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PAULO E O VALOR DA ORAÇÃO PARA VENCER O MAL

No livro de Efésios 6.10-20, Paulo fala sobre a armadura do cristão que


é necessária na luta, ou no seu serviço cristão. Ele explica qual é o meio de
receber esta armadura. Há duas coisas que devem ser consideradas: primeiro,
que a nossa luta como povo de Deus não é carnal, mas espiritual; segundo,
que só devemos lutar onde há inimigos. Comete-se um grande erro quando se
luta onde não existem inimigos. Convém pelejarmos no lugar em que estiver o
inimigo.
Onde está o inimigo? Lemos em Efésios 6.12: "Porque não temos que
lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as
potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes
espirituais da maldade, nos lugares celestiais". Acontece que às vezes
atacamos a carne e o sangue procurando convencer os homens dos seus
erros, sem nos lembrar de que a nossa luta não é contra carne e sangue, pois,
atrás das heresias está o poder das trevas que não se deixa vencer. Não
podemos de forma alguma convencê-los através de batalhas carnais. Mas,
devemos ter compaixão de tais pessoas e concentrar a nossa luta contra o
poder das trevas que está atrás dos seus erros. E nesse combate não vale
nada o emprego de armas carnais. Se por acaso vencermos as batalhas com
as armas carnais a nossa vitória é humana, mas se a luta for espiritual a vitória
será divina.
Às vezes, podemos pensar que a nossa obra é apenas intelectual e,
portanto, procuramos intelectualmente convencer os inimigos dos seus erros. O
resultado de tal obra é que o povo fica convencido e não convertido. Há muitos
trabalhos religiosos que são dirigidos somente intelectualmente, e isso é um
grande erro. A oração é um poder que afasta as trevas, liberta as pessoas
almas e que ajuda o cristão a vencer.
Paulo diz que a fé dos coríntios não estava fundada na sabedoria
humana, mas no poder de Deus. Muitos trabalhos religiosos que não dão
resultado são provenientes desta causa. Pode-se fazer uma pregação
importante, mas o inimigo não teme, ao contrário, se alegra fortalecendo-se
mais. Por quê? Naturalmente porque nada perde. Se errarmos o alvo nada
ganhamos. Uma pregação belíssima, um templo importante ou um grande
número de membros não tem a menor influência sobre o poder das trevas.
COMO VENCER? SÓ EXISTE UM MEIO DE VITÓRIA, TANTO PARA A
IGREJA COMO PARA O MEMBRO INDIVIDUALMENTE - A ORAÇÃO.
"ORANDO EM TODO O TEMPO, COM TODA ORAÇÃO E SÚPLICA NO
ESPÍRITO E VIGIANDO NISSO COM TODA PERSEVERANÇA E SÚPLICA
POR TODOS OS SANTOS". EFÉSIOS 6.18. COMO É POSSÍVEL ORAR
SEMPRE? SOMENTE ESTANDO CHEIO DO ESPÍRITO SANTO É QUE
CONSEGUIMOS ORAR. EM MUITOS MOMENTOS O CRISTÃO NÃO SE
SENTE TÃO FRACO COMO NESTE; NO ENTANTO, ELE PODE AFIRMAR:
DEUS, AJUDA-ME A ORAR.
O apóstolo Paulo nos deu um entendimento abrangente da importância
e da força da oração e de como temos de orar. Ele incluiu a oração como parte
do arsenal espiritual que devemos ter para empreendermos a guerra e
derrotarmos o inimigo. Depois de listar vários componentes da armadura
espiritual, Paulo disse: Orando em todo tempo com toda oração e súplica no
Espírito e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos
(Ef 6.18).
Nesse único versículo, Paulo enfatiza seis coisas muito importantes
concernentes à oração, das quais devemos nos lembrar:
1. Devemos orar sempre, o tempo todo, em todas as ocasiões: A oração é para
todas as épocas (“em todo tempo”). Spurgeon comentou sobre orar sete vezes
ao dia (Sl 119.164), “em cada toque, em cada curva”. Sete denota completitude
na oração e recorrência habitual.
2. A oração é para todas as situações (“com toda oração”). Por isso,
precisamos orar usando todos os tipos diferentes de oração [oração,
intercessão, súplica e ação de graça];
3. A oração deve ser feita no Espírito: Ela é feita toda no Espírito. Ela nos dá
direção e, em todos os caminhos, aprende a manter seu compromisso com os
propósitos do Espírito.
4. O cristão deve vigiar na oração: a palavra usada por Paulo no grego significa
“estar alerta”; “vigiar”; e “atentar continuamente”;
5. O fiel deve perseverar na oração: A oração é perseverante. Paulo usa uma
palavra para perseverança que significa “ficar continuamente com”.
6. Suplique por todos os fiéis.

Paulo exortou os cristãos da Igreja em Filipos a não ficarem ansiosos


por coisa alguma, mas a apresentarem suas causas e petições a Deus (Fp
4.6). Com freqüência deixamos de andar no poder e de obter vitória em todas
as áreas da nossa vida porque não levamos tudo ao Senhor em oração. O
apóstolo deixou claro que precisamos buscar cobertura da oração para todas
as coisas que fizermos. Toda a nossa vida tem de estar saturada de oração.
Temos de orar sem cessar (1 Ts 5.16-18) e fazer uma oração forte e
persistente (Cl 4.2). Escrevendo a Timóteo, uma das primeiras coisas que
Paulo enfatizou foi a importância da oração. Ele disse: Admoesto-te, pois,
antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões e ações de
graças por todos os homens (1 Tm 2.1).
Orar na dimensão poderosa que Cristo pretendeu deve tornar-se um
estilo de vida do cristão. Devemos viver em ligação e comunhão contínua com
o Pai. A oração deve ser tão natural quanto o ar que respiramos. O chamado
para a oração é principalmente um chamado para um relacionamento vivo e
vibrante com Deus e com Cristo. O desejo do coração do Pai é que Seus filhos
entrem na Sua presença e permaneçam nela. Fomos criados para termos
amizade com Deus. Nossa existência inteira como filhos de Deus gira em torno
do nosso relacionamento com Ele, por meio do qual podemos ouvi-lo,
responder à Sua voz e fazer a Sua vontade.
No Antigo Testamento, lemos como os israelitas ficaram aos pés do
monte Sinai e tremeram de medo com o som da voz de Deus. Eles foram
incapazes de aproximar-se dele. Hoje, por causa do sangue de Jesus
derramado para o perdão dos nossos pecados, podemos desfrutar de um
relacionamento de amizade com Deus. Ele fala conosco, e somos capazes de
ouvir a Sua voz e de receber todas as bênçãos da Sua aliança. Não existe
mais uma barreira nos separando do Senhor. Somos cidadãos do Reino, Seus
filhos. Deus colocou Seu Espírito em nós, dando-nos acesso direto a Ele.
Podemos entrar com ousadia na Sua presença clamando: “Aba, Pai!”
Oração para nós não é alternativa, mas ordem. Não é escolha, mas
determinação do Pai que nos chamou com uma santa vocação não para
fazermos a nossa vontade, mas a dEle. James Houston nos faz refletir acerca
da relevância da oração: “Viver sem oração é, afinal, desacreditar em Deus e
abrir mão dos mais importantes valores humanos, tais como fé, esperança e
amor. Viver sem orar é fruto de ir para cama com todas as atitudes da
sociedade secular moderna. Provavelmente, o NT duramente denominaria tais
comportamentos como ‘impiedade’.

É fácil ceder ao espírito secular quando depositamos nossa fé na


tecnologia, nossa esperança no pragmatismo e nosso amor no intelecto
humano. Todas estas coisas nos capacitam a realizar o que queremos da
forma que desejamos. Em última instância, como expressou C.S. Lewis em ‘O
Grande Abismo’, “ou Deus nos diz ‘seja feita a tua vontade’, em condenação e
perda, ou nós dizemos a mesma frase a Deus”. No fim das contas, a oração é
uma batalha da vontade. Tal conflito nos faz escolher o que realmente
desejamos”.

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