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OPERAÇÃO PADRÃO NO BC: A POSSIBILIDADE DE

REALIZAÇÃO DE CONCURSO PÚBLICO NO BC ANTES DA


REESTRUTURAÇÃO DA CARREIRA NÃO FOI ACEITA PELA
CATEGORIA. MOVIMENTO VAI RECRUDESCER

A operação padrão dos servidores do Banco Central será


mantida e tende a recrudescer, a despeito da Ministra
Esther Dweck do MGI ter sentado com as entidades
representativas do corpo técnico do BC e recebido as
reivindicações não salariais dos funcionários do órgão. Os
ânimos da categoria, antes inconformados com a
indisposição do governo em avançar na reestruturação da
carreira, posição publicamente manifesta pela ministra,
estão agora inflamados com a possibilidade de realização de
um concurso público sem que as pautas colocadas pela
categoria sejam solucionadas.

As principais mudanças propostas na reestruturação de


carreira dos servidores do Banco Central do Brasil incluem:
• Exigência de ensino superior para o cargo de técnico:
Os servidores têm pedido que o cargo de técnico seja
considerado como de nível superior, o que implicaria em
uma mudança na qualificação necessária para ingressar
nessa carreira
• Alteração de nomenclatura para o cargo de analista: A
proposta também envolve a alteração de nomenclatura
para o cargo de analista para Auditor, termo mais
condizente com as atividades realizadas e com a
importância do respectivo cargo.

O Sinal, Sindicato Nacional dos Funcionário do Banco


Central, entende que a realização de concurso neste
momento é inoportuna e uma forma de inviabilizar a pauta
reivindicatória da categoria. Dentro de um cenário de
sucateamento da autarquia e de desmotivação funcional, o
concurso público atrairia candidatos com formação
educacional de segundo grau ou interessados em usar o BC
apenas como trampolim para outras carreiras com
remuneração superior.

Já com a Reestruturação de Carreira, o resultado seria o


inverso – o concurso atrairia candidatos com maior nível de
escolaridade e a Autarquia conseguiria manter em seus
quadros os novos servidores com maior qualificação.
Sem a reestruturação, o Sinal prevê um agravamento do
quadro de desmonte a olhos vistos da carreira de
Especialista do BC, que vem ocorrendo na última década,
com reajustes abaixo da inflação e com as crescentes
assimetrias em relação a carreiras congêneres.

Nesse sentido, as entidades do corpo funcional buscam


agora ser recebidas pelo Ministério da Fazenda, a fim de
expor as preocupações dos servidores do BC sobre as
implicações negativas para a carreira com a realização do
concurso público no atual estágio de negociação funcional e
de sensibilizar o ministério a propor uma medida provisória
ou projeto de lei que preveja a criação de uma retribuição
por produtividade, nos moldes do bônus de produtividade
dos auditores fiscais da Receita Federal.

Em assembleia, a categoria decidiu retomar a operação


padrão e será intensificada a partir de 17/7/2023: eventos,
atrasos e interrupções em diversos outros serviços do BC
podem se tornar cada vez mais frequentes e se espraiar
mesmo para os departamentos que ainda não foram
atingidos.
Uma das áreas que já está sendo afetada pela Operação
Padrão do BC é o Laboratório de Inovações Financeiras e
Tecnológicas (LIFT Lab) - um ecossistema de inovações
financeiras e tecnológicas, coordenado pela Fenasbac e pelo
Banco Central do Brasil, apoiado por empresas de
tecnologia. O LIFT, eleito um dos melhores laboratórios de
inovação do mundo, desenvolve propostas de inovações
para o Sistema Financeiro Nacional (SFN), beneficiando a
sociedade e a economia.
Bom lembrar, que a publicação da lista de projetos
selecionados, que estava prevista para ser divulgada no dia
03/07, foi adiada para final de julho de 2023, impactando o
cronograma inicial do LIFT, que também previa o início do
laboratório dos projetos para dia 24/07, sendo que este está
sem previsão de início.

Sem que a Fazenda abra um canal de diálogo com as


entidade que representam o corpo técnico do BC, a
atmosfera no BC tende a ficar insustentável, colocando em
risco as entregas da Autarquia à sociedade e o
cumprimento de sua missão institucional, incluindo seu
papel de regulador e fiscalizador do Sistema Financeiro
Nacional e como gestor do STR, Selic e Pix.

Fábio Faiad
Presidente Nacional do SINAL

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