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O QUE É
POLÍTICA CULTURAL
e dicas de como colocar em prática
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Comissão de Cultura
Assembleia Legislativa do
Estado do Rio de Janeiro
Deputados membros efetivos:
ELIOMAR COELHO PRESIDENTE
MESA DIRETORA WALDECK CARNEIRO VICE-PRESIDENTE
LUIZ PAULO
PRESIDENTE André Ceciliano CARLOS MINC
1° VICE PRESIDENTE CHIQUINHO DA MANGUEIRA
Jair Bittencourt DANI MONTEIRO
2° VICE PRESIDENTE CHICO MACHADO
Chico Machado
3° VICE PRESIDENTE Deputados membros suplentes:
Franciane Motta ZEIDAN
4° VICE PRESIDENTE MÁRCIO CANELLA
Samuel Malafaia ROSENVERG REIS
1° SECRETÁRIO Marcos Muller
2° SECRETÁRIO Tia Ju Assessoria técnica:
3° SECRETÁRIO Renato Zaca Julia Moulin Souto
4° SECRETÁRIO Filipe Soares Flavio Aniceto
1° VOGAL Brazao Lucio Sanfilippo
2° VOGAL Dr. Deodalto
3° VOGAL Valdecy da Saúde
Secretário:
Haroldo Aquino
4° VOGAL Giovani Ratinho
SECRETÁRIO-GERAL DA MESA
Contato:
DIRETORA Marcus Vinicius Rego
comissaocultura.alerj@gmail.com
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Alô prefeito, vereadores,
secretário de cultura,
gestores, lideranças
municipais e fazedores
de cultura!
Sem falar no
patrimônio cultural,
Sim, no seu município, como
o material e o
anda o direito ao acesso
imaterial. Sua região
aos bens culturais? Seus
deve ter muita coisa
habitantes têm acesso a
interessante para
obras de arte? Tem contato
mostrar. E que
com música, pintura, teatro,
às vezes nem
cinema, desenho, dança, arte
é considerada
de rua, livros, tanta coisa?!
como arte...
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E os direitos dos
cidadãos? Eles
participam das
decisões que afetam a
cultura no
seu município?
DIREITO À CULTURA
O
s direitos à educação e à saúde podem não ser plenamente respeitados, mas
ninguém tem dúvida de que eles existem. Os governos e a sociedade reconhecem
esses direitos e vão lidando com eles, procurando colocá-los em prática.
No Estado do Rio, isso está inclusive referendado na Lei 7035/2015, que instituiu o
Sistema Estadual de Cultura, o Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura, e
apresentou as diretrizes do Plano Estadual de Cultura.
Mas, mesmo que a Constituição garanta esses direitos, falta uma maior compreensão
do que são os direitos à cultura e as consequentes ações e políticas para que sejam
viabilizados. Ou falta clareza de que, como direitos, devem estar na cesta básica de in-
vestimentos e prioridades, como as demais áreas, mesmo que cada uma tenha a sua
proporção de fatia do bolo. Não pode faltar a cultura no bolo do orçamento e da gestão.
Deixar a cultura de fora da receita das despesas é infringir as leis.
Devemos suprir as necessidades culturais dos cidadãos, por meio de políticas apro-
priadas no estado, nos municípios e na própria ação da sociedade. Teixeira Coelho, em
seu Dicionário Crítico de Políticas Culturais, diz que essas políticas “são um conjunto
de intervenções organizadas pelo Estado ou pela sociedade civil visando a satisfazer as
necessidades culturais da população”.
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COMO SATISFAZER AS NECESSIDADES
CULTURAIS DA POPULAÇÃO DE
SEU MUNICÍPIO?
Para isso é importante ter estabelecidos os 4 P:
olítica cultural
Política cultural é a intenção. O que se pretende com a cultura
no município. É o “por que”. Qual o motivo de se estar fazendo
cultura e aonde se pretende chegar.
lano de cultura
Plano de cultura é a estratégia. É o “como”. Planejar como
se vai executar a política cultural. Quais metas pretende se
alcançar. Quais as diretrizes, como fazer para alcançar as
metas. Um bom plano ajuda a colocar em prática a política
cultural que você definiu.
rogramas culturais
Programas culturais são as linhas de ações do plano
cultural. Quais os setores culturais que serão contemplados.
E como as ações culturais vão chegar até esses setores.
Para cada setor diferente, um programa definido. Podem
estar voltados para um apoio aos artistas, revelar novos
talentos, ou valorizar os mestres culturais. Ou então a
realização de festas e eventos. Ou fortalecer comunidades
tradicionais. Outros exemplos de programas culturais são
a valorização da cidadania, dos gêneros, ou das etnias; ou
a criação e manutenção de equipamentos como os museus,
as bibliotecas, os centros culturais. É importante que os
programas culturais estejam afinados com a política cultural,
formando um conjunto que faça sentido.
rojetos culturais
Projetos culturais são os meios concretos para que os pro-
gramas aconteçam. É o detalhamento passo a passo do que
será feito, na prática, dentro de cada programa, transfor-
mando as idéias em realidade. Um projeto procura prever
todos os itens do que irá acontecer, como, por exemplo, os
prazos, os locais, a quantidade de envolvidos e principal-
mente as despesas financeiras.
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Uma boa maneira de começar a fazer cultura, ou de organizar melhor as ações que estão
em curso, é planejar os quatro “P”.
Se você for uma autoridade pública, procure também “oficializar”os seus “P”para a cultura.
Encaminhe para aprovação na câmara de vereadores ou nas comissões adequadas na
legislação municipal. Envolva a população, através de audiências públicas ou divulgando
de forma transparente como os seus “P” estarão “p”ossibilitando e “p”romovendo a
cultura em sua região.
Vamos colocar 12 pontos importantes para que uma política cultural seja eficaz,
abrangente e produza resultados interessantes para a população.
1.É preciso ter um setor próprio responsável pela cultura em seu município.
O que foi,
Não é possível!! Rosalina?
Todo ano é a
mesma coisa!!
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É assim: a nossa Cadindé do Sul Eu já te falei,
tem muitos problemas, os recur- Olha aqui esse
orçamento... R0salina. Temos que
sos financeiros são apertados, e ter um setor próprio,
a Prefeitura tem que investir no com verba própria,
que considera mais urgente.. para não ficar
brigando pelo
Mas aí o que mesmo dinheiro
acontece? A verba – que já é
vai para outros pouco!
projetos e no fim
das contas não
sobra nada pra
Cultura.
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2. É necessário que a cultura tenha o CPF
É por isto que dizemos que esse sistema irá criar um CPF (conselho, plano, fundo) para
a cultura no município. Assim como o CPF da Receita Federal serve para identificar as
pessoas, esse CPF cria uma identidade para a ação cultural no seu município.
O seu município tem um conselho de cultura formado? Caso não tenha, está mais do
que na hora de criar o seu conselho, convidando pessoas de representatividade e boa
atuação no meio cultural e social, além de autoridades municipais, e levar a proposta
para aprovação na câmara.
Você que é um agitador cultural na sua cidade, mesmo que não seja uma autoridade
pública, tem um papel importante nesse processo, procurando os gestores da cultura e
incentivando-os a criarem um conselho. E, existindo um conselho, acompanhar os seus
trabalhos, buscando colaborar com seu plano cultural.
Sim, porque não basta o conselho existir. Ele tem que ser atuante. Seu conselho munici-
pal de cultura tem se reunido, tem formulado políticas culturais, tem fiscalizado e avali-
ado os projetos culturais? E mais: tem havido uma participação efetiva da sociedade
civil no conselho? São questões importantes.
O fundo de cultura é interessante por centralizar a verba a ser aplicada nas ações cul-
turais, permitindo uma melhor administração; e por garantir que essa verba se destine
exclusivamente à área da cultura, pondo em prática o plano e os programas culturais.
Deve ser movimentado com empenho e transparência, para ser acompanhado por toda
a sociedade do município.
O Sistema Municipal de Cultura deve interagir com o Sistema Nacional de Cultura, criado
pelo Artigo 216 da Constituição Federal e com o Sistema Estadual de Cultura, instituído
no Rio de Janeiro pela Lei 7035/2015. Recentemente, os sistemas estaduais e munici-
pais de cultura ganharam impulso com a Lei Emergencial de Cultura Aldir Blanc (Lei
Federal 14.017/2020) e a Lei Paulo Gustavo (Projeto de Lei Complementar 73/ 2021).
Procure conhecer essas leis, encontradas em sites da internet.
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Com essas estruturas criadas, vejamos algumas áreas em que podem atuar.
Quando se fala em patrimônio cultural, muitos pensam nos locais que compõem a
memória da municipalidade, de forma concreta, como prédios históricos, monumentos,
sítios arqueológicos etc. Esse é o Patrimônio Material, que abrange também os objetos
criados por ação humana, como obras de arte, utensílios, documentos, livros, fotogra-
fias, etc.
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Vai ser um absurdo a gente Querem derrubar a casa da família Martins
perder a casa onde nasceu o pra construir um prédio de apartamentos
poeta Jorge Martins, grande no lugar. Precisamos tombar o imóvel para
nome da literatura brasileira, podermos sempre homenagear nosso poeta.
a personalidade mais ilustre de
Canindé!
E, claro, temos
que declarar
patrimonio
cultural a
nossa praça
central, onde
as pessoas se
encontram!
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Por isso, proponho
todo o acervo do
Museu de Canindé
do Sul como nosso
patrimônio.
Quando se fala
Proponho também o acervo fotográfico do Chico em preservação,
Bonfim, que durante décadas registrou a vida na não é só cuidar do
cidade. E todos os documentos guardados sobre a patrimônio, manter em
fundação da Vila do Rio Seco, que depois virou boas condições, mas
Canindé. também desenvolver
ações que criem na
população o
sentimento de
preservação.
Existe também o Patrimônio Imaterial, que muitos não levam em consideração, mas tem
igual importância que o Material. São os elementos abstratos que fazem parte de uma
cultura, com as práticas da vida social de uma região. Inclui as festas e celebrações
populares e tradicionais, a sabedoria popular e as formas da população se expressar.
Músicas, danças, lendas folclóricas, culinária, costumes e festividades são exemplos de
Patrimônio Imaterial.
Um Programa Municipal de
Patrimônio Imaterial pode apoiar
manifestações musicais e sociais
como o jongo, as serestas,
rodas de samba, violeiros,
bandas e orquestras.
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Eventos como a festa do
Atividades religiosas e ÊÊÊÊÊ! padroeiro da cidade, a feira
folclóricas como a festa
do Divino, procissão de dos pequenos agricultores,
Corpus Christi, tradições como a distribuição
folia de reis ... de doces no dia de são cosme
e damião, e até comidas
típicas da região, como o
chuvisco de abóbora que vem
É NÓIS! gente de toda parte
comprar aqui.
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4. Estímulo ao Livro e à Leitura
Nesse setor, deve-se criar o Programa Municipal de Livro, Leitura e Bibliotecas. Seu ob-
jetivo principal é o de garantir que haja bibliotecas ou salas de leituras nos distritos do
município, mas também deve:
Gosto muito de
ficar aqui lendo na nossa
Biblioteca Municipal. Temos
livros os mais variados, e também
periódicos. Agora, uma biblioteca para
nós é um local de leitura, mas também
um lugar onde as pessoas que gostam de
ler – e aqueles que querem aprender a
gostar de ler – podem se encontrar
para viverem juntos o
universo da
literatura.
Além das
salas de leitura
normais, temos o espaço
da literatura infantil, onde
os pais podem trazer as
crianças para aprender o
gosto da leitura. Podem até
deixar as crianças
aqui sozinhas, temos
as monitoras que
Por isso, temos tomam conta.
uma programação com
mesas, palestras e
debates.
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É preciso
acabar com
Promovemos um encontro onde a ideia de
as pessoas podem vir vestidas de biblioteca ser
algum personagem literário. um lugar
morto,
cheio de
mofo.
Os livros são
coisas vivas, Lembrando que
cheios de aventuras e nas bibliotecas
conhecimento. não só os
espaços como a
programação devem
levar em conta
as pessoas com
deficiências.
Eu queria
enfatizar o seguinte:
além das pessoas
irem até a biblioteca,
a biblioteca tem
quer ir até as
pessoas!
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E vamos passar a criar também
salas de leituras em locais
diferenciados, como nos clubes, nos
shoppings, nas grandes fábricas,
quem sabe pontos de empréstimo nas
ruas, em praças e terminais de
ônibus
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5. Espaços e centros culturais
Os espaços culturais,
dentro da administração da Os centros
cultura, talvez sejam o item culturais são espaços
mais dificil de gerenciar, e o que apresentam
de maior custo, mas são os num mesmo local
lugares onde as atividades vários tipos de arte:
culturais mais aparecem. Teatros mostram
peças; cinemas, filmes;
museus, exposições.
um centro cultural
pode ter tudo isso e
muito mais.
A organização dos
Um centro cultural, espaços culturais
além de uma dentro de uma rede
programação com obras municipal – incluindo
de arte, deve buscar os que não são
também um enfoque administrados pela
educativo, sediando prefeitura – facilita
cursos, palestras e a elaboração de uma
oficinas. política cultural que
vai resultar na sua
programação.
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6. Pontos de cultura
Pontos de cultura são instituições autônomas, mas que estabelecem parcerias com o
poder público para realizar ações culturais locais. É preciso estruturar uma rede dos
pontos de cultura existentes no município, incentivar que novos pontos sejam criados,
e fornecer apoio financeiro e estrutural para eles, além de apoiar outras formas de orga-
nizações afins, como grupos, coletivos de arte, companhias teatrais etc.
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Urrú! O Ponto de Cultura do
Morro do Macaco-Prego foi Nossa, Dona Rosalina! o Ponto
aprovado! teve um impacto grande na vida
Alguns das pessoas da comunidade.
meses
depois...
Sim, essas parcerias
são uma maneira
muito eficiente de
promover a cultura,
ampliando o alcance
da Secretaria,
e contando com
as pessoas que
realmente conhecem
as necessidades de
cada lugar.
Bem, nós temos que fazer uma não dá para incluir vocês no repasse do
seleção, porque a verba é contada. edital, mas ter um aval oficial da
Mas olha, vocês podem se cadastrar Prefeitura pode ajudar a conseguir um
na Secretaria, se autodeclarando patrocínio. E isso nos ajuda, pois
como Ponto de Cultura. queremos fazer um levantamento
Qualquer pessoa que de todos os grupos que estão
faz um trabalho fazendo cultura
cultural pode no município.
fazer isso.
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7. Espaços públicos
Os espaços públicos, por seu acesso democrático. são locais interessantes para manifes-
tações culturais: ruas, praças, largos, parques, orlas de praias ou de rios. É necessário
estimular e apoiar o uso artístico e cultural desses espaços (respeitando as regras am-
bientais locais ou gerais).
Os gestores
culturais devem
procurar desenvolver
eventos públicos –
e apoiar os eventos
organizados em
locais públicos pelos Aqui em Canindé nós
ativistas culturais da temos o Festival de
região. Verão, uma semana
de shows num palco
montado à beira do Rio
Correntezas.
Eu gosto
muito é da Feira
do Livro, na Rua
da Matriz.
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8. Artesanato e gastronomia
Se por um lado a palavra “cultura” é usada comumente para designar a produção artís-
tica, também designa os costumes, o conhecimento e a prática de grupos sociais. Cul-
tura é tudo que caracteriza o ser humano como membro de uma sociedade.
Assim, até a produção culinária de um grupo social é parte importante de sua cultura.
As formas de se fazer comida, com os sabores resultantes desse conhecimento, são tam-
bém manifestações culturais.
A produção artesanal é uma manifestação cultural. É preciso então estimular a cu-
linária local, o artesanato da região, apoiar as pessoas que detêm esse conhecimento e
estimular que seja passado adiante para novas gerações.
Os gestores e agentes culturais devem promover maneiras de tornar visíveis e com-
erciáveis os produtos desses conhecimentos, com feiras ecológicas, feiras orgânicas,
encontros de gastronomia e feiras de artesanato. Assim como criar casas do artesão e
outras ações de Economia Solidária que divulguem as vocações dos habitantes do mu-
nicípio.
Vamos a Canindé neste
Mmmmm... me fim de semana? A gente compra
deu vontade um estoque de chuvisco e
de comer complementa com o famoso
chuvisco de bolinho de ora pro nobis.
abóbora...
ÊÊÊÊ!
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A gastronomia
cultural utiliza o
gosto pela comida
como maneira
de preservar
as tradições
e promover a
inclusão social,
oportunidades de
valorização e de
trabalho.
Eu adoro
consumir
cultura. Olha, tudo que falaram aqui sobre Gastronomia,
Ainda é a mesma coisa com o Artesanato. Tem lugar
mais que é conhecido pelo seu artesanato. é uma
quando é coisa que dá oportunidade pras pessoas
chuvisco! sobreviverem, mas também
pra expressar o jeito
que elas têm de criar
coisas.
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Mas, acima de tudo, temos que
Sim, é como eu falei na
valorizar as pessoas: os artesãos.
outra página: a cultura não é só as
Reforçar sua importancia, criar
peças produzidas, mas a técnica, o jeito de
oportunidades de trabalho, maneiras
fazer, as ferramentas usadas, Tudo isso
de comercializar suas peças – e de
tem que ser
passarem adiante o que sabem, com
valorizado.
oficinas, cursos
etc.
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9. Cultura e Educação
A educação e a cultura são setores tão interligados que pensadores, como Pierre Bor-
dieu, consideram que uma não existe sem a outra. Quando se coloca que as funções das
escolas são o aprendizado curricular, mas também a formação das pessoas como seres
humanos, percebemos a importância da cultura dentro do ensino. As escolas são não só
um lugar para receber informações, como também de trocas culturais. Um dos pontos
mais importantes de um órgão de cultura, portanto, é o estímulo a ações culturais nas
escolas da rede municipal
Para a
educadora
Vera Candau:
A participação cultural no sistema educativo deve dar uma atenção especial à cultura
local. As escolas costumam abordar a cultura como algo teórico, ou através do folclore
e em datas comemorativas, mas a cultura faz parte da vida cotidiana dos alunos. A in-
clusão de sua realidade aumentará o interesse deles pelo ensino, além da valorização de
sua autoestima.
A educadora
Carmen Anhoen Os professores têm o desafio de:
coloca alguns • buscar recursos didáticos para introduzir conteúdos e
objetivos para conceitos vindos de culturas variadas;
esta união
entre cultura • Facilitar o aproveitamento dos alunos pertencentes a
e educação diferentes grupos sociais;
• Estimular a autoestima de grupos sociais minoritários
ou excluídos;
• Educar para o respeito ao plural, ao diferente, para o
exercício da democracia;
• Enfatizar discursos e ações que problematizem
manifestações racistas, discriminatórias, opressoras e
autoritárias, que existem no cotidiano.
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Estamos vendo então que o órgão de cultura
deve promover uma visão cultural na
educação não só em relação aos alunos mas
também junto aos professores, ajudando a
qualificá-los pra esses desafios.
A rede municipal de escolas de sua região já é uma rede de cultura montada e deve ser
aproveitada ao máximo. As crianças e adolescentes em idade escolar estão se desenvol-
vendo para serem participantes e promotores da cultura em sua região.
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10. Cultura e Turismo
O Turismo Cultural vem se tornando uma parte cada vez mais importante do setor
turístico: aumenta a renda do município e gera empregos para os envolvidos.
A festa da
padroeira da
cidade atrai
muitos turistas.
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As ações nessa área podem seguir quatro linhas:
É interessante criar
circuitos culturais, que
as pessoas possam
percorrer em um dia, num
fim de semana, ou mesmo em
mais dias...Nos aproximamos
do/da guia, que
está falando.
... e terminar o
dia assistindo ao
jongo no Quilombo
Pacatatucotia.
A união faz a força. É importante estimular ações em conjunto com outros órgãos da
administração pública e também da sociedade civil, através de iniciativas em comum
que promovam a cidadania cultural. Nesse sentido, ações transversais devem ser uma
preocupação constante nos programas e projetos, associando Cultura e Promoção da
Igualdade Racial, Cultura e Gênero, Cultura LGBTQIA+, Cultura e Educação, Cultura e
Saúde, Cultura e Direitos Humanos, Cultura e Meio Ambiente, e o Combate à Intolerân-
cia Religiosa, entre outros, conforme a realidade de cada município. Essas parcerias
ampliam e reforçam as atividades do órgão de cultura, aumentam as oportunidades
de trabalho para agentes e gestores culturais e trazem mais recursos para o setor cul-
tural.
O setor
responsável pela cultura
Colocamos aqui no município deve estar sempre
que cultura é tudo em contato com os outros setores
que faz parte da da prefeitura, procurando pontos
vida das pessoas. em comum onde possa participar de
Assim, todas as suas atividades - informando como
ações da prefeitura, os demais setores podem
todos os órgãos participar dos projetos
municipais, tudo culturais, inclusive com
acaba tendo aporte de
relação com a recursos.
cultura.
Se a cultura é um
bem da humanidade,
deve ter entre seus
objetivos humanizar
cada vez mais os
seres humanos.
A transversalidade
vale não só para um intercâmbio com
departamentos municipais, em projetos
Nunca se
estaduais e federais, mas também iniciativas
esqueçam: a
da sociedade civil. faça um levantamento
diversidade é a
de quais são eles e de
nossa riqueza!
como a cultura pode participar.
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12. Recursos Financeiros
Nenhuma das ações listadas aqui acontecerá sem os recursos financeiros para a sua
execução. É essencial fortalecer a área cultural dentro do Orçamento Municipal. Para
isso é preciso atuar junto ao Poder Executivo (prefeitura), que elabora a proposta orça-
mentária e depois a executa. E junto ao Poder Legislativo (câmara de vereadores), que
aprecia, vota e fiscaliza a sua execução.
O órgão de cultura do município deve ter uma participação efetiva em todas essas fases.
Sem orçamento, não existe política pública, é importante salientar.
• Elaborar projetos;
• Captar recursos;
• Conhecer as leis de incentivo à cultura;
• Estar atentos a questões legais, tais como o Direito Cultural;
• Conhecer as estratégias e ferramentas relacionadas ao Marketing Cultural;
• Conhecer os fundamentos do planejamento, orçamento e prestação de contas de um
projeto cultural;
• Fazer com que ações culturais sejam potencializadas como fatores de desenvolvimento
da região e de movimentação da economia local.
Os gestores devem também estar sempre atentos aos meios de arrecadar fundos, tanto
entre as empresas e patrocinadores locais quanto entre as possibilidades de verbas es-
taduais e federais, através de editais, das leis de incentivo à cultura, dos fundos de cul-
tura, do Vale-Cultura, do PNC (Plano Nacional de Cultura e do SNC (Sistema Nacional
de Cultura).
Um estudo promovido em 2018 pela Fundação Getúlio Vargas acompanhou 174 projetos
culturais realizados no Estado do Rio de Janeiro e concluiu que para cada R$1 investido
em Cultura houve um retorno de R$13 para a economia estadual.
Parte desse valor retornou para os próprios cofres públicos, pois através de sua
arrecadação direta e da movimentação resultante da geração de renda e da criação
e sustentação de empregos, a Cultura contribuiu para um aumento considerável na
arrecadação de impostos. Tomando como exemplo um evento específico, a Feira Literaria
de Paraty (Flip): em 2018 os órgãos públicos envolvidos receberam em impostos 56% a
mais do que investiram de verba.
E tem também
São as pessoas os efeitos de longo prazo,
trabalhando diretamente mais difíceis de medir, como a
nas ações culturais, valorização imobiliária de locais degra-
são os fornecedores dados e recuperados por ações cul-
de material para turais, a valorização de municípios
essas ações, os que se tornam conhecidos pela
estabelecimentos que identificação com elementos culturais,
se beneficiam com o a valorização das próprias
consumo em torno de pessoas se situando de forma
eventos, muita gente... melhor no meio social...
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Chegou o momento de refletir. O que está
sendo feito em cada um desses 12 pontos?
Os direitos culturais dos cidadãos
estão sendo resguardados?
Como as ações culturais do
município podem ser
aprimoradas?
E quem vai
escrever o final
desta publicação
é você. Coloque
no espaço abaixo
algumas idéias de
ações culturais
que podem ser
promovidas agora
em seu município.
VIVA A
CULTURA
BRASILEIRA!!
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