm.
Assim, ao tentar escrever o resultado
da medição, vemos que ela está
compreendida entre 14,3cm e 14,4cm.
Será necessário avaliarmos a fração de
milímetro que deverá ser acrescentada
a 14,3cm, pois a régua não apresenta
divisões inferiores a 1mm.

42
Algarismos significativos

Para fazer essa avaliação,


devemos imaginar que o intervalo entre
14,3cm e 14,4cm está subdividido em
dez partes de mesmo tamanho, e assim
obteremos a fração de milímetro a ser
acrescentada a 14,3cm com razoável
aproximação. Na figura mostrada
podemos avaliar essa fração como
sendo de 5 décimos de milímetro e,
desse modo, o resultado da medida
poderá ser 14,35cm.

43
Algarismos significativos

Veja que, nesse caso, estamos


seguros em relação aos algarismos 1, 4
e 3, ou seja, aos 14,3cm, porque eles
foram obtidos por meio de divisões
inteiras da régua. Por isso, eles são
chamados de algarismos corretos. O
algarismo 5, entretanto, foi avaliado e,
assim, não temos muita certeza sobre
esse valor. Inclusive, ele poderia ser
avaliado por outras pessoas como 4 ou
6, por exemplo. Daí ele ser denominado
algarismo duvidoso ou algarismo
incerto.

44
Algarismos significativos

A avaliação de algarismos para


compor a medida pode parar aqui, pois
não há sentido procurarmos mais um
algarismo para ser escrito na medida
após o algarismo 5. Para isso, seria
necessário imaginar o intervalo de 1mm
subdividido em 100 partes iguais, o que
evidentemente seria impossível.
Portanto, se o resultado dessa medida
fosse apresentado como 14,357cm, por
exemplo, poderíamos afirmar que a
avaliação do algarismo 7, não deve
figurar no resultado.

45
Conceito de algarismos significativos

Com o exemplo apresentado, vimos que o resultado de uma medida deve


ser escrito somente com os algarismos corretos e com o primeiro algarismo
avaliado. Esses algarismos – os corretos e o avaliado – são denominamos
algarismos significativos.

Assim, nessa relação entre algarismo correto e algarismo duvidoso, é


importante observar que, se cada divisão de 1mm da régua fosse, realmente,
subdividida em dez partes iguais, ao efetuarmos a leitura do comprimento da
barra (usando um microscópio, por exemplo), o algarismo 5 passaria a ser um
algarismo correto, pois iria corresponder a uma divisão inteira da régua.

46
Conceito de algarismos significativos

Por outro lado, se a régua não possuísse as divisões de milímetros,


apenas os algarismos 1 e 4 seriam os corretos. Consequentemente, o
algarismo 3 seria o primeiro algarismo avaliado e o resultado da medida seria
expresso por 14,3cm, com apenas três algarismos significativos.

47
Conceito de algarismos significativos

Ao analisar as situações, vemos que o número de algarismos


significativos que se obtêm no resultado da medida de uma dada grandeza
dependerá do instrumento usado para medição. Nas três réguas
apresentadas, as subdivisões são diferentes, o que gerou medidas diferentes.
A convenção de se apresentar o resultado de uma medida contendo apenas
algarismos significativos é adotada de maneira geral, não só na medida de
comprimentos, mas também na medida de massa, temperatura, força etc.
Essa convenção é também usada ao se apresentarem os resultados de
cálculos envolvendo medidas das grandezas.

48
Conceito de algarismos significativos

1ª observação: Ao contar o número de algarismos significativos de uma


medida ou de um resultado de cálculo com medidas, devemos considerar que
o algarismo zero só é significativo se estiver situado à direita de um algarismo
significativo. Por exemplo:

• 0,00041 tem dois algarismos significativos: 4 e 1. Os zeros não são


significativos, pois estão à esquerda.

• 40,100 tem cinco algarismos significativos, pois os zeros são


significativos.

• 0,000401 tem três algarismos significativos: 4, 0 e 1. Os zeros à


esquerda do 4 não são significativos.

49
Conceito de algarismos significativos

2ª observação: Diz respeito à mudança de unidades que não podem ser


escritas com zeros que não sejam significativos. Por exemplo: vamos
expressar, em gramas, uma medida de 7,3kg. Para tanto, observe que essa
medida possui dois algarismos significativos, o 7 e o 3, sendo o algarismo 3
duvidoso. Assim, se escrevêssemos 7,3kg = 7.300 gramas, estaríamos dando
a ideia errônea de que o 3 é um algarismo correto, sendo o último zero o
algarismo duvidoso. Para evitar esse erro de interpretação, fazemos a
notação de potência de 10 e escrevemos: 7,3kg = 7,3 x 103g. Dessa maneira,
a mudança de unidade foi feita e continuamos a indicar que o 3 é o algarismo
duvidoso.

50
Regras básicas de arredondamento

Para empregarmos corretamente os algarismos significativos, precisamos


conhecer e saber aplicar as regras básicas de arredondamento. Vejamos
primeiramente que regras são essas, para depois procedermos às aplicações
em algarismos significativos.

1ª regra: Quando o algarismo imediatamente seguinte ao último


algarismo a ser conservado é inferior a 5, o mesmo será mantido, sem
modificação.

Exemplo:

1,333...3 arredondado à 1ª decimal resultará em 1,3.


1,3234...4, arredondando = 1,3.

51
Regras básicas de arredondamento

2ª regra: Quando o algarismo imediatamente seguinte ao último


algarismo a ser conservado é igual ou superior a 5, e for seguido de, no
mínimo, um algarismo diferente de zero, o último algarismo a ser conservado
deverá ser aumentado de uma unidade.

Exemplos:

1,666...6 arredondado à 1a decimal resultará em 1,7.


4,850...5 arredondado à 1a decimal resultará em 4,9.

52
Regras básicas de arredondamento

3ª regra: Quando o algarismo imediatamente seguinte ao último


algarismo a ser conservado é um 5 seguido de zeros, devemos proceder da
seguinte maneira:

a) se o algarismo que antecede o 5 for ímpar, arredonda-se para o


algarismo par mais próximo, ou seja, aumenta-se uma unidade.

Exemplos:

4,550 arredondado à 1ª decimal resultará em 4,6.


2,750 arredondado à 1ª decimal resultará em 2,8.

53
Regras básicas de arredondamento

b) se o algarismo que antecede o 5 for par, permanecerá sem


modificação.

Exemplos:

3,650 arredondado à 1a decimal resultará em 3,6.


1,2500 arredondado à 1a decimal resultará em 1,2.

54
Conversões de medidas

Agora já conhecemos o sistema


métrico e o sistema inglês de unidade.
Na mecânica, o convívio se dá com
duas medidas de sistema: o milímetro e
a polegada. Vamos, então, exemplificar
6 (seis) transformações envolvendo
milímetro, polegada decimal e polegada
em frações ordinárias.

55
Transformar polegada em milímetro

1º caso: Como transformar polegadas inteiras em milímetros?

Você recorda que 1 polegada equivale a 25,4mm? Então, para se


transformar polegada inteira em milímetros, multiplica-se 25,4mm pela
quantidade de polegada que será convertida.

Exemplo:

Quantidade de polegada a ser transformada = 3”

Fator a ser utilizado na transformação = 25,4mm

Então: 25,4 x 3 = 76,2mm

56
Transformar polegada em milímetro

2º caso: Como transformar fração da polegada em milímetro?

Quando o número for fracionário, multiplica-se 25,4mm pelo numerador


da fração e divide-se o resultado pelo denominador.

Exemplo:

Transformar 5/8” em milímetros.


Fator a ser utilizado na multiplicação = 25,4mm
Numerador = 5
Denominador = 8

57
Transformar polegada em milímetro

3º caso: Como transformar polegada inteira e fracionária em milímetro?

Quando o número for misto, inicialmente transforma-se o número misto


em uma fração imprópria e, a seguir, opera-se como no 2º caso.

Exemplo:

58
Transformar milímetro em polegada

Para se transformar milímetro em polegada, deve-se proceder da


seguinte forma:

1. Dividir a quantidade de milímetros por 25,4.

2. Multiplicar o resultado por uma das divisões da polegada.

3. Dar como denominador a mesma divisão tomada.

4. Simplificar a fração ao menor numerador.

59
Transformar milímetro em polegada

Exemplo:

60
Transformar milímetro em polegada

Aplicando outro processo.

1. Multiplicar a quantidade de milímetros pela constante 5,04.

2. Usar como denominador a menor fração da polegada (1/128).

3. Dar como numerador a parte inteira do resultado da multiplicação.

4. Simplificar a fração, quando necessário.

61
Transformar milímetro em polegada

Exemplo:

62
Transformar medida ordinária em decimal

Para se transformar um valor no sistema inglês ordinário em decimal,


basta dividir o numerador da fração pelo denominador.

Exemplo:

63
Transformar medida decimal em ordinária

Para se transformar sistema inglês decimal em ordinário, multiplica-se o


valor em decimal por uma das divisões da polegada, dando-se para o
denominador a mesma divisão tomada, simplificando-se a fração, quando
necessário.

Exemplo:

64
Transformar polegada decimal em milímetro

Para se transformar polegada decimal em milímetro, multiplica-se o valor


em decimal da polegada por 25,4.

Exemplo:

Transformar 0,875” em milímetro.

0,875” x 25,4 = 22,225mm

65
Transformar milímetro em polegada decimal

Para se transformar milímetro em polegada decimal, podemos utilizar


dois processos.

Exemplo:

Transformar 3,175mm em polegada decimal.

1º processo: divide-se o valor em milímetro por 25,4mm.


3,175 : 25,4 = 0,125”

2º processo: multiplica-se o valor em milímetro pela constante


0,03937”.
3,175 x 0,03937” = 0,125”

66
Transformar milímetro em polegada decimal

OBS.: A constante 0,03937” corresponde à quantidade de milésimos de


polegada contida em 1 milímetro (1mm = 0,03937”).

Exemplo:

Transformar 3,174mm em polegada decimal.

3,175 x 0,03937” = 0,125”

OBS.: A diferença do resultado entre o 1º e o 2º processo, conforme


mostram os exemplos anteriores, passa a ser desprezível, considerando-se
ambos os processos corretos.

67
Tabela comparativa (polegadas e milímetros)

Fracionária Decimal 1” 2” 3” 4” 5” 6’’


1 1.00000 25.4000 50.8000 76.2000 101.6000 127.0000 152.4000
1/2 0.50000 12.7000 38.1000 63.5000 88.9000 114.3000 139.7000
1/4 0.25000 6.3500 31.7500 57.1500 82.5500 107.9500 133.3500
1/8 0.12500 3.1750 28.5750 53.9750 79.3750 104.7750 130.1750
3/4 0.75000 19.0500 44.4500 69.8500 95.2500 120.6500 146.0500
3/8 0.37500 9.5250 34.9250 60.3250 85.7250 111.1250 136.5250
5/8 0.62500 15.8750 41.2750 66.6750 92.0750 117.4750 142.8750
7/8 0.87500 22.2250 47.6250 73.0250 98.4250 123.8250 149.2250
1/16 0.06250 1.5875 26.9875 52.3875 77.7875 103.1875 128.5875
1/32 0.03125 0.7938 26.1938 51.5938 76.9938 102.3938 127.7938

68
Régua graduada

⮚ Introdução
⮚ Resolução/Valor de uma
divisão
⮚ Tipos e usos
⮚ Leitura no sistema métrico
⮚ Leitura no sistema inglês
ordinário
⮚ Normas gerais de medição
⮚ Recomendações e cuidados
com a régua

69
Introdução

A régua graduada, comumente chamada de escala, é o instrumento de


medição com base no qual muitos outros instrumentos foram desenvolvidos.
Por isso, ele será o primeiro instrumento de medição com o qual você terá
contato, sendo a base para o entendimento dos demais.

As réguas utilizadas nas indústrias são fabricadas geralmente em aço-


carbono ou aço inoxidável. Elas apresentam-se sob a forma de uma lâmina,
na qual encontra-se gravada sua escala.

70
Introdução

A graduação da escala pode ser em milímetros (mm) e até meios


milímetros. Algumas réguas, além das escalas milimétricas, têm escalas em
polegadas (inches) e em frações de polegadas, no outro canto.

Ou seja, a régua é um instrumento de medição na forma de seção


retangular com uma ou duas escalas gravadas, conforme se observa na
figura abaixo.

71
Resolução/Valor de uma divisão

Utiliza-se régua graduada nas medições com “erro admissível” superior à


menor graduação. No caso da régua da figura abaixo, a menor graduação
para milímetros é 0,5mm, e para polegadas é 1/ 32”.

72
Resolução/Valor de uma divisão

Ao selecionar o instrumento mais adequado, deve-se levar em conta,


fundamentalmente, o campo de tolerância (IT) da medida a ser verificada,
pois peças diferentes podem ter a mesma medida nominal especificada em
seu projeto, porém a importância de sua exatidão pode ser diferente.

Por exemplo, a medida de Ø25mm tanto pode corresponder a um cabo


de vassoura fabricado em madeira como ao pino de um pistão de motor. Para
o primeiro caso, uma variação de ± 1mm não afetará sua finalidade.
Entretanto, no segundo caso essa variação tornaria a peça inadequada ao
uso.

73
Resolução/Valor de uma divisão

O instrumento ideal para cada caso deve ter uma leitura ou resolução de
acordo com a medida a ser verificada e sua tolerância. A resolução é a menor
medida que o instrumento oferece. Assim, recomenda-se que o instrumento
possua uma resolução no mínimo igual à décima parte do campo de
tolerância da peça ou, no pior dos casos, igual à quinta parte:

Resolução ≤ IT/10 (como ideal)

Resolução ≤ IT/5 (como mínimo)

74
Resolução/Valor de uma divisão

Se considerarmos como exemplo uma peça com tolerância de ± 0,25mm


(campo de tolerância igual 0,50mm), podemos concluir que um instrumento
com resolução de 0,05mm seria ideal, porém outro com leitura de 0,10mm
ainda poderia ser utilizado.

Este critério está fundamentado na existência de uma relação direta entre


a exatidão de um instrumento e sua leitura ou resolução.

O passo seguinte é a definição do tipo de instrumento necessário à tarefa


que vai ser realizada, levando em consideração o tamanho da peça, sua
forma, a pressão e a frequência com que deve ser feita a medição. Existe
uma variedade de tipos de faixas de medição de instrumentos, facilmente
identificáveis nos catálogos de cada fabricante.

75
Tipos e usos

Régua de encosto interno: Destinada a medições de peças que


apresentam faces internas de referência.

76
Tipos e usos

Régua sem encosto: Nesse caso, devemos subtrair do resultado o valor


do ponto de referência. Destinada ao uso geral.

77
Tipos e usos

Régua com encosto: Destinada à medição de comprimento a partir de


uma face externa das peças, a qual é utilizada como encosto.

78
Tipos e usos

Régua de profundidade: Utilizada nas medições de canais ou rebaixos


internos.

79
Tipos e usos

Régua de dois encostos: Dotada de duas escalas: uma com referência


interna e outra com referência externa. É utilizada principalmente pelos
ferreiros.

80
Tipos e usos

Régua rígida de aço-carbono com seção retangular: Utilizada para


medição de deslocamentos em máquinas-ferramenta, para o controle de
dimensões lineares, traçagem etc.

81
Leitura no sistema métrico

Na régua graduada, cada centímetro na escala encontra-se dividido em


dez partes iguais, e cada parte equivale a 1mm. Assim, a leitura pode ser feita
em milímetro. A figura abaixo mostra, de forma ampliada, como se faz isso.

Leitura final = 21,5mm

82
Leitura no sistema inglês ordinário

Nesse sistema, cada polegada na escala pode ser dividida em 2, 4, 8, 16


e 32 partes iguais. Algumas escalas de precisão chegam a apresentar 32
divisões por polegada, enquanto as demais só apresentam frações de
polegada. A figura abaixo mostra essa divisão da polegada em 16 partes
iguais, representando a polegada em tamanho ampliado.

83
Leitura no sistema inglês ordinário

Observe que na figura estão indicadas somente frações de numerador


ímpar. Isso acontece porque, sempre que houver numeradores pares, a
fração é simplificada até se chegar a uma fração com numerador ímpar.

Na escala da figura, a primeira fração é 1’’/16, que corresponde à


marcação da primeira divisão das 16 partes iguais.

A segunda fração é 2”/16, que corresponde à segunda divisão das 16


partes iguais. No processo de simplificação das frações (onde basta dividir
por 2), chega-se à 1”/8.

84
Leitura no sistema inglês ordinário

A leitura na escala consiste em observar qual traço coincide com a


extremidade do objeto que se quer medir. Na leitura, deve-se observar
sempre a altura do traço, porque ele facilita a identificação das partes em que
a polegada foi dividida. O traço mais alto, por exemplo, indica medida inteira.

85
Leitura no sistema inglês ordinário

Assim, o objeto medido na figura tem 1.1/8” (uma polegada e um oitavo


de polegada) de comprimento. A seguir, um exemplo de leitura com parte
estimada.

Leitura:

27/32” → parte inteira

1/64” → parte estimada

55/64” → leitura final

86
Normas gerais de medição

Medir é uma operação simples, porém só poderá ser bem efetuada por
aqueles que se preparam para tal fim. O aprendizado de medição deverá ser
acompanhado por treinamento, quando o aluno será orientado segundo as
normas gerais de medição.

Normas gerais de medição:

87
Recomendações e cuidados com a régua

O instrumento de medição é, como temos visto, o elemento principal do


processo. Assim, são necessários cuidados importantes tanto para garantir a
confiabilidade nos resultados de sua medição quanto para manter a sua régua
em condições de utilização. Confira:

• Antes de iniciar a medição, limpe bem a régua e a superfície do objeto


(ou peça).

88
Recomendações e cuidados com a régua

• Examine se as peças a medir não têm rebarbas que possam danificar


as faces de medição da régua.

• Ao final da medição, limpe a régua com um pano limpo. Caso a régua


seja de aço-carbono, aplique sobre ela, para evitar corrosão, uma fina
camada de óleo de proteção.

89
Recomendações e cuidados com a régua

• Evite o erro de paralaxe ao fazer a leitura. Posicione sua vista em


direção perpendicular à escala graduada.

90
Recomendações e cuidados com a régua

• Evite que a régua caia ou a escala fique em contato com as ferramentas


comuns de trabalho.

• Evite riscos ou entalhes que possam prejudicar a leitura da graduação.

• Não flexione a régua; isso pode empená-la ou quebrá-la.

• Não exponha a régua ao calor, inclusive aos raios solares.

• Não utilizá-la para bater em outros objetos.

• Guarde-a em ambiente de baixa umidade.

• Guarde sempre a régua em sua capa ou estojo adequado.

91
Paquímetro

⮚ Introdução
⮚ Tipos e usos
⮚ Leitura com paquímetro

92
Introdução

O paquímetro é um instrumento de medição que utiliza normalmente o


princípio do “Nônio” ou “Vernier”, sendo o mais usado na usinagem mecânica.
O paquímetro é adotado para efetuar medições externas e de profundidade.

O aço é o material normalmente empregado na fabricação de


paquímetros, sendo o aço inoxidável usado naqueles de excelente qualidade.

93
Introdução

Você já viu e conhece a régua graduada. Então, você pode observar na


figura seguinte que o paquímetro é constituído basicamente de uma régua
fixa e um conjunto inferior e superior de peças corrediças, denominadas
nônio. A parte fixa é uma régua temperada e graduada com uma ponta de
medição fina. O conjunto do nônio corrediço combina ponta móvel com placa
do nônio, parafuso de fixação e porca de ajuste fino.

A parte móvel com o nônio desliza sobre a régua graduada até que as
duas pontas de contato toquem a peça a ser medida. O princípio do nônio é
aplicado a muitos instrumentos, tais como traçadores verticais, calibradores
de profundidade, paquímetros para engrenagens etc.

94
Introdução

95
Tipos e Usos
Muitas são as variedades de paquímetros, cada qual com uma ou mais
finalidades principais, tais como medições de comprimentos internos e
externos dos objetos, medições de ranhuras, roscas rodas, dentadas etc.
Com relação à capacidade de medição, há paquímetros de 150, 200, 300,
500 e 1.000mm e de fabricação especial de 1.500, 2.000, 2.500, 3.000mm.
Apresentamos, a seguir, as principais variedades de paquímetros.

96
Tipos e Usos

• Paquímetro universal: Modelo convencional com quatro possibilidades


de acesso ao lugar da medição.

97
Tipos e Usos

É utilizado em medições internas, externas, de profundidade e de altura


(ressaltos). Trata-se do tipo mais usado.

98
Tipos e Usos

• Paquímetro com relógio de leitura: O cursor movimenta-se através de


uma cremalheira na escala principal, o que permite a incorporação do sistema
de leitura com o ponteiro giratório. Permite uma leitura mais simples e livre de
erros, agilizando a medição interna, externa, de profundidade e de ressalto.

99
Tipos e Usos

• Paquímetro com bico de medição articulada: O bico de medição do


cursor possui movimento tipo “dobradiça” que permite + 90º de
movimentação, para medição entre faces de diâmetros diferentes, tais como
peças cônicas ou peças com rebaixos com medidas variadas.

100
Tipos e Usos

• Paquímetro com superfície de medição de metal duro: Este modelo


possui pastilhas de metal duro nos bicos de medição principais.
Especialmente desenvolvido para medições de eixos realizadas em grandes
quantidades, o que causa desgaste das pontas.

101
Tipos e Usos

• Paquímetro com ajuste fino: Possui um pequeno dispositivo com


parafuso e porca recartilhada que permite a movimentação lenta do cursor
para o ajuste de medidas.

102
Tipos e Usos

• Paquímetro com leitura por relógio e contador mecânico: A leitura


da medida principal é feita no contador mecânico e o seu complemento, no
relógio.

103
Tipos e Usos

• Paquímetro para serviços pesados: Geralmente fabricado para


capacidades acima de 300mm, este instrumento possui um corpo mais
robusto. A medição interna é feita com bicos reforçados no lugar das orelhas
convencionais.

104
Tipos e Usos

• Paquímetro com leitura digital eletrônica (Modelo Solar): Além das


características gerais de um instrumento com leitura digital, este modelo
dispensa a utilização de baterias, podendo operar em ambientes com
iluminação normal, tanto com luz do dia quanto com lâmpada de qualquer
tipo.

105
Tipos e Usos

• Paquímetro com leitura digital eletrônica: A leitura da medição é feita


no visor LCD (cristal líquido), o que elimina os erros do operador, erro de
paralaxe e os originários de graduação por traços. Isso torna possível uma
leitura de maior exatidão (0,01mm e .0005’).

106
Tipos e Usos

• Paquímetro com bico de formas especiais: Este tipo possui uma


grande variedade de formas e tamanhos de bicos de medição e permite a
realização de medições de pontos, superfícies e espaços de difícil acesso,
especialmente internos, como diâmetros de fundo de canais, distâncias entre
canais, espessuras de paredes etc.

107
Tipos e Usos

• Paquímetro para medição de profundidade: Consiste em uma escala


principal sem bico de medição e um cursor especial com duas partes para
apoiar na peça.

108
Tipos e Usos

Com isso, ele permite a medição de profundidade de furos não vazados,


rasgos, rebaixos etc. Esse tipo de paquímetro pode apresentar haste simples
ou haste com gancho. Veja na figura abaixo duas situações de uso do
paquímetro de profundidade.

109
Tipos e Usos

• Paquímetro para medição de materiais moles: Possui um dispositivo


que permite ajustar a pressão de medição do cursor.

110
Tipos e Usos

• Traçador de altura: Esse


instrumento baseia-se no mesmo
princípio de funcionamento do
paquímetro, apresentando a escala fixa
com cursor na vertical. É empregado na
traçagem de peças, para facilitar o
processo de fabricação e, com auxílio
de acessórios, no controle dimensional.

111
Tipos e Usos

• Paquímetro para engrenagens: Mede a espessura da corda, ou a


espessura do diâmetro primitivo do dente da engrenagem em dois centésimos
de milímetro ou em um milésimo de polegada. Nesse único instrumento
combinam-se as funções do paquímetro e do calibrador de profundidade.

112
Tipos e Usos

A lâmina vertical é ajustada na


profundidade por meio da sua porca de
ajuste fino, de modo que, ao tocar o
topo do dente da engrenagem, os bicos
do paquímetro estarão perfeitamente
posicionados para medir o diâmetro
primitivo do dente da engrenagem. A
lâmina horizontal é então usada para se
obter a espessura da corda do dente da
engrenagem através da sua porca de
ajuste fino.

113
Leitura com paquímetro

Agora que você já conhece o princípio do paquímetro e os principais


tipos, vamos ao entendimento das formas de leitura. Didaticamente,
concentraremos nossos estudos no paquímetro universal, destacando o
“nônio” ou “vernier”, que são as escalas móveis de um paquímetro e que se
apresentam em três formas, a saber:

• Sistema métrico

• Sistema inglês ordinário

• Sistema inglês decimal

114
Leitura com paquímetro

Para começar, retomaremos algumas questões relacionadas à resolução,


primordial para a seleção do instrumento ideal para cada caso de medida a
ser verificada e sua tolerância.

Anteriormente, no item Resolução/Valor de uma divisão, recomenda-se


que o instrumento possua uma leitura no mínimo igual à décima parte do
campo de tolerância da peça, ou, no pior dos casos, igual à quinta parte.

Relembremos o mesmo exemplo: Se a peça possui uma medida de ±


0,25mm, o seu campo de tolerância é igual a 0,50mm. Nesse caso, um
instrumento com leitura de 0,05mm será o ideal, porém outro com leitura de
0,10mm ainda poderia ser utilizado.

115
Leitura com paquímetro

Leitura ≤ IT/10 (ideal)


Leitura ≤ IT/5 (mínimo)
Sendo IT o campo de tolerância

As resoluções mais encontradas nos paquímetros são:

• 0,1mm, 0,05mm e 0,02mm (no sistema métrico).


• 1” / 128 (no sistema inglês ordinário).
• 0,001” (no sistema inglês decimal).

Vamos, então, aos procedimentos de leitura em cada sistema.

116
Sistema métrico

Resolução/Valor de uma divisão: No paquímetro, o nônio possui uma


divisão a mais do que aquela adotada na escala fixa. Logo, está dividido em
partes menores do que a menor divisão da escala principal, como pode ser
observado na figura abaixo.

117
Sistema métrico

No sistema métrico, há paquímetros em que o nônio possui dez divisões


equivalentes a nove milímetros (9mm), o que vai acarretar uma diferença de
0,1mm entre o primeiro traço da escala fixa e o primeiro traço da escala
móvel. Vejamos na figura abaixo.

118
Sistema métrico

Essa diferença é de 0,2mm entre o segundo traço de cada escala; de


0,3mm entre o terceiro traço de cada escala, e assim por diante.

Você necessita compreender tais divisões, em função dos cálculos a


serem realizados nas medidas.

119
Sistema métrico

Cálculo de resolução: As diferenças entre a escala fixa e a escala


móvel de um paquímetro podem ser calculadas pela sua resolução.

Nos paquímetros, a resolução é calculada utilizando a seguinte fórmula:

Resolução: , onde:

120
Sistema métrico

Exemplos:

100

121
Sistema métrico

Leitura: Agora é possível passar aos procedimentos para se obter a


indicação do valor fornecido pelo paquímetro. Ou seja, passaremos aos
procedimentos de leitura.

• Primeiro passo: ler sempre do zero da escala principal ao zero do nônio.

• Segundo passo: verificar qual traço do nônio coincide com um traço da


escala principal.

Quando o traço até o zero do nônio coincidir com um traço da escala


principal, nos paquímetros com escala em milímetros, você deverá contar o
número de traços do zero da escala principal ao zero do nônio. Estes traços
representam a leitura em mm (parte inteira da medida). Adicione a este
número o número de zeros correspondentes aos algarismos significativos que
indiquem a resolução do paquímetro.

122
Sistema métrico

Na figura abaixo, podemos observar um paquímetro com escala em


milímetros, com o traço do zero do nônio coincidindo com um traço da escala
principal. No caso, está no traço menor após o 10mm da escala principal.

Se contarmos o número de traços do zero da escala principal até onde se


encontra o zero do nônio, chegamos a 10mm mais um traço da escala fixa:
11mm.

123
Sistema métrico

Número de zeros a ser


Resolução do paquímetro
adicionado à parte decimal
1mm/10 = 0,1mm 1
1mm/20 = 0,05mm 2
1mm/50 = 0,02mm 2

Leitura:

124
Sistema métrico

Neste ponto podemos passar para a leitura quando o traço do zero do


nônio não coincidir com um traço da escala principal, ou seja, quando o traço
do zero do nônio ficar entre dois traços da escala principal. Nesse caso, você
deverá contar o número de traços, do zero da escala principal ao traço que
está à esquerda do zero do nônio.

Estes traços correspondem à leitura em milímetros (parte inteira da


medida). Para determinar a parte decimal, verifique qual traço do nônio
coincide com um traço da escala principal e adicione o valor lido no nônio.

125
Sistema métrico

Na figura abaixo, temos um exemplo desse caso. Nela, o paquímetro


com escala em milímetro está com o traço do zero do nônio não coincidindo
com um traço da escala principal.

Leitura:

126
Sistema inglês ordinário

Resolução/Valor de uma divisão: O princípio é o mesmo daquele visto


no sistema métrico. O valor do menor traço da escala principal é 1/16”
(polegada dividida em 16 partes), e o nônio é composto por oito divisões,
conforme a figura abaixo.

127
Sistema inglês ordinário
Logo,

Resolução (R) = onde:

Assim:

Cada divisão do nônio vale: 1 / 128

Duas divisões corresponderam a 2 / 128 ou 1 / 6 , e assim por diante.

Vejamos os procedimentos de leitura no sistema inglês.

128
Sistema inglês ordinário

Leitura: No caso dos paquímetros com escala em polegadas, deve-se


contar o número de divisões do zero da escala principal ao zero do nônio e
multiplicar este número pelo valor de uma divisão da escala principal.
Vejamos alguns exemplos:

Exemplo 1: Paquímetro com escala em polegada, quando o traço do


zero no nônio coincidir com um traço da escala principal.

129
Sistema inglês ordinário

Nos paquímetros com escala em


polegadas, você deverá contar o Leitura:
número de traços do zero da escala
principal ao traço que fica à esquerda
do zero do nônio e multiplicar este
número pelo valor de uma divisão da
escala principal.

A parte adicional será obtida


contando-se o número de traços do
zero do nônio ao ponto que coincidir
com um traço da escala principal e
multiplicando-se este número pelo
valor da resolução do paquímetro.

130
Sistema inglês ordinário

Exemplo 2: Paquímetro com escala em polegada, quando o traço do


zero do nônio não coincidir com um traço da escala principal.

1º passo: Contar os traços da escala


principal até o traço à esquerda do zero
do nônio.
2º passo: Adicionar o valor do nônio:

Leitura:

131
Sistema inglês ordinário

Exemplo 3: Exemplo 4:

132
Sistema inglês ordinário

Você deve ter percebido que medir em polegada fracionada exige


operações mentais. Para facilitar a leitura desse tipo de medida,
recomendamos os seguintes procedimentos:

1º passo: Verifique se o zero do nônio coincide com um dos traços da


escala fixa. Se coincidir, faça a leitura somente da escala fixa.

133
Sistema inglês ordinário
2º passo: Quando o zero do nônio não coincidir com um traço da escala
principal, verifique qual dos traços do nônio está nessa situação e faça a
leitura do nônio.

3º passo: Verifique quantas divisões há antes do zero do nônio.

4º passo: Sabendo que cada divisão da escala fixa equivale a

e com base na leitura do nônio, escolhemos uma fração da escala fixa de


mesmo denominador. Esta fração escolhida corresponde à menor divisão da
escala principal com denominador igual ao da leitura do nônio. Vejamos o
exemplo.

134
Sistema inglês ordinário

5º passo: Multiplique o número de divisões da escala fixa (3º passo) pelo


numerador da fração escolhida (4º passo). Some com a fração do nônio (2º
passo) e faça a leitura final.

Exemplos de leitura utilizando os passos, quando o zero do nônio


não coincidir. Nesse caso, podemos pular o 1º passo e ir direto ao 2º passo.

135
Sistema inglês ordinário

Exemplo 1: Medição com leitura final

136
Sistema inglês ordinário

Multiplicar o número de divisões da escala fixa (3º passo), no caso uma


divisão, pelo numerador da fração escolhida (4º passo) 4/64. A seguir, somar
o resultado com a fração do nônio (2º passo).

Exemplo 2:

137
Sistema inglês decimal

Resolução/Valor de uma divisão: Seguindo o mesmo princípio das


resoluções nos dois sistemas anteriores, veremos a divisão na escala fixa.
Nesse caso, uma polegada está dividida em 40 partes iguais. Assim, cada
divisão tem 1/40, portanto, cada parte (traço) da escala fixa corresponde a
0,025”. Na escala móvel, ou nônio, há 25 divisões, conforme a figura abaixo.

138
Sistema inglês decimal

Consequentemente, chegamos a

Resolução (R) = onde:

Assim:

Cada divisão do nônio vale 0,001”. Duas divisões corresponderão a


0,002”, e assim por diante.

Passemos, então, aos procedimentos de leitura nestas situações.

139
Sistema inglês decimal

Leitura: O procedimento para leitura é o mesmo que o para a escala em


milímetros.

1. passo: Contar o número de divisões do zero da escala principal ao zero


nônio.

2. passo: Multiplicar este número pelo valor de uma divisão da escala


principal.

3. passo: Adicionar o valor obtido no 2º passo ao valor lido na escala do


nônio.

140
Sistema inglês decimal

Exemplo 1: No exemplo da figura baixo, o paquímetro com escala em


polegada está com o traço zero do nônio coincidindo com um traço da escala
principal.

Nota: 0,175”, pois contabilizamos 7 (sete) traços da escala fixa. Logo: 7 x


0,025” = 0,175”.

141
Sistema inglês decimal

Exemplo 2: Neste exemplo, no paquímetro com escalas em polegada, o


traço do zero do nônio não está coincidindo com o traço da escala principal.

142
Recomendações e cuidados com o paquímetro

Para a manipulação e conservação adequada do paquímetro, fazem-se


as seguintes recomendações:

• Selecionar o paquímetro mais adequado para atender plenamente a


necessidade de medição (exatidão e capacidade de medição).

• Verificar se o movimento do cursor é suave e sem folgas em toda a sua


capacidade útil.

• Evitar choques, arranhões e oxidações.

• Manter o paquímetro sempre limpo, evitando depósitos de poeira ou de


outras matérias.

143
Recomendações e cuidados com o paquímetro

• Não expor o paquímetro ao calor, inclusive aos raios solares.

• Examinar se as peças a medir não têm rebarbas que possam danificar


as faces de mediação do paquímetro.

• Utilizar, sempre que possível, o tipo de paquímetro adequado à parte da


peça a ser medida.

• Nunca executar medições em peças que estejam, em virtude do


processo de usinagem, com a temperatura maior ou menor do que a do
ambiente. Deixe ocorrer o equilíbrio térmico da peça com o ambiente, antes
de se efetuar a medição. Recomenda-se que a temperatura do ambiente seja
mais próxima possível da referência, isto é, 20ºC.

144
Recomendações e cuidados com o paquímetro

• Utilizar as orelhas de medição unicamente para medir ranhuras, furos e


partes congêneres.

• Não colocar/guardar os paquímetros com ferramentas para as quais


não sejam requeridos os mesmos cuidados e tratamentos.

• Usar, para depositar os paquímetros, uma peça de madeira, um tapete


de borracha, pano ou camurça, e não colocá-los sobre o barramento ou mesa
de máquina.

• Colocar a peça a medir o mais perto possível da régua principal, para


evitar inclinação do cursor ao efetuar a leitura.

145
Recomendações e cuidados com o paquímetro

• Sempre levar o paquímetro à peça a medir, e não o contrário.

• Nunca medir peças em movimento.

• Ao terminar o trabalho, guardar o paquímetro em seu respectivo estojo,


deixando as faces de medição ligeiramente abertas.

• Nunca utilizar o paquímetro para outras finalidades, que não as suas


próprias, tais como traçar riscos com as pontas de medição interna.

• Fazer a leitura olhando frontalmente as escalas, podendo ser utilizada


para facilitara leitura do nônio.

146
Recomendações e cuidados com o paquímetro

• Manter sempre as pernas dentro do plano de medição. Por exemplo, ao


medir o diâmetro de uma barra, manter os bicos de medição no plano da
seção transversal da barra; ao medir o diâmetro interno de um cilindro, manter
o plano das orelhas perpendiculares ao plano diametral do cilindro.

147
Recomendações e cuidados com o paquímetro

148
Recomendações e cuidados com o paquímetro

149
Recomendações e cuidados com o paquímetro

• Evitar o erro de paralaxe ao


fazer a leitura. Posicionar sua vista
em direção perpendicular à escala
principal e ao nônio. A figura ao lado
mostra o motivo: posicionando-se de
modo incorreto, o nônio fica,
visualmente, em plano mais elevado
que o da escala principal, podendo
acarretar erro de leitura. Assim, a
observação da leitura de um
instrumento deve ser feita sempre
na direção perpendicular às escalas
principal e secundária.

150
Recomendações e cuidados com o paquímetro

A falta de prática ou
desconhecimento do sistema de
medição pode ser uma fonte
importante de erros. Recomenda-
se efetuar práticas de medição
utilizando peças precisas, com
valores conhecidos (por exemplo,
blocos-padrão, pinos calibrados,
anéis-padrão etc.), e medir
repetidas vezes com diversos
instrumentos, para adquirir
habilidade com os instrumentos
de medição.

151
Micrômetro
(externo e interno)
⮚ Introdução
⮚ Tipos e usos
⮚ Leitura com paquímetro
⮚ Nomenclatura básica do
micrômetro
⮚ Tipos e usos
⮚ Resolução/Valor de uma
divisão
⮚ Sistema métrico
⮚ Sistema inglês decimal
⮚ Recomendações e cuidados
com o micrômetro
152
Introdução

O micrômetro é um instrumento de medição de comprimentos. Sua


precisão é maior do que a do paquímetro, permitindo medir, por leitura direta,
dimensões com aproximação de 0,01mm ou mesmo de 0,001mm (um
mícron). Daí, esse instrumento ser chamado de “micrômetro”.

153
Introdução

O micrômetro permite a medição de comprimento de 0mm a 25mm, de


25mm a 50mm... 2.000mm. Seu funcionamento baseia-se no avanço de um
parafuso micrométrico. O passo do parafuso é de 0,5mm, e cada volta
divide-se em aproximadamente 50 partes iguais, podendo, ainda, conter um
nônio.

154
Nomenclatura básica do micrômetro

Vamos conhecer, na figura abaixo, as principais partes de um


micrômetro.

155
Tipos e usos

Para começar a abordar os tipos de micrômetros, é importante saber que


eles se caracterizam pela capacidade e pela aproximação da leitura:

Pela capacidade, os micrômetros podem medir objetos que variam de


0mm a 25mm, de 25mm a 50mm... de 1.975mm a 2.000mm.

Pela aproximação de leitura, podem ser de 0,01mm e 0,001mm ou de


0,001” e de 0,0001”.

No micrômetro de 0mm a 25mm, quando as faces das pontas estão


juntas, a borda do tambor coincide com o traço zero da bainha. A linha
longitudinal, gravada na bainha, coincide com “zero” da escala centesimal do
tambor. Os micrômetros podem ser do tipo externos ou internos, dependendo
da medida que se precisa fazer: externa ou interna.

156
Micrômetro externo

Há, para medição externa, micrômetros com leitura digital direta. Seu
visor indica a medida obtida em milímetros e centésimos de milímetros. Os
micrômetros externos podem ter batentes intercambiáveis.

157
Micrômetros de profundidade

Há, também, micrômetros com leitura digital e com base e hastes


temperadas, retificadas e lapidadas; trava, catraca e hastes intercambiáveis.
Os micrômetros de profundidade são um tipo de micrômetro externo com uma
cabeça micrométrica acoplada a uma base plana, com superfície de apoio
lapidada. Há basicamente dois tipos: com haste única e com hastes
intercambiáveis.

158
Micrômetros externos com relógio
comparador embutido

159
Micrômetros externos com pontas finas

160
Micrômetros externos com pontas cônicas

161
Micrômetros externos com batente em “V”

162
Micrômetros para roscas

163
Micrômetros externos com arco para chapas

164
Micrômetros especiais do tipo externo

Micrômetro para trabalhos seriados


– este tipo incorpora um relógio
comparador e um dispositivo de
acionamento rápido que permite um
controle por campo de tolerância. Ele é
utilizado em linhas de produção quando há
necessidade de medições contínuas de
vários exemplares de uma mesma peça.

Micrômetro para medição de


materiais moles – neste tipo, o batente é
montado em um dispositivo especial que
permite o controle de uma força de
medição baixa (100gf), e o fuso possui
movimento não rotativo.

165
Micrômetros especiais do tipo externo

Micrômetro de arco raso – utilizado para medir espessura em lugares


de difícil acesso.

Micrômetro de medição de dentes de engrenagem – utilizado para


medir as espessuras dos dentes de uma engrenagem reta.

166
Micrômetro interno

Tipos de micrômetro interno: Para medição de partes internas


empregam-se dois tipos de micrômetros:

• Micrômetro interno de três contatos.

• Micrômetro interno de dois contatos (tubular e tipo paquímetro).

Micrômetro interno de três contatos: Este tipo de micrômetro é usado


exclusivamente para realizar medidas em superfícies cilíndricas internas,
permitindo a leitura rápida e direta. Sua característica principal é a de ser
autocentrante, por causa da forma e da disposição de suas pontas de contato,
que formam, entre si, um ângulo de 120º.

167
Micrômetro interno

Esse micrômetro é apropriado para medir furos roscados, canais e furos


sem saída, pois suas pontas de contato podem ser trocadas de acordo com a
peça a ser medida.

168
Micrômetro interno

Micrômetros internos de dois contatos: Os micrômetros internos de


dois contatos são: o tubular e o tipo paquímetro.

Micrômetro interno tubular: O micrômetro tubular é empregado para


medições internas acima de 30mm. Devido à versatilidade ao uso intenso do
micrômetro interno de três contatos, o micrômetro de dois contatos tubular é
usado somente em casos especiais, principalmente em medições de grandes
dimensões.

169
Micrômetro interno

Micrômetro interno tipo paquímetro: Esse micrômetro serve para


medidas acima de 5mm e, a partir daí, varia de 25mm em 25mm.

170
Resolução/Valor de uma divisão

O funcionamento de qualquer micrômetro assemelha-se ao sistema


parafuso e porca. Assim, tomando uma porca fixa e um parafuso móvel tem-
se que uma volta completa do parafuso provocará um deslocamento igual ao
seu passo, ou seja, a menor divisão da escala principal.

A resolução do micrômetro,
quando este apresenta nônio ou
vernier, é o menor valor de
deslocamento que pode ser medido.
Assim, desta definição, temos que:

171
Resolução/Valor de uma divisão

Quando o micrômetro não apresentar nônio, o valor de V será igual a 1.


Então, o valor de uma divisão do tambor será: o valor do passo do parafuso
dividido pelo número de divisões do tambor.

Valor de uma divisão: P/N

Para ambos os casos, o referencial para fazer a leitura encontra-se na


bainha, como sendo sua própria face lateral. No caso de micrômetro com
nônio, deve-se acrescentar ainda o valor do traço do nônio que coincide com
um traço do tambor.

172
Resolução/Valor de uma divisão

Assim, temos:

a) Se a rosca micrométrica tem passo de 0,5mm e o tambor 50 divisões, o


valor de uma divisão do tambor do micrômetro será: 0,5 / 50 = 0,01mm.

b) Se for um micrômetro com nônio composto de dez divisões, a resolução


desse micrômetro será: 0,5 / 50 x 10 = 0,001mm.

c) Se a rosca micrométrica tem passo de .025” e o tambor 25 divisões, o


valor de uma divisão do tambor micrométrico será: .025 / 25 = .001”.

d) E, por último, se for um micrômetro com nônio composto de dez divisões,


a resolução deste micrômetro será: .025 / 25 x 10 = .0001”.

173
Sistema métrico

Como você já viu, o princípio de funcionamento do micrômetro baseia-se


no deslocamento de um parafuso micrométrico dentro de uma porca
ajustável. Neste tópico, você aprenderá a obter a indicação da medição
realizada com o micrômetro com dois tipos de escala (métrica sem nônio e
métrica com nônio), e a bainha com nônio e sem nônio.

Primeiro passo: contar o número de divisões da linha de referência da


bainha, desde o traço inicial (que corresponde ao zero no micrômetro de 0mm
a 25mm), até o traço mais próximo à esquerda da aresta do tambor.

Segundo passo: verificar se algum traço do tambor coincide com a linha


de referência da bainha, desde o traço zero do tambor até o último traço que
coincida com a linha de leitura.

174
Sistema métrico

Estes passos são comuns a todos os tipos de medição. Vejamos os


procedimentos de medição em micrômetros graduados em centésimo e
milésimo de milímetros.

175
Graduado em centésimo de milímetros (0,01mm)

Considerando que o passo do fuso micrométrico é de meio milímetro


(0,05mm), uma volta do tambor faz avançar ou recuar o fuso micrométrico,
em relação à ponta de encosto, os mesmos 0,5mm.

A linha de leitura do cilindro, ou bainha, é graduada em milímetros


(1mm), sendo cada 5 milímetros numerados de 0 a 25. Cada milímetro é
também dividido ao meio (0,5mm) e são necessárias duas voltas do tambor
para avançar ou recuar o fuso micrométrico em 1mm.

A face chanfrada do tambor é graduada com 50 divisões, sendo cada


cinco traços numerados de 0 a 50. Considerando que uma volta do tambor
avança ou recua o fuso micrométrico em 0,5mm, cada traço equivale a 1/50
de 0,5mm, ou seja, 0,01mm. Da mesma forma, dois traços equivalem a
0,02mm, três traços equivalem a 0,03mm etc.

176
Graduado em centésimo de milímetros (0,01mm)

Para ler o micrômetro, some o número


de milímetros visíveis no cilindro ao número
de centésimos indicado no tambor que
coincide com a linha de leitura do cilindro.
Acompanhe o raciocínio envolvido na
medição:

• A graduação de 5mm do cilindro está


visível
• Um traço adicional de 0,5mm do cilindro
está visível
• O traço 28 do tambor coincide com a linha
de leitura do cilindro, isto é, 28 x 0,01mm =
0,28mm.
• A leitura do micrômetro é 5,78mm.

177
Graduado em centésimo de milímetros (0,01mm)

Você observou que o traço do tambor coincidiu com o traço da linha de


referência da bainha? Assim é fácil. Mas, e quando isso não acontecer, isto é,
caso o traço do tambor não coincida com o traço da linha da referência da
bainha? Quando isso ocorrer, temos duas opções:

1. Estimar o valor milesimal, nos casos de micrômetros sem nônio; ou

2. Efetuar a leitura no nônio, acrescentando o valor lido à leitura do tambor.

Então, vamos conhecer a opção 2, que é a dos micrômetros graduados


em milésimo de milímetro.

178
Graduado em milésimo de milímetros (0,001mm)

O micrômetro com nônio permite resolução de 1/1.000 de milímetros


(0,001mm).

179
Graduado em milésimo de milímetros (0,001mm)

O princípio de funcionamento do nônio nos micrômetros é semelhante ao


que você estudou nos paquímetros. O nônio é uma escala de dez divisões
gravadas na bainha e seu comprimento corresponde a nove divisões da
escala do tambor. A leitura é obtida verificando-se qual o traço do nônio que
coincide com um traço da escala do tambor. O número do traço do nônio
coincidente fornecerá a parte milesimal da leitura que, por sua vez, deverá ser
somada à parte centesimal, para compor a leitura.

Para ler o micrômetro, obtenha a leitura de 0,01mm da mesma maneira


como já foi explicado no item Graduado em centésimo de milímetros. Veja
qual traço do nônio coincide com o traço do tambor. Se for o traço marcado
“1”, adicione 0,001mm; se for o traço marcado “2”, adicione 0,002mm etc.

180
Graduado em milésimo de milímetros (0,001mm)

181
Graduado em milésimo de milímetros (0,001mm)

182
Graduado em milésimo de polegadas (0,001”)

183
Graduado em milésimo de polegadas (0,001”)

Nesses tipos de micrômetros, o passo da rosca do fuso micrométrico é


1/40” ou 40 fios por polegada. Logo, um giro completo do tambor faz avançar
ou recuar a ponta de contato do fuso micrométrico em relação à ponta de
encosto, exatamente 1/40” ou 0,025”.

No cilindro, a linha longitudinal é dividida em 40 partes iguais


representadas por 40 traços verticais que correspondem ao número de fios do
fuso micrométrico.

184
Graduado em milésimo de polegadas (0,001”)

Dessa forma, cada traço vertical significa 1/40” ou 0,025”, e a cada quatro
traços aparece um mais longo que os outros, que representa a centena de
milésimo (0,100”). Por exemplo: o traço marcado “1” representa 0,100”; o
traço marcado “2” representa 0,200”; o traço marcado “3” representa 0,300”
etc.

No tambor, a face chanfrada é dividida em 25 partes iguais, sendo que


cada traço representa 0,001” e é numerado consecutivamente. Girando-se o
tambor, cada vez que se atinge um desses traços significa que o fuso
micrométrico moveu 1/25” de 0,025”, ou seja, 0,001”; atingindo dois traços
representa 0,002” etc. Vinte e cinco traços indicam uma volta completa, ou
seja, 0,025” ou 1/40”.

185
Graduado em milésimo de polegadas (0,001”)

Para ler o micrômetro em milésimos de polegada, multiplique o número


de traços verticais visíveis do cilindro por 0,025” e, ao resultado, adicione o
número de milésimos indicado pelo traço do tambor que coincide com a linha
longitudinal do cilindro.

• O traço “1” do cilindro está visível = 0,100”

• Há três traços adicionais visíveis, cada um representando 0,025” (3 x


0,025”) = 0,075”

• O traço “3” do tambor coincide com a linha longitudinal do cilindro, cada


traço representando 0,001” (3 x 0,001”) = 0,003”

• A leitura do micrômetro é 0,178”

186
Graduado em milésimo de polegadas (0,001”)

Para melhor entendimento, vamos a mais um exemplo. Observe a figura


abaixo. Assim como no sistema métrico, há micrômetros com nônio. Vamos, a
seguir, trabalhar com esse tipo de instrumento.

187
Graduado em décimo de milésimo de
polegadas (0,0001”)

188
Graduado em décimo de milésimo de
polegadas (0,0001”)

A única diferença é que neste tipo de micrômetro há, no nônio, dez


divisões gravadas no cilindro ocupando o mesmo espaço de nove divisões da
face chanfrada do tambor. Dessa forma, a diferença entre a largura de um
dos dez espaços do cilindro e um dos nove espaços do tambor é um décimo
de uma divisão do tambor. Para fazer a leitura:

1. Leia os milésimos como num micrômetro normal.


2. Veja qual das linhas horizontais do cilindro coincide com uma linha do
tambor.
3. Adicione à leitura anterior o número de décimos de milésimos indicado
pela linha do cilindro que coincide exatamente com a linha do tambor.

189
Graduado em décimo de milésimo de
polegadas (0,0001”)

Na figura, vemos em “A” e “B” que o zero do tambor coincide exatamente


com a linha axial do cilindro e que o zero do nônio do cilindro coincide com a
linha do tambor. A leitura é, portanto, igual a 0,2500”. Em “C”, a linha do zero
do tambor está abaixo da linha axial do cilindro, indicando uma leitura maior
do que 0,2500”.

Conferindo, o nônio mostra que sua sétima linha é a que coincide


exatamente com a linha do tambor. Portanto, a leitura é 0,2507.

190
Graduado em décimo de milésimo de
polegadas (0,0001”)

191
Recomendações e cuidados com o
micrômetro

Para que as medições realizadas, utilizando o micrômetro, apresentem


resultados confiáveis, é necessário que você tome alguns cuidados:

• Selecione o micrômetro mais adequado para atender plenamente à


necessidade de medição (tipo e exatidão).
• Evite choques, quedas, arranhões, ferrugem e impurezas.
• A leitura deve ser feita sem retirar a peça da posição de medição.

192
Recomendações e cuidados com o
micrômetro

• Não retire o micrômetro com a trava acionada; a leitura deve ser


efetuada com o micrômetro sobre a peça.
• Ao guardar o micrômetro, no respectivo estojo, deve-se manter as faces
de medição ligeiramente afastadas e a trava livre.
• Mantenha as faces de medição rigorosamente limpas.
• Deve-se fazer a leitura em posição tal que evite erros de paralaxe.
• Para capacidades que excedam 300mm, ajuste o zero do micrômetro
na mesma posição em que será usado para efetuar as medições. Este
procedimento evitará erros de deflexão do arco (o arco pode deformar) e erro
de paralaxe.

193
Recomendações e cuidados com o
micrômetro

• Quando utilizar um suporte para fixar o micrômetro, assegure-se de


prendê-lo completamente na parte central do arco.
• Ao se efetuar uma medição, é recomendável que as temperaturas da
peça e do micrômetro estejam o mais próximo possível da temperatura de
referência, ou seja, 20°C.
• Evite impulsos antes de encostar as faces de medição na peça, pois
uma rotação veloz pode provocar um erro superior a 10mm, principalmente
em peças de baixa dureza.
• Proteja o micrômetro ao guardá-lo por longos períodos. Aplique
suavemente em todas as faces do instrumento uma camada bem fina de óleo.

194
Recomendações e cuidados com o
micrômetro

• Nunca deixe o micrômetro diretamente no chão; guarde-o sempre em


seu estojo.
• Não submeta a peça a uma pressão excessiva.
• Não exponha o micrômetro ao calor; ao segurá-lo, fazê-lo sempre pelas
placas isolantes.

195
Recomendações e cuidados com o
micrômetro

• Examine se as peças a serem medidas não apresentam rebarbas que


possam danificar as faces de medição do micrômetro.
• Controle, periodicamente, o zero do micrômetro à temperatura de
referência (20°C).
• Limpe cuidadosamente as partes móveis antes e após o uso.

196
Instrumentos
auxiliares de controle
dimensional

⮚ Relógio comparador
⮚ Relógio com ponta de
contato de alavanca
(apalpador)

197
Relógio comparador
O relógio comparador é um instrumento de medição por comparação
dotado de uma escala e um ponteiro, ligados por mecanismos diversos a uma
ponta de contato, que toca o objeto a ser medido ou referenciado.

O comparador centesimal é um instrumento comum de medição por


comparação. As diferenças percebidas nele, pela ponta de contato, são
amplificadas mecanicamente e irão movimentar o ponteiro do relógio.

Quando a ponta de contato sofre uma pressão e o ponteiro gira em


sentido horário, a diferença é positiva. Isso significa que a peça apresenta
maior dimensão que a estabelecida. Se o ponteiro girar em sentido anti-
horário, a diferença será negativa, ou seja, a peça apresenta menor dimensão
que a estabelecida.

198
Relógio comparador
Há vários modelos de relógios comparadores. Os mais utilizados
possuem resolução de 0,01mm. O curso do relógio também varia de acordo
com o modelo, porém os mais comuns são de 1mm, 10mm, 250” ou 1”.

199
Relógio comparador

Em alguns modelos, a escala dos relógios se apresenta


perpendicularmente em relação à ponta de contato (vertical). Quando
apresentam um curso que implique mais de uma volta, os relógios
comparadores possuem, além de ponteiro normal, outro menor, denominado
contador de voltas do ponteiro principal, para dar conta da volta “extra”.

Alguns relógios trazem


limitadores de tolerância. Esses
limitadores são móveis, podendo ser
ajustados nos valores máximo e
mínimo permitidos para a peça que
será medida.

200
Relógio comparador

Existem ainda os acessórios especiais que se adaptam aos relógios


comparadores. A finalidade desses acessórios é possibilitar o controle em
série de peças, medições especiais de superfícies verticais, de profundidade,
de espessura de chapas etc. As próximas figuras mostram esses dispositivos
destinados à medição de profundidade e espessura de chapas.

201
Relógio comparador

No caso da próxima figura, tem-se que os relógios comparadores


também podem ser utilizados para furos. Uma das vantagens de seu emprego
é a constatação, rápida e em qualquer ponto, da dimensão do diâmetro ou de
defeitos, como conicidade, ovalização etc.

O instrumento deve ser previamente calibrado em relação a uma medida-


padrão de referência.

O dispositivo aqui exemplificado é conhecido como medidor interno com


relógio comparador ou súbito.

202
Relógio comparador

203
Relógio comparador

Agora, passaremos ao
detalhamento dos mecanismos
de funcionamento do relógio
comparador.

204
Mecanismos de amplificação

Os sistemas usados nos mecanismos de amplificação são por


engrenagem, por alavanca e mista Abordaremos o mais usual de todos: o por
engrenagem.

Amplificação por engrenagem: Os relógios comparadores mais


comuns possuem sistema de amplificação por engrenagens.

As diferenças de grandeza que acionam a ponta de contato são


amplificadas mecanicamente.

A ponta de contato move o fuso que possui uma cremalheira, que aciona
um trem de engrenagens que, por sua vez, aciona um ponteiro indicador no
mostrador

205
Mecanismos de amplificação

Nos comparadores mais utilizados,


uma volta completa do ponteiro
corresponde a um deslocamento de
1mm da ponta de contato. Como o
mostrador contém 100 divisões, cada
divisão equivale a 0,01mm.

206
Condições de uso

Alguns cuidados são necessários quando formos utilizar o relógio


comparador.

Antes de medir uma peça, devemos nos certificar de que o relógio se


encontra em boas condições de uso.

Além disso, devemos verificar possíveis erros. Isso é feito da seguinte


maneira: com o auxílio de um suporte de relógio, tomam-se as diversas
medidas nos blocos-padrão. Em seguida, deve-se observar se as medidas
obtidas no relógio correspondem às dos blocos. Também podem ser
utilizados calibradores específicos para relógios comparadores.

207
Condições de uso

208
Aplicações dos relógios comparadores

Na figura abaixo, podemos observar a utilização de um relógio


comparador em uma verificação do paralelismo da peça.

209
Aplicações dos relógios comparadores

Na figura abaixo, o relógio está sendo usado para verificar a


excentricidade de uma peça montada na placa do torno.

210
Aplicações dos relógios comparadores

O relógio comparador é aplicado na verificação da concentricidade de


uma peça, conforme pode-se observar.

211
Aplicações dos relógios comparadores
Veja agora um exemplos práticos.

212
Aplicações dos relógios comparadores

É possível observar, na figura , a verificação do alinhamento das pontas


de um torno.

213
Aplicações dos relógios comparadores

Finalmente, é possível observar que, o instrumento está sendo usado na


verificação de superfícies planas.

214
Aplicações dos relógios comparadores

Outro exemplo:

215
Relógio com ponta de contato
de alavanca (apalpador)

O relógio apalpador é um dos mais versáteis em uso na mecânica. Seu


corpo monobloco possui três guias que facilitam a fixação em diversas
posições.

Há dois tipos de relógios apalpadores. Um deles possui reversão


automática do movimento da ponta de medição. Outro tem alavanca
inversora, a qual seleciona a direção do movimento de medição ascendente
ou descendente.

O mostrador é giratório com resolução de 0,01mm, 0,002mm, .001” ou


.0001”. Por sua enorme versatilidade, pode ser usado em grande variedade
de aplicações, tanto na produção como na inspeção final de peças.

216
Relógio com ponta de contato
de alavanca (apalpador)

Exemplos:

• Excentricidade de peças.

• Alinhamento e centragem de peças nas máquinas.

• Paralelismo entre as faces.

• Medições internas.

• Medições de detalhes de difícil acesso.

217
Alguns exemplos de aplicação

Na figura , podemos observar o uso do relógio acoplado no alinhamento


e centragem de peças nas máquinas.

218
Alguns exemplos de aplicação

A figura exemplifica o uso do relógio apalpador em uma verificação de


ponto de difícil acesso. Finalmente, há a verificação do paralelismo entre as
faces.

219
Noções de tolerância
dimensional

⮚ Introdução
⮚ Tolerância
⮚ Noções de ajuste

220
Introdução

Chegamos à última parte do nosso material Fundamentos de Medição


Industrial, em que conhecemos as unidades dimensionais e os principais
instrumentos de medidas utilizados na mecânica. Após termos passado por
vários tipos de leituras e medições, com diversos instrumentos, cabe uma
pergunta: como saber se o que foi medido está de acordo com o solicitado?

A resposta a esta pergunta resume-se a uma palavra: tolerância. A


tolerância foi estabelecida como critério de avaliação das peças. Isso porque
é impossível obter, durante a fabricação, peças com dimensões exatas, isto é,
sem nenhuma diferença entre a dimensão prevista e a conseguida no
processo de usinagem. Assim, foi necessário fixar limites máximo e mínimo
entre os quais deve estar compreendida a dimensão real.

221
Introdução

Você já imaginou a fabricação de blocos, eixos, mancais etc. de um


motor sem a preocupação com a tolerância? Diante das diversas
interferências que compõem o processo de fabricação, montagem e
funcionamento, seria trágico caso não existisse tal preocupação. Com
certeza, as dificuldades de montagem dos rolamentos nos eixos e mancais,
por exemplo, seriam muitas. Já imaginou? São diversas as variáveis que não
podem ser desprezadas durante a fabricação de peças. Assim, vamos
entender melhor o conceito e uso das tolerâncias e ajuste.

Todas as peças que fazem parte de uma máquina precisam ter


condições de serem substituídas, sem que se necessite de retoques/ajustes,
serem fabricadas em locais diferentes e encomendadas por códigos de
fabricação ou por desenhos técnicos.

222
Tolerância

Podemos simplificar a ideia de tolerância como sendo a diferença entre


as duas dimensões-limite.

Para facilitar a fabricação na mecânica, ou em qualquer outro ramo da


indústria, adotou-se um sistema de tolerâncias, padronizado pelas normas
ISO (Internacional Standard Organization) e utilizado por todos os países que
têm como unidade de comprimento o metro.

Esse sistema de tolerâncias proporciona maior facilidade em projetos,


pois permite a fabricação de peças em série, e por diferentes fábricas,
estabelecendo um campo de variação das dimensões para que não haja
problema na montagem ou substituição das peças (intercambialidade).

223
Denominações

Denominação Definição

É a medida ou cota que vem marcada na Figura


D nominal NDN = Dimensão
1. É apenas uma dimensão-base, pois a medida
nominal
efetiva da peça depende da tolerância.

É o valor máximo permitido na dimensão da


D máx = Dimensão máxima tolerância. Ela fixa o limite superior de
tolerância.
É o valor mínimo permitido na dimensão da
D mín = Dimensão mínima
tolerância. Ela fixa o limite inferior de tolerância.

Def = Dimensão efetiva É o valor real que se obtém medindo a peça.


(ou real) Sempre deve estar entre a D máx e a D mín.

É a variação permitida na dimensão da peça,


T = Tolerância dada pela diferença entre as dimensões
máxima e mínima.

224
Denominações

A unidade de tolerância adotada é o micro (μ) = milésimo de milímetro.

T = D máx – D mín

225
Denominações

Denominação Definição
É a diferença entre D máx e D
As = Afastamento superior
nominal.
É a diferença entre D mín e D
Ai = Afastamento inferior
nominal.

226
Denominações

Ressaltamos que a tolerância é sempre positiva. Veja a fórmula a seguir.

T = As + Ai (+).

Já os afastamentos podem ser positivos ou negativos:

• Positivos – quando acima da linha zero.


• Negativos – quando abaixo da linha zero.

Vejamos alguns procedimentos de cálculo das dimensões, tolerância e


afastamentos.

227
Denominações

D máx = D nominal + As
D máx = 20mm + 0,2mm
D máx = 20,2mm
D mín = D nominal – Ai
D mín = 20mm – 0,1mm
D mín = 19,9mm
De = Dimensão efetiva = 20,15mm
T = D máx – D mín
T = 20,2mm – 19,9mm
T = 0,3mm

228
Representação das tolerâncias usando
símbolos da norma ISO

Para eixos e furos, a tolerância é representada pela dimensão nominal e


pelo símbolo de tolerância correspondente à norma ISO.

O símbolo de tolerância consiste de letras e números. A letra estabelece


a posição do campo de tolerância, enquanto o número (veja a figura
apresentada no item Sistema de tolerância ISO), associado à dimensão
nominal numa tabela, dá-nos a tolerância.

229
Representação das tolerâncias usando
símbolos da norma ISO

Você pode observar que para furos, usam-se letras maiúsculas, que são
colocadas à direita e um pouco acima da dimensão nominal. Já para eixos,
usam-se letras minúsculas, que são colocadas à direita e um pouco abaixo da
dimensão nominal. Veja a figura. Mais adiante, no item Grandeza do campo
de tolerância, vamos retomar esta representação e explicá-la melhor, à luz do
sistema ISO.

230
Representação das tolerâncias usando
símbolos da norma ISO

As tolerâncias, por meio de símbolos,


da norma ISO não devem ser aplicadas nos
casos apresentados na figura ao lado.

Em junções e desenhos de montagem,


a dimensão nominal da cota serve para o
furo e para o eixo, podendo os símbolos de
tolerância serem representados como na
figura abaixo.

231
Sistema de tolerância ISO

Segundo o sistema de tolerância ISO, há 28 campos de tolerância com


posições diferentes em relação à linha zero.

As diferentes posições são representadas por letras do alfabeto latino e


são divididas em cinco tipos quanto à sua posição com relação à linha zero:

1. O afastamento superior e o inferior estão acima da linha zero.

2. O afastamento superior está acima e o inferior coincide com a linha zero.

3. O afastamento superior está acima e o inferior está abaixo da linha zero.

4. O afastamento superior coincide com a linha zero e o inferior está abaixo


da linha zero.

232
Sistema de tolerância ISO

5. Tanto o afastamento superior como o inferior estão abaixo da linha


zero (Figura abaixo).

Logicamente, como há 28 campos de tolerância, alguns deles estão


muito acima da linha zero, e outros estão muito abaixo.

233
Sistema de tolerância ISO

234
Noções de ajuste

Ajuste com folga: É aquele em que a dimensão máxima do eixo é


menor que a dimensão mínima do furo.

235
Noções de ajuste

Ajuste incerto: É aquele em que os campos de tolerância (tato do furo


como do eixo) se sobrepõem. O ajuste tanto pode ter folga (D máx do furo
como D mín do eixo) como pode ter também interferência (D mín do furo
como D máx do eixo).

236
Noções de ajuste

Ajuste com interferência: É aquele em que a dimensão do eixo é maior


ainda que a dimensão máxima do furo.

237
Sistemas de ajuste

Sistema furo-base (DIN 7154): Também conhecido como furo-padrão, é


aquele em que o afastamento inferior do furo é nulo, isto é, a dimensão
mínima do furo é igual à dimensão nominal. O campo é representado pela
letra H.

238
Sistemas de ajuste

Se, na execução de uma máquina, houver vários furos, nos quais os


eixos devem, alguns girar, outros deslizar e outros ficar fixos, todos os furos
podem ser feitos com a mesma tolerância, mas os eixos devem ter tolerâncias
diferentes, de acordo com a função de cada um. É o sistema mais empregado
na mecânica geral.

239
Sistemas de ajuste

Sistema eixo-base (DIN 7155): Também conhecido como eixo-padrão, é


aquele em que o afastamento superior é nulo, isto é, a dimensão máxima do
eixo é igual à dimensão nominal. O campo utilizado é representado pela letra
h.

240
Sistemas de ajuste
Como no exemplo de aplicação para o sistema furo-base, os mesmos
ajustes poderiam ser conseguidos executando-se todos os eixos com a
mesma tolerância e variando- -se as tolerâncias dos furos, também de acordo
com a função de cada tipo de ajuste. Este sistema é normalmente empregado
na construção de máquinas agrícolas, têxteis e guinchos.

241

Você também pode gostar