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Texturização Prof. Dr.

Rasiah Ladchumananandasivam, PhD CText FTI

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE


CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E TÊXTIL

CURSO DE ENGENHARIA TÊXTIL

APOSTILA

TEXTURIZAÇÃO

Por

Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam, B.Sc., M.Sc., P. G. Dip. Tech., PhD.,


AUMIST., CText FTI., FRSA., CCol FSDC., Senior Member-AATCC (USA)

Natal, RN – Brasil

Março, 2005
TEXTURIZAÇÃO
I – DEFINIÇÃO

Texturização é um processo de modificação das fibras de polímeros naturais


e sintéticos (artificiais e sintéticas), aproveitando a termoplasticidade destas.

Os processos de texturização são aplicados fundamentalmente sobre os fios


de filamentos contínuos. Já foram realizados ensaios sobre fios fiados de fibras, com
resultados nada satisfatórios em termos de performance.

Os processos de texturização diferem entre si quanto aos empregos ou não


de aquecimento, torção e também quanto a forma em que estes são empregados.

Independentemente do processo de texturização utilizado, teremos ao final


um fio modificado, com ou sem elasticidade, com ou sem volume (Gonflant).

1.1 – POR QUE SE TEXTURIZAM OS FIOS

Sabe-se que os fios sintéticos e artificiais apresentam as seguintes


desvantagens:

- Baixa capacidade de absorção ao suor;


- Baixo poder de permeabilidade (desconfortáveis tanto no verão como no
inverno);
- Brilho muito acentuado, apresentando uma superfície muito lisa.
Sendo assim, um fio texturizado possui as seguintes vantagens sobre um fio
não texturizado:
- Melhor isolamento térmico;
- Pelo maior volume, proporciona tecidos mais leves;
- Brilho menos intenso;
- Elasticidade;
- Não apresenta “Pilling”.
Quanto à elasticidade, existem artigos em que não se deve ter elasticidade,
devido aos empregos dos mesmos; todavia existem processos que nos dão um fio
sem elasticidade, ou a reduzem bastante.
Embora tenhamos estas vantagens do fio texturizado, devemos lembrar que
ele também possui desvantagens, quais sejam:
- Custo mais alto;
- Apresenta “Fluagem” (deformação permanente).

1.2 – HISTÓRICO

A texturização é uma técnica recente que surgiu há aproximadamente 20


anos, em função do desenvolvimento das fibras sintéticas.

A texturização veio proporcionar aos fios sintéticos e artificiais (muito mais aos
primeiros) novas aplicações, e vários processos surgiram então, tendo alguns se
desenvolvido mais que outros.
Podemos dividí-los nas seguintes classes:
1-a) Processos que empregam a torção;
2-a) Processos que não empregam a torção.
1
1.2.1 – (a) Processos que empregam a torção

Esta classe de processos é a que assegura os maiores volumes de fio


texturizado e é a ela que se dirige a maior parte dos estudos.

É nesta classe que se encontra o mais antigo dos processos – O processo


Mousse Convencional.

1.3 – Processo Mousse Convencional

O fio é torcido a uma torção crepe (alta torção), fixado e destorcido; a


distorção dos espirais previamente fixadas termicamente faz aparecer um “Gonflant”
e uma elasticidade, dadas pela superposição em desordem das hélices fixadas
sobre cada filamento elementar.

O fio assim obtido tem a tendência de girar sobre seu eixo para voltar a sua
posição original, fixada pelo tratamento térmico.
Diz-se então que ele tem “Torque”.

Neste processo, esta particularidade pode ser eliminada pela dublagem de dois fios
(cabos) com sentidos de torque opostos, como no exemplo dado abaixo: as torções
residuais sobre os dois fios são absolutamente idênticas (Fig. 1.0).

Figura 1.0 Processo Mousse Convencional

2
Exemplo:

Nylon 78/23 dtex

1º CABO 2º CABO
Torção 3.000 z 3000 s
Destorção 2.850 s 3.150 z

Dublagem a 150s.

Deve-se notar que a torção sobre cada cabo tomado separadamente no


interior do fio é absolutamente nula.

O rendimento deste processo é muito baixo, o que fez com que se procurasse
um outro processo com maior rendimento, o que se encontrou na falsa torção.

1.4 FIOS DE FIBRAS SINTÉTICAS TEXTURIZADAS

Uma das maiores vantagens que as fibras sintéticas (fibras manufaturadas –


fibras feitas pelo homem) têm sobre as fibras naturais é a imensa variedade de
propriedades e características que podem ser desenvolvidas à partir delas pelos
especialistas e fabricantes de máquinas, a fim de oferecer à indústria de manufatura
têxtil matérias-primas de um tipo novo e distinto. Um programa contínuo de pesquisa
e trabalho experimental nos departamentos de desenvolvimento dos produtores de
fibras e entre fabricantes de fios durante a década passada levou à introdução de
técnicas revolucionárias para a produção de fios à partir de filamentos e fibras
sintéticas (fibras manufaturadas) e pós-tratamentos especializados para os fios e/ou
os materiais feitos com eles. Novos métodos e máquinas para a produção de fitas de
TOW de fibras manufaturadas e a fiação direta de fibras (tow) semelhantes foram
introduzidos, enquanto novas classes de fios inteiramente novas resultaram do
desenvolvimento da técnica de torção – condicionamento - distorção (TWIST-SET-
UNTWIST), envolvendo a falsa torção (FALSE-TWIST), crimpagem da borda (EDGE
CRIMPING), caixa de estofagem de crimpagem (STUFFER BOX CRIMPING) e
processos de texturização ao jato de ar (AIR JET TEXTURING) todos necessitando
do uso de máquinas e equipamentos especiais.

Isto, por sua vez influenciou a pesquisa para produção das fibras
manufaturadas sintéticas (polímeros sintéticos), para que tipos de fibras com
construção diferencial bilateral e comportamento, grandes características de
encolhimento e crimpagem também se desenvolvessem, diversificando,
posteriormente a grande variedade de uso final que pode ser obtido comercialmente.

1.4.1 VOLUME SEM PESO

Há muito reconheceu-se que se os processos pudessem ser planejados onde


o volume de um fio pudesse ser aumentado e ainda assim manter o mesmo título,
grandes mercados potenciais seriam abertos em quase todos os setores da indústria
têxtil. Esta era a situação no final da II Grande Guerra. Desde então os
cientistas/especialistas descobriram que a deformação dos filamentos nos fios das
fibras feitas pelo homem pode produzir um espessamento que, através de um
processamento apropriado, é forçado a permanecer no fio e dar uma textura cheia
no manuseio de um fio que de outra maneira seria liso.
3
Desde os primórdios vários métodos de produção de volume ou texturização
de fios foram planejados, e os itens de 1.1.1 a 1.1.9 mostram de maneira concisa e
facilmente assimilável nove dos métodos mais conhecidos pelos qual o volume pode
ser conseguido.

Deve-se notar que com o Método 1.1.6 Jato de ar a técnica para formação do
volume ou texturização é aplicável a quase todos os tipos de fio-filamento ou fio
extrudado (SPUN), quer seja natural ou sintético.

1.4.2 MÉTODO TWIST-HEAT-SET-UNTWIST


[TORÇÃO – CONDICIONAMENTO COM CALOR – DISTORÇÃO]

O processo de multi - estágio na produção do fio “convencional” “Helanka”


consiste basicamente na inserção de uma alta torção no fio (de 47 até 114 torções
por polegada) pelo uso de “uptwisters’. Em seguida o fio é condicionado com calor
na embalagem para fixar a estrutura torcida do fio. Finalmente o fio é torcido
contrário para remover as torções introduzidas anteriormente.

Forma de mola (touque)


CONVENCIONAL “HELANKA”
Normalmente designado como “HELANKA HI-TWIST” ou “HELANKA SP”
dependendo do tipo

CARACTERÍSTICAS

O fio de náilon stretch “Convencional” “Helanka” tem excelente crimp,


elasticidade e alongamento. Ele estica 300% ou mais nos fios de altos denieres (fios
grossos) e 400% a 500% no caso dos fios finos. Ele tem um toque firme e
encrespado e excelente recuperação elástica.

USOS

Os tecidos de stretch são usados nas mais diversas aplicações, incluindo


calças de esqui e outras roupas esportivas. Todos os tipos de malhas e vestuário
que “tomam a forma do corpo” incluindo “bodies”, meia calça, luvas, meias
femininas, cintas, roupas de natação, cuecas, meia calça, roupas íntimas e meias
cirúrgicas.

Figura 1.1 Fio stretch “Helanca” convencional

4
1.4.3 MÉTODO FALSE-TWIST [FALSA TORÇÃO]

O método “falsa torção” na produção de fios de náilon utiliza


aquecedores e fusos de “falsa torção” para introduzir as torções,
condicionamento com calor e destorcer o fio simultaneamente na mesma
operação contínua.

Forma de mola (touque), ex.,

“FLUFLON” “SUPERLOFT”, ‘HELANKA HI-TEST”, “HELANKA SPZ”

CARACTERÍSTICAS

Os fios stretch do tipo “falsa torção” são similares ao tipo “Convencional”


Ambos poder estirar até 500% (fios finos) e podem formar volume até 300% quando
estão relaxados. Todavia, fios com denier de 70 e 34 filamentos, o fio do tipo
“Convencional” normalmente dará um toque firme ao tecido, textura forte, e ainda
uma estiragem melhor e recuperação elástica do que o fio de “falsa torção”. Quando
o título diminui para 70den, 13filamentos, todavia os tecidos construídos com fios de
tipo “Convencional” e “falsa torção” atingem melhor similaridades e tornam-se
extremamente difícil a diferenciação entre si.

A uniformidade da textura e afinidade aos corantes do tipo “falsa torção” é


normalmente excelente por causa da continuidade do processamento, enquanto, as
vezes é difícil de atingir uniformidade nos fios de “Convencional”.

As condições em que o fio é texturizado podem ser alteradas do processo


normal para adequar o uso final desejado do fio. Por exemplo, o uso de alta torção,
um fio altamente elástico pode ser produzido para roupas de esqui, natação e
tecidos de base. Pelo uso de baixa torção, o fio resultante, teria baixa elasticidade
confere característica superficial de nós e boucle ao tecido.

USO FINAL

Os fios stretch “falsa torção ”são usados numa grande variedade de malhas
que se adéquam à forma do corpo. Esse tipo de tecido é usado para roupas
incluindo os “bodies”, cinta-liga, luvas, roupas íntimas, luvas cirúrgicas, maiôs,
cuecas, meias femininas, etc. Grandes quantidades também são usados em tecidos
planos stretch que são usados para roupas para práticas de esporte

Os fios “Saab” e “Helanka SS” são os produtos de uma operação de re-


processamento onde um fio “stretch” do tipo “Convencional” ou “falsa torção” é
modificado para reduzir sua capacidade de stretch e aumenta o seu volume por
unidade de peso através de uma maior alimentação através da zona de
aquecimento.

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Figura 1.2 Fio Stretch Falsa Torção

1.4.4 MÉTODO STUFFER BOX [CAIXA DE ESTOFAGEM]

O processo consiste basicamente da compressão dos filamentos num espaço


confinado de uma câmara aquecida chamada de “Caixa de Estofagem” onde eles
são condicionados com calor na sua configuração crimp e são retiradas. O processo
de texturização do fio, texturiza os fios individualmente; um fio para cada caixa de
estofagem, enquanto, o processo de texturização “Spunize” texturiza os fios em
massa de até 400 fios de cada vez, na forma de urdume.

TIPO DE CRIMP, ex., ‘SPUNIZE”, “TEXTRALIZED”

CARACTERÍSTICAS

Os fios produzidos pelo método de caixa de estofagem têm ondulações


aleatórias do crimp zig-zag que conferem um toque suave e volumoso, alguma
estiragem e melhoria de absorção da umidade para o conforto do usuário. São livres
de torque
USO FINAL

Os fios texturizados “Spunize” são usados para capachos, tapetes, tecidos


para estofados, tecidos industriais, não tecidos(mantas) e passamanarias.

Os fios “Textralized” são usados na fabricação de meia ¾, e vestimentas de


malha, incluindo camisas para esportes e “sweaters” , roupas intimas de malha,
roupas para natação, luvas, tecido de forro, rendas de malha dupla, tricô, malhas de
urdume, diferentes tipos de tecidos, incluindo estofados e tecidos industriais.

Fgiura 1.3 Fio Texturizado “Spunzie” Figura 1.4 Fio “Texturizado Textralized”

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1.4.5 MÉTODO KNIFE EDGE CRIMPING [CRIMPAGEM DA BORDA]

O processo consiste principalmente no aquecimento do fio do filamento,


puxado sob uma cunha num ângulo agudo.

Tipo mola (sem torque) “AGILON” (Tipo Crimpado)


CARACTERÍSTICAS

Após o relaxamento, o fio de monofilmento “Agilon” assume a forma de uma


mola helicoidal. Com a exceção em que a direção da espiral muda aleatoriamente ao
longo do eixo do fio, resultando num fio stretch balanceado sem torque. Os fios de
multifilamentos “Agilon” combinam a elasticidade suave com o aumento de volume,
toque suave, e também são livres de torque, desde que cada filamento constituinte
tem direções alternadas da espiral ao longo do seu comprimento.

USO FINAL

Os fios 15-1, 15-3 E 40-13 “AGILON” (Tipo Crimpado) são extensivamente


usados na fabricação de meia calça feminina sem costura, a qual eles conferem
estiragem dos dois lados, que resulta numa distorção tridimensional das laçadas da
malha, nas direções dentro e perpendicular ao plano do tecido. Praticamente em
todos os outros usos finais, principalmente onde necessita de alto grau de claridade
da laçada na estrutura de malha, o fio de “agilon” do tipo “Estabilizado” é usado.

“Agilon” estabilizado é produzido para que numa operação contínua, um tipo


crimpado de fio “Agilon” seja produzido pelo processo de Crimpagem da Borda,
sendo depois processado e estabilizado. As malhas produzidas deste fio têm um
toque suave cheio com boa textura superficial, alto grau de uniformidade, boa
estiragem, excelente recuperação da estiragem e excelente clareza dos laçados.

Figura 1.5 Fio de monofiloamento “Agilon” (tipo crimpado)

1.4.6 KNIT-HEATSET-UNRAVEL [MALHA – CONDICIONAMENTO COM CALOR –


DESENROLAMENTO]

Este processo consiste em fazer a malha tubular com o fio, condicionar a


malha com calor e então tirar o fio e enrolar nos cones

CARACTERÍSTICAS

O fio é ondulado e sem torque e o tecido feito deste fio tem uma característica
de tipo crepe e textura de seixos com excelente opacidade e toque.

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USOS

Meias femininas sem costura, agasalho (sweater) feminino e blusa de firo


esporte masculina.

Figura 1.6 Fio texturizado do tipo ondulado

1.4.7 MÉTODO JATO DE AR [AIR JET ]

Este processo consiste basicamente no sopro de um jato de ar num fio torcido


ou não torcido de filamento contínuo, enquanto é alimentado numa velocidade maior
do que normal. O excesso de alimentação e a força do jato de ar causam laçadas
aleatórias em cada filamento para que o filamento encolha e aumente de volume
durante o processamento. Quando o fio passa fora da ação do jato de ar, as laçadas
já ficam travadas no seu lugar.

Além de texturização dos fios singelos, o processo pode ser usado para
texturizar simultaneamente fios múltiplos, permitindo a mistura de fios dissimilares e
a produção de variedades infinitas de fios especiais.

TIPO LAÇADA - “TASLAN”

CARASTERÍSTICAS

Os fios texturizados “Taslan” são estáveis e livres de torque. Com relação ao


alongamento, módulo elástico, calor, aparência e toque são mais parecidos com os
fios convencionais de fibras curtas do que com os filamentos contínuos. Todavia,
eles podem ser fabricados com títulos finos e normalmente possuem uma maior
resistência e uma aparência uniforme do que os fios feitos com fibras curtas.

As características individuais de um fio texturizado “Taslan” dependem do tipo


de fio que é texturizado e das condições usadas no processo de texturização. Como
uma regara geral, todavia, o fio texturizado “Taslan” exibe : uma mudança
permanente na estrutura do fio todo; aparência distinta, toque, e textura; aumento do
volume físico, e então melhor poder de cobertura; menos lustre ; boa uniformidade;
resistência ao pilling igual ou melhor do que os fios de fibras curtas; e menor
resistência do que o fio original que foi usado na texturização.
USOS

Os fios texturizados “Taslan” são usados para vestimentas como jaquetas


masculinas, camisas esporte e social e gravatas; blusas femininas, vestidos, ternos,
casacos, agasalhos, roupas infantis para neve, luvas, cachecol, linhas de costura;
tecidos para sapatos e cadarços; usos domésticos, como tapetes, cortinas, toalha de
mesa de renda, lenços, tecidos para automóveis, produtos industriais, cordões,
tecidos para cobertura de superfícies, redes de pesca e tendas.
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Figura 1.7 Fio texturizado “Taslan”

1.4.8 FILAMENTO CRIMPADO [CRIMPED FILAMENT ]

“SARILLE” e ‘CORVAL”

Fibras cortadas de raion viscose crimpado, como fornecido pela fabricante.

CRACTERÍSTICAS

Suave, resistência ao amarrotamento com propriedades duradouras.


Faixa de deneir: 2,2 –4,5 den
17/16 pol. A 21/2 pol.

USOS

Materiais para vestimenta; capas de chuva; materiais com capacidade de


recuperação quando forem misturados com 15% de náilon; pavio para velas e
cobertores.

1.4.9 FIO DE ALTO VOLUME [HIGH BULK YARN ]

Produzidos de predeterminadas misturas de fibras relaxadas e não relaxadas.


Dentro das condições de calor e umidade controladas, as fibras não relaxadas vão
encolher, forçando as fibras já relaxadas a torcer, o que resulta em alto volume e
leveza do fio como um todo.
USOS

Usados onde necessita calor, volume e toque suave

CARACTERÍSICAS

O fio controlável para usos específicos é produzido.

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Figura 1.8. Fio Acrílico como fiado Figura 1.9 Fio Acrílico volumoso

1.4.10 FILAMENTO BICOMPONENTE TEXTURIZADO [BI-COMPONENT


PRODUCER TEXTURED FILAMENTO]

Filamento duplo de acrílico, ex., “Orlon” Tipo 21, tendo propriedades de


encolhimento bi-componente. Quando o fio combinado é cozido ou fervido, ele
desenvolve um crimp permanente, tornando-o volumoso.

CARACTERÍSTICAS E USO

Um fio totalmente volumoso é apropriado para vestuário de uso normal com


conforto, suave, leveza, mas é quente.

1.5 NOMENCLATURA DOS FIOS TEXTURIZADOS

Um sistema conveniente para a descrição dos fios texturizados de


multifilamentos pelo processo *TASLAN foi planejado pela Du Pont e publicado na
literatura da companhia. Os fios referidos nos exemplos dados abaixo são:

Fio A: náilon com denier 100, filamento 50, ½torção por polegada,
torção em Z (isto é: 100-50-½Z náilon).

Fio B: raion com denier 100, filamento 60, 2½ torções por polegada,
torção em Z (isto é: 100-60-2 ½ Z raion).

Exemplos:

1. Um fio A cujo denier foi aumentado em 20% pela texturização é


designado:
120T/100-50-½Z nailon

denier após texturização / descrição do fio antes da texturização

2. Um fio texturizado descrito no exemplo anterior que recebe 5 torções por


polegada (torção Z) após a texturização é designado:
10
120T-5Z/100-50-½ Z náilon

3. Dois fios texturizados descritos no exemplo No.1, tornados flexíveis e


torcidos em 5Z após texturização são designados como

2(120T)-5Z/100-50-½ Z náilon

4. Dois fios A juntos e torcidos em 13 torções por polegada (torção Z) e


depois texturizados com um aumento de 20% no denier são designados
como

240T/2(100-50-½ Z náilon) 13Z

5. Um fio A é juntado a dois fios de tipo B; torcidos num fio triplo 5Z; e
depois texturizados com um aumento de 20% no denier é designado
como
1(100 − 50 − 1 Z ⋅ náilon 5Z
2
360T
2(100 − 60 − 1 Z ⋅ raion
2
6. Um fio A misturado com dois fios B, como resultado da texturização dos
dois juntos, com um aumento de 20% no denier é designado
1(100 − 50 − 1 Z ⋅ náilon
2
360T
2(100 − 60 − 1 Z ⋅ raion
2
7. Um fio A (texturizado com um aumento de 5% no denier) combinado
durante a texturização com dois fios B (texturizado com um aumento de
100% no denier) para produzir um tipo de fio fantasia do tipo “core and
effect” (núcleo e efeito) é designado:

core 105T / 1(100 − 50 − 1 Z ⋅ náilon


505T { 2
effect 400T / 2(100 − 60 − 2 1 Z ⋅ náilon
2

1.5.1 Definição do torque “S” e do torque “Z” em fio stretch singelo

Um fio stretch singelo é chamado de um fio torque “S” quando a torção na


direção “Z” for inserida e condicionada com calor durante a sua produção.
Um fio stretch singelo é chamado de um fio torque “Z” quando a torção na
direção “S” for inserida no fio durante a sua produção.

Para determinar se o fio singelo tem um torque inerente “S” ou “Z”, fixar um
clipe na extremidade do fio e deixar a extremidade do fio solta. Se a extremidade do
fio rodar na direção horário (como mostrado abaixo) então o fio será um fio de torque
“S”. Se a extremidade rodar na direção contra horário, o fio será um fio de torque “Z”.

11
1.5.2 MÉTODO TORÇÃO – CONDICIONAMENTO COM CALOR – DISTORÇÃO
[TWIST-HEAT-SET-UNTWIST]

“Helanca”. É a marca registrada para fios de stretch, produzidos de acordo


com as prescrições da Herberlein & Co., A. G., Watwill, Suíça.

O tipo lote (batch-type) que é o método convencional para produção de


Helanca fio stretch consiste das seguintes etapas:

1. Torção nas máquinas convencionais de 45 a 125 tpi (torções por


polegada) independente do denier, e o efeito desejado (65 a 75 tpi são
comumente inseridos quando os fios de 70 denier são processados.)
2. Condicionamento com calor numa caixa de vapor com
aproximadamente 260oF por uma hora ou menos.
3. Distorcer até zero torção.
4. Dublagem se for necessário, e conicalagem.

Características dos fios texturizados convencionais de “Helanca”;

a. Habilidade de elasticidade até 300% ou mais nos fios grossos (altos


denier) e 400 – 500% nos fios finos.
b. O volume (bulk) é aumentado até 300%
c. Um toque firme e crespo
d. Boa recuperação da estiragem.

Enquanto o método convencional da produção de fio texturizado HELANCA é


de lote, os métodos de falsa torção na produção de HELANCA são contínuos.

O fio HELANCA texturizado produzido pelo método convencional ou falsa


torção, é caracterizado pela torque de esquerda ou direita, dependendo da direção
da alta torção. Torque pode ser neutralizado e fios balanceados podem ser
produzidos pela:

1. Dublagem de fios de torções opostas numa binadeira. (fios de 2-, 4-, ou


6- são mais comuns)
2. Fios de altas torções opostas são alternados no tecido
3. Um método especial no processamento do fio, por exemplo, HELANCA
NT(sem torque) fio stretch que pode ser produzido nas máquinas de
falsa torção numa maneira em que há de necessidade de balancear os
torques “S” e “Z” no fio final ou tecidos, permitindo tecelagem ou
malharia sem distorção do tecido.

2.1 MÉTODO FALSA TORÇÃO

Percebeu-se que se um método alternativo para o método torção –


condicionamento – distorção, não for encontrado o futuro dos fios texturizados será
prejudicado. Em conseqüência métodos que envolvem princípios de falsa torção
foram desenvolvidos, dos quais:

12
1. Número reduzido das operações permitindo os processos de torção,
condicionamento com calor e distorção podem ser efetuados como
uma operação única numa máquina única.
2. Velocidade do processo aumentada
3. Eliminação do manuseio desnecessário do fio
4. Produção em cada fuso aumentada em virtude do fato de que a
passagem dupla foi eliminada e também foi possível rodar fusos
pequenos nas velocidades elevadas nessas máquinas do que nas
convencionais.

2.1.1 OS PRINCÍPIOS DO PROCESSAMENTO DOS MÉTODOS DE


FALSA-TORÇÃO

O filamento contínuo é alimentado através de um fuso de falsa-torção no lado


que introduz a torção do qual ele passa num dispositivo apropriado de aquecimento,
onde a alta torção é permanentemente condicionada (fixada). O número das torções
por polegada e o número de rpm, do fuso da falsa-torção, determinam a velocidade
da produção. Dos fios que saem da máquina de falsa-torção, um componente tendo
torção “S” é normalmente combinado com um fio de torção “Z”, para dar um fio
balanceado sem torque, se não for preciso de fios singelos para operações
especiais. Finalmente o fio é enrolado em cones.

O diagrama de um método típico de falsa-torção é mostrado na figura 2.1.


Os dois métodos mais importantes da falsa-torção na produção de fios stretch
são, SUPERLOFT marca registrada da Leesona Corporation, EUA., e o processo
FLUFLON, a marca registrada do Marionette Mills, Inc., EUA.

A máquina No. 550 que produz o fio stretch SUPERLOFT, com 216 fusos,
que substituem 1.000 fusos convencionais na qual todos os processos
convencionais são feitos como uma operação única.

No processo contínuo de alta velocidade, leva o fio termoplástico do


suprimento, torce, condiciona com calor permanentemente o fio torcido, distorce e
então leva o fio stretch na embalagem pronto para os processos futuros.

13
Enrolamento

1a Alimentação

Separador da
amarração

Suprimento do fio
Aquecedor

Fuso de falsa torção

Correia dirigível

Separador da amarração

2a Alimentação

Figura 2.1 PROCESSO DE FALSA-TORÇÃO DO FIO STRETCH

O diagrama esquemático do processo SUPERLOFT é mostrado na figura 2.2.


A pretensão aumenta a tração do rolo alimentador para assegurar uma alimentação
uniforme. Os rolos alimentadores igualizam a tensão no fio logo que ele sai da
bobina. Eles controlam as tensões da torção pela manutenção da velocidade de
alimentação com relação à velocidade da retirada. Todos os cilindros em ambos os
lados são dirigíveis com engrenagens, de um eixo, para manter a velocidade de
alimentação uniforme em todos os fusos. Cada cilindro é montado numa braçadeira
de pivô, para que possa ser desligado da engrenagem que dirige. Isto simplifica a
fiação quando for iniciar o fuso.

A razão entre as velocidades de alimentação e retirada não são afetadas pela


variação das velocidades dos motores ou rolamentos da torção, porque os cilindros
de alimentação são dirigidos por um dos eixos do cilindro de retirada. Um sistema de
mudança de engrenagens é fornecido para que possa ser alterada a velocidade de
alimentação da maneira necessária para obter a tensão da torção desejada. O eixo
que dirige é apoiado pelas engrenagens abertas que pode ser removida em seções,
para limpeza e serviços.

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Um aquecedor de contato e isolado condiciona as torções no fio. Os
aquecedores são construídos em seções e desenhados de modo a oferecer
temperaturas uniformes de fuso para fuso. Os termostatos controlam as
temperaturas dentro dos limites de ± 5oF de todas as superfícies aquecidas. Um fuso
insere as torções entre os cilindros de alimentação e o twist trap, e remove as
torções após do twist trap para produzir um fio stretch.

Enrolamento

Seguradora da torção

Fuso da falsa-torção

Aquecedor que condiciona


as torções

Cilindro de alimentação

Disco de pré-tensão

Embalagem do suprimento

Figura 2.2 PROCESSO SUPERLOFT

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2.2.2 MÁQUINAS DE CRIMPAGEM DE KLINGER

As máquinas produzidas pela Klinger Manufacturing Co. Ltd, usou o fuso


desenvolvido pelo Mattingly e introduzido em 1965, no processamento de fibras
sintéticas. O princípio adotado no desenho dele que emprega o que foi chamado de
suspensão magnética no campo livre, eliminando rolamentos convencionais.
Manutenção dos rolamentos é eliminada, não necessitando lubrificação nenhuma.

Disco de pre-tensão

Figura 2.3 Rolamento magnético

O rolamento magnético livre de alta velocidade, fuso singelo da Máquina de


crimpagem de Klinger. Pode se observar que o tubo com o seu topo de safira e a
correia central de fricção. O fiador é suportado pelo campo magnético invisível que
também atua como rolamentos sem fricção. O fiador roda no campo livre e não toca
das partes da ima.

O modelo Klinger A.M.I, a direção do fio é de cima para baixo, oferecendo


melhor acesso na colocação do fio e manuseio. O aquecedor usa transferência do
fluído e é de uma peça só servindo todos os caminhos do fio na temperatura
constante.

A máquina de crimpagem de Klinger C.M.G. 500 usa aquecedores elétricos


de canais verticais. A máquina tem o limite de velocidade de operação, dependendo
do tipo do fio, e em ordem de 450.000 rpm do fuso. A passagem do fio é de baixo
para cima.

16
Figura 2.4 Klinger A.M.I 500 Figura 2.5 Klinger C.M.G.

2.2.3 A MÁQUINA DE FALSA TORÇÃO A.R.C.T.

A figura 2.6 mostra o caminho do fio utilizado pelos sistemas F.T.F e F.T.U.
dentro das faixas das máquinas de texturização e crimpagem do Ateliers Rosannais
de Constructions Textiles. O fio é de falsa-torção, condicionamento e introdução de
volume.

17
Figura 2.6 Passagem do fio nos sistemas FTF e FTU

2.2.4 MÁQUINA DE STRETCH LEESONA

A figura 2.7 mostra a passagem do fio stretch na máquina Leesona No.


533
No. de fusos 156
Velocidade do fuso 50.000 a 300.000 rpm
Faixa de torção 33 a 130 tpi
Direção da torção todos “S”, todos “Z”, ou alternados “S” e “Z”.

18
Figura 2.7 Passagem do fio usando Máquina Stretch Leesona No. 553

3.0 EVOLUÇÃO DA FALSA TORÇÃO

Os construtores de máquinas têxteis criaram uma máquina que derivou


diretamente da retorcedeira clássica, substituindo os fusos normais por um fuso oco,
no interior do qual o fio recebia a falsa torção.

Neste primeiro estágio os fusos eram acionados tangencialmente,


diretamente pela correia do motor.

A rotação dos mesmos situava-se entre 15.000 e 20.000 rpm.

19
Estes fusos eram ocos, em cuja extremidade superior havia duas barras
cruzadas, por onde o fio passava. (Fig. 3.1).

1 - Correio tangento 2 - Eixo propulsor do 3 - Suporte fixo 4 - Contrapeço de


rolamento apoio para correio
5 - Suporte móvel 6 - Bloqueador de 7 - Pasagem do filamento
torção

Figura 3.1 Fuso Oco com Barras Cruzadas

Os primeiros fusos tinham diâmetro exterior de 12 mm; posteriormente


passaram a 8 mm.

A produção destas máquinas era quatro vezes maior que a das retorcedeiras
comuns.

Em 1958 atingiu-se uma rotação de 50.000 rpm e em 1960, 80.000; com a


evolução de construtores de rolamentos chegou-se a 120.000 rpm.

Esta era uma etapa crítica a se vencer. Para isso era necessário que se
fizessem algumas inovações técnicas, o que foi efetuado pela firma LEESONA,
mantendo a fricção direta do fuso pela correia e substituindo o rolamento de esferas
por um aço especial (liga), que permitiu que se atingissem 350.000 e até 500.000
rpm.

Porém a maior parte doas construtores, a partir de 1961, passou a adotar o


acionamento indireto; podemos citar os fusos Heberlein e Fag.

O fuso (flyer), onde o fio recebe a torção é mantido em posição por um campo
magnético, contra dois discos de fricção montados sobre rolamentos de esferas.
Um dos discos é acoplado axialmente a uma bucha, que fica em contato
direto com a correia do motor.

Os discos são construídos de poliuretano tipo Vulkolan (Bayer). Fig (3.2).


20
1 – eixo 2 – rotor 3-

Figura 3.2 Discos de Poliuretano tipo Vulkolan

Transmissão da torção

Figura 3.2 A Flyers com Diabolôs de Safira

Estes discos giram a uma rotação de até 40.000 rpm, mais ou menos, o que
não traz problemas aos rolamentos de esferas; com uma rotação desta natureza, o
flyer chega a atingir 800.000 rpm.
Os primeiros flyers eram construídos com barras cruzadas mas atualmente o
material mais utilizado é a safira, em forma de diabolô, com um diâmetro de 0,8 a 1,0
mm (Fig. 3.2 A).

Existem flyers com vários valores de diâmetro externo, dependendo da


aplicação do mesmo e também do construtor da máquina.

21
Além disso, os flyers variam quanto ao formato e tamanho.

O diâmetro interno do flyer determina a gama ideal de titulagens dos fios


destinados à texturização.

Além do tipo de fuso mostrado na fig. 3.2, existem também dois outros tipos
de fusos:

a) Fuso Monogalet
b) Fuso a Fricção

O primeiro conta apenas com um disco de fricção e um imã transversal.


A energia utilizada para movimentar este tipo de flyer é reduzida.
Este fuso, com um disco de 50 mm de diâmetro, existe atualmente com dois
diâmetros para flyer: ø 2,5 mm para 110 dtex e ø 3,0 mm para títulos superiores
(ARCT)

Figura 3.3 Fuso Monogalet

O fuso de fricção não possui flyers.

Como construtores destes fusos podemos citar: - ARCT, GIUDICI, SPINNER,


BARMAG (Fag), HEBELEIN.

22
Quase todos eles produzem fusos com fricção externa ou interna (Fig 3.4).

Figura 3.4 Fuso de Fricção

Estes fusos tiveram um desenvolvimento bem recente e ocupam atualmente


uma mínima porcentagem no mercado.

A grande vantagem destes fusos é a possibilidade de se trabalhar com


velocidades maiores e, consequentemente maiores produções.

Normalmente as máquinas mais modernas são oferecidas aos compradores


com opção quanto ao tipo de fuso a ser utilizado: - se magnético ou a fricção.

Atualmente existem controvérsias sobre a utilização ou não dos fusos de


fricção.

3.1 FRICÇÃO

a) Fricção interna (buche)


b) Fricção externa (discos)

3.1.1 Fricção Interna

23
Estes fusos, para os quais aparecem vários modelos, apresentaram sempre
um grave inconveniente, ou seja, irreprodutividade de um fuso a outro na mesma
máquina e rápido desgaste das buchas de poliuretano e, consequentemente,
agravando com o tempo o problema da reprodutibilidade. Assim esta tecnologia ficou
limitada à texturização de fios finos de nylon ( até 40 dtex), que têm baixo torque,
para aplicação em meias.

Todas as tentativas de texturizar os fios de poliéster ou nylon com títulos


maiores, com este tipo de fuso resultaram em fracasso.

Fricção Externa

Buscaram então outra opção, a Fricção externa, onde o fio é torcido por atrito
sob o órgão rotativo, e que, indiscutivelmente, apresenta uma série de vantagens em
relação à fricção interna:

- Variação do número de discos


- Possiblidade de regular embarragens nos discos, variando distâncias entre
eixos.
- Passando do fio muito mais fácil
- Mecânica muito mais leve, etc.

Este órgão rotativo tem um ø muito maior que o do fio e portanto podemos
obter altas velocidades de torções dos fios – de 3 a 4 milhões de rpm-, para uma
rotação aceitável do órgão rotativo. Esta técnica apresenta um grande incoveniente
em relação a falsa torção classica de não ser positivo, com deslizamentos no sentido
do fio não garantindo a reprodutibilidade e um desgaste rápido do poliuretano. A
substituição do poliuretano por materiais mais duros resultaem menor desgaste mas
num maior deslizamento, e atualmente os fusos são revestidos com materiais mais
duros como a cerâmica, diamante, etc.

O material de revestimento dos discos está em plena evolução e cada


fabricante conta as vantagens de seu material.
POSITORG:
A idéia básica do fuso desenvolvido pela Scragg foi de realizar um fuso onde
o deslizamento fosse eliminado. Isto é teoricamente possível, e podemos resumir da
seguinte forma:

Se o fio atacar o disco perpendicularmente ao seu plano teremos a seguinte


situação:
24
Como se observa a velocidade tangencial do disco não tem a mesma direção
da velocidade da superfície do fio e, portanto há um deslizamento. (Analogamente:
um automóvel com eixo traseiro desalinhado o desgaste dos pneus é rápido e do
piso também).

Conclusão: Desgaste do disco.

Deslizamento não pode ser neutralizado – qualidade variável e


irreprodutível.

A idéia POSITORG é fazer o fio atacar o disco segundo um ângulo tal que
não haja deslizamento.

A direção do movimento do disco e da superfície do disco sendo a mesma


pode-se igualar teoricamente as duas velocidades se a aderência entre o fio e o
disco for suficiente para transmitir o movimento e assim evitar qualquer
deslizamento.

Nesta condição ideal temos :


VD/VF = sec α
VD = velocidade tangencial do disco
VF = velocidade linear do fio torcido
Existe uma relação entre a velocidade do fio torcido (VF) e a velocidade linear
do fio (VL), que é função do ângulo de hélice, isto é, da torção:

VL = VF.1/2.(1+sec α

25
VD/VF = 2/(1+cos α)
O ângulo α é praticamente constante em texturização pois é conhecida a relação de
aumento de torção com o título.

Em todos os estudos realizados até hoje tanto para os títulos em nylon ou


poliéster o ângulo da hélice (α) de saturação de torção é de 70º, mas na prática se
trabalha com ângulos um pouco abaixo da saturação α = 60º.
Assim,
VD/VL = 2/(1+cos65º)=1.4
VD/VL = 1.4

Este conceito de relação entre velocidade tangencial do disco e velocidade


linear de texturização é usado em fricção (D/Y), e a relação correta para uma
texturização sem deslizamento é de 1.4. Observamos também que o fio ataca o
disco no ângulo ideal, existe uma componente da força de atrito entre o fio e o disco
que impulsiona o fio na direção do seu movimento. Assim é possível se ter no caso
do fuso fricção uma relação de tensão negativa, isto é:

(Tensão após fricção/Tensão antes fricção) < 1

Na prática os fusos POSITORG com revestimentos de poliuretano, para


melhor aderência (fio x disco), apresentam desgastes, pois na realidade o
deslizamento perfeito é somente teórico. (Analogia→Um pneu mesmo com
alinhamento perfeito apresenta desgaste). Os fusos modernos são revestidos com
materiais mais duros, cerâmica, diamante, etc. para evitar maiores desgastes, e,
consequentemente mudando a relação de 1,4.

Esta curva de subida de torção, mostra que pode-se obter com disco de
cerâmica a mesma torção com uma VD/VL mais baixa, porém menos estável.

Vantagens da Fricção sobre o MAGNETICO


- possibilidade de velocidades mais altas
- lançamento mais rápido
- menor consumo de energia

Ex.: fuso magnético 130 m/mim→34 Watts/fuso


Fuso fricção 210m/mim→8 Watts/fuso

3.2 DETERMINAÇÃO DA FALSA TORÇÃO

Existem fórmulas para determinação da falsa torção a ser aplicadas nos fios.
Damos abaixo algumas delas:
26
Heberlein

t/m = (25.000/den.)+100 (para Poliéster)

t/m = 25.000/den. (para o nylon)

t/m = (275000/(dtex + 43)) + 950

t/m = 28000/ detx

A figura 3.5 (14), mostra um gráfico da correlação de algumas fórmulas.


Na RIQT, o STxP utiliza na texturização de fios de poliéster, a fórmula

t/m=28000/ dtex
Isso determina um ângulo da hélice de aproximadamente 55º.

3.2.1 SENTIDO DA TORÇÃO

Em texturização por falsa torção é importante observar o sentido da torção (S


ou Z) a ser dada ao fio.

Este sentido é determinado pelo sentido de rotação do flyer (horário ou anti-


horário) e pelo passamento do fio no diabolô do mesmo.

Representando esquematicamente uma máquina temos: (fig. 3.6).

Importante: O sentido de torção de texturização deve ser inverso ao de torção


do fio em cops.

27
Figura 3.5 Gráfico de Determinação de Falsa Torção

Isto se deve ao fato de que o fio deve passar pelo ponto de zero torção para
obter uma texturização mais rica.

O passamento de modo incorreto acarreta um fio defeituoso e até a quebra do


mesmo (há também variação na tensão deste fio em comparação com outro, onde a
passagem foi correta).

3.2.2 CONSIDERAÇÕES SOBRE OS FLYERS

Antigamente eram fabricados muito flyers com o processo de barras de tital,


cruzadas.

Atualmente este tipo de flyer quase não é mais usado ( a não ser em
Acetato); quase que a totalidade dos flyers é hoje composta de diabolôs de safira.

Dos flyers com diabolôs de safira, podemos encontrar:

a) Flyer com diabolô concêntrico

Figura-16. Este tipo de flyer provoca uma descentralização do fio, fazendo


com que ele trabalhe fora do eixo vertical do flyer, formando uma inclinação.

28
Figura 3.7 Flyer com Diabolô Concêntrico

Isto provoca um problema de balão, que é causa de preocupação na


texturização.

b) Flyer com diabolô excentrado

Figura-3.8. O diabolô é excentrico em relação ao eixo do flyer. Isto faz com


que o fio passe exatamente no eixo do flyer, elinando com isso o problema do balão.

Figura 3.8 Flyer com Diabolô Excentrado

3.2.3 VARIÁVEIS DA TEXTURIZAÇÃO (FT)

Na texturização de um fio, os aspectos mais importantes a serem observados


são os seguintes:

29
- Temperatura
- Torção
- Tensão na zona de texturização.
-
a) Temperatura

É determinada pela natureza da matéria-prima.

Damos um quadro ilustrativo na fig. 3.9

Figura 3.9 Temperaturas de Texturização

3.2.4 DISTRIBUIÇÃO DA TORÇÃO (Figura 3.10)

b) Torção

É um dos fatores mais importantes no processo de texturização por falsa


torção, visto que ela determina as propriedades fundamentais de um fio texturizado:
- Volumosidade, Resistência e Elasticidade.
30
Uma torção insuficiente dá ao fio uma texturização pobre ( fio pouco
volumoso, pouco elástico e brilhante): ao contrário uma torção elevada provoca
quebras de filamentos, pontos fechados, perda de resistência.

A fórmula: t/m=28000/ dtex nos dá a torção de saturação do fio.

Além deste valor o fio pode torcer-se duplamente, formando as passagens


fechadas.

O torque ao longo do comprimento do fio pode ser considerado como mais ou


menos constante (torque este transmitido pelo fuso) e conforme o módulo de
elasticidade do fio diminui com o aumento da temperatura, a torção aumenta até o
nível máximo, à medida em que o fio avança no forno.

Pela figura 3.0, nota-se que a torção até a entrada do forno é cerca de 2/3 da
torção final.

Antigamente pensava-se que os fusos permitiam um considerável


deslizamento da torção. Atualmente aceita-se que, em geral, sob condições normais
de rotação a perda desta é insignificante.

b) Tensão na zona de texturização

A tensão (g) do fio na zona de texturização deve ser bem controlada, a fim de
que se possa ter um bom andamento do mesmo.

Uma tensão baixa provoca deslizamentos no flyer, balão excessivo e muitas


quebras.

Por outro lado, uma tensão alta acarreta filamentos quebrados, quebras e um
maior desgaste da safira do flyer.

As tensões são medidas antes (T1) e após o flyer (T2) com aparelhos
apropriados (Tensiômetros).

Basicamente a tensão do fio é determinada:


- Pela relação das velocidades dos cilindros (over-feed ou under-feed)
- Pelo esticamento do fio
- Pela temperatura do forno
A relação das tensões (T2/T1) deve estar entre os valores 2 e 3.
A tensão do fio antes do flyer (T1) deve estar entre os valores de 0.10 a 0.15
g/dtex.

Exemplo
Para um fio poliéster 145/34 SO.
T1=14.5 a 22g.

3.3 AQUECIMENTO E FIXAÇÃO DO FIO

Fusos mais firmes e velocidades do fio mais altas têm a necessidade de


adotar aquecimentos maiores na s máquinas, afim de que o fio seja aquecido
suficientemente e durante um longo período, assim como velocidades iniciais
inferiores.
31
Ao mesmo tempo, a demanda de qualidade e, portanto melhor controle das
temperaturas dos aquecedores tem originado melhoramentos na construção dos
aquecedores assegurando assim um aquecimento igual de fuso para fuso dentro da
máquina.

A esse respeito, a idéia de um aquecedor passando ao longo do comprimento


da máquina e sobre o qual passe todo o fio, apresenta-se como um recurso
evidente.

Também a fabricação de aquecedores tem melhorado cada vez mais e muita


gente compenetrou-se da importância do caminho pelo qual o calor é transferido ao
fio, o tempo de passagem do fio sobre o aquecedor eo tempo de resfriamento antes
do fio vir a ser distorcido no fuso. Estes fatores são importantes para seu efeito
sobre a eficiência com a qual a torção é fixada no fio.

Foi demonstrado que uma fixação a quente insuficiente tem efeito sobre a
freqüência do encrespado “crimp”, bem como sobre as propriedades de recuperação
do fio. Isto é porque as espirais helicoidais do fio torcido e mal fixado aumentam no
diâmetro, e são então reduzidos em número, quando o fio é destorcido na 3º etapa
do processo de texturização.

A fixação do fio ocorre, naturalmente, na zona de resfriamento entre o final do


aquecedor e o fuso onde o fio é destorcido.

32
Figura 311. Diagrama do Gradiente de Temperatura A figura 3.11, mostra o
diagrama do gradiente de temperatura dos diferentes sistemas de aquecimento
utilizados
O princípio é o mesmo da máquina FT, acrescenta-se a máquina FT um
segundo forno que permite fixar o fio com o aspecto que a falsa torção lhe deu.
Pela diferença de velocidade de entrada e saída do fio no segundo forno e a
temperatura,determina-se sua voluminosidade e sua elasticidade.
Essas máquinas permitem obter em uma só operação fios volumonosos com
elasticidade reduzida.
33
Elas apresentam a vantagem de ter uma gama de regulagens muito grande e
dão uma boa regularidade de fixação ao fio.
A produtividade de texturização é limitada pela velocidade de rotação do flyer
que atinge atualmente a 800.000 rpm (14.000 rps), sendo que já é um recorde para
a mecânica industrial. Vai se chegar neste rumo um pouco mais longe,
provavelmente se aproxime do limite, e o preço do material e a sua manutenção
deverá ser excessivamente mais cara. No caso dos fios finos para aplicação em
meias (20 dtex) esta limitação representa um sério inconveniente, pois como a
torção aplicada é da ordem de 5.000 v/m, o limite de velocidade linear é de 120/160
m /min. E como as demais fases do processo de texturização tais como
desenrolamento, fixação, enrolamento (bat/borboleta), não temos problemas,
poderemos atingir velocidades da ordem de 600 m/min não fosse a limitação de
rotação do flyer que representa um sério entrave ao aumento da produtividade nas
máquinas de texturização.

4. PROCESSOS QUE NÃO EMPREGAM A TORÇÃO

a) CLASSE ACUMULAÇÃO – Processo Ban-Lon

É um processo que foi patenteado pela Bancroft.

Consta de dois galets com pressão que introduzem o fio no interior de uma
caixa tubular aquecida.

O fio é enrolado na saída através de um fuso (tipo conicaleira) (Figura 4.1).

34
Figura 4.1 Processo BAN-LON
Exemplo:
- Matéria-prima: Nylon 78/23 dtex
- Velocidade de alimentação: 300 m/min
- Velocidade de recepção: 250 m/min
- Temperatura da caixa: 190ºC.
Atua-se sobre a velocidade de alimentação de forma a se obter valores de
sobre-alimentação.

No Rio Grande do Sul, a Lansul utiliza este processo.

35
b) CLASSE DEFORMAÇÃO

b.1) Agilon

O fio é pré-aquecido sobre um cilindro, passando em seguida sobre uma


lâmina, formando com esta um ângulo de aproximadamente 30º.

Há diferença de retração e frisagem pelo efeito bilame, durante um tratamento


térmico posterior (Figura 2).

Figura 4.2 Processo Agilon


Em São Paulo, a Marfex utiliza este processo.

36
b.2) Texturização por Engrenagens

O fio não-estirado é alimentado positivamente; depois ele passa em torno de


um dedo de estiragem aquecido e é estirado por um par de pinhões cônicos.

TEXTURIZAÇÃO POR ENGRENAGENS


(Figura 3)

A relação: -(φ primitivo do par estirador / φ cilindro alimentador) corresponde à taxa


natural de estiragem ( Figura 4.3).

b.3) Texturização tipo KDK

Este processo consta de :


- Tricotagem
- Fixação
- Destricotagem em conicaleira.

É um processo particularmente interessante no caso de tingimento em fio;


neste caso a fixação é efetuada durante a operação de tingimento (120-130ºC) e o
tratamento de desensimagem permite eliminar prováveis impurezas, acumuladas
durante a tricotagem.

37
O fio, pouco elástico e pouco volumoso, apresenta efeitos especiais (Figura
4.4).

Figura 4.4 Processo Tipo KDK

c) CLASSE QUÍMICA

E o processo dos fios “Bilames” ou bicompostos, extrudados por uma mesma


cabeça de fiação dois polímeros de natureza e reações diferentes.

Durante um tratamento térmico, estes dois polímeros reagem de forma


diferente, provocando uma frisura do fio (efeito Bilame) (Figura 4.5).

38
Figura 4.5 Texturização Bilame

d) CLASSE POR JATO DE AR COMPRIMIDO

É o processo “Taslan”, patenteado pela “DUPONT”.


É o único que não emprega torção nem aquecimento.

O fio, pré-torcido ou não, passa por um Buse ou jato de ar comprimido, que


forma os Buclês.

Regula-se a sobre-alimentação de um ou de vários fios, o que condiciona o


volume do fio texturizado obtido (Figura 6).

39
Figura 4.6 Método TASLAN

40
Figura 4.6A Método TASLAN

4.1 TEXTURIZAÇÃO PRODUTOR

Até agora nos referimos aos processos de texturização por falsa torção,
apenas no que diz respeito ao fenômeno da falsa torção propriamente dito, isto é,
não levamos em conta a estiragem do fio, pois supomos que o fio de alimentação já
era estirado.

Vamos analisar o processo de fabricação do fio têxtil texturizado.

Polimerização Fiação Estiragem Texturização Embalgem

O polímero é fundido e transformado em fio, numa fase do processo de


fabricação denominada FIAÇÃO, após o que o fio deve ser estirado, depois
texturizado.

Alguns anos atrás a maior parte do fio texturizado era produzido por indústrias
que compravam o fio estirado do produtor de fios sintéticos e os texturizavam para
vender no mercado consumidor.

Atualmente surgiu uma nova técnica: TEXTURIZADO PRODUTOR que como


seu nome sugere, é uma texturização feita pelo produtor de fios sintéticos.

41
Esta nova técnica da necessidade permanente de reduzir as etapas de
fabricação, isto é diminuir a quantidade de máquinas e manipulações ( em particular
os enrolamentos intermediários) para diminuir o custo do produto final e melhorar a
qualidade.

Conforme o número de etapas de fabricação eliminadas, teremos diferentes


aspectos:

1- Integração ESTIRAGEM-TEXTURIZAÇÃO
2- Integração TOTAL

Examinaremos o primeiro caso, o qual é, atualmente, o mais divulgado, uma


vez que o segundo esta, no momento, limitado ao fio tapete (integração total:
polimerização, fiação, estiragem, texturização sequencialmente).

4.2 INTEGRAÇÃO ESTIRAGEM – TEXTURIZAÇÃO

Princípio:

Parte-se de uma bobina de fiação e sabe-se que em fio sintético a taxa de


estiragem diminui quando a velocidade de fiação aumenta.
A grosso modo pode-se admitir que:

A taxa de estiragem que a nova máquina integrada deverá ter é função da


velocidade de fiação.

As bobinas de fiação saem atualmente com a seguinte gama de velocidades:


800 a 1200m/min. Fiação convencional ( antigas)
2800 a 33000 m/min. Fiação moderna ( fio semi-estirado)

portanto a máquina integrada deverá ter taxas desde valores inferiores à 2 até 4 e
existem ainda dois processos para se estirar-texturizar o fio:

1- em sequencial, isto é, estirar e depois texturizar, em duas fases distintas, mas na


mesma máquina.
2- Em simultâneo, isto é, estirar e texturizar, ao mesmo tempo.

4.3 PROCESSO ESTIRAGEM-TEXTURIZAÇÃO SEQUENCIAL

A estiragem é feita na própria texturizadora, porém em uma zona


independente.

42
Não há nenhuma novidade, sendo que as duas etapas de fabricação
continuam separadas e tudo o que se sabe das duas, continua válido.

O limite da produtividade é função da velocidade de texturização que no


sistema falsa-torção é da ordem de 250 m/min. Assim sendo, a velocidade de
estiragem tem o mesmo valor, que é mais baixo que na estiragem convencional (800
a 1000 m/min).

Esse processo é suscetível de trabalhar com fio fiado com qualquer


velocidade.

4.4 PROCESSO ESTIRAGEM-TEXTURIZAÇÃO SIMULTÂNEO

Nesse processo, o fio é estirado, torcido e fixado, ao mesmo tempo. Aparece


um novo fenômeno, quando se estira os filamentos devem poder deslizar uns em
relação aos outros, no caso em que a zona de estricção não estiver no mesmo lugar
para todos os filamentos.

Pode-se imaginar, facilmente, que isto seja bom se os filamentos são


paralelos, mas no caso de uma torção, isto é difícil ou mesmo impossível (impedir o
deslizamento é a própria finalidade da torção na fiação de fibras).

43
Portanto é fácil deduzir que, quanto menor a taxa de estiragem, mais fácil
será a estiragem-texturização em simultâneo. É por isso que a taxa do simultâneo
somente é válida para fios fiados a mais de 2000m/min, com velocidades menores, a
taxa é muito grande e o deslizamento dos filamentos é dificultado, com quebras dos
fios e fio peludo.

Tudo dito anteriormente refere-se mais ao nylon do que ao poliéster, que


possui ponto de estricção melhor localizado, mais ou menos no mesmo lugar para
todos os filamentos.

Esta técnica : Estiragem-texturização simultâneo é a mais procurada em todos


os lugares porque:

- a máquina é mais simples, mais barata.


- Os filamentos são deformados por pressão mútua e portanto se obtém um
efeito multilobe gratuito, que é desejado.

4.5 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO FIO TEXTURIZADO

PRODUTOR

1- TÍTULO – é função do título fiação e taxa de estiragem (dtex).


2- ESTICAMENTO – função da taxa de estiragem (%).
3- RESISTÊNCIA – função da resistência de fiação, temperaturas e taxa (g).
4- FILAMENTOS PARTIDOS – função da taxa, torção, estado da máquina.
5- PONTOS FECHADOS – função da torção, tensões, % ensimagem, taxas.
6- K1, K2 , K3, K4 – função da torção, temperaturas, taxas (%).
7- GAVINHA – função das temperaturas (mm)
8- FLUAGEM – função das temperaturas (%).
44
9- % ÓLEO SOBRE O FIO – função da velocidade do disco.
10- AFINIDADE TINTORIAL – função da taxa e temperaturas.
11- DUREZA DO ENROLAMENTO – função da taxa na recepção.

4.6 VARIÁVEIS DE TEXTURIZAÇÃO

1 taxas
2 torção
3 temperatura
4 velocidade
5 tensões
Vi = velocidade do cilindro i
Tj = temperatura do forno j
RPM = rotação do flyer
1) Taxas
a- taxa de estiragem
V2/V1

b- taxa de fixação
V2 – V3 x 100 / V2
V2 – V3 > 0 = relaxação (underfeed)
V2 – V3 < 0 = estiragem (overfeed)

c- taxa de recepção

V2 – V4 x100 / V2

2) Torção
R=RPM/V2
32800 / dtex = torção máxima
α=55º

3) Temperatura
T1 – 150 – 250ºC
T2 – 0 - 250ºC

45
4) Velocidade

A velocidade de texturização é a V2, ela é a referência para as demais e é


limitada pela RPM do flyer ( limite atual 800.000 rpm).

5) Tensões
a- antes flyer (T1)
b- após flyer (T2)
c- enrolamento (TE)

5. INFLUÊNCIA DOS PRINCIPAIS PARÂMETROS DE TEXTURIZAÇÃO NAS


CARACTERÍSTICAS DO FIO TEXTURIZADO.

Os principais parâmetros são:

- Temperatura de texturização.
- Estiragem na zona de texturização (Overfeed e Underfeed).
- Torção
- Temperatura de fixação
- Retrto na zona de fixação.

Para verificação das influências, foram feitos ensaios de variações desses


parâmetros numa máquina de texturização (ARCT FTF 490), a uma velocidade
constante e para cada variação de um dos parâmetros, os outros permanecem
constantes. Cabe salientar que esses ensaios foram efetuados com poliéster, mas a
variação para o nylon é aproximadamente igual.

Para julgar as características do fio, foi utilizado o controle CIRFS.

46
6. CONCLUSÕES PRINCIPAIS

1a.) O K1 (elongação da frisura) é altamente influenciado por todos os fatores


analisados, principalmente: a temperatura de texturização, a estiragem na zona de
texturização e as condições de fixação. (ver gráfico I).

2a.) Correlação entre K1 e K2 (ver gráfico II).


3a.) Estabilidade da frisura (K3). (ver gráfico III).
4a.) Retrato residual (K4). ( ver gráfico V).
5a.) A perda de resistência mostra-se importante quando a temperatura e a
torção de texturização aumentam.

A estiragem dentro do forno também faz diminuir a resistência. (ver gráfico


VI).

6a.) Fluagem- alguma influência da temperatura de texturização, torção e


temperatura de fixação. (ver gráficoVII).

7a.) O resumo das influências aparecem no quadro a seguir :

1º forno Torção 2º forno

Temp. Estirage Temp. Retração


m
Alongamento da
frisura(K1)
Retração Residual
(K4)
Resistência do fio
Fluagem
Alongamento
Gavinha (mm)
Propriedades
têxteis

= aumento = Forte aumento


= diminuição = Forte diminuição
= constante

47
Gráfico 1 Controle CIRFS – K1 (elongação da frisura)

48
Gráfico 2 Correlação entre K1 e K2

49
Gráfico 3 Controle CIRES – K3 (estabilidade da frisura)

50
Gráfico 4 Correlação entre K1 e K3

51
Gráfico 5 Controle CIRFS – K4 (retrato residual)

52
Gráfico 6 Resistência do fio

53
Gráfico 7 Fluagem

54
TINGIMENTO E TRATAMENTO DE POLIESTER TEXTURIZADO

A fibra poliéster assegurou-se um lugar na vida de cada um de nós e no


mundo inteiro. A vida de hoje dificilmente pode ser imaginada sem a presença da
fibra poliéster sobre qualquer de suas varias formas.
Há quarenta anos, o Sr. Corothers descobriu o poliéster apto para formar uma
fibra , porém, a descoberta, mais tarde da fibra nylon chamou mais atenção.
No ano de 1939, os Srs. I.R. Whinfield e I.T Dickson idealizaram, nos
laboratórios da Calico Printers Association, um processo que possibilitou a primeira
fabricação da Terylene pela ICI em 1944. O triunfal desenvolvimento desta fibra têxtil
começou a três anos mais tarde quando a Du Pont, depois de negociações, lançou a
Dacron, a Farbwerke Hoeschst AG e Glanzstoff AG decidiram no mesmo ano a
fabricação de poliéster em licença.
Desde enato começou o tremendo desenvolvimento e sucesso do poliéster,
especialmente no campo do poliéster texturizado, e a produção aumentou dez vezes
com relação aos últimos dez anos. Em conseqüência, as instalações existentes de
tinturaria, estamparia, preparação e acabamento foram ampliadas e , em muitos
casos, instalações completamente novas foram adquiridas.
O rápido progresso foi possibilitado em boa parte pela firma Heberlein AG,
Suíça, que desenvolveu a texturização de “falsa torção”. A texturização modifica as
características do poliéster filamento e, com tratamento térmico, estes efeitos podem
ser fixados permanentemente. Os diversos métodos de texturização incluem “falsa
torção”(FT), “falsa torção fixada”(FTF), processos sobre lamina, pelo principio de
compressão longitudinal, efeito com jato de ar comprimido e processo de
ondulação(crinkle). Recentemente foram desenvolvidas fibras de poliéster com
diferentes estruturas o que se refere ao corte transversal, p.ex., tri- ou pentangular.
O presente esquema demonstra os diversos métodos respectivo mecanismo de
texturização. É interessante aos tintureiros conhecerem estes processos que têm
uma influencia sobre os métodos de tingimento e acabamento.
Presentemente, os fusos que produzem a “falsa torção” operam com rotações
de 250-300.000 rpm e na literatura técnica fala-se já de 700000rpm. O tempo para a
texturização depende da velocidade do percurso do fio que varia de 0,15-
0,75segundos, simultaneamente exposto a uma temperatura de 190-220o C.
Nestas condições consegue-se um fio de texturização crespa de alta
elasticidade. O fio termo fixado, i.é., fio de baixa elasticidade é produzido em lotes
por texturização à vapor ou por manipulação continua pelo processo de “falsa
torção”, usando um segundo agregado térmico(o primeiro agregado funciona
durante a texturização. O processo chamado “sistema de duplo aquecedor”).
Tensões, torque, diferenças nas condições de fixação, tudo isso provoca problemas
no tingimento. É fato que a texturização exerce uma tal forte influencia sobre a fibra
de poliéster que pode acontecer uma deformação na forma transversal da mesma.
Durante o processo de tingimento as partículas sólidas de corantes finamente
dispersados dissolveram-se para a forma mono-molecular, isso provoca um
equilíbrio entre corante dispersado e corante mono-molecular ; somente a forma
dissolvida é capaz de acumular-se na superfície da fibra e daí então começa a
difusão para dentro da fibra.
Esta difusão procede-se vagarosamente e determina o tempo do tingimento
como um todo. O andamento da mesma é guiado, p.ex., pela estrutura da fibra dos
corantes segundo suas características químicas, temperatur5a do banho do
55
tingimento, do tipo e quantidade de auxiliares, especialmente dos Carriers. Como o
tintureiro, infelizmente, não pode influenciar na escolha do tratamento da fibra, o
mesmo tem que se ajeitar com a seleção de corantes, auxiliares e temperatura do
banho de tingimento. Os fabricantes de corantes colaboram com os tintureiros
fornecendo cartelas e respectiva literatura técnica.
A seleção de corantes deve ter presente a sua função em superar as
diferenças da afinidade do material de fibras, diferenças estas causadas pelo
processo de fabricação, pela texturizacão ou por outros tratamentos. O resultado das
diferenças da afinidade nos tingimento de fios ou peças é um defeito que se chama
“barras”. Unicamente uma escolha criteriosa de corantes e o uso do processo de
tingimento com alta temperatura são indicados para cobrir suficientemente as
“barras”.

Tingimento de Fios

A maior parte dos fios de poliéster texturizado é fixada, seja pelo processo de
vaporização - quase sempre vaporização a vácuo ou por uma segunda termofixação
por maquinas texturizadoras de dois termoagregados. O fio tratado segundo este
ultimo processo, é principalmente usado nos teares circulares para malha e,
portanto, posteriormente tinto em peças.
De acordo com a natureza do equipamento texturizador, o material é tinto seja
na forma de manchões (tortas) ou em bobinas, tubos, que podem ser de material
plástico ou de aço inoxidável munidos de molas. Agora é fácil de escolher o
equipamento para o tingimento a alta temperatura, apropriado para uma ou outra
forma de acondicionamento. A escolha de um sistema de controle do processo de
trabalho é o mais importante fator, como também de um tanque de preparação, que
deve ter o mesmo volume que a própria maquina de tingimento existente. A mesma
deve ser construída com um “bypass” na bomba de circulação, para poder controlar
a quantidade da passagem do banho de tingimento e a pressão dentro do aparelho.
O fluxo do banho tem uma influencia importante sobre a própria dispersão dos
corantes. Durante o processo de tingimento o banho circula através de fios capilares.
O fluxo a grande pode cortar a dispersão provocando precipitações que causam um
aumento de pressão e redução no fluxo do banho. Para conseguir os melhores
resultados possíveis, o material, antes de ser tinto, deve ser colocado e
cuidadosamente prensado nos suportes do aparelho de tingir. Hoje em dia existem
dispositivos especiais que possibilitam este acondicionamento, com controle de uma
pressão igual sobre o volume total da carga de 0,24 - 0,28g/cm3
O valor do pH é de suma importância para o tingimento de poliéster
texturizado, o mesmo não afeta somente a reprodução da tonalidade, mas, também,
a cobertura de “barras”. Um pH de aproximadamente 5,5 é o mais recomendado. A
água, cujo tratamento pelo sistema de “troca de iones”, pode conter quantidade de
carbonato de sódio, por isso, não é possível de ajustar o valor do pH com o ácido
acético. O produto polyron 1004 foi especialmente desenvolvido para manter o pH
de 5,5 durante todas as fases do processo de tingimento. Polyron 1004 aplicado
com 1-2 g/l oferece uma excelente ação de tampão, permitindo boas reproduções,
rendimento do corante e cobertura das “barras”. Ao banho de tingimento, na
proporção de aprox. 1:15-1:20, e temperatura de 60o C, junta-se:

56
1g/l dispersante - Solegal A
x g/l agente tampão - polyron 1004, pH 4,5-5 e
y % corante disperso
Se necessário, usa-se 1-3 g/l de remol HT, 1-3 g/l de Leomin HSG. Remol
SME ou Leomin OR servem como excelentes dispersantes respectivamente
igualizantes. A temperatura deve ser elevada dentro de 40 minutos à 125o C e o
tingimento continua de 1h30min. Amostras podem ser retiradas após 60min. Em
caso de remonte, a próxima amostra pode ser retirada depois de 30min. Solta-se o
banho de tingimento à temperatura mais elevada possível, enxaguar com água
transbordando. A pratica mostrou que as temperaturas entre 70o C e 110o C são as
mais perigosas em vista de possíveis precipitações de corantes. Contudo, inúmeros
trabalhos executados com bons resultados, especialmente para tonalidades escuras,
seguiram as seguintes indicações:
Começa-se com a circulação de dentro para fora :
0,5 g/l Solegal A
Agente de correção valor pH 45.5-5
3 g/l Remol TRF
1 a 3 g/l Leomin HSG
Elevar a temperatura em cada minuto 2oC até atingir 125o-130oC

O corante disperso adiciona-se depois de 15 min. Agora marca-se a alteração


da circulação do banho a cada 5 min e tingimento continua por mais
aproximadamente 75 min. Limpeza redutiva é recomendada, geralmente e
especificamente para tonalidade escuras , já para as tonalidades claras
eventualmente ensaboa-se com um detergente não-iônico, em seguida a
mercadoria é tratada com 0,5 g/l de Leomin KP durante 15 min à 45o/50o C, para
obter maior maciez e propriedade antiestática. Agora extrai-se a água e/ou seca-se
como de costume.

Tingimento de peças
O que foi dito anteriormente sobre fio, também vale para o tingimento em
peças - os melhores resultados consegue-se com equipamento para tingir a alta
temperatura. Uma boa parte dos tintureiros tem bastante experiência com tingimento
em aparelho com cilindros perfurados, devido as sua longa prática com Poliamida.
Foi demonstrado, há pouco tempo, que malha tubular aberta de Poliester texturizado
pode ser tinta satisfatoriamente no turbostato sobre cilindro perfurado, porém, artigos
estruturados sofrem achatamento do relevo e torna o toque do material desfavorável.
As vezes é possível de melhorar o toque com tratamento posterior em corda na
barca molinete.

Barcas Molinete a Alta Temperatura

As primeiras barcas molinete de alta temperatura foram desenvolvidas nos USA,


pela firma Burlington Industries Inc., resultando das dificuldades de tingimento de
Poliester texturizado de estrutura em relevo no turbostato alta temperatura tem por
principio as barcas molinete comuns construídas dentro de um autoclave. Logo no
57
início, os problemas de formação de manchas de Carrier provocadas pela
condensação do banho de tingimento, conduziram para modificações, p. ex.,
aquecimento do teto da barca(K. Brueckner KG.), dispositivo de esguicho do próprio
banho contra o teto e paredes da barca(H. Krantz), um carregador de forma espiral
aumentando a velocidade de carregar(Bené - Villeurbanne).
Certos problemas, todavia, ficaram sem solução e isso levou a construção de
maquinas de tingimentos a jato. O primeiro tipo foi construído pela firma Gaston
County Dyeing Machine Company. A mesma idealizou o transporte das cordas do
material pelo fluxo forte do banho através de tubos (“Venturi-jet”) - circulação do
banho a jato. Desta maneira consegue-se reduzir a relação do banho do sistema
anterior - barca molinete alta temperatura com proporção de 1:20 - 1:30 à 1:8 - 1:10.
A desvantagem da formação de espuma provindo de resíduos de detergentes ou de
produtos dispersantes existentes no banho de tingimento, pode-se reduzir por meio
de anti-espumantes, ou reduzir a quantidade do próprio dispersante ou executar o
tingimento numa máquina que permite o tratamento da mercadoria inteiramente
dentro do próprio banho. Esta ultima possibilidade foi desenvolvida pela firma B.
Thies, que inventou um aparelho em forma de dois tubos verticais interligados
através dos quais o jato do banho de tingimento transporta a corda do material. Mais
tarde, as firmas R. Then e Krantz desenvolveram aparelhos horizontais
completamente cheio de banho. Fabricantes nacionais de “Full-Flow Jets” são as
Cia. Bertuso, Indsteel. Sta. Clara, Texima Material Fully Fashioned (confecção)
tinge-se a alta temperatura em aparelhos de paletas ou de tambores perfurados
rotativos.

Lavagem
O tratamento preliminar de poliéster texturizado é de suma importância e é
conhecido que a lavagem antes do tingimento muitas vezes é omitida para
economizar tempo. Todavia, lubrificantes antiestáticos etc. podem ficar texturizado
junto com o óleo de espular e é muito necessário remover todas estas impurezas da
mercadoria antes de tingir. Peças podem ser lavadas na barca molinete p.ex., com
detergentes não iônicos do tipo Hostapal CV conc. junto com um alcali suave e um
dispersante como Polyron T. Lavadeiras em largo sem tensão também podem ser
usadas. Lavadeiras de tipo “tambores perfurados”, recentemente desenvolvidas pela
firma Fleissner, representam equipamento para o retardamento de poliéster
texturizado.
Alem da eliminação de impurezas, uma manipulação “a vontade” do material
de poliéster texturizado assegurando o encolhimento, é de grande importância. É
usado muitas vezes o processo continuo com solventes ou, p.ex., o equipamento
Boewe (Böhler & Weber KG), ou o tratamento em largos recipientes de maquinas
para lavagem a seco, costumeiras.

Secagem e Termofixação Intermediária


Para secagem intermediária, a secadeira de tambor perfurado rotativo dá um
melhor toque, especialmente se trata de artigos estruturados. A secadeira de curtos
laços dá um efeito similar e secadeiras de tambores perfurados e remas secadeiras
de agulhas com uma boa super-alimentaçao, também são bastante eficientes. A
secagem intermediária deve ser executada entre 80-100o C. Existem maquinas
especiais para termofixação, desenvolvidas pela firma Fleissner (Equipamento RT),
e ramas com esteira contínua, fabricadas pela Brueckner. É importante que na

58
manipulação não aconteça uma tensão durante a termofixação, especialmente nas
aureolas.
Os problemas mencionados são encontrados em maior parte nas mercadorias
(roupas) de fio tinto e em artigos de malha (roupa) “fully fashioned” tintos em peças,
porém, menos no tingimento de peças de malha. Tratamento preliminar, o próprio
processo de tingimento, limpeza redutiva, óleo de espular, termofixação, como se
sabe tudo isso tem uma grande influencia sobre as solidezes dos corantes dispersos
e mais nas propriedades de solidezes especificas de cada corante.
Os mais sérios problemas encontram-se nas malhas (roupas) tricotadas em
barras ou listas de diferentes tonalidades, especialmente muanças escuras junto
com branco. O tingimento de malhas (roupas) ‘Full fashioned’ na máquina de paletas
causam menos problemas, mas de naturezas iguais aos anteriores. Poucos
problemas, graça ao princípio do próprio processo, encontram-se nos tingimentos
em artigos de tecidos ou malhas de Poliéster texturizado tintos em peças,
principalmente devido a possibilidade de uma razoável pré-fixação das peças e
ainda a fixação posterior pode ser executada em condições relativamente suaves.
Limpeza redutiva é essencial para garantir as melhores solidezes possíveis e
elimina os oligômeros. A mesma executa-se, geralmente, à temperatura de 70-90ºC
durante15-25 minutos, com:
3-10 cc/1 Soda Cáustica 38º Bé
5-5 g/l Hidrosulfito de Sódio
2-3 g/l Leomin HSG

Segue uma lavagem a temperatura mais alta do que a anterior do banho


redutivo e com transbordamento e circulação do banho de dentro para fora. Mais
escura a tonalidade mais importante é o processo de limpeza do banho redutivo.

Em caso de nuances muito cheias, um segundo banho redutivo pode ser


necessário ou mesmo uma limpeza redutiva a alta temperatura aproximadamente
110ºC durante 15-20 minutos, com uma redução de quantidade de Soda Cáustica e
do Hidróssulfito de Sódio, cada uma de 10-20%.

A qualidade do óleo de espular usado, também é de grande importância. O


mesmo deve oferecer, além dos requisitos exigidos pela fibra poliéster, uma
facilidade de remoção, como também manter as propriedades de solidez do corante
disperso. Depois de aplicar o óleo de espular, o fio tricotado para artigos de
confecção, que devem ser termofixados. Todos os óleos, produtos antiestáticos, etc.
agora devem ser completamente eliminados por meio de lavagem ou tratamento de
lavagem a seco, antes de termofixar. As condições atuais de termofixação são 30
segundos à 155-165ºC, as temperaturas devem ser aplicadas as mais baixas
possíveis. Após termofixação, muita das vezes um tratamento também é necessário.
Os mais milindrosos são os artigos tricotados com poliéster texturizado fio tinto,
porque os mesmos contêm óleo de espular, que deve ser eliminado antes de
termofixar.

Todos os corantes dispersos inclina-se a sublimar durante a termofixação,


mas, naturalmente, aqueles com baixa solidez a sublimação e tons escuros. Por este
59
motivo, uma forte limpeza redutiva, depois da termofixação, é necessária
especialmente artigos com faixas ou listas escuras juntas com tonalidades mais
claras e brancas.
Para artigos ‘full fashioned’(confeccionado) e mercadoria em peças, as
condições de limpeza redutiva são determinadas pelas propriedade4s dos corantes
aplicados, considerando a solidez a sublimação, profundidade do tom e o tipo do
amaciante ou antiestático usados. Para poder resolver se uma limpeza redutiva é
necessária, deve-se testar a solidez a fricção a seco ou a úmido, ou a lavagem à 50o
C.

Seleção de corantes

Existem diversos métodos para determinar uma escolha apropriada de


corantes dispersos, mas todos eles podem ser considerados auxiliares adicionais.
Os mais conhecidos são o teste de transferencia da Du Pont, o método da BASF
para determinar o coeficiente de difusão e o uso de materiais de poliéster especiais
fornecidos pelas firmas Hochst AG.

O teste de transferencia e o da determinação do coeficiente da difusão indica


somente valores para as propriedades de migração dos corantes. Provas com
materiais específicos de testes , possuindo os defeitos, ajudam na seleção de
corantes que escondem diferenças provindas do processo de filamento do fio
poliéster. No entanto, achamos que todos somente podem ser considerados
suplementos das observações de provas de tingimento na prática.

Os corantes dispersos encontram-se no mercado em forma de pó,


granulados, líquidos ou em pastas. No estado em que se apresentam, de qualquer
forma são partículas sólidas que permitem ao tintureiro de preparar uma fina
dispersão de acordo com as indicações do fabricante. Depois de exaustivos testes,
nós achamos que, praticamente, não existe vantagem na aplicação de uma ou outra
forma de corante para esconder defeitos no material, provocados pela fabricação.

Seleção de auxiliares

O Carriers influenciam a orientação molecular nas zonas amorfas do poliéster,


permitindo uma difusão mais fácil das moléculas dos corantes dispersos. Um Carrier
não devia influenciar a solidez à luz e a fricção, não devia ser tóxico, não devia ter
odor e não devia ser caro demais, infelizmente, a indústria química com todos os
seus recursos não encontra uma solução para estas exigências e, portanto, para os
objetivos da prática um compromisso é necessário. A maior parte dos Carriers
baseiam-se sobre Diphenyl, O-Phenyl-Phenol, Methylsalicylate, derivados de
Naphthalene e Clorados de Benzeno, e são principalmente usados em combinações
com emulgadores.

60
Oligômeros
Grande influencia sobre tratamento de Poliéster exercem os bem pequenos
oligômeros, estes apresentam baixo molecular Poliéster que se encontram na fibra.
Os mesmos migram para a superfície do filamento de Poliéster durante o processo
de tingimento, especialmente em condições de alta temperatura, mas, também, na
presença de Carriers e podem depositar-se na superfície do material ou nas paredes
ou nas bombas do aparelho durante o processo de tingimento. Em caso de
tingimento de fio, os oligômeros formam um fino deposito nos freios do fio da
porcelana da espuladeira, assim aumentando a tensão a um ponto não desejável.
Sob microscópio, este pó branco mostra a sua verdadeira natureza: - os oligômeros
são cristais de cantos afiados. Em maiores quantidades os mesmos podem provocar
grandes dificuldades durante o processo de espular, tricotar e tecer, portanto, é
portanto, é muito importante de eliminar os oligômeros do material, seja soltando o
banho de tingimento o mais quente possível(92-95o C) ou enxaguando com
transbordamento do banho, circulação de dentro para fora. Uma forte limpeza
redutiva especialmente com Leomin HSG é o caminho mais seguro para superar as
influencias prejudiciais dos oligômeros.

TESTES EM FIOS TEXTURIZADOS EM CORRELAÇÃO COM A PROPENSÃO


PARA O EFEITO BARRÉ

INTRODUÇÃO

Numa revisão bastante elucidativa (1), BERNDT e HEIDEMAN exploraram a


utilidade de uma ampla gama de técnicas experimentais para p[redizer ou elucidar
as causas do efeito “barré” nos fios de poliéster. Colocou-se toda a ênfase no “barré”
originário das diferenças existentes na estrutura das fibras, induzidas pela fabricação
ou pelos tratamentos térmicos. Nenhuma mensuração singela, exceto talvez a
mensuração do índice de tingimento de um corante sensível , mostrou-se adequada
para predizer a resposta futura que o fio daria ao tingimento, porém muitas técnicas
foram mostradas como úteis na diagnose do problema.

O trabalho aqui apresentado tenciona ilustrar como este tipo de problema


complexo pode ser estudado de uma maneira sistemática e quantitativa. Na base de
um modelo estatístico, os fios texturizados de poliéster foram preparados com 34
cabos de 150 deniers, utilizando ampla gama de processos de texturização. Muitas
das diferentes propriedades desses fios texturizados foram objeto de mensuração,
de forma que sua dependência sobre os parâmetros de texturização pudessem ser
determinados. A enfas4e desta apresentação repousa no comportamento tintorial
dos fios texturizados e na modificação tintorial desse tintorial através de mudanças
nas condições de texturização.

(a) EQUIPAMENTO DE TEXTURIZAÇÃO

Todas as amostras foram texturizadas numa máquina de texturização de falsa


torção (Leesona 555/570), utilizando somente uma posição.

(b) FIOS DE ALIMENTAÇÃO

As amostras de fios foram texturizadas a partir de fios experimentais de


filamentos de 150denier/34, com seção transversal redonda. Dois diferentes lotes
61
destes fios de alimentação foram utilizados e obtidos em tempos diferentes. Eles se
acham identificados pela variável FR.

(c) VARIÁVEIS DA TEXTURIZAÇÃO

O ajuste da máquina de texturização acha-se ilustrado pela Figura 1,


juntamente com importantes variáveis de texturização. Essas variáveis acham-se
resumidas abaixo:
Ordem de Experimentação das Amostras----------------- NR
Lote de Fios Alimentadores--------------------------------- FR
Primeira Temperatura do Aquecedor---------------------- H1
Primeiro Aquecimento de Sobrealimentação--------------- O1
Torção------------------------------------------------------------ TW
Segunda Temperatura do Aquecedor------------------------ H2
Segundo Aquecimento de Sobrealimentação---------------- O2
Velocidade do Fuso--------------------------------------------- 300.000rpm
Sobre alimentação da Embalagem----------------------------- 6%

(d) VARIÁVEIS DA TEXTURIZAÇÃO (NÍVEIS DO PROJETO)

Os níveis das variáveis de texturização no aparelho Leesona 555/570 que


poderiam produzir um fio texturizado convencionalmente para equiparar-se a um
equivalente comercial foram ajustados como abaixo:
H1 = 420°F
O1 = + 1%
TW = 60 t.p.p
H2 = 420°F
O2 = + 12%
Os ajustes acima das variáveis de texturização foram designadas como
“níveis centrais” (0).

A fim de lidar com o grande número de variáveis do processo, um modelo


estatístico se fez necessário para a experiência.

O modelo estatístico original para a geração dos fios texturizados foi um


modelo rotativo de segunda ordem (k=5(1/2 rep); nc = 16; na = 10; no = 6) que
requereu 32 diferentes ajustes de condições de texturização (32 amostras). Algumas
condições adicionais foram acrescidas para detectar quaisquer efeitos na ordem de
texturização (NR) ou no lote de fios de alimentação (FR).

A Tabela 1 mostra o esquema de código numérico usado para definir o nível


de cada variável de texturização.

TABELA 1 – NÍVEIS CODIFICADOS DAS VARIÁVEIS DE TEXTURIZAÇÃO


NÍVEIS DO MODELO ESTATÍSTICO
Variável -2 -1 0 +1 +2
H1 (°F) 380 400 420 440 460
O1 (%) -1 0 +1 +2 +3
TW (t.p.p) 50 55 60 65 70
H2 (°F) 380 400 420 440 460
O2 (%) +4 +8 +12 +16 +20

62
Os ajustes centrais das variáveis foram designados pelo símbolo “0”. Todas
as variáveis foram codificadas para fornecer unidades incrementadas dos níveis nos
ajustes do tipo –2, -1, 0, +1, +2. Cada amostra de fio texturizado foi produzida
utilizando uma combinação particular de níveis codificados de variáveis O1, O2, H1,
H2 e TW. Cada uma dessas combinações refere-se a uma determinada condição. O
modelo estatístico requer cinco ajustes igualmente espaçados de cada uma das
cinco variáveis de texturização e as diferentes condições utilizadas foram resumidas
na Tabela 2.

TABELA 2 – “CONDIÇÕES” DAS AMOSTRAS


Cond. Nº O1 H1 O2 H2 TW NR FR
1 -1 -1 -1 -1 +1 0,6 -2
2 +1 -1 -1 -1 -1 0,4 -2
3 -1 +1 -1 -1 -1 0 +2
4 +1 +1 -1 -1 +1 -0,1 +2
5 -1 -1 +1 -1 -1 -1,5 +2
6 +1 -1 +1 -1 +1 -1,4 +2
7 -1 +1 +1 -1 +1 0,5 -2
8 +1 +1 +1 -1 -1 -0,5 +2
9 -1 -1 -1 +1 -1 -1,2 +2
10 +1 -1 -1 +1 +1 1,2 -2
11 -1 +1 -1 +1 +1 -1,6 +2
12 +1 +1 -1 +1 -1 -0,2 +2
13 -1 -1 +1 +1 +1 1,3 -2
14 +1 -1 +1 +1 -1 0,1 +2
15 -1 +1 +1 +1 -1 -0,4 +2
16 +1 +1 +1 +1 +1 0,9 -2
17 0 0 0 0 0 -0,8 +2
18 0 0 0 0 0 0,3 -2
19 0 0 0 0 0 -0,7 +2
20 0 0 0 0 0 1,1 -2
21 0 0 0 0 0 -1,9 +2
22 0 0 0 0 0 0,2 -2
23 +2 0 0 0 0 -1,3 +2
24 -2 0 0 0 0 -0,9 +2
25 0 +2 0 0 0 -0,3 +2
26 0 -2 0 0 0 -1,8 +2
27 0 0 +2 0 0 -1,1 +2
28 0 0 -2 0 0 1,0 -2
29 0 0 0 +2 0 0,8 -2
30 0 0 0 -2 0 0,7 -2
31 0 0 0 0 +2 -1,7 +2
32 0 0 0 0 -2 -1,0 +2
33 0 0 0 0 0 -0,6 +2
34 0 0 0 0 0 1,4 -2
35 0 0 0 0 0 1,5 -2
36 0 -1 0 0 0 1,6 -2
37 1 0 0 0 0 1,7 -2
38 0 0 0 0 0 1,8 -2

A Tabela 2, que vimos acima, resume o modelo final para a geração de


amostras de fios, com níveis codificados das variáveis da texturização. Este modelo
63
permite que os efeitos de uma única variável ou de uma combinação de variáveis
possa ser avaliada. Apenas os efeitos de interação de primeira e segunda ordem
foram presumidos com significativos (2,3).

(e) EQUAÇÕES DE REGRESSÃO PARA AS RESPOSTAS DOS FIOS

Suponhamos que tenhamos medido alguma propriedade y do fio para cada


um dos fios gerados. O conjunto de propriedades medidas do fio y1’ , i = 1,2 -----n
representa a resposta da propriedade deste fio em condições de texturização. Para
qualquer propriedade determinada de fio podemos Ter uma equação de regressão
para mostrar como essa propriedade foi determinada por cada variável da
texturização. Por exemplo:

Y = b0 + b1 (O1) + b2 (H1) + b3 (O2) + b4 (H2)

+ b5 (TW) + b6 (NR) + b7 (FR)

+ b11 (O1)2 + b22 (H1)2 + b33 (O2)2 + b44(H2)2

+ b55(TW)2 + b12(O1H1) + b13(O1O2)

+ b14(O1H2) + b15(O1TW) +

+ b23(H1O2) + b24(H1H2) + b25(H1TW)

+ b34(O2H2) + b35(O2TW) + b45(H2TW)

Métodos estatísticos padronizados foram usados para obter as melhores


estimativas para os coeficientes de regressão bi , bii , biii . O coeficiente b1 , por
exemplo, mostra o efeito da primeira sobre alimentação do aquecedor O1 sobre a
propriedade y do fio. Uma variável como O1H1 representa um efeito de interação,
através do qual as mudanças em O1 modificam os efeitos de H1 e vice-versa.

Muitas diferentes propriedades (y) dos fios foram medidas. O objetivo


perspícuo foi de comparar a sensibilidade de uma determinada resposta do fio a
desvios das condições centrais de texturização. Para facilitar esta comparação, as
equações de regressa foram expressas em termos de níveis codificados das
variáveis O1, H1, etc e as equações foram também normalizadas dividindo todos os
termos pelo coeficiente principal b0 . Por exemplo, se equação de regressa é:
y = b0 + b1 (O1) + b2 (H1) ,
nesse caso, a equação de regressa será:

y’ = y/b0 = 1 + (b1/b0) (O1) + (b2/b0) (H1)

y’ = 1 + b1’ (O1) + b2’ (H1)

Os novos coeficientes b1’ = (b1/b0), b2’ = (b2/b0), etc fornecem diretamente o


desvio fracionário do nível central de resposta da unidade, causado pela mudança
unitária nas variáveis (O1) e (H1), etc. A relativa sensibilidade de duas diferentes
respostas de fios a uma mudança unitária em O1, por exemplo, é fornecida
diretamente pela comparação da regressão normalizada dos coeficientes b1’ =
(b1/b0) para as duas respostas.

64
As equações de regressão também tornam possível prever a resposta y para
quaisquer valores codificados de O1 , H1 , etc , uma vez que os coeficientes de
regressão b1 e b1’são conhecidos. A resposta y pode, naturalmente, ser calculada
para os verdadeiros valores da experiência de acordo com os parâmetros de uma
maquina de texturização, utilizando as relações fornecidas neste trabalho.

Variável Codificada Relação c/ a Variável Experimental ( ‘


)
H1 = (H1’- 420)/20
H2 = (H2’- 420)/20
O1 = (O1’- 1)
O2 = (O2’- 12)/4
TW = (O2’- 12)/4
NR = (NR’- 60)/5
FR = Lote 1 = +2
Lote 2 = -2

(f) RESPOSTAS MEDIDAS DE FIOS

Muitas respostas diferentes de fios foram medidas. Elas se acham listadas


para complementação deste trabalho. Os detalhes experimentais acham-se
fornecidos noutro lugar (5).

(1) Propriedades de Tensão

Tenacidade (G-F/TEX) (TEN)


Alongamento da Ruptura (BKE)
Módulo Inicial (G-F/TEX) (INM)
Módulo de Volume (G-F/TEX) (YLDS)
Quantidade de Alongamento (%) (YLDE)

(2) Propriedades relacionadas com o Volume, as Rugas e o Encolhimento

Encolhimento da Meada (Água Quente) (SSHW)


Encolhimento da Meada (Ar Quente) (SSH)
Desenvolvimento de Rugas (CD)
Recuperação de Rugas (CR)
Índice de Rugas (CI)
Relação de Contração (CONR)

(3) Propriedades Diversas (1, 7, 8)

Densidade (g/cm3) (DEN)


Tempo de dissolução crítica no Fenol a (CDT)
60ºC (Máquina de Tingir Ahiba) (segs.
Log10 (CDT) (LCDT)
Temperatura característica em Análise (TMA)
Termomecânica (ºC)

65
(4) Propriedades Corantes: (1, 9, 10)

(Obs.: diferentes símbolos foram usados em diferentes oportunidades para


muitas das análises do computador)

Índice de Tingimento com Azul (CAR)


Disperso C. I. 27 e “carrier” (% CORANTE DB27)
Carolid a 100ºC (Banho (DFABS)
Termostático)
Dado K/S em tingimentos (KSCAR)
competitivos com
Azul Disperso 27 C. I. e “carrier” (K/S; DB79)
100º C (Máquina de Tingimento
Jemco)
Dado K/S em tingimento competitivo (KSHT)
de
Azul Disperso 79 C. I. a 250º C (K/S; DB79)
(Máquina de Tingimento Jemco)
Dado K/S em tingimento competitivo (KSRED)
de
Vermelho Disperso 15 C. I. a 100º (K/S; DR15)
C (Máquina de Tingimento Jemco)
Índice relativo do dado de (DFREL)
tingimento para o
Azul Disperso 79 C. I. a 250º F (% CORANTE DB79)
Máquina de Tingimento Ahiba)
Índice do dado de tingimento para o (VERMELHO)
Vermelho Disperso 15 C. I. a 100º (% CORANTE DR15)
C (Banho Grant Shaker) (DFABS)

Concentraremos nossa atenção no comportamento do tingimento.

(g) Mensurações das Respostas do Tingimento

1. Tingimento competitivo de Tecido Tubular


O controle de qualidade sugerido por CLEMENTS(9) demandou que
amostras de fios fossem transformadas em malha (Máquina Lawson-
Hemphill) sob a forma de painéis separados, cada um deles apartado
por uma seção alimentadora de fio, ao longo de um tubo contínuo de
tecido em teste. Este tubo foi, em seguida, tingido numa máquina
Jemco. As diferentes seções competiram pelo corante e um tingimento
tipo listras de tigre foi obtido. A reflectância R de cada painel foi medida
no comprimento de onda de menor reflectância e corrigida a
reflectância da superfície (11).

Os valores Kubelka/Munk (K/S) foram calculadas para cada painel ( ou


seja, para cada amostra de fio texturizado) a partir da equação:

K/S = (1 - R∝)2
2R∝

66
na qual R é a reflectância corrigida para tecido “infinitamente
espesso”(aproximado por dobras sucessivas a fim de se obter um
tecido de oito camadas). O tingimento foi levado a efeito durante 2
horas a um máximo de temperatura.

Os resultados do tingimento acham-se indicados como valores de K/S


(por ex. K/S ; DR15) ou valores de K/S (por ex. KSHT). Eles devem
corresponder às mensurações de absorção do corante.

(2) Mensuração do Índice Relativo de Tingimento (DFREL)


Pesos iguais de fio texturizado e de uma amostra padronizada “central”
de fio texturizado (condição nº 34) foram tingidos juntos, (ou seja,
competitivamente), a 250º F numa autoclave de pressão de uma
máquina de tingimento Ahiba, durante 2 horas e a um máximo de
temperatura. As amostras tingidas foram retiradas, secadas e o
solvente extraído para a análise do conteúdo de corante. A absorção
relativa do corante foi calculada como a relação (corante absorvido (%)
pelo fio texturizado/ corante absorvido (%) pelo fio central nº 34). Ainda
que a absorção do fio “central”(nº 34) variasse significativamente de
autoclave para autoclave, a absorção relativa do corante foi
reproduzível e prestou-se à análise estatística.

(3) Mensurações Quantitativas do Índice de Tingimento (DFABS)

1. As amostras de fio foram tingidas durante 2 horas a 100º C em


Azul Disperso 27, na presença do carrier Carolid. Para a obtenção de
dados reproduzíveis, banhos de tintura novos tiveram de ser usados e
preparados de maneira consistente. De outro modo, o envelhecimento
dos banhos de tintura causariam extremas variações nos dados. O
corante absorvido determinado pela extração do solvente.

2. Tingimento por Banho de Agitação (% CORANTE DR15)


As amostras de fio foram tingidas durante 2 horas a 100º C em
dispersões recém preparadas e saturadas de Vermelho Disperso 15
purificado. O corante absorvido foi determinado pela extração do
solvente.

(h) Corantes e Carriers Utilizados

Azul Laty (DuPont); CI Azul Disperso 27 (DB27); Azul Marinho de


Poliéster 2R-LSW (Eastman); CI Azul Disperso 79 (DB79); Rosa Calcosyn
B-DBL (cianamida); CI Vermelho Disperso 15 (DR15); Carolid (Tanatex);
Carrier fenólico.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

(a) Gerais

Os efeitos de interação foram importantes para a maioria das respostas dos


fios e os termos quadrados também foram comuns. As respostas das superfícies
são complicadas. Experiências em que apenas uma variável foi mudada de cada
vez podem ser bastante enganosas neste tipo de estudo. As tensões do fio
variaram de uma maneira muito complexa com as variáveis de texturização e, de
67
tal modo que as tensões na primeira seção do aquecedor da máquina foram
influenciadas pelas variáveis de texturização definidas para a segunda seção do
aquecedor da máquina (5).

A seguir, examinaremos apenas a primeira ordem e os termos quadrados,


para termos alguma idéia das influencias das mudanças numa determinada
variável de texturização, quando todas as demais variáveis são mantidas em
seus níveis “centrais”. De vez que os efeitos de interação podem ser grandes,
quaisquer desvios desses níveis centrais das outras variáveis tornarão o quadro
de respostas das variáveis de texturização de interesse primordial.

(b) Respostas dos Corantes

Estudos preliminares demonstraram que o procedimento de controle de


qualidade proposto por CLEMENTS (9) é essencialmente um índice de
mensuração do corante no qual apenas uma fração do “raio” da fibra é penetrada
pelo corante (5). Os diferentes testes de tingimento foram, portanto, todos eles
conduzidos de modo que apenas os estágios mais antigos do tingimento fossem
examinados. Pode ser enganoso comparar os sistemas de tingimento a
diferentes estágios de aproximação do “equilíbrio” .

A Tabela 3 mostra o padrão das respostas do tingimento. Os números entre


parênteses são os coeficientes de regressão para os termos quadrados (por ex.
(O1)2, (H1)2, (O2)2, (H2)2 e (TW)2 ) em cada resposta.

Tabela 3. – Respostas Normalizadas do Tingimento (Coeficiente de Regressão


b1

Resposta O1 H1 O2 H2 TW
K/S; DR15 0.031 0.057 -0.020 0.028 -0.025
K/S; DB27 0.045 0.087
(0.026) 0.026 -0.035
K/S; DB79 0.036 0.151 0.022
(0.036)
% Corante 0.027 0.025 -0.009 0.031
DR15 (0.013) (0.013) (0.008) (0.016)
% Corante 0.040 0.041 0.027
DB27 (0.034) (0.011) -0.017
DFREL 0.048 0.162 0.027
DB79 (0.043)

Uma superfície de resposta típica para o tingimento acha-se ilustrada pela Figura 2.

Todos os dados relacionados com o tingimento mostraram um padrão similar de


resposta e houve boas correlações entre os diferentes conjuntos de dados sobre o
tingimento. Esses resultados mostraram que os dados K/S obtidos pelo
procedimento competitivo de CLEMENTS são, em essência, o nível de mensuração
do tingimento.

(c) Respostas dos Fios Compostos

Tornou-se imediatamente claro que não existe nenhuma resposta isolada de fio,
a não ser a resposta do tingimento, que pode fornecer uma orientação confiável para

68
a propensão dos fios para o efeito barré, que cobrem gamas extensas das
condições de texturização. Algumas dessas respostas isoladas de fios podem, no
entanto, ser bastante sensíveis para determinadas variáveis de texturização e assim
fez-se uma pesquisa para as respostas dos fios compostos que pudessem mostrar-
se úteis.

A Tabela 4 mostra os resultados de uma experiência em que foram feitas


tentativas de predizer a tingibilidade de um fio a elevada temperatura com um
corante de estrutura sensível (KSHT) baseado na mensuração de outras respostas
de fios. O KSHT foi considerado como uma variável dependente e foram feitas
tentativas para ver se a tingibilidade (KSHT) podia ser prevista a partir, por exemplo,
do tempo crítico de dissociação no fenol (CAT).

O sucesso atingido pelo uso de diferentes conjuntos de variáveis independentes


acha-se indicado na Tabela seguinte, que ilustra os “melhores” modelos para
determinado número de variáveis independentes.

TABELA 4 – PREVISÃO DO KSHT

Nº Variáveis R2 CV R
1 CDT 0.607 8.98 0.78
2 CDT, CONR 0.698 8.01 0.84
3 CDT, CONR, TE 0.750 7.42 0.87
4 CR, CDT, CONR, TE 0.772 7.22 0.88
5 SSHW, CI, TEN, CDT, CONR 0.847 6.04 0.92
6 SSHW, CI, TEN, CDT, CONR 0.884 5.37 0.94
7 SSHW, CI, TEN, CDT, CONR, TESTP, 0.910 4.80 0.95
DEN

R = coeficiente de correlação para análise de regressão.

Um valor de R2 = 1.0 indicaria uma previsão perfeita. CV é o coeficiente de


variação dos dados para KSHT sobre a previsão da linha de regressão. Para os
presentes objetivos é importante notar apenas a tingibilidade pode, aparentemente
ser prevista se um número comparativamente limitado de outras respostas de fios for
conhecido. Não discutiremos isto aqui em detalhes.

Tais resultados sustentam a idéia de que alguma combinação de outras


mensurações de fios pode fornecer um índice útil de tingibilidade. Naturalmente,
deve-se fazer uma concessão entre os esforços para conseguir esses dados e a
confiabilidade da previsão composta. Neste contexto uma nota de alerta é
necessária no que tange às correlações conflitantes.

(d) Correlações Conflitantes

Quando as condições de texturização variam ao longo de ampla gama, uma


ampla gama correspondente de estruturas de fibras é presumivelmente gerada. As
correlações observadas com tal conjunto extremo de fios poderá levar a crer que as
correlações possam ser encontradas em cada situação dos problemas comerciais.

Pelo menos em teoria, as condições de texturização numa operação


comercial variarão sobre uma gama estreita e poderão surgir contribuições

69
significativas a partir das diferenças nas origens ou na uniformidade dos fios
iniciantes.

Como exemplo, o fio de alimentação empregado neste trabalho era não


uniforme e essa não uniformidade teve de ser levada em consideração nas análises
de regressão o tanto quanto possível na prática. Devido à não uniformidade deste fio
de alimentação, as amostras centrais texturizadas que se originaram foram,
usualmente, variáveis em suas propriedades. Acredita-se, agora, que os fios de
alimentação diferiram em suas orientações e que essas diferenças de orientação
refletiram-se sobre as propriedades dos fios texturizados.

A Figura 3 mostra o tempo crítico de dissociação no fenol e a correlação


percentual. As amostras centrais acham-se representadas por círculos abertos. É
claro que a tendência da correlação geral para todos esses dados opõe-se em tipo
àquela do conjunto limitado de amostras centrais.

A afirmação generalizada de que a tingibilidade decresce com o aumento do


CDT (7) está claramente sujeita a exceções (1) e é presumivelmente influenciada
pelos tipos de estruturas presentes nas fibras, nas diferentes regiões de temperatura
e nas condições de tensão(10).

(e) Propriedades dos Tecidos Tingidos

Em muitas situações problemáticas depara-se com um tecido tingido não


uniforme e precisa-se levar em conta a não uniformidade. Existem muitas razões
possíveis para esta não uniformidade e a análise é problemática. Uma análise bem
sucedida realmente requer informações completa sobre os fios originais a partir dos
quais o tecido é preparado (1).

Encontramos excelentes correlações entre os tempos críticos de dissolução


no fenol (valores CDT) dos fios texturizados tingidos a altas temperaturas (CDT (B))
e os valores CDT dos mesmos fios antes do tingimento (CDT (A)).

CDT (B) = 13.88 + 1.34 CDT (A)

R = 0.96, n = 34, p = 0.0001, CV = 6.6%

As informações, no entanto, se perdem depois do tingimento, porque a


análise de regressão para os fios texturizados como um grupo singelo não mais
detecta qualquer dependência do log (CDT (B)) sobre a não uniformidade do fio de
alimentação, para o conjunto de fios como um todo. Quando os fios texturizados
centrais foram, como grupo, comparados, as diferenças na orientação dos fios de
alimentação ainda foram observados como influenciando as mensurações do CDT
(B) após o tingimento. Esta habilidade dos fios de alimentação em propagar suas
variações através da texturização e influenciar significativamente o tingimento
complica o problema.

(f) Variabilidade do Fio de Alimentação

Dois diferentes lotes de fios de alimentação foram utilizados para gerar os fios
texturizados e este fator foi incluído na análise de regressão. Uma quantidade
F (%) foi definida como a sensibilidade de cada propriedade do fio medida
com relação às diferentes médias entre os dois lotes de fios de alimentação.

70
F (%) = R1 – R2 x 100

<R>

R1 é a resposta média calculada para a amostra central texturizada a partir do lote


de alimentação n.º 1. R2 é a resposta média calculada para a amostra central
texturizada do lote n.º 2 de alimentação e R é a média de R1 e R2 . Os resultados
são os seguintes:

TABELA – 5 DEPENDÊNCIA DO LOTE DE FIOS DE ALIMENTAÇÃO


Propriedade F(%)
Índice de Rugas 111
Tensão de Alongamento 71
Módulo inicial 63
Vers (30) 48
Encolhimento da Meada (HW) 40
Desvio das Rugas 35
Vers (300) 32
Relação de Contração 31
Alongamento à Ruptura 20
K/S DB27 12
% Corante; DR 15 12
K/S DB79 10
% Corante DB 79 9
TE 8
TESTP 8
K/S DR 15 6
Tenacidade 4
Log CDT (A) 3
TMA 3

É bastante interessante notar-se quão maior é a sensibilidade do


encolhimento, das rugas e das tensões (parâmetros), quando comparadas com as
respostas do tingimento. Isto infere que um fio de alimentação, quando diferente,
não afeta de modo marcante as respostas do tingimento, mas poderão afetar as
propriedades físicas do fio texturizado de tal modo a provocar diferenças no fio local
ou na estrutura do tecido e, portanto, o efeito barré. Nesta altura dispomos de uma
visão clara da sensibilidade das diferentes estruturas dos tecidos de malha às
diferenças encontradas nas propriedades físicas do tipo estudado neste trabalho.

Acreditamos que os valores de alta regressão do coeficiente de variação, em


nossa análise, refletem a sensibilidade da propriedade do fio específico para
alimentar a não uniformidade, porque, naturalmente, haverá variações sobre a média
dentro de qualquer lote de fio de alimentação.

Existe uma interessante correlação entre as análises de regressão dos


valores de C.V. e os valores experimentais de C.V. para a mensuração direta da
propriedade do fio nos fios texturizados (fig. 4).

Aquelas propriedades que podem ser medidas com o mínimo de precisão


tendem a ser mais sensíveis às diferenças dos fios de alimentação. A mensuração
experimental deve refletir a variabilidade do produto, além da precisão da
mensuração em si, e bem que poderá até estar nessas quantidades muito variáveis
71
as pistas essenciais que fornecerão as origens dos mais enganadores tipos de
problemas de barramento comercial.

RESUMO E CONCLUSÕES

O modelo estatístico utilizado para dar origem às amostras de amostras de


fios texturizados aumentou extremamente as informações que poderiam ser
deduzidas a partir das mensurações experimentais das propriedades dos fios
texturizados.

O procedimento de CLEMENTS para o controle de qualidade voltado para os


fios texturizados de poliéster é essencialmente uma medida do índice de tingimento
dos fios. As mensurações do índice de tingimento, utilizando diferentes corantes e
diferentes condições de tingimento correlacionam-se bem, especialmente para os
conjuntos de fios com estruturas similares, ou seja, para fios gerados sobre
condições idênticas. Isto explica porque o procedimento de CLEMENTS mostrou-se
útil no controle de qualidade prático de fios que eram subsequentemente tingidos
sob condições de temperatura elevada muito diferentes (9).

Algumas propriedades do fio correlacionam-se com as respostas de


tingimento dos fios. Para fios de estruturas muito diferentes, o tempo crítico de
dissolução no fenol (CDT) foi a mais útil propriedade singela de fio a medir.

A densidade4 foi a nossa segunda escolha e o encolhimento das meadas em


ar quente a terceira. Em estudos posteriores, mostramos que a análise
termodinâmica é útil. A resposta do tingimento a temperatura elevada utilizando
corantes de estrutura sensível como o Azul Disperso 79 pôde ser prevista muito bem
a partir de um outro número limitado de propriedades de fios texturizados.

Isto sugere que um índice útil de tingibilidade pode ser calculado a partir das
mensurações físicas de rotina das propriedades dos fios texturizados antes do
tingimento.

Muitos parâmetros de tensão, encolhimento e enrugamento dos fios


mostraram muito maior sensibilidade às variáveis da texturização do que as
respostas do tingimento. Mesmo que a tingibilidade fosse controlada, essas
importantes características do fio poderiam estar fora de controle e serem
responsáveis por problemas de barramento comerciais.

O fornecedor dos fios de alimentação destinava esses fios para serem


fabricados pelos mesmos processos e para terem propriedades similares
aproximadas. Isto não foi conseguido e os fios de alimentação original mostraram-se
muito variáveis em suas relações de orientação. Esta variabilidade persistiu através
da texturização e refletiu-se claramente na maioria dos fios texturizados antes do
tingimento. Num dos casos (CDT), esta variabilidade não foi prontamente detectada
nos fios que tinham sidos tingidos a elevada temperatura, de modo que o defeito do
tingimento nascido deste tipo específico de variabilidade do fio de alimentação
(diferenças de orientação) talvez se tenha tornado difícil de localizar a partir das
mensurações feitas em fios tingidos.

A utilidade das mensurações feitas em outras propriedades do fio, como


ferramenta voltada para o diagnóstico do potencial dos efeitos barré, dependem
criticamente do conjunto de fios examinado e é provável que seja bem sucedida se

72
todos os fios forem similares em sua história térmica e mecânica, em sua estrutura
fibrosa e em sua fabricação (1).

Pelo menos 74% da variação da tingibilidade (K/S) detectada a elevadas


temperaturas de tingimento de tecidos tubulares com a utilização do Azul Disperso
79 foram atribuídas a diferenças nos índices de tingimento dos fios, deixando
apenas 26% atribuível a outras fontes. Os tecidos comerciais talvez respondam com
maior sensibilidade às grandes diferenças de tensão e de volume do que a malha
tubular utilizada na máquina F.A.K., de modo que esta contribuição para o efeito
barré ainda se encontra em aberto para ulteriores investigações.

Nenhum estudo destes tipos de problemas pode ignorar a questão da


variabilidade do fio de alimentação, Aconselha-se um “approach” planejado e
estatístico para esses problemas.

REFERENCES

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von Farbstreifigkeit in Polyester Material” Deutscher Faerbekalender, 76,
408-479 (1972).

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Response Surfaces”Ann. Math. Statisc. , 28, 195-241 (1957).

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8. Hendrix, J . E . , Farmer, L. B. and Kuhn, H. H. , “Barré Control Through


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9. Clements, J. L. , “The Relationship of Dye Uniformity of False Twist Textured


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10 . Dumbleton, J. H. , Bell, J. P. , and Murayama, T. , “The Effect of Structural


Changes on Dye Diffusion in Poly (Ethylene Terephthalate)”, J. Applied
Polymer Sci. , 12, 2491-2508 (1968).

73
11 . McGregor, R. , Preliminary report to the North Carolina Board of Science and
Technology under Grant #614, December 1974; Na Interim Report to
Sponsors of the Barré Project, January 1976.

12 . McGregor, R. , Grady, P. , et.al. to be published.

13 . Hale, R. P. , “The Prediction of Stripiness Due to Rogues in Knitted Fabrics”, J.


Textile Inst. , 67, 129 (1976); Cf. J. Textile Inst. , 66, 63 (1975).

14 . Busert, F, “Anfarbemethoden zur Fruherkennung des Barré – Effektes and


Polyesterfasern”, Melliand Textilberichte, 57, 229 (1976).

15 . Wunsh, E. , and Schuller, E. , “Zur Quellungsfixierung von Polyester- Faserstoffen”,


Faserforsch, u. Textiltechn, 15, 381 (1964).

74
Polyurethane Friction Discs

PUR friction discs are used for a wide range of titres of PES, PA and PP yarns as well as new
types of yarn like Corterra. They are also used for microfilament yarns and for yarns having
various filament cross-sections, e.g. multilobal. In the case of high twist insertion, the friction
between the yarn and the disc surface is a very important parameter for achieving the level
and consistency in torque required for high twist insertion rates. The Temco PUR discs meet
these friction requirements and consistently handle the yarn with care during the twist
insertion process. Consequently, the quality of textured yarn is improved compared with yarn
processed using alternative hard disc materials.
By using most modern production and quality assurance methods in disc manufacturing at
Temco, consistency in rotational concentricity of the discs is ensured at maximum speeds.
Similarly, disc profiles, surface characteristics and spin finish resistance are controlled with
the highest care as well.
As a result, the customers are assured of a highly stable texturing process at increased speeds,
in which higher bulk levels are achievable together with excellent yarn elongation properties
and reduced tendency to filamentation. As a result, process speeds of more than 1200 m/min
can be achieved.

75
Texturing discs from Temco - one step ahead
Friction and yarn guide discs for all texturing processes

A Temco PUR disc is not only another disc on the


market. Thanks to the deep understanding of the
texturing process, Temco is able to create a disc
which is fulfilling the exactly demands of the
customers.
Continuous R&D activities and our goal to find the
best solutions for outstanding products will give you
the most reliable disc.
Temco PUR discs represent the state-of-the-art textile
technology and allow good process stability at high
yarn speeds with excellent yarn quality.

Temco provides friction and yarn guide discs for all


PES, PA and PP texturing processes.
Continuous quality control of our product during the
entire production process will assure the best and
stable performance.
We offer this knowledge and these tests to every
customer to check the compatibility of the preferred
spin finish with the PUR disc material - in order to
reach a maximum lifetime of Temco PUR discs.

False-Twist
Texturing

76
Temco texturing units - still a difference
Since more than 40 years, Temco has been
developing, producing and selling texturing units and
all the time Temco has been (and still is) in a leading
position concerning precision, productivity and yarn
quality.
Lifetime in combination with highest speeds are still
the difference to the wide range of competitors in the
market.
Our customers will get a valuable product with the
latest technology.

Especially the unique design of the Temco open/close


unit will increase the efficiency of the texturing
machine.
Thanks to the possibility to open the unit, the impact
on yarn tension variation is decreased dramatically.
Referring to that, yarn breaks during string up will be
significant reduced, even with finest microfilament
yarns.
Technical details:

Tension variation of fix center units compared to


open/close units
Open-Close System

Nickel-Diamond Discs

The Temco range of friction discs is complemented by


nickel discs
with diamond coating. Hard disc surface technology is
proven in
friction texturing by working to precise tolerances in
surface roughness
parameters. It offers high resistance to wear. Such
discs are used in
those cases where the specific advantages of
the Temco PUR discs

77
are not required.

Chromium yarn guide discs


Special yarn guide discs with hard chromium coating
ensure precise thread path geometry and tension
stability when the yarn enters the friction disc
assembly. The discs have been carefully designed to
ensure consistency in yarn tension for exact twist
insertion rates and for PUR disc applications, to
extend their service life. In many cases, it is
advantageous for the texturing process to incorporate
a multiple guide disc combination.

According to your requirements, we are in a position


to supply yarn guide discs or special disc types such
as knife discs.

AY-BAG-019
knife edge disc for barmag FK6

AY-BAG-029(2)
twist stop roller
78
AY-BAG-021
type 8 FU top part for barmag FK6

79

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