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FIOS TÊXTEIS

Em geral, o fio pode ser definido como um agrupamento de fibras lineares ou filamentos, que
formam uma linha contínua com características têxteis. Estas características têxteis incluem boa
resistência (durabilidade) e flexibilidade.

Eles se caracterizam por sua regularidade, diâmetro e peso, sendo que essas duas últimas
características determinam o título do fio. Devido a grande variedade de fios produzidos
comercialmente, pode parecer não haver um limite para o número de possibilidades funcionais e
estéticas e para o número de fios distintamente diferentes. Mas, devido essa infinita variedade de
aparências, os fios devem ser convenientemente classificados de acordo com suas propriedades
físicas e características funcionais.

Essas propriedades e características de uso dos fios dependem das propriedades físicas das fibras
ou dos filamentos que o constituem como também da estrutura do fio. Vejamos os principais tipos.

MONOFILAMENTOS: O fio consiste em um único filamento de espessura capilar, geralmente de


poliamida, utilizado para produzir telas finas para filtros e quadros de estamparia. Utiliza-se
também como fio de costura invisível. Linhas de pesca também são monofilamentos, podendo
chegar a espessura de 3 a 4 mm.

MULTIFILAMENTOS: Seus aspectos são lisos e brilhantes, e podem ser utilizados, dessa


maneira, para fabricação de tecidos. O aspecto e o toque, porém, serão essencialmente plásticos,
com superfície lisa e escorregadia. O tecido cola-se facilmente ao corpo por causa do suor que,
não sendo absorvido pela roupa serve de “cola”, e pela eletricidade estática que esses materiais
costumam acumular.

 Multifilamento de nylon: São utilizados em aplicações que exigem extrema tenacidade, tais como
pneus, calçados, artigos esportivos e móveis.

MERCERIZADOS: Os fios são geralmente retorcidos e levam o nome de linha. Pode ser do tipo
cardado, mas usualmente é um processo feito nos fios penteados. O fio mercerizado adquire
aspecto sedoso, liso e brilhante, além de ter sua resistência aumentada e cores mais brilhantes e
vivas. A mercerização é obtida tensionando fortemente as meadas de fio em banho de solução de
soda cáustica. O processo é lento e pouco produtivo, além de verificar-se uma perda de 8 a 10%
no peso do fio. Esses fatores encarecem o produto final.

 Fios Texturizados: Obtido a partir de fibras lisas, normalmente sintéticas, as quais são
enformadas, tendo a deformação como objetivo de aumentar o volume do fio, conduzindo a uma
permeabilidade ao ar e a propriedade de isolamento térmico e a um toque mais macio. Também
melhora o seu aspecto e o aspecto dos produtos acabados. Podemos também obter assim o
chamado fio de alto volume.

Fios retorcidos: São fios obtido através da retorção de dois ou mais fios simples (singelos) com o
objetivo de melhorar determinadas características como a resistência do fio, sua regularidade, etc.
Nestes fios o sentido da retorção é inverso daquele da torção. Assim, se os fios singelos estão
torcidos em Z, a retorção é dada em S. Os fios retorcidos apresentam-se mais regulares, pois as
irregularidades eventuais são diluídas, já que dificilmente coincidem no mesmo trecho de fio. Por
este motivo, e também pelo fato da retorção prender ainda mais as fibras dos dois cabos que
formam o fio, eles são mais resistentes que os fios singelos.
Fiação
A Fiação pode ser definida como uma sucessão de operações através das quais se transforma
uma massa de fibras têxteis inicialmente desordenadas (flocos) em um conjunto de grande
comprimento, cuja seção possui algumas dezenas de fibras mais ou menos orientadas e presas a
si mediante uma torção. As fibras têxteis podem ser de origem natural, artificial ou sintética.
Podemos distinguir dois tipos de fiação quanto ao tipo de fibra: a fiação de fibra descontínua (ex:
algodão, viscose) e a produção de fios contínuos por extrusão (ex: poliéster, poliamida).
Fiação de fibras descontínuas
O primeiro passo na fiação de fibras descontínuas é a abertura dos fardos. As fibras são
transportadas, em geral por via pneumática, passa por máquinas de limpeza, para separação de
objetos estranhos e pó, e chega até a carda, onde as fibras são abertas, paralelizadas e unidas em
forma de mecha. Em seguida vão sofrer uma série de estiragens de modo a reduzir a densidade
linear da massa de fibras e homogeneizar a mistura. Como etapa final a massa de fibras vai ser
torcida para ganhar consistência e resistência à tração. Existem dois fluxos de processo distintos: a
fiação por anéis (que pode também ter a variante com penteadeira) e a fiação por rotor
(fiação open-end). A fiação por anel é denominada convencional enquanto os outros processos são
denominados não-convencionais (por exemplo: fiação por rotor, Jet Spinner, etc).
Os fatores da fibra decisivos para a qualidade do fio são: comprimento/espessura das fibras e o
estado de limpeza das mesmas. Para o algodão é necessário retirar restos de folhas e matéria
vegetal. Para a lã é necessário proceder à sua lavagem. Para as fibras sintéticas não é preciso
geralmente qualquer tipo de limpeza.

Filatório Anel.

Princípio de funcionamento da filatório anel.


Neste processo as mechas após saírem da carda seguem para a passador onde serão duplicadas
através da junção com outras mechas e então estiradas, saindo também em forma de mecha, esta
etapa tem a finalidade de se homogeneizar a mecha reduzindo a sua variação da massa por
unidade de comprimento. Após, as mechas seguem para a maçaroqueiraonde são estiradas
reduzindo assim a sua massa por unidade de comprimento e recebem uma pequena torção
formando o pavio. Por conseguinte, o pavio alimenta o filatório anel onde ocorre a estiragem e a
torção final originando o fio pronto, que é enrolado em espulas e como etapa final o fio é repassado
da espula para o cone através da conicaleira. O fio produzido por este método é
denominado cardado.
Com a fiação convencional também é possível produzir fio penteado. A diferença durante o
processo é a adição de mais duas máquinas após a carda, trata-se da reunideira de mechas e
a penteadeira, cuja função é a de retirar fibras curtas o que resulta na produção de fios de melhor
qualidade com menos pilosidade e maior resistência além de permitir a produção de fios mais
finos.
Fluxo de produção do fio cardado

1. Armazém de pluma/rama/fardos;
2. Linha de Abertura;
3. Carda, Cardadeira ou Cardadora;
4. Laminador, Passador ou Passadeira de 1ª passagem sem regulagem;
5. Laminador, Passador ou Passadeira de 2ª passagem com regulagem;
6. Torce ou Maçaroqueira;
7. Contínuo ou Filatório de Anel;
8. Bobinadeira ou Conicaleira;
9. Vaporizadora;
10. Expedição.

Fluxo de produção do fio penteado

1. Armazém de pluma/rama/fardos;
2. Linha de Abertura;
3. Carda, Cardadeira ou Cardadora;
4. Laminador, Passador ou Passadeira de 1ª passagem sem regulagem;
5. Reunideira ou Juntadeira;
6. Laminadeira (opcional);
7. Penteadeira;
8. laminador, Passador ou Passadeira de 2ª passagem com regulagem;
9. Torce ou Maçaroqueira;
10. Contínuo ou Filatório de Anel;
11. Bobinadeira ou Conicaleira;
12. Vaporizadora;
13. Expedição.

Fiação por rotor

A fiação por rotor, também conhecida por fiação "open-end", é talvez o método não-convencional
mais bem sucedido comercialmente, sobretudo na fiação de fibras de comprimento muito curto.
Fiação "open-end" é termo genérico utilizado para a produção de fios de fibras descontinuas por
qualquer método no qual a ponta da fita ou mecha é aberta ou separada nas suas fibras individuais
ou tufos, sendo seguidamente reconstituída no dispositivo de fiação a fim de formar o fio (ex. rotor,
Polmatex, Dref, etc.).

O processo de fiação "open-end" elimina algumas fases do processamento industrial, como as da


maçaroqueira e da conicaleira, ambas utilizadas no sistema convencional de filatórios a anéis. Tal
processo lança mão de rotores que giram a altas velocidades, provocando o retorcimento das
fibras individualizadas, para dar formação ao fio. A produção de uma unidade "open-end" é três a
quatro vezes maior do que a de uma unidade do filatório convencional mais desenvolvido. Os fios
"open-end" produzidos diferem dos elaborados nos filatórios convencionais quanto à estrutura e
propriedades físicas. Vários fatores ligados ao mecanismo desse processamento das fibras tornam
o fio mais fraco, mais volumoso e mais extensível do que o convencional, numa dada torção e
título. Sua perda de resistência pode ser minimizada, fiando-se em títulos mais grossos e com
algodões mais curtos. A "open-end" não é recomendada para fios finos obtidos com algodões de
fibra longa.

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