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ISBN: 978-65-86700-05-3
C
DD 610
CDU 601/618
PREFÁCIO
Este Manual foi escrito com o intuito de possibilitar um direcionamento nos estudos dos
acadêmicos da área da saúde por meio do acesso rápido a um conteúdo de qualidade, conciso
e, principalmente, atualizado – com base nas literaturas mais recentes da área da pediatria.
Cada colaborador deixa aqui registrado seu reconhecimento acerca da importância dessa
especialidade para desenvolvimento de competências e habilidades que envolvem o cuidado
com a criança e com adolescente e tantas outras virtudes que são essenciais para o médico
em formação como um todo.
Por isso, no processo de desenvolvimento deste projeto buscamos montar uma coletânea
com principais tópicos de Introdução à Pediatria a fim de produzir tanto um instrumento de
estudo quanto uma fonte de inspiração em uma área tão bonita. Dessa forma, destacamos os
diversos aspectos fundamentais para o bom atendimento, que compreendem desde o
entendimento da psicologia infanto-juvenil até a semiotécnica pediátrica e suas ramificações
para que o manejo do pequeno paciente seja bem-sucedido e o papel do médico executado
com a excelência esperada.
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IDENTIFICAÇÃO
QUEIXA PRINCIPAL
INTERROGATÓRIO SINTOMATOLÓGICO
Inicia-se pelos sintomas gerais, seguido pelos sistemas (no sentido cefalo-
podálico). Quando a fonte da informação for o acompanhante e não o paciente,
devemos valorizar mais os sinais em detrimento dos sintomas. Mesmo que a
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resposta seja negativa deve ser registrada no prontuário. Abaixo consta, alguns
exemplos do que pode ser questionado em cada tópico.
Gestação: Aborda-se como foi realizado o pré-natal, se a mãe teve doenças como
toxoplasmose, sífilis ou outras que interfiram na gestação, além de saber se a
sorologia, suplementação vitamínica e vacinação foram corretamente realizadas.
O uso de álcool ou drogas ilícitas também deve ser questionado.
Parto: Saber com quantas semanas nasceu, o tipo (e.g. Normal, Cesárea, Fórceps,
se teve intercorrências durante o parto, Apgar do primeiro e quinto minuto (caso
a mãe saiba informar).
Nascimento: Medidas antropométricas ao nascer, se precisou ser internado ou
entubado.
ANTECEDENTES PATOLÓGICOS
ALIMENTAÇÃO
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paciente, que pode ser:
CRESCIMENTO
DESENVOLVIMENTO
SITUAÇÃO VACINAL
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ANTECEDENTES FAMILIARES
HÁBITOS DE VIDA
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REFERÊNCIAS
BURNS, D.A.R. et al. Tratado de Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria. 4° ed. Barueri – SP,
2017. 52-53 p.
CAMPOS, D. et al. Tratado de pediatria. 3º ed. [S.l.]: Manole, 2014. 409-412 p. Disponível:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520438626/cfi/5!/4/4@0.00:42.7.
Acesso em: 07 mai. 2020.
CAUDURO, P.J. et al. Pediatria: Consulta Rápida. Artmed. 2ª ed – Porto Alegre, 2018. 5-15 p.
HAY, W. & MYRON, L. Current Pediatria: Diagnóstico e Tratamento. 22° ed. McGraw Hill Brasil,
2015. 54-59 p.
HOCKENBERRY, M.J.W. Manual Clínico de Enfermagem Pediátrica. 8° ed. Elsevier Brasil, 2013.
90-104 p.
LISSAUER, T. & CLAYDEN, G. Manual Ilustrado de Pediatria. 2° ed. Elsevier Brasil, 2003.36 p.
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EXAME FÍSICO
PEDIÁTRICO
A etapa da avaliação clínica em pediatria voltada ao exame
físico, configura o contato inicial com a criança, sendo
fundamental o estabelecimento da relação médico-paciente
nesse momento para a qualidade e quantidade dos achados,
colaboração da criança nas consultas futuras, e satisfação
dos pais. Em conjunto com o material obtido na anamnese,
esta relação constitui um importante instrumento para o
raciocínio médico na construção de hipóteses diagnósticas
e estabelecimento de conduta para tratamento adequado.
O exame em uma primeira consulta requer do examinado
uma combinação de experiência com entendimento de
psicologia infantil, a fim de obter sucesso no
estabelecimento da relação médico-paciente. A postura do
examinador influencia muito no sentido de estabelecer um
contexto menos hostil para a criança, isso pode ser feito por
meio de atitudes gentis e amistosas, sem elevações do tom
de voz, para auxiliar no processo construção de afinidades
que resulta em maior fluidez e eficácia da sistemática do
atendimento. A
A sequência de examinação dos sistemas orgânicos, que eta
será detalhada nos tópicos a seguir, deve obedecer a uma pa
lógica e visar manter a criança tranquila durante o da
procedimento, deixando etapas mais dolorosas e ava
desagradáveis (e.g.: otoscopia) para o final. Afinal, o liaç
conhecimento acerca do exame físico completo é de suma ão
importância, independente da faixa etária, para a detecção clín
de sinais mesmo em crianças assintomáticas, sendo ica
indispensável para assegurar a qualidade do atendimento e em
não pode ser negligenciado. ped
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Página | 7 ura
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ELEMENTOS BÁSICOS
ESTADO GERAL
SINAIS VITAIS
ELEMENTOS ESPECÍFICOS
AVALIAÇÃO DO ABDOME
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enquanto a outra mão posiciona-se do lado oposto para verificar presença de ondas
(e.g.: ascite).
AVALIAÇÃO CARDIOVASCULAR
AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA
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AVALIAÇÃO LOCOMOTORA
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REFERÊNCIAS
BURNS, D.A.R. et al. Tratado de Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria. 4. ed. Barueri: Manole,
2017. 2568 p
CAMPOS, D. et al. Tratado de pediatria. 3 ed. [s.l.] Barueri: Manole, 2014. 28-30 p Disponível
em:https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520438626/cfi/5!/4/4@0.00:42.7.
Acesso em: 07 mai 2020.
CARDURO, P.J. et al. Pediatria: Consulta Rápida. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2018. 1288 p
HAY, W. & MYRON, L. Current Pediatria: Diagnóstico e Tratamento. 22 ed. McGraw Hill Brasil:
São Paulo, 2015. 1552 p
LISSAUER, T. & CLAYDEN, G. Manual Ilustrado de Pediatria. 3. ed. Elsevier: Rio de Janeiro,
2003. 488 p
SANTANA, J.C.B. Saúde da Criança e do Adolescente. 1. ed. EDIPUCRS: Porto Alegre, 2011. 361p.
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03
CALENDÁRIO VACINAL DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE 2020
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1) BCG ID: Confere proteção contra as formas graves de tuberculose meníngea
e miliar e deve ser realizada no esquema de dose única, o mais precocemente
possível em recém-nascidos com peso igual ou maior a 2000 g. Sua administração
é intradérmica, na inserção inferior do músculo deltoide direito. A revacinação,
caso a cicatriz do local de aplicação não seja percebida, não é mais recomendada.
Há contraindicação ou adiamento em casos de recém-nascidos de mães que
utilizaram imunossupressores durante a gravidez.
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doença pneumocócica invasiva, é recomendada a vacina polissacarídica 23-
valente, a partir dos 2 anos. São de administração intramuscular no vasto lateral
da coxa. Quando utilizada a Pneumocócica 10-valente, recomenda-se mínimo de
30 dias da primeira dose para a segunda e 60 dias da segunda dose para o reforço.
9) Varicela: Uma segunda dose da vacina varicela é indicada aos 4 anos de idade
e pode ser aplicada até os 6 anos, 11 meses e 29 dias. É indicada para toda
população indígena a partir dos 7 anos de idade.
10) Febre Amarela: Previne contra a Febre Amarela e é realizada com uma dose
aos 9 meses e reforço aos 4 anos de idade. De administração subcutânea na região
deltoideana. A vacina contra Febre Amarela e a Tríplice Viral devem ser evitadas
de serem aplicadas no mesmo dia por possível interferência na resposta imune,
sendo indicado intervalo mínimo de 30 dias entre as aplicações.
13) dT/dTpa: Previne contra Difteria e Tétano. São realizadas 3 doses, sendo
consideradas as doses realizadas com a Penta e a DTP. A dT deve ser realizada a
cada 10 anos, porém em casos de ferimentos mais graves pode ser feita a cada 5
anos. Adolescentes com esquema completo devem receber preferencialmente a
DTPa aos 14 anos.
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14) HPV: Previne contra o Papilomavírus Humano 6, 11, 16 e 18 (recombinante).
Esquema realizado em 2 doses, de 9 a 14 anos para as meninas, e de 11 a 14 anos
para os meninos, sendo feito reforço 6 meses após a primeira dose. Aplicação
intramuscular no músculo deltoide. Imunodeprimidos devem fazer o esquema de
3 doses, seja imunossupressão por doença ou tratamento. Também é
disponibilizada para adultos entre 9 e 26 anos que convivem com HIV/Aids,
pacientes oncológicos e transplantados.
15) Influenza: Dose anual para crianças de 6 meses a 6 anos, sendo a aplicação
intramuscular no vasto lateral da coxa para menores de 2 anos e no músculo
deltoide para maiores de 2 anos.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Calendário de Vacinação da Criança 2020. Disponível em:
https://www.saude.gov.br/images/pdf/2020/marco/04/Calendario-Vacinao-2020-Crian--a.pdf.
Acesso em: 25 mai. 2020.
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ALIMENTAÇÃO NA
PEDIATRIA
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL - UM DIREITO DE TODOS
A alimentação adequada é um direito humano fundamental garantido
pela Constituição Brasileira, sendo uma obrigação do Estado respeitá-
lo e promovê-lo. Logo, qualquer pessoa deve ter acesso permanente a
alimentos em quantidade e qualidade suficiente, a fim de garantir
nutrição e evitar a fome. A alimentação adequada deve atender às
necessidades das pessoas, obedecendo as fases da vida, preferências e
restrições (BRASIL, 2019).
Uma alimentação apropriada é essencial para garantir que a criança se
desenvolva em todo o seu potencial, diminuindo doenças, como a
obesidade, a qual tem crescido a cada ano no Brasil. Infelizmente, ainda
existe uma grande desigualdade em nosso país, incluindo alimentar.
Por isso, nem todas as crianças possuem uma alimentação adequada e
saudável (BRASIL, 2019).
O Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 anos
(BRASIL, 2019) segue alguns princípios: 1) a saúde da criança é
prioridade absoluta e responsabilidade de todos; 2) o ambiente familiar
é espaço para a promoção de saúde; 3) os primeiros anos de vida são
importantes para a formação dos hábitos alimentares; 4) o acesso a
alimentos e à informação de qualidade fortalece a autonomia das
famílias; 5) a alimentação é uma prática social e cultural; 6) adotar uma
alimentação adequada e saudável para a criança é uma forma de
fortalecer sistemas alimentares sustentáveis; e 7) o estímulo à
autonomia da criança contribui para o desenvolvimento de uma
relação saudável com a alimentação.
Todos possuem o compromisso de zelar por uma boa alimentação da
criança, sendo a família detentora de um papel essencial na
manutenção de um ambiente seguro e propício para isso. Estabelecer
hábitos saudáveis nos primeiros anos de vida é fundamental para criar
um adulto com boas escolhas alimentares. Além disso, é necessário que
as famílias possuam acesso a informações confiáveis sobre alimentação,
assim como acesso aos alimentos, dando as ferramentas para que essa
criança também tenha autonomia nas escolhas alimentares. As
recomendações devem ser adaptadas ainda de acordo com as realidades
regionais, culturais e éticas (BRASIL, 2019; BRASIL, 2018).
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ALEITAMENTO MATERNO
O leite materno é o primeiro alimento e o ideal para a criança, pois é capaz
de atender todas as necessidades nos primeiros anos de vida. Ele é único, contém
anticorpos e outras substâncias que protegem o bebê de infecções, sendo a
amamentação essencial para o desenvolvimento adequado e para minimizar
doenças nessa criança (SBP, 2018).
A amamentação (Figura 1) permite a percepção de estímulos que a ajudam
a desenvolver-se, por exemplo, a troca de calor, cheiros, sons, toques e olhares,
fundamentais no estabelecimento de laços afetivos. É um direito da mãe e da
criança, e dever de toda a sociedade colaborar com a amamentação. Amamentar
não gera gastos com preparo, tempo, água e gás, é econômico, faz bem à sociedade
e ao planeta (SBP, 2018).
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aumentando ainda a saúde mental, autoestima, o tempo entre partos e o
empoderamento da mulher. Não há um tempo máximo para mamar, sendo
recomendado até dois anos de idade ou mais (BRASIL, 2019).
O leite dos primeiros dias chama-se colostro e possui mais proteínas e
anticorpos para proteger o recém-nascido. A quantidade de leite que a mulher
produz depende de quanto leite a criança consome ou quanto é retirado, uma vez
que a maior parte do leite é produzida enquanto o bebê suga, não dependendo do
tamanho das mamas. A cor não fala sobre a qualidade do leite materno, depende
da dieta da mãe e da fase da mamada, mas ele sempre é de boa qualidade e capaz
de atender às necessidades da criança (SBP, 2017).
A fim de evitar problemas na amamentação, deve-se cuidar para que a
posição e a pega sejam adequadas: a mãe e o bebê devem ficar confortáveis, com o
corpo da criança virado para a mãe e alinhado ao seu corpo e não podem haver
obstáculos entre a parte da mama e a boca do bebê, o nariz da criança deve ficar
bem na frente do mamilo, com a boca bem aberta, ocupando a maior área possível
da aréola, a qual deve ser vista mais acima do que abaixo da boca do bebê, os lábios
virados para fora e o queixo encostado na mama (BRASIL, 2018).
Mamar não deve doer; deve-se iniciar o mais precoce possível, de
preferência na primeira hora de vida; é necessária atenção no período de
apojadura, por volta do 3º ao 5º dia pós-parto, em que ocorre maior produção e
saída de leite, em quantidade maior que a criança consome, sendo necessário a mãe
retirar um pouco; deve-se dar tempo suficiente para o bebê sugar uma mama antes
de passar para a outra; e amamentar sempre que a criança pedir. Ademais, é
essencial que a mulher cuide de sua saúde física e mental, principalmente os
aspectos ligados com alimentação, hidratação e descanso. Logo, é fundamental
uma rede de apoio para amparar a criança e a mãe nesse processo (BRASIL 2019).
Utilizar fórmulas e outros alimentos antes de 6 meses, oferecer mamadeira
e chupeta, fumar, usar medicamentos e ingerir bebida alcoólica durante a
amamentação são fatores prejudiciais. Essas práticas podem aumentar o risco de
doenças nas crianças, tais como asma, candidíase oral e problemas ortodônticos,
afetando todo o seu desenvolvimento (BRASIL, 2018).
O aleitamento materno é contraindicado em mães portadoras do HIV,
HTLV 1 e 2 ou em mães usuárias de alguns medicamentos, drogas e álcool
regularmente. Não é recomendado que outra mulher que não seja a mãe amamente
a criança, pelo alto risco de transmissão de doenças infectocontagiosas (BRASIL,
2019).
No caso de demora na descida do leite, pode-se estimular a mama com
sucção frequente do bebê. Também é fundamental que a mulher se mantenha
confiante, contando com o apoio profissional e da família. O profissional da saúde
deve observar a mamada logo após o nascimento, a fim de identificar dificuldades
na pega ou se possui “língua presa” (frênulo lingual curto). Se houver dificuldade
inicial para sugar, pode ser feita a retirada do leite manualmente ou com uso de
bomba e oferecer para o bebê em um copo ou na colher. É importante suspender
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o uso de bicos de mamadeiras, silicone e chupetas, pois também podem causar essa
dificuldade (BRASIL, 2019; BRASIL, 2018).
O bebê chora por muitas razões, como sono, calor, frio, cólicas, fome, entre
outras. Com o tempo, a mãe passa a aprender a interpretar o que a criança está
precisando no momento (BRASIL, 2019).
Dor e machucados nos mamilos podem estar relacionados à pega ou
posicionamentos inadequados do bebê; ao mamilo invertido ou plano; à língua
presa; ao uso inapropriado de bombas de extração de leite; à tração do mamilo
para interromper a mamada; ao uso de bicos de silicone; ao uso de cremes e óleos
que podem causar alergia; e até mesmo a frequente umidade dos mamilos, que
pode causar infecções por fungo. Mulheres com mastite (inflamação da mama)
devem procurar imediatamente um serviço de saúde (BRASIL, 2019).
Toda mulher que amamenta é uma possível doadora de leite. No Brasil,
doar leite é uma atitude voluntária, bastando ser saudável e não tomar nenhum
medicamento contraindicado na gravidez. Ela deve apenas entrar em contato com
um posto de coleta ou banco de leite humano para ser orientada quanto a extração,
armazenamento e transporte do leite materno a ser doado. A Rede Brasileira de
Bancos de Leite Humano disponibiliza na internet a lista dos postos de coleta e
bancos de leite humano (BRASIL, 2019; SBP, 2018).
O desmame não pode ser forçado e deve ocorrer de forma natural após os
2 anos, evitando o desmame repentino. A criança precisa de suporte e atenção
extras nesse processo (BRASIL, 2019).
Nos primeiros 2 anos de vida da criança, os hábitos de alimentação estão
sendo formados, sendo merecida atenção da família para a escolha de alimentos
saudáveis. Acima de 6 meses a criança pode comer a mesma comida do grupo
familiar, podendo ser necessária a alteração da consistência. Sempre dar
preferência a frutas em vez de doces, ensinando a criança a fazer boas escolhas
alimentares desde cedo. É importante envolvê-la no processo de escolha e preparo
das refeições, apresentando a maior variedade de alimentos saudáveis possíveis.
Caso ela recuse um alimento por não gostar, é fundamental continuar oferecendo,
sem forçar (SBP, 2018).
Os alimentos sofrem variadas formas de processamento, as quais são
responsáveis por diferentes sabores, composições de nutrientes e presença de
aditivos. Podem ser classificados, de acordo com o Guia Alimentar para a
População Brasileira em: alimentos minimamente processados, ingredientes
culinários processados, alimentos processados e alimentos ultraprocessados.
Os alimentos minimamente processados ou in natura (frutas, água, legumes
e verduras) são os mais saudáveis, mas alguns não são recomendados para
crianças, como café, chá verde, chá preto, entre outros. Ingredientes processados,
tais quais os açúcares, melado, rapadura e mel não devem ser administrados para
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crianças menos de 2 anos. Além disso, somente alguns alimentos processados
(conserva de legumes, queijos e pães) podem ser oferecidos a crianças entre 6
meses e 2 anos, enquanto os alimentos ultraprocessados (refrigerantes, sorvetes,
chocolates) não devem ser ofertados às crianças e devem ser evitados pelos adultos
(BRASIL, 2014).
As papinhas industrializadas devem ser evitadas na alimentação da criança,
pois a consistência não incentiva a mastigação; contêm diversos alimentos
misturados, não estimulando a percepção dos diferentes sabores; não favorece o
conhecimento dos temperos regionais e familiares; e as vitaminas e minerais
dessas papinhas não são tão aproveitados como as dos alimentos in natura
(BRASIL, 2014).
Os alimentos in natura podem ser agrupados em grandes grupos de acordo
com os tipos e quantidades de nutrientes que possuem. Esses são os principais na
culinária brasileira, de acordo com o Ministério da Saúde (2014):
1. Feijões (leguminosas)
Grupo composto por todos os tipos de feijão, assim como ervilha, grão de
bico, soja e lentilha. Boas fontes de proteínas, fibras, ferro, zinco e vitaminas do
complexo B. Podem ser oferecidos para crianças acima de 6 meses.
2. Cereais
Inclui arroz, aveia, milho, trigo, centeio e farinhas. Contêm, além de
carboidratos, fibras, minerais e vitaminas, principalmente os integrais.
3. Raízes e tubérculos
Composto pelas batatas, inhame e macaxeira. A composição nutricional é
parecida com a dos cereais, contendo carboidratos, fibras, vitaminas e minerais.
4. Legumes e verduras
Exemplos de legumes são: abóbora, berinjela, beterraba, cenoura, jiló,
maxixe, pepino, pimentão, quiabo, tomate e vagem. Entre as verduras estão:
acelga, alface, brócolis, cebola, couve, repolho e jambu. São alimentos ricos em
vitaminas e minerais, como vitamina A (vegetais alaranjados e verde escuros) e
ferro, além de fibras.
5. Frutas
As frutas são ricas em fibras, vitaminas e minerais e incluem uma grande
variedade de alimentos, como: abacate, abacaxi, banana, caju, cereja, goiaba,
laranja, uva e muitos outros exemplos. Deve-se oferecer as frutas para as crianças
sem adição de açúcar. Os sucos são menos recomendados do que comer a fruta,
mesmo que amassadas ou raspadas, pois assim a criança exercita a mastigação e
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obtém mais fibras e menos açúcares, que são normalmente adicionados. Logo, não
é recomendado oferecer sucos antes de um ano.
6. Carnes e ovos
Inclui carne bovina, suína, de aves, frutos do mar e ovos, além das partes
internas desses animais. Possuem proteínas, gordura, ferro, zinco, vitamina B12
e vitamina A (fígado).
7. Leite e queijos
O leite materno é o mais importante desse grupo para menores de 2 anos.
Leite de outros animais, iogurtes naturais sem açúcar, queijos e coalhadas também
fazem parte desse grupo. São fontes de proteínas, gordura, cálcio e vitamina A.
Não é recomendado oferecer café com leite para crianças menores de 2 anos.
8. Amendoim e castanhas
Composto por amêndoas, amendoim, castanha do Pará e do Brasil, e
pistache. São ricos em minerais, vitaminas, fibras, gorduras e substâncias
antioxidantes. Não se deve oferecer esses alimentos inteiros a crianças, pois
podem causar engasgos por serem de consistência dura.
10. Água
A criança até 6 meses em amamentação exclusiva não necessita beber água,
mas, a partir dessa idade, ela pode receber a água em copo nos intervalos das
refeições. É importante oferecer a água, pois a criança não percebe que está com
sede. Deve-se lembrar que a água precisa estar limpa, filtrada e tratada.
As crianças entre 6 meses e 2 anos possuem mais chance de desenvolver
deficiência de ferro e vitamina A, podendo necessitar da suplementação desses
nutrientes, os quais só podem ser prescritos por profissionais de saúde (BRASIL,
2019; SBP, 2018).
A alimentação deve ser um momento de experiências positivas, que
envolvem afeto e aprendizado, sendo a casa o ambiente alimentar mais importante
na vida da criança. Esse ambiente irá determinar suas escolhas alimentares futuras
e como será o seu desenvolvimento e crescimento. Comer junto, elogiar a comida
e conversar com a criança são bons estímulos para criar uma relação prazerosa,
entretanto o foco deve ser na refeição. Atividades como brincar, ver televisão ou
usar o celular são desaconselhadas, por causarem distrações e a criança pode se
desinteressar pela comida. Além disso, aparelhos eletrônicos podem super expor
os infantes a alimentos ultraprocessados e atraentes, os quais não devem ser
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consumidos. Deve-se atentar para os sinais de fome e saciedade que a criança
demonstra. Chantagens e pressão para comer são práticas a serem evitadas
(BRASIL, 2019).
Mesmo com a implementação de novos alimentos na rotina do bebê acima
de 6 meses, é fundamental continuar oferecendo o leite materno. Os alimentos
deverão ser amassados com garfo logo no início, evoluindo para alimentos
raspados, picados ou desfiados. Entretanto, não é necessário usar o liquidificador,
mixer ou peneira, pois futuramente a criança tenderá a recusar alimentos mais
sólidos, ter engasgos e ânsia de vômito. Lembrar de utilizar o sal nas quantidades
mínimas necessárias (BRASIL, 2019; SBP, 2018).
No início, a quantidade de alimentos aceita pelas crianças é pequena e vai
aumentando com o tempo. Acompanhar o peso e a altura nas curvas de
crescimento é essencial, devendo ser registrado na caderneta da criança por
profissionais de saúde (BRASIL, 2019).
O açúcar não deve ser oferecido a crianças menores de dois anos de idade
em nenhum dos seus formatos: branco, mascavo, cristal, rapadura, melado, mel -
que também não é recomendado, pois pode estar contaminado com uma bactéria
associada ao botulismo -, xarope de milho, demerara e açúcar de coco. Além disso,
alimentos que contenham açúcar não devem ser oferecidos, e adoçantes não são
recomendados devido sua composição. O consumo de açúcar pode causar ganho
de peso excessivo em crianças, aumenta a chance de desenvolvimento de
obesidade e outras doenças, e dificulta a aceitação de alimentos saudáveis uma vez
que as crianças estão acostumadas com o sabor açucarado (BRASIL, 2019).
Ao ser alimentada a criança deve estar sentada, reta e confortável e o
responsável deve estar de frente para ela, o que, aumenta a capacidade de se
relacionar com o cuidador, que deve sempre estimular a criança a interagir com a
comida e a se alimentar sozinha. Ainda que os dentes da criança ainda não tenham
nascido, aos seis meses de idade a gengiva já se encontra endurecida, o que é
suficiente para promover a mastigação. É necessário lembrar que nem sempre a
criança aceita um alimento na primeira vez que o prova e que o mesmo deve ser
oferecido várias vezes, e até juntamente com outro que ela tenha aceitado melhor,
para que ela tenha chance de conhecê-lo bem (BRASIL, 2019).
Com a introdução alimentar, as fezes da criança que antes eram amareladas
e amolecidas se tornam mais parecidas com as de um adulto e é comum achar
pedaços de feijões e legumes. Deve-se sempre lembrar de oferecer água porque ela
contribui para o bom funcionamento do intestino, evitando prisão de ventre. A
criança também deve sempre ser exposta ao sol para que haja a produção de
vitamina D, como forma de complementar a alimentação (BRASIL, 2019).
É comum que crianças tenham cáries nos dentes de leite, mas medidas
simples podem ser realizadas para evitá-las. Entre as medidas está a escovação
dos dentes assim que eles começam a aparecer pelo menos duas vezes por dia e,
principalmente, antes de dormir. Em crianças que não sabem cuspir, a quantidade
de pasta de dentes utilizada na escovação deve ser do tamanho de um grão de
arroz e, caso a criança consiga cuspir, a quantidade deve ser do tamanho de um
grão de ervilha (Figura 5). Quando os dentes molares surgirem também deve ser
utilizado o fio dental para retirar a placa bacteriana (BRASIL, 2019).
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Para uma refeição balanceada no almoço e no jantar devem ser incluídos
alimentos do grupo dos feijões, cereais ou raízes ou tubérculos, carnes ou ovos,
legumes e verduras. Para complementar a refeição pode ainda ser oferecido um
pedaço de fruta. É necessário que no decorrer da semana os alimentos dos grupos
sejam variados (BRASIL, 2019).
No café da manhã, no lanche da manhã e no lanche da tarde o leite materno
deve continuar sendo oferecido até os dois anos de idade ou mais, sempre que a
criança quiser. Uma fruta pode ser oferecida nos lanches após os seis meses, e após
o primeiro ano de idade pode ser oferecido, de forma alternada, representantes do
grupo dos tubérculos, dos cereais e das raízes, não sendo recomendado a oferta de
alimentos ultraprocessados (BRASIL, 2019).
Legenda: (1) Quantidade de pasta de dente equivalente a um grão de arroz, ideal para a criança que não saber
cuspir. (2) Quantidade de pasta de dente equivalente a um grão de ervilha, adequada para a criança que sabe
cuspir. Fonte: BRASIL, 2019 .
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quando for de desejo da criança. A quantidade aceita costuma ser de quatro a cinco
colheres de sopa no total (BRASIL, 2019).
A partir de um ano de idade a criança já consegue pedir o alimento de sua
preferência, controla melhor a colher e segura o copo com as duas mãos. No
segundo ano de vida a criança costuma resistir a experimentar novos alimentos e
pode até rejeitar aqueles que gostava. Isso, aliado ao fato de que após o primeiro
ano a criança ganha menos peso do que ganhou até o primeiro ano de vida, pode
passar aos pais a sensação de que a criança não está se alimentando bem, o que
leva a família a ter atitudes inadequadas para fazer a criança comer mais, incluindo
chantagens, oferecer alimentos preferidos mesmo que eles não sejam saudáveis e
alimentar a criança com distrações ao redor, como uma televisão ligada (BRASIL,
2019).
Entre um e dois anos de idade os sinais de saciedade incluem balançar a
cabeça, dizer que não quer e brincar com o alimento, além de jogá-lo para longe.
Os sinais de fome incluem levar a pessoa que o alimenta até o local que os
alimentos estão, apontar os alimentos e combinar gestos e palavras para dizer o
que quer. Nessa faixa etária, além do leite materno de acordo com a vontade da
criança, devem ser oferecidos o café da manhã, o lanche da manhã, o almoço, o
lanche da tarde e o jantar (BRASIL, 2019).
No lanche da tarde, às vezes a fruta pode ser substituída por um alimento
do grupo dos tubérculos ou do grupo de cereais. Derivados do leite podem ser
utilizados em receitas feitas em casa a partir dos seis meses de idade. Os alimentos
devem ser oferecidos em pedaços maiores e na mesma consistência que a família
come. É necessário lembrar que a oferta de suco de frutas naturais é
desaconselhada, e que o consumo de fruta in natura deve sempre ser estimulado
para estimular a mastigação e melhorar o consumo de fibras. Caso o suco seja
oferecido, é ideal que ele seja dado após os dois anos de idade, por volta de 120 mL
ao dia (BRASIL, 2019).
Envolver a criança na escolha da alimentação da família e no preparo dos
alimentos a estimula a se alimentar melhor. Em casos em que a criança esteja
negando um alimento é necessário que a família continue oferecendo no prato e
que a família consuma esse alimento de forma a mostrar para criança que esse
alimento é bom e necessário, especialmente em caso de legumes e vegetais.
Também é interessante preparar o alimento rejeitado de outras maneiras e com
outros temperos naturais, além de apresenta-lo no prato de forma diferente, o que
pode ajudar na sua aceitação (BRASIL, 2019).
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com leite materno, deve-se utilizar fórmula infantil ou leite de vaca diluído que
não pode ser oferecido sem ser modificado (BRASIL, 2019).
Caso a criança possua entre quatro e seis meses de vida e o responsável
possua pouco leite materno armazenado para alimentação da criança, ou caso não
possua, devem ser oferecidos outros alimentos, como fórmulas infantis e outros
tipos de leite. Ainda dependendo do desenvolvimento da criança em questão e
dependendo da avaliação de um profissional, pode ser oferecido à criança frutas
no lanche e a introdução de almoço e jantar. Caso seja necessário alimentar com
outro tipo de leite, mamadeiras devem ser evitadas, e a alimentação deve ser feita
em copos, xícaras e colheres (BRASIL, 2019).
A oferta de água não deve existir quando a criança se alimenta
exclusivamente de leite materno ou de fórmulas infantis. Somente deve ser
oferecido água quando a criança ingerir outros alimentos que não esses dois
citados acima, e sempre no intervalo entre as refeições (BRASIL, 2019).
Quando a criança não é amamentada a primeira alternativa deve ser
oferecer a fórmula infantil, haja vista que ela é o produto mais adequado ao
organismo devido às modificações para torná-lo mais próximo do leite materno
do que o leite de vaca integral, que não oferece todos os nutrientes que o bebê
precisa. Em casos no qual não seja possível a utilização de fórmula infantil, seja
por questões financeiras ou por falta de disponibilidade, o profissional de saúde
deve orientar a diluição do leite de vaca integral para crianças até os quatro meses
de idade. Após essa idade não é mais necessário a diluição. É necessário chamar
atenção aqui para a existência dos compostos lácteos, que não são indicados para
crianças abaixo de dois anos pela enorme quantidade de açúcar e aditivos em sua
composição (BRASIL, 2019).
Para o preparo de fórmula infantil, diluição de leite de vaca integral e
preparo de leite em pó, deve ser utilizada água fervida e filtrada e deve-se sempre
seguir as orientações dadas pelo profissional de saúde, ou seguir as instruções
dadas pelo fabricante no caso da preparação de leite em pó (BRASIL, 2019).
Em crianças que recebem exclusivamente a fórmula infantil, a introdução
alimentar deve começar a partir dos seis meses de vida. Aos nove meses, a fórmula
pode ser substituída por leite integral de vaca, ambos sempre oferecidos de acordo
com a vontade da criança. As demais orientações sobre introdução alimentar
continuam as mesmas já citadas neste manual (BRASIL, 2019).
Em crianças que recebem exclusivamente leite de vaca modificado por
diluição, a introdução alimentar deve começar a partir dos quatro meses de idade
para suprir possíveis déficits nutricionais que a criança possa vir apresentar. É a
partir dessa idade que o leite diluído deve ser substituído por leite de vaca integral,
ou leite de vaca em pó devidamente preparado. Caso o profissional de saúde que
acompanha a criança oriente a introdução alimentar, a mesma deve começar com
a oferta de frutas amassadas de manhã e à tarde, e almoço ou jantar, além de água
nos intervalos das alimentações (BRASIL, 2019).
No entanto, caso não tenha possibilidade de a criança ser avaliada por
profissional de saúde, alguns sinais podem ser indicativos de que a criança já está
apta para receber alimentos sólidos e semissólidos: posição sentada com cabeça
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firme, coordenação entre os olhos, engolir e mastigar sem engasgar (BRASIL,
2019).
Aos cinco meses, crianças não amamentadas devem receber frutas de
manhã e à tarde, e almoço e jantar, assim como água nos intervalos. O leite deve
ser oferecido de acordo com a vontade da criança, porém não deve ultrapassar 500
mL por dia (BRASIL, 2019).
Quando a criança está doente a rotina de alimentação muda, pois
frequentemente ela sente falta de apetite. Para manter a criança sempre hidratada
e bem alimentada é preciso que os alimentos sejam oferecidos em menores
quantidades e mais vezes ao dia, sendo flexível com os horários da rotina normal,
além de variar bem os alimentos oferecidos incluindo os preferidos pela criança,
mas nunca deixando de oferecer uma refeição saudável (BRASIL, 2019).
O Guia alimentar para as crianças brasileiras menores de 2 anos inclui a
criação de doze passos para alimentação saudável, uma forma de resumir o
conteúdo do guia didaticamente.
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REFERÊNCIAS
FIOCRUZ. Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano. Aleitamento Materno. Disponível em:
<http://www.redeblh.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=384>. Acesso em: 25 mai.
2020.
Página | 29
05
CRESCIMENTO E
DESENVOLVIMENTO
Página | 30
As mudanças no comportamento podem ser:
QUANTITATIVA QUALITATIVA
Página | 31
MARCOS DO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR
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REFLEXOS NA CRIANÇA
IDADE TÍPICA DE
REFLEXO ESTIMULAÇÃO COMPORTAMENTO APARECIMENTO/
DESAPARECIMENTO
Bebê estica os membros
Bebê em decúbito
superiores e
dorsal. Estendem-se
posteriormente faz
MORO os membros Nascimento/6 meses
movimento leve de
superiores do bebê,
abraço. Também é
soltando-os.
comum chorar.
Tocar a bochecha ou
lábio inferior do bebê.
Vira a cabeça, abre a boca
Também presente
SUCÇÃO e inicia os movimentos de Nascimento/6 meses
quando a mãe toca
sucção.
com o mamilo no
lábio do bebê.
Leve aperto na palma
PREENSÃO
da mão do bebê, logo Fecha o punho com força. Nascimento/6 meses
PALMAR
abaixo dos dedos.
Leve aperto na palma
PREENSÃO do pé do bebê, no
Flexão de todos os dedos. Nascimento/11 meses
PLANTAR nível das
metatarsofalangianas
Assume a posição de
TÔNICO Deitar o bebê de esgrimista, com braços e
CERVICAL costas e vire apenas a pernas estendidos para o
Nascimento/3 meses
ASSIMÉTRICO cabeça dele para o mesmo lado da face e
(RCTA) lado. flexão dos membros do
lado oposto (occipital).
Segurar o bebê por
Faz movimentos
baixo dos braços, com
MARCHA semelhantes aos de 1 mês/4 meses
pés nus tocando uma
caminhar.
superfície plana.
BABINSKI OU Estimular a borda do
Hálux em extensão e os
CUTANEO- pé (região Nascimento/13 meses
demais dedos em leque
PLANTAR inframaleolar).
Bebê é colocado na
Faz movimentos
NATATÓRIO água com o rosto 1 mês/4 meses
natatórios coordenados.
voltado para baixo.
Fonte: Adaptado de MINISTÉRIO DA SAÚDE - Infográfico Marcos do Desenvolvimento da Criança, 2020.
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DESENVOLVIMENTO INFANTIL DE 0 A 3 MESES
MOTOR – QUANDO
A cabeça pende para trás
PUXADO PARA SENTAR
Flexão da cabeça
MOTOR - QUANDO
SENTADO Flexão do tronco
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DESENVOLVIMENTO INFANTIL DE 4 A 6 MESES
Diminuição gradativa da flexão dos membros
MOTOR - EM SUPINO Assimetria mais frequente devido ao RTCA
Movimento de pedalagem
Extensão progressiva da região cervical em
direção ao quadril
Quadril menos elevado
MOTOR – EM PRONO Mantém a cabeça mais elevada (reação de
retificação labiríntica)
Braços situados lateralmente e apoio instável
sobre os antebraços
MOTOR – QUANDO PUXADO A cabeça pende cada vez menos para trás,
PARA SENTAR chegando a acompanhar o tronco.
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DESENVOLVIMENTO INFANTIL DE 7 A 9 MESES
MOTOR – QUANDO
PUXADO PARA Elevação cada vez mais ativa da cabeça
SENTAR
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DESENVOLVIMENTO INFANTIL DE 10 A 12 MESES
Balbucio - autolimitação
8 meses – fonemas linguodentais (tatata, dada, nenê)
LINGUAGEM 9 meses – sílabas labiais (mama, papa)
Vocalizações
Sorrisos
Mantém as reações anteriores
RTCS – em diminuição até desaparecimento
Reação de extensão protetora dos braços:
REFLEXOS E AÇÕES
- Para frente – 6 meses
- Para os lados – 8 meses
Reação de equilíbrio: em supino, em prono e sentado.
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DESENVOLVIMENTO INFANTIL DE 12 A 15 MESES
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DESENVOLVIMENTO DA FUNÇÃO MANUAL
12-24
Segura copo, inicia o uso da colher e empilha objetos.
meses
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DESENVOLVIMENTO SENSORIAL
DESENVOLVIMENTO AUDITIVO
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DESENVOLVIMENTO VISUAL
30 a 34 semanas
Reação pupilar à luz, fechar as pálpebras diante de luz intensa;
de idade
reflexo de fixação.
gestacional
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RESUMO DOS MARCOS DO DESENVOLVIMENTO
Observa um rosto
Segue objetos ultrapassando a linha média
Reage ao som
2 meses
Vocaliza (emite sons diferentes do choro)
Eleva a cabeça e os ombros na cama na posição prona.
Sorri
Observa sua própria mão
Grita
4 meses Segue com o olhar até 180°
Senta com apoio, sustenta a cabeça
Agarra um brinquedo colocado em sua mão
Tenta alcançar um brinquedo
Procura objetos fora do alcance
6 meses Volta-se para o som
Rola no leito
Inicia uma interação
Transmite objetos de uma mão para a outra
Pinça polegar-dedo
Balbucia
9 meses
Senta sem apoio
Estranhamento (prefere pessoas de seu convívio)
Brinca de esconde-achou
Bate palmas, acena
Combina sílabas
12 meses Fica em pé
Pinça completa (polpa a polpa)
Segura o copo ou a mamadeira
Primeiras palavras
15 meses Primeiros passos
É ativa e curiosa
Anda
Rabisca
18 meses
Obedece a ordens
Nomeia objetos
Sobe escadas
Corre
24 meses Formula frases simples
Retira uma vestimenta
Tenta impor sua vontade
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ATRASO NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
CRESCIMENTO
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CURVAS DE CRESCIMENTO
O
Fonte: WHO Child Growth Standards. 2006 (http://www.who.int/childgrowth/em/)
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Nesses gráficos, o intervalo normal é geralmente definido como entre -2
DP e +2 DP (ou seja, escores Z entre -2,0 e +2,0), o que corresponde
aproximadamente aos percentis 2 e 98 .
Bebês de 0 a 2 anos - Nesses gráficos da OMS, o intervalo normal é
geralmente definido entre -2 DP e +2 DP (ou seja, escores Z entre -2,0 e +2,0), o
que corresponde aproximadamente aos percentis 2 e 98.
Crianças e adolescentes de 2 a 20 anos - nesses gráficos de crescimento do
CDC / NCHS, o intervalo normal é geralmente definido entre os percentis 5 e 95,
embora também sejam usadas categorias adicionais (por exemplo, definindo uma
categoria de "Excesso de peso" entre os 85 e Percentil 95).
COMPRIMENTO/ALTURA
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PESO
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REFERENCIAS
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Caderneta de Saúde da Criança Menino. 10 ed., 2015. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_saude_crianca_menino_10ed.pdf. Acesso
em: 15 de maio de 2020
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Caderneta de Saúde da Criança Menina. 10 ed., 2015. Disponível em:
http://www.corensc.gov.br/wp-
content/uploads/2017/09/caderneta_saude_crianca_menina_10ed.pdf. Acesso em: 15 de maio de
2020
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06
ANAMNESE DO
ADOLESCENTE
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O PRIMEIRO MOMENTO
O SEGUNDO MOMENTO
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TERCEIRO MOMENTO
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REFERÊNCIAS
1 – Departamento Científico da Adolescência. Consulta do adolescente: abordagem clínica,
orientações éticas e legais como instrumentos ao pediatra. Sociedade Brasileira de Pediatria, 2019.
2 – Lima, E.J.F. et al. Pediatria Ambulatorial. Instituto Materno Infantil Professor Fernando
Nogueira. Editora Científica, 2008.
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07
EXAME FÍSICO DO
ADOLESCENTE
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É importante esclarecer ao adolescente, antes do exame, tudo o que vai ser
realizado. O uso adequado de lençóis e camisolas torna o exame mais fácil. É
incluído no roteiro (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2019):
(a) Análise dos aspectos gerais: aparência física, humor, hidratação da pele,
respiração e coloração da pele;
(b) Percepção do emocional do adolescente: ansiedade, tristeza, euforia, orientação
mental, física e/ou espacial;
(c) Avaliação do peso e altura, IMC/altura, altura/idade segundo a OMS, com
acompanhamento da Caderneta de Saúde do Adolescente;
(d) Realizar o exame abdominal;
(e) Realizar o exame do aparelho respiratório;
(f) Realizar o exame do aparelho cardiovascular;
(g) Avaliar o Estadiamento Puberal (critérios de Tanner) feminino e masculino;
(h) Cuidado à acuidade visual e auditiva;
(i) Avaliação de possíveis sinais de violência e maus-tratos.
ESTADIAMENTO PUBERAL
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Tabela 1. Características dos estágios de maturação da mama (sexo feminino)
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Tabela 3. Características dos estágios de maturação dos pelos pubianos (ambos
os sexos)
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REFERÊNCIAS
1 – Departamento Científico da Adolescência. Consulta do adolescente: abordagem clínica,
orientações éticas e legais como instrumentos ao pediatra. Sociedade Brasileira de Pediatria, 2019.
2 – Lima, E.J.F. et al. Pediatria Ambulatorial. Instituto Materno Infantil Professor Fernando
Nogueira. Editora Científica, 2008.
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ÍNDICE REMISSIVO
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Desnutrição Olhos Qualidade
Discernimento Orelhas Reflexos
Ética Orofaringe Risco
Frequência Paciente Rotina
Glasgow Padrão Satisfação
Infantil Palpação Semiotécnica
Inspeção Percentis Sequência
Intensidade Percussão Sigilo
Intussucepção Pescoço Simetria
Lesões Posições Sinais
Locomotor Preceito Síndromes
Médica Pressão Temperatura
Mentais Proteção Tiragens
Nariz Psicologia Violência
Nervos Pulmonar
Neurológico Pulso
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CAP. 5 - CRESCIMENTO E
DESENVOLVIMENTO
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Puberdade Risco Vacinal
Relacionamento Saúde Violência
Relações Sexual Vulnerabilidade
Religião Sono
Rendimento Tanner
Respiratório Tristeza
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