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FIBRAS

INTRODUÇÃO

As fibras são estruturas longas e finas, têm um comprimento muito maior


que seu diâmetro (que geralmente não ultrapassa 0,05 cm), são
macroscopicamente homogêneas, flexíveis e sua principal finalidade é a
produção de tecidos. A temperatura de transição vítrea (Tg) e seu ponto de fusão
são muito importantes nas fibra. Uma Tg muito alta impede o alongamento ou
estiragem da fibra e, portanto, sua orientação. Se for muito baixa, a orientação
não é mantida à temperatura ambiente.

PROPRIEDADES DAS FIBRAS

As propriedades mecânicas das fibras, dos fios, das cordas e dos tecidos
são, em muitos casos, determinantes para compor o valor comercial do material,
embora, às vezes, o brilho e a facilidade de tingimento sejam mais importantes.
Entre os testes mais comuns, temos:
 Teste dinâmico (tempo de deformação individual em tração por segundo).
 Testes normais (tempo de deformação de, aproximadamente, 100
segundos).
 Testes de longa duração ou estudo de deformação plástica, que duram muitas

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horas ou mesmo dias.
 E, finalmente, o módulo de elasticidade que, em uma corda, representa a
rigidez e mede a resistência inicial ao alongamento.

Entre as propriedades mais importantes das fibras, temos:


 Comprimento.
 Finura.
 Forma da seção transversal.
 Termicidade.
 Higroscopicidade.
 Outras.

COMPRIMENTO

Existem dois tipos de fibras em termos de comprimento e distribuição


longitudinal:
A) Filamentos contínuos (raiom, seda, náilon e acrílicas).
B) Fibras descontínuas ou fios (algodão, lã e fibras sintéticas em fio).
As fibras artificiais na forma de fio têm comprimentos uniformes e são
cortadas em cordões de 6 cm a 20 cm. Todas as fibras naturais são encontradas
na forma descontínua, com exceção da seda.
O comprimento da fibra é expresso em milímetros ou polegadas. Ele é um
parâmetro muito importante, pois há muitos fatores que o influenciam, variando
de fibra para fibra. Por isso é comum se referir ao valor médio (média estatística
extraída do exame de uma amostra representativa) e ao coeficiente de
variabilidade (parâmetro estatístico da distribuição dos comprimentos). O
comprimento é importante, pois determina o processo de fiação a ser aplicado.

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As fibras químicas são inicialmente obtidas na forma de filamentos
contínuos, mas podem ser convertidas em fibras descontínuas cortando ou
rasgando até o comprimento desejado. O corte pode ser reto ou variável.

FINURA

É a medida de sua espessura e está relacionada com o diâmetro aparente


da fibra, uma vez que não é constante nem regular.
A finura determina a qualidade e o preço da fibra e é expressa em
mícrons: 1 mícron = 0,001 mm = 10-6 m
Nas fibras químicas, a finura é expressa em função da massa linear (essa
massa é expressa em tex, que indica o peso em gramas de 1.000 m de fio), já que
existe uma relação bastante direta entre seu peso por unidade de comprimento e
sua espessura.

FORMA DA SEÇÃO TRANSVERSAL

É uma propriedade geométrica que influencia outras propriedades, tais


como brilho, volume, toque, rigidez da torção etc.
Três zonas podem ser distinguidas na seção transversal de uma fibra
natural:
Pele ou cutícula, corpo principal e núcleo (oco ou não).
A seção transversal nas fibras químicas depende da forma do fio pelo qual
elas são extrudadas (figura 1), do método de fiação utilizado e das condições de
fiação (pressão, temperatura etc.).

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 Figura n.º 1. Seções de fibras fiadas.
(Fonte: banco de dados ECC)

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TERMICIDADE

O grau no qual um material têxtil abriga, ou seja, protege contra o frio,


depende da condutividade calorífica, capacidade calorífica, rugosidade
superficial e capacidade de confinar ar e outros gases. A lã, a seda, as fibras
proteicas e o orlon são, nesse aspecto, superiores a todas as outras fibras naturais
e sintéticas.
Outras propriedades térmicas importantes dos materiais fibrosos são o
ponto de adesão, o ponto de amolecimento ou de fusão e a fragilidade a frio. Os
pontos de adesão do algodão, raiom viscose, lã, seda, náilon e orlon estão bem
acima dos 200 °C e não causam muitas dificuldades para engomar.
O ponto de fusão de um bom polímero formador de fibras deve estar bem
acima dos 300 °C. A maioria das fibras, com a possível exceção do vinyon e do
acetato de celulose, é suficientemente flexível abaixo dos 50 ºC.

HIGROSCOPICIDADE

Uma propriedade importante das fibras têxteis é a absorção de água, em


equilíbrio com a atmosfera de umidade relativa e uma determinada temperatura.
Alguns materiais como o náilon e orlon têm uma afinidade bastante baixa pela
água. As propriedades elétricas mais importantes das fibras estão associadas à
absorção de água.

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OUTRAS PROPRIEDADES

Boas fibras têxteis devem resistir ao ataque de ácidos e bases de


concentração moderada até temperaturas de 60 °C-80 °C; não devem ser
atacadas por solventes orgânicos, como os hidrocarbonetos, álcoois, ésteres e
cetonas; devem resistir à ação da luz na presença de oxigênio e água, assim
como à ação de enzimas, mofo e bactérias.
Fibras feitas de acetato de celulose e de copolímeros de cloreto de vinila
com acetato de vinila e acrilonitrila apresentam excelente resistência aos ácidos,
enzimas e mofo e não causam desconforto à pele, mas muitos solventes
orgânicos provocam seu inchaço ou até mesmo sua dissolução a altas
temperaturas. Elas são atacadas por álcalis, e o calor as enfraquece e provoca a
mudança de sua cor.
O náilon e as fibras acrílicas resistem muito bem aos solventes orgânicos
normais e apresentam muito boa resistência no uso ao ar livre, mas são difíceis
de tingir. Consequentemente, parece que os representantes da classe dos
poliésteres, poliamidas, poliuretanos e poliacrilonitrilas atendem à maioria das
propriedades químicas consideradas importantes para uma fibra têxtil.

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CLASSIFICAÇÃO DAS FIBRAS

As fibras podem ser divididas nas seguintes classes:

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FIBRAS NATURAIS

São aquelas obtidas da natureza (de uma planta ou de um animal) por


meios de procedimentos físicos ou mecânicos. A maioria dessas fibras é
utilizada em tecidos têxteis, embora as fibras vegetais como tais também sejam
utilizadas para a fabricação de cordas.
Entre as fibras naturais, encontramos as de origem vegetal, animal e
mineral.

FIBRAS VEGETAIS

As fibras de origem vegetal são obtidas das plantas. Seus principais


constituintes são a celulose e a lignina. Esta última é uma forma modificada da
primeira, e sua existência em maior ou menor quantidade confere certas
características à fibra vegetal em particular.
Algumas fibras são de celulose pura, como o algodão, e outras contêm
uma grande quantidade de lignina, como a juta. Sua aparência microscópica
varia e também serve, assim como suas reações químicas características, para a
diferenciação.
As fibras vegetais, ao contrário das proteínas das fibras de origem animal,
são resistentes aos álcalis. Elas também são resistentes à maioria dos ácidos
orgânicos, mas ácidos inorgânicos fortes as destroem.
O uso incorreto da maioria dos branqueadores pode enfraquecê-las ou
destruí-las. Do ponto de vista de sua origem, as fibras vegetais são classificadas
em três tipos principais:
Fibras obtidas dos frutos ou sementes, das folhas e dos caules.

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A) FIBRAS PROCEDENTES DOS FRUTOS ou SEMENTES:

 Algodão:
A planta do algodão (Gossypium herbaceum) pertence à família das
malváceas e cresce, principalmente, em climas quentes, no entanto, seu cultivo é
bastante difundido em climas temperados.
Ela ocorre como planta herbácea, arbusto ou árvore, sendo cultivada em
grandes plantações na América do Norte, América Central e América do Sul,
China, Índia Oriental, Egito, Turquia e também na Europa, embora em extensões
muito pequenas.
Por meio do estudo microscópico da fibra do algodão, pode-se deduzir
que ela é composta de células vegetais tubulares e achatadas, com bordas
arredondadas, torcidas de maneira espiralada (figura 2).

 Figura 2. Flor do algodão (à esquerda) e suas fibras (à direita).


(Fonte: Wikipedia)

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Elas assumem este último aspecto quando toda a umidade contida no
espaço tubular seca. A cor dessas fibras geralmente é branca; no entanto,
também existem fibras amarelo-escuras (algodão de Nanking, da China e das
Índias Orientais). Essas fibras têm entre 15 mm e 50 mm de comprimento e
entre 0,014 mm a 0,026 mm de diâmetro. As qualidades altamente apreciadas do
algodão são seu maior ou menor brilho, sua maior elasticidade e, especialmente,
a limpeza alcançada, que é altamente apreciada para a fiação.
Outras fibras provenientes de frutos ou sementes são a fibra do coco
(Cocus nucifera), que provém da camada cortical dos frutos desse vegetal, e a
paineira ou sumaúma procedente dos frutos da Ceiba pentandra da ilha de Java
(Indonésia) e de várias espécies do gênero Bombax cultivadas no Sri Lanka.
B) FIBRAS PROCEDENTES DAS FOLHAS:

 Sisal:
A fibra de sisal é extraída das folhas da planta Agave sisalina, que
pertence à família das amarilidáceas. Essa fibra é branca e dura, tem um
comprimento de 2,5 mm e uma seção poligonal de 20 µm-30 µm. Ela é
composta de cerca 75% de celulose, 6% de lignina e 18% de pentosano.
A extração é feita de forma primitiva, secando a folha ao sol. Após, ela é
submetida a operações de desfibramento, batimento, raspagem e penteamento.
Ela é utilizada para a fabricação de tecidos grosseiros, como sacos e tapetes, e na
fabricação de escovas, sendo sua principal aplicação a fabricação de cordas para
a indústria e para as aplicações agrícolas.
Outra fibra extraída das folhas é o cânhamo de Manila ou abacá,
proveniente das folhas de Musa textilis, da família das musáceas, que é cultivada
principalmente nas Filipinas.

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C) FIBRAS PROCEDENTES DOS CAULES:

 Cânhamo:
O cânhamo é obtido dos caules da Cannabis sativa, que pertence à família
das urticáceas (figura 3).

(Fonte: Wikipedia)
Figura 3. Cânhamo (esquerda) e fibras de cânhamo (direita)

Há plantas masculinas e femininas; as primeiras atingem uma altura de 1,8


m a 2,4 m, sendo as últimas menores. O cânhamo cresce melhor em climas
temperados como os da Espanha, Itália e França. Entretanto, também é cultivado
nas regiões setentrionais, como na Alemanha, Áustria e até mesmo na Rússia.
Devido à sua alta resistência, a fibra têxtil obtida do cânhamo é utilizada
para tecidos de embalagem, velame, barbantes, cordas e cabos, mas também na
fabricação de tecidos e tecidos grossos, sacos, alpargatas, mangueiras de
incêndio e muitos outros utensílios.

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 Esparto:
A fibra do esparto é extraída das folhas da planta Stipa tenacissima. Suas
folhas, que podem atingir até 1 m de comprimento, são secas ao sol e enroladas
ao longo de seu eixo longitudinal. Seus filamentos são utilizados na fabricação
de tapetes e escovas, embora sua principal aplicação seja como matéria-prima na
fabricação de papel.
 Linho:
Das muitas variedades de plantas de linho, a Linum usitatissimum é a
única normalmente utilizada. A fibra também é conhecida como “fio”, sendo
uma das fibras mais antigas em uso (figura 4).

Figura 4. Planta Lum usitatissimum (esquerda) e fibras (direita)


(Fonte: Wikipedia)

As fibras de linho examinadas sob o microscópio aparecem como tubos


longos, com extremidades pontiagudas e pequenas fissuras transversais,
divididos em fragmentos celulares que, às vezes, parecem estar sobrepostos. Ao
longo do comprimento da fibra, pode-se distinguir uma dupla linha escura em
seu centro, que representa o tubo interno central. A cor da fibra varia muito,
havendo predomínio, no entanto, de tons claros, especialmente o dourado pálido,
amarelo e verde prateado.
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Sua resistência é maior que a do algodão, porém sua elasticidade é menor.
Bons tipos de linho são bastante brilhantes.

 Juta:
As fibras de juta (Corchorus capsularis) provêm dos caules da planta de
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mesmo nome, pertencente à família das tiliáceas (figura 5). As fibras mais
comumente usadas são brancas, mas escurecem com o tempo. Ela cresce nos
países quentes da Ásia, especialmente na Índia, onde atinge uma altura de 3 m a
5 m. A juta resiste mal à umidade combinada com o calor, uma vez que é
atacada por microrganismos. Ela é muito forte, sendo utilizada para a fabricação
de tecidos e cordas grossas, embalagens e tapetes. Pode ser tingida em cores
vivas, pois aceita e fixa bem os corantes derivados do alcatrão.

 Figura 5. Planta da juta (esquerda) e fibras (direita)


(Fonte: Wikipedia)

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FIBRAS DE ORIGEM ANIMAL

O segundo tipo de fibra natural provém dos animais e pode ter sua origem
em estruturas epidérmicas (fâneros), em secreções para fins de proteção (casulo)
ou como ajuda para capturar presas (teias de aranha).
De um ponto de vista químico, as fibras de origem animal são proteínas
resistentes à maioria dos ácidos orgânicos. Elas também resistem, sob
determinadas condições, à ação de certos ácidos minerais como o ácido sulfúrico
(H2SO4). Pelo contrário, bases ou álcalis pouco agressivos podem danificar as
fibras proteicas e os álcalis fortes, como o hidróxido de sódio (NaOH), podem
dissolvê-las completamente. Branqueadores que contêm cloro também podem
danificá-las (o hipoclorito líquido nunca deve ser usado em lã ou seda). Se
usados sem diluir, danificam as fibras e podem até mesmo dissolvê-las
completamente.

A) FÂNEROS:

 Lã:
O nome genérico “pelo” abarca os pelos de todos os animais que podem
ser usados na indústria têxtil, enquanto o nome “lã” se refere apenas às fibras
dos pelos-guarda da ovelha. As fibras de lã não são contínuas e, se forem
destinadas à fabricação de produtos têxteis, devem ser fiadas. Elas também
podem ser transformadas em feltro.
Os pelos quase não se diferenciam das lãs no que tange à sua composição
química, mas em termos de sua estrutura física, sim. A lã é encaracolada, o pelo
é liso; no animal, a lã forma velos ou bolas de fibras, o pelo, por outro lado, cai
solto.

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 Figura 6. Micrografia das fibras de lã (esquerda) e sua seção (direita)
(Fonte: banco de dados ECC)

O pelo mais comumente utilizado na fabricação de tecidos é a lã de ovelha


(Figura 6). A lã da ovelha selvagem forma uma camada curta e macia (subpelo),
protegida por outros pelos mais longos e grossos (pelo-guarda), que são
praticamente inexistentes nas raças domésticas. Ovelhas criadas para a obtenção
da lã têm lã muito mais longa. Todas essas fibras têm uma camada de escamas
sobrepostas, cuja forma e tamanho variam de uma espécie a outra. Em muitas
variedades de ovelhas, essas escamas são muito pronunciadas. Fibras de lã que
não são macias o suficiente, mas têm ondulação natural, formam fios que retêm
o ar e podem ser usadas para fabricar materiais isolantes.
A lã é amplamente utilizada em diferentes campos. O mais importante é o
do vestuário, tanto feminino como masculino. É muito comum misturar lã com
fibras químicas (principalmente poliéster, poliamida ou acrílico).

 Pelo:
Da lhama, da alpaca, da vicunha, das cabras de Angorá e Caxemira, do
coelho de Angorá e do camelo também é obtido o pelo para a fabricação de
tecidos.
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A caça excessiva colocou a vicunha, nativa dos Andes, em perigo de
extinção. As fibras de pelos de alguns animais dos quais normalmente só são
utilizadas suas peles, como o visão e castor, às vezes são misturadas com outros
tipos de pelos para a fabricação de fios de luxo. O pelo de cavalos e vacas é
usado para fazer feltro, embora não seja da mesma qualidade que o obtido da lã
e, acima de tudo, do pelo de coelho (doméstico ou selvagem), lebres ou castores,
que também são fiados para uso em tapeçaria e outras aplicações que exigem
longa duração.

B) SECREÇÕES:
Insetos sericígenos, principalmente a larva do lepidóptero Bombix mori
(bicho-da-seda) (figuras 7 e 8), fiam um casulo protetor secretando uma fibra
contínua (seda) para proteger a pupa durante o processo de metamorfose. Ela é
obtida por meio da criação do bicho-da-seda (sericicultura), da qual são obtidos
os casulos que, tratados com água quente, perdem a substância adesiva que liga
as fibras individuais (sericina) e permitem a fiação elementar que dá origem à
seda crua.

 Figura 7. Bicho-da-seda ao lado de um casulo


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(Fonte: Wikipedia)

 Figura 8. Bombix mori (esquerda) e micrografia das fibras de seda


(direita)
(Fonte: Wikipedia)

Também é possível obter seda de várias espécies de aranhas, de


composição e resistência muito semelhantes e até mesmo superiores à do bicho-
da-seda, mas há a desvantagem de que as aranhas são mais difíceis de reproduzir
por serem predadoras territoriais, e, por estarem reciclando continuamente a
seda, ingerem a seda antiga para aproveitar as valiosas proteínas que ela contém
na produção de nova seda.

 Seda:
A seda é uma das substâncias mais resistentes que se conhece. Ela suporta
de 3 a 4 vezes mais tensão que uma fibra de aço de mesmo diâmetro e pesa cerca
de um oitavo a menos. Também é muito mais flexível e pode ser dobrada
repetidamente em ângulos muito mais agudos que o aço, sem quebrar ou perder
suas qualidades. Não é difícil imaginar as aplicações que ela pode chegar a ter.

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O principal componente da seda é uma proteína chamada fibroína. São os
únicos filamentos de origem natural, que normalmente atingem um
comprimento de mais de 1.000 m e 8-15 mícrons de diâmetro.
Vários filamentos são unidos para formar um fio. Entretanto, para a
fabricação de fios, a seda é produzida e utilizada em filamentos mais curtos.
Recentemente, com a engenharia genética, foram criadas cabras
transgênicas com alguns dos genes produtores da seda inseridos em seu genoma.
Elas produzem fibroína no leite que pode ser separada e utilizada, mas essa seda
tem um comprimento inferior ao normalmente obtido e sua resistência é muito
menor.

FIBRAS MINERAIS

Estas fibras são formadas diretamente pelo processo mineral natural ou


pela fragmentação de cristais maiores. As mais frequentes são o amianto,
asbesto, wollastonita, atapulgita, sepiolita e zeolita. Destas, a única que tem sido
amplamente utilizada devido às suas propriedades isolantes e à prova de fogo é o
amianto, mas ele foi considerado cancerígeno, de modo que as leis de quase
todos os países proibiram seu uso, estando atualmente obsoleto.

FIBRAS QUÍMICAS

São obtidas por meio de processos químicos e podem partir de substâncias


naturais, caso em que são chamadas de fibras artificiais, ou de produtos

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sintetizados que não existem na natureza, caso em que são chamadas de fibras
sintéticas.

FIBRAS ARTIFICIAIS

As fibras artificiais são fabricadas a partir da transformação química de


produtos naturais. Elas podem ser fabricadas a partir da celulose, de certas
proteínas ou de substâncias inorgânicas.

FIBRAS CELULÓSICAS

Fibras químicas compostas de celulose regenerada são genericamente


conhecidas como raiom (rayon). Existem quatro tipos principais: raiom viscose,
fibrane, raiom cuproamoniacal e raiom modal.
As fibras têxteis sintéticas têm propriedades semelhantes às das fibras
naturais. Embora possam ser obtidas a partir de proteínas vegetais presentes em
certas plantas (amendoim, milho ou soja), geralmente são derivadas da celulose
e da caseína. A celulose, um carboidrato complexo, é o componente básico das
paredes das células vegetais. De cor branca, inodora e sem sabor, suas
aplicações industriais não se limitam ao campo têxtil; também é utilizada na
fabricação de papel, plásticos ou explosivos.

 CELULOSE REGENERADA:

 Raiom (viscose):

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A primeira produção comercial da fibra de raiom foi realizada em 1910
pela American Viscose Society, nos Estados Unidos. Mediante o uso de dois
produtos químicos e técnicas de fabricação, dois tipos básicos de raiom foram
desenvolvidos: raiom viscose e raiom cuproamoniacal.

 Figura 9. Micrografia das fibras de raiom (esquerda) e sua seção


(direita)
(Fonte: banco de dados ECC)

Raiom ou viscose (figura 9) é uma fibra de celulose previamente


solubilizada e posteriormente regenerada. É uma fibra muito versátil e tem as
mesmas propriedades em termos de conforto de uso que outras fibras naturais,
podendo imitar o toque da seda, da lã, do algodão ou do linho. As fibras podem
ser facilmente tingidas de outras cores. Os tecidos de raiom são macios, leves,
frescos, confortáveis e muito absorventes, mas não isolam o corpo, permitindo a
transpiração. Portanto, são ideais para climas quentes e úmidos.
A fibra foi vendida como “seda artificial” até 1924, quando o nome raiom
foi adotado, sendo conhecida na Europa também pelo nome de viscose. Até a
década de 1930, o raiom só era produzido na forma de fio, até que se descobriu
que as fibras quebradas que eram descartadas na produção do fio eram
adequadas para a tecelagem (neste caso, é chamada de fibrane).

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A resistência do raiom normal ao longo do tempo é baixa, especialmente
se ele for molhado; ele também tem a mais baixa recuperação elástica de todas
as fibras.

 ÉSTERES DE CELULOSE:

 Acetato de celulose:
A fibra de acetato de celulose, na qual de 92% a 74% dos grupos
hidroxilas são acetilados, é um composto formado a partir do ácido acético com
uma base. Os fios são contínuos à base de acetato de celulose, já que esse
acetato dissolvido em acetona forma um líquido espesso e xaroposo, do qual os
fios são então extraídos. Os fios de acetato são fibras descontínuas de
composição química idêntica. Os principais tecidos obtidos são cetim, tafetá,
veludo etc. Fiado junto com a seda, produz tecidos suntuosos. Se misturado com
qualquer fibra artificial ou sintética, dá ao fio um toque suave e quente. É
sensível ao calor e requer precauções ao passar a ferro. Do mesmo modo, deve
ser tingido com anilina ou corantes especiais. Aceita admiravelmente as tinturas
combinadas, apresentando, por essa razão, um tingimento multicolorido.

 Triacetato de celulose:
A fibra de acetato de celulose (figura 10), na qual, pelo menos, 92% dos
grupos hidroxila são acetilados, tem melhores propriedades que o acetato na
absorção de umidade, na resistência a rugas, na facilidade de tingimento e no
tempo de secagem, e por esse motivo se tornou mais popular como uma fibra
têxtil. Os acetatos de celulose também são comuns em filtros de cigarro.

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 Figura 10. Micrografia das fibras de triacetato (esquerda) e sua seção
(direita)
(Fonte: banco de dados ECC)

FIBRAS PROTEICAS

 ALGINATO:
O alginato é uma substância química purificada obtida de algas marinhas
pardas, encontrada principalmente na Laminarla hyperborea, que prolifera nas
costas da Noruega, onde, inclusive, é coletada mecanicamente em águas rasas,
existindo também no Mar Cantábrico. Também é obtido da Laminarla digitata,
presente no Mar Cantábrico; da Laminaria japonica, que é cultivada na China e
no Japão; da Macrocystis pyrifera, das águas do Pacífico; e de algumas espécies
dos gêneros Lessonia, Ecklonia, Durvillaea e Ascophyllum. Essas substâncias
correspondem a polímeros orgânicos derivados do ácido algínico.
Seu uso é muito variado, não se limitando à obtenção de fibras. Há uma
ampla gama de empresas que utilizam essa substância como espessante para
cremes, detergentes, tintas de impressão têxtil e uma variedade de outros
produtos. Ela é um material amplamente utilizado na odontologia para obter
impressões de dentes e tecidos moles adjacentes.

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FIBRAS INORGÂNICAS

A fibra de vidro é a única fibra de origem inorgânica (mineral) que é


utilizada na tecelagem em larga escala.

 FIBRAS DE VIDRO:
O vidro flui facilmente quando fundido, podendo ser esticado em
filamentos cuja finura é limitada apenas pela velocidade de fiação.
Nas operações comerciais, o vidro fundido é mantido a uma temperatura
uniforme em um tanque cujo fundo é forrado com uma grande quantidade de
pequenos furos. O vidro fundido flui através desses orifícios formando finas
correntes que são estiradas em filamentos da ordem de 3,8 a 7,6 mícrons (o
diâmetro médio das fibras orgânicas mais finas é quase duas vezes maior), sendo
revestidos com um lubrificante e torcidos entre si para formar fios e serem
enrolados. Uma propriedade inerente do vidro é a tendência de suas superfícies
desprotegidas serem destruídas por fricção mútua, mesmo que a ação mecânica
seja muito leve.

 FIBRAS METÁLICAS:
Nem todos os metais são adequados para a produção de fios de finura
suficiente. Os três mais adequados são o cobre, a prata e o ouro. Em qualquer
caso, sua resistência e flexibilidade não são adequadas para obter um tecido
prático, de modo que suas fibras são usadas apenas para enriquecer tecidos de
alto custo, entrelaçando-os com outras fibras para dar-lhes brilho e aparência
suntuosa.

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FIBRAS SINTÉTICAS

As fibras sintéticas são feitas por síntese química, por meio de um


processo chamado polimerização.
A elaboração das fibras sintéticas têxteis é realizada a partir de matérias-
primas relativamente fáceis de encontrar e geralmente baratas (carvão, alcatrão,
amônia, petróleo), assim como de subprodutos derivados de processos
industriais.
As operações químicas realizadas com esses materiais permitem obter
resinas sintéticas que, após sua fiação e solidificação, são elásticas, leves e
altamente resistentes ao desgaste, bem como à presença de ácidos e outros
agentes externos. A incorporação de um corante ao polímero permite que o
material seja tingido antes da fiação, o que se traduz em um nível ótimo de
estabilidade cromática da fibra, que, além de não desbotar, elimina a
necessidade de recorrer a operações posteriores de fixação do corante.

FIBRAS DE POLIOLEFINAS

 FLUOROFIBRAS (PTFE):
São fibras compostas de macromoléculas lineares de monômeros
fluorocarbonados alifáticos.
Suas características gerais são as seguintes:
 Têxteis exclusivos para usos técnicos.
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 Não queimam. Têm boa resistência à abrasão. São quimicamente inertes.
 Não absorvem água.
 Resistem bem à luz e às intempéries.

 POLIETILENO:
O polietileno (PE) é um polímero de cadeia linear não ramificada, embora
as ramificações sejam comuns em produtos comerciais. Quimicamente, é o
polímero mais simples. Ele é representado por sua unidade repetitiva (CH2-
CH2).
É também o mais barato, sendo um dos plásticos mais comuns. É
quimicamente inerte. Obtido a partir da polimerização do etileno (CH2=CH2),
do qual deriva seu nome. Pela nomenclatura da União Internacional de Química
Pura e Aplicada (International Union of Pure and Applied Chemistry - IUPAC),
recebe o nome de eteno.
As cadeias de polietileno são dispostas sob a temperatura de arrefecimento
(Tg) em regiões amorfas e semicristalinas.
Existem basicamente dois tipos de polietileno: o polietileno de baixa
densidade (Low Density PolyEthylene - LDPE) e o polietileno de alta densidade
(High Density PolyEthylene - HDPE). Também podem ser distinguidos o
polietileno de baixa densidade linear (Linear Low-Density Polyethylene -
PEBDL) e o polietileno de ultra-alto peso molecular (Ultra High Molecular
Weight PolyEthylene - UHMWPE).

 POLIPROPILENO:
Fibra formada por macromoléculas lineares de hidrocarbonetos alifáticos
saturados, nos quais um de cada dos dois átomos de carbono contém um grupo
metila não substituído em uma configuração isotática, sem outra substituição. É

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obtido a partir da polimerização do propileno (ou propeno). É menos denso que
a água, tem boa elasticidade e resistência, não absorve umidade e é resistente a
solventes químicos, ácidos e álcalis.

FIBRAS POLIVINÍLICAS

 FIBRAS ACRÍLICAS:
Fibras formadas por macromoléculas lineares cuja cadeia contém, no
mínimo, 85% em peso de acrilonitrilo. As fibras acrílicas são macias, quentes,
leves e elásticas, mas possuem menor resistência mecânica quando comparadas
com as poliamidas e o poliéster. São usadas para fabricar tecidos de fácil
manutenção. São resistentes à luz solar e às intempéries. São produzidas na
forma de fibras curtas e têm a aparência de uma lã macia e quente, não
alergênica.
São utilizadas principalmente para fabricar tecidos parecidos com os de lã,
com muito pouca absorção de água. As fibras acrílicas são fibras de alta
contração, sensíveis aos ácidos e estáveis aos álcalis. Sob a ação do fogo, elas
amolecem, pegam fogo e queimam livremente, decompondo-se e deixando um
resíduo negro e quebradiço. Exalam um cheiro químico aromático, muito
diferente do cheiro de vinagre dos acetatos.

 CLORETO DE POLIVINILA:
É um plástico forte, com baixa cristalinidade e muitas vezes opaco, tendo
uma Tg de 85 °C, o que o torna frágil a baixas temperaturas. É um polímero de
baixo custo com boa resistência ao impacto e aos produtos químicos, tendo alta

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rigidez. É resistente ao fogo e tem grande versatilidade. Utilizado em tubos e
dutos, móveis e isolantes.
As fibras vinílicas são altamente resistentes aos ácidos, bases e outros
agentes químicos, não queimam nem inflamam, não absorvem umidade e têm
bom poder isolante, mas não são muito estáveis no calor, encolhendo a 78 °C.
Devido às suas características, são utilizadas principalmente no setor técnico
para a fabricação de tecidos filtrantes, cordões, redes, roupas à prova de fogo e
antiácidas; sua capacidade de encolhimento é utilizada para produzir tecidos
densos.

FIBRAS DE POLIURETANO

 ELASTANO:
Elastano ou spandex é uma fibra sintética bem conhecida por sua grande
elasticidade, inventada pela empresa DuPont, que a registrou sob o nome
comercial de Lycra.
É um polímero de cadeia muito longa, formado por, pelo menos, 85% de
poliuretano segmentado (spandex) que é obtido em filamentos contínuos que
podem ser multifilamentos ou monofilamentos. Caracteriza-se pelo fato de que,
após seu comprimento original sofrer estiramento por três vezes, recupera-o
rápida e completamente quando essa força de tração deixa de atuar, e também
pelo fato de que pode se esticar até seis vezes antes de romper. Geralmente é
utilizado para a fabricação de roupas íntimas, roupas femininas, meias e, acima
de tudo, para roupas esportivas.

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FIBRAS DE POLIAMIDA

 NÁILON (NYLON):
O náilon foi a primeira fibra sintética a entrar no mercado produzida
inteiramente de polímero sintético a partir da polimerização de uma lactama.
Brilhante ou fosco, é sensível ao calor e altamente elástico. Tem uma taxa de
absorção de água muito baixa e não é muito resistente aos ácidos e aos raios
ultravioleta. É misturado com fibras naturais, adicionando-se até 20%
1 de
náilon para tornar o tecido mais barato e melhorar sua resistência. O náilon é
bem resistente à lavagem, embora deva ser passado a ferro com muito cuidado.
Se for de cor branca, permite o uso de alvejante. Pode ser limpo a seco.
O náilon 6,6, também chamado de náilon 66, é resistente, branco
translúcido, semicristalino e tem um alto ponto de fusão (255 °C).

 PERLON:
Outra poliamida importante do ponto de vista têxtil é a poliamida 6 obtida
da caprolactama, conhecida como perlon.
É composto de microfibras entrelaçadas que constituem uma superfície
ideal para a filtragem mecânica, retém partículas muito finas e, portanto, é
facilmente saturado. É um bom isolante térmico e acústico, mas, devido à sua
baixa higroscopicidade, não absorve o suor, o que pode causar dermatites em
pessoas com pele delicada.
É uma fibra termoplástica, ou seja, pode ser deformada pelo calor. Essa
propriedade é utilizada para a modelagem das peças de vestuário fabricadas com

29
ela. A forma alcançada é preservada, desde que os tratamentos subsequentes
sejam realizados a uma temperatura mais baixa que a da modelagem.
Com essas fibras, são fabricados inúmeros artigos têxteis, tais como
meias, roupas íntimas, vestidos, camisas, paraquedas, artigos de pesca etc.
Também são amplamente utilizadas misturadas com fibras naturais para dar
resistência aos fios fabricados com ela.

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 ARAMIDAS:
 Kevlar:

 Figura 11. Micrografia das fibras de Kevlar.


(Fonte: banco de dados ECC)

Kevlar (figura 11) é uma fibra orgânica da família das poliamidas


aromáticas (aramidas) que combina alta resistência com baixo peso. O Kevlar é
cinco vezes mais forte que o aço de mesmo peso e oferece desempenho
confiável e resistência sólida, o que determina sua ampla gama de aplicações,
que vai de coletes à prova de balas e luvas resistentes a cortes a barreiras
antiexplosivas e antichamas.
Nos Estados Unidos, quase três mil agentes da lei sobreviveram a
ferimentos potencialmente fatais ou mutilações por estarem usando uma
vestimenta de proteção individual Kevlar. Além disso, todo soldado de combate
dos Estados Unidos usa um capacete Kevlar desde a Guerra do Golfo de 1991.

 Nomex:
É um polímero sintético de poliamida aromática que proporciona altos
níveis de integridade elétrica, química e mecânica. O nomex não encolhe ou
dilata, nem amolece ou derrete durante a exposição de curto prazo a
temperaturas tão altas quanto 300 °C. A longo prazo, pode servir como isolante
térmico, elétrico ou químico, suportando continuamente temperaturas de até 220
31
°C por mais de 10 anos. Sua estabilidade térmica estende-se a baixas
temperaturas, no ponto de ebulição do nitrogênio (- 196 ºC). As placas prensadas
de papel de nomex são totalmente resistentes às forças de contração/dilatação.

FIBRAS DE POLIÉSTER

São uma família de diferentes polímeros de cadeia longa, com a condição


de que pelo menos 85% de sua massa seja um éster de álcool dihídrico e ácido
tereftálico. O poliéster pode ser brilhante ou fosco, devido à texturização, que,
por sua vez, pode ser enrolado, conferindo a ele um toque mais quente. Ele é
menos transparente que o náilon. É uma fibra termoplástica, o que permite nela
um plissado permanente. O poliéster é muito elástico e muito resistente a rasgos,
abrasão, insetos e fungos.

FIBRAS DE POLI-ISOPRENO

 ELASTODIENO:

Fibra elástica composta de poli-isopreno natural ou sintético ou de um ou


mais dienos polimerizados, com ou sem um ou mais monômeros vinílicos. Esta
fibra elástica pode esticar três vezes seu comprimento de repouso, recuperando
rapidamente seu comprimento original quando a tensão desaparece.

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IDENTIFICAÇÃO DAS FIBRAS

O primeiro passo para identificar uma fibra é determinar seu tipo. Não faz
muito tempo, a maioria dos tecidos era feita de lã, algodão, linho ou seda. Era
fácil identificá-los pela visão e pelo toque. Atualmente, existe uma grande
variedade de fibras sintéticas que dificulta a análise e identificação completa de
todos os tecidos.
A maioria das fibras naturais, tais como a lã, o algodão e o linho, que tem
características de superfície distintas, pode ser identificada com o microscópio
eletrônico de varredura (figura 12).
A lã, por exemplo, sendo pelo de animal, tem um padrão de escamas
superficiais, embora a lã reutilizada possa tê-las perdido durante o processo. Se
o que interessa é observar a estrutura interna, o microscópio óptico de contraste
deve ser o escolhido.

 Figura 12. Fibras de lã, algodão e seda sob o microscópio eletrônico de


varredura.
33
(Fonte: banco de dados ECC)

No caso da seda e da maioria das fibras sintéticas, que são produzidas por
meio de uma fieira, a superfície é lisa e macia. Elas não são identificadas por
microscopia óptica, mas pela análise de sua composição química, geralmente
por espectrofotometria de infravermelho.

OBSERVAÇÃO DIRETA DAS FIBRAS SOB O MICROSCÓPIO

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Para serem observadas sob o microscópio, as fibras devem ser separadas
do tecido e abertas, colocadas sobre uma lâmina, devendo ser adicionada uma
gota de água. Além disso, deve ser colocada uma lamela sobre elas. Dessa
forma, é fácil distinguir as fibras naturais das artificiais. Estas últimas aparecem
sem estrutura superficial, enquanto as naturais são trançadas e apresentam
superfícies rugosas. Inclusive é possível observar claramente a mistura de fibras
(naturais e artificiais) em muitos tecidos existentes no mercado.

MEDIÇÃO DA RESISTÊNCIA À RUPTURA

O valor da resistência à ruptura é obtido por meio de dinamômetros


especiais para fios nos quais se obtém uma leitura de gramas de resistência no
momento da ruptura. A resistência das diferentes fibras à ruptura é variável.
Entre as fibras artificiais, o náilon é mais resistente que a lycra, e entre as fibras
naturais, o algodão é mais resistente que a lã.

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COMPORTAMENTO DIANTE DO CALOR

O comportamento das fibras têxteis diante do calor também é um método


utilizado para sua identificação, ainda que, para isso, por ser um teste destrutivo,
seja necessário contar com uma quantidade suficiente. Primeiramente, a fim de
também realizar uma distinção entre tecidos naturais e artificiais, é feita uma
análise para saber se elas derretem ou queimam (decompõem-se). Um pedaço de
cada tecido é colocado em um cadinho (crisol) e aquecido. As fibras naturais
não derretem, porém carbonizam ou queimam. Por outro lado, as fibras
artificiais derretem, grudando no fundo do cadinho.
Em segundo lugar, para a identificação dos diferentes tipos de tecidos
naturais e artificiais, partes da mesma área dos diferentes tecidos são queimadas
diretamente na chama. O tempo que levam para queimar é medido, e o aspecto
do tecido restante queimado é observado. A seguir, é exposto um esquema para
a identificação de tecidos de acordo com seu comportamento diante do calor.

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(Fonte: banco de dados ECC)

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