UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ- UFC

INSTITUTO DE CULTURA E ARTE- ICA

CURSO: Design de Moda
Disciplina: Fibras e Fios.

RELATÓRIO SOBRE AS FIBRAS VEGETAIS

Nome
Beatriz Alves de Menezes Sousa
Artur Antunes de Carvalho
Beatriz Uchôa
Andre Luís Bruzuena

JUNHO/2019
FORTALEZA, CE
 Beatriz Alves
Artur Carvalho
André Bruzuena
Beatriz Uchôa

RELATÓRIO SOBRE AS FIBRAS VEGETAIS.

Trabalho apresentado como

requisito parcial de avaliação na
disciplina de Fibras e Fios, ao (à)
Professor(a) Araguacy Filgueiras.

JUNHO/2019
FORTALEZA, CE
 OBJETIVOS
Objetivamos com a realização deste trabalho aplicar os conhecimentos adquiridos ao longo da
disciplina acerca das fibras naturais e suas propriedades. Destacando a importância dessas
fibras: Algodão, Rami, Linho, Juta para o trabalho do design, como o seu uso em diferentes
atividades. Enfatizando a sua importância para a cultura cearense.

JUSTIFICATIVA
A indústria têxtil está sempre em busca de inovação e tecnologia, portanto conhecer as fibras
e suas propriedades é essencial para movimentar a industria, trabalhar com novos materiais e
implementar melhorias na cadeia produtiva da moda, por exemplo, há estudos mostrando que
a substituição de fibras sintéticas por fibras naturais traz melhorias nas propriedades de
materiais plásticos, reduzindo custos. Além disso, a formação como designer pede
conhecimento da cadeia produtiva, das fibras, malharia, tecidos e seus usos a fim de aplicar os
conhecimentos em projetos e criações. As fibras naturais, que se encontra em abundância no
Brasil são parte fundamental desse conhecimento servem de base e matéria prima para criação
de diversas fibras hibridas, tecidos e são largamente utilizadas em diversos fins.

METODOLOGIA
Para a realização deste trabalho foram utilizados os conhecimentos adquiridos durante a
disciplina, apostilas disponibilizadas no curso e pesquisa bibliográfica.

ALGODÃO
Imagem da fibra em sentido longitudinal e transversal.
Lúmen visível, a fibra apresenta caráter vítreo e leves torções. (IMAGEM 1)
Imagem 1 - Algodão

Fonte: Acervo Pessoal.

O algodão é a fibra natural mais utilizada no mundo, sua origem remonta as antigas
civilizações antes de cristo que já utilizavam a fibra e sua expansão veio a partes dos indianos
e árabes que a apresentaram por toda a Europa e Mesopotâmia. Em 1750 o Nordeste do Brasil
começaria a produção de Algodão que sofreu abalos por conta da infestação do Bicudo do
algodão, praga de alcance mundial, mas que continua a ser produzido em partes do país.

Propriedades
A fibra de Algodão é encontrada
O algodão apresenta resistência razoável, se encontra entre a lã e a seda, sua fibra é curta,
fina, sendo assim para a fiação da fibra usa-se a técnica de crimpagem, torce para conseguir
aderência ao fiar. O mau cultivo, exposição a substancias nocivas, os processos de limpeza e
fiação e as melhorias feitas na indústria influenciam na qualidade do algodão.

Características
O algodão é uma fibra presente no vestuário brasileiro, devido a ser uma fibra natural
promove maior troca do corpo com o ambiente, ideal para climas quentes e tropicais, como é
o caso do Brasil. Além do baixo custo é um tecido macio, confortável e resistente, amarrota
com facilidade, porém menos que o Linho. Para obtenção de um algodão mais limpo a fibra
passa por processos na indústria para tirar impurezas e fibras mais curtas, no caso a
penteadeira, o que promove a aumento do custo e a melhoria do produto. Como uma fibra
muito versátil, pode originar desde o Algodão Egípcio até o algodão cru usado para
modelagem de peças, tudo isso depende do plantio e os processos pelos quais o produto irá
passar na indústria têxtil.

RAMI
Imagem da fibra em sentido longitudinal e transversal.
O lumén é visível e a espessura da parede é fina. Constituidas por feixes de fibrilas ocas.
(IMAGEM 2)

Imagem 2- Rami

Fonte: Acervo Pessoal.

Propriedades
Seu comprimento vai de 150 a 200 milímetros. Possui diâmetro médio de 20 a 40 microns
(0,02 a 0,04 mm). Tem alta resistência, muito maior do que do algodão, linho e até do
cânhamo. Possui elasticidade e resistência entre o Algodão e o Linho, também possui boa
tingibilidade, sendo muito usado na indústria para confecção de pelúcias.
 Características
A fibra de rami é utilizada na fabricação de barbantes, cordas e redes de pesca.
Destaca-se na aplicação em tecidos para vestuário e artigos de decoração. Pode ser
alvejada para um bom branco e suporta tingimento melhor do que as outras fibras
vegetais.
Tem cor clara e brilhante, é durável, mas tem tendência a perder a elasticidade.
Possui rápida absorção de água, e aumenta sua resistência ao torno de 25% quando
molhado.
O tecido possui uma ótima aceitação comercial, sendo considerado um substituto
próximo e mais barato do linho.

LINHO

Imagem da fibra em sentido longitudinal e transversal.

Lúmen apresenta uma mancha que proporciona um efeito escuro a esta parte central. A
seção transversal mostra claramente o lúmen, a espessa parede externa e certa forma
poligonal. (IMAGEM 3)

Imagem 3 – Linho

Fonte: Acervo Pessoal

Características
O linho é considerado por muitos como a fibra têxtil mais antiga usada no mundo
ocidental. Mesmo tão antiga ainda é bastante produzida e utilizada, o linho é
considerado um tecido nobre e sinômino de bom gosto e qualidade. Além da sua
sofisticação, o linho é um tecido macio e durável. O linho resiste bem a lavagens, pois
é mais resistente quando molhado, tem boa ventilação e absorção de umidade, por isso
é ideal para climas mais quentes. O linho apresenta um brilho natural, que é
evidenciado durante passagem de roupa. Seu cultivo e produção tem alto custo assim
como seu custo no mercado.

Propriedades
O linho é obtido do caule de uma planta anual - o Linun usitatissimum - que se
desenvolve em muitas regiões temperadas e subtropicais da Terra. No interior da casca
da planta há células longas, delgadas e de espessas paredes, das quais os elementos
fibrosos são compostos. As variedades de linho para fibra alcançam entre
90 e 120 cm de altura.
Alvejamento: O linho apresenta maiores dificuldades de alvejamento do que o
algodão. No entanto, os métodos modernos têm proporcionado bons resultados com
um mínimo de degradação química
Tenacidade: O linho é uma fibra bastante forte. Os tecidos de linho são duráveis e
fáceis de serem submetidos a certos trabalhos de manutenção, tais como a lavagem.
Quando molhados, a resistência dos mesmos pode ser 20% superior ao mesmo tecido
em estado normal.
Alongamento: Seu alongamento a seco acha-se entre 2,7 e 3,3%, contudo o
alongamento a úmido cai para cerca de 2,2%.
Resiliência (R): O linho possui péssima recuperação à dobra, compressão ou
amarrotamento. Esta péssima resiliência ocasiona a formação de rugas e, por esta.
Razão, os tecidos de linho, ao serem dobradas várias vezes na mesma região,
Apresentam a tendência de romper-se.
Densidade (d): Segundo alguns autores, a densidade é de 1,54g/cm3 , enquanto para
outros ela é de 1,50g/cm3 , tais valores dependerão da qualidade da maceração
Efeitos da Umidade: O linho absorve umidade com bastante rapidez. Ele cede
umidade, por evaporação, com maior velocidade do que qualquer outra fibra vegetal. A
reação do linho à umidade é de tal ordem que o seu brilho natural e a sua superfície
lisa melhoram bastante com um simples umedecimento e passagem com ferro de
engomar.
Propriedades Térmicas: O linho, a exemplo das demais fibras celulósicas, queima
rapidamente, sendo altamente resistente à decomposição ou degradação por
aquecimento à seco. Poderá suportar temperaturas de 150° C por longos períodos, com
pouca ou nenhuma modificação em suas propriedades.

JUTA

Imagem da fibra em sentido transversal e longitudinal.

Imagem 4- Juta

Fonte: Acervo Pessoal.

 Imagem 5 Plantação de Juta em Bangladesh, um dos maiores produtores mundiais da fibra. A Índia
ocupa o primeiro lugar de maior produtor de juta.
A fibra de juta é extraída a partir do caule da planta Corchorus capsularis, uma erva lenhosa
que se desenvolve em clima quente e úmido podendo alcançar de 3 a 4 metros de altura, sendo assim
melhor cultivada em locais de clima tropical. Ela é 100% biodegradável, reciclável e o cultivo da planta não
requer uso de grandes quantidades de pesticidas e fertilizantes, tornando-o menos agressivo ao meio
ambiente. Em termos de utilidade, consumo global, produção e abundância, a juta é a segunda fibra
vegetal mais importante, seguida apenas da fibra de algodão (CO). Ela é usada principalmente para
produção industrial de fios, tecidos, redes, telas e sacos. Sua versatilidade e propriedade rústica permite a
produção de materiais crus para os setores de embalagem, tecelagem, construção civil e agricultura.
A extração da fibra de juta é realizada pelo processo de maceração no qual as árvores são
cortadas rente ao solo com auxílio de foices, as folhas arrancadas e depois colocadas dentro de água
corrente ou parada. Com alta temperatura, a fermentação ocorre e dentro de 8 a 10 dias a maceração se
completa. Logo após esse processo a casca da planta é removida sem complicações e a fibra separada da
parte lenhosa do talo. A partir desse momento, as fibras são enxaguadas e imediatamente empacotadas.

Para análise de qualidade das fibras de juta leva-se em consideração a robustez,

comprimento e cor do talo da planta. As fibras de melhor qualidade são mais resistentes, possuem
maior comprimento e o talo da planta é branco e brilhante. Já as fibras de baixa qualidade possuem
comprimento menor, são mais acinzentadas e menos resistentes.
A fibra possui comprimento que varia entre 1,5mm a 4mm, com finura em média de
0,02mm. Apresenta, geralmente, um brilho sedoso e, quando comparada ao linho, é mais
quebradiça, o que a impede de ser transformada em fios finos, já que os feixes não se separam tão
bem no sentido longitudinal. Elas apresentam um fino "brilho" sedoso, um toque grosseiro e áspero,
embora as melhores qualidades sejam suaves e macias. A juta não é tão resistente nem tão durável
quanto o linho, o cânhamo ou o rami. As fibras não se alongam dentro de uma extensão apreciável.
Apresentam baixa elasticidade. Semelhante à do linho, ou seja, péssima recuperação à dobra,
compressão ou amarrotamento. Deterioram-se rapidamente com umidade, tornando-se
quebradiças, fracas e escuras. Tem menor resistência que o linho ou o algodão à ação de
microorganismos.
REFERÊNCIAS

SOTO,Eliton;MATTOSO,H;HECKER,Laura.Uso de tecidos de fibras vegetais para melhoria

das propriedades de materiais plásticos.São Carlos,SP: Ministério da Agricultura Pecuária e
Abastecimento,2002.Disponível
em:<https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/28443/1/CiT162002.pdf>
Acesso em 19 de Junho de 2019.

AMIPA.Sobre a história do algodão.Disponível

em:<https://amipa.com.br/sobre-o-algodao/historia>Acesso em 18 de Junho de 2019

TESTEX. As propriedades da fibra de algodão.2017.Disponível

em::<https://www.testextextile.com/pt/quais-s%C3%A3o-as-propriedades-da-fibra-de-algod
%C3%A3o-da-fibra-de-algod%C3%A3o/> Acesso em 19 de Junho de 2019.

SENAI. SC. Fibras Têxteis. Florianópolis: SENAI/SC, 2004. Disponível em

<https://conteudoonline.senai-es.org.br/_old/wp-content/uploads/2015/06/Fibras_Texteis.pdf>
Acesso em 13 de junho de 2019

CRESPIM, Luciana. Características das Fibras de Algodão. Disponível em:

<http://www.oocities.org/br/lcrespim/trabalhos/fibras-algodao.PDF> Acesso em 18 de junho
de 2019.