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Nutricosméticos

1. Introdução 5
Nutricosméticos 8
Definindo Cosmecêuticos Enutracêuticos 10
A Pele 14
Hidratação Cutânea - Aspectos Estático e Dinâmico 15
Envelhecimento Cutâneo 15
Radiação UVA 18
Radiação UVB 20
Radiação UVC 21

2. Nutricosméticos e a pele 23
Estudos Científicos Sobre os Efeitos
dos Nutricosméticos na Pele 25
Carotenoides 25
Estudos Clínicos com Carotenoides 28
Polifenóis 33
Pycnogenol - Estudos Clínicos 36
Extrato da Semente de Vitis Vinifera - Estudos Clínicos 38
Extrato de Pomegranate - Estudos Clínicos 38
Principais Compostos Fenólicos: Catequina
e Epicatequina 39
Cacau em Pó – Estudos Clínicos 40
Principais Compostos Fenólicos: Ácidos
Hidroxibenzoicos e Hidroxicinâmicos 41
Extrato de Polypodium Leucotomos - Estudos Clínicos 42
Isoflavonas 43
Isoflavonas - Estudos clínicos 43

3. Lipídeos 45
Principal Componente Lipídico: Ácido
Gama-Linolênico (GLA) 46
Óleo de Borage - Estudos Clínicos 46
Principal Componente Lipídico: Ácidogama-Linolênico 47
Óleo de Prímula - Estudos Clínicos 47

02
Principais Componentes Lipídicos: Ômegas 3 e 6 47
Polissacarídeos da Cartilagem de Peixe - Estudos
Clínicos 48
Nutricosméticos e os Cabelos 49
Estudos Científicos Sobre os Efeitos
dos Nutricosméticos nos Cabelos e unhas 51

4. Referências Bibliográficas 55

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04
APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

1. Introdução

Fonte: Freepik Br1

A Associação Brasileira da Indús-


tria de Higiene Pessoal, Perfu-
maria e Cosméticos (ABIHPEC) di-
de produtos de higiene pessoal, per-
fumaria e cosméticos, com fatura-
mento de US$ 28,4 bilhões no ano
vulgou recentemente os dados do de 2009, sendo Japão (US$ 39,9 bi)
Euromonitor International1 que e Estados Unidos (US$ 58,9 bi), se-
mostram que o Brasil ocupa a ter- gundo e primeiro lugares, respecti-
ceira posição no mercado mundial vamente (Tabela 1) (ABIHPEC,
2010).

Mercado mundial de produtos de higiene pessoal, perfumes e cosméticos

Higiene Pessoal, 2009


Crescimento Participação
US$ Bilhões (%) (%)
Cosméticos
Mundo 350,3 -2,1
1 Estados Unidos 58,9 -1,3 16,8

1 Retirado em https://br.freepik.com/fotos-gratis/produtos-de-higiene-pessoal-que-cercam-o-es-
paco-da-copia_6941583.htm

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APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

2 Japão 39,9 6,6 11,4


3 Brasil 28,4 3,2 8,1
4 China 20,8 10,4 5,9
5 Alemanha 17,4 -4,2 5,0
6 França 16,3 -6,8 4,7
7 Reino Unido 15,0 -13,2 4,3
8 Itália 12,5 -5,4 3,6
9 Espanha 10,7 -17,7 3,1
10 Rússia 10,4 -9,2 3,0
Top ten 230,37 -1,6 65,8
Fonte: (ABIHPEC, 2010).

Já em nível técnico, o Brasil de novos produtos em velocidade


ocupa o 4° lugar, sendo o Japão o lí- acelerada. Segundo Dederen
der e os Estados Unidos e a França (2006), além dos produtos tradicio-
em segundo e terceiro lugares, res- nais, novas formas de liberação
pectivamente. Este ranking técnico como patches transdérmicos, nutri-
foi divulgado pela International Fe- cosméticos orais e cosmetotêxteis
deration of Societies of Cosmetics são exemplos de novidades aceitas
Chemists (IFSCC) com base nos re- no mercado, o que destaca o poder
sultados do 26th Congress of IFSCC das tendências no setor.
ocorrido em Buenos Aires, em 2010. Na área empresarial, o fenô-
O Brasil apresentou no evento três meno da convergência entre dife-
pesquisas científicas no formato po- rentes áreas do conhecimento pode
dium e 63 em pôster, o que propor- explicar a formação de novas ativi-
cionou posição de destaque perante dades na indústria, pois a inexistên-
a comunidade científica internacio- cia de legislação específica, a distri-
nal. Isso e vidência a importância buição da informação e as novas de-
dos processos empregados e da qua- mandas de consumidores incenti-
lidade técnica demonstrada pelas vam as empresas inovadoras a irem
universidades e empresas (ASSOCI- além dos limites da indústria
AÇÃO BRASILEIRA DE COSMÉTI- (CHOI; VALIKANGAS, 2001). É o
COS, 2010). caso da relação entre as indústrias
Com este importante posicio- de cosméticos, alimentos e medica-
namento em nível de mercado e téc- mentos. Essas empresas revolucio-
nico-científico, é natural visualizar o nárias estreitam as fronteiras entre
mercado de cosméticos como alta- si pela convergência das propostas
mente dinâmico, com lançamentos

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APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

de valor, tecnologias e mercados LEKER, 2011). Como exemplo do fe-


(CHOI; VALIKANGAS, 2001), ou nômeno, podemos citar o surgi-
seja, a convergência acontece quan- mento dos cosmecêuticos, dos nu-
do pelo menos dois itens distintos se tracêuticos e mais recentemente,
movem no sentido de uma união ou dos nutricosméticos. A convergência
uniformidade, ou então pelo surgi- pode ser representada pela redução
mento de tecnologias distintas, apa- gradual da distância entre duas in-
relhos, ou indústrias para um pro- dústrias/campos da ciência, com a
duto industrial comum (CURRAN; formação de uma nova área.

Processo de convergência. (a) Status quo no tempo t0;


(b) Status quo no tempo t1 – convergência

Fonte: (Adaptada de CURRAN; LEKER, 2011).

Como o desenvolvimento e o Mas, para que tais empresas


uso de produtos para o cuidado pes- possam desenvolver estratégias de
soal estão profundamente presentes marketing eficazes obtendo vanta-
na cultura humana há muitos anos, gens competitivas sustentáveis, é
as novas tendências tornam-seatra- importante conhecer as preferências
tivas para empresas que desejam e o comportamento de compra e de
competir com produtos inovadores consumo dos consumidores (EN-
(DEDEREN, 2006). Assim, a indús- GEL; BLACKWELL; MINIARD,
tria cosmética abre espaço para que 2000).
profissionais de outros campos Embora seja o setor cosmético
atuem em conjunto, como por exem- seja altamente lucrativo, é reduzido
plo, aqueles da medicina e da nutri- o número de estudos acadêmicos
ção. conduzidos com o objetivo de avaliar

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APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

o comportamento do consumidor velhecimento cutâneo sem aborda-


desses produtos. Além disso, os nu- gens invasivas (peelings químicos,
tricosméticos são recentes e pouco é físicos, lasers, injeções para preen-
divulgado sobre os mesmos, tanto chimento, entre outros). Desde en-
do ponto de vista clínico, como do tão, indústrias estrangeiras começa-
processo de desenvolvimento de no- ram a lançar suplementos em cápsu-
vos produtos e comportamento do las para a beleza no mercado mun-
consumidor. dial. Quando esses primeiros produ-
O mercado de nutricosméticos tos foram desenvolvidos, os objeti-
foi escolhido para esse estudo consi- vos eram estimular a drenagem ex-
derando que tanto em nível nacional cedente de fluidos para reduzir o as-
como internacional, as atividades de pecto da celulite. Hoje, diferentes
desenvolvimento de novos produtos categorias de suplementos alimen-
têm sido cada vez mais exploradas tares têm sido desenvolvidas, direci-
nos últimos anos. Além disso, esse onadas às diferentes necessidades
mercado representa uma importan- da pele, tanto dermocosméticas
te orientação operacional e estraté- quanto dermatológicas (RONA; BE-
gica para as indústrias de alimentos, RARDESCA,2008).
cosmética e farmacêutica, cujas Durante o evento In Cosmetics
fronteiras interindustriais se aproxi- ocorrido na cidade de Amsterdã, em
mam cada vez mais. Porém, ainda abril de 2008, foi dedicada uma
restam muitas dúvidas sobre o que apresentação sobre nutricosméticos
realmente são tais produtos e o que feita pela consultoria Kline & Com-
existe de evidência clinica que apoia pany com o título Nutricosmetics,
o seu uso. Deconding the Convergence of Be-
auty and Healthcare. A apresentação
Nutricosméticos iniciou-se pela introdução da defini-
ção de nutricosméticos: “produtos
Nutricosmetics on the Rise, para administração oral, formulados
matéria da revista Cosmetics & Toi- e comercializados especificamente
letries (EUA) (2006), publicada on para propósitos de beleza” (MEL-
line, aborda o crescente aumento do LAGE, 2008, tradução nossa, grifo
interesse voltado para os nutricos- nosso), podendo ser apresentados
méticos. Isso porque a indústria cos- na forma de pílulas, alimentos, líqui-
mética procura a emergência de pro- dos ou comprimidos. Também co-
dutos cujo objetivo é prevenir o en- nhecidos pelo conceito de “beleza de

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APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

dentro para fora”, são caracterizados tratar a pele de maneira tópica e sis-
pelo uso de dieta e de suplementos têmica. De acordo com o relatório
orais para produzir benefícios na Euromonitor International2010, o
aparência física (DRAELOS, 2010). mercado mundial de nutricosméti-
A apresentação de Mellage cos foi avaliado em USD 4,1 bilhões
(2008) localiza os nutricosméticos em 2009, sendo USD 2,7 bilhões em
na intersecçãodas indústrias de cos- suplementos e USD 1,7 bilhões em
méticos e de alimentos. Outras áreas alimentos e bebidas para o mercado
de intersecção são apresentadas, co- da beleza (ALIEVA, 2010). Em
mo os cosmecêuticos, formados pe- 2008, a Euromonitor International
las indústrias de cosméticos e medi- divulgou que o mercado de nutricos-
camentos, e os nutracêuticos, resul- méticos já estava avaliado em USD
tado da convergência das indústrias 1,5 bilhão, com 95% das vendas ge-
de medicamentos e alimentos. radas na Europa e Japão. Neste úl-
timo, cerca de 15% dos suplementos
Nutricosméticos, nutracêuticos e dietéticos vendidos apresentam pro-
cosmecêuticos resultantes da con- pósito cosmético, enquanto na Chi-
vergência interindustrial na, esse índice é de 13%. Na Europa,
o crescimento de nutricosméticos é
acentuado em certos países, como
por exemplo, a Alemanha, cujo per-
centual vendido no país é de 11% do
total dos suplementos dietéticos
(ALIEVA,2010).
Ao apontar os principais movi-
mentos globais, o II Caderno de Ten-
dências da ABIHPEC 2010/2011
destaca os nutricosméticos como um
Fonte: http://farmacia-estetica.blo-
gspot.com/2015/02/cosmeceuticos-x- conceito que vem se fortalecendo
nutraceuticos-x.html). gradativamente, sobretudo nos Es-
tados Unidos e na Europa, e que tais
Muitas empresas de alimentos produtos têm sido muito relevantes
e cosméticos estão estabelecendo para a indústria cosmética, relem-
seu comércio baseado no conceito de brando, porém, que a legislação de-
nutricosméticos, com sistemas para termina que produtos cosméticos
cuidados pessoais designados para sejam de uso exclusivo externo. O

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APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

documento ainda cita que os produ- estabelecido por Albert Kligman no


tos nutricosméticos mais recentes National Scientific Meeting of the
têm sido desenvolvidos na forma de Society of Cosmetic Chemists (1984)
bebidas, balas e snacks (ABIHPEC, referindo-se a produtos aplicados
2010). topicamente que não são meramen-
Destaca-se o interesse das te cosméticos (que enfeitam ou ca-
companhias farmacêuticas no mer- muflam a pele), pois são capazes de
cado de suplementos nutricionais alterar o status da pele, não sendo
para obterem vantagens dessa popu- porém, considerados medicamentos
laridade, considerando que os pro- (KLIGMAN, 2005).
cedimentos de desenvolvimento e Reszko, Berson e Lupo (2009)
venda dos mesmos consomem me- dividem os cosmecêuticos em sete
nor investimento financeiro e menos categorias principais de produtos:
tempo, proporcionando lucros signi- fotoprotetores solares, antioxidan-
ficativos em curto prazo (RONA; tes, anti-inflamatórios, clareadores,
BERARDESCA, 2008).Como resul- reparadores de colágeno, esfoliantes
tado do fenômeno da convergência, e reparadores da barreira/hidratan-
os recentes nutricosméticos, nutra- tes. Os consumidores da geração de-
cêuticos e cosmecêuticos são desco- nominada como baby-boomers, in-
nhecidos por muitos consumidores e divíduos nascidos entre 1946 e 1964,
até mesmo porespecialistas da área. caracterizados pela avidez na redu-
Assim, antes de explorar as evidên- ção de sinais do envelhecimento e na
cias científicas sobre os nutricosmé- suavização de outras imperfeições
ticos, julga-se necessária uma breve cutâneas, são os maiores influencia-
discussão dos termos cosmecêuticos dores para o crescimento dos cosme-
e nutracêuticos, diferenciando os do cêuticos (KUMAR, 2005).
conceito de “beleza de dentro para Existem muitos estudos clíni-
fora”, ou seja, dos produtos com o cos que avaliam os efeitos antirru-
conceito de nutricosméticos. gas, anticelulite e clareador da pele
dos cosmecêuticos, como por exem-
Definindo Cosmecêuticos Enu- plo, as vitaminas C e E, ácido elá-
tracêuticos gico, picnogenol, niacinamida, lico-
peno, aloe vera, entre outros. Dureja
Os cosmecêuticos enquadram- et al. (2005) ilustram algumas des-
se na interseção das indústrias cos- sas matérias-primas, destacadas na
mética e farmacêutica (DUREJA et Tabela.
al., 2005). O termo cosmecêutico foi

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APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

Matérias-primas cosmecêuticas e ações cosméticas

Matérias-primas Ação cosméticaproposta

Vitaminas Antioxidante
Alfa-hidroxiácidos Esfoliação e melhora da circulação
Ácidos graxosessenciais (ômegas) Suavizam, hidratam e protegem
CoenzimaQ10 (ubiquinona) Antioxidante celular
Ginkgo biloba Antioxidante que suaviza, rejuvenesce e pro-
move aparência jovial
Picnogenol Efeito anti-aging
Betacaroteno Minimiza a peroxidação lipídica e antioxi-
dante
Hialuronato de sódio Lubrificante entre os tecidos da pele e man-
tém a hidratação natural

Fonte: (DUREJA et al., 2005).

A grande demanda dos consu- nina, porém tóxica, por agentes cos-
midores por produtos com ação an- mecêuticos eficazes como arbutin,
tienvelhecimento tem resultado no ácido kójico, ácido glicólico, entre
desenvolvimento de novos produtos outros (GAO,2008).
que também reduzem o eritema e a Ao escolher um tratamento
pigmentação. Os cosmecêuticos po- cosmecêutico efetivo, é importante
dem proteger a pele contra o foto- associar o(s) produto(s) adequado
dano e, em alguns casos, repará-la (s) aos problemas do paciente. Gran-
por meio do estímulo da produção de parte dos pacientes apresenta
de colágeno novo. Além disso, asso- múltiplas necessidades, e deve rece-
ciados à prescrição de retinoides e ber produtos que ofereçam compo-
fotoprotetores, podem ser usados nentes com benefícios multifatori-
como coadjuvantes no processo de ais. Certos princípios de tratamen-
rejuvenescimento cutâneo (CHOI; tos encaixam-se em todos os proto-
BERSON, 2006). colos terapêuticos. O monitoramen-
Em outras ocasiões, os cosme- to de protocolos de tratamento deve
cêuticos podem até substituir drogas incluir proteção diurna frente à ação
para a modulação de condições da ambiental (antioxidante, fotoprote-
pele. É o caso da substituição da hi- tores solares) e antimicrobiana, en-
droquinona, uma estrutura fenólica quanto os protocolos noturnos de-
capaz de suprimir a síntese de mela-

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APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

vem estar centrados no reparo teci- DeFelice (1995) cita que nos
dual (RESZKO; BERSON; LUPO, anos 80, deu-se início uma revolu-
2009). ção denominada nutracêutica, oca-
O termo nutracêutico foi defi- sionada pelos estudos clínicos publi-
nido por Stephen DeFelice, funda- cados em jornais médicos compro-
dor e presidente da Fundação para a vando os benefícios clínicos da in-
Inovação em Medicina (Foundation gestão oral de cálcio, fibras e óleo de
for Innovation in Medicine - FIM) peixe. A partir de então, outros estu-
como (DEFELICE, 1995, tradução dos foram conduzidos a fim de rela-
nossa): um alimento ou parte de ali- tar os benefícios potenciais de al-
mento que proporciona benefícios guns compostos, como por exemplo,
médicos para a saúde incluindo a o uso de betacaroteno na prevenção
prevenção e/ou tratamento de doen- de alguns tipos de câncer de pulmão;
ça. Tais produtos podem variar des- niacina para prevenir ataques cardí-
de nutrientes isolados, suplementos acos recorrentes; piridoxina para
dietéticos e dietas, a alimentos gene- tratar e prevenir a depressão, suco
ticamente modificados, alimentos de cranberry para prevenir infecções
funcionais, produtos herbais e ali- do sistema urinário e antioxidantes
mentos processados tais como cere- para reduzir os danos causados por
ais, sopas e bebidas. ataques cardíacos, entre outros (DE-
FELICE, 1995). Exemplos apresen-
tados na Tabela.

Matérias primas nutracêuticas, ações e fontes

Matérias-primas Ação propsota Fonte

Procianidinas Redução do colesterol no Semente de uva


plasma LDL-colesterol, HDL-
colesterol

Isoflavonas Prevenção da perda óssea e Soja e red clover


redução dos sintomas da me-
nopausa em mulheres pós-
menopausadas

Fonte: (ESPÍN; CARCÍA-CONESA; TOMÁS-BARBERÁN, 2007).

Nos últimos 20 anos, o cres- de nutracêuticos e alimentos funcio-


cente número de pesquisas na área nais tem elevado o interesse nesse
campo. (BERNAL et al., 2011).

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APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

De acordo com um estudo do berta ou inovação são: primeiro, ge-


tipo survey realizado em indústrias ração da ideia e segundo, testá-la.
dos Estados Unidos e conduzido por Isso envolve a identificação de uma
CHILDS3 (1994 apud KWAK; substância nutracêutica (a ideia) e a
JUKES, 2001), a indústria de ali- avaliação clínica dos benefícios mé-
mentos aborda a discussão sobre dicos e de saúde (teste da ideia) (DE-
nutracêuticos a partir de um con- FELICE, 1995). Nesse contexto con-
ceito/valor nutricional enquanto a vergente, a criação de valor no de-
indústria farmacêutica considera no senvolvimento de novos produtos é
âmbito medicinal. Esses diferentes uma tarefa complexa, uma vez que
posicionamentos se refletem nas di- na sobreposição dos diferentes tipos
ferentes abordagens de marketing. de indústrias, cada empresa aborda
Para a indústria de alimentos, o su- os respectivos setores, com os res-
permercado é o principal canal de pectivos corpos de conhecimento.
venda se existe a associação dos pro- Portanto, para produzir pro-
dutos comum atributo, fator, ou be- dutos nutracêuticos e nutricosméti-
nefício (sabor, textura, entre outros) cos, as grandes indústrias, cosmé-
ao consumidor como o principal fa- tica, alimentícia e farmacêutica, pre-
tor determinante no mercado. Já cisam de colaboração mútua (DEFE-
para a indústria farmacêutica, os LICE,1995).
consultórios médicos e as farmácias Com base nas informações
são considerados os principais ca- apresentadas até o momento, o Qua-
nais de vendas, isso porque essa in- dro apresenta uma visão geral das
dústria associa o produto a um tipo principais diferenças entre os pro-
de consumidor com necessidades dutos comercializados com os con-
específicas. ceitos de nutricosmético, nutracêu-
Sabe-se que os fatores básicos tico e cosmecêutico.
em quaisquer processos de desco-

Principais diferenças entre nutricosméticos, nutracêuticos e cosmecêuticos.

- Nutricosmético Cosmecêutico Nutracêutico

Forma de apresenta- Suplementos em Formulações cosmé- Suplementos em


ção ao consumidor cápsulas ou alimen- ticas como cremes, cápsulas ou alimen-
tos como bebidas, loções, sprays, xam- tos como bebidas,
balas, iogurtes. pus. balas, iogurtes.

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APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

Apelos Apelos de beleza: an- Apelos de beleza: an- Apelos médicos: car-
tirrugas, anticelulite, tirrugas, anticelulite, dioprotetores, neuro-
antiacne, antiqueda antiacne, antiqueda protetores, os teopro-
capilar capilar. tetores.

Via de administração Oral Tópica Oral

Como o principal apelo dos apenas 0,1 a 0,2 mm, exposta direta-
nutricosméticos para a pele é o mente ao lado exterior ao corpo hu-
efeito de prevenção da formação de mano. Ela é constituída por células
rugas pelo combate à formação dos chamadas queratinócitos, que pro-
radicais livres, torna-se necessário gressivamente se diferenciam a par-
discorrer sobre o envelhecimento tir da camada basal. À medida que
cutâneo e o seu principal contribu- são deslocados para a parte superior
inte: a radiação ultravioleta (UV). da pele, esses queratinócitos vão se
estratificando, perdendo seus nú-
A Pele cleos e eventualmente formando um
aglomerado de queratina, sendo co-
A pele é o maior órgão do cor-
nhecidos por corneócitos. Essa ca-
po e compreende uma área de super-
mada queratinizada superior forma
fície de aproximadamente 1,5 - 2,0
a barreira cutânea, cuja função é
m2 que protege os órgãos internos
proteger a pele contra a entrada de
do corpo por atuar como uma bar-
bactérias e prevenir a perda de flu-
reira efetiva contra efeitos prejudici-
ido e eletrólitos (MACNEIL,2007).
ais do meio ambiente e de agentes
xenobióticos. A exposição à radiação
solar ultravioleta é o principal fator Ilustração das duas principais ca-
madas da pele: epiderme e derme
para a iniciação de muitas alterações
cutâneas, tais como a formação de
rugas, descamação, ressecamento,
anormalidades na pigmentação (hi-
popigmentação e hiperpigmenta-
ção), além do câncer de pele (NI-
CHOLS; KATIYAR, 2010).
A Figura ilustra as estruturas e
camadas cutâneas. A pele apresenta
duas camadas principais - epiderme
e derme. A epiderme é a camada su-
Fonte: (MACNEIL, 2007).
perior da pele, com espessura de

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APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

A derme é a camada inferior, córneo e suas propriedades de bar-


com espessura maior (1 a 4 mm) em reira lipídica, a permeabilidade que
relação à epiderme e ligada a esta depende da integridade e natureza
pela membrana basal. Consiste de dos lipídeos intercorneócitos e da
muitos tipos diferentes de fibras co- organização lamelar entre as células
lágenas (principalmente o tipo I), é (PRIMAVERA; BERARDESCA,
bem vascularizada e contém recep- 2005).
tores sensíveis ao toque, tempera-
tura e dor. Folículos pilosos e glân- Envelhecimento Cutâneo
dulas sudoríparas e sebáceas estão
presentes na derme e se estendem O envelhecimento cutâneo é
até a epiderme. (MACNEIL,2007). classificado em dois tipos de proces-
sos: intrínseco e extrínseco. As vari-
Hidratação Cutânea - Aspec- ações da genética individual são res-
tos Estático e Dinâmico ponsáveis pelo envelhecimento in-
trínseco, que acontece ao longo do
No corneócito, a filagrina se tempo. Em definição, essa forma de
desintegra rapidamente, liberando envelhecimento é inevitável e, por-
água e substâncias de baixo peso tanto, aparentemente não está su-
molecular, o que contribui para a jeita a manipulação através de mu-
formação do fator de hidratação na- danças do comportamento humano
tural, ou Natural Moisturizing Fac- (BAUMANN, 2007). Entretanto, já
tor (NMF). Formadas durante a di- existem estudos que avaliam se o en-
ferenciação epidérmica, essas subs- velhecimento intrínseco pode ser
tâncias podem representar até 10% modulado (ROCHETTE; BRASH,
da massa de corneócitos. São princi- 2010, BUCKINGHAM; KLINGE-
palmente aminoácidos, ácido pirro- LHUTZ, 2011).
lidona carboxílico, ácido lático, Acredita-se que o marcador do
ureia, glicose e íons minerais. A que- envelhecimento intrínseco, ou bioló-
ratinização apresenta um impor- gico, seja o comprimento dos telô-
tante papel na formação do NMF meros. Os telômeros são as estrutu-
que exibe forte potencial osmótico ras finais dos cromossomos de célu-
atraindo as moléculas de água. A re- las eucarióticas e diminuem de ta-
tenção de água no NMF é o aspecto manho a cada divisão celular, o que
estático da hidratação cutânea. O as- pode eventualmente promover a se-
pecto dinâmico está relacionado à nescência ou apoptose celular, até
permeabilidade seletiva do estrato permitir que a divisão celular não

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APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

ocorra mais (BUCKINGHAM; o seu tamanho prévio a cada replica-


KLINGELHUTZ,2011). ção do DNA (BUCKINGHAM;
KLINGELHUTZ, 2011). Já as espé-
Estrutura do telômero cies reativas de oxigênio, a radiação
ultravioleta e os agentes químicos
são os responsáveis por reagir com
as sequências do telômero que con-
têm tripletos da base guanina (GGG)
e que são muito sensíveis à oxidação
(ROCHETTE; BRASH, 2010).
Abordando especificamente as
células da pele, os pesquisadores
Fonte: (Adaptada de BUCKINGHAM; Buckingham e Klingelhutz (2011) ci-
KLINGELHUTZ, 2011).
tam estudos usando fibroblastos,
que são submetidos a uma concen-
A diminuição do tamanho dos
tração maior de oxigênio (acima da
telômeros ocorre durante a replica-
ambiente) e elevadas doses de peró-
ção normal do DNA devido ao que é
xido de hidrogênio. Como resultado,
conhecido por “problema da replica-
é observado um rápido encurtamen-
ção final”, que significa que a enzima
to dos telômeros e a concomitante
DNA polimerase não consegue repli-
senescência celular. Acredita-se que
car completamente o final 5’ da nova
os produtos cosméticos antirrugas
fita de DNA sintetizada. Este encur-
que apresentam como apelo a pro-
tamento dos telômeros representa
priedade antioxidante sejam capa-
uma teoria sobre o envelhecimento,
zes de minimizar o processo do en-
inclusive o da pele (ROCHETTE;
curtamento dos telômeros e, conse-
BRASH, 2010, BUCKINGHAM;
quentemente, a senescência celular,
KLINGELHUTZ,2011).
retardando o quadro geral do enve-
Outros fatores que são capazes
lhecimento cutâneo (BUCKIN-
de ativar o encurtamento dos telô-
GHAM; KLINGELHUTZ, 2011). Ou-
meros são as mutações na telome-
tro estudo in vitro usando fibroblas-
rase4 e os danos ao DNA provocados
tos mostrou que o gama-tocotrienol
por espécies reativas de oxigênio, ra-
protege contra o envelhecimento ce-
diação ultravioleta e químicos. A en-
lular induzido pelo estresse oxida-
zima telomerase participa da manu-
tivo modulando o comprimento do
tenção dos telômeros, pois se acre-
telômero (MAKPOL et al.,2010).
dita que ela sintetize as extremida-
des do cromossomo restabelecendo

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APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

O que reforça a teoria do en- O primeiro estudo epidemio-


curtamento dos telômeros são as lógico mostrando a relação entre o
evidências de estudos epidemiológi- uso de multivitamínicos e o tama-
cos (XU et al., 2009; CASSIDY et al., nho do telômero foi publicado em
2010) mostrando que telômeros me- 2009. Conduzido por pesquisadores
nores estão relacionados a maiores da Universidade de Utah, Estados
taxas de mortalidade e maior risco Unidos, o estudo mostrou, por meio
de doenças crônicas relacionadas à de questionários que avaliam a in-
idade. Além disso, também é sabido gestão de nutrientes eu só de suple-
que o estresse oxidativo e a inflama- mentos, que aquelas mulheres que
ção crônica contribuem para o en- faziam uso de multivitamínicos
curtamento dos telômeros. Uma vez apresentavam telômeros mais lon-
que muitos micronutrientes como gos do que aquelas que não usavam.
antioxidantes, vitaminas e minerais, Os resultados também mostraram
podem modular o status do estresse que a ingestão elevada de vitaminas
oxidativo e a inflamação crônica, C e E oriundas de alimentos também
acredita-se que o envelhecimento estava associada com telômeros
intrínseco também possa ser modu- maiores (XU et al., 2009).
lado (XU et al., 2009). A teoria do envelhecimento bi-
Com o objetivo de relacionar o ológico ligada ao encurtamento dos
comprimento dos telômeros, a dieta telômeros é tão importante que foi
e o estilo de vida em mulheres, Cas- divulgado em maio de 2011 um teste
sidy et al. (2010) conduziram um es- laboratorial capaz de dizer a idade
tudo e concluíram que, embora te- biológica do paciente pela determi-
nha havido uma modesta relação, nação do tamanho dos telômeros. O
pode-se sugerir que a composição teste baseia-se na colheita de sangue
corpórea e fatores da dieta estão re- do paciente, com posterior trata-
lacionados com o comprimento do mento dos glóbulos brancos com
telômero, o que é um biomarcador substância fluorescente que se adere
potencial para o risco de doenças à extremidade dos cromossomos.
crônicas. No estudo, foi mostrado Sendo assim, quanto mais brilho
que o comprimento do telômero es- houver, maiores são os tamanhos
tava positivamente associado com a dos telômeros, indicando uma pes-
ingestão de fibras e inversamente soa mais saudável. De acordo com os
associado com a circunferência da desenvolvedores, o teste dos telôme-
cintura (CASSIDY et al., 2010). ros vai ser lançado na Espanha ainda

17
APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

em 2011 e em breve estará disponí- radiação: longo (UVA: 320-400


vel também no Brasil (BASSAN, nm), médio (UVB: 290-320 nm) e
2011). curto (UVC: 200-290 nm). Cada
O envelhecimento extrínseco segmento apresenta capacidade li-
está relacionado a fatores originados mitante de penetração que depende
externamente e que são apresenta- não somente do comprimento de
dos ao corpo humano, tais como po- onda, mas da integridade das cama-
luição, fumaça, consumo excessivo das epidérmica e dérmica da pele de
de álcool, nutrição deficiente e expo- humanos (NICHOLS; KATIYAR,
sição crônica ao sol. Como a exposi- 2010).
ção a tais elementos pode ser evi-
tada, acredita-se que o descuido com Penetração dos raios ultravioleta
a pele ao não se proteger contra tais
na pele
fatores, cause o conhecido envelhe-
cimento cutâneo prematuro. De to-
dos esses fatores externos, a exposi-
ção solar é considerada como a mais
deletéria para a pele e, por isso, o en-
velhecimento extrínseco causado
pela exposição solar é conhecido co-
mo foto envelhecimento. Além dis-
so, acredita-se que 80% do envelhe-
cimento facial são devido à exposi-
ção solar crônica (BAUMANN,
2007) e que o sol, além de influen-
ciar o envelhecimento extrínseco, al-
tera o curso normal do envelheci-
mento intrínseco (GRUNDMANN; Fonte: http://www.fda.gov/
GOLLNICK, 1999; BAUMANN,
2007). Baumann (2007) destaca as Radiação UVA
consequências mais salientes da ex-
posição solar: o envelhecimento e a A banda espectral UVA corres-
hiperpigmentação da pele. ponde aos comprimentos de onda
A radiação ultravioleta (UV) mais longos (320 nm a 400 nm) e é
que compõe o espectro solar pode considerada como o principal causa-
ser dividida em três segmentos base- dor do envelhecimento. Isso porque
ados nos comprimentos de onda da penetra profundamente na pele

18
APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

(aproximadamente 1000 micrôme- tipo I, o maior constituinte do tecido


tros), alcançando a derme (MA- conectivo, e departicular importân-
RESCA, 2006). Os sinais visíveis dos cia, visto que a redução deste colá-
danos causados pela radiação UVA geno está relacionada ao fotodano
podem aparecer somente após mui- na pele humana (VIELHABER et
tos anos de exposição e os sinais do al.,2006).
fotoenvelhecimento são o apareci- Além de aumentar a degrada-
mento de rugas, perda de elastici- ção do colágeno, a radiação UVA
dade, perda de volume da pele, pig- também reduz a atividade das enzi-
mentação desigual, telangiectasia, mas envolvidas na síntese de colá-
aspereza e secura cutânea (FOUR- geno COL1A1 e COL1A2 (colágeno
TANIER,2006). 1A1 e 1A2). A degradação subse-
De toda a radiação solar que quente das fibras de colágeno é con-
alcança a terra, 90% é UVA. A radia- siderada a causa principal da forma-
ção UVA é dividida em UVA-1 (340 ção de rugas na pele (GRETHER-
a 400 nm) e UVA-2 (320-340 nm), BECK et al., 2008; VIELHABER et
sendo a radiação UVA-1 a maior res- al., 2006).
ponsável pelos efeitos nos fibroblas- A exposição humana à radia-
tos, como a indução de citocinas, ção UVA tem aumentado significati-
metaloproteinases de matriz vamente nas últimas décadas. Isso
(MMPs, responsáveis por degradar acontece devido à popularidade dos
o colágeno) e mutações no DNA. Os equipamentos de bronzeamento ba-
efeitos biológicos induzidos pela seados em UVA e ao uso difundido
UVA estão principalmente relacio- de protetores solares absorvedores
nados com a geração de espécies re- somente de UVB que, como conse-
ativas de oxigênio (EROs). Estes, quência, induzem os consumidores
por sua vez, reagem com os compo- a acreditarem que podem se expor
nentes celulares e extracelulares, in- durante períodos mais prolongados
duzindo a citotoxicidade, apoptose, ao sol (KOZMIN,2006).
mutações e carcinogênese (MA- Em 2009, a Resolução RDC
RESCA, 2006). 56/09 da ANVISA gerou grande dis-
Na pele, a radiação UVA pro- cussão sobre a proibição das câma-
move, via aumento de expressão de ras de bronzeamento artificial, cujo
interleucinas 1 e 6 (IL-1 e IL-6), o au- objetivo era proibir a importação,
mento da expressão da metalopro- recebimento em doação, aluguel, co-
teinase de matriz 1 (MMP-1), uma mercialização e uso de equipamen-
colagenase que degrada colágeno tos para bronzeamento artificial,

19
APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

com finalidade estética (Resolução lo. O órgão internacional sugere


nº. 56, de 09 de novembro de 2009). uma escala de 1 a 4 estrelas, sendo:
A proibição foi baseada na classifica- baixa proteção = 1 estrela; média
ção da radiação ultravioleta como proteção = 2; alta proteção = 3; má-
sendo cancerígena pela Agência In- xima proteção = 4. Para produtos
ternacional de Pesquisa sobre o Cân- que apresentam a mínima proteção,
cer (IARC), que está ligada à Organi- a FDA propõe que seja identificado
zação Mundial de Saúde (OMS) na rotulagem como “sem proteção
(BRASIL, 2009). Porém, em janeiro UVA” (FDA, 2007).
de 2010, em liminar da 6ª Vara Fe- Em junho de 2011, a FDA
deral no Rio Grande do Sul, o uso e apresentou novas regras para a co-
a comercialização de câmaras de mercialização de filtros solares.
bronzeamento artificial foram libe- Nem todos os pontos da monografia
rados no país. Assim os efeitos dele- foram contemplados, mas já existe
térios da radiação UVA continuam um avanço napreocupação com os
representando uma grande preocu- cuidados da radiação ultravioleta.
pação para a saúde pública (AGÊN- De acordo com a regra, expressões
CIA ESTADO, 2010). como “bloqueador solar”, “a prova
Também foi com base nos da- d’água” e “a prova de suor” estão ba-
nos causados pela radiação UVA nidas. E só podem usar o termo “de
que, em 2007, a Food and Drug Ad- amplo espectro” os produtos que
ministration (FDA) propôs uma mo- comprovarem proteção contra os
nografia para tratar sobre a rotula- raios UVA e UVB, não havendo a si-
gem de fotoprotetores. O aspecto nalização das estrelas no rótulo dos
mais significativo desta proposta foi produtos (O GLOBO, 2011).
o desenvolvimento de um método de
teste padrão para se determinar a Radiação UVB
eficácia da proteção contra os raios
UVA. Além disso, como grande parte Devido ao seu comprimento
dos fotoprotetores comercializados de onda (290–320 nm), a radiação
apresenta em seu rótulo apenas o fa- UVB atinge principalmente a epi-
tor de proteção solar (FPS) – relaci- derme, penetrando cerca de 160 a
onado às radiações ultravioleta B, a 180 micrômetros. Existem muitas
proposta da FDA também teve como evidências indicando a forte relação
objetivo auxiliar o consumidor a entre a radiação UVB e a indução do
identificar o nível de proteção UVA câncer de pele melanoma e não-me-
oferecido pelo produto no seu rótu- lanoma devido à interação direta

20
APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

com o DNA celular e subsequente induzida por UVB, que emprega


formação de dímeros de ciclobutano principalmente a mitocôndria como
pirimidina, foto produtos 6-4 e gli- principal ponto de controle para in-
cóis de timina (VIELHABER et al., duzir a cascata de ativação da cas-
2006). As radiações UVA e UVB pase, causando morte celular. (CLA-
apresentam atividade imunossu- ERHOUT et al,2006).
pressora baixa e elevada, respectiva-
mente. Além disso, a UVB também é Radiação UVC
responsável pelo sunburn e estresse
oxidativo (KATIYAR,2007). A radiação UVC (200-280 nm)
As sunburn cells são células apresenta comprimento de onda al-
que aparecem na epiderme quando tamente energético e é mutagênica
a pele é irradiada com dose suficien- por natureza. Pode penetrar na pele
temente alta de UVB e apresentam cerca de 60 a 80 micrômetros e da-
morfologia apoptótica típica (núcleo nificar as moléculas do DNA. Feliz-
picnótico e citoplasma eosinofílico). mente, a radiação UVC é amplamen-
Estas células são queratinócitos e te absorvida pela camada de ozônio
atuam como um mecanismo prote- presente na atmosfera e normal-
tor contra os efeitos carcinogênicos mente não atinge a superfície da
da radiação UVB. Como descrito em terra (NICHOLS; KATIYAR, 2010).
revisão conduzida por Claerhout et A Tabela 5 apresenta de ma-
al. (2006), acredita-se que muitas neira sucinta os efeitos agudos e crô-
moléculas sinalizadoras, assim co- nicos da radiação ultravioleta A e B
mo vias de transdução de sinal de- na pele humana (LAUTENSCHLA-
sempenham um papel na apoptose GER; WULF; PITTELKOW, 2007).

Efeitos agudos e crônicos da radiação ultravioleta A e B na pele humana

Fonte: (LAUTENSCHLAGER; WULF; PITTELKOW, 2007).

21
APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

2. Nutricosméticos e a pele

Fonte: DSM2

A pele fotoenvelhecida é tratada


com vários procedimentos em
consultórios/clínicas e com a aplica-
fumaça de cigarro e poluição, usar
filtros solares, ter dieta rica em fru-
tas e vegetais, e fazer uso de suple-
ção de numerosos agentes tópicos, mentos antioxidantes orais ou for-
sendo a maioria com o apelo de ‘re- mulações tópicas cosmecêuticas
modelar’ a epiderme. Essencialmen- (BAUMANN, 2007).
te, significa a remoção da epiderme Rona e Berardesca (2008) co-
danificada, facilitando a exposição locam que a abordagem racional pa-
dos tecidos mais internos, ou seja, ra o tratamento da pele é baseada no
um tecido mais jovem. Embora exis- efeito sinérgico das substâncias fun-
tam muitos tratamentos disponí- cionais aplicadas localmente, onde o
veis, a prevenção do envelhecimento problema se estabelece, e outros
extrínseco permanece como a me- agentes com ação interna que corri-
lhor abordagem e deve ser incenti- gem, restauram funções alteradas
vada junto aos consumidores. Reco- ou condições para garantir a correta
menda-se evitar a exposição solar,

2 Retirado em https://www.dsm.com/markets/human-nutrition/pt-br/talking-nutrition/nutricosme-

tics-fortified-ingestibles-healthy-skin.html

23
APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

ingestão de nutrientes ou substân- do mostrando que as concentrações


ciasativas. séricas e cutâneas de retinol foram
Sabe-se que a deficiência nu- baixas em pacientes com acne vulgar
tricional ocasiona problemas cutâ- e levemente elevadas em pacientes
neos, evidenciando assim, a relação com ictiose vulgar (ROLLMAN;
básica entre alimentos e pele saudá- VAHLQUIST,1985).
vel. O consumo deficiente de vitami- Em estudo realizado por
nas e ácidos graxos essenciais resul- Boelsma, Hendriks e Roza (2003)
ta em manifestações cutâneas cla- incluindo 302 homens e mulheres
ras. Em países desenvolvidos, obser- saudáveis, foi avaliada a associação
va-se que a deficiência nutricional é da concentração dos nutrientes no
baixa, porém o desequilíbrio orgâ- soro e a dieta com as condições da
nico produzidopela adesão a dietas pele. Através de análise de regressão
inadequadas, abuso de álcool e tóxi- estatística, os autores demonstra-
cos, influenciam a saúde do indiví- ram uma associação inversa consis-
duo, refletindo externamente na pe- tente entre a vitamina A sérica e o
le (BOELSMA; HENDRIKS; ROZA, conteúdo de sebo e o pH da superfí-
2003). cie cutânea. Foi constatado que o au-
Estudos investigando os efei- mento de 4,8% da concentração de
tos da suplementação oral com do- vitamina A sérica estava associado à
ses relativamente altas de vitaminas, redução de 1,4% no conteúdo de
minerais traços e ácidos graxos têm sebo e de 0,3% no valor do pHcutâ-
indicado a função moduladora do neo.
status da pele por fatores da dieta. O Para Morganti (2009), o desa-
potencial fotoprotetor dos antioxi- fio futuro será associar o uso estra-
dantes, o efeito da suplementação tégico de cosmecêuticos e nutracêu-
dos micronutrientes no sistema ticos na prevenção dos efeitos dano-
imune cutâneo e os efeitos modula- sos da radiação UV nos processos bi-
tórios dos ácidos graxos nas desor- ológicos envolvendo o envelheci-
dens cutâneas têm sido objetos de mento e o câncer cutâneos, visto que
um número expressivo de pesquisas o envelhecimento cutâneo, especial-
científicas (BOELSMA; HEN- mente nas regiões fotoexpostas, é
DRIKS; ROZA, 2003). Outros estu- combatido de duas formas: externa-
dos, sem a intervenção com suple- mente, com a ajuda de fotoproteto-
mentos, apresentam relações entre a res tópicos, e internamente, através
concentração de nutrientes e condi- da administração de suplementos
ções cutâneas, como o caso do estu- tais como carotenoides, melatonina

24
APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

e vitaminas antioxidantes que ate- e loções, porém, existem evidências


nuam a formação e a ação das espé- sobre a habilidade de antioxidantes
cies reativas de oxigênio (EROs), orais melhorarem a proteção, garan-
que são a principal causa do dano ce- tindo outra linha de defesa contra os
lular induzido pela radiaçãoUV. efeitos prejudiciais do sol. Assim, os
Assim, os nutricosméticos re- nutricosméticos que exibem impor-
presentam a última tendência no tante papel no combate aos efeitos
campo de cuidados da pele e isso po- maléficos gerados pela radiação ul-
de ser explicado pela associação fei- travioleta são conhecidos também
ta pelo consumidor entre pele sau- como fotoprotetores endógenos. Os
dável e saúde geral e como tal, pode mais bem conhecidos são os carote-
ser influenciada pelo consumo oral noides. Outros compostos, como os
de substâncias como vitaminas e an- flavonoides e algumas vitaminas an-
tioxidantes (DRAELOS, 2010). tioxidantes, podem também exibir
Embora a ANVISA (Agência atividade fotoprotetora endógena e
Nacional de Vigilância Sanitária) por isso, serão abordados neste tó-
não classifique ou registre nenhum pico.
produto como nutricosmético, a co-
munidade científica reforça que o Carotenoides
conceito de “beleza de dentro para
fora” aumenta a cada dia (NEVES, Os carotenoides constituem
2009). Um ponto favorável dessa uma família de compostos lipofílicos
discussão é a constatação do cres- cujos principais constituintes são o
cente aumento de estudos clínicos betacaroteno, licopeno, luteína e
envolendo componentes nutrcêuti- zeaxantina. Como não são sintetiza-
cos com o propósito de auxiliar na dos pelo organismo, esses pigmen-
beleza, ou seja, na aparência física. tos precisam ser obtidos pela dieta.
Vegetais de cor laranja, como ce-
Estudos Científicos Sobre os noura, tomate e abóbora são fontes
Efeitos dos Nutricosméticos na ricas em carotenoides, assim como
Pele outras frutas, incluindo o mamão, a
manga e o melão cantaloupe (BAR-
A fotoproteção convencional BOSA-FILHO et al., 2008, SCARMO
envolve a aplicação tópica de cremes et al., 2010).

25
APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

Estruturas dos principais carotenoides

Fonte: (Adaptado de MELÉNDEZ-MARTÍNEZ; VICÁRIO; HEREDIA, 2004)

Após a absorção no intestino, Com o objetivo de quantificar


os carotenoides são transportados as concentrações de carotenoides in-
pela corrente sanguínea por lipopro- dividuais, utilizando High-Perfor-
teínas até atingirem os tecidos-al- mance Liquid Chromatography
vos. Enquanto o betacaroteno acu- (HPLC), Scarmo et al. (2010) coleta-
mula-se na pele proporcionando ram biópsias dérmicas e amostras
uma coloração amarelo-ouro, a lute- sanguíneas de 27 voluntários saudá-
ína e a zeaxantina acumulam-se pre- veis. Os resultados desse estudo
ferencialmente na mácula lútea, mostraram que o licopeno e o beta-
onde protegem a retina contra os da- caroteno estão presentes em maio-
nos oxidativos da luz UV. Dessa res concentrações na pele e no plas-
forma, esses dois últimos carotenoi- ma, sendo a pele mais enriquecida
des têm sido estudados na preven- desses carotenoides (o licopeno e o
ção da degeneração macular relacio- betacaroteno correspondiam a 76%
nada à idade (BIESALSKI; TINZ, dos carotenoides totais encontrados
2008). na pele) comparada ao plasma (64%

26
APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

dos carotenoides totais medidos no radiação UV na pele não está com-


plasma). A luteína e a zeaxantina pletamente elucidado. Porém, como
apresentaram-se em concentrações a radiação UV é responsável pela
menores na pele e no plasma, cor- formação de espécies reativas de
respondendo a 21% dos carotenoi- oxigênio, tem sido sugerido que a fo-
des totais no plasma e somente 3% toproteção seja devido a sua ativi-
dos carotenoides totais na pele dade antioxidante conhecida (KÖP-
(SCARMO et al.,2010). CKE; KRUTMANN, 2008).
O betacaroteno tem sido in- Os carotenoides estão entre os
vestigado mais intensamente, pois é mais efetivos supressores de oxigê-
o principal contribuinte para a nu- nio singlete (1O2). Essa desativação
trição humana (BOELSMA; HEN- ocorre por vias química e física,
DRIKS; ROZA, 2003) e tem sido sendo a via física predominante (99,
proposto como um protetor solar 05%) (STAHL et al., 2000). A via fí-
oral (LEE et al, 2000). Tal proteção sica envolve a transferência de ener-
é atribuída à atividade antioxidante gia de excitação do oxigênio singlete
incluindo a capacidade de eliminar para o carotenoide, resultando em
espécies reativas de oxigênio gera- um estado estável do oxigênio e es-
das nos processos foto- oxidativos tado triplete do carotenoide. Em se-
(HEINRICH et al., 2003) e o fator guida, a energia do carotenoide é
determinante para a atividade anti- dissipada no meio, através de intera-
oxidante e as propriedades de absor- ções rotacionais e vibracionais, re-
ção de luz é o padrão/número de li- tornando para a sua forma estável,
gações duplas conjugadas na cadeia podendo inativar outro oxigênio
do carotenoide (STAHL; SIES, (Equações 1 e 2), ou seja, o carote-
2003). É importante ressaltar que o noide pode ser reutilizado em mui-
betacaroteno irá reduzir a gravidade tos outros ciclos de desativação
dos danos induzidos por UV apenas (STAHL; SIES,2003).
após uso crônico, visto que é neces-
sário o acúmulo do mesmo na pele
para promover um efeito antioxi-
dante significativo, o que ocorrem
em algumas semanas (LEE et al,
Já o processo químico resulta
2000).
em destruição do cromóforo5 e na
O mecanismo de ação exato
formação de produtos de oxidação
exercido pelos carotenoides capaz
com a possibilidade de reações de
de prevenir os danos causados pela
adição (Equação 3).

27
APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

Estudos Clínicos com Carote-


noides

Em 1996, Gollnick et al. publi-


Outras espécies reativas de
caram um dos primeiros estudos re-
oxigênio, como o ânion superóxido
latando a função fotoprotetora do
(O2-), pode ser reduzido pelo beta-
betacaroteno. A suplementação de
caroteno devido à capacidade do ca-
30 mg ao dia de betacaroteno, du-
rotenoide em doar elétrons (Equa-
rante 10 semanas aumentou o com-
ção4).
ponente amareloda pele. Além dis-
so, após as 10 semanas, o grupo su-
plementado continuou ingerindo o
antioxidante e associou a exposição
Os carotenoides também inte-
solar natural por mais 13 dias. Os re-
ragem com radicais peroxila, ini-
sultados mostraram que o eritema
bindo a peroxidação lipídica e, con-
foi menos pronunciado do que no
sequentemente, interrompendo a
grupo placebo. Outro resultado im-
sequência de reações que acarreta
portante foi que no grupo placebo,
em danos nos compartimentos lipo-
as concentrações séricas debetaca-
fílicos (STAHL et al., 2000).
roteno foram consideradas subfisio-
Figura: Diagrama representando a
lógicas, ou seja, abaixo dos valores
orientação da luteína (L) na pele. A
de referência, o que não foi observa-
luteína neutraliza radicais livres e
do no grupo suplementado. De acor-
acredita-se que ela absorva luz azul
do com os pesquisadores, a suple-
(aproximadamente 440 a 485 nm de
mentação de betacaroteno antes e
comprimento de onda) na medida
durante a exposição solar protege
em que ela penetra na pele.
contra a os efeitos da radiação UV e
tal proteção pode ser devido à capa-
cidade de absorção elevada da pele,
ou porque as concentrações de beta-
caroteno não reduzem abaixo das
concentrações consideradas críticas.
Também foi comprovado o efeito si-
nérgico da combinação da fotopro-
Fonte: (Modificado de FLORA-
teção sistêmica (suplementação)
GLO®..., 2011).

28
APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

com a fotoproteção tópica (creme pele, melhorando sua função prote-


protetor solar) (GOLLNICK et tora (HEINRICH; WIEBUSCH;
al.1996). TRONNIER, 1998).
O estudo publicado por Pos- Outro estudo avaliando os
taire et al. (1997) avaliou os efeitos efeitos do mix de 25 mg de carote-
da suplementação de betacaroteno noides naturais obtidos da alga Du-
juntamente com outros antioxidan- naliella salina foi realizado e contou
tes. Durante oito semanas, dez vo- com a participação de 20 voluntá-
luntários receberam diariamente rios que receberam, durante 12 se-
betacaroteno 13 mg, licopeno 2 mg, manas, o mix isolado ou o mix acres-
tocoferol 5 mg e ácido ascórbico 30 centado de alfa-tocoferol 335 mg
mg. Outro grupo recebeu apenas be- (500 UI). Os dois grupos apresenta-
tacaroteno 3 mg e licopeno 3 mg. No ram leve amarelamento da pele e
grupo que recebeu betacaroteno 13 elevadas concentrações de betacaro-
mg, o componente amarelo aumen- teno no soro e na pele. Após oito se-
tou, diferentemente do grupo que manas, o eritema na pele dorsal in-
recebeu a dose menor, que não apre- duzido por luz UV reduziu significa-
sentou mudança na coloração cutâ- tivamente e a supressão foi maior no
nea (POSTAIRE, 1997). grupo que recebeu a combinação de
No estudo conduzido por Hei- carotenoides e vitamina E. Sendo as-
nrich, Wiebusch e Tronnier (1998) sim, os pesquisadores sugerem que
foram incluídos 20 voluntários, e fo- a adição de vitamina E pode propor-
ram investigados os efeitos da suple- cionar maior nível de proteção con-
mentação de 50 mg de um mix de ca- tra o eritema induzido pela irradia-
rotenoides obtido da alga Dunaliella ção ultravioleta, quando comparado
salina. Após seis semanas de suple- aos carotenoides isolados (STAHL et
mentação, verificou-se o aumento al., 2000).
da concentração de betacaroteno na Com o objetivo de avaliar os
pele, aumento do componente ama- efeitos da suplementação diária de
relo e redução do grau de vermelhi- carotenoides na dose eritematosa
dão após a exposição à radiação UV, mínima (DEM), 22 voluntários rece-
o que indica menor fotossensibili- beram um mix de 30 mg de carote-
dade. Os pesquisadores concluem noidesnaturais diariamente. A cada
que a suplementação de carotenoi- oito semanas, a dose era aumentada
des causou uma mudança benéfica em 30 mg, atingindo a dose final de
nas características de absorção da 90 mg e totalizando 24 semanas de

29
APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

suplementação. De acordo com os que os tomates são a principal fonte


resultados, a DEM aumentou signi- de licopeno na dieta humana e que a
ficativamente nos voluntários. A biodisponibilidade do carotenoide a
concentração sérica de betacaroteno partir da pasta de tomate é maior do
também aumentou e a peroxidação que em outras fontes naturais, como
lipídica sérica foi significativamente o suco de tomate e o tomate fresco.
inibida de maneira dose-dependen- De acordo com os resultados, os ní-
te durante o tempo de suplementa- veis séricos de licopeno aumenta-
ção. Os autores sugerem que a suple- ram nos voluntários suplementados,
mentação com carotenoides natu- o que não foi observado no grupo
rais pode proteger parcialmente a controle. Além disso, o eritema in-
pele humana contra o eritema indu- duzido pela luz UV na região dorsal
zido pela radiação UVA e UVB (LEE foi 40% menor comparado ao con-
et al.,2000). trole após as 10 semanas de inter-
Stahl et al. (2001), publicaram venção (STAHL et al., 2001).
outro estudo onde promovem a alte- Com o avanço das pesquisas,
ração da suplementação em cápsu- outros estudos foram conduzidos a
las pela suplementação diária de 40 fim de verificar os efeitos da suple-
mg de uma pasta de tomate (con- mentação de betacaroteno associado
tendo aproximadamente 16 mg lico- a outros componentes. Em 2006
peno) ingerida com 10 g de óleo de (HEINRICH et al., 2006a), foi publi-
oliva, durante 10 semanas, por nove cado um estudo que dividiu 39 vo-
voluntários. Como controle, 10 vo- luntários em três grupos distintos
luntários receberam apenas o óleo (N=13) para receberem um dos três
de oliva. Os pesquisadores destacam tratamentos:

Grupos de tratamento e fórmulas avaliadas

30
APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

O período de suplementação densidade, espessura, rugosidade e


com as fórmulas antioxidantes ou o descamação, diferentemente dos de-
placebo foi de 12 semanas. Heinrich mais estudos publicados mostrando
et al. (2006a) apresentaram como apenas os efeitos fotoprotetores des-
resultados o aumento dos níveis sé- ses antioxidantes (HEINRICH et al.,
ricos de carotenoides nos grupos su- 2006a).
plementados com as fórmulas A ou Além de avaliarem os efeitos
B. Quando a densidade e a espessura da suplementação, existem também
cutânea foram determinadas por ul- estudos que comparam os efeitos
trassom, houve aumento significa- orais e tópicos dos carotenoides. Foi
tivo nos grupos 1 e 2, e não foram en- o que fizeram Palombo et al. (2007)
contradas diferenças entre estes. no estudo clínico placebo controlado
Além disso, esses dois grupos mos- que investigou também a possível
traram redução significativa na des- ocorrência de efeito sinérgico da ad-
camação e apenas o grupo 2 apre- ministração simultânea, oral e tó-
sentou diminuição significativa na pica, de luteína e zeaxantina. Para
rugosidade. Já o grupo placebo não tal estudo, foram incluídas 40 mu-
apresentou mudanças em nenhum lheres saudáveis que apresentavam
dos parâmetros avaliados. Como sinais de envelhecimento cutâneo, e
conclusão, os pesquisadores apon- que foram randomizadas em quatro
tam o efeito positivo dos carotenoi- grupos, como ilustra a Tabela 7 (PA-
des em parâmetros cutâneos como LOMBO et al., 2007).

Descrição dos grupos e concentrações oral e tópica de luteína e zeaxantina.

Após 12 semanas de tratamen- ais foi de 63% no grupo com admi-


to, observou-se que o aumento má- nistração combinada, 46% no grupo
ximo de lipídeos cutâneos superfici- com administração oral, 23% no

31
APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

grupo com administração tópica e tânea, quando comparado aos gru-


10% no grupo placebo. Neste parâ- pos que receberam os carotenoides
metro, foi verificado que a aplicação de forma isolada (PALOMBO et al.,
tópica de luteína/zeaxantina promo- 2007).
veu aumento rápido dos lipídeos cu- Embora os estudos sobre su-
tâneos, quando comparada à admi- plementação de carotenoides até
nistração oral. Porém, a partir da aqui tenham apresentado resultados
sexta semana de tratamento, o gru- positivos, existem outros estudos
po que recebeu ascápsulasde luteína clínicos que, apresentando protoco-
/zeaxantina apresentouquantidades los diferentes, mostraram resulta-
consistentemente maiores de lipí- dos indiferentes da suplementação.
deos cutâneos superficiais (PA- McArdle et al. (2004), por exemplo,
LOMBO et al., 2007). conduziram um estudo durante oito
Palombo et al. (2007) ainda semanas a fim de avaliar os efeitos
mostraram que o tratamento combi- da suplementação de betacaroteno
nado (oral e tópico) resultou em 15 mg/dia em oito voluntários. Os
maior redução na peroxidação lipí- resultados evidenciaram que, apesar
dica em todos os tempos da avalia- do aumento na concentração plas-
ção. Em relação à atividade fotopro- mática, o betacaroteno não foi de-
tetora, que foi avaliada com croma- tectado na pele. Os autores relatam
meter após a irradiação UV na pele que não analisaram o tecido subcu-
dos voluntários, o grupo combinado tâneo. Visto que o betacaroteno é li-
apresentou a maior fotoproteção e pofílico e que se acumula no tecido
os pesquisadores sugerem que esse adiposo, é possível que não tenha
tratamento demonstrou efeito sinér- sido detectada concentração signifi-
gico, visto que a eficácia do trata- cativa do carotenoide. Além disso, a
mento combinado foi maior do que baixa dose de betacaroteno estudada
a soma dos tratamentos oral e tópico não induziu redução da peroxidação
isolados. Por fim, foi mostrado que lipídica na pele, nem promoveu efei-
todos os grupos que receberam os to significativo na fotoproteção. De
carotenoides melhoraram a elastici- acordo com os pesquisadores, tais
dade cutânea de forma estatistica- resultados podem estar relaciona-
mente significativa, quando compa- dos à baixa concentração de betaca-
rados ao grupo placebo e, além dis- roteno administrada, pois se anali-
so, o grupo combinado apresentou sarmos os estudos com administra-
os maiores efeitos na hidratação cu- ção de doses acima de 25 mg de ca-

32
APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

rotenoides (STAHL et al., 2000), po- lar quatro, enquanto os fotoproteto-


demos observar que existe efeito be- res tópicos mais comuns apresen-
néfico contra os danos causados pela tam FPS de 10 a 40, podendo chegar
radiação UV (MCARDLE et al., a 90. Entretanto, uma vez atingido o
2004). tempo adequado da suplementação
Dessa forma, existe a preocu- oral, as vantagens são: fotoproteção
pação com a dose e o período de tra- presente ininterruptamente (os pro-
tamento para que sejam considera- tetores solares tópicos devem ser re-
dos eficazes. A fim de quantificar aplicados de tempos em tempos); e a
esta relação, Köpcke e Krutmann proteção de maneira homogênea em
(2008) conduziram um estudo de toda a superfície cutânea corporal
metanálise com revisão de literatura (os protetores tópicos devem ser
(apenas estudos clínicos) até o ano aplicados com cuidado e de maneira
de 2007. Como resultado, foi mos- homogênea, em quantidades sufici-
trado que a duração do tratamento entes em toda a área da pele exposta
influência de maneira significativa o ao sol). Dessa forma, a fotoproteção
efeito antioxidante e apresenta-se de sistêmica e a tópica não devem ser
maneira tempo-dependente. Além vistas como concorrentes, mas sim
disso, os pesquisadores revelaram como complementares e devem ser
que para proteção adequada é neces- combinadas entre si (KÖPCKE;
sário, no mínimo, 10 semanas de su- KRUTMANN,2008).
plementação (KÖPCKE; KRUT-
MANN,2008). Polifenóis
Enquanto os cremes e loções
fotoprotetores existentes no mer- Os polifenóis estão entre os
cado protegem a pele contra os da- antioxidantes mais abundantes na
nos UV após alguns minutos da apli- dieta humana e presentes em frutas,
cação tópica, a suplementação de vegetais, cereais, legumes secos,
betacaroteno induz a fotoproteção chocolate e bebidas como café, chá e
somente após semanas de tratamen- vinho. Compreendem um grande
to, como demonstrado por Köpcke e grupo, podendo ser divididos em pe-
Krutmann (2008). Os autores do es- lo menos dez classes diferentes, com
tudo de metanálise ainda relatam a característica comum de possuir
que a fotoproteção máxima alcan- pelo menos um anel aromático e um
çada pela suplementação de betaca- ou mais grupos hidroxila na molé-
roteno atinge o fator de proteção so- cula (D’ARCHIVIO et al., 2007). Os

33
APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

principais grupos de polifenóis são glicosídeos e são quebrados antes da


os álcoois fenólicos, estilbenos, áci- absorção no trato gastrintestinal hu-
dos hidroxicinâmicos e hidroxiben- mano (SIES; STAHL,2004).
zoicos, lignanas e os flavonoides.
Estruturas químicas dos flavonoi-
Estruturas químicas dos principais des
grupos de polifenóis

Fonte: (D’ARCHIVIO et al., 2007).

Fonte: (D’ARCHIVIO et al., 2007). Estruturas químicas da isoflavona e


suas formas aglicona: genisteína,
O grupo de polifenóis mais im- daidzeína e gliciteína
portante é o dos flavonoides, devido
à elevada ação antioxidante, e que
podem ser subdivididos em flavo-
nas, flavonóis, flavanonas, flavanols
e antocianinas. As isoflavonas, pre-
sentes em grande quantidade na
soja, não apresentam a estrutura de
um flavonoide, mas estão quimica-
mente relacionadas a ele (LEE;
KOO; MIN, 2004). Nas plantas, os
Fonte: (LEE; KOO; MIN, 2004).
flavonoides estão presentes como

34
APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

Existem muitos relatos sobre de fitoestrógenos (D’ARCHIVIO et


as atividades antioxidante, antimu- al., 2007; LEE; KOO; MIN, 2004).
tagênica, e supressora de radicais li- Os polifenóis compreendem
vres oferecidas pelos polifenóis. Es- um grande grupo de substâncias
tudos epidemiológicos mostram a químicas e apresentam- se em maior
relação entre o consumo de compos- ou menor concentração nos diferen-
tos fenólicos e a redução do risco de tes tipos de alimentos. Por isso, os
doenças cardiovasculares e certos ti- estudos clínicos avaliam a suple-
pos de câncer (LEE; KOO; MIN, mentação com um tipo de alimento
2004). Na área cosmética, têm sido (extrato ou pó) e destacam os princi-
avaliados devido à capacidade de fo- pais compostos fenólicos. A seguir,
toproteção cutânea. serão apresentados alguns exem-
O mecanismo antioxidante plos.
dos polifenóis baseia-se na habilida-
de de doar hidrogênio e quelar íons a. Extrato da casca do pinho francês
de metal. Após doar o átomo de hi- marítimo (Pinus pinaster) (Pyc-
drogênio, o polifenol se torna estabi- nogenol) Principais compostos
fenólicos: catequina, epicate-
lizado e não participa de outras rea-
quina, procianidinas
ções (LEE; KOO; MIN, 2004).
Dentre os polifenóis, os fla- O extrato padronizado do pi-
vonoides são os antioxidantes mais nho francês marítimo (Pinus pinas-
potentes devido à estrutura química, ter), também conhecido como pyc-
sendo eficientes supressores de radi- nogenol, contém compostos fenóli-
cal hidroxila e radical peroxila. Além cos como catequina, epicatequina e
disso, formam complexos com me- flavonoides condensados, como as
tais e inibem a oxidação lipídica pro- procianidinas, além dos ácidos p-hi-
vocada pelo metal (LEE; KOO; MIN, droxibenzoico, protocatecúico, gá-
2004). O mecanismo das isoflavo- lico, vanílico, cumárico, ferúlico e
nas não está completamente eluci- cafeico (NI; MU; GULATI, 2002).
dado, mas acredita-se que seja dife- Cerca de 65-75% do extrato é com-
rente dos antioxidantes convencio- posto por procianidinas, que consis-
nais, pois sua estrutura se assemelha tem de subunidades de catequinas e
aos estrógenos do organismo e são epicatequinas com tamanhos de ca-
capazes de se ligarem a receptores deia variáveis (GRIMM et al., 2006).
desses hormônios, modulando a sua Em estudo in vitro, a adição de
atividade e, por isso, são chamados pycnogenol em linha celular de que-

35
APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

ratinócitos humanos inibiu, de ma- um estudo ex vivo, que analisou cul-


neira concentração dependente, a turas celulares a partir de amostras
transcrição do fator NF-KappaB, um sanguíneas de sete voluntários su-
componente pró-inflamatório indu- plementados diariamente com 200
zido pela radiação UV (SALIOU et mg de pycnogenol, durante cinco
al., 2001). Como a ativação desse fa- dias (GRIMM et al., 2006).
tor está envolvida no eritema UV-in-
duzido, acredita-se que a sua inibi- Pycnogenol - Estudos Clínicos
çãopormecanismos redox dos poli-
fenóis do pycnogenol seja responsá- No estudo que avaliou os efei-
vel pela redução nos efeitos de pig- tos da suplementação de pycnogenol
mentação pela exposição solar (NI; na formação do eritema UV-indu-
MU; GULATI, 2002). Além disso, a zido, 21 voluntários receberam pyc-
atividade supressora dos radicais li- nogenol 1,10 mg/kg de massa corpó-
vres ânion superóxido e radical hi- rea ao dia, durante quatro semanas,
droxila também já foi documentada e 1,66 mg/kg de massa corpórea ao
(NODA et al., 1997). dia por mais quatro semanas. Os re-
A ação anti-inflamatória do sultados do estudo conduzido por
pycnogenol pode ser explicada pela Saliou et al. (2001) mostraram que
redução na expressão da molécula após as oito semanas de suplemen-
de adesão intracelular (ICAM-1), tação, a dose de UV necessária para
que está geralmente elevada em con- atingir 1 DEM foi 2 vezes superior e
dições inflamatórias. Além disso, o estatisticamente significativa (SA-
pycnogenol é capaz de reduzir a pro- LIOU et al.,2001).
dução de outro mediador pró-infla- A fim de avaliar os efeitos da
matório: a interleucina-1β (NI; MU; suplementação do pycnogenol no
GULATI, 2002). melasma, Ni, Mu e Gulati (2002)
Em relação às metaloproteina- conduziram um estudo que teve a
ses de matriz (MMP), Grimm, Scha- participação de 30 pacientes com
fe e Hogger (2004) demonstraram pigmentação cutânea característica
que metabólitos do pycnogenol fo- dessa condição, e que receberam,
ram capazes de inibir a atividade da durante 30 dias, cápsulas de pycno-
MMP-1, MMP-2 e MMP-9. (GRIM- genol 25 mg, três vezes ao dia. Os pa-
M; SCHAFER; HOGGER, 2004). A râmetros avaliados foram a área do
inibição estatisticamente significa- melasma, determinada planimetri-
tiva de MMP-9, bem como de NF- camente (medindo o diâmetro do
KappaB, também foi confirmada em

36
APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

melasma com uma régua), e a inten- Em estudo in vitro, foi de-


sidade do melasma, medida colori- monstrado que o tratamento de que-
metricamente (utilizando uma car- ratinócitos humanos com proantoci-
tela de cores padrão). Após os 30 anidinas da semente de uva foi capaz
dias, a intensidade pigmentária re- de inibir o estresse oxidativo indu-
duziu significativamente. O mesmo zido por UV e a ativação do NF-Kap-
ocorreu com a área do melasma. paB mediado pelo estresse oxida-
Além disso, a suplementação de pyc- tivo. Já em estudo in vivo, usando
nogenol proporcionou alívio de fa- modelo animal, outros parâmetros
diga, dor, constipação e sentimentos puderam ser avaliados e os resulta-
de impaciência naquelas pacientes dos do estudo mostraram que o ex-
que apresentavam esses sintomas trato de semente de uva rico em pro-
(NI; MU; GULATI,2002). antocianidinas (GSE) inibiu efeitos
adversos tanto da exposição aguda a
b. Extrato da semente de uva (Vitis radiação UVB, como crônica
vinifera) Principais compostos (SHARMA; MEERAN; KATIYAR,
fenólicos: proantocianidinas 2007). São eles:
 Inibição da depleção UVB-in-
As proantocianidinas são os duzida das enzimas glutationa
principais compostos fenólicos da peroxidase e catalase;
semente e da casca da uva (Vitis vi-  Supressão do estresse oxida-
nifera). No extrato da semente de tivo em termos de produção de
uva, a concentração das mesmas é peróxido de hidrogênio e óxi-
tão elevada que pode corresponder a do nítrico, além de suprimir
cerca de 80% dos compostos fenóli- oxidação lipídica eproteica;
 Inibição da ativação da MAPK
cos presentes (YAMAKISHI et al.,
(proteína quinase ativada por
2004). mitógeno) e do NF-KappaB.
Como os principais constituin-
tes do pycnogenol e da semente de O GSE ainda inibiu a expres-
uva são as proantocianidinas, acre- são de ciclo-oxigenase-2 na pele e de
dita-se que os mecanismos de ação acordo com os pesquisadores, tais
para estes sejam semelhantes. Po- evidências contribuem para a base
rém, como os estudos avaliam os molecular dos efeitos fotoprotetores
efeitos dos extratos e não dos com- das proantocianidinas da semente
postos fenólicos isolados, pode ha- de uva (SHARMA; MEERAN; KATI-
ver variações de resultado e, por essa YAR, 2007).
razão, outros estudos são apresenta-
dos neste tópico.

37
APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

Bagchi et al. (2000) conduzi- Para os autores, a administração


ram uma série de estudos a fim de oral de GSE é eficaz em reduzir a hi-
avaliar a habilidade supressora de perpigmentação de mulheres com
radicais livres do GSE e compará-lo melasma (YAMAKISHI et al.,
com outras substâncias. Os resulta- 2004).
dos dos estudos utilizando modelos
in vivo e in vitro mostraram que as c. Extrato de pomegranate (Punica
proantocianidinas são altamente bi- granatum) Principal composto
odisponíveis e proporcionam prote- fenólico: ácidoelágico
ção significativamente maior contra
os radicais livres, a peroxidação lipí- O pomegranate, ou romã, é
dica e os danos ao DNA, quando uma fruta rica em compostos fenóli-
comparados ao betacaroteno e àsvi- cos. Um dos mais importantes é o
taminas C e E. Os pesquisadores ácido elágico. Em estudo in vitro, o
concluem que tal extrato proporci- extrato de pomegranate contendo
ona excelente proteção contra o es- 90% de ácido elágico inibiu a ativi-
tresse oxidativo e a injúria tecidual dade da enzima tirosinase e seu efei-
mediada por radicais livres (BAG- to foi comparável ao promovido pelo
CHI et al., 2000). arbutin, um conhecido agente des-
pigmentante. Já no estudo in vivo
Extrato da Semente de Vitis Vi- usando animais, o extrato foi admi-
nifera - Estudos Clínicos nistrado oralmente e também inibiu
a pigmentação cutânea UV- indu-
O estudo conduzido por Yama- zida. Acredita-se que este efeito cla-
kishi et al. (2004) teve a participa- reador do extrato de pomegranate
ção de 11 mulheres com melasma e seja desempenhado pela inibição
que receberam 67 mg do extrato de tanto da proliferação de melanócitos
semente de uva rico em proantocia- como da síntese de melanina pela ti-
nidinas (GSE: 54 mg de proantocia- rosinase (YOSHIMURA et al.,
nidinas), três vezes ao dia, durante 2005).
seis meses. Para 83% das pacientes,
houve melhora significativa no qua- Extrato de Pomegranate - Es-
dro do melasma avaliado pelo cro- tudos Clínicos
mameter. Os valores de L* (lumino-
sidade) aumentaram e o índice de Para avaliar os efeitos do ex-
melanina reduziu significativamen- trato de pomegranate na fotoprote-
te após os seis meses de ingestão. ção e na pigmentação cutânea, Kasai

38
APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

et al. (2006) conduziram um estudo que foram randomicamente desig-


duplo-cego, placebo-controlado, en- nadas para um dos três grupos.
globando 39 mulheres saudáveis,

Grupos de tratamento e fórmulas avaliadas

A suplementação diária teve res de melanina e eritema, avaliados


duração de quatro semanas. Embora por um mexameter (KASAI et al.,
os resultados do estudo não tenham 2006).
mostrado uma relação dose-efeito,
os pesquisadores concluem que a in- d. Pó de Theobroma cacao(cacau)
gestão oral de ácido elágico é capaz
de produzir efeitos protetores em Principais Compostos Fenóli-
queimaduras leves causadas pela ir- cos: Catequina e Epicatequina
radiação UV mesmo com doses bai-
xas do composto fenólico. Estes re- O cacaueiro (Theobroma ca-
sultados foram identificados pela cao) é muito conhecido, pois é dele
inibição da redução do valor de L* que se obtém o famoso chocolate. O
(luminosidade) em 1,35% e 1,75% cacau tem sido estudado devido ao
nos grupos Dose elevada e Dose bai- conteúdo elevado de antioxidantes
xa, respectivamente, quando com- fenólicos, como os flavonóis epicate-
parados ao grupo controle. Também quina e catequina. Acredita-se que
foi mostrada uma redução dos valo- ele possa influenciar parâmetros

39
APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

cardiovasculares pela ação anti-in- Cacau em Pó – Estudos Clíni-


flamatória e moduladora da ativida- cos
de do NF- KappaB, na resistência a
insulina, reduzindo o risco de diabe- Os efeitos da suplementação
tes e também proteger a pele contra de bebidas contendo cacau em pó
os danos da radiação UV. Além dis- em duas concentrações de flavonóis
so, existem evidências de que prepa- foram avaliados em um estudo con-
rações contendo cacau apresentam duzido por Heinrich et al. (2006b).
efeitos benéficos na saciedade, fun- Para isso, dois grupos de mulheres
ção cognitiva e humor (KATZ; DOU- saudáveis foram formados da se-
GHTY; ALI,2001). guinte maneira:

Grupos de tratamento e fórmulas avaliadas

A quantidade de cacau em pó  Aumento do fluxo sanguíneo


determinada foi dissolvida em 100 cutâneo e subcutâneo;
ml de água e ingerida diariamente  Aumento da densidade e hi-
durante 12 semanas. Após este perí- dratação cutânea;
odo, não foram observadas mudan-  Redução da Transepidermal
Water Loss(TEWL);
ças significativas no grupo baixa
 Redução da rugosidade e des-
dose de flavonol. Entretanto, para o camação da pele.
grupo que recebeu dose elevada, os
resultados foram: Os pesquisadores acreditam
 Redução de 25% no eritema que a ingestão oral de flavonóis do
induzido por UV;

40
APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

cacau contribui para a fotoproteção Principais Compostos Fenóli-


endógena, melhoram a circulação cos: Ácidos Hidroxibenzoicos e
sanguínea e afetam variáveis cosme- Hidroxicinâmicos
ticamente importantes como super-
fície cutânea e hidratação (HEIN- A planta Polypodium leucoto-
RICH et al., 2006b). mos (Pl) é um tipo de samambaia
A fim de comparar os efeitos nativa das regiões tropicais e subtro-
fotoprotetores da ingestão diária de picais das Américas. O seu extrato é
dois tipos de chocolate (um especial- um conhecido fotoprotetor com po-
mente desenvolvido preservando tente atividade antioxidante. Os
um elevado teor de flavonóis e outro principais constituintes desta planta
chocolate comum, com baixo teor), são os ácidos cumárico, ferúlico, ca-
Williams, Tamburic e Lally (2009) feico, vanílico e clorogênico (GOM-
conduziram um estudo que contou BAU et al., 2006).
com a participação de 30 voluntá- São citadas na literatura as ati-
rios saudáveis, que consumiram 20 vidades antioxidante, anti-inflama-
g de um dos dois chocolates diaria- tória e fotoprotetora do extrato de
mente, durante 12 semanas. De Pl. Os efeitos in vitro já identificados
acordo com os resultados, no grupo são a supressão do ânion superó-
que recebeu chocolate com elevado xido, oxigênio singlete, peroxidação
teor de flavonóis, o valor médio da lipídica e radicais hidroxila (MID-
DEM atingiu valores superiores ao DELKAMP-HUP et al., 2004). Phi-
dobro após 12 semanas de consumo lips et al. (2009) mostraram que o Pl
do chocolate, enquanto que no gru- inibiu a atividade de MMPs, enzimas
po de baixo teor de flavonóis, o valor responsáveis pela degradação das fi-
da DEM permaneceu sem mudanças bras de colágeno, bem como sua ex-
significativas, mostrando que o cho- pressão em fibroblastos, além de es-
colate convencional, ou seja, o de timular a expressão de inibidores de
baixo teor de flavonóis, não apre- MMPs (TIMPs) em fibroblastos dér-
senta efeitos fotoprotetores signifi- micos. Além disso, o Pl estimulou a
cativos (WILLIAMS; TAMBURIC; expressão do fator de crescimento
LALLY, 2009). transformante beta (TGF-beta), um
importante regulador da matriz ex-
e. Extrato de Polypodium leucoto- tracelular que tem expressão redu-
mos (samambaia) zida no processo do envelhecimento
(PHILIPS et al.,2009).

41
APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

Extrato de Polypodium Leuco- Pl como um fotoprotetor sistêmico


tomos - Estudos Clínicos (MIDDELKAMP-HUP et al, 2004).
Em estudo mais recente, Villa
Para avaliar o efeito fotoprote- et al. (2010) investigaram os efeitos
tor agudo em humanos pela suple- do extrato de Pl na deleção comum
mentação de duas doses de extrato após exposição ultravioleta A. A de-
de Pl (7,5 mg/kg de massa corpó- leção é uma alteração no DNAmito-
rea/dose), Middelkamp-Hup et al. condrial. A mais comum é a deleção
(2004) incluíram em seu estudo 4,9kb, denominada de “deleção co-
nove participantes saudáveis. Inici- mum” devido à sua maior prevalên-
almente, o valor da DEM foi deter- cia. Ela é muito estudada no enve-
minado e em seguida a pele foi ex- lhecimento humano, pois é conside-
posta à irradiação artificial UV sem rada um marcador da radiação UVA
a influência do Pl. Vinte e quatro ho- crônica em fibroblastos e queratinó-
ras depois os participantes recebe- citos.
ram a primeira dose de Pl, e a se- O estudo conduzido por Villa
gunda dose aconteceu no dia se- et al. (2010) incluiu dez voluntários
guinte, com posterior irradiação UV. que foram randomizados para rece-
Sendo assim, os pesquisadores com- ber o extrato ou nenhum tratamen-
pararam parâmetros da pele irradi- to. Na linha base, foram obtidas bi-
ada sem Pl com a pele irradiada e ópsias cutâneas da região volar do
tratada com o extrato de Pl (MID- antebraço direito, seguida pela de-
DELKAMP-HUP et al,2004). terminação da dose eritematosa mí-
Por meio de biópsias e avalia- nima UVA (DEM-A) da região volar
ção histológica, foi verificado que 24 do antebraço esquerdo de cada paci-
horas após a última irradiação, a ente. Após 24 horas, foram obtidas
quantidade de células sunburn, dí- biópsias das regiões tratadas e não
meros de ciclobutano pirimidina e tratadas. Para a determinação dos
proliferação celular epidérmica re- níveis de deleções comuns, foram
duziram significativamente na pele feitos ensaios de PCR-RT (reação da
tratada com Pl em relação à pele não polimerase em cadeia em tempo
tratada com Pl. Por fim, a avaliação real). Os resultados foram:
clínica mostrou redução significa-  Após duas vezes o valor da
tiva do eritema após a suplementa- DEM, o valor médio de dele-
ção com o extrato, mostrando que é ção comum no grupo não tra-
interessante a administração oral de tado (n=3) aumentou em 217%
em relação ao controle, en-
quanto os valores no grupo

42
APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

tratado com P. leucotomos um afinamento da camada epidér-


(n=5) reduziu em 84%(p=0, mica. Como as isoflavonas, particu-
06); larmente a genisteína, apresentam a
 Após três vezes a DEM, a dele- capacidade de se ligarem a recepto-
ção comum no grupo não tra-
res estrogênicos, estudos têm sido
tado aumentou em 760%, en-
quanto no grupo tratado com o conduzidos no sentido de explorar o
extrato esse valor foi de impacto na pele de mulheres pós-
61%(p=0,07). menopausadas pela ingestão oral de
isoflavonas (ACCORSI-NETO et al.,
Como conclusão, os pesquisa- 2009).
dores mostraram forte tendência
frente à significância na redução dos Isoflavonas - Estudos clínicos
níveis de deleção comum, um mar-
cador do fotoenvelhecimento, em Um estudo duplo-cego e pla-
resposta a suplementação. A análise cebo controlado conduzido por
de interação sugere que os efeitos de Izumi et al. (2007) avaliou os efeitos
Pl na prevenção da formação de de- cutâneos da suplementação em 26
leção comum aumentam com o au- mulheres com idade acima de 30
mento da exposição UVA (VILLA et anos utilizando isoflavonas da soja
al.,2010). porção aglicona, administrando 40
mg ao dia. Durante doze semanas,
Isoflavonas uma parte das mulheres recebeu
placebo e a outra parte recebeu as
Como já citado anteriormente, isoflavonas. Após esse período, veri-
as isoflavonas, presentes em grande ficou-se que o grupo teste apresen-
quantidade na soja, apresentam es- tou melhora estatisticamente signi-
trutura fenólica heterocíclica e, por ficativa de linhas finas e da elastici-
isso, são relacionadas aos flavonoi- dade cutânea, comparado ao grupo
des (LEE; KOO; MIN,2004). controle, mostrando que a suple-
Os fibroblastos exibem recep- mentação de isoflavonas melhora
tores para estrógenos e já é sabido aspectos da pele em mulheres de
que na menopausa, a queda na pro- meia idade.
dução de estrógenos afeta a polime-
rização das glicosaminoglicanas, re-
duzindo a taxa de produção de colá-
geno, e a degeneração e fragmenta-
ção de fibras elásticas, ocasionando

43
APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

3. Lipídeos

Fonte: Fala Química3

O estrato córneo é composto por


corneócitos e por uma matriz
intercelular rica em lipídeos, entre
ácidos graxos monoinsaturados e
ácidos graxos poli-insaturados (KIM
et al., 2010). As duas principais clas-
eles os esfingolipídeos, colesterol e ses de ácidos graxos poli-insatura-
ácidos graxos livres. A síntese de li- dos são o ômega-6 (ácido linoleico)
pídeos ocorre em todas as camadas e o ômega-3 (ácido linolênico). O
nucleadas da epiderme, e aqueles re- ômega-6 tem como derivados os áci-
cém-sintetizados são distribuídos dos gama-linolênico (GLA) e araqui-
por corpos lamelares no interstício dônico. Já o ômega-3 tem como de-
do estrato córneo durante a diferen- rivados os ácidos docosahexaenoico
ciação epidérmica (PROKSCH et al., (DHA) e eicosapentaenoico (EPA).
1993). As funções desempenhadas por es-
Os ácidos graxos são classifi- sas moléculas na pele incluem a ma-
cados como ácidos graxos saturados,

3 Retirado em http://falaquimica.com/

45
APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

nutenção da permeabilidade de bar- em ácido gama-linolênico (uma fra-


reira do estrato córneo, maturação e ção do ômega-6), perfazendo até
diferenciação do estrato córneo,for- 25% de todos os ácidos graxos
mação e secreção de corpos lamela- (BROSCHE; PLATT, 2000).
res, inibição de eicosanoides pró-in- Acredita-se que o processo do
flamatórios, elevação do limiar de envelhecimento seja um dos fatores
sunburn, inibição de citocinas pró- propostos que atenua a atividade da
inflamatórias (fator de necrose tu- enzima delta-6 desaturase, o que
moral alfa, interferon gama e inter- contribui para as alterações cutâ-
leucina-12), inibição da lipoxige- neas observadas em idade mais
nase, promoção da cicatrização de avançada. Isso porque os ácidos gra-
feridas, e promoção da apoptose em xos essenciais (Essential Fatty Acids
células malignas, incluindo o mela- - EFAs) precisam ser metabolizados
noma (MCCUSKER; GRANT-KELS, no fígado por esta enzima e serem
2010). convertidos, por exemplo, em ácido
Ao investigar a alteração do gama-linolênico (GLA), que é poste-
metabolismo lipídico na epiderme riormente transportado até a pele
pela radiação ultravioleta, Kim et al. pela corrente sanguínea para de-
(2010) mostraram, por biópsia, que sempenhar suas funções. Sendo as-
há redução significativa de ácidos sim, o conteúdo de EFAs na pele é
graxos livres e triglicerídeos na epi- reduzido com o tempo de vida. A in-
derme tanto de voluntários idosos gestão de óleo de borage proporci-
(ou seja, com fotoenvelhecimento ona ao organismo o GLA pronto
avançado), como de voluntários para ser transportado até a pele, não
adultos submetidos à radiação UV. necessitando da enzima hepática
(BROSCHE; PLATT, 2000).
1. Óleo da semente de Borago of-
ficinalis(borage) Óleo de Borage - Estudos Clíni-
cos
Principal Componente Li-
pídico: Ácido Gama-Linolê- Brosche e Platt (2000) realiza-
ram um estudo que teve como obje-
nico (GLA)
tivo avaliar os efeitos da suplemen-
O óleo de borage é obtido das tação de óleo de borage nas proprie-
sementes da planta Borago officina- dades cutâneas de 29 pessoas idosas
lis e apresenta uma composição rica com média de 69 anos de idade. Elas

46
APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

receberam cápsulas gelatinosas con- prímula na pele de voluntários adul-


tendo óleo de borage com a dose di- tos, Muggli (2005) conduziu um es-
ária de 360 mg ou 720 mg de GLA, tudo randomizado, duplo-cego e
durante dois meses. Após o período placebo controlado. Os participan-
de suplementação, verificou-se re- tes receberam óleo de prímula 1,5 g,
dução significativa da TEWL, me- duas vezes ao dia, durante 12 sema-
dida por tewameter, e aumento da nas, totalizando 345 mg de GLA/dia.
hidratação da superfície cutânea, Após este período, o grupo suple-
medida por corneometer. Como a mentado apresentou mudanças sig-
coceira é umacondição comum mes- nificativas em relação ao grupo pla-
mo na pele saudável de pessoas ido- cebo na hidratação cutânea, TEWL e
sas, também foi questionado aos vo- nas propriedades biomecânicas da
luntários sobre o grau dessa altera- pele como elasticidade, firmeza e re-
ção. Dez pessoas disseram apresen- sistência a fadiga (medidas por cuto-
tar coceira na pele antes da suple- metria) e rugosidade (MUGGLI,
mentação e após os dois meses, não 2005).
houve relato. A porcentagem dos
participantes que classificou sua 3. Óleo de peixe e óleo deprímula
pele como muito seca foi reduzida de
42% para 14% no final do estudo Principais Componentes Lipí-
(BROSCHE; PLATT, 2000). dicos: Ômegas 3 e 6

2. Óleo da semente de Oenothera Um estudo clínico conduzido


biennis (prímula) por Segger, Matthies e Saldeen
(2008) teve como objetivo avaliar os
Principal Componente Lipí- efeitos de um suplemento comercial
dico: Ácidogama-Linolênico composto por óleo de peixe (rico em
O óleo de prímula é obtido por ômega-3: 1160 mg) e óleo de prí-
um processo de prensagem a frio das mula (rico em ômega-6: 840 mg),
sementes de prímula (Oenothera bi- além das vitaminas D (176 UI – 4,4
ennis) e contém elevado teor de µ g) e E (14 UI - 8 mg). A suplemen-
ácido gama-linolênico. tação diária foi realizada por 24 mu-
lheres saudáveis com idade entre 40
Óleo de Prímula - Estudos Clí- e 60 anos. Após três meses, a elasti-
nicos cidade cutânea aumentou 10% e este
aumento foi estatisticamente signifi-
Com o objetivo de avaliar os
efeitos da suplementação de óleo de

47
APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

cativo em comparação ao grupo con- com tais componentes aplicados to-


trole. Foi verificada uma tendência, picamente, exercendo efeito sinérgi-
embora não significativa, frente à in- co e simultâneo na epiderme e estra-
fluência positiva na função barreira to córneo (DISTANTE et al., 2002).
cutânea (SEGGER; MATTHIES; Em outro estudo, a cartilagem
SALDEEN, 2008). de peixe foi acrescentada de cerami-
das vegetais, aminoácidos (prolina,
Polissacarídeos da Cartilagem lisina, valina, cisteína), antioxidan-
de Peixe - Estudos Clínicos tes (vitamina E e licopeno) e ácidos
graxos essenciais (óleo de borage e
No estudo conduzido por Dis- óleo de peixe). Dezesseis mulheres
tante et al. (2002), 30 mulheres sau- saudáveis ingeriram o placebo e as
dáveis foram randomizadas para re- outras 16 foram suplementadas dia-
ceberem, três vezes ao dia, placebo riamente com os componentes cita-
ou um suplemento baseado em po- dos, durante 40 dias. Em compara-
lissacarídeos da cartilagem de peixe ção ao placebo, os resultados apre-
acrescido de um mix de antioxidan- sentados pelo grupo que recebeu a
tes (Ginkgo biloba, flavonoides, suplementação mostraram melhora
Centella asiatica). Cada cápsula do acima de 25% nos parâmetros de hi-
suplemento continha 250 mg de car- dratação do estrato córneo e rugosi-
tilagem marinha. Após oito semanas dade da pele (PRIMAVERA; BE-
de tratamento, o grupo que recebeu RARDESCA, 2005). Os autores ain-
o derivado marinho apresentou me- da discutem quais são as caracterís-
lhora da espessura e viscoelastici- ticas de um suplemento dietético
dade cutâneas de maneira significa- que pode melhorar a capacidade de
tiva. Outras variações significativas retenção de água do estrato córneo.
foram o aumento da hidratação do São elas:
estrato córneo (medida por capaci-  Presença de aminoácidos li-
tância) e da luminosidade (valor L*), vres que, juntamente com
e redução da pigmentação (valor b*) aqueles que já estão na pele,
e da rugosidade da pele (medida por melhoram a higroscopicidade
réplicas de silicone). Os autores con- do estrato córneo, ajudando o
corneócito a ligarágua;
firmam a importância dos polissaca-
 Ceramidas que melhoram a
rídeos de peixe no tratamento cos- barreira cutânea;
mético do envelhecimento cutâneo,  Antioxidantes que melhoram
sugerindo o tratamento combinado o equilíbrio redox do estrato

48
APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

córneo, evitando a peroxida- extrato da casca do pinho marítimo


ção lipídica, por exemplo; francês, extrato de chá verde, vita-
 Efas que atuam de maneira se- mina E) (UDOMPATAIKUL; SRIPI-
melhante aos anti-inflamató- ROJ; PALUNGWACHIRA,2009).
rios e na reestruturação da
De acordo com os resultados, o
barreiraepidérmica;
 Polissacarídeos da cartilagem grupo que recebeu o suplemento
do peixe, pois o principal ativo apresentou redução significativa na
do extrato obtido da cartila- profundidade da rugosidade cutâ-
gem do peixe marinho é o sul- nea e linhas finas em 11,64%, 17,78%
fato de condroitina, uma mis- e 21,22% após 4, 8 e 12 semanas, res-
tura de mucopolissacarídeosá- pectivamente, enquanto houve me-
cidosbaseadosemrepetidasu-
lhora de 0,5%, 1,0% e 1,7% no grupo
nidadesdedissacarídeoesteri-
ficadas com grupos sulfatos. placebo nos mesmos períodos. O
Também é da cartilagem do método usando o Visiometer tam-
peixe que se obtém as glicosa- bém mostrou que a redução da pro-
minoglicanas. fundidade das rugas foi estatistica-
mente significativa entre os dois
Muitos produtos comercializa- grupos (UDOMPATAIKUL; SRIPI-
dos com o conceito de nutricosméti- ROJ; PALUNGWACHIRA,2009).
cos apresentam na composição um
número significativo de ingredientes Nutricosméticos e os Cabe-
ativos. Com o objetivo de avaliar os
los
resultados de um suplemento pre-
sente no mercado apresentando vá- O folículo capilar também é re-
rios constituintes, foi conduzido um ferenciado na literatura como um
estudo clínico e publicado em 2009. “mini órgão”. Como ilustra a Figura,
Neste estudo, 60 mulheres com ele apresenta um ciclo de vida que
idade entre 35 e 60 anos foram ran- consiste basicamente em três fases:
domizadas para receberem durante anágena, o estágio de crescimento
12 semanas, o placebo, ou o suple- do fio, catágena, a fase de regressão,
mento dietético administrado por e telógena, o estado de repouso do
via oral composto por glicosamino- folículo. Durante todo o período de
glicanas, minerais (zinco e selênio) e vida, o folículo passa por vários ci-
antioxidantes (coenzima Q10, beta- clos (KRAUSE; FOITZIK,2006).
caroteno, extrato de semente de uva,

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APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

Fases do ciclo de vida do folículo lar, é de proteção e excreção de com-


capilar postos indesejáveis. Para a maioria
das pessoas, os cabelos estão relaci-
onados à estética, ou seja, a aparên-
cia física. Assim, representam um
instrumento de comunicação psi-
cossocial, pois são o símbolo da ju-
ventude, saúde, fertilidade e potên-
cia sexual. É por isso que a perda de
cabelos geralmente causa um im-
pacto na autoestima individual, nas
relações interpessoais e no posicio-
namento na sociedade (GOLD-
Fonte: (KRAUSE; FOITZIK, 2006). BERG; LENZY,2010).
Existem condições em que a
O comprimento do fio é defi- queda, mudança na cor e enfraque-
nido pela duração da fase anágena, cimento dos fios capilares é comum,
que dura entre dois e seis anos. como nos casos de doença cardíaca
Aproximadamente 85% dos fios do congênita, doença neuromuscular,
couro cabeludo encontram-se na fa- alcoolismo, envelhecimento, estres-
se anágena. A fase catágena acontece se, entre outros. Porém, muito do
por poucas semanas, seguida da fase que se sabe sobre queda de cabelos
telógena, que tem o período de ape- está relacionada à má alimentação.
nas dois a quatro meses. O cresci- A ingestão insuficiente ou inade-
mento usual dos fios está entre 0,3 e quada de nutrientes pode estar asso-
0,5 mm ao dia e é dependente da ciada a este problema que muito afe-
proliferação e subsequente diferen- ta a qualidade de vida das pessoas.
ciação dos queratinócitos da matriz Apesar disso, não existem muitas
no bulbo capilar. A espessura do fio pesquisas científicas relacionando
de cabelo está relacionada ao tama- fatores danutrição e perda de cabe-
nho do bulbo, que por sua vez, é di- los. Em indivíduos saudáveis, esses
tado pelo volume do componente fatores nutricionais parecem desem-
mesenquimal do folículo capilar penhar um papel no aumento per-
(KRAUSE; FOITZIK, 2006). sistente da queda dos fios (GOLD-
A função dos fios de cabelo, o BERG; LENZY, 2010).
principal produto do folículo capi-

50
APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

O envelhecimento contribui A deficiência de selênio tem


para a redução na produção de colá- sido associada com a perda de cabe-
geno e queratina, resultando em pe- los após a quimioterapia adjuvante
le seca, rugas, alopecia, unhas fracas com cisplatina, e a queda capilar foi
e, geralmente, crescimento menor revertida após a reposição de selê-
de cabelos e unhas. Embora o enve- nio. Embora não haja conhecimento
lhecimento não possa ser prevenido, sobre enzimas dependentes de selê-
os seus efeitos podem ser reduzidos nio envolvidas na síntese de mela-
por alguns métodos, como a prática nina, a deficiência desse elemento
de exercícios e a dieta saudável, com traço está relacionada à perda de
elevada qualidade dos alimentos, in- pigmento do cabelo, o que é conhe-
cluindo frutas, vegetais e alimentos cido como pseudo-albinismo (GOL-
de origem marinha. Outros métodos DBERG; LENZY, 2010).
incluem mudanças de hábito como
parar de fumar, não consumir álcool Estudos Científicos Sobre os
em excesso e evitar a ingestão de di- Efeitos dos Nutricosméticos
etas ricas em certas gorduras, açúca- nos Cabelos e unhas
res e cafeína (GOLDBERG; LENZY,
2010). Mulheres com eflúvio telógeno
Em adição aos inúmeros cos- crônico, uma perda de cabelos au-
méticos direcionados ao tratamento mentada de maneira persistente,
da queda capilar, muitos suplemen- responderam muito bem à suple-
tos dietéticos têm sido desenvolvi- mentação de ferro associado ao ami-
dos e comercializados, porém, pou- noácido essencial lisina (RUSHTON
cos apresentam eficácia clínica com- et al., 2002). Ao final do período de
provada. Essas inovações em produ- dois meses de tratamento, foi cons-
tos nutricosméticos são desenvolvi- tatada uma redução significativa de
das com base no conhecimento dos cabelos na fase telógena, sendo a
nutrientes que podem promover im- porcentagem média de redução na
pacto benéfico na saúde dos fios, queda capilar de 39%. Outro estudo
como por exemplo, os relatos cientí- confirmou os resultados usando o
ficos sobre a relação entre a queda mesmo regime de tratamento. Com-
capilar e a deficiência de zinco, co- parado à linha base, a redução na
bre, biotina, ácidos graxos essenci- porcentagem de cabelos na fase te-
ais, vitamina A, selênio e vitamina C lóge na representou redução de 31%
(GOLDBERG; LENZY, 2010). na quantidade de queda de cabelos
observada nos voluntários tratados,

51
APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

enquanto nos voluntários que rece- e cartilagem de tubarão, foi ingerido


beram o placebo, houve aumento de por mulheres que já apresentavam
9% na queda capilar (RUSHTON et queda de cabelos. Neste caso, foi
al., 2002). avaliada a quantidade de fios de ca-
Um estudo clínico duplo-cego, belo penteados e coletados 28 dias
randomizado e placebo controlado antes do início da suplementação e
mostrou que a ingestão de ácido or- durante o período de tratamento
tosilícico estabilizado por colina (entre os dias 28 e 56). De acordo
(contendo silício 10 mg/dia) por com os resultados, houve redução
mulheres saudáveis, apresentou altamente significante da perda ca-
efeito positivo nos índices da Visual pilar durante a fase de tratamento,
Analogue Scale (VAS - escala analó- comparado à fase de pré-tratamento
gica visual para avaliação subjetiva (P<0,001). Na fase de pré-tratamen-
dos resultados) para unhas e cabelos to, uma média de 52 mg/dia de fios
quebradiços de maneira estatistica- de cabelo foi coletada quando com-
mente significativa após 20 semanas parado com 21,6 mg/dia na fase de
de suplementação, enquanto ne- tratamento. O efeito do suplemento
nhuma diferença significativa foi ob- em reduzir a queda de cabelos foi
servada no grupo placebo (BAREL et confirmado pelos relatos de com-
al., 2005). pleta satisfação em relação a este pa-
Em outro estudo clínico, um râmetro pelas voluntárias (JAC-
suplemento dietético composto por QUET; COOLEN; VANDERMAN-
minerais, vitaminas, ácidos graxos DER, 2007).
essenciais, chá verde, extrato de uva

Fonte: (JACQUET; COOLEN; VANDERMANDER, 2007)

52
APOSTILA DE NUTRICOSMÉTICOS

Foitzik et al. (2007) mostra-


ram o efeito promotor do crescimen-
to capilar com a L- carnitina tópica,
e sugerem que este aminoácido esti-
mula o crescimento dos fios por au-
mentar a proliferação e reduzir a
apoptose nos queratinócitos folicu-
lares in vitro. Assim, a administra-
ção oral de L-carnitina pode ser uma
alternativa no controle da alopecia
androgenética e outras formas de
queda capilar (FOITZIK et al.,
2007).
Na ausência de dados quanti-
tativos suportando qualquer benefí-
cio ou efeito prejudicial de suple-
mentação com nutricosméticos, seja
com multivitamínicos ou elementos
traço, é recomendado evitar o uso,
devendo o consumidor procurar
acompanhamento médico. O risco
da automedicação e do uso indiscri-
minado de suplementos podem cau-
sar hipervitaminoses que são relata-
das na literatura, como é o caso da
relação entre o excesso de vitamina
A, ou vitamina E e a queda de cabe-
los. É importante ressaltar que, atu-
almente, doses elevadas de vitamina
E são consumidas na crença de que
haja redução de radicais livres no
corpo (GOLDBERG; LENZY,2010).

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