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RELATÓRIO DO GT NACIONAL

(ABERTURA - 29/06/2023)

1. Estiveram presentes as seguintes entidades sindicais: SINTUF-MT,


SINTESPB, SINTUNIFESP, SINDIEDUTEC, SINTUFCE, SINTUFSCAR,
SINDIFES, SINTUFEJUF, SINDUFLA, SINTESAM, SINTUFABC,
ASSUFRGS, SINTUFS, ASSUFSM, SINTFUB, SINTUFRJ, SINDS-UFSJ,
SINT-IFESgo, SINDTIFES-PA, SINTUFES, SINTUFSC, Coordenadores da
pasta Jurídica e de Relações de Trabalho (Marcelo Rosa Pereira e Daniel
Lucas Soares Souza Farias).
2. Primeiramente foi realizada a saudação pelas 3 coordenadoras gerais da
FASUBRA (Ivanilda Oliveira Silva Reis, Loiva Isabel Marques Chansis, Cristina
Del Papa) e em seguida foram dados os informes gerais (Conjuntura nacional
e detalhamento da reunião com o ministro da Educação).
3. Em seguida, ainda pela manhã, os coordenadores da pasta iniciaram
efetivamente o Grupo de Trabalhado Nacional, iniciando as tratativas para
organização e sistematização das discussões. Desse modo e após amplo
debate ficou decidido a condução da seguinte forma:
a. As entidades, juntamente com seus representantes foram orientadas a
adequarem-se às seguintes orientações: 2 (dois) representantes da
entidade e 1 (um) representante por instituição que fizesse parte do
sindicato de Base. Exemplo: No Ceará, Três instituições (UFC-BASE
Sindical, UFCA, UNILAB), 4 representantes (2+1+1);
b. Foi estabelecido que as reuniões serão quinzenais e somente meio
período;
c. O GT carreira poderá ser convocado de maneira EXTRAORDINÁRIA
sempre que necessário;
d. Ficou decidido que será criado um grupo de sistematização das
discussões e que será composto pelos integrantes da CNSC, pelos
coordenadores da pasta Jurídica e de relações de trabalho mais um
representante por chapa que compõe a direção nacional;
4. Na parte da tarde, as entidades presentes fizeram um breve relato de como
está a discussão nos GTs de Base, tendo sido apresentadas 6 propostas de
carreira.
5. Em seguida foi apresentada a minuta de um documento (Anexo I) que detalha
a pauta da FASUBRA e que será entregue ao ministro da Educação, Camilo
Santana. Este documento será enviado às entidades de BASE para que todos
possam contribuir na redação e construção do documento final. O retorno das
contribuições deverá ser enviado à secretaria da FASUBRA
(secretaria@fasubra.org.br) até a quinta-feira (06/07).
Carta ao senhor Ministro da Educação, Camilo Santana
(Anexo I)

Brasília, xx de xxxx de xxxx

Excelentíssimo Senhor
Camilo Sobreira de Santana
Ministro da Educação

A Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de


Ensino Superior Públicas do Brasil (FASUBRA SINDICAL), representante das trabalhadoras
e trabalhadores das Universidades Federais, Estaduais e Municipais e de Institutos Federais,
com cerca de 250 mil trabalhadores, na expectativa de que possamos iniciar o processo de
negociação sobre a pauta específica dos trabalhadores/as Técnicos e Técnicas
administrativos em educação (TAE) das instituições públicas de ensino superior, e
considerando o papel fundamental que os mesmos desempenham nas IFE, vem apresentar
nossas reivindicações acerca de nossa carreira.
A título de conhecimento de Vossa Senhoria, o Plano de Carreira dos Cargos Técnicos-
administrativos em Educação (PCCTAE), instituído pela Lei 11.091/2005, conquistado no
acordo de Greve assinado em novembro de 2004, traz uma série de necessidades de
aprimoramento.
A Lei 11.091/2005 estabelece que toda discussão de aprimoramento e modificações no
PCCTAE deve acontecer na Comissão Nacional de Supervisão da Carreira (CNSC), criada
nesta mesma Lei. Assim, é prioritário a recomposição e convocação imediata da CNSC para
tratar das questões que seguem:

1. Discussão sobre os fazeres técnico-administrativos nas Instituições Federais de


Ensino (IFE), para definição das atribuições dos cargos que integram o PCCTAE -
desde 2005 essas atribuições ainda não foram estabelecidas pelo MEC trazendo
transtornos na gestão de pessoas da IFE;
2. Finalização da discussão das diretrizes nacionais para a elaboração do Plano de
Desenvolvimento dos Integrantes da Carreira (PDIC), instituído pelo Decreto
5.825/2006 - na maioria das IFE os programas de Avaliação de Desempenho em
execução não atendem o estabelecido no decreto e as matrizes de alocação de vagas
nacional e das IFE ainda não foram elaboradas;
3. Revogação de arcabouço normativo editado pelas gestões anteriores do MEC que
entram em contradição com o PCCTAE, em especial as que vetam a abertura de
concurso para diversos cargos não extintos do PCCTAE - possuímos apenas 18% de
cargos ativos, diversos cargos foram extintos ou estão com concursos suspensos,
abrindo o caminho para a terceirização e para a total extinção dos cargos TAE nas
universidades, institutos federais, hospitais universitários e demais instituições nas
quais estamos presentes.
4. Elaboração de estudos que visem a melhoria remuneratória para os integrantes do
PCCTAE - nossa carreira está com uma considerável defasagem salarial, temos uma
das piores, senão a pior remuneração do serviço público federal, desvalorizando a
carreira, deixando-a desinteressante para potenciais novos servidores e causando o
efeito "trampolim" para outras mais atrativas.
5. Estudar medidas que contribuam para mitigar o alto turnover nas IFES - a alta
rotatividade é um grave problema, nos últimos anos a diferença entre a entrada e
saída de servidores ultrapassou alarmantes 70%, nenhuma Instituição consegue criar
uma identidade sem servidores comprometidos e que queiram nela ficar, fazê-la
crescer e poder crescer também junto com ela.
6. Elaborar estudos técnicos que subsidiem a discussão na Mesa Nacional Permanente
de Negociação com vistas a superação dos limites sustentam o conceito de
provimento derivado - atualmente os servidores públicos não possuem a possibilidade
de ascensão funcional e as IFE estão impedidas de proporem e realizarem
readaptações funcionais o que concorre para o alto número de desvios de função em
seus quadros.
7. Rever a descrição e a quantidade de ambientes organizacionais que afetam
diretamente ao processo de desenvolvimento dos servidores e a organização dos
seus fazeres nas diversas unidades das IFE - os ambientes organizacionais foram
criados no PCCTAE com o intuito de contribuir com a adequação entre as
necessidades institucionais e as atribuições dos cargos, outro ponto a ser definido
trata da recuperação do conceito de progressão funcional apresentada pela
FASUBRA a CNSC quando da elaboração dos decretos que regulam o PCCTAE;
8. Revisão da Portaria Nº 9 de 29 de junho de 2006 do MEC, que estabelece as
correlações das áreas de conhecimento com as ações de capacitação para cada
ambiente organizacional - com o decorrer dos anos novas áreas de conhecimento e
cursos de capacitação surgiram e não constam na regulamentação nacional trazendo
dúvidas quanto a possibilidade de serem utilizadas para progressão dos servidores e
servidoras.
Neste sentido, e, sabendo da preocupação que a atual gestão tem com relação a valorização
dos trabalhadores da educação e principalmente a continuidade da excelência na prestação
dos serviços públicos, elencamos acima as principais reivindicações da nossa categoria.

Outros pontos e reivindicações relativas à carreira poderão ser discutidas após a


recomposição e convocação da Comissão, que não se reúne desde o ano de 2015, para que
possamos discutir e avançar nas questões pendentes para o acompanhamento e
aprimoramento da carreira dos TAE. Entre esses pontos destacamos:

● Implementação de imediato do processo de negociação específica em mesa própria


com o MEC;
● Regulamentação das descrições gerais dos cargos TAE, no que trata participação
na Pesquisa e Extensão;
○ O entendimento de que TAE podem coordenar projetos de pesquisa e
extensão e concorrer a bolsas nessas áreas não é pacificado. Algumas
Universidades e Institutos Federais permitem a participação dos TAE na
pesquisa e extensão, enquanto outros proíbem. Solicitamos a normatização
das atividades técnico-administrativas de forma a permitir a coordenação e
participação dos TAE na Pesquisa e Extensão, inclusive podendo concorrer a
bolsas, e as diretrizes regulamentadoras da distribuição da carga horária dos
TAE.
● Revogação dos decretos 9.262/2018 e 10.185/2019 e Portaria no 443/2018;
○ Esses dois decretos e a portaria extinguiram cargos e suspenderam concursos
para alguns outros favorecendo a terceirização e prejudicando a reposição de
cargos de áreas estratégicas como a de Comunicação Social e a de
Acessibilidade (tradutores intérpretes de libras).
● Efetivação do Plano Nacional de Capacitação lançado em 2013 com a extensão, para
os Técnico- administrativos em Educação, do art. 30 da lei 12772/12, que trata de
afastamento para realização de estudos de pós-graduação e revogação dos efeitos
do Decreto 9.991/2019 e suas alterações para os servidores TAE, por se contraporem
ao Decreto 5.825/2006.

○ O Plano Nacional de Capacitação compreende a instituição de três


programas: 1. Programa Nacional de Apoio aos Projetos Institucionais de
Capacitação das IFEs; 2. Programa de Qualificação em Serviço; 3.
Programa de Capacitação – Formação Continuada.
○ O Plano objetiva promover, de forma complementar, condições para o
desenvolvimento dos Técnico-Administrativos em Educação, e não exime
as IFE de implantarem seus Programas de Capacitação e
Aperfeiçoamento, a que estão obrigadas conforme definido pela Lei nº
11.091/2005, o PCCTAE.
● Turnos contínuos com redução da jornada de trabalho para 30 horas, sem ponto
eletrônico e sem redução de salário;
● Pela revogação da Lei que cria a EBSERH, Empresa Brasileira de Serviços
Hospitalares, para gerir os Hospitais Universitários das Instituições Federais de
Ensino e pela contratação de trabalhadores via concurso público (RJU);
● Construção de uma política de combate efetivo ao assédio moral nas Instituições
Federais de Ensino;
● Consulta paritária para reitor (a) das universidades e paridade nos Conselhos e
Comissões com a revogação da Lei 9.192/1995;
● Pelo fim da criminalização das lutas e das perseguições aos dirigentes sindicais e
ativistas nas Instituições Federais de Ensino Superior.

Certo de contar com o apoio de V. Sa., agradecemos antecipadamente o atendimento das


demandas e nos colocamos à disposição para, em diálogo, aprofundar e detalhar a pauta
apresentada.

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