Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INTRODUÇÃO
As propriedades mecânicas das fibras, dos fios, das cordas e dos tecidos
são, em muitos casos, determinantes para compor o valor comercial do material,
embora, às vezes, o brilho e a facilidade de tingimento sejam mais importantes.
Entre os testes mais comuns, temos:
Teste dinâmico (tempo de deformação individual em tração por segundo).
Testes normais (tempo de deformação de, aproximadamente, 100
segundos).
Testes de longa duração ou estudo de deformação plástica, que duram muitas
1
horas ou mesmo dias.
E, finalmente, o módulo de elasticidade que, em uma corda, representa a
rigidez e mede a resistência inicial ao alongamento.
COMPRIMENTO
2
As fibras químicas são inicialmente obtidas na forma de filamentos
contínuos, mas podem ser convertidas em fibras descontínuas cortando ou
rasgando até o comprimento desejado. O corte pode ser reto ou variável.
FINURA
3
Figura n.º 1. Seções de fibras fiadas.
(Fonte: banco de dados ECC)
4
TERMICIDADE
HIGROSCOPICIDADE
5
OUTRAS PROPRIEDADES
6
CLASSIFICAÇÃO DAS FIBRAS
7
8
FIBRAS NATURAIS
FIBRAS VEGETAIS
9
A) FIBRAS PROCEDENTES DOS FRUTOS ou SEMENTES:
Algodão:
A planta do algodão (Gossypium herbaceum) pertence à família das
malváceas e cresce, principalmente, em climas quentes, no entanto, seu cultivo é
bastante difundido em climas temperados.
Ela ocorre como planta herbácea, arbusto ou árvore, sendo cultivada em
grandes plantações na América do Norte, América Central e América do Sul,
China, Índia Oriental, Egito, Turquia e também na Europa, embora em extensões
muito pequenas.
Por meio do estudo microscópico da fibra do algodão, pode-se deduzir
que ela é composta de células vegetais tubulares e achatadas, com bordas
arredondadas, torcidas de maneira espiralada (figura 2).
10
Elas assumem este último aspecto quando toda a umidade contida no
espaço tubular seca. A cor dessas fibras geralmente é branca; no entanto,
também existem fibras amarelo-escuras (algodão de Nanking, da China e das
Índias Orientais). Essas fibras têm entre 15 mm e 50 mm de comprimento e
entre 0,014 mm a 0,026 mm de diâmetro. As qualidades altamente apreciadas do
algodão são seu maior ou menor brilho, sua maior elasticidade e, especialmente,
a limpeza alcançada, que é altamente apreciada para a fiação.
Outras fibras provenientes de frutos ou sementes são a fibra do coco
(Cocus nucifera), que provém da camada cortical dos frutos desse vegetal, e a
paineira ou sumaúma procedente dos frutos da Ceiba pentandra da ilha de Java
(Indonésia) e de várias espécies do gênero Bombax cultivadas no Sri Lanka.
B) FIBRAS PROCEDENTES DAS FOLHAS:
Sisal:
A fibra de sisal é extraída das folhas da planta Agave sisalina, que
pertence à família das amarilidáceas. Essa fibra é branca e dura, tem um
comprimento de 2,5 mm e uma seção poligonal de 20 µm-30 µm. Ela é
composta de cerca 75% de celulose, 6% de lignina e 18% de pentosano.
A extração é feita de forma primitiva, secando a folha ao sol. Após, ela é
submetida a operações de desfibramento, batimento, raspagem e penteamento.
Ela é utilizada para a fabricação de tecidos grosseiros, como sacos e tapetes, e na
fabricação de escovas, sendo sua principal aplicação a fabricação de cordas para
a indústria e para as aplicações agrícolas.
Outra fibra extraída das folhas é o cânhamo de Manila ou abacá,
proveniente das folhas de Musa textilis, da família das musáceas, que é cultivada
principalmente nas Filipinas.
11
C) FIBRAS PROCEDENTES DOS CAULES:
Cânhamo:
O cânhamo é obtido dos caules da Cannabis sativa, que pertence à família
das urticáceas (figura 3).
(Fonte: Wikipedia)
Figura 3. Cânhamo (esquerda) e fibras de cânhamo (direita)
12
Esparto:
A fibra do esparto é extraída das folhas da planta Stipa tenacissima. Suas
folhas, que podem atingir até 1 m de comprimento, são secas ao sol e enroladas
ao longo de seu eixo longitudinal. Seus filamentos são utilizados na fabricação
de tapetes e escovas, embora sua principal aplicação seja como matéria-prima na
fabricação de papel.
Linho:
Das muitas variedades de plantas de linho, a Linum usitatissimum é a
única normalmente utilizada. A fibra também é conhecida como “fio”, sendo
uma das fibras mais antigas em uso (figura 4).
Juta:
As fibras de juta (Corchorus capsularis) provêm dos caules da planta de
17
mesmo nome, pertencente à família das tiliáceas (figura 5). As fibras mais
comumente usadas são brancas, mas escurecem com o tempo. Ela cresce nos
países quentes da Ásia, especialmente na Índia, onde atinge uma altura de 3 m a
5 m. A juta resiste mal à umidade combinada com o calor, uma vez que é
atacada por microrganismos. Ela é muito forte, sendo utilizada para a fabricação
de tecidos e cordas grossas, embalagens e tapetes. Pode ser tingida em cores
vivas, pois aceita e fixa bem os corantes derivados do alcatrão.
14
FIBRAS DE ORIGEM ANIMAL
O segundo tipo de fibra natural provém dos animais e pode ter sua origem
em estruturas epidérmicas (fâneros), em secreções para fins de proteção (casulo)
ou como ajuda para capturar presas (teias de aranha).
De um ponto de vista químico, as fibras de origem animal são proteínas
resistentes à maioria dos ácidos orgânicos. Elas também resistem, sob
determinadas condições, à ação de certos ácidos minerais como o ácido sulfúrico
(H2SO4). Pelo contrário, bases ou álcalis pouco agressivos podem danificar as
fibras proteicas e os álcalis fortes, como o hidróxido de sódio (NaOH), podem
dissolvê-las completamente. Branqueadores que contêm cloro também podem
danificá-las (o hipoclorito líquido nunca deve ser usado em lã ou seda). Se
usados sem diluir, danificam as fibras e podem até mesmo dissolvê-las
completamente.
A) FÂNEROS:
Lã:
O nome genérico “pelo” abarca os pelos de todos os animais que podem
ser usados na indústria têxtil, enquanto o nome “lã” se refere apenas às fibras
dos pelos-guarda da ovelha. As fibras de lã não são contínuas e, se forem
destinadas à fabricação de produtos têxteis, devem ser fiadas. Elas também
podem ser transformadas em feltro.
Os pelos quase não se diferenciam das lãs no que tange à sua composição
química, mas em termos de sua estrutura física, sim. A lã é encaracolada, o pelo
é liso; no animal, a lã forma velos ou bolas de fibras, o pelo, por outro lado, cai
solto.
15
Figura 6. Micrografia das fibras de lã (esquerda) e sua seção (direita)
(Fonte: banco de dados ECC)
Pelo:
Da lhama, da alpaca, da vicunha, das cabras de Angorá e Caxemira, do
coelho de Angorá e do camelo também é obtido o pelo para a fabricação de
tecidos.
16
A caça excessiva colocou a vicunha, nativa dos Andes, em perigo de
extinção. As fibras de pelos de alguns animais dos quais normalmente só são
utilizadas suas peles, como o visão e castor, às vezes são misturadas com outros
tipos de pelos para a fabricação de fios de luxo. O pelo de cavalos e vacas é
usado para fazer feltro, embora não seja da mesma qualidade que o obtido da lã
e, acima de tudo, do pelo de coelho (doméstico ou selvagem), lebres ou castores,
que também são fiados para uso em tapeçaria e outras aplicações que exigem
longa duração.
B) SECREÇÕES:
Insetos sericígenos, principalmente a larva do lepidóptero Bombix mori
(bicho-da-seda) (figuras 7 e 8), fiam um casulo protetor secretando uma fibra
contínua (seda) para proteger a pupa durante o processo de metamorfose. Ela é
obtida por meio da criação do bicho-da-seda (sericicultura), da qual são obtidos
os casulos que, tratados com água quente, perdem a substância adesiva que liga
as fibras individuais (sericina) e permitem a fiação elementar que dá origem à
seda crua.
Seda:
A seda é uma das substâncias mais resistentes que se conhece. Ela suporta
de 3 a 4 vezes mais tensão que uma fibra de aço de mesmo diâmetro e pesa cerca
de um oitavo a menos. Também é muito mais flexível e pode ser dobrada
repetidamente em ângulos muito mais agudos que o aço, sem quebrar ou perder
suas qualidades. Não é difícil imaginar as aplicações que ela pode chegar a ter.
18
O principal componente da seda é uma proteína chamada fibroína. São os
únicos filamentos de origem natural, que normalmente atingem um
comprimento de mais de 1.000 m e 8-15 mícrons de diâmetro.
Vários filamentos são unidos para formar um fio. Entretanto, para a
fabricação de fios, a seda é produzida e utilizada em filamentos mais curtos.
Recentemente, com a engenharia genética, foram criadas cabras
transgênicas com alguns dos genes produtores da seda inseridos em seu genoma.
Elas produzem fibroína no leite que pode ser separada e utilizada, mas essa seda
tem um comprimento inferior ao normalmente obtido e sua resistência é muito
menor.
FIBRAS MINERAIS
FIBRAS QUÍMICAS
19
sintetizados que não existem na natureza, caso em que são chamadas de fibras
sintéticas.
FIBRAS ARTIFICIAIS
FIBRAS CELULÓSICAS
CELULOSE REGENERADA:
Raiom (viscose):
20
A primeira produção comercial da fibra de raiom foi realizada em 1910
pela American Viscose Society, nos Estados Unidos. Mediante o uso de dois
produtos químicos e técnicas de fabricação, dois tipos básicos de raiom foram
desenvolvidos: raiom viscose e raiom cuproamoniacal.
21
A resistência do raiom normal ao longo do tempo é baixa, especialmente
se ele for molhado; ele também tem a mais baixa recuperação elástica de todas
as fibras.
ÉSTERES DE CELULOSE:
Acetato de celulose:
A fibra de acetato de celulose, na qual de 92% a 74% dos grupos
hidroxilas são acetilados, é um composto formado a partir do ácido acético com
uma base. Os fios são contínuos à base de acetato de celulose, já que esse
acetato dissolvido em acetona forma um líquido espesso e xaroposo, do qual os
fios são então extraídos. Os fios de acetato são fibras descontínuas de
composição química idêntica. Os principais tecidos obtidos são cetim, tafetá,
veludo etc. Fiado junto com a seda, produz tecidos suntuosos. Se misturado com
qualquer fibra artificial ou sintética, dá ao fio um toque suave e quente. É
sensível ao calor e requer precauções ao passar a ferro. Do mesmo modo, deve
ser tingido com anilina ou corantes especiais. Aceita admiravelmente as tinturas
combinadas, apresentando, por essa razão, um tingimento multicolorido.
Triacetato de celulose:
A fibra de acetato de celulose (figura 10), na qual, pelo menos, 92% dos
grupos hidroxila são acetilados, tem melhores propriedades que o acetato na
absorção de umidade, na resistência a rugas, na facilidade de tingimento e no
tempo de secagem, e por esse motivo se tornou mais popular como uma fibra
têxtil. Os acetatos de celulose também são comuns em filtros de cigarro.
22
Figura 10. Micrografia das fibras de triacetato (esquerda) e sua seção
(direita)
(Fonte: banco de dados ECC)
FIBRAS PROTEICAS
ALGINATO:
O alginato é uma substância química purificada obtida de algas marinhas
pardas, encontrada principalmente na Laminarla hyperborea, que prolifera nas
costas da Noruega, onde, inclusive, é coletada mecanicamente em águas rasas,
existindo também no Mar Cantábrico. Também é obtido da Laminarla digitata,
presente no Mar Cantábrico; da Laminaria japonica, que é cultivada na China e
no Japão; da Macrocystis pyrifera, das águas do Pacífico; e de algumas espécies
dos gêneros Lessonia, Ecklonia, Durvillaea e Ascophyllum. Essas substâncias
correspondem a polímeros orgânicos derivados do ácido algínico.
Seu uso é muito variado, não se limitando à obtenção de fibras. Há uma
ampla gama de empresas que utilizam essa substância como espessante para
cremes, detergentes, tintas de impressão têxtil e uma variedade de outros
produtos. Ela é um material amplamente utilizado na odontologia para obter
impressões de dentes e tecidos moles adjacentes.
23
FIBRAS INORGÂNICAS
FIBRAS DE VIDRO:
O vidro flui facilmente quando fundido, podendo ser esticado em
filamentos cuja finura é limitada apenas pela velocidade de fiação.
Nas operações comerciais, o vidro fundido é mantido a uma temperatura
uniforme em um tanque cujo fundo é forrado com uma grande quantidade de
pequenos furos. O vidro fundido flui através desses orifícios formando finas
correntes que são estiradas em filamentos da ordem de 3,8 a 7,6 mícrons (o
diâmetro médio das fibras orgânicas mais finas é quase duas vezes maior), sendo
revestidos com um lubrificante e torcidos entre si para formar fios e serem
enrolados. Uma propriedade inerente do vidro é a tendência de suas superfícies
desprotegidas serem destruídas por fricção mútua, mesmo que a ação mecânica
seja muito leve.
FIBRAS METÁLICAS:
Nem todos os metais são adequados para a produção de fios de finura
suficiente. Os três mais adequados são o cobre, a prata e o ouro. Em qualquer
caso, sua resistência e flexibilidade não são adequadas para obter um tecido
prático, de modo que suas fibras são usadas apenas para enriquecer tecidos de
alto custo, entrelaçando-os com outras fibras para dar-lhes brilho e aparência
suntuosa.
24
FIBRAS SINTÉTICAS
FIBRAS DE POLIOLEFINAS
FLUOROFIBRAS (PTFE):
São fibras compostas de macromoléculas lineares de monômeros
fluorocarbonados alifáticos.
Suas características gerais são as seguintes:
Têxteis exclusivos para usos técnicos.
25
Não queimam. Têm boa resistência à abrasão. São quimicamente inertes.
Não absorvem água.
Resistem bem à luz e às intempéries.
POLIETILENO:
O polietileno (PE) é um polímero de cadeia linear não ramificada, embora
as ramificações sejam comuns em produtos comerciais. Quimicamente, é o
polímero mais simples. Ele é representado por sua unidade repetitiva (CH2-
CH2).
É também o mais barato, sendo um dos plásticos mais comuns. É
quimicamente inerte. Obtido a partir da polimerização do etileno (CH2=CH2),
do qual deriva seu nome. Pela nomenclatura da União Internacional de Química
Pura e Aplicada (International Union of Pure and Applied Chemistry - IUPAC),
recebe o nome de eteno.
As cadeias de polietileno são dispostas sob a temperatura de arrefecimento
(Tg) em regiões amorfas e semicristalinas.
Existem basicamente dois tipos de polietileno: o polietileno de baixa
densidade (Low Density PolyEthylene - LDPE) e o polietileno de alta densidade
(High Density PolyEthylene - HDPE). Também podem ser distinguidos o
polietileno de baixa densidade linear (Linear Low-Density Polyethylene -
PEBDL) e o polietileno de ultra-alto peso molecular (Ultra High Molecular
Weight PolyEthylene - UHMWPE).
POLIPROPILENO:
Fibra formada por macromoléculas lineares de hidrocarbonetos alifáticos
saturados, nos quais um de cada dos dois átomos de carbono contém um grupo
metila não substituído em uma configuração isotática, sem outra substituição. É
26
obtido a partir da polimerização do propileno (ou propeno). É menos denso que
a água, tem boa elasticidade e resistência, não absorve umidade e é resistente a
solventes químicos, ácidos e álcalis.
FIBRAS POLIVINÍLICAS
FIBRAS ACRÍLICAS:
Fibras formadas por macromoléculas lineares cuja cadeia contém, no
mínimo, 85% em peso de acrilonitrilo. As fibras acrílicas são macias, quentes,
leves e elásticas, mas possuem menor resistência mecânica quando comparadas
com as poliamidas e o poliéster. São usadas para fabricar tecidos de fácil
manutenção. São resistentes à luz solar e às intempéries. São produzidas na
forma de fibras curtas e têm a aparência de uma lã macia e quente, não
alergênica.
São utilizadas principalmente para fabricar tecidos parecidos com os de lã,
com muito pouca absorção de água. As fibras acrílicas são fibras de alta
contração, sensíveis aos ácidos e estáveis aos álcalis. Sob a ação do fogo, elas
amolecem, pegam fogo e queimam livremente, decompondo-se e deixando um
resíduo negro e quebradiço. Exalam um cheiro químico aromático, muito
diferente do cheiro de vinagre dos acetatos.
CLORETO DE POLIVINILA:
É um plástico forte, com baixa cristalinidade e muitas vezes opaco, tendo
uma Tg de 85 °C, o que o torna frágil a baixas temperaturas. É um polímero de
baixo custo com boa resistência ao impacto e aos produtos químicos, tendo alta
27
rigidez. É resistente ao fogo e tem grande versatilidade. Utilizado em tubos e
dutos, móveis e isolantes.
As fibras vinílicas são altamente resistentes aos ácidos, bases e outros
agentes químicos, não queimam nem inflamam, não absorvem umidade e têm
bom poder isolante, mas não são muito estáveis no calor, encolhendo a 78 °C.
Devido às suas características, são utilizadas principalmente no setor técnico
para a fabricação de tecidos filtrantes, cordões, redes, roupas à prova de fogo e
antiácidas; sua capacidade de encolhimento é utilizada para produzir tecidos
densos.
FIBRAS DE POLIURETANO
ELASTANO:
Elastano ou spandex é uma fibra sintética bem conhecida por sua grande
elasticidade, inventada pela empresa DuPont, que a registrou sob o nome
comercial de Lycra.
É um polímero de cadeia muito longa, formado por, pelo menos, 85% de
poliuretano segmentado (spandex) que é obtido em filamentos contínuos que
podem ser multifilamentos ou monofilamentos. Caracteriza-se pelo fato de que,
após seu comprimento original sofrer estiramento por três vezes, recupera-o
rápida e completamente quando essa força de tração deixa de atuar, e também
pelo fato de que pode se esticar até seis vezes antes de romper. Geralmente é
utilizado para a fabricação de roupas íntimas, roupas femininas, meias e, acima
de tudo, para roupas esportivas.
28
FIBRAS DE POLIAMIDA
NÁILON (NYLON):
O náilon foi a primeira fibra sintética a entrar no mercado produzida
inteiramente de polímero sintético a partir da polimerização de uma lactama.
Brilhante ou fosco, é sensível ao calor e altamente elástico. Tem uma taxa de
absorção de água muito baixa e não é muito resistente aos ácidos e aos raios
ultravioleta. É misturado com fibras naturais, adicionando-se até 20%
1 de
náilon para tornar o tecido mais barato e melhorar sua resistência. O náilon é
bem resistente à lavagem, embora deva ser passado a ferro com muito cuidado.
Se for de cor branca, permite o uso de alvejante. Pode ser limpo a seco.
O náilon 6,6, também chamado de náilon 66, é resistente, branco
translúcido, semicristalino e tem um alto ponto de fusão (255 °C).
PERLON:
Outra poliamida importante do ponto de vista têxtil é a poliamida 6 obtida
da caprolactama, conhecida como perlon.
É composto de microfibras entrelaçadas que constituem uma superfície
ideal para a filtragem mecânica, retém partículas muito finas e, portanto, é
facilmente saturado. É um bom isolante térmico e acústico, mas, devido à sua
baixa higroscopicidade, não absorve o suor, o que pode causar dermatites em
pessoas com pele delicada.
É uma fibra termoplástica, ou seja, pode ser deformada pelo calor. Essa
propriedade é utilizada para a modelagem das peças de vestuário fabricadas com
29
ela. A forma alcançada é preservada, desde que os tratamentos subsequentes
sejam realizados a uma temperatura mais baixa que a da modelagem.
Com essas fibras, são fabricados inúmeros artigos têxteis, tais como
meias, roupas íntimas, vestidos, camisas, paraquedas, artigos de pesca etc.
Também são amplamente utilizadas misturadas com fibras naturais para dar
resistência aos fios fabricados com ela.
30
ARAMIDAS:
Kevlar:
Nomex:
É um polímero sintético de poliamida aromática que proporciona altos
níveis de integridade elétrica, química e mecânica. O nomex não encolhe ou
dilata, nem amolece ou derrete durante a exposição de curto prazo a
temperaturas tão altas quanto 300 °C. A longo prazo, pode servir como isolante
térmico, elétrico ou químico, suportando continuamente temperaturas de até 220
31
°C por mais de 10 anos. Sua estabilidade térmica estende-se a baixas
temperaturas, no ponto de ebulição do nitrogênio (- 196 ºC). As placas prensadas
de papel de nomex são totalmente resistentes às forças de contração/dilatação.
FIBRAS DE POLIÉSTER
FIBRAS DE POLI-ISOPRENO
ELASTODIENO:
32
IDENTIFICAÇÃO DAS FIBRAS
O primeiro passo para identificar uma fibra é determinar seu tipo. Não faz
muito tempo, a maioria dos tecidos era feita de lã, algodão, linho ou seda. Era
fácil identificá-los pela visão e pelo toque. Atualmente, existe uma grande
variedade de fibras sintéticas que dificulta a análise e identificação completa de
todos os tecidos.
A maioria das fibras naturais, tais como a lã, o algodão e o linho, que tem
características de superfície distintas, pode ser identificada com o microscópio
eletrônico de varredura (figura 12).
A lã, por exemplo, sendo pelo de animal, tem um padrão de escamas
superficiais, embora a lã reutilizada possa tê-las perdido durante o processo. Se
o que interessa é observar a estrutura interna, o microscópio óptico de contraste
deve ser o escolhido.
No caso da seda e da maioria das fibras sintéticas, que são produzidas por
meio de uma fieira, a superfície é lisa e macia. Elas não são identificadas por
microscopia óptica, mas pela análise de sua composição química, geralmente
por espectrofotometria de infravermelho.
19
Para serem observadas sob o microscópio, as fibras devem ser separadas
do tecido e abertas, colocadas sobre uma lâmina, devendo ser adicionada uma
gota de água. Além disso, deve ser colocada uma lamela sobre elas. Dessa
forma, é fácil distinguir as fibras naturais das artificiais. Estas últimas aparecem
sem estrutura superficial, enquanto as naturais são trançadas e apresentam
superfícies rugosas. Inclusive é possível observar claramente a mistura de fibras
(naturais e artificiais) em muitos tecidos existentes no mercado.
34
COMPORTAMENTO DIANTE DO CALOR
35
(Fonte: banco de dados ECC)
36