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EMATER/RS

Ricardo Altair Schwartz - Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural-


Ascar - Presidente da EMATER/Superintendente Geral Ascar
Dirlei Matos de Souza – Diretor Técnico da EMATER?RS, Superintendente
Técnico da Ascar
Luiz Angelo Poleto - Diretor Administrativo Financeiro da EMATER/RS,
Superintendente Administrativo Financeiro ASCAR/RS

EMBRAPA CLIMA TEMPERADO


João Carlos Costa Gomes – Chefe Geral
José Dias Vianna Filho – Chefe Adjunto de Comunicação e Negócios
Apes Roberto Falcão Pereira – Chefe Adjunto de Comunicação e Negócios
Waldir Stümpf Júnior – Chefe Adjunto de Pesquisas e Desenvolvimento

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES


Reitor: Prof. Ms. Ney José Lazzari
Vice-Reitora: Profª. Dra. Ivete Susana Kist
Forrageiras e Pastagens para Pró-Reitor Administrativo: Prof. Esp. Oto Roberto Moerschbäecher
Pró-Reitor de Ensino: Prof. Ms. Carlos Candido da Silva Cyrne
gado de leite no RS Pró-Reitora de Pesquisa e Extensão: Profª. Dra. Simone Stülp
Pró-Reitora de Desenvolvimento Institucional: Profª. Dra. Ivete Susana Kist
Diretor do Centro I: Prof. Ms. Ari Künzel
Diretor do Centro II: Prof. Ms. Ney Arruda Filho
Diretor do Centro III: Prof. Ms. Raul Stoll

GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL


Governador: Germano Antônio Rigotto
Secretário Estadual da Agricultura: Quintilhano Machado Viera
Coordenadoria Estadual de Planejamento Agrícola: *Edgar da Silva
Coordenador do Núcleo Gestor de Tecnologia Para Gado Leiteiro: Darcy
Bitencourt
F728 Forrageiras e pastagens para gado de leite no RS / realização,
REALIZAÇÃO Centro Universitário Univates ... et al. - Lajeado, RS: Univates,
Núcleo Gestor da Tecnolologia da SAA 2006.
Centro Universitário UNIVATES
56 p.; il.
EMBRAPA Clima Temperado
EMATER/RS
1. Forrageiras - Brasil. 2. Leite bovino - Produção - Brasil. 3.
COMISSÃO ORGANIZADORA Gado leiteiro – Criação – Brasil. 4. Agropecuária – Brasil I. Centro
Universitário Univates. II. Núcleo Gestor da Tecnologia da SAA. III.
Darcy Bitencourt – EMBRAPA Clima Temperado – SAA/RS – EMATER/RS. IV. EMBRAPA Clima Temperado.
Coordenador
Breno Kirchof – EMATER/RS - Coordenador CDU : 633.2:637.12'62(81)
Andréa Mittelmann – EMBRAPA Clima Temperado/EMBRAPA Catalogação na fonte. Biblioteca Central UNIVATES.
Gado de Leite
Edegar da Silva – SAA/RS
Jorge Fainé Gomes - EMBRAPA Clima Temperado
Luiz Agostinho Radaelli - UNIVATES UNIVATES Editora
Marcos Turatti – UNIVATES Coordenação da UNIVATES Editora: Ivete Maria Hammes
Oreno Ardêmio Heineck - UNIVATES Editoração e Capa: Paulo Alexandre Fritsch
Rua Avelino Tallini, 171 - Cx. Postal 155 - CEP 95900-000 - Lajeado - RS
Fone/Fax: (51) 3714-7000 - Web www.univates.br - E-mail
COMISSÃO DE REDAÇÃO editora@univates.br
Darcy Bitencourt - EMBRAPA Clima Temperado – SAA/RS -
coordenador
Luiz Agostinho Radaelli – UNIVATES - coordenador
Renato Serena Fontaneli - EMBRAPA Trigo
Airton José Prediger - Cooperativa Languiru
Verner T. Priebe - EMATER/RS
Nildo José Formigheri- EMATER/RS
Paulo Roman - Cosuel Ltda.
Jorge Fainé Gomes - EMBRAPA Clima Temperado
Roberto Serena Fontaneli - UPF
Breno Kirchof - EMATER/RS
Rosendo Fransozi -EMATER/RS
Marcos Turatti - UNIVATES
Agradecimento:
Ao Sr. Oreno Ardêmio Heineck, pelo empenho,
dedicação e trabalho em prol do
desenvolvimento do setor leiteiro no Estado do
RS.
10 Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS

3. Necessidades de pesquisas e difusão de tecnologias . . . . . . .


4. Estratégias para a região . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
SUMÁRIO
REGIÃO 3: NOROESTE
1. Situação atual do uso de forrageiras nos sistemas de produção
APRESENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
de leite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.1. Pastagens perenes e capineiras . . . . . . . . . . . . . . . .
CARACTERÍSTICAS DA CADEIA PRODUTIVA DO LEITE NO RS
1.2. Outras pastagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
O PRODELACT - Programa Estadual para o Desenvolvimento do
1.3. Pastagem anual de verão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Setor Lácteo do Rio Grande do Sul . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.4. Pastagens anuais inverno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
O Núcleo Gestor de Tecnologia do Setor Leiteiro do Rio Grande
do Sul . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2. Restrições tecnológicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.1. Fertilizações e ciclagem de nutrientes . . . . . . . . . . .
REGIÃO 1: SUL / SUDOESTE 2.2. Adubações orgânicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1. Situação atual do uso de forrageiras nos sistemas de produção 2.3. Compactação de solo pelo pastejo . . . . . . . . . . . . . .
de leite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.4. Qualidade de sementes e mudas . . . . . . . . . . . . . . .
2. Restrições tecnológicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.5. Zoneamento agroclimático . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3. Necessidades de pesquisa e de difusão de tecnologia . . . . . . 2.5.Falta de qualidade no comércio regional de forragens
4. Estratégias para a região . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . enfardadas (feno ou palha) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.6. Validação de inovações tecnológicas . . . . . . . . . . . .
REGIÃO 2: CENTRO ORIENTAL, OCIDENTAL E NORTE 2.7. Assistência técnica e treinamentos . . . . . . . . . . . .
1. Situação atual do uso de forrageiras nos sistema de produção 3. Necessidades de pesquisa e de difusão de tecnologias . . . . . .
de leite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4. Estratégias para a região . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.1. Grama Tifton . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.2. Outras pastagens de verão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . PROBLEMAS COMUNS DAS REGIÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.3. Pastagens anuais de verão . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.4. Outras pastagens anuais de verão . . . . . . . . . . . . . PARTICIPANTES DOS ENCONTROS TÉCNICOS REGIONAIS . .
1.5. Pastagens anuais de inverno . . . . . . . . . . . . . . . . . . PREPARATÓRIOS SOBRE FORRAGEIRAS PARA GADO
1.6. Forragens conservadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . LEITEIRO NO RS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2. Restrições tecnológicas
2.1. Adubação química e orgânica . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.2. Manejo das pastagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.3. Validação tecnológica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
12 Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS

tecnológica em forrageiras e pastagens para produção de leite no


Estado do Rio Grande do Sul.
Metodologicamente, a Reunião é a síntese de três Reuniões
APRESENTAÇÃO Macrorregionais estrategicamente localizadas: Sul-Sudoeste,
Central-Nordeste e Noroeste. Estas foram realizadas em Pelotas,
Lajeado e Passo Fundo, sob a coordenação das instituições
A alimentação dos animais constitui-se num importante parceiras, EMBRAPA Clima Temperado, UNIVATES e EMATER,
componente dos sistemas de produção de leite, tanto por sua respectivamente.
influência sobre os índices zootécnicos de eficiência como por
constituir-se no principal item dos custos de produção.
Considerando-se a condição dos bovinos de herbívoros
ruminantes, as forrageiras constituem-se no mais importante
alimento para a produção de leite, sendo a base segura, sadia e
indispensável para uma adequada e econômica nutrição dos
animais.
A heterogeneidade dos sistemas de produção de leite no
estado decorre das diferentes condições edafo-climáticas,
socioeconômicas e culturais de suas microrregiões que, por sua
vez, resultam na possibilidade de utilização de uma ampla
diversidade de espécies forrageiras e tipos de pastagens.
Conseqüentemente, o desafio de geração, adaptação, validação e
difusão de tecnologia em forrageiras e pastagens assume
proporções gigantescas.
Nesse quadro, o Núcleo Gestor de Tecnologia do Setor
Leiteiro do Rio Grande do Sul promove a Reunião Técnica Estadual
sobre Forrageiras para Gado Leiteiro, com o objetivo de identificar
as principais tecnologias existentes e as demandas tecnológicas
atuais nessa área de conhecimento. Elaborado com a participação
de técnicos de diferentes atividades profissionais (professores,
pesquisadores, extensionistas, assistentes técnicos, produtores),
representando instituições públicas e privadas, o produto final da
Reunião é a publicação de um documento referencial sobre o tema.
Este servirá de base para a formalização de políticas que irão
definir as ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação
14 Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS

acompanhando a tendência do país, o estado prepara-se para sua


inserção efetiva no mercado internacional de lácteos.
Nos 454 municípios gaúchos onde é desenvolvida, a
INTRODUÇÃO atividade leiteira envolve mais de 700 mil pessoas, o equivalente
a 7% da população do estado, sendo 350 mil de forma direta. A
A partir de 2001, superadas as dificuldades referentes às produção dos últimos 10 anos superou os 21 bilhões de litros,
importações desleais de produtos lácteos e apostando na gerando uma receita ao redor de 6,5 bilhões de reais, o que
exportação como real alternativa de negócios, inicia-se uma nova contribuiu significativamente para a melhoria de renda e
fase para o agronegócio do leite no Brasil (Alvares et al., 2002). De manutenção das famílias no campo (Bitencourt, 2005).
forma sustentada, a produção de leite vem crescendo em 4% ao O cenário de rápida expansão da indústria láctea no estado
ano, e, desde 2004, as exportações passaram a superar as traz um grande desafio para o setor de produção, com a chegada
importações. A sustentabilidade deste crescimento apóia-se no das empresas Nestlé e Embaré, a reativação da CCGL e as
Programa Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite, instituído ampliações em plantas industriais já existentes, como, por
pelo ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, exemplo a da COSULATI na região sul do estado, que está
operacionalizado pela já em vigor Instrução Normativa 51, que elevando sua capacidade de processamento para 800 mil litros/dia,
estabelece o regulamento técnico de identidade e qualidade do investindo na estrutura de secagem. Para atender a demanda das
Leite Cru Refrigerado nas propriedades rurais. Apóia-se também fábricas, será necessário dobrar a produção de leite, passando dos
na possibilidade real de ampliação do mercado interno, atuais 5 milhões para 10 milhões de litros/dia.
considerando-se o consumo per capita de 138 litros/ano, abaixo do Observa-se uma evolução na organização da cadeia
recomendado pela Organização Mundial de Saúde - OMS, e produtiva do leite no Rio Grande do Sul. A partir da reação dos
também o fato de que, ao contrário de outros alimentos, o produtores por meio de suas instâncias representativas, foi
consumo de lácteos aumenta com o aumento de renda, bem como instalada a Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI do Preço do
por meio de campanhas educacionais de saúde. Leite, que indiciou cinco empresas do setor por infração da ordem
O sistema agroindustrial do leite é um dos mais importantes econômica e exercício de forma abusiva da posição dominante de
do agronegócio brasileiro, por sua alta capacidade de geração de mercado. Apresentou, também, sugestões para formulação de
emprego e renda. Considerando-se o valor bruto da produção, ocupa políticas públicas de desenvolvimento do setor.
o 5º lugar, ficando atrás apenas da carne bovina, soja, Contribuiu também nesse sentido a reativação da Câmara
cana-de-açúcar e aves, e supera em geração de empregos Setorial do Leite, sob a coordenação da Secretaria de Agricultura
importantes setores da economia, como o automobilístico, o da e Abastecimento (SAA) do estado, propiciando um fórum adequado
construção civil, o siderúrgico e o têxtil (Martins e Guilhoto, 2001). de debate dos principais atores da cadeia produtiva. Os debates
Com uma produção anual de 2,3 bilhões de litros de leite, conduziram à criação do Conseleite, conselho paritário formado
o Estado do Rio Grande do Sul é o 3º maior produtor do país, por produtores de leite e indústrias de laticínios, com o objetivo de
respondendo por 10,07% da produção nacional e 11,42% da determinar e divulgar preços de referência do leite matéria-prima,
produção sob inspeção federal em 2004 (Bitencourt, 2005). com base nos preços de comercialização do leite e derivados
Tradicional exportador de leite para outros estados, e praticados pelas indústrias.
16 Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS

uma típica região colonial, com grande número de pequenas


propriedades rurais, e vocação para produção de grãos (soja,
milho, trigo), incluindo também médios e grandes produtores.
Destacam-se os municípios de Santo Cristo, maior produtor
CARACTERÍSTICAS DA CADEIA PRODUTIVA gaúcho, e Ibirubá. Nas demais mesorregiões os principais
DO LEITE NO RS municípios produtores são: Estrela e Teutônia (Central), São
Lourenço do Sul (Sul) e Carlos Barbosa (Nordeste).
Da produção total de leite do estado, cerca de 33% estão Considerando-se a destinação do leite para as indústrias, também
fora da cadeia agroindustrial (Bitencourt, 2005). Este leite há uma desproporcionalidade, ficando quase a metade de toda
destina-se ao consumo nos estabelecimentos produtores, e/ou são produção com apenas duas empresas: Avipal (34,02%) e Parmalat
comercializados em comunidades rurais e nas zonas periféricas das (12,74%). A situação atual não favorece maior eqüidade e
cidades, tanto in natura como na forma de derivados produzidos estabilidade da cadeia produtiva, na qual o somatório dos
artesanalmente. Entretanto, há uma evolução no sentido do empreendimentos cooperativos, em que a estrutura industrial
estabelecimento de políticas que viabilizem o processamento pertence aos produtores, apropria-se de apenas 25% da produção.
adequado desse leite (pasteurização; resfriamento; embalagens), Outra característica da cadeia produtiva do leite no Rio
como o fortalecimento dos serviços municipais de inspeção, e o Grande do Sul é a grande diversidade de sistemas de produção,
apoio a pequenos empreendimentos agroindustriais cooperativos, entre os extremos do extrativismo de subsistência e do alto nível
de modo que possa ser comercializado e consumido com segurança de especialização, entendendo-se esta como grau de tecnificação
pelas populações locais. e de eficiência, e não como tendência à monocultura. De um lado
O Rio Grande do Sul caracteriza-se por ter um grande sistemas extensivos de produção a pasto, em que o leite não é a
número de pequenos produtores de leite, dos quais 70% produzem atividade principal, apresentam baixos índices de produtividade e
até 50 litros/dia e contribuem com apenas 30% da produção total. de adoção de tecnologias, como 1.755 l/ha/ano, 56% de uso de
Embora tenha havido uma diminuição, quantificada por Bitencourt inseminação artificial e 28% com ordenha mecanizada (Krug et al.,
(2004) em 20% de 1996 a 2003, o número de 63.192 produtores 2002). De outro, unidades de produção intensiva, altamente
é bastante alto, considerando apenas os vinculados ao sistema tecnificadas, com produtividades superiores a 20.000 l/ha/ano
agroindustrial com inspeção federal, em 2005. Este número pode (Yamaguchi et al., 2002). Como conseqüência da pouca
ser maior se considerarmos que muitos pequenos produtores estão especialização pode-se destacar o problema atual referente à
entregando o leite de forma conjunta, para beneficiarem-se da qualidade do leite: em trabalho inicial de implantação da IN 51,
bonificação de preço por volume entregue. Acredita-se que o verificou-se que o leite de 60% dos produtores não se enquadra no
número total de produtores tende a manter-se alto, em função da padrão de contagem bacteriana de até 1 milhão/ml, indicando
estrutura fundiária e características das unidades de produção problemas relativos à higiene de ordenha.
familiares. Nos assentamentos de reforma agrária, onde a atividade
A produção de leite distribui-se de maneira desuniforme no leiteira compõe a renda de mais de 65% da famílias, estão se
estado. Concentra-se mais na Mesorregião Noroeste, que responde consolidando sistemas de produção a pasto com Pastoreio Rotativo
por 64% do leite produzido sob inspeção federal, e constitui-se de Voisin - PRV, e que buscam uma produção agroecológica e de
Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS 17 18 Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS

baixo custo, conforme diretrizes do Projeto Leite Sul, desenvolvido Tendo como objetivo geral promover e coordenar ações
pelos movimentos sociais do campo (MST, MPA, MAB) e seus para o desenvolvimento harmônico e sustentável da cadeia
parceiros. produtiva láctea, fundamenta-se nas oportunidades de mercado e
De certa forma, o quadro atual de crescimento e de tem como foco de atuação os agentes interativos: produtor
organização da cadeia produtiva do leite no Rio Grande do Sul (melhoria de renda), indústria (inserção em novos mercados) e
confirma sua vocação para uma produção eficiente e competitiva. consumidor (estímulo ao consumo de leite e derivados). Busca
As condições climáticas são favoráveis aos animais de raças aumentar a eficiência dos sistemas de produção e da qualidade do
especializadas e permitem o crescimento de pastagens durante leite e seus derivados, visando a aumentar a competitividade do
todo o ano (Gomes et al., 2000), com campo natural e/ou setor lácteo para a conquista de novos mercados, internos e
pastagens cultivadas com espécies tropicais e subtropicais na externos, bem como a qualidade da saúde e a satisfação dos
estação quente, e pastagens cultivadas com espécies temperadas consumidores.
na estação fria, que apresentam alta qualidade nutricional. Entre as principais ações políticas destinadas a garantir a
Características socioeconômicas e culturais, como a agricultura implementação e operacionalização do programa destacam-se:
familiar e a consciência da força da união para a organização da encaminhamento do Projeto de Lei que cria o Fundo Estadual do
logística de produção, agregação de valor e comercialização, Leite - Fundoleite, destinado a garantir recursos para implantação
completam o quadro de vantagens comparativas do estado para a e continuidade das ações programadas para o setor (tramitando);
produção de leite de qualidade e com baixo custo. encaminhamento do Projeto de Lei que instituiu o Dia Estadual do
Leite, a ser comemorado anualmente na terceira quarta-feira do
mês de setembro, ação educativa destinada a fortalecer a imagem
O PRODELACT - Programa Estadual para o deste alimento; criação do Núcleo Gestor de Tecnologia para o
Setor Leiteiro, com a missão de prestar assessoria à Câmara
Desenvolvimento do Setor Lácteo do
Setorial do Leite em temas técnicos e de formalizar políticas
Rio Grande do Sul públicas.
Destacam-se, também, as ações educativas nas escolas, em
O quadro atual sugere a formulação de políticas públicas parceria com a Secretaria Estadual de Educação e SENAR, as
e ações em parceria para enfrentar os desafios que estão postos articulações com o MAPA para habilitar as principais cooperativas
em relação ao aumento da produção de lácteos, da eficiência dos ao mercado internacional, em parceria com o SINDILAT-RS, e a
sistemas de produção, da qualidade do leite produzido e, campanha "Beba Leite Fiscalizado", em parceria com o SISPOA,
conseqüentemente, da competitividade de todo o sistema com o apoio do MAPA, CONSEMA/FAMURS, SINDILAT-RS,
agroindustrial do leite no Estado. Originado de uma parceria entre EMATER-RS, EMBRAPA Clima Temperado, Comissão do Leite da
a Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) e a Embrapa FARSUL, UNIVATES e Secretaria da Agricultura e Abastecimento
Clima Temperado, foi instituído o Programa Estadual para o - SAA/RS.
Desenvolvimento do Setor Lácteo do Rio Grande do Sul -
PRODELACT, como instrumento operacional da Política Estadual
de Incentivo à Pecuária de Leite.
Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS 19

O Núcleo Gestor de Tecnologia do Setor Leiteiro


do Rio Grande do Sul

Resultado da pesquisa científica, a tecnologia agropecuária


moderna é responsável pelas grandes mudanças que têm ocorrido
no processo produtivo rural (Bitencourt, 2005). Reconhecendo sua
importância e compreendendo a importância econômica e social do
segmento lácteo, o governo do Estado instituiu, por meio do As microrregiões produtoras de leite no Estado
decreto 43.217, de 12 de julho de 2004, o Núcleo Gestor de
Tecnologia para o Setor Leiteiro do Rio Grande do Sul, tendo por do Rio Grande do Sul foram agrupadas de acordo com
missão prestar assessoria à Câmara Setorial do Leite em temas a classificação macrorregional do IBGE:
técnicos e na formalização de políticas públicas. Destina-se,
também, a identificar e difundir técnicas para produção de leite e REGIÃO 1: SUL / SUDOESTE
de processados lácteos e a estabelecer normas para o
aperfeiçoamento da qualidade destes. REGIÃO 2: CENTRO ORIENTAL, OCIDENTAL E
Coordenado pela Secretaria da Agricultura e NORTE
Abastecimento, é composto por instituições públicas e privadas de
pesquisa agropecuária, de ensino e de extensão rural. Constitui-se REGIÃO 3: NOROESTE
no único fórum permanente de discussão de tecnologia para a
cadeia produtiva de lácteos do estado, visando a articular a
geração, adaptação e difusão de inovações tecnológicas que
atendam às demandas e necessidades da cadeia produtiva e
promovam o desenvolvimento sustentado da atividade leiteira.
Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS 21 22 Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS

vesiculoso Embrapa - 28 Santa Tecla, ficando evidente que houve


pouco desenvolvimento da linha de pesquisa em melhoramento
REGIÃO 1: SUL / SUDOESTE genético e lançamento de novas cultivares, que só atualmente está
sendo retomada. Essas e outras linhas de P & D em forrageiras e
pastagens, como sistemas de alimentação e sistemas silvipastoris,
1. Situação atual do uso de forrageiras nos sistemas de continuam sendo desenvolvidas na Embrapa Pecuária Sul.
produção de leite Em Pelotas, as pesquisas com pastagens tiveram início em
A região caracteriza-se por ter uma expressiva produção de 1966, com a criação do Setor de Nutrição e Agrostologia do então
trabalhos de pesquisa e desenvolvimento em forrageiras e Instituto de Pesquisa e Experimentação Agropecuária do Sul -
pastagens, traduzida por um grande número de publicações IPEAS (Reis, 2005). A primeira linha de pesquisa visava à
técnico-científicas em revistas e eventos nacionais e internacionais, implantação de pastagens cultivadas em restevas de arroz irrigado.
livros, boletins técnicos, relatórios, teses e dissertações. Isso A partir dos trabalhos de introdução, caracterização e avaliação
deve-se à atividade contínua de instituições pioneiras em pesquisa preliminar de um grande número de materiais forrageiros, foram
agropecuária, como a Fazenda Experimental de Criação (FEC) Cinco identificadas as espécies e cultivares recomendadas para terras
Cruzes, em Bagé, e o Instituto Agronômico do Sul (IAS), em Pelotas, baixas (Reis, 2005). Nesse trabalho de revisão, o autor apresenta a
origens da EMBRAPA Pecuária Sul e EMBRAPA Clima temperado, recomendação de forrageiras para a metade sul do estado.
respectivamente. Deve-se, também, às atividades de pesquisa da Pesquisas sobre o controle da invasora capim-anonni 2 enfocaram
Universidade Federal de Pelotas e às da Fundação Estadual de a sua dispersão no estado, avaliações do banco de sementes do solo
Pesquisa Agropecuária, Unidade de São Gabriel. e controle cultural, com rotações de culturas e pastagens. A partir
A FEC Cinco Cruzes iniciou pesquisas com forrageiras em dessas informações e visando a uma maior aplicabilidade dos
1954, quando foi integrada ao Instituto de Zootecnia (Gonçalves, resultados aos sistemas de produção de leite, passou-se a fazer
1999), com estudos sobre campo natural. Nessa linha de pesquisa avaliações mais detalhadas de forrageiras que apresentavam
foram desenvolvidos trabalhos sobre a flora nativa, adubação, maiores rendimentos associados a maiores teores dos principais
sistema de pastoreio, introduções de espécies hibernais, intensidade indicadores de valor nutritivo, na microrregião Litoral Sul (Gomes
de pastejo, práticas de manejo e metodologia de avaliação, descritos e Martins, 2005). Esses autores relatam também resultados de
resumidamente por Gonçalves (1999). Também relacionados ao experimentos sobre resposta de gramíneas à adubação nitrogenada,
campo natural, foram executados trabalhos sobre controle químico de Unidades de Observação de pastagens manejadas sob pastoreio
e alelopatia da invasora capim-anonni 2 (EMBRAPA, 2000; Coelho, rotativo em estabelecimentos leiteiros na região. Experimentos de
1987). A pesquisa em pastagens cultivadas inicia-se a partir da recria de novilhas da raça Jersey em pastagens cultivadas de
introdução e avaliação de espécies forrageiras exóticas, no sentido inverno e de verão mostraram ser desnecessária a suplementação
de definir as espécies e cultivares forrageiras a serem recomendadas com alimentos concentrados.
para a região. Segundo Reis (2005), em 1962 a Cinco Cruzes já fazia Considerando a importância do azevém para a produção de
a recomendação e difusão da consorciação azevém + trevo branco leite na Região Sul do Brasil, a EMBRAPA Clima Temperado em
+ cornichão para o estabelecimento de pastagens cultivadas na parceria com a EMBRAPA Gado de Leite e a EMBRAPA Pecuária
região. Este autor lista as forrageiras recomendadas para a Região Sul, iniciou em 2002 um projeto de melhoramento genético,
da Campanha e cita o lançamento de cultivares como o trevo branco visando ao desenvolvimento de novas cultivares adequadas às
BR-1 Bagé em 1980. Mais tarde (1993) foi lançado o trevo
Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS 23 24 Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS

necessidades dos sistemas de produção de leite (Mittelmann, 2005). melhorar o campo natural por meio de correção e/ou adubação,
O programa baseia-se na constatação da grande variabilidade entre introdução de espécies cultivadas e manejo racional de pastoreio
populações locais naturalizadas (Dias et al., 2001), a partir de ainda é muito pouco utilizada.
coletas iniciadas em 1999, e de algumas introduções. A partir dos São mais utilizadas as pastagens cultivadas com espécies
resultados das avaliações e da necessidade de incorporar ao sistema temperadas, basicamente de azevém, trevo branco e cornichão, que
produtivo uma leguminosa perene de verão com maior persistência apresentam crescimento em estação fria. A sobrevivência dessas no
e adaptação ao pastejo, a EMBRAPA Clima Temperado inicia, verão é muito baixa, devido às estiagens e altas temperaturas. A
também, um programa de melhoramento genético de amendoim persistência delas fica dependente das suas capacidades de
forrageiro (Arachis pintoi), com um projeto de seleção de genótipos ressemeadura natural, para a qual é necessário um manejo
tolerantes ao frio (Castro, 2005). Outras atividades de adequado. A conseqüência é a baixa longevidade das pastagens
melhoramento de forrageiras na EMBRAPA Clima Temperado temperadas.
incluem o capim-lanudo (Holcus lanatus), e o apoio aos projetos de Há interesse na formação e utilização de pastagens perenes de
melhoramento de capim-elefante e alfafa, da EMBRAPA Gado de verão, com espécies tropicais e subtropicais, visando a um menor
Leite, e de milheto, da EMBRAPA Milho e Sorgo. custo de produção. Entretanto, essas espécies apresentam
A contribuição dos Programas de Pós-Graduação da problemas de adaptação à região. Seus ciclos são encurtados pelas
Universidade Federal de Pelotas é bastante significativa, com baixas temperaturas do outono e primavera, e suas produções
destaque para os trabalhos em tecnologia de sementes, conservação limitadas pela ocorrência sistemática de deficiência hídrica
de forragens, e manejo de forrageiras, com destaque para (estiagem de verão). Além disso, a concorrência com as espécies
capim-elefante e amendoim forrageiro. O mesmo pode-se dizer em nativas resulta em menor persistência das espécies cultivadas e,
relação ao Centro de Pesquisa de Forrageiras da FEPAGRO conseqüentemente, menor longevidade dessas pastagens. Não estão
(Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária), cuja produção disponíveis informações suficientes sobre o manejo de adubação, de
técnico-científica acumulada desde os anos sessenta inclui inúmeras consorciações (inclusive sobre semeaduras de inverno) e de animais
práticas de manejo, e o desenvolvimento de novas cultivares (pastejo) nessas pastagens.
forrageiras temperadas. Nessa linha de pesquisa, destaca-se o Há pouca adoção da produção e utilização de forragens conservadas,
cornichão São Gabriel, até hoje o mais utilizado no Rio Grande do que se resume na silagem de milho e de sorgo. Devido às condições
Sul e no Uruguai. de clima e solo, e dependência de mecanização, esses cultivos
Considerando-se que toda a região está compreendida na área do apresentam baixas produtividades e altos custos de produção.
Bioma Pampa, pode-se afirmar que os campos naturais
constituem-se na base forrageira dos sistemas de produção de leite. 2. Restrições tecnológicas
Devido a seus baixos índices de crescimento e de qualidade no Inicialmente, considera-se oportuno enfocar a questão das
outono / inverno, são implantadas pequenas áreas de pastagens limitações ao desenvolvimento de forrageiras e pastagens para
cultivadas de estação fria, geralmente em restevas de lavouras de produção de leite, em relação a algumas características da região.
grãos, predominando as espécies azevém e aveia preta. Também em Paralelamente, destacam-se algumas potencialidades da região, que
pequenas áreas agricultadas são cultivadas pastagens anuais de podem contribuir para a solução dos problemas enfocados e para o
verão, predominantemente de milheto, como forma de aumentar a desenvolvimento da atividade leiteira.
disponibilidade e qualidade de forragem nesse período. A prática de
Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS 25 26 Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS

Predominam na região os solos de média a baixa fertilidade, conservação de forragens, sementes e mudas, transferência de
caracterizada por acidez e níveis limitantes de nutrientes, tecnologia e outras.
principalmente de fósforo, e baixo teor de matéria orgânica. São • Poucas opções de espécies e cultivares forrageiras
grandes extensões de solos arenosos, compreendendo, inclusive, adequadas aos sistemas de produção de leite na região
áreas degradadas por erosão eólica (arenização), grandes extensões Isto inclui o ciclo muito curto do azevém comum e também
de terras baixas com dificuldade de drenagem, e apenas pequenas do LE 284, de origem uruguaia. Não estão disponíveis cultivares
áreas (manchas) de solos férteis. Observa-se, também, degradação melhoradas e/ou selecionadas na região, que atendam as
relacionada ao manejo das áreas com lavouras e pastagens necessidades de vigor de estabelecimento, duração de ciclo,
cultivadas, associadas ao sistema convencional de cultivos (a adoção qualidade de forragem, resistência a pragas e doenças e tolerância
do sistema de plantio direto ainda é baixa), e ao superpastejo, como a estresses abióticos (seca, frio, má drenagem). Espécies e cultivares
compactação e erosão hídrica. Como aspectos favoráveis, salienta-se temperadas estrangeiras entram ilegalmente no estado, sendo
o predomínio de áreas de relevo plano a suavemente ondulado, e a desconhecidos seus comportamentos produtivos na região.
grande disponibilidade de calcário na região. Realizada adequadamente, a incorporação de novas espécies e
Com relação ao clima, os principais entraves ao crescimento cultivares forrageiras temperadas aos sistemas de produção é
de pastagens são as estiagens de verão, que afetam o crescimento altamente desejável. Entre estas podem ser citadas: cevadilha,
das espécies de verão e a persistência das espécies de inverno, e o datilo, trevo alexandrino, lotononis, chicória, novas espécies de
frio com ventos, baixa luminosidade e excesso hídrico, que limitam lotus, e híbridos interespecíficos (festulolium, azevém híbrido), por
o crescimento das pastagens de inverno (principalmente nas áreas exemplo. Existem poucas informações também sobre o desempenho
baixas) e encurtam o ciclo das pastagens de verão. Por outro lado, de forrageiras tropicais e subtropicais nas diferentes microrregiões
há uma grande disponibilidade de água na região, e facilidades homogêneas. De modo geral essa dificuldade aplica-se a todos os
como o aproveitamento da estrutura de irrigação nas áreas de arroz, tipos de forrageiras e pastagens. As informações sobre as curvas de
o que contribui para a viabilidade da implantação de pastagens crescimento e de qualidade de forragem, manejo sob corte e pastejo,
irrigadas. consorciações, resistência a pragas e doenças etc. não estão
Em relação ao ecossistema predominante, os Campos disponíveis e/ou não foram obtidas com metodologia adequada ao
Naturais, constituídos por uma grande diversidade de espécies, manejo dos sistemas de produção, nas diferentes microrregiões
compreendem quase toda a região. Portanto, os tipos de pastagem (avaliação em rede).
que podem ser utilizados são: campo natural, campo natural • Baixa produtividade e qualidade das pastagens cultivadas
melhorado, cultivada de estação fria e cultivada de estação quente e de campo natural, principalmente no início do outono
(anuais e perenes). A competição das espécies nativas interfere Destacou-se o pouco uso de leguminosas, a presença de
fortemente na persistência das espécies exóticas e, invasoras de difícil controle (grama seda e capim-anonni 2), e a falta
conseqüentemente, na longevidade das pastagens cultivadas. de informações sobre melhoramento de campo natural.
Considerando-se as limitações em relação aos diferentes Acrescenta-se a este quadro a baixa longevidade das pastagens
tipos de pastagem, e de cultivos para produção de forragens cultivadas, especialmente as de inverno. Todas essas limitações
conservadas, optou-se por agrupá-las segundo os principais temas estão relacionadas aos aspectos de fertilidade e conservação dos
a que se referem: espécies / cultivares, manejo de pastagens, solos, do clima, de espécies / cultivares (já descritos) e ao manejo
Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS 27 28 Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS

inadequado do pastejo, via de regra com carga animal excessiva • Baixa adoção de tecnologias geradas ou adaptadas na
(superpastejo). região.
• Pouca disponibilidade e qualidade de sementes e mudas Em relação à transferência de tecnologia foi destacada a
forrageiras na região pouca integração entre pesquisadores, extensionistas e produtores.
Por trás deste entrave está a falta de conscientização e de As informações da pesquisa não estão chegando aos produtores,
capacitação de técnicos e produtores em tecnologia de sementes e pelos quais precisam ser validadas para serem adotadas.
mudas e, conseqüentemente, a desorganização deste setor. As • Outras limitações
sementes disponíveis apresentam baixa qualidade genética e Há falta de informações também sobre suplementação
fisiológica (germinação, pureza, vigor), sendo freqüentemente estratégica na produção de leite a pasto com alimentos
colhidas em áreas de pastagens com invasoras e mal processadas na concentrados de baixo custo, produzidos na propriedade (silagens
secagem, limpeza e armazenamento. Sementes provenientes de de grãos úmidos, mandioca, batata-doce) ou subprodutos
outros estados, como, por exemplo, milheto, têm problemas de agroindustriais abundantes na região (farelo de arroz integral,
adaptação às condições locais de clima. No caso do azevém resíduos de limpeza de cereais).
proveniente da região norte do estado, onde é muito utilizado como
cobertura para plantio direto, este tende a apresentar ciclo de 3. Necessidades de pesquisa e de difusão de tecnologia
crescimento cada vez mais curto na região sul. Seguindo a metodologia da reunião, foram compatibilizadas
• Baixo rendimento e alto custo na produção e utilização de separadamente as principais demandas de pesquisa e
forragens conservadas desenvolvimento, e de inovação, aqui entendida como a
Os altos custos de produção estão relacionados aos baixos transferência e incorporação de resultados de ciência e tecnologia
rendimentos dos cultivos, principalmente de milho para silagem. As ao setor produtivo/social. A seguir, são descritas as principais
limitações de solo e clima associam-se a este quadro que, demandas de pesquisa e seus desdobramentos.
entretanto, também passa pela falta de informações sobre o • Desenvolvimento de espécies / cultivares forrageiras
desempenho de espécies e cultivares para utilização sob corte e adequadas aos sistemas de produção de leite da região
conservação nas microrregiões, e sob diferentes condições de Esta demanda implica na manutenção e ampliação dos
manejo (sistema de cultivo, irrigação, procedimentos de ensilagem programas de melhoramento genético de forrageiras, com ênfase
e fenação). nas espécies nativas e exóticas temperadas. O objetivo é a
Há falta de informações sobre a produção e utilização de incorporação de novas espécies e cultivares que atendam as
silagem pré-secada de forrageiras. Os fenos de aveia e azevém necessidades dos sistemas de produção de leite da região. Isso inclui
apresentam baixa qualidade nutricional, provavelmente por serem forrageiras para pastagens e para utilização sob corte e
elaborados no fim de seus ciclos de crescimento, quando as conservação, que devem constituir linhas de pesquisa distintas. As
condições climáticas permitem a fenação. É comum o enfardamento características desenvolvidas nas forrageiras devem visar ao
da palha após a colheita de sementes, para ser utilizada como feno. aumento do período de utilização e à persistência das pastagens
De modo geral, a conservação de forragens é bastante dependente temperadas, mais adaptação às diferentes condições de clima e solo
do uso de máquinas e equipamentos de porte maior, tornando-se das microrregiões, maior valor nutritivo e palatabilidade das
onerosa para os pequenos produtores. forragens, resistência a pragas e doenças e tolerância a estresses
abióticos. Os programas de melhoramento devem também garantir
Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS 29 30 Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS

a produção de semente genética suficiente para o lançamento das • Aumentar a produtividade, qualidade e longevidade das
novas cultivares, bem como sua manutenção em bancos de pastagens.
germoplasma. Esta demanda traduz-se no desenvolvimento de tecnologias
A introdução legal de forrageiras temperadas estrangeiras de manejo de pastagens num sentido bem amplo. Isso inclui
também pode contribuir para o atendimento dessa demanda. Nesse pastagens de campo natural e pastagens cultivadas, com
caso, compete às instituições de pesquisa apenas a realização dos procedimentos de adubação, conservação do solo, consorciações,
ensaios de valor de cultivo e uso (VCU), a partir de contratos de sucessões, irrigação, drenagem e sistemas de pastejo.
prestação de serviços e/ou de parceria com as empresas Experimentos de adubação devem priorizar as respostas em
interessadas na produção e comercialização de sementes dessas produto animal e a persistência das espécies cultivadas. Há uma
cultivares no Brasil. Os ensaios de VCU são obrigatórios para o demanda implícita de aprofundamento do conhecimento dos fluxos
registro das cultivares no Registro Nacional de Cultivares (RNC), a dos nutrientes e de suas implicações ambientais.
que fica condicionada a permissão para produção e comercialização Deve ser priorizado o sistema plantio direto para o
de sementes destas. melhoramento de campo natural e para o estabelecimento de
• Conhecer o comportamento produtivo de forrageiras e pastagens cultivadas, bem como para as sobressemeaduras
pastagens nas diferentes microrregiões estacionais nas consorciações e/ou sucessões. Para essas, as
O manejo alimentar nos sistemas de produção de leite associações, seqüências e rotações mais convenientes precisam ser
pressupõe o conhecimento das necessidades nutricionais dos estabelecidas, considerando-se as múltiplas combinações possíveis
animais, bem como da disponibilidade e qualidade dos alimentos com as muitas opções de forrageiras (gramíneas e leguminosas,
utilizados. Na produção de leite com base em pastagens, é anuais e perenes, tropicais e temperadas).
necessário determinar o rendimento, a qualidade e a distribuição da A ocorrência sistemática de estiagens de verão associada à
produção de forragem destas. O mesmo aplica-se aos cultivos grande disponibilidade de água na região justifica estudos de
forrageiros para utilização sob corte e produção de forragens viabilidade técnica e econômica do uso de irrigação em pastagens.
conservadas. Portanto, é preciso determinar e comparar as curvas Na grande extensão de terras baixas, a irrigação de pastagens a
de crescimento e de indicadores de valor nutritivo de diferentes partir da estrutura existente das lavouras de arroz precisa ser
espécies/cultivares forrageiras (tropicais, temperadas, anuais, avaliada. Em pastagens temperadas, quanto a seus efeitos sobre a
perenes), em cultivos isolados e em consorciações, nas diferentes sobrevivência das espécies cultivadas, especialmente as
microrregiões. Na prática, seria estabelecer uma rede de leguminosas, e a conseqüente repercussão no aumento do período
experimentos e/ou unidades de observação com metodologia única, de uso, da produtividade, e, principalmente, da qualidade e
que conduza a resultados mais adequados e aplicáveis, longevidade destas. Nessa linha, avaliar também o sistema de
considerando-se as condições de manejo próprias do sistema de camalhões de base para a drenagem superficial, em função do
produção de leite da região. Paralelamente, a implantação de excesso hídrico na estação fria. Ainda no âmbito da integração arroz
unidades de observação de diferentes tipos de pastagens em x pecuária, avaliar a irrigação de pastagens de sorgo e/ou
estabelecimentos produtores referenciais proporciona a obtenção de capim-sudão com o sistema de inundações intermitentes (banhos)
dados em situação real de produção, instrumentalizando o manejo ou de sulco/camalhão.
alimentar dos mesmos, por meio dos ajustes de carga animal e/ou Nas demais áreas, com prioridade para as regiões mais
de dietas. quentes, a necessidade de intensificação da produção de leite em
Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS 31 32 Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS

pastagens justifica a avaliação de pastagens perenes de verão - determinar o potencial de produção de leite de diferentes
irrigadas por aspersão, com ênfase no sistema fixo de baixa pressão. tipos de pastagens na região;
A geração/adaptação de tecnologias de pastejo deve - estabelecer as relações entre oferta e consumo de
priorizar o sistema de pastoreio rotativo e visar à maximização da forragem nos diferentes tipos de pastagens da região;
eficiência de utilização das pastagens. As técnicas de pastejo devem - estabelecer as relações entre consumo de concentrado e
contemplar a perenização de espécies cultivadas também por oferta e consumo de forragem nos diferentes tipos de pastagens da
ressemeadura natural, por meio de procedimentos que favoreçam região;
a sua sementação e a sua emergência. - estabelecer estratégias de suplementação com alimentos
A determinação da distribuição da produção quantitativa e concentrados de baixo custo;
qualitativa de forragem das pastagens é condição para adequação - relacionar a eficiência técnica com a eficiência econômica
da carga animal. A implantação de unidades de observação de da produção de leite nos diferentes tipos de pastagens da região.
diferentes tipos de pastagens em estabelecimentos produtores • Desenvolver tecnologias de produção de sementes e
referenciais proporciona a obtenção de dados em situação real de mudas na região
produção, instrumentalizando o manejo alimentar destes, por meio Não foram apontadas necessidades específicas de pesquisa
dos ajustes de carga animal e/ou de dietas. em tecnologia de sementes e mudas forrageiras na região.
• Aumentar a produtividade, qualidade e economicidade dos Entretanto, entende-se que esta é uma demanda permanente,
cultivos forrageiros para utilização sob corte e conservação considerando-se a incorporação constante de novas espécies /
As forragens conservadas constituem base forrageira dos cultivares forrageiras ao setor produtivo.
sitemas de produção de leite em confinamento. Nos sistemas a A seguir, são descritas as principais demandas de
pasto e/ou mistos, são importantes para suplementar quantitativa transferência e difusão de tecnologia e as ações propostas na
e qualitativamente as dietas, nos períodos de escassez ou de reunião:
impossibilidade de utilização das pastagens. O quadro de alto custo • desenvolver a produção de sementes e mudas forrageiras
de produção dos cultivos forrageiros tradicionais, associado à baixa na região:
produtividade e qualidade e à alta proporção de perdas, sugere o
- conscientizar e capacitar técnicos e produtores em
desenvolvimento das seguintes linhas de pesquisa:
produção e tecnologia de sementes e mudas forrageiras,
- adubação de cultivos para produção de forragens
- estimular a participação de organizações de produtores
conservadas, com ênfase na resposta à aplicação de nitrogênio;
(cooperativas, associações, comunidades) nos processos de
- avaliação da viabilidade técnica e econômica da irrigação produção, beneficiamento, armazenamento e comercialização de
em cultivos forrageiros; sementes e mudas forrageiras;
- técnicas de ensilagem para diferentes espécies forrageiras. • capacitar técnicos e produtores em manejo de forrageiras
• Aumentar a eficiência dos sistemas de produção de leite e pastagens;
a pasto na região • difundir novas espécies / cultivares forrageiras, com
O atendimento desta demanda indica a execução de ações ênfase em leguminosas;
de pesquisa que conduzam à elaboração de programas de ajuste de • difundir técnicas de manejo de pastagens em unidades de
dietas adequados para os sistemas de produção de leite com base validação / demonstração em parceria com produtores;
em pastagens, como:
Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS 33 34 Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS

• difundir técnicas de melhoria de fertilidade e conservação - fortalecimento e ampliação dos programas de


dos solos, tecnologias de adubação e adoção do sistema plantio melhoramento genético, visando ao desenvolvimento de novas
direto; cultivares forrageiras para os sistema de produção de leite;
• ampliar e intensificar as ações de comunicação e - avaliação sistemática de forrageiras e pastagens nas
transferência de tecnologia: diferentes microrregiões, com metodologia voltada para uma maior
• implantar / ampliar/ manter bancos de dados referentes aplicabilidade dos resultados nos sistemas de produção;
a forrageiras e pastagens, - maior abrangência e efetividade dos programas de
• estimular a realização de eventos de difusão de transferência e difusão de tecnologias.
tecnologia; Finalmente, sugere-se que políticas públicas definam
• difundir tecnologias de produção e utilização de forragens instâncias programáticas permanentes, que apóiem a formação e
conservadas de qualidade: manutenção de consórcios institucionais de pesquisa,
• promover o uso de silagem pré-secada e de silagem de desenvolvimento e inovação tecnológica em forrageiras e pastagens
grão úmido de milho e sorgo, para os sistemas de produção de leite do estado.
• estimular a formação de grupos de máquinas entre os
pequenos produtores.

4. Estratégias para a região


Implantar e manter uma base de dados que reúna todos os
trabalhos publicados, no sentido de proporcionar melhor
conhecimento e aproveitamento da ampla produção
técnico-científica em forrageiras e pastagens da região. Entretanto,
deve-se considerar que, apesar do grande número de ações de P &
D executadas, não são muitas as possibilidades de constituírem-se
em tecnologias recomendadas, devido às diferenças de metodologia
e ausência de validação. Deve-se considerar também que a
aplicabilidade dos resultados de avaliações de forrageiras e
pastagens restringe-se às áreas de pequena abrangência, em função
de variações de solo e clima dentro das microrregiões.
Estabelecer uma Rede de P, D & I em forrageiras e
pastagens de caráter interinstitucional, unindo de forma
complementar competências e estruturas operacionais, para o
planejamento e execução partilhada de projetos. De forma
permanente, a Rede viabilizará:
Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS 35 36 Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS

verde, necessitando de um maior posicionamento para melhor


aproveitar o potencial produtivo deste.
REGIÃO 2 – ORIENTAL, OCIDENTAL E NORTE b) Sorgo forrageiro
Bastante difundido nos últimos anos, com boa aceitação no
1. Situação atual do uso de forrageiras nos sistema de mercado pelos produtores, alta produção de massa verde,
produção de leite excelente qualidade de forragem, excelente palatabilidade, boa
relação custo/benefício, rápido rebrote e alta tolerância à seca.
1.1. Grama Tifton
1.4. Outras pastagens anuais de verão
A região dos vales do Taquari, Rio Pardo e Serra concentra
grande número de produtores de leite, principalmente de Capim sudão e braquiária.
pequenos produtores. Esses pequenos produtores têm a produção
de leite como uma das principais fontes de renda, em função da 1.5. Pastagens anuais de inverno
área reduzida e também pelo relevo acidentado, muitas vezes sem a) Aveia e azevém
a possibilidade de utilização de máquinas agrícolas pesadas. Nessa A aveia preta e o azevém são as pastagens mais difundidas
região a produção de leite está baseada, principalmente, em e utilizadas pelos produtores na região. Possuem ressemeadura
pastagens anuais e algumas áreas com pastagens perenes. natural (azevém), alta produção de massa verde, excelente
A grama tifton é uma pastagem perene de verão muito qualidade, facilidade de manejo, boa tolerância ao pisoteio e
bem adaptada à região. Possui uma capacidade muito grande de pastoreio.
produção de massa verde, se for bem adubada com a utilização de b) Trevos
adubos químicos e/ou orgânicos. Os trevos estão sendo introduzidos, em consorciação com
O período de utilização da tifton inicia-se em o azevém ou com a grama tifton. Possuem boa adaptação,
setembro/outubro estendendo-se até maio/junho, podendo até ser excelente qualidade, sendo utilizados em alguns casos como banco
superior a esse período, dependendo da intensidade do inverno. de proteínas para os animais. Podemos mencionar os trevos
vesiculoso, branco e vermelho.
1.2. Outras pastagens de verão
Amendoim forrageiro, colonião, capim elefante, cana de 1.6. Forragens conservadas
açúcar. Na produção de leite há a necessidade de se fazer alguma
reserva de alimentos na forma de silagem ou feno. Esses alimentos
1.3. Pastagens anuais de verão são uma segurança aos produtores quando há a escassez de
a) Milheto alimentos, seca ou outros problemas que poderão ocorrer durante
Muito utilizado pelos produtores de leite da região. Tem o ciclo de produção dos alimentos, bem como uma suplementação
uma boa aceitação pelos produtores em função da facilidade de ao pasto. Como alimentos conservados temos as silagens de milho,
manejo, alta disponibilidade de sementes, boa produção de massa sorgo, aveia e azevém. A silagem de milho é a mais utilizada entre
os produtores de leite da região.
Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS 37 38 Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS

Assistência Técnica e Treinamentos


2. Restrições tecnológicas Maior necessidade de o produtor aceitar e procurar pela
Ainda temos um bom número de produtores que não fazem assistência técnica e pelos treinamentos oferecidos pelos centros
uso de recursos técnicos adequados quando selecionam e cultivam de treinamentos, pelas empresas e cooperativas.
forrageiras para uso na alimentação dos animais.
3. Necessidades de pesquisas e difusão de tecnologias
2.1. Adubação química e orgânica Algumas necessidades de pesquisa para atender as
As recomendações de adubação para as pastagens, demandas do setor lácteo:
principalmente as pastagens perenes, estão defasadas. Os - pesquisar a adubação de base/cobertura X produção de
produtores não estão utilizando adequadamente as massa seca de diferentes espécies de forrageiras;
recomendações, fazendo com que haja uma perda do potencial de - pesquisar por região/microclima as épocas de
produção das forrageiras implantadas. semeadura/plantio para suprir os períodos críticos das culturas;
Outra restrição que existe é com relação à adubação - pesquisar espécies de ciclo vegetativo mais longo, maior
orgânica. Não há uma recomendação específica e a grande produção de massa seca, rápido rebrote, visando a atender os
preocupação é com relação ao excesso de adubo orgânico que está períodos de entressafra, quando a demanda por forragem é maior,
sendo aplicado nas pequenas áreas de terra que estão disponíveis sejam elas no inverno ou períodos de seca;
para a produção de leite. - pesquisar diferentes tipos de pastagens perenes, como
tifton, braquiária, stylosanthes;
2.2. Manejo das pastagens - pesquisar a consorciação de gramíneas e leguminosas,
O manejo das pastagens é fundamental para uma boa melhoria das variedades de trevos e azevém, bem como novas
produção de massa verde, para um melhor aproveitamento do cultivares, sejam elas nacionais ou importadas;
potencial produtivo. O manejo incorreto das áreas de pastagens - plantio de forragens a lanço x linha;
(pouco número de piquetes), pouca adubação, faz com que haja - pesquisar pastagens de inverno adequadas à semeadura
uma baixa produção de forragem, maior compactação do solo e no cedo e à melhoria dos processos de produção, corte e
uma menor produção de leite por ha. estocagem (fenação) do excedente;
- mensurar a qualidade nutricional das silagens de inverno
2.3. Validação tecnológica e verão, por meio de análises bromatológicas, bem como volume
Falta de posicionamento das espécies forrageiras para as de produção dessas espécies;
regiões, fazendo com que espécies de outros estados sejam - avaliar o uso de inoculantes, fazendo com que chegue ao
introduzidas sem as respectivas adaptações ou posicionamento dos produtor em boas condições de uso, em tempo hábil e a preço
órgãos de pesquisa local. acessível.
Propõe-se criar áreas experimentais em diversas regiões do
estado, difundindo e realizando as recomendações técnicas 4. Estratégias para a região
específicas para cada região. –Organizar Reuniões Técnicas;
Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS 39 40 Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS

–Estabelecer cronograma de implantação das pesquisas:


quem vai fazer, como fazer, recursos, etc.;
–Repasse/divulgação dos resultados experimentais com REGIÃO 3: NOROESTE
maior ênfase aos interessados;
–Promover dias de campo em diversas áreas experimentais 1. Situação atual do uso de forrageiras nos sistemas de
produção de leite

1.1. Pastagens perenes e capineiras

1.1.1. Tiftons (Gramas do gênero Cynodon – Bermudas,


estrela e seus híbridos)
A região Planalto e Missões do Rio Grande do Sul concentra
58% da produção de leite, envolvendo pequenas propriedades
rurais, na maioria formada por famílias, tendo o leite como
primeira ou segunda principal atividade econômica. O maior
volume de produção de leite é oriundo de pastagens cultivadas,
destacando-se as pastagens perenes no período de
primavera-verão, principalmente os tifton 68, tifton 85 e florakirk,
genótipos de gramíneas do gênero Cynodon, e no inverno as
pastagens anuais, como aveia preta e azevém. Entre os cultivares
podemos destacar o tifton 85 como o mais cultivado, embora entre
os produtores há dificuldade na identificação.
O tifton é a forrageira perene de verão mais utilizada e
difundida entre os produtores de leite na região, em função da sua
capacidade de produção de pasto, rusticidade, facilidade de
pastoreio e adaptação a diferentes situações de solo e clima. Os
solos arenosos, francos argilosos e argilosos não apresentam
restrição ao desenvolvimento, com exceção aos úmidos e alagados.
A correção da fertilidade é realizada em grande parte das áreas
cultivadas, com calcários e fertilizantes químicos e orgânicos,
antes da implantação da pastagem. As adubações de manutenção
são feitas principalmente com fertilizantes orgânicos de aves e
suínos. Poucas propriedades utilizam-se da análise do solo para
recomendação de fertilizantes químicos. Nas propriedades que a
Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS 41 42 Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS

utilizam, as dosagens são variáveis entre os diferentes outubro, devido à maior incidência de chuvas, favorecendo o
fertilizantes, para minerais 150 a 600 kg/ha, dejetos de suínos 10 desenvolvimento. Durante a implantação é realizada dessecação
a 15 m3/ha e cama de aves 4 a 6 m3/ha. Não há um da área com herbicida e o sulcamento 8 a 10 dias após, seguindo
acompanhamento na dosagem utilizada de fertilizantes minerais do plantio. Em áreas bem conduzidas tecnicamente, com qualidade
e orgânicos pelos produtores, podendo ser usadas combinações de de mudas, fertilização do solo e ocorrência de boas precipitações
mineral e orgânico, só orgânico ou mineral. pluviométricas, é possível utilizar-se a pastagem a partir do mês
O período de utilização da pastagem na região é entre de fevereiro. A utilização da pastagem no ano da sua implantação
setembro a abril e o intervalo entre pastoreios ocorre em torno de também poderá ser feita se forem diminuídos os espaçamentos
18 a 30 dias, em condições climáticas normais. Os cortes são entre linhas para 50 cm, havendo a necessidade de maior
realizados quando a pastagem encontra-se com 25 cm e a retirada quantidade de mudas. O período de utilização da pastagem é entre
dos animais com altura de 12 cm. A roçada das sobras é utilizada setembro a abril, permitindo 5 a 7 cortes, quando as chuvas forem
com a finalidade de uniformização da pastagem, embora com normais. Em algumas regiões mais quentes, principalmente na
manejo da resteva alto e utilizando intervalos de cortes menores costa do Rio Uruguai, o início do pastejo ocorre no mês de agosto,
(18 a 20 dias), os animais consomem mais folhas, diminuindo a possibilitando prolongar-se até abril.
necessidade da rosada. Os produtores de leite também têm utilizado a pastagem
Recentemente nas pequenas propriedades rurais vem se para produção de feno, principalmente em anos com verão
adotando a utilização da área cultivada com tifton, pastagens chuvoso e inverno tardio, quando há oferta abundante de pasto,
anuais de inverno, como aveia e azevém, consorciadas com permitindo utilizar-se desta prática.
leguminosa, principalmente ervilhaca e trevos branco, vermelho
e vesiculoso, além de cornichão e as ervilhacas. A implantação 1.2. Outras pastagens
ocorre no final do verão, nos últimos pastoreios do tifton, quando
é semeado a lanço as forragens de inverno sobre a pastagem, 1.2.1. Hemarthria
antes da entrada dos animais, para que auxiliem no enterramento Pouco cultivada na região, embora apresente bom
das sementes. Recomenda-se aumentar a quantidade de sementes desenvolvimento vegetativo e suporte boa carga animal, 4 a 5
em torno de 15 a 20% da dosagem em cultivo solteiro, para unidades por hectare, com maior atenção no manejo em função do
compensar as perdas. Em algumas propriedades também sistema de estolões de crescimento rápido. Pode tornar-se fibrosa.
pratica-se a rosada no final do ciclo da pastagens do tifton, seguido No manejo de inverno com gramíneas anuais, com frio pouco
do plantio com plantadeira com disco de corte. Os melhores rigoroso, pode apresentar dificuldade na implantação e
resultados são obtidos quando o inverno é normal, com ocorrência desenvolvimento, pois continua vegetando e produzindo massa
de geadas e frio que permita paralisação do crescimento do tifton, verde.
assim não há concorrência no estabelecimento e desenvolvimento
das pastagens de inverno.
Na formação da pastagem utiliza-se espaçamento entre
linhas de 100 cm e densidade de plantio de 10 mil mudas/ha. A
época preferencial da implantação é entre os meses de agosto a
Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS 43 44 Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS

1.2.2. Missioneira gigante 1.2.7. Alfafa


Pouco difundida entre os produtores de leite da região. São poucas as propriedades que ainda cultivam esta
Mais utilizada no oeste do estado de Santa Catarina. forrageira, mesmo entre as pequenas propriedades leiteiras. Os
motivos apontados são relativos à incidência de doenças
1.2.3. Panicum (Tanzânia e mombaça) radiculares, manejo inadequado e falta de mão-de-obra. Na região
No primeiro momento houve interesse dos produtores, mas de Santa Rosa, em algumas propriedade está sendo utilizada na
com o tempo, em função da sua adaptação às condições climáticas, forma de pastoreio direto, mas com dificuldade por falta de
seu cultivo restringiu-se a algumas áreas, principalmente devido informações locais sobre manejo. Existem experiências bem
às temperaturas baixas. Possui grande potencial de produção de sucedidas na região de Ibirubá, na qual é utilizada em pastoreio
massa verde, porém é exigente em fertilidade. como banco de proteínas.

1.2.4. Braquiárias 1.3. Pastagem anual de verão:


Gênero bem aceito em microrregiões quentes do RS,
principalmente a Brachiaria brizantha (Marundú), com boas 1.3.1. Milheto
experiências com produtores de Ibirubá e Santa Rosa. É a principal pastagem anual cultivada no verão entre as
propriedades leiteiras, no período da primavera e verão, em função
1.2.5. Capim elefante dos conhecimentos dos produtores sobre disponibilidade de
Em todas as propriedades observa-se a disponibilidade de sementes e adaptação à região. A época de plantio ocorre entre os
capim elefante, porém sua utilização como pastagem é pouco meses de julho a novembro no primeiro cultivo e no mês de
expressiva e de forma incorreta quando feita. O manejo de uso é janeiro no segundo. O manejo é com cerca elétrica, porém não é
na forma de corte ou pastoreio direto. Em ambas as formas são muito definido o número de piquetes e a permanência dos animais
fornecidos aos animais pastagens com elevada concentração de em cada área é de 1 a 3 dias. É uma pastagem que apresenta bons
fibras, restringindo o consumo. A fertilização da pastagem rendimentos de pastos, mas necessita de maior difusão de
praticamente não é feita e em pouco tempo começa o conhecimentos principalmente quanto às épocas de plantio que
desaparecimento do pasto em forma de rebolheira. poderão favorecer no fornecimento de alimentos no final do verão
e início do outono.
1.2.6. Cana-de-açúcar (capineira para vazio outonal)
1.3.2. Sorgo forrageiro
É uma prática de pouco uso na região, restrigindo-se às
áreas com temperaturas mais elevadas, costa do Rio Uruguai e Nos últimos anos tem ocupado espaço nas área de
Santa Rosa. Não há preocupação dos produtores com a criação de pastagem da pecuária leiteira, principalmente entre as pequenas
uma reserva emergencial de alimentos na forma de propriedades, em função do grande volume de massa verde
cana-de-açúcar. Grande parte dos que cultivam a cana têm outros produzido, tanto para pastejo como na elaboração de silagem. Sua
propósitos na propriedade, como melado e açúcar mascavo. utilização também deve-se à maior tolerância à seca, baixo custo
de produção, pouca incidência de pragas e crescimento rápido. Na
produção de silagem apresenta resultados muito superiores ao
Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS 45 46 Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS

milho no volume de produção, permitindo ainda utilizar a resteva São culturas de pouca expressão em função de deficiência
como pastagem ou segundo corte, diminuindo os custos da de manejo e zoneamento climático, podendo-se destacar:
produção de silagem.
1.4.2. Gramíneas:
1.3.3. Braquiárias Festuca K-31 e IPZ Farroupilha, Falaris IPZ Cinqüentenário e
Gênero bem aceito em microrregiões quentes do RS, cevadilha Vacariana (regiões frias do estado). Cultivares da Epagri
principalmente a Brachiaria brizantha (Marundú), com boas Lages – necessitam ser avalizadas na região e resgatadas as
experiências com produtores de Ibirubá e Santa Rosa. lançadas na década de 1980 pela Fepagro Vacaria.
Leguminosas de inverno:
1.3.4. Outras pastagens anuais: Trevos: branco, vermelho, encarnado, vesiculoso e alexandrino;
Teosinto; capim-sudão; soja; milho verde picado (vazio cornichão cv. São Gabriel; ervilha forrageira (BRS sulina); ervilhaca
outonal). comum e peluda; serradela.

1.4.2. Forragens conservadas:


1.4. Pastagens anuais inverno:
É uma prática de conhecimento difundida entre os
produtores de leite, com importância fundamental em
1.4.1. Aveia preta e azevém determinados períodos, oferecendo segurança e garantia para a
As pastagens mais utilizadas no período de inverno é aveia produção de leite durante todo o ano, embora seja volumoso e de
e azevém, em sistema de ressemeadura natural, com algumas custo elevado, o que tem levado muitos produtores a restringir o
áreas cultivadas principalmente com aveia. O sistema é de volume de produção há determinadas épocas. Na região são
pastoreio rotativo em boa parte, porém com baixa utilização de elaboradas silagens das seguintes plantas: milho, sorgo, cereais de
fertilizantes. A maioria da aveia utilizada é preta crioula, as inverno, girassol, soja (planta inteira e grãos, pouco usada),
demais são pouco conhecidas pelos produtores. Grande parte dessa pré-secadas de cereais de inverno de azevém e outras.
pastagem desenvolve-se nas restevas das culturas de verão,
tratando-se de aproveitamento de massa verde disponível. As 2. Restrições tecnológicas
principais variedades disponíveis no mercado são: aveias (UPF 18,
UPFA 21-Moreninha, Iapar 61- Ibiporã, Agro Zebu (Agro Alpha); 2.1. Fertilizações e ciclagem de nutrientes
azevém (Titán, comum Cruz Alta, comum Santa Clara); trigo
As recomendações estão defasadas em relação às
forrageiro (duplo propósito: BRS Umbu, BRS Figueira, BRS
pastagens perenes tropicais no sentido do melhor aproveitamento
Guatambu e BRS Tarumã); centeio (BRS Serrano e BR 1); cevada do seu potencial forrageiro, principalmente quando comparadas
(BRS Marciana); triticale (BRS 213, BRS 148, EMBRAPA 53 e BRS com as recomendações do centro do país. O uso de fertilizantes em
Minotauro). pastagens na região ainda continua muito baixo, o que leva à
degradação de pastos exigentes em nutrientes. O volume de massa
verde produzida pelas pastagens em relação à quantidade
Pastagens perenes de inverno: recomendada de fertilizantes necessita de atualização, pois a
Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS 47 48 Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS

extração de nutrientes é elevada em relação à reposição por desconhecido pela pesquisa e extensão, evitando o financiamento
fertilizantes minerais e orgânicos. agrícola via crédito rural destas espécies.

2.2. Adubações orgânicas 2.5.Falta de qualidade no comércio regional de forragens


Não há recomendações quanto à dosagem de dejetos de enfardadas (feno ou palha)
suínos, bovinos e cama de aviário (composição mineral – para Em determinados períodos há comercialização de grande
balanceamento das reposições) na adubação de diferentes volumes de forragens conservadas, com o nome de feno, levando
pastagens que satisfaça às exigências nutricionais em relação à os produtores a adquirir produtos sem qualidade nutricional e até
extração de nutrientes realizadas, principalmente com espécies de mesmo desqualificando um alimento que, quando bem produzido,
elevada produção de massa verde. apresenta ótimos resultados. Entre os mais utilizados podemos
destacar: azevém, aveia preta e tifton.
2.3. Compactação de solo pelo pastejo:
Pelo manejo adotado, pouca utilização do pastoreio 2.6. Validação de inovações tecnológicas
rotacionado (baixo número de piquetes), falta de fertilização da - Caracterizaro ficologicamente espécies e cultivares
área e baixa densidade de plantas, há formação de áreas comercializados na região: de aveia preta comum e de azevém.
compactadas, que necessitam serem recuperadas pela utilização - Criar rede de experimentação de forrageiras, em
da rotação de culturas e práticas mecânicas. diferentes pontas da região e do estado, visando a avaliar todos as
tecnologias e espécies recomendadas, permitindo formular
2.4. Qualidade de sementes e mudas: recomendações técnicas para cada espécie cultivada,
A produção de sementes e mudas na região não sofre fiscalização principalmente a introdução de materiais provenientes de zonas
que controle a qualidade do material comercializado, tropicais.
principalmente com relação ao valor cultural das sementes.
2.7. Assistência técnica e treinamentos
2.5. Zoneamento agroclimático - Despertar a iniciativa do produtor para buscar
É necessário elaborar o zoneamento agroclimático para o informações (Centro de Treinamento da EMATER e cursos
estado com informações que permitam identificar os rendimentos oferecidos pelo Senar).
e capacidade de produção dos pastos nas diferentes regiões, como
também limitar a entrada de forrageiras tropicais, principalmente 3. Necessidades de pesquisa e de difusão de tecnologias
a introdução de materiais provenientes de zonas tropicais (pressão • Orientação sobre a necessidade de pesquisas para
das companhias sementeiras do centro do país), que não têm produção de forrageiras na região:
informações sobre a capacidade produtiva, adaptação e - época de semeadura (escalonamento);
recomendações para atividade leiteira. • Informações sobre distribuição de forragem durante a
Ainda, tem a finalidade de orientar técnicos, produtores e agentes estação de crescimento das forrageiras sob pastejo:
financeiros sobre as principais espécies forrageiras recomendadas - indicações do ponto de ensilagem de cereais de inverno;
para cada região, evitando a comercialização de material
Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS 49 50 Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS

• Indicações técnicas no estabelecimento de consorciações participantes roteiro de como sistematizar as experiências


em sobressemeadura em pastagens perenes; desenvolvidas pela assistência técnica como forma de auxiliar na
• Indicações de manejo para cultura da alfafa: elaboração do documento final ou na obtenção de novos subsídios.
- desenvolvimento de forrageiras indicadas para produção
leiteira, com maior ciclo vegetativo, principalmente para aveia e
azevém;
• Ênfase no manejo das principais plantas forrageiras para
pastejo, fenação e ensilagem;
• Máquinas e equipamentos para conservação:
- ênfase na difusão de tecnologias;
• No cultivo da tifton relataram-se casos de cigarrinha. No
geral temos problemas como reposição de esterco, fertilidade do
solo, compactação, deficiência na assistência técnica. O produtor
trata a pastagem como potreiro, não atendendo às necessidades de
reposição destas.

4. Estratégias para a região


a - Levantamento do conhecimento gerado em forrageiras
nos últimos anos (trabalhos mais significativos) objetivo maior da
reunião:
b - organização de reuniões técnicas para atualização
profissional;
c - Promover reuniões técnicas, seminários, simpósios,
cursos de atualização em nível regional;
d - Obter respaldo do governo estadual para estas
iniciativas, bem como participar das decisões sobre a temática das
plantas forrageiras na Câmara Setorial do Leite e no Núcleo Gestor
do Leite;
e - Organizar rede de ensaios para validação de tecnologias
em forrageiras;
f - Integrar as instituições de pesquisa para o
fortalecimento da área e atender às demandas de forma
organizada;
g - Sistematizar as informações: foi proposto pelo
Engenheiro Agrônomo Nildo Formigheri e enviado aos
52 Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS

discutir o setor de produção e distribuição de sementes e mudas


de forrageiras para gado leiteiro;
c) promover eventos técnicos sobre forrageiras para gado
PROBLEMAS COMUNS DAS REGIÕES leiteiro;
d) integrar as instituições de ensino, pesquisa, extensão,
Foram detectadas situações comuns às três regiões assistência técnica;
trabalhadas, conforme discriminado abaixo: e) viabilizar recursos financeiros para pesquisa e
desenvolvimento de forrageiras;
a) zoneamento agroclimático de forrageiras; f) incluir sementes de forrageiras no sistema troca-troca do
b) diagnóstico e fertilização de áreas de pastagens; governo estadual.
c) baixa qualidade e disponibilidade das sementes e mudas; Obs: As comissões macrorregionais consideraram ainda a
d) manejo da fenação e ensilagem (inoculantes, máquinas, importância de desenvolver com os produtores a necessidade da
equipamentos e estágio de colheita); gestão da propriedade (administração rural) como fator de
e) valor nutritivo das forrageiras; rendimento econômico e permanência na atividade leiteira.
f) transferência e adoção de tecnologias;
g) compactação de solo;
h) irrigação;
i) falta de variedades e caracterização das forrageiras
existentes.

Ações prioritárias para o desenvolvimento estrutural do


setor de forrageiras para gado leiteiro no RS
Tendo em vista os encontros realizados, as comissões
técnicas macrorregionais sugeriram ações necessárias ao
fortalecimento da atividade leiteira no estado do RS, referentes à
área de forrageiras e pastagens:
a) criar Comissão Técnica em Plantas Forrageiras em nível
estadual, para ser o fórum de discussão e deliberação sobre
pesquisa em plantas forrageiras. Congregar os profissionais,
identificar demandas e criar políticas para o setor;
organizar/instituir rede estadual de avaliação de forrageiras e
pastagens;
b) realizar reunião técnica anual (fórum) sobre forrageiras;
54 Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS

Data: 09/08/2006
Local: Auditório do Prédio 11 – UNIVATES – LAJEADO/RS
Coordenadores: Oreno Ardêmio Heineck e Marcos Turatti
PARTICIPANTES DOS ENCONTROS TÉCNICOS
Promoção: UNIVATES – Núcleo Gestor/ SAA
REGIONAIS PREPARATÓRIOS SOBRE Participante Instituição Município
FORRAGEIRAS PARA GADO LEITEIRO NO RS Paulo Roman Cosuel Encantado
Renito Schneider Produtor Arroio do Meio
Eduardo S. a Silveira Associação Rural de Lajeado
Data: 13/07/2006 Lajeado
Local: Sede da Embrapa Clima Temperado Walmir Weber Nutrilat Lajeado
Gabriela Barros Secretaria da Agricultura Marques de Souza
Coordenadores: Jorge Fainé Gomes e Andréa Mittelmann
Dilson Reginatto Parmalat Carazinho
Promoção: EMBRAPA Clima Temperado – Núcleo Gestor/ SAA Aline Comar Ferraz Parmalat Carazinho
Participante Instituição Município Lucildo Ahlert UNIVATES Lajeado
Robleir C. Coelho Filho EMATER/RS Bagé Arly Volken Secretaria da Agricultura Roca Sales
Fábio Zonardo Schlick EMATER/ RS Bagé Mauro Tubino ASEAT/EMATER/ RS Estrela
Verner Theil Priebe EMATER/ RS Colinas Werner T. Priebe EMATER/ RS Colinas
Marcos Turatti UNIVATES Lajeado Gilberto José Scapin EMATER/ RS Cruzeiro do Sul
Airton José Prediger Coop. Languiru Ltda. Teutônia Roberto Echer Nutrilat Teutônia
Luiz Agostinho Radaelli UNIVATES Lajeado Dilamar Rosolen Produtor São Valentim do Sul
Pedro Luis Montes UFPEL Pelotas Joel Rosolen Produtor São Valentim do Sul
José Carlos Leite Reis EMBRAPA Clima Pelotas Leandro Luis Santini Produtor São Valentim do Sul
Temperado Moisés Cavanus Secretaria da Agricultura São Valentim do Sul
Andréa Mittelmann EMBRAPA Clima Pelotas Candido Norberto Rizzi Secretaria da Agricultura Forquetinha
Temperado Jadir Ari Brass Secretaria da Agricultura Forquetinha
Luiz Adilson dos Santos EMATER/RS Pelotas Humberto Itelvi Latvida Estrela
Jorge Fainé Gomes EMBRAPA Clima Pelotas Rockenbach
Temperado Genésio Rockenbach Coord. Regional da Estrela
Alexandre V. Amaral COSULATI Pelotas Agricultura
Raul A. L. Amaral Coop. Sulleite Santa Vitória do Palmar Vanildo L. Roman Secretaria da Agricultura Anta Gorda
Sérgio Bender COSULATI Pelotas Rene Feil Nutrilat Fazenda Vilanova
Denis Norenberg COSULATI Pelotas Marcos Turatti UNIVATES Lajeado
Paulo Renato Buss Associação Turuçú Turuçú Marco A. Dornelles Afubra Santa Cruz do Sul
Alexandre C. Varella EMBRAPA – CPPSUL Bagé Zeferino G. Chielle FEPAGRO-COMUDE Taquari
Vitor Hugo Wiemke EMATER/RS São Lourenço do Sul Lirio Becker SINTARGS Regional Alto Taquari
JoséLuiz Kessler Autônomo Santa Vitória do Palmar Carmen Dora Porto EMATER/ RS Cruzeiro do Sul
Darcy Bitencourt EMBRAPA Clima Porto Alegre Fransozi
Temperado Julio Medeiros Secretaria da Agricultura Encantado
Diego Gheller Secretaria da Agricultura Porto Alegre
Paulo Steiner CODEVAT Lajeado
Edmilson Marafon Produtor Ilópolis
Lidiamar R. Marangon Secretaria da Agricultura Ilópolis
Deonelo Bassegio Técnico Agrícola Ilópolis
Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS 55 56 Forrageiras e Pastagens para gado de leite no RS

Participante Instituição Município Data: 13/09/2006


Germano Musskopf Médico Veterinário Estrela
Gilberto Kny Médico Veterinário - Coop. Nova Petrópolis
Local: CNPT – Passo Fundo
Piá Coordenadores: Renato S. Fontaneli e Nildo J. Formigheri
Carlos Schuenemann Cooperativa Piá Nova Petrópolis Promoção: EMATER – EMBRAPA – CNPT – Núcleo Gestor/ SAA
Oreno Ardêmio Heineck UNIVATES Lajeado
Participante Instituição Município
Jorge Trentini Fundação Agrícola Teutônia
Teutônia Renato Serena Fontaneli EMBRAPA Trigo Passo Fundo
Airton José Prediger Cooperativa Languiru Teutônia
Roberto Serena Fontaneli Universidade de Passo Passo Fundo
Cleusa Becchi UNIVATES Lajeado
Fundo

Alvio José Possebom EMATER/ RS Santa Maria


Altamir Antunes Maciel Cotrel Erechim
Valmir Dartora EMATER/ RS Erechim
Breno Kirchof EMATER/ RS Porto Alegre
Darcy Bitencourt SAA/ SAA/EMBRAPA Clima Porto Alegre
SAA/EMBRAPA Clima
Temperado
Dário B. Germano EMATER/ RS Santa Rosa
Nildo J. Formigheri EMATER/ RS Passo Fundo
Clari R. Pereira EMATER/ RS Ernestina
Rodrigo Piccinini Unicruz Cruz Alta
André do Canto Vargas Unicruz Cruz Alta
Aliel Freitas Côrrea Unicruz Cruz Alta
Vilson Weber Cotrijal Não-Me-Toque
Pedro Urubatan N. Costa EMATER/ RS Ijuí
Giovani Noro Cotribá Ibirubá
Dilson Reginatto Parmalat Carazinho

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