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O Batismo com o Espírito Santo


A Parábola das 10 virgens: Mt 25:1-3
Esta parábola nos ensina algumas coisas acerca da urgência que temos de uma vida cheia
do Espírito Santo:

1- O aspecto sentimental da atuação do Espírito.


O desafio aqui é encontrar o noivo, como também o amor que o amado da nossa alma
merece.
É certo que não devemos andar por sentimentos, mas acredito que não podemos
desconsiderá-los como uma das principais evidências do momento crítico da santificação.
O batismo com o Espírito Santo é uma experiência sobrenatural de caráter
extremamente emocional e espiritual, que nos leva a um relacionamento apaixonante
com Jesus, nosso noivo. Normalmente, pessoas batizadas com o Espírito Santo sentem as
emoções de Deus vibrando em suas vidas.
Se você tem dúvidas se já foi batizado com o Espírito Santo é porque você ainda
certamente não foi. Esta experiência é um fenômeno tão fulminante que não deixa
dúvidas. Acredito que não é suficiente simplesmente dizermos friamente: eu cri e então já
recebi. Você não pode receber, ou dizer que recebeu este batismo sem experimentar os
efeitos sobrenaturais do poder de Deus inundando e cortando em ondas de amor, êxtase e
avivamento a sua vida.

2- Capacitação para conservar uma vida espiritual intensa e vitoriosa


até a vinda de Jesus. (II Tm 4:8)
Só o Espírito Santo (transbordamento e revestimento) te dá recursos para você desfazer
todas as trevas que teremos que atravessar para então chegarmos triunfante ao encontro
com Jesus no dia da sua vinda.
Há de chegar o dia em que os céus não vão conter Jesus, e ele vai rasgar os céus como um
relâmpago, do oriente a ocidente, para nos buscar para que aonde ele está, nós estejamos
também.
A garantia que Jesus nos deu acerca da sua vinda, foi o selo do Espírito Santo em nós, o
qual é o penhor da nossa herança (Ef 1:13,14). Sabemos que ele vai voltar e aguardaremos
tão prontamente a sua volta quanto nos relacionamos plenamente com o Espírito Santo.
Quando negligenciamos a unção do Espírito que é a única coisa que pode acender
ardentemente o nosso testemunho, corremos o risco de, sobre a prova do tempo e dos dias
maus vindouros acabar sendo confundidos com os mundanos que estão em trevas.
O grande perigo de negligenciarmos a unção e o poder sobrenatural do Espírito Santo é de
não estarmos prontos quando o noivo vier e de ser desconhecido por ele. Você vai
perdendo contato gradativamente com Jesus até isto se tornar uma realidade desesperante.

Jesus chamou de louco, insensível, imprudente, todos aqueles que negligenciam o


poder do Espírito Santo para viver para Deus e agradá-lo. Por isto existe tanta
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religiosidade, vãs filosofias e misticismos. “O reino de Deus não é constituído só de


palavras, mas de poder.”

3- Você não pode conseguir esta unção sobrenatural do Espírito


através de terceiros.
Este óleo precioso só pode ser comprado pessoalmente com o dono que é Deus. Ele é fruto
do nosso relacionamento pessoal com Deus.
É indispensável você pagar pessoalmente o preço da unção. Não basta uma oração mágica
de alguém.
Você não pode receber isto de homens. Jesus é o batizador: é ele e ninguém mais quem
nos batiza com Espírito Santo e fogo.
Vamos, portanto, estimar o preço da unção, da poderosa capacitação espiritual que nos é
concedida pelo batismo com o Espírito Santo.

Estimando o preço da unção:


“E no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se
alguém tem sede, venha a mim, e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios
d’água viva correrão do seu ventre. E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os
que nele cressem.” (Jo 7:37-39)
Durante a festa dos Tabernáculos onde se relembrava os feitos de Deus quando o povo de
Israel morou em tendas no deserto, Jesus se configura como o cumprimento espiritual da
Rocha do deserto que jorrou água para dessedentar o povo, ou seja, ele é a fonte de onde
jorra o poder do Espírito santo que converte nosso deserto num manancial.

1)- Submissão total: “Se alguém tem sede”


“Senhor converte-nos, e nós nos converteremos a ti.”
Um outro termo para submissão total é a consagração da nossa vontade a Deus.
Não se pode nem deve falar de submissão sem voluntáriedade e desejo espontâneo.

A Base da santificação é a nossa própria vontade.


Ou seja, o mínimo que temos que fazer é desejar ardentemente que Deus nos capacite e
nos faça cumprir o mandamento de sermos santos assim como ele é santo.
“Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa
vontade.” (Fp 2:13)
Precisamos entender a importância que a nossa vontade tem para o cumprimento da
vontade de Deus. Deus opera o nosso querer. Se você quer, ele opera, se você não
quer, ele não opera. O aspecto mais relevante de sermos imagem e semelhança de Deus,
é que somos dotados de livre escolha e por isto moralmente responsáveis. E Deus respeita
tanto isto, que ele suporta constantemente a ilariante dor de ver pessoas, em detrimento de
tudo que Ele já providenciou para elas, escolher o caminho da perdição eterna.
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Obviamente, não é Deus quem manda ninguém para o inferno; o inferno não foi criado para
os homens, antes foi o lugar preparado para o diabo e seus anjos, mas o homem quando vai
para lá, vai com as próprias pernas negligenciando que Deus fez tudo que ele poderia ter
feito para alterar este destino.
A grande questão para sermos poderosamente santificados e purificados pelo
Espírito Santo vem não pelo nosso comportamento santo, mas tão somente pela
ardente vontade de ser santo.

A grande questão não é se o seu comportamento é impuro, mas se os seus


desejos são totalmente antagônicos a este comportamento.

Quanto maior a crise de Rm 7:14-24 que podemos denominar “a crise de uma vida
espiritual miserável”, tanto maior será o desejo de mudança que estamos expressando
para Deus.
Quanto mais incomodados estamos com a nossa miserabilidade espiritual, maior será a
nossa expectativa de sermos batizados com o Espírito Santo.
O grande problema é quando vivemos uma vida espiritual miserável, vendida sob o
pecado, e não nos sentimos miseráveis. Pelo contrário, pensamos que estamos
muito bem e nos conformamos que isto é tudo que Deus tem para nós. Podemos
chamar este tipo de insensibilidade e comodismo de lepra. Sua vida espiritual está
se desfazendo em pedaços, e você nem está sentindo.

Deus não nos dá o Espírito Santo porque somos bons demais e


merecemos, mas porque temos consciência de quão mau e pecadores nós
somos.

Se você não tem uma vida plena e santificada, e também não experimenta este conflito que
Paulo passou, tome muito cuidado. Você pode estar sendo tão insensível e louco como
aquelas virgens que acharam que podiam encontrar o noivo negligenciando a
unção e o poder do Espírito Santo.
Este é o ponto: Se você realmente tem vontade de ser santo, então Deus vai santificar
a sua vontade.
“... Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba.”
“E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de
graça da água da vida.” (Ap 22:17)

2)- Fé: “Quem crê em mim como diz a Escritura”


O Batismo com o Espírito Santo é uma promessa de Deus que diz respeito a nós.
Não existe uma outra maneira de nos relacionarmos com as promessas de Deus a
não ser através da fé. A condição elementar para o cumprimento de qualquer
promessa de Deus é a fé.

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“...E recebereis o dom do Espírito Santo. Porque a promessa vos diz respeito a vós, a
vossos filhos, e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar.”
(At 2:38,39)

Precisamos fazer duas considerações importantes:

1- Eliminar as obras como causa da santificação.


Nosso esforço e nossas obras não são causa, mas o efeito; não é a raiz, mas os frutos da
santificação do Espírito Santo.

“Dize, portanto, à casa de Israel: Assim diz o Senhor Jeová: Não é por vosso respeito que
eu faço isto, ó casa de Israel, mas pelo meu santo nome, que profanastes entre as nações
para onde vós fostes. E eu santificarei o meu grande nome, que foi profanado entre as
nações...e vos trarei para a vossa terra. Então espalharei água pura sobre vós, e ficareis
purificados: de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. E
vos darei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei o coração de
pedra da vossa carne, e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu
Espírito, e farei com que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os
observeis. E habitareis na terra que eu dei a vossos pais, e vós me sereis por povo, e eu
vos serei por Senhor. E vos livrarei de todas as vossas imundícias; e chamarei o trigo, e o
multiplicarei, e não trarei fome sobre vós... Então vos lembrareis dos vossos maus
caminhos, e dos vossos feitos, que não foram bons: e tereis nojo em vós mesmos das
vossas maldades e das vossas abominações. Não é por amor de vós que eu faço isto, diz
o Senhor Jeová.” (Ez 36:22-32)

O que Deus está dizendo não é que ele não respeita ou ama o seu povo, mas antes,
que ele nos ama tanto, que apesar de não merecermos nada, ele vai nos purificar e
santificar para ele.

Podemos ver neste texto os efeitos sobrenaturais do batismo com o Espírito Santo:
- Seremos purificados e livres de toda imundícia e dos ídolos. (Libertação total)
- Remove a dureza de coração e nos dá um coração e um espírito novos, totalmente para
agradar a Deus.
- Capacitação sobrenatural para obedecer espontaneamente os mandamentos de Deus.
- Coração presidido pelo senhorio de Cristo.
- Poder para testemunhar a todos os povos.
- Fartura espiritual na Palavra e na revelação.
- Temor de Deus. Ter nojo pelo pecado. Ter o mesmo sentimento que Deus tem pelo
pecado.

Este texto fala abrangentemente dos poderosos efeitos do Batismo com o Espírito Santo,
mas uma das essências aqui é que Deus nos purifica e batiza com o Espírito Santo não
porque merecemos, mas para que possamos dar um testemunho pelo poder de
Deus, o qual vai santificar o seu grande nome.
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 Este também é um dos principais significados do sábado: Ex 35:2


“E também lhes dei os meus sábados, para que servissem de sinal entre mim e eles: para
que soubessem que eu sou o Senhor que os santifica.” (Ez 20:12)
“...aquele que o profanar, certamente morrerá; porque qualquer que ele fizer alguma obra,
aquela alma será extirpada do meio do povo.” (Ex 31:13,14)
Santificar o dia do Sábado é estar profundamente consciente de que é Deus quem
nos santifica e purifica e jamais poderemos fazer isto por nós mesmos. Não
podemos fazer isto pelas nossas obras, pelo nosso esforço, pelos nossos méritos.
Esta tendência que temos de estarmos carnalmente consagrados define o que seria
profanar o sábado.
Precisamos saber que Deus excluiu as nossas obras não só no que diz respeito à nossa
salvação, mas no que diz respeito à nossa santificação. Isto é cumprir a lei do sábado com
entendimento do seu cunho moral e espiritual.

2- Apurar a verdade da Palavra de Deus acerca do Espírito Santo.


Precisamos crer como diz a Escritura e não como ela não diz. Para isto é
relevante que conheçamos as conotações do termo bíblico: “cheio do
Espírito”.
Pessoas fazem muita confusão em relação às experiências que podemos e devemos ter
com o Espírito Santo porque ignora-se o fato que a Escritura usa dois verbos diferentes para
denotar o enchimento com o Espírito: PLERO (Transbordamento do Espírito - enchimento de
dentro para fora) e PLESSO (Revestimento do Espírito - enchimento de fora para dentro).

A) Plero - Maturidade e poder


O verbo grego Plero indica um “estado” que parte do princípio do amadurecimento dos
frutos do Espírito Santo em nós. Isto diz respeito a uma vida devocional constante que
redunda em um processo crescente de sermos participantes da natureza (carater) divina. (II
Pe 1:4)
Ou seja, o Plero (enchimento do Espírito) fala de caráter e maturidade e é uma ordem
expressa para todo crente: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há devassidão,
mas enchei-vos (Plero) do Espírito.” (Ef 5:18)
Este enchimento permanente não quer dizer que uma vez possuido, não possa ser perdido.
Afim de que este enchimento seja permanente e crescente, é necessário uma vida
devocional ativa com submissão, quebrantamento e entrega total a Deus. O pecado deve
ser julgado, confessado e abandonado imediatamente, uma vez convencido pelo Espírito
Santo.
 Exemplos:
- Barnabé: “...porque era homem de bem e cheio (Plero) do Espírito Santo e de fé. E muita
gente se uniu ao Senhor.” (At 11:24)
- Os diáconos: “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios
(Plero) do Espírito Santo e de sabedoria... (At 6:3)
- Estêvão: “Mas ele, cheio (Plero) do Espírito Santo, fitando os olhos no céu, viu a glória de
Deus e Jesus em pé à direita de Deus.” (At 7:55)
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B) Plesso - Pureza e poder.


O verbo grego Plesso indica uma experiência crítica que parte do princípio das
manifestações diversas do Espírito Santo nos capacitando para fazer as coisas que
Deus deseja que façamos, incluindo o enchimento de dentro para fora (Plero). Ou seja, o
Batismo com o Espírito Santo inclina todo o nosso ser para uma vida devocional
espontâneamente intensa e fervorosa.
Enquanto o Plero fala do caráter de Deus e maturidade, o Plesso fala dos carismas de
Deus e pureza.
 Exemplos:
- Zacarias: “Zacarias, seu pai, ficou cheio (Plesso) do Espírito Santo e profetizou dizendo:
Bendito seja o Senhor Deus de Israel...” (Lc 1:67,68)
- Pentecostes: “E lhes apareceram uma línguas como que de fogo, que se distribuiam, e
sobre cada um deles pousou uma. E todos ficaram cheios (Plesso) do Espírito Santo, e
começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.”
(At 2:3,4)
- Pedro: “Então Pedro, cheio (Plesso) do Espírito Santo, lhes disse: Autoridades do povo e
vós, anciãos... (At 4:8)
- Os discípulos: “E, tendo eles orado, tremeu o lugar em que estavam reunidos; e todos
foram cheios (Plesso) do Espírito Santo, e anunciavam com entrepidez a Palavra de Deus.
(At 4:31)
- Alguns outros: Isabel e Maria (Lc 1:41); Ananias e Paulo (At 9:17); Paulo e Elimas o mágico
(At 13:9-11).

3)- Perseverança: “ficai, porém”... “até que”


Precisamos permanecer nas duas condições anteriores de consagração da vontade e fé o
tempo que for necessário.
“E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai: ficai, porém, na cidade de Jerusalém,
até que do alto sejais revestidos de poder.” (Lc 24:49)
“E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que
esperassem a promessa do Pai, que (disse ele) de mim ouvistes. Porque, na verdade,
João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo; não muito depois
destes dias.” (At 1:4,5)
Através da perseverança, mostramos de maneira prática até que ponto queremos e cremos
no batismo com o Espírito Santo.
O Deus da promessa é fiel, por isso, “... não será frustrada a tua esperança.” (Pv24:14)

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