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VIA SANCTA

1. DO SENTIDO DA VIDA

1.1O sentido da vida deve ser um


único: amar e servir a Deus na
esperança de um dia estar com
Ele, reunidos, na glória eterna do
céu.

1.2O foco de todas as atitudes e


decisões do ser humano deve
apontar exclusivamente para essa
meta, delimitando o abismo de
importância que há entre isso e
todas as outras coisas.

1.3 Este desígnio só pode ser


alcançado através de um caminho:
a obsessão pela santidade.

1.4Queres tu saber qual é a


medida da bondade para atingir a
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santificação? Santo Agostinho de


Hipona nos exorta com a
autoridade que tem no assunto:
“Se podes ser melhor do que és, é
evidente que ainda não é tão bom
quanto deves”.

1.5 A santidade é o estado de


espírito alcançado pelo indivíduo
que se submeteu a um processo de
mortificação carnal intenso e, pela
graça de Deus, vivencia a pureza
da alma em todos as suas ações,
atos e palavras.

1.6 Atingir a pureza da alma


significa que já não é mais você
quem vive, mas Cristo vive em ti
e, através da sua vida, Ele pode se

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fazer presente também na vida do


teu próximo.

1.7 Um processo de mortificação


carnal é o esforço diário que
devemos despender a fim matar
os nossos desejos, o nosso
individualismo, as nossas reações,
os nossos vícios et cetera.

1.8 “Quem souber morrer a tudo


terá vida em tudo” — São João da
Cruz.

1.9 Ocorpo humano é composto de


uma realidade física que,
inconscientemente, faz o
indivíduo perseguir a satisfação
pessoal em tudo o que realiza.

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1.10 O apologeta católico G. K.


Chesterton já nos instigava a
refletir: “Por que todos os tolos do
mundo pensam que a alma só é
livre quando desobedece a uma
ordem?”. Ora, se os ensinamentos
bíblicos se desdobram em forma
de orientações eclesiásticas para o
nosso BEM, a quem devemos
atribuir o papel de advogado do
diabo que insiste em nos tentar na
direção da desobediência?

1.11O homem pensa ser livre ao


exercer essa liberdade e satisfazer
os seus instintos, porém é o maior
dos escravos, pois é tão iludido
que desperdiça a vida inteira

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obedecendo a um senhor, cuja


existência ele sequer reconhece.

1.12 Esse senhor é o EGO.

1.13O Ego é o anticristo da alma,


que nos acompanha durante a
vida; e os servos que trabalham
para ele são chamados orgulho,
vaidade, ganância, egoísmo,
impulsividade, desequilíbrio,
intemperança e descontrole.

1.14Já o antídoto necessário para


derrotar os servos do ego são as
virtudes cardeais da Prudência,
Temperança, Justiça e Fortaleza.

“Cardeais” porque elas têm o


1.15
papel de nortear todo o nosso ser.

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1.16Essas quatro virtudes são o


conjunto de habilidades
espirituais e comportamentais que
devemos desenvolver para sermos
capazes de AMAR
verdadeiramente — a Deus, a nós
mesmos e ao próximo.

1.17 Não há dúvida: estamos


inseridos em uma realidade em
que existe a chamada vocação
universal à santidade.

1.18Ou seja, é da vontade de Deus


que TODOS sejamos santos. Ele
criou o homem para ser santo à
imagem e semelhança de Nosso
Senhor Jesus Cristo, o nosso
modelo eterno.

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1.19Mesmo assim, muitos rejeitam


este chamado que vem do Alto e
depois perguntam-se, abismados,
onde foi que Deus se enfiou
quando precisam dEle.

1.20É a charada que Santa Teresa


d’Ávila matou ao declarar: “Se
não dermos ouvidos ao Senhor
quando Ele nos chama, pode
acontecer que não logremos
encontrá-lo quando o quisermos”.

1.21Por isso, Deus nos convida a


tomar partido nessa batalha da
carne versus espírito; e devemos
respondê-lo de todo o coração,
com um “Sim” igual ao de Maria!
É desejo dEle que o mal seja
vencido no interior de cada um de
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nós. Que nos tornemos os


governadores do próprio corpo e
reorientemos o nosso leme na
direção do céu.

1.22 Chegando enfim a esse


avançado ponto, poderemos dizer
um dia: “Senhor, Senhor, pela
graça tocaste a minha alma.
Fizeste de mim um governador,
mas tu és o verdadeiro REI. Que
seja feita a vossa vontade, pois o
governador existe para cumprir os
desejos do seu superior. Agora,
pois, eu renuncio ao meu posto —
não sou digno de tal prestígio — e
coloco-o inteiramente em tuas
mãos, juntando-me ao teu

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exército, como o menor dos teus


soldados.”

1.23 Se quisermos, portanto,


oferecer tamanha satisfação ao
nosso Deus, temos que procurar
desenvolver as ferramentas
capazes de nos transformar neste
sentido.

1.24O batismo é um só. Mas a


conversão é diária e contínua.

1.25 A ordem de Cristo foi clara.


Disse-nos Ele para morrermos, a
fim de que nascesse em nosso
lugar um novo homem (Ef 4,22-24;
Cl 3,9-11; Rm 6,4; Rm 6,11; Gl 2,20;
Jo, 3,3; Jo 3,5-7).

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1.26Soma-se nesta mesma direção,


os conselhos de Santo Agostinho:
“Desapropria- te de ti mesmo e
lança-te nos braços de Deus”.

1.27Repita consigo, então: “Senhor


Jesus, eu lhe prometo que vou
morrer e morrer até que não haja
mais NADA em mim que o
ofenda. Não poderia mais
conviver comigo mesmo, sabendo
que o próprio Deus se fez homem
pela minha conversão e que, no
lugar de tomar o meu lugar de
choro, juntamente com Maria aos
pés da Cruz, eu tenho agido como
o soldado que martela os pregos
cada vez mais fundo em sua carne.

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1.27 Não quero ser aquele que


zomba da tua crucificação. Aquele
que te conduz ao Calvário e te
prega na Cruz novamente todos os
dias, rindo da tua desgraça. Não é
possível mais viver feliz sabendo
que eu tenho rejeitado quem mais
me amou e cuspido na face de
quem deu a vida por mim. Essa
história de amor terá um final
feliz, eu te prometo e, com a sua
ajuda poderosa, eu vou conseguir.
Amém.”

1.28 Prepare-te, soldado, pois a


guerra ao pecado está declarada e
tu foste convocado para defender
a bandeira do Reino dos Céus!

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