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BASES DA FARMACOLOGIA E
COSMETOLOGIA
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BASES DA FARMACOLOGIA E
COSMETOLOGIA
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SUMÁRIO
CONCEITO DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA E COSMÉTICA ............................. 4
APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA E
COSMÉTICA NA INDÚSTRIA E FARMÁCIA HOSPITALAR ....................................... 7
OPERAÇÃO ................................................................................................................ 7
ORGANIZAÇÃO E PRODUÇÃO FARMACÊUTICA E COSMÉTICA ......................... 14
LEGISLAÇÃO DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS E COSMÉTICOS ..................... 24
REQUISITOS TÉCNICOS ESPECÍFICOS PARA PRODUTOS DE HIGIENE
PESSOAL, COSMÉTICOS E PERFUMES. ............................................................... 31
ASPECTOS EVOLUTIVOS E IMPLANTAÇÃO DAS BOAS PRÁTICAS DE
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS E COSMÉTICOS .................... 33
PRÉ- FORMULAÇÃO E FORMULAÇÃO DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS E
COSMÉTICOS .......................................................................................................... 41
DESENVOLVIMENTO E PRODUÇÃO DE FORMAS FARMACÊUTICAS E
COSMÉTICAS........................................................................................................... 45
ADJUVANTES EMPREGADOS NA PRODUÇÃO DE COSMÉTICOS ...................... 48
FORMAS COSMÉTICAS PLÁSTICAS: DESODORANTES,
ANTIPERSPIRANTES, DENTIFRÍCIOS ................................................................... 58
FORMAS COSMÉTICAS DISPERSAS: EMULSÕES, LOÇÕES EMULSÕES ......... 66
CONDICIONADORES CAPILARES .......................................................................... 72
FORMAS COSMÉTICAS LÍQUIDAS: XAMPU, TÔNICO FACIAL, REMOVEDOR DE
MAQUILAGEM .......................................................................................................... 76
TÔNICO FACIAL ....................................................................................................... 80
REMOVEDORES DE MAQUIAGEM ......................................................................... 82
FATOR DE PROTEÇÃO SOLAR .............................................................................. 82
COSMÉTICA DECORATIVA ..................................................................................... 89
CONTROLE DE QUALIDADE NA PRODUÇÃO DE PRODUTOS COSMÉTICOS ..... 97
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 104
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CONCEITO DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA E COSMÉTICA

A Tecnologia pode ser definida como a aplicação de vários conhecimentos


com objetivo industrial.
Do grego “tecno” ofício e “logia” estudo o significado da palavra tecnologia
abrange o conhecimento técnico e científico e as ferramentas, processos e materiais
criados e/ ou utilizados a partir deste conhecimento.
O dicionário Aurélio define tecnologia como o conjunto de conhecimentos,
especialmente princípios científicos, que se aplicam a um determinado ramo de
atividade.
É a aplicação dos conceitos teóricos e científicos com objetivo de produção,
obtenção de um produto final.
O estudo da tecnologia implica na idéia de industrialização, na idéia de produção
em larga escala. A industrialização é regida pelo binômio investimento-retorno. O
poder aquisitivo da sociedade pressiona a demanda com o conseqüente
desenvolvimento da tecnologia, pois ela contribui para atender as necessidades deste
mercado consumidor.
A preparação de formas farmacêuticas e cosméticas deve responder as
exigências de exatidão, de estabilidade e de segurança para a elaboração de um
produto final seguro e eficaz para consumidor.
A tecnologia farmacêutica é a parte das ciências farmacêuticas que estuda a
elaboração e transformação de substâncias medicamentosas em formas
farmacêuticas, bem como formas cosméticas, com ênfase na obtenção de grandes
lotes de produtos, de sua estabilidade e seu armazenamento.
O que a tecnologia farmacêutica estuda é a transformação. Processos de
transformações de substâncias em produtos farmacêuticos que possam ser
administrados em seres vivos. O mesmo conceito aplica-se à produção de produtos
cosméticos.
Os produtos farmacêuticos, medicamentos, e os produtos cosméticos
apresentam-se sob diversas formas, as chamadas formas farmacêuticas e as formas
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cosméticas, e elas são resultado da modificação de matérias-primas (produtos


naturais, de síntese e obtidos por processos biotecnológicos). Esta modificação é
feita em várias etapas, complexas, chamadas de operações unitárias.
A indústria da beleza é um dos setores que mais crescem no Brasil. Em 2002, só
o setor de cosméticos registrou um faturamento de R$ 9,6 bilhões, que garantiu ao
Brasil o quinto lugar entre os consumidores de cosméticos do planeta. O crescimento
do setor foi de 7,4% sobre 2001. Comparado com o crescimento negativo de 1,5% da
indústria em geral, registrado no mesmo período, o setor se revela como de especial
atratividade para novos investimentos e negócios.
Podemos definir cosméticos, produtos de higiene pessoal e perfumes como
preparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas
diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais
externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com o objetivo exclusivo ou
principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência, corrigir odores corporais
e/ou protegê-los ou mantê-los em bom estado.
E assim, cosmetologia como a ciência que estuda as matérias-primas e os
produtos cosméticos destinados ao embelezamento, limpeza, manutenção e
melhoria das características dos cabelos, pele e seus anexos, dando suporte à
fabricação dos produtos cosméticos permitindo verificar suas propriedades e
eficiência.
O setor de cosméticos atualmente busca uma eficácia da tecnologia moderna
versus o prazer do cliente na utilização do produto.
O investimento em novas tecnologias leva ao surgimento de novas matérias
primas e subseqüentemente ao aparecimento de novos produtos e eventualmente
de novas funções para os produtos. Analisando desta forma, o tempo de vida dos
produtos cosméticos é curto.
A indústria constantemente esforça-se para oferecer aos seus clientes produtos
inovadores, e ao mesmo tempo os consumidores têm a disposição em aceitar estes
produtos efetivos. Então constantemente a indústria cosmética depara-se com o
binômio: oportunidade de crescimento versus desafio de inovação.
Através do conhecimento de seus consumidores, cada vez mais, as empresas
lançam novos produtos específicos, deixando de lado a idéia, um pouco, utópica do
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“produto cosmético universal”.


Em um mercado excessivamente competitivo há a necessidade urgente de
criatividade e agilidade, sempre.
As principais tendências do mercado de produtos cosméticos variam com
muita rapidez.
Podemos citar como exemplo a tendência do uso de aromaterapia na
cosmetologia.
A idéia desta tendência é trazer para o produto cosmético sensações, através do
olfato pelo uso tópico: massagens, banhos, compressas, etc. É a aplicação de óleos
essenciais em cosméticos. Esta tendência busca o bem-estar do consumidor que vive a
agitação da vida moderna, o estresse.
Outra forte tendência é voltada para o mercado masculino. Há o crescimento
mundial em produtos para o cuidado do homem chamado de “personalcare for men”.
masculino, respeitando as características fisiológicas, de praticidade, de embalagens
para este tipo específico de consumidor.
Na busca por cosméticos mais atualizados do ponto de vista da tecnologia,
embates entre o tecnicismo e o aspecto mercadológico são muito comuns.
Talvez o desafio maior seja criar produtos globalizados, considerando a
globalização e a existência de mercados comuns, sem fronteiras formais.
E, em um mercado ávido por novidades, muitos fabricantes de cosméticos
essencialmente preocupados com o lucro costumam cometer um erro tático usual,
que é o de incluir matérias-primas relativamente novas em seus produtos sem,
contudo, se preocupar com a sinergia com os outros ingredientes e com a eficácia
propriamente dita do produto.
A boa prática da atualização tecnológica, é claro, repudia esse procedimento,
que, mais cedo ou mais tarde (geralmente mais cedo) acaba sendo desmascarado e
desqualificado pelo consumidor mais esclarecido, colocando a imagem da empresa
em risco.
Uma forma relativamente simples e produtiva que ajuda a resistir à tentação do
lucro fácil e a garantir para a empresa resultados vantajosos em longo prazo é, sem
dúvida, investir no fortalecimento, no treinamento e na formação de seus respectivos
corpos técnicos.
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APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA E


COSMÉTICA NA INDÚSTRIA E FARMÁCIA HOSPITALAR

Os medicamentos, bem como os cosméticos são resultado de várias operações


a que se submetem as substâncias medicamentosas, os ativos, os excipientes a fim
de facilitar a sua aplicação, administração, alterar características organolépticas e
principalmente assegurar a sua ação desejada.
Como se compreende, existem inúmeras fórmulas que representam diversas
formas cosméticas ou formas farmacêuticas, o conceito de fórmula depende exclusiva
e unicamente dos critérios qualitativo e quantitativo que preside à sua elaboração.
Em 1915, Arthur Little estabeleceu o conceito de "operação unitária", segundo
o qual um processo químico seria dividido em uma série de etapas que podem
incluir: transferência de massa, transporte de sólidos e líquidos, destilação, filtração,
cristalização, evaporação, secagem, etc. Cada uma das etapas seqüenciais numa
linha de produção industrial é, portanto, uma operação unitária. O conjunto de todas
as etapas, compõe um processo unitário.

OPERAÇÃO

ENTRADA SAÍDA
matéria prima CONVERSÃO produtos

PROCESSO

Processos unitários são:


1. Transformações químicas aplicadas ao processamento industrial;
2. Conjunto de operações necessárias para a condução de uma determinada
reação (transformação) química em larga escala;
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3. Transformação da matéria-prima (entrada, alimentação ou input) em


produtos (saída ou output) desejados.

Operações unitárias são:


1. Transformações físicas sofridas durante o processo;
2. Transformações físicas (massa) ou físico-químicas (energia e massa) que
ocorrem durante um processo;
3. Grupo de transformações químicas, físicas ou biológicas que ocorrem
durante um processo de transformação.
Exemplos: Armazenamento,mistura, filtração, fermentação, esterilização, etc.

O processamento de matérias primas em medicamentos ou cosméticos pode


parecer complexo na diversidade de operações envolvidas, mas uma análise
cuidadosa mostrará que estes processos complicados podem ser separados em
operações simples. Como exemplo podemos utilizar o aquecimento, tão comum na
indústria para o preparo de medicamentos ou cosméticos, existem inúmeras razões
para um aquecimento, como o processamento de uma emulsão, a dissolução de um
açúcar, um processo de esterilização.
Num processo industrial temos que analisar a extensão deste aquecimento e
em que condições ele será realizado. Em operações unitárias este processo físico é
chamado de transferência de calor.
Na preparação de formas cosméticas e farmacêuticas é muitas vezes
necessário proceder à separação das partículas suspensas num líquido, desse
mesmo líquido. Muitas vezes o objetivo é separar de um líquido, precipitados amorfos
ou cristalinos, materiais coloidais ou gotículas de líquidos insolúveis. Ainda podemos
pensar em separar deste líquido microorganismo, então a definição pode se ampliar
especificando-se esterilidade.
O conceito essencial que devemos assimilar é a divisão do processamento de
medicamentos e cosméticos em operações unitárias que dependem de conceitos
físicos específicos.
Operações unitárias importantes na indústria farmacêutica e cosmética são as
de fluxo fluido, transferência de calor ou energia, secagem, evaporação, processos de
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equilíbrio de contato (que incluem destilação, extração, absorção de gás,


cristalização), separações mecânicas (que incluem filtração, centrifugação,
sedimentação), redução de tamanho e mistura.
Podemos ainda analisar que na farmácia hospitalar, os processos de
unitarização de dosagens são realizados através de operações unitárias.
A importância da escolha das operações unitárias na técnica de preparo de um
produto, farmacêutico ou cosmético, leva à qualidade final do produto e ao sucesso do
processamento.

São operações unitárias de separação aquelas que desagregam uma mistura


em seus componentes ou fases de um determinado sistema.
 Tamisação: tamisar é separar um material granuloso de
acordo com o tamanho de partículas. Para tal são usadas superfícies perfuradas
(tamises com poro dediâmetros definidos) que permitem a passagem das partículas
mais finas e impedem a passagem dos maiores. Os tamises são formados por uma
trama de fios que deixam intervalos livres entre os mesmos, denominados aberturas
ou malhas. Para um controle granulométrico, a malha deve ser muito regular e
também o menos deformável possível. Os tamises de controle são fabricados em fios
de metal fixados a um bordo cilíndrico rígido. Cada tamis é designado por um número
que corresponde ao espaço vazio de cada malha expresso em micrômetros. As
farmacopéias geralmente descrevem uma lista de tamises de controle com os limites
tolerados para as aberturas e para o diâmetro dos fios para cada peça.
 Extração: é a operação que separa uma mistura de substâncias por
dissolução de uma
dada substância ou mais por intermédio de solventes ou mistura de solventes.
Os métodos de extração utilizados pela industria farmacêutica são: maceração,
digestão, percolação e turboextração.
 Prensagem: é a operação que separa um líquido de seu material por
compressão do mesmo contra uma prancha perfurada que permite a passagem do
líquido. Esta operação é comumente utilizada para a obtenção de extratos de drogas
vegetais.
 Filtração: é o processo em que partículas são separadas de um líquido pela
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passagem deste através de um material permeável (filtros).A filtração é a operação


unitária em que sólidos suspensos num líquido (ex. alimentação, suspensão,
dispersão) são forçados a passar por um meio poroso no qual ficam depositados ou
retidos.Há filtros em papel de celulose muito pura de diferentes porosidades e, para
cada aplicação, deverá o papel de filtro ser escolhido de modo a permitir a
velocidade máxima de filtração mas retendo ainda todas as partículas de precipitado,
incluindo as menores. Se as dimensões destas forem desconhecidas, a escolha do
filtro far-se-á por tentativas. A sua porosidade deverá ser suficientemente apertada
para reter todas as partículas sólidas mas não excessivamente apertada pois
tornaria então a velocidade de filtração desnecessariamente lenta. Há várias marcas
de papel de filtro, por exemplo, Whatman, Munktells, Durieux, Schleider&Schuell,
devendo consultar-se as especificações indicadas pelo fabricante.
 Sedimentação: é um processo de separação em que a mistura de dois
líquidos ou de um sólidosuspenso num líquido é deixada em repouso. A fase mais
densa, por ação da gravidade deposita-se no fundo do recipiente, ou seja,
sedimenta. Um dos principais motivos de sua importância em processos industriais é
o fato de sedimentos serem prejudiciais em operações hidráulicas.
 Decantação: é um processo de separação que permite separar misturas
heterogéneas de sólidos com líquidos. Utilizada em sistemas bifásicos (areia e
água), sólido-gás (poeira-gás), líquido- líquido (água e óleo) e líquido-gás (vapor
d’água e ar). Este processo é fundamentado nas diferentes densidades dos
componentes da mistura. Primeiro deixa-se o mais denso "sedimentar" no fundo, em
seguida verte-se o líquido lentamente com a ajuda de um bastão de vidro para outro
recipiente.
 Centrifugação é um processo de separação em que a força centrífuga
relativa gerada pela rotação da amostra é usada para sedimentarsólidos em líquidos,
ou líquidos imiscíveis de diferentes densidades, separando-os. força centrífuga
relativa (FCR) é gerada quando uma partícula ou conjunto de partículas é sujeito a
um movimento circular.De acordo com a segunda lei de Newton, uma partícula em
movimento uniforme linear não perturbada por forças exteriores continuará com este
tipo de movimento. Isto significa que terá uma velocidade constante e uma trajetória
retilínea.Quando a partícula é forçada a descrever uma trajetória circular (tomando
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portanto uma determinada velocidade angular), uma força é exercida na partícula de


modo a tentar continuar na trajetória rectilínea. Essa é a força centrífuga relativa,
cuja intensidade aumenta com o quadrado da velocidade angular, sendo directamente
proporcional ao raio da circunferência descrita e à massa da partícula.

 Concentrar: é o processo de separar parcialmente o solvente de uma


solução transferindo-se o mesmo para o estado gasoso, até se alcançar uma
determinada concentração na solução.
 Destilação: é a operação de separar uma mistura de líquidos ou uma
solução por evaporação e posterior condensação do vapor.A destilação fracionada
serve para realizar a separação em uma mistura de produtos, utilizando a propriedade
física ponto de ebulição. Ela é um processo de aquecimento, separação e
esfriamento dos produtos e é empregada quando a diferença entre os pontos de
ebulição dos líquidos da mistura é menor. Um aparelho mais sofisticado e um pouco
mais de tempo são necessários. No aparelho de destilação fracionada existe uma
coluna de fracionamento que cria várias regiões de equilíbrio líquido-vapor,
enriquecendo a fração do componente mais volátil da mistura na fase de vapor.
Neste método de destilação, usa-se um balão de destilação (alambique, ou
refervedor, dependendo da escala de produção), uma coluna de Vigreux (coluna de
destilação, quando em indústria), um condensador e um receptor. A mistura a ser
purificada é colocada no balão de destilação, que é aquecido. Surge então um vapor
quente. Ele sobe pela coluna, mas vai se resfriando ao longo dela e acaba por
condensar-se. Com a condensação, forma-se um líquido, que escorre para baixo
pela coluna, em direção à fonte de calor. Vapores sobem continuamente pela coluna
e acabam por encontrar-se com o líquido. Parte desse líquido rouba o calor do vapor
ascendente e torna a vaporizar-se. A uma certa altura um pouco acima da
condensação anterior, o vapor torna a condensar- se e escorrer para baixo. Este ciclo
de vaporização e condensação ocorre repetidas vezes ao longo de todo o
comprimento da coluna.
São operações unitárias de união aquelas que unem ou juntam substâncias em
estados ou formar desejadas, formando um sistema homogêneo.
 Misturar: é repartir uniformemente duas ou mais substâncias entre si por
meio de processos físicos. As substâncias podem ser sólidas, líquidas ou gasosas,
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devem constituir uma mistura homogênea que tenha em todos os pontos do sistema
a mesma composição. A homogeneidade assegura a exatidão de dose, por exemplo,
por isso a operação de mistura deve ser realizada com cuidado e acuidade. A mistura é
uma operação básica que pode ser mecanizada com facilidade.
São operações unitárias de transferência de energia àquelas que alteram de
maneira permanente ou temporária o estado físico dos materiais.
 Refrigeração: diminuir a temperatura de um corpo. Conservação de
alimentos e fármacos de origem biológica.
 Diminuir ou impedir crescimento de microrganismos;
 Inativação enzimas que possam deteriorar estes materiais.
 Etapa importante da liofilização.
 Evaporação: vaporização de um líquido e com a concentração da fase
líquida restante.
 Fusão: incorporação de materiais sólidos insolúveis em um excipiente
sólido.
 Cristalização: obtenção de um produto sob a forma de cristais (ordem
definida).
 Através do resfriamento de uma solução quente concentrada;
 Evaporação do solvente;
 Adição no qual o soluto seja pouco solúvel;
 Resfriamento de uma amostra fundida abaixo do seu ponto de
fusão.
 Pasteurização: tratamento térmico para inativar microrganismos e enzimas,
através de uma combinação adequada de temperatura e tempo.
 Destilação: fracionamento ou destilação fracionada, visa a separação dos
constituintes de uma solução de acordo com a volatilidade dos mesmos.
 Secagem:um dos mais antigos métodos de conservação; visa a eliminação
da umidade contida em um material.
 Sólidos e gases úmidos.
 Fármacos: conservação, redução de volume e redução do tamanho das
partículas.
 Liofilização:eliminação da umidade através da sublimação. Técnica especial
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de secagem (desidratação) importante na preservação de materiais sensíveis ao calor.


Trocadores de calor são equipamentos projetados para realizar transferência de
energia. Os equipamentos que realizam estas operações são conhecidos por
diferentes nomes tais como: pasteurizadores, freezers, aquecedores, fornos, reatores,
etc. Para o planejamento e escolha de um trocador de calor é necessário conhecer
mecanismo de transferência de energia e quantificá-la adequadamente.
Os processos industriais, quer sejam eles, para o preparo de medicamento ou de
cosméticos, bem como os processos de manipulação de fármacos em escala
artesanal ou hospitalar utilizam a água como o mais comum excipiente e/ou veículo.
A qualidade de água utilizada para uso farmacêutico depende de
especificações para o produto a ser realizado.

QUANTAS QUALIDADES
DE ÁGUA
SÃO USADAS NA
INDÚSTRIA

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1

Definidos pela USP (United StatesPharmacopeia) temos as qualidades


principais: AP e API e as qualidades derivadas: água purificada estéril, água estéril
para injetáveis, água estéril para inalação, água estéril para irrigação.
A USP 24 Official Monographs, pág. 1753 define: A água purificada é a água
obtida por um processo apropriado. Ela é preparada com água que atende as
especificações da usepa ou regulamentações comparáveis da união européia ou
Japão. Ela não contém substâncias adicionadas.
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ÁGUA PURIFICADA ÁGUA PARA


INJETÁVEIS
CONDUTIVIDADE Não maior que 1,3 Não maior que 1,3
𝜇S/cm, 25ºC

pH 5,0-7,0 5,0-7,0

Total de carbono Não maior que 500 Não maior que 500
orgânico ppb ppb
Carga biológica total Não deve exceder Não deve exceder 10
100 CFU/mL CFU/mL
Endotoxina N/A Não maior que 0,25 unidades
de endotoxina/mL

Nível de coliformes Zero por 100 mL Zero por 100 mL

𝜇S/cm= unidade de condutividade da água


O tratamento para a água é específico para cada tipo de água e devem ser
validados.
Entende-se por validação a garantia que o sistema de água de elevada pureza
poderá ser reproduzido consistentemente dentro dos limites das faixas de qualidade
definidas, quando operado da maneira prescrita.

ORGANIZAÇÃO E PRODUÇÃO FARMACÊUTICA E COSMÉTICA

A cadeia dos produtos farmacêuticos abrange as etapas da produção,


distribuição, transporte e dispensação. As empresas responsáveis por cada uma
destas etapas são solidariamente responsáveis pela qualidade e segurança dos
produtos farmacêuticos objetos de suas atividades específicas.
O planejamento, a programação eo controle de produção consistem
inicialmente em um conjunto de funções inter-relacionadas que objetivam comandar
o processo produtivo e coordená-lo.
Num regime de produção artesanal é desnecessário o sistema formal de
planejamento, programação e controle de produção. Porém com o abandono do
regime de produção artesanal nas empresas, visando reduzir custos operacionais,
surgiu a especialização do trabalho e o fenômeno de departamentalização.
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Para se produzir com eficiência é necessário comunicar aos departamentos


produtivos quais operações devem ser executadas e quando convém que estas
sejam executadas. Esta determinação deve ser feita de forma racional, se existir
disponibilidade de um conjunto de informações: saldo em estoque, vendas previstas,
componentes de produtos acabados, processo produtivo de cada componente ou de
etapas, capacidade produtiva disponível, tempos de fabricação, padrões de custos,
etc..
Dependendo da estrutura administrativa da empresa estas informações
poderão estar disponíveis em seções diferentes ou centralizadas num departamento
geralmente denominado de PPCP: Planejamento, Programação e Controle de
Produção.

O planejamento do processo produtivo inclui:


 Planejamento geral da produção: independe do processo de uma ordem de
produção isolada. Consiste em preparar-se para se estabelecer como, ondee a que
custo será feito cada produto. Para isto é necessário manter em disponibilidade um
conjunto de informações sobre:
 Arranjo físico, equipamentos disponíveis, locais de trabalho e
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manuseio de materiais.
 Cálculo anual de capacidade instalada.
 Padrões e dados de programação.
 Métodos padronizados de produção.
 Listas de matérias primas, insumos auxiliares e materiais de
embalagem.
Este tipo de planejamento deve se orientar no planejamento empresarial e no
planejamento de vendas.
 Planejamento da produção: tem por função o uso de recursos
humanos, máquinas e materiais para a fabricação dos produtos e atender aos
pedidos com o menor custo. A principal preocupação é com as oscilações de
estoques de matérias primas,materiais de confeccionamento, produtos em processo
e produtos acabados.
A programação da produção consiste na determinação dos produtos e em que
quantidades devem ser fabricados num determinado período de tempo,
estabelecendo uma seqüência de prioridades. Significa estabelecer uma agenda de
produção definindo o que, onde e quanto deve ser produzido.
O controle da produção é uma atividade inteiramente interligada com a
programação. Após a emissão e distribuição das ordens de fabricação é necessário
estabelecer uma sistemática de controle. Os principais métodos de controle são:
visual,global, por exceção e autocontrole.
Os sistemas produtivos têm geralmente as seguintes características: a) o
primeiro recurso tem sempre material disponível para trabalhar, b) há quantidade pré-
fixada (finita ou infinita) de capacidade de armazenagem de materiais entre os recursos
e c) o material é empurrado pela linha de produção até que o último recurso o processe
e o libere na forma de produto acabado. A produção de cada recurso pode ser
interrompida normalmente por dois motivos: falta de material para processar ou
bloqueio devido à presença de um pulmão de armazenagem no nível máximo a sua
frente. O último recurso nunca fica bloqueado.
São considerados quatro sistemas de gestão da produção, todos se
diferenciando pela maneira como controlam seus estoques.
O primeiro deles, aqui denominado Reorder Point (ROP), já foi definido
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anteriormente.
O segundo sistema a ser analisado é o Kanban, que faz parte de uma filosofia
mais ampla de administração desenvolvida pela Toyota Motor Corporation,
denominada Sistema de Produção da Toyota. Por intermédio desse sistema a
produção de um recurso é disparada segundo a necessidade de peças do recurso que
o procede. Dessa forma, partindo-se das necessidades da demanda final, todo o
processo produtivo é "puxado” até que se alcance as necessidades de produção do
primeiro recurso fabril. Para viabilizar esse tipo de sistema, cartões tipo Kanban são
utilizados, os quais determinam um lote de peças para cada item da mistura de
produção da fábrica.
O sistema Conwip é uma forma mais específica de Kanban, já que também é
baseado em sinais. Entretanto, no CONWIP, os cartões realizam um circuito que
inclui a linha de produção inteira. Para tanto, um cartão é fixado em um contêiner-
padrão de peças no início da linha. Há um número predefinido de cartões que define
uma quantidade fixa e constante de estoques (CONstantWIP) para a linha. Quando um
contêiner é usado no final da linha, o cartão é removido e enviado de volta para o início,
onde ele espera na fila de cartões para eventualmente ser fixado em outro contêiner de
peças.
Enquanto no sistema Kanban cada cartão é usado para sinalizar a produção de
uma peça específica, no CONWIP os cartões são designados para toda a linha de
produção e não correspondem a uma peça específica. A necessidade específica de
uma peça é determinada segundo uma lista (backlog) de itens demandados. Quando o
trabalho é necessário ao primeiro centro de processamento da linha, um cartão é
removido da fila e marcado com o primeiro tipo de peça da lista para o qual matéria-
prima ou componentes estão presentes.
O quarto sistema de gestão da produção aqui estudado é o tambor-pulmão-
corda (TPC) baseado na Teoria das Restrições.
Este método reconhece que há poucos recursos com restrição de capacidade
(RRCs) que irão impor o índice de produção da fábrica inteira (tambor). Para garantir
que a produção desse recurso não seja interrompida por falta de peça, cria-se na frente
dele um inventário que protegerá o ganho das vendas da fábrica contra a maioria das
interrupções que possam ocorrer em um intervalo de tempo predeterminado (pulmão
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de tempo). Com o objetivo de impedir que haja aumento desnecessário nos níveis de
estoque em processo, o material é liberado para a fábrica no mesmo ritmo com que o
recurso restritivo o consome (corda), mas com defasagem no tempo equivalente ao
pulmão de tempo estabelecido.
O PPCP pode ser considerado como um sistema nervoso da organização.
Ele recebe autoridade da diretoria, a qual reflete os desejos da alta direção, no
que diz respeito ao volume de serviços a serem alcançados num determinado período
de tempo.
Recebe também instruções da área de desenvolvimento de produtos e
transforma-as em requisitos de materiais de produção.
Recebe instruções do setor de vendas, no que se refere aos produtos e
quantidades previstas para distribuição. Mantém o departamento de finanças
permanentemente informado em relação às produções encomendadas em curso e
problemas de fornecimento de materiais.
O PPCP está em constante ligação com o Controle de Qualidade, recebendo
informações da qualidade dos materiais dos fornecedores. Através de permanente
interação com o setor de desenvolvimento de novos produtos estimula o
desenvolvimento de novos projetos.
Porém sua ligação mais intensa é com a fabricação, a qual executa as tarefas
planejadas e programadas.
À medida que o porte das instalações industriais se torna progressivamente
maior e as inovações tecnológicas introduzem escalas de produção cada vez
maiores (hoje já se trabalha com reatores de 10 toneladas!) torna-se crescente e
fundamental a importância dos serviços de manutenção.
Certas atividades de manutenção sempre foram encaradas como
problemáticas para determinados processos industriais, principalmente no caso de
indústrias de alto risco como as químicas e petroquímicas. Os serviços de
manutenção são preocupações não exclusivas da área de manutenção, elas devem
ser tanto da área de processo como da empresa como um todo.
Se por um lado a manutenção representa um custo, por outro assegura maior
disponibilidade dos equipamentos para a produção.
Sua contribuição para a rentabilidade do empreendimentoserá diretamente
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proporcional ao saldo da diferença entre a receita adicional que proporciona seus


próprios custos.
Avaliar as perdas decorrentes de uma paralisação não programada de uma
atividade industrial pode não ser um cálculo fácil de ser feito.
Embora não exista uma linguagem padronizada, pode-se relacionar os tipos
de manutenção como:

 Manutenção programada;
 Manutenção corretiva;
 Manutenção preventiva;
 Manutenção de quebra.

Outra questão a ser abordada no processo de organização e produção


industrial é a avaliação de desempenho.
O processo de avaliação de desempenho pressupõe que o desempenho de
uma organização depende do desempenho de cada pessoa e da atuação dessa
pessoa na equipe ou no grupo de trabalho. A avaliação de desempenho deve avaliar o
passado, corrigir desvios no presente e definir ações para o futuro.
A avaliação de desempenho pode ser chamada de avaliação 360 graus,
avaliação de eficiência, avaliação de mérito, avaliação pessoal, feedback 360 graus,
gestão de competências, mapeamento de competências, relatório de progresso, entre
vários outros nomes.
O mais importante não é o nome que a avaliação de desempenho recebe, mas
como ela é aplicada e como os resultados obtidos são utilizados pela organização.
O relacionamento homem/trabalho é governado por aquilo que faz o indivíduo
executar tarefas, o que motiva sua ação.
Comumente o administrador, para conseguir maior produtividade por parte de
empregados em todos os níveis, usa de artifícios como participação nos lucros,
acordos de produtividade, treinamento para trabalhos em grupo, novos métodos de
seleção, etc.. Estas e outras técnicas estão voltadas para as relações entre o
empregado e as suas tarefas. Elas procuram fundamentalmente influenciar os
sentimentos de uma pessoa na direção da execução de sua tarefa de tal forma que o
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seu esforço seja mantido, ou melhor ainda, aumentado: motivar o trabalhador.


A finalidade básica da avaliação de desempenho é fornecer dados para a
utilização racional dos recursos humanos da empresa. Não visando apenas uma
melhoria salarial, por exemplo.
Avaliação de desempenho é uma ferramenta de gestão de pessoas que
corresponde a uma análise sistemática do desempenho do profissional em função
das atividades que realiza, das metas estabelecidas, dos resultados alcançados e do
seu potencial de desenvolvimento.
O objetivo final da avaliação do desempenho é contribuir com o
desenvolvimento das pessoas na organização e com o sucesso da organização.
Os principais objetivos da avaliação de desempenho são:

 Melhorar os resultados das pessoas e da organização;


 Conhecer o potencial de cada pessoa em relação a novos desafios;
 Identificar necessidades de treinamento e desenvolvimento;
 Proporcionar oportunidades de crescimento profissional e de participação
na organização;
 Identificar problemas e oportunidades de melhoria relacionados à gestão de
pessoas;
 Suportar decisões sobre remunerações, promoções, transferências e
desligamentos;
 Estimular e incentivar o crescimento profissional e o desenvolvimento de
novas competências;
 Proporcionar maior adequação ao trabalho e maior produtividade;
 Melhorar a comunicação e as relações interpessoais.

Os agentes envolvidos no processo de avaliação de desempenho são:

Avaliado – Colaborador que será avaliado, seja chefe ou subordinado;


Avaliador – Colaborador que avalia; pode ser gestor (superior hierárquico), par
(mesmo nível hierárquico do avaliado, função equivalente ou colega de trabalho),
subordinado e/ou o próprio colaborador (autoavaliação).
Coordenação – Coordenador do processo de avaliação, geralmente a área de
21

Recursos Humanos ou Gestão de Pessoas;


Comitê de Avaliação – Comissão de RH formada por representantes das
áreas internas;
Consultoria – Empresa ou pessoa contratada para implementar o processo de
avaliação de desempenho, principalmente se o processo for eletrônico.

A avaliação de desempenho traz benefícios para avaliados e avaliadores:


colaboradores, gestores (diretores, gerentes, chefes, coordenadores, supervisores e
líderes) e organizações.

Benefícios para o AVALIADO:


Compreensão dos requisitos de desempenho e o que leva a melhorá-los;

 Autoconhecimento;
 Avaliação dos resultados alcançados;
 Identificação de necessidades de treinamento e reciclagem;
 Autodesenvolvimento pessoal e profissional.

Benefícios para o AVALIADOR:

 Visão de planejamento de longo prazo das necessidades de sua área em


termos de competências e recursos humanos;
 Discernimento para tomar decisões relacionadas com aumentos de
salário por mérito, relatividades salariais, promoções, treinamento e
desenvolvimento, contratações e outros assuntos relacionados à
gestão de pessoas;
 Melhoria do nível de comunicação e de relacionamento com a equipe;
 Melhoria do desempenho da equipe;
 Orientação mais segura em relação ao desenvolvimento profissional do
avaliado.

Benefícios para a ORGANIZAÇÃO:

 Visão geral do perfil dos profissionais avaliados e dos aspectos que


22

afetam diretamente a vitalidade da organização;


 Informações sobre o desempenho humano e sua contribuição para o
desempenho empresarial e para o alcance dos objetivos
organizacionais;
 Identificação das necessidades de colaboradores e gestores em termos
de treinamento e desenvolvimento;
 Agilidade nas ações de recrutamento interno, permitindo buscar as
pessoas certas e preparadas para uma nova função dentro da empresa
e, dessa forma, desenvolver carreiras e talentos;
 Promoção, realocação ou desligamento de pessoas;
 Dinamização das políticas de recursos humanos de forma a oferecer
oportunidades de crescimento profissional, estimular a produtividade e
melhorar o relacionamento interpessoal.

Podemos dividir o processo de avaliação de desempenho em quatro etapas:


planejamento, desenvolvimento, execução e conclusão.

Planejamento

 Elaborar diagnóstico para conhecimento da cultura organizacional e


identificação das necessidades e expectativas da organização;
 Identificar fatores críticos de sucesso do processo de avaliação de
desempenho, considerando a estrutura organizacional, o histórico de
programas anteriores e o suporte tecnológico existente;
 Estabelecer os objetivos e as metas do processo de avaliação com
base no planejamento estratégico da organização:
 Visão e missão;
 Valores e princípios;
 Objetivos e metas;
 Pontos Fortes e Fracos;
 Oportunidades e Ameaças;
 Política da qualidade.
 Estabelecer o método de avaliação;
23

 Definir as funções e responsabilidades dos agentes envolvidos no


processo;
 Definir o cronograma de trabalho.

Desenvolvimento

 Mapear unidades, áreas, cargos e funções;


 Identificar as áreas-chave de resultados;
 Selecionar e construir indicadores quantitativos e qualitativos;
 Desenvolver o "Formulário de Avaliação";
 Desenvolver o "Contrato de Avaliação";
 Desenvolver o "Manual de Avaliação de Desempenho";
 Divulgar/comunicar o processo de avaliação;
 Treinar avaliados e avaliadores.

Execução

 Estabelecer o contrato de desempenho com cada avaliado;


 Definir avaliadores por avaliado;
 Aplicar avaliações;
 Monitorar e acompanhar (follow-up) a aplicação das avaliações;
 Tabular os resultados das avaliações;
 Ordenar o ranking de desempenho: organizacional (geral), por
departamento, por cargo, por função e individual;
 Comunicar os resultados gerais;
 Dar e receber feedback;
 Elaborar plano de desenvolvimento pessoal (individual). Conclusão
 Analisar os resultados do processo de avaliação de desempenho;
 Interpretar os resultados considerando a pesquisa de clima
organizacional, se existir;
 Consolidar resultados finais;
 Avaliar o processo de avaliação de desempenho;
 Elaborar relatório final do processo de avaliação de desempenho;
24

 Definir o próximo ciclo de avaliação de desempenho;


 Planejar ações.

LEGISLAÇÃO DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS E COSMÉTICOS

Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar,


diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes
do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de
interesse da saúde, abrangendo:

I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem


com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e
II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou
indiretamente com a saúde. (Lei 8.080/90 – Art 6º § 1º - I e II – Lei Orgânica da
Saúde).
“Os produtos cosméticos são sujeitos às normas de vigilância sanitária.” Lei
6360/76 – Art 1º. “Somente podem fabricar, importar, exportar, embalar, armazenar
cosméticos as empresas autorizadas pelo Ministério da Saúde.” Lei 6360/76 – Art 2º.

Os estabelecimentos fabricantes de medicamentos devem observar as novas


diretrizes de Boas Práticas de Fabricação, conforme a Resolução RDC n° 210, de 4
de agosto de 2003 que revoga a RDC nº 134/01.
As empresas fabricantes de medicamentos devem proceder auto-inspeções,
conforme o Regulamento Técnico das Boas Práticas para a Fabricação de
Medicamentos e o Roteiro de Inspeção em Indústria Farmacêutica, previstos nesta
Resolução, como parte das medidas necessárias à implementação das mesmas.
A resolução RE nº 1450 de 11 de setembro de 2001 institui e aprova o
Certificado de Boas Práticas de Fabricação para Cosméticos, Produtos de Higiene
Pessoal e Perfumes. Pela RDC 211 de 14 de julho de 2005 ficam estabelecidas a
Definição e a Classificação de Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes.
Produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes são preparações
constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes
25

do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos,
dentes, membranas mucosas da cavidade oral, com o objetivo exclusivo ou principal
de limpar, perfumar, alterar sua aparência e ou corrigir odores corporais ou proteger
ou manter em bom estado.
A classificação para fins de registro ou notificação identifica produtos de higiene
pessoal, cosméticos, perfumes e produtos infantis em dois graus. Produtos de grau 1
(Res. 335/99) e produtos de grau 2 (Res. 211/05).
Cosméticos Grau 1 são produtos de higiene pessoal cosméticos e perfumes
cuja formulação cumpre com a definição de cosmético adotada e que se
caracterizam por possuírem propriedades básicas ou elementares, cuja comprovação
não seja inicialmente necessária e não requeiram informações detalhadas quanto ao
seu modo de usar e suas restrições de uso.
A lista de tipos de produtos de grau 1 inclui:
1 Água de colônia, Água Perfumada, Perfume e Extrato Aromático.
2 Amolecedor de cutícula (não cáustico).
3 Aromatizante bucal.
4 Base facial/corporal (sem finalidade fotoprotetora).
5 Batom labial e brilho labial (sem finalidade fotoprotetora).
6 Blush/Rouge (sem finalidade fotoprotetora).
7 Condicionador/Creme rinse/Enxaguatório capilar (exceto os com ação
antiqueda, anticaspa e/ou outros benefícios específicos que justifiquem comprovação
prévia).
8 Corretivo facial (sem finalidade fotoprotetora).
9 Creme, loção e gel para o rosto (sem ação fotoprotetora da pele e com
finalidade exclusiva de hidratação).
10 Creme, loção, gel e óleo esfoliante ("peeling") mecânico, corporal e/ou
facial.
11 Creme, loção, gel e óleo para as mãos (sem ação fotoprotetora, sem
indicação de ação protetora individual para o trabalho, como equipamento de
proteção individual - EPI - e com finalidade exclusiva de hidratação e/ou
refrescância).
12 Creme, loção, gel e óleos para as pernas (com finalidade exclusiva de
26

hidratação e/ou refrescância).


13 Creme, loção, gel e óleo para limpeza facial (exceto para pele acnéica).
14 Creme, loção, gel e óleo para o corpo (exceto os com finalidade específica
de ação antiestrias, ou anticelulite, sem ação fotoprotetora da pele e com finalidade
exclusiva de hidratação e/ou refrescância).
15 Creme, loção, gel e óleo para os pés (com finalidade exclusiva de hidratação
e/ou refrescância).
16 Delineador para lábios, olhos e sobrancelhas.
17 Demaquilante.
18 Dentifrício (exceto os com flúor, os com ação antiplaca, anticárie,
antitártaro, com indicação para dentes sensíveis e os clareadores químicos).
19 Depilatório mecânico/epilatório.
20 Desodorante axilar (exceto os com ação antitranspirante).
21 Desodorante colônia.
22 Desodorante corporal (exceto desodorante íntimo).
23 Desodorante pédico (exceto os com ação antitranspirante).
24 Enxaguatório bucal aromatizante (exceto os com flúor, ação anti-séptica e
antiplaca).
25 Esmalte, verniz, brilho para unhas.
26 Fitas para remoção mecânica de impureza da pele.
27 Fortalecedor de unhas.
28 Kajal.
29 Lápis para lábios, olhos e sobrancelhas.
30 Lenço umedecido (exceto os com ação anti-séptica e/ou outros benefícios
específicos que justifiquem a comprovação prévia).
31 Loção tônica facial (exceto para pele acneica).
32 Máscara para cílios.
33 Máscara corporal (com finalidade exclusiva de limpeza e/ou hidratação).
34 Máscara facial (exceto para pele acneica, peeling químico e/ou outros
benefícios específicos que justifiquem a comprovação prévia).
35 Modelador/fixador para sombrancelhas.
36 Neutralizante para permanente e alisante.
27

37 Pó facial (sem finalidade fotoprotetora).


38 Produtos para banho/imersão: sais, óleos, cápsulas gelatinosas e banho
de espuma.
39 Produtos para barbear (exceto os com ação anti-séptica).
40 Produtos para fixar, modelar e/ou embelezar os cabelos: fixadores, laquês,
reparadores de pontas, óleo capilar, brilhantinas, mousses, cremes e géis para
modelar e assentar os cabelos, restaurador capilar, máscara capilar e umidificador
capilar.
41 Produtos para pré-barbear (exceto os com ação anti-séptica).
42 Produtos pós- barbear (exceto os com ação anti-séptica).
43 Protetor labial sem fotoprotetor.
44 Removedor de esmalte.
45 Sabonete abrasivo/esfoliante mecânico (exceto os com ação anti-séptica
ou esfoliante químico).
46 Sabonete facial e/ou corporal (exceto os com ação anti-séptica ou esfoliante
químico).
47 Sabonete desodorante (exceto os com ação anti-séptica).
48 Secante de esmalte.
49 Sombra para as pálpebras.
50 Talco/pó (exceto os com ação anti-séptica).
51 Xampu (exceto os com ação antiqueda, anticaspa e/ou outros benefícios
específicos que justifiquem a comprovação prévia).
52 Xampu condicionador (exceto os com ação antiqueda, anticaspa e/ou
outros benefícios específicos que justifiquem comprovação prévia).
Vale ressaltar aqui que estes produtos não podem ter indicações específicas
como ação anticaspa, antiqueda, antiperspirante, anti-acne, anti-celulite, anti-rugas,
etc..
A definição de produtos cosméticos de Grau 2: são produtos de higiene
pessoal cosméticos e perfumes cuja formulação cumpre com a definição de
cosmético adotada e que possuem indicações específicas, cujas características
exigem comprovação de segurança e/ou eficácia.
A lista de tipos de produtos de grau 2 inclui:
28

1 Água oxigenada 10 a 40 volumes (incluídas as cremosas exceto os


produtos de uso medicinal).
2 Antitranspirante axilar.
3 Antitranspirantepédico.
4 Ativador/ acelerador de bronzeado.
5 Batom labial e brilho labial infantil.
6 Bloqueador Solar/anti-solar.
7 Blush/ rouge infantil.
8 Bronzeador.
9 ronzeador simulatório.
10 Clareador da pele.
11 Clareador para as unhas químico.
12 Clareador para cabelos e pêlos do orpo.
13 Colônia infantil.
14 Condicionador anticaspa/antiqueda.
15 Condicionador infantil.
16 Dentifrício anticárie.
17 dentifrício antiplaca.
18 Dentifrício antitártaro.
19 Dentifrício clareador/ clareador dental químico.
20 Dentrifrício para dentes sensíveis.
21 Dentifrício infantil.
22 Depilatório químico.
23 Descolorante capilar.
24 Desodorante antitranspirante axilar.
25 Desodorante antitranspirantepédico.
26 Desodorante de uso íntimo.
27 Enxaguatório bucal antiplaca.
28 Enxaguatório bucal anti-séptico.
29 Enxaguatório bucal infantil.
30 Enxaguatório capilar anticaspa/antiqueda.
31 Enxaguatório capilar infantil.
29

32 Enxaguatório capilar colorante / tonalizante.


33 Esfoliante "peeling" químico.
34 Esmalte para unhas infantil.
35 Fixador de cabelo infantil.
36 Lenços Umedecidos para Higiene infantil.
37 Maquiagem com fotoprotetor.
38 Produto de limpeza/ higienização infantil.
39 Produto para alisar e/ ou tingir os cabelos.
40 Produto para área dos olhos (exceto os de maquiagem e/ou ação hidratante
e/ou demaquilante).
41 Produto para evitar roer unhas.
42 Produto para ondular os cabelos.
43 Produto para pele acneica.
44 Produto para rugas.
45 Produto protetor da pele infantil.
46 Protetor labial com fotoprotetor.
47 Protetor solar.
48 Protetor solar infantil.
49 Removedor de cutícula.
50 Removedor de mancha de nicotina químico.
51 Repelente de insetos.
52 Sabonete anti-séptico.
53 Sabonete infantil.
54 Sabonete de uso íntimo.
55 Talco/amido infantil.
56 Talco/pó anti-séptico.
57 Tintura capilar temporária/progressiva/permanente.
58 Tônico/loção Capilar.
59 Xampu anticaspa/antiqueda.
60 Xampu colorante.
61 Xampu condicionador anticaspa/antiqueda.
62 Xampu condicionador infantil.
30

63 Xampu infantil.
Os critérios para esta classificação (Grau 1 e Grau 2) foram definidos em
função da probabilidade de ocorrência de efeitos não desejados devido ao uso
inadequado do produto, sua formulação, finalidade de uso, áreas do corpo a que se
destinam e cuidados a serem observados quando de sua utilização.
Os produtos cosméticos devem ser seguros nas condições normais ou
razoavelmente previsíveis de uso. Os testes de segurança de cosméticos têm por
objetivo verificar a ausência de irritação, sensibilização, fototoxicidade e fotoalergia.
Os atributos ligados à segurança de cosméticos passíveis de comprovação são:
dermatologicamente testado; oftalmologicamente testado; clinicamente testado;
produto para pele sensível; hipoalergênico; etc..
A ANVISA disponibiliza guias para produtos cosméticos: Guia para Avaliação de
Segurança de Produtos Cosméticos; Guia de Estabilidade de Produtos Cosméticos
(disponível no site da ANVISA) e Guia de Controle de Qualidade de Produtos
Cosméticos (em elaboração).
31

REQUISITOS TÉCNICOS ESPECÍFICOS PARA PRODUTOS DE HIGIENE


PESSOAL, COSMÉTICOS E PERFUMES.
32

Requisitos Obrigatórios Na empresa à Apresentar para Observações


disposição da autorização de
autoridade comercialização do
produto
competente
1. Fórmula quali- X X Com todos seus
quantitativa componentes especificados por
suas denominações
INCI e as quantidades de cada um
expressas percentualmente
(p/p) através do sistema métrico
decimal.
2. Função dos X X Citar a função de cada
ingredientes da fórmula componente na fórmula.
3. Bibliografia X X Somente quando
e/ou referência dos o componente não figura na
ingredientes nomenclatura INCI ou não se
enquadra nas listas de
substâncias aprovadas, incluir
bibliografia sobre o
mesmo e literatura pertinentes,
inclusive com relação a eficácia e
a

segurança.
4. Especificações Técnicas X
organolépticas e físico-
químicas de matérias
primas
5. Especificações X Quando aplicável.
microbiológicas de matérias-
primas
6. Especificações técnicas X X
organolépticas e físico-
químicas do produto
acabado.
7. Especificações X X Quando aplicável, conforme
microbiológicas do produto legislação vigente
acabado
8. Processo de Fabricação X Segundo as Normas de Boas
Práticas de Fabricação e
Controle
previstas na legislação.
33

9. Especificações técnicas do X
material de embalagem

10. Dados de estabilidade X (completo) X (resumo) Metodologia e conclusões que


garantem o prazo de validade
declarado.
11. Sistema de codificação de X Informação para interpretar o
lote sistema de codificação.

12. Projeto de Arte de X X Informações de dados e


27
Etiqueta ou rotulagem advertências referentes ao produto
conforme legislação vigente.

13. Dados comprobatórios dos X Sempre que a natureza do


benefícios benefício do produto justifique e
atribuídos ao produto sempre
(comprovação de eficácia) que conste da rotulagem.

14. Dados de segurança de uso X


(comprovação de
segurança)

15. Finalidade do produto X X A finalidade a que se destina o


produto quando não estiver
implícito no nome do mesmo.

16. Certificado de Venda Livre X X (cópia autenticada) Conforme legislação vigente


(original
consularizado (1)
)
17. Registro/Autorização de X Conforme legislação vigente.
empresa/Certificado de
Inscrição do Estabelecimento

18. Fórmula do produto X X (cópia autenticada) Caso esta não esteja anexa ao
(original
importado consularizada Certificado de Venda Livre,
)
conforme legislação vigente.

(1) Certificado de Venda Livre: corresponde ao Certificado de Livre


Comercialização outorgado pela Autoridade Sanitária competente ou por
Organismos Oficialmente Reconhecidos no país de origem.
ASPECTOS EVOLUTIVOS E IMPLANTAÇÃO DAS BOAS PRÁTICAS DE
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS E COSMÉTICOS
34

A Indústria Farmacêutica brasileira vem sofrendo grande transformação desde


a abertura do mercado no início da década de 90. Investimentos foram feitos em novas
unidades fabris e, com o advento da lei de patentes, novos medicamentos foram
introduzidos no mercado interno brasileiro.
Com a globalização e o início da inserção do parque industrial brasileiro como
fornecedor de produtos farmacêuticos intermediários e acabados para outros países,
principalmente Estados Unidos e Europa, o uso de Boas de Práticas de Fabricação
(BPF) se tornou obrigatório para a sobrevivência das empresas farmacêuticas.
A aplicação das condutas de Boas Práticas de Fabricação no Brasil é recente.
Para qualquer processo industrial é de suma importância ampliar este conhecimento,
uma vez que a maioria das empresas tanto nacionais como multinacionais, importa e/ou
exporta produtos farmacêuticos.
As Boas Práticas de Fabricação (BPF) abrangem um conjunto de medidas que
devem ser adotadas pelas indústrias farmacêuticas e de alimentos a fim de garantir a
qualidade sanitária e a conformidade dos produtos alimentícios com os regulamentos
técnicos. A legislação sanitária federal regulamenta essas medidas em caráter geral,
aplicável a todo o tipo de indústria deste segmento.
O marco histórico da origem das Boas Práticas de Fabricaçãoocorreu em
1964 nos Estados Unidos da América. O governo norte americano, preocupado com
a situação dos produtos de higiene pessoal, de toucador feminino e dos cosméticos
em geral, solicitou ao seu Departamento de Saúde, Educação e do Bem Estar, que
abriga o FDA, que realizasse uma análise destes produtos no mercado. Neste estudo
realizado pelo FDA, que envolveu 127 fabricantes, totalizando 1960 amostras, apurou-
se que 19,5% das amostras analisadas apresentaram contaminação microbiológica
e, em contagem elevada, a presença de agentes patogênicos do tipo pseudomonas
causadoras de alteração da visão no ser humano.
Diante de tais resultados, o governo norte americano determinou ao FDA que
adotasse rápidas ações normativas e introduzissem uma ferramenta ou dispositivo
que, por força de lei, corrigisse de vez aquela situação crítica de saúde pública. O FDA,
então, saiu a campo e, com o auxílio dos canadenses colocou em prática a
regulamentação das Boas Práticas de Fabricação a partir de 1969, quando o primeiro
35

documento normativo foi publicado com força de lei.


Resumo da linha do tempo das Boas Práticas de Fabricação, segundo IMMEL,
B K. em A BriefHistoryoftheGMPs for Pharmaceuticals:
Em 1202: Primeira lei em relação à alimentação é proclamada na Inglaterra
proibindo a adulteração dos ingredientes na fabricação do pão.
Em 1785: Primeira lei em Massachusetts sobre adulteração de alimentos.
Em 1820: Onze médicos se reúnem em Washington para o estabelecimento da
Pharmacopeia Americana.
Em 1848: Lei de importação de drogas é aprovada no Congresso Americano -
Inspeção de drogas importadas para se evitar adulteração.
Em 1897: Lei de importação de chá aprovada no Congresso - Inspeção de
todo o chá importado nos portos americanos às custas dos importadores
Em 1906: Aprovado no Congresso e assinado pelo Presidente Theodore
Roosevelt o ato de Alimentos e Drogas. Proíbe a comercialização interestadual de
alimentos, bebidas e drogas adulteradas e falsificadas. No mesmo dia, é aprovada a
lei de inspeção de carnes. As revelações das péssimas condições sanitárias no
processamento de embalagem e o uso de preservantes e corantes venenosos
apressaram a aprovação da lei.
Em 1927: Uma agência é formada, primeiramente denominada Food,
DrugandInsecticideAdministration (Administração de Alimentos, Drogas e
Inseticidas) e, posteriormente FDA.
Em 1930: FoodandDrugAdministration (Administração de Alimentos e Drogas)
Em 1937: Um elixir de sulfanilamida, contendo um solvente venenoso, mata
107 pessoas, na maioria crianças, dramatizando a necessidade de se estabelecer a
segurança dos medicamentos antes do lançamento.
Em 1938: Aprovado no Congresso a Lei Federal para Alimentos, Drogas e
Cosméticos contendo novas diretrizes:
Extensão do controle para cosméticos e dispositivos terapêuticos.
Comprovação da segurança das drogas antes de colocá-las no mercado. Padrões para
identificação, qualidade e embalagens.
Autorização para inspeções nas fábricas.
Em 1939: Editados os primeiros padrões para alimentos (tomates enlatados,
36

purê de tomates e pasta de tomates).


Em 1941: Insulina (emenda de lei) - permite o FDA testar e certificar a pureza e
a eficácia deste medicamento.
Em 1945: Penicilina (emenda de lei) - Permite o FDA testar e certificar a
segurança e eficácia de todos os produtos derivados da penicilina e estende a lei para
todos os antibióticos.
Em 1953: A emenda de lei esclarece a lei anterior e exige que o FDA forneça
relatórios escritos relativos às condições observadas durante as inspeções e análises
das amostras.
Em 1962: Talidomida, uma nova droga para insônia causa defeitos em
centenas de crianças nascidas na Europa. Relatórios do Dr. Frances Kelsey, diretor do
FDA, despertam o clamor público suportando uma regulamentação mais severa para
as drogas.
Em 1963: FDA publica regulamentação com requisitos para fabricação de
medicamentos - GMP (Good Manufacturing Practices).
Em 1966: 20ª Reunião WHO: Primeiro documento emitido para Boas Práticas de
Fabricação. Em1967: 21ªReunião WHO: DRAFT Requirements For Good
Manufacturing Practices.
Em 1969: 22ª Reunião WHO: Resolução WHO 22.50: “Esquema de
Certificação da Qualidade dos Produtos Farmacêuticos”.
Em 1973: Aprovada a emenda para Dispositivos Médicos para assegurar a
segurança e eficácia dos dispositivos. Alguns produtos deveriam ter a aprovação
antes do lançamento.
Em 1975: 28ª Reunião WHO: Resolução WHO 28.65: “Guia para Boas Práticas
de Fabricação para a Indústria Farmacêutica” e “Roteiro para Inspeção da Indústria
Farmacêutica”.
Em 1982: Embalagens a prova de violação - Regulamentos emitidos pelo FDA
para evitar a violação das embalagens (problemas com o envenenamento de pessoas
pelo uso de Tylenol).
Em 1983: Guia para a inspeção de sistemas computadorizados.Inicia a
aplicação de controles mais apertados em computadores e o processo de validação
de computadores.
37

Em 1987: Princípios e diretrizes gerais de validação de processos.São


esboçadas as expectativas da agência relativa à necessidade para validação de
processo.
Em 1988: Lei de 1988 oficialmente estabelece o FDA como uma agência do
Departamento de Saúde, sendo o diretor escolhido e apontado pelo Presidente da
República com o consentimento do Senado.
Em 1992: Revisões da Resolução WHO 28.65.
Em 1995: Brasil, Portaria 16 de 06 de Março de 1995 institui que todos os
estabelecimentos produtores de medicamentos devem cumprir as diretrizes
estabelecidas nas Resoluções WHO 28.65 e revisão de 1992, bem como o roteiro de
inspeção harmonizado para o Mercosul
Em 1996: Revisão proposta pelos EUA em relação àsBPFs (21 CFR 21–211).
Soma detalhe para validação, uniformidade de mistura, prevenção de contaminação
secundária, e controle resultados fora de especificação.
Em 1997: Regra final para registros eletrônica (21 CFR 11). Requer controles
que asseguram segurança e integridade de todos os dados eletrônicos.
Em 2000: Brasil, Resolução 33, de 19 de Abril de 2000: ‘Estabelece os requisitos
gerais de Boas Práticas de Manipulação a serem observados para a aquisição de
drogas, insumos farmacêuticos e materiais de embalagem, o armazenamento, a
manipulação, a conservação, o transporte, a dispensação de preparações magistrais
e oficinais e fracionamento de produtos industrializados’.
Em 2001: Brasil, Resolução 134, de 13 de Julho de 2001: ‘Institui a todos os
estabelecimentos fabricantes de medicamentos o cumprimento das diretrizes
estabelecidas no Regulamento Técnico das Boas Práticas de Fabricação para a
Fabricação de Medicamentos, presente nesta Resolução’.
Em 2003: Brasil, Resolução 210, de 04 de Agosto de 2003: ‘Institui a
todos os estabelecimentos fabricantes de medicamentos o cumprimento das
diretrizes estabelecidas no Regulamento Técnico das Boas Práticas de Fabricação
para a Fabricação de Medicamentos, presente nesta Resolução’. Substitui a
Resolução RDC 134/2001 e aumenta o rigor nas exigências de qualidade de fabricação
de medicamentos. Revisão da Resolução RDC 33/2000 e aumenta o rigor nas
exigências de qualidadeda manipulação de medicamentos.
38

As Boas Práticas são de aplicação obrigatória, determinada por Resoluções


específicas que descrevem os níveis de responsabilidade desta ferramenta da
qualidade:
1. Governamental
2. Fabricante
3. Dispensador / Distribuidor

Seus principais objetivos são assegurar que todos os produtos, farmacêuticos,


cosméticos ou alimentícios sejam:
 Eficazes: contenham a quantidade de princípio ativo declarado e exerçama
ação terapêutica esperada;
 Seguros: na dosagem e utilização corretas, tenham o mínimo aceitável
deefeitos secundáriosindesejáveis;
 De qualidade: tenham a qualidade intrínseca cumprida;
 Acessíveis: sejam distribuídos onde há necessidade e a um preço justo; E a
importância da aplicação das Boas Práticas de Fabricação:
Assegura fabricação conforme procedimento estabelecidos e controladosde
acordo com o registro sanitário;
• Envolve Produção e Controles de Qualidade;
• Estabelece o que deve ser feito para que se atinja a qualidade requerida.
As Boas Práticas de Fabricação e Controle são compostas de normas e
procedimentos relativos à:
• Projeto de Instalação
– Lay out da Industria Farmacêutica
– Instalações
• Matérias Primas e Materiais de Embalagem
– Fornecedor
• Água Usada noProcesso Produtivo
– Sistemas
• Ar fornecido às diferentes áreas
– Sistemas
• Educação
39

– Treinamento e capacitação
• Responsabilidades de gestores
– Atribuições
• Fluxos
– Materiais, pessoal, documentos
• Sistema Documental
– Rastreabilidade
• Práticas de estocagem e dispensação
• Diretrizes da organização
• Práticas de limpeza e sanitização
– Processos de limpeza
• Programa de monitoração microbiológica
– Relacionadas à água
• Poluição
– Meio ambiente e disposição intermediária e final de resíduos e outros
• Programa de Qualificação de Fornecedores
– Aprovação e qualificação
• Programa de auto-inspeções
– Gerenciamento interno da qualidade
• Registros
– Rastreabilidade
• Reclamações
– Programa de registro, avaliação e notificação da autoridade sanitária
noscasos sérios
• Recolhimentos
– Responsabilidades, métodos, registros, notificações
• Contratos com terceiristas
– Responsabilidades, condições
O futuro da indústria nacional, quer seja de medicamentos ou de cosméticos,
está intrinsecamente relacionado aos processos de negociação da regulamentação
sanitária internacional, por isso não se pode descartá-los. Estes possuem influência
direta ou indireta na legislação brasileira.
40

Devemos estar atentos para as mudanças no mundo globalizado, e ao mesmo


tempo se preparando para estas mudanças que já se sucedem.
Em um mundo ideal, pode não haver a necessidadede regulamentos, mas há
mundo ideal, e existe a necessidade de seguir os regulamentos das BPFs.
Os regulamentos foram criados como respostas para algumas situações
trágicas e para prevenir tragédias futuras. Seguir a risca os regulamentos das BPFs
dentro das indústrias farmacêuticas e cosméticas é um princípio de segurança.
Outro aspecto importante a considerar é que os objetivos da qualidade da
manufatura farmacêutica e cosmética são diferentes da maioria dos outros tipos de
manufatura, onde modificações nos objetivos da qualidade por razões econômicas
não são normalmente aceitáveis. Este é um fato importante que pode explicar o
quanto o processo farmacêutico está engessado e mudanças nas rotinas das BPF
são, se não impossíveis, difíceis de serem mudadas para uma melhor eficácia e
eficiência da operação como um todo.
Mas mesmo tendo estes aspectos em mente, não podemos parar de evoluir e a
cada dia uma nova tecnologia é criada e junto com ela surge um novo regulamento. E
por este fato devemos está sempre informados do que está por vir, para poder sempre
evoluir em nossos processos e cada vez mais garantir a segurança, e eficácias de
nossos produtos.
Um conceito que não pode ser esquecido é o de garantia de qualidade.
Garantia de qualidade é o conjunto de questões e ações planejadas e
sistemáticas que influem individual ou coletivamente, na qualidade final do produto,
possibilitando sua utilização final.
• Amostragem;
• Controle de processo;
• Controle de qualidade;
• Calibração;
• Inspeção;
• Validação.
A validação é a evidência documentada de que um sistema se encontra em
grau de fazer aquilo que se propõem de forma consistente e dentro das especificações
e atributos de qualidade preestabelecidos.
41

PRÉ- FORMULAÇÃO E FORMULAÇÃO DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS


E COSMÉTICOS

Os fármacos e ativos de cosméticos são substâncias que raramente são


administradas na suas formas puras.
Para tal administração se faz necessário uma formulação farmacêutica ou
uma formulação cosmética; podendo variar desde simples soluções a sistemas
complexos de liberação, dependendo do uso apropriado de adjuvantes de formulações
ou excipientes.
Entendemos por apresentação a forma farmacêutica ou cosmética tal como
este é entregue ao paciente, isto é, a forma com todos os componentes de sua
formulação: ativos, princípios ativos, excipientes.
Os adjuvantes exercem funções específicas nas formulações e permitem, entre
outras funções, solubilizar, suspender, espessar, conservar, emulsionar, modificar
parâmetros de dissolução, favorecer a compressibilidade, corrigir características
organolépticas, possibilitando assim que o fármaco ou ativo cosmético seja
apresentado em diversas preparações ou formas.
O principal objetivo do desenvolvimento de formar farmacêuticas e cosméticas é
a obtenção de uma resposta adequada ao uso do ativo, passível de ser preparado em
ampla escala, com qualidade reprodutível.
Para assegurar a qualidade do produto é necessário observar fatores como a
estabilidade química e física da preparação, conservação apropriada contra a
contaminação microbiana, uniformidade do ativo empregado, aceitação por parte do
usuário.
Outro fator importantíssimo a ser considerado na escolha da forma
farmacêutica ou da forma cosmética é o local de aplicação deste medicamento ou
cosmético. Muitas vezes o local de administração de um ativo é determinante na
escolha da sua forma.
Um medicamento ou um cosmético passa por duas fases ao serem elaborados:
a fase da concepção e a da produção. Geralmente, no caso de uma especialidade, o
período da concepção leva à realização de um lote rigorosamente definido, cujas
unidades são submetidas a inúmeros ensaios clínicos.
42

Na primeira fase, o desenvolvimento prepara a formulação do produto e em


uma segunda fase o objetivo é a reprodução em quantidades industriais o produto de
acordo com as especificações e qualidade do lote protótipo que serviu como base para
os ensaios clínicos.
Muitas indústrias têm recorrido a práticas originadas na tradição artesanal,
sendo que o produto é fabricado de acordo com “Facsecundumartem”. O exemplo da
evolução originou-se das indústrias com tecnologia adiantada como a aeronáutica e a
automobilística. Foi nestas indústrias em que um defeito mínimo no produto final
pode resultar em consequências catastróficas que nasceu o conceito de garantia da
qualidade. O que é importante a ser notado, é que em produção, a garantia da
qualidade não tem por objetivo aumentar a qualidade. O nível da qualidade é
estabelecido uma vez por toda, é o do protótipo que foi fixado durante o período de
concepção do produto. A garantia da qualidade, em princípio, não modifica a média,
mas diminui a dispersão, ou seja, os desvios em relação ao protótipo.
A noção de fabricação por lotes é absolutamente essencial. No caso de
anomalia, o número de lote de fabricação permite refazer todo o histórico do lote, desde
a origem das matérias primas até o produto acabado. É o que chamamos atualmente
de rastreabilidade. A quantidade homogênea dos lotes é obtida controlando-se
rigorosamente todas as fases de fabricação e do acondicionamento, ou seja,
aplicando as Boas Práticas de Fabricação.
A familiarização com o conteúdo das principais normas de regulação para os
produtos cosméticos e farmacêuticos, de maneira geral, é bastante importante para o
desenvolvimento do formulador na área.
Cada vez mais se verifica a importância da pesquisa no campo da
Cosmetologia como significante fator para a compreensão do efeito das substâncias
ativas incorporadas em produtos de uso tópico.
Substâncias ativas são componentes que são incorporadas em um veículo
para produzir um efeito benéfico das condições da pele.
Embora o veículo seja usado para carregar o ativo até o local de ação deste, ele
pode ter uma ação benéfica na pele por si, como provocar hidratação, suavidade e
emoliência à pele.
Ultimamente evidencia-se o uso cada vez mais constante de ativos nas
43

formulações de produtos cosméticos com a finalidade de potencializar o efeito benéfico


dos veículos.
Antigamente um produto cosmético era usado principalmente com fins
decorativo ou corretivo, para esconder alguma imperfeição da pele, ou realçar alguma
característica positiva; com o passar dos tempos os produtos cosméticos foram
adquirindo outras funções, e hoje a Ciência da cosmetologia está cada vez mais
preocupada com a eficácia dos seus ativos, e conseqüentemente com a eficácia do
produto cosmético final. Hoje como o medicamento, a formulação do produto
cosmético tem que ser eficaz e segura.
Os novos produtos atuam não mais só na higiene, mas também na proteção e
estimulação, na hidratação e tonificação, sendo que a multifuncionalidade de um
produto cosmético está cada vez mais em evidência.
Para se formular um produto cosmético é necessário conhecimento de
bioquímica e fisiologia da pele, sua interação com substâncias ativas aplicadas
topicamente, conscientização dos processos de foto envelhecimento e acima de tudo a
valorização da qualidade de vida e de bem estar.
Atualmente é impossível separar o uso de produtos cosméticos do conceito
de bem estar.
Os consumidores de produtos cosméticos estão buscando cada vez mais
produtos que recuperem sinais de envelhecimento, das anomalias da secreção
sebácea, dos melanócitos, ou seja, não mais somente os produtos que ocasionem
prevenção das características da pele e seus anexos. Hoje o termo em voga é
Cosmética Dermatológica.
Segundo a legislação brasileira, os produtos cosméticos não devem ocasionar
nenhuma alteração fisiológica nas células da pele.
A população e os consumidores estão buscando, cada vez mais, produtos
com efeito mais duradouros. Substâncias ativas são componentes que são
incorporadas em um veículo para produzir um efeito benéfico nas condições da pele.
O formulador de produtos cosméticos, bem como farmacêuticos, deve ter
conhecimentos múltiplos, aidéia deriva do departamento de marketing, P&D
(Pesquisa e Desenvolvimento) e devem ser definidos parâmetros (mercado alvo,
custo estimado, fatores estéticos, performance, embalagem, propaganda,
44

cronograma).

O processo de desenvolvimento:
• avaliar a funcionalidade e segurança das matérias-primas;
• preparar e aperfeiçoar protótipos (pré-ensaios de estabilidade);
• definir a formulação, verificar a sua estabilidade e exeqüibilidade de produção,
verificar a inocuidade esegurança, avaliar a performance e aceitação.
Os aspectos regulatórios a serem considerados incluem:
• matérias-primas permitidas, concentrações, limitações;
• testes de segurança clínica;
• avaliação da eficácia conforme o grau de risco do produto;
• prazo de validade;
• normas para manuseio e descarte de ingredientes perigosos.

Os testes de segurança determinam se as preparações podem causar


reações do tipo:
• irritativas (imediatas ou acumuladas);
• reações alérgicas (dermatite de contato);
• dermatite por fotossensibilização (fototóxica, fotoalérgica);
• reações sistêmicas (inalação, absorção cutânea);
• reações físicas (foliculite por óleos).

São exemplos de testes de segurança:


• toxicidade oral (DL50) e percutânea;
• irritação ocular (teste de Draize);
• irritação dérmica (uso de patches);
• sensibilização;
• fotossensibilidade;
• toxicidade por inalação (perfumes);
• acnegenicidade.
45

DESENVOLVIMENTO E PRODUÇÃO DE FORMAS FARMACÊUTICAS E


COSMÉTICAS

Os produtos cosméticos podem ser classificados, de acordo com sua


formulação, considerando suas funções técnicas:
 Higienizar;
 Conservar;
 Proteger;
 Reparar;
 Corrigir;
 Tonificar;
 Maquilar;
 Enfeitar....

Esta classificação também pode ser feita mediante a forma de apresentação:


 Soluções;
 Géis;
 Cremes;
 Leites;
 Loções;
 Espumas;
 Suspensões;
 Pós;
 Pastas....

Outro tipo de classificação considera o direcionamento do produto, então


temos:
 Produtos para serem aplicados na pele: corpo ou rosto
 Produtos para banho;
 Sabonetes líquidos;
 Demaquilantes;
46

 Cremes e loções hidratantes;


 Nutritivos;
 Anti-aging;
 Antiacne;
 Tônicos;
 Esfoliantes;
 Produtos para área dos olhos, pés, unhas, lábios;
 Protetores solares;
 Maquilagem;
 Repelentes de insetos;
 Desodorantes;
 Antiperspirantes;

 Cremes de barbear;
 Depilatórios.....

Produtos para serem aplicados nos cabelos:


 Xampus;
 Condicionadores;
 Fixadores;
 Formadores de cachos;
 Modeladores;
 Tinturas;
 Produtos para alterar a estrutura dos cabelos como cremes para
alisamento ou permanentes;
 Reparadores...

 Produtos para serem aplicados na cavidade oral:


 Creme dental;
 Produtos para higiene geral;
 Produtos para limpeza e adesão de próteses...
47

Uma unidade de produção, quer seja farmacêutica ou cosmética, é constituída


por um conjunto de locais bem delimitados, atravessados por um fluxo de material
cuja qualidade deve ser perfeitamente controlada.
A indústria de cosméticos engloba os setores de higiene pessoal, perfumaria e
cosméticos propriamente ditos e,caracteriza-se pela necessidade contínua de
pesquisas denovos insumos e introdução de inovações em suas linhas de produtos.
Este fato pode serconsiderado um fator de importância para a competitividade no
setor.
Existe umaheterogeneidade nesta indústria, pois a presença de grandes
empresas internacionais,diversificadas ou especializadas nos segmentos de
perfumaria e cosméticos, é contrastadacom um grande número de pequenas e
médias empresas com atuação focalizada na produçãode cosméticos.
Verifica-se que as grandes empresas do setor e, principalmente, as empresas
transnacionaisadotam estratégias definidas com relação ao desenvolvimento de
novos produtos investindoem centros próprios de Pesquisa e Desenvolvimento
(P&D) e/ou parcerias extra-muros e comprocessos de gestão do conhecimento
estruturados. Já as pequenas e médias empresas muitas vezes não dispõem de
capital necessário para a realização de investimentos de P&D ou deuma situação
econômico-financeira que permita assumir os riscos inerentes aodesenvolvimento de
novos produtos.
Muitas dessas empresas também não dispõem de umagestão do
conhecimento que remeta a processos de desenvolvimento de produtos
realmentesistematizados.
O Processo de Desenvolvimento de Produtos é um dos processos mais
importantese vitais para o negócio de uma empresa, pois é por meio dele que a empresa
é capaz decriar novos produtos mais competitivos e em menor tempo com a finalidade
de atender àconstante evolução do mercado.
De fato, muitas empresas usam a abordagem de desenvolvimento de produto
eprocesso em que os elementos críticos da estratégia – um plano para tecnologia e
um planopara produto/mercado - são somente relacionados em projetos individuais.
Esta abordagemé denominada de Abordagem Convencional para Desenvolvimento
de Projetos.
48

A abordagem Convencional para DP (Desenvolvimento de Produtos)


apresentaalguns problemas, merecendo destaque a falha da altaadministração em
planejar uma vantagem para fornecer os requisitos de habilidades erecursos para
definir um projeto ou uma proposta apropriada e em integrar um projeto
dedesenvolvimento com as outras estratégias básicas.
Desta forma, através de pesquisas e experiências do PDP em empresas, os
teóricos sugerem uma estrutura de estratégia de desenvolvimento maisabrangente,
que forneça fundamentos mais seguros para projetos individuais. Estaestrutura
possui as quatro propostas principais da estratégia de desenvolvimento:

 Criar, definir e selecionar um conjunto de desenvolvimento de projetos


queabasteçam produtos e processos superiores;
 Integração e coordenação de tarefas funcionais, técnicas e
organizacionaisenvolvendo atividades de desenvolvimento;
 Gerenciar esforços de desenvolvimento que possam convergir para a
conclusão depropostas de negócio tanto eficazmente quanto
eficientemente;
 Criar e aumentar a necessidade de capacidade para realizar o
desenvolvimento com vantagem competitiva para longo prazo.

ADJUVANTES EMPREGADOS NA PRODUÇÃO DE COSMÉTICOS

As propriedades funcionais e físico-químicas das matérias-primas utilizadas em


produtos cosméticos, bem como em produtos farmacêuticos, são dependentes da
estrutura química destas substâncias.
Estas podem estar solubilizadas, emulsionadas ou ainda dispersas em sistemas
coloidais ou suspensões.
Pela Denominação Comum Brasileira: adjuvanteé uma substância adicionada
ao medicamento com a finalidade de preveniralterações, corrigir e/ou melhorar as
características organolépticas, biofarmacotécnicas etecnológicas do medicamento.
(Resolução – RDC n° 17/00). O mesmo conceito pode ser usado para a produção de
49

um produto cosmético.
Já os excipientes são definidos como substâncias empregadas para veicular os
princípios ativos de formulações farmacêuticas ou cosméticas. Estes possibilitam a
obtenção de formas estáveis, eficazes e atraentes.
Geralmente as formas farmacêuticas são constituídas por um ativo (ou princípio
ativo, no caso de medicamentos) e substâncias inertes, denominadas excipientes.
Os adjuvantes são empregados com o objetivo de proteger o ativo, facilitar a
administração, corrigir as características físico-químicas da forma farmacêutica ou
cosmética. Eles são utilizados com o objetivo de solubilizar, suspender, espessar,
emulsificar, estabilizar, diluir, conservar, colorir, aromatizar e preparar uma
formulação farmacêutica ou cosmética.
A palavra adjuvante é de origem latina: “adjuvare” e significa auxiliar, ajudar.
Podemos entender que o adjuvante é o excipiente que auxilia o ativo ou o fármaco a
desempenhar sua função.
Já a palavra excipiente, também de origem latina: “excipire”, significa receber.
O excipiente “recebe” o ativo e o direciona ao seu local de ação.
As características do excipiente ideal são:

 não interagir com o ativo;


 não interagir com o material de acondicionamento;
 não ser tóxico, sensibilizante, irritante;
 disponibilizar o ativo;
 estabilizar a forma farmacêutica ou cosmética;
 fácil de ser armazenado;
 custo compatível com a formulação;
 características reprodutíveis lote a lote;
 propriedades apropriadas.
A escolha dos adjuvantes e excipientes é baseada na característica do fármaco
ou ativo que se deseja veicular e principalmente na forma farmacêutica ou cosmética
escolhida.

Os adjuvantes comumente utilizados em cosmetologia são:


1- Agentes acidificantes/alcalinizantes: acertar e manter o pH. Ex: ácido
50

cítrico, ácido acético, carbonato de sódio, bicarbonato de sódio, etc.


Um ácido pode ser definido como uma substância que, quando, dissolvida em
água fornece íons hidrogênio. Pela teoria de Bronsted-Lowry como uma espécie que
doa prótons. E pela teoria de Lewis como um aceptor de pares de elétrons.
Já as bases são definidas como substâncias que dissolvidas em água fornece
íons hidroxilas.
Como espécies que podem aceitar prótons. E como doadores de pares de
elétrons.
Nas preparações destinadas a aplicação em membranas sensíveis é
desejável ajustar o pH destas formulações em nível próximo ao pH fisiológico. Este
ajuste é realizado objetivando evitar o desconforto do usuário do produto. A ação de
alguns tipos de ativos pode ser melhorada quando estes forem apresentados em
solução na forma ionizada ou não ionizada, esta forma pode ser escolhida e mantida
de acordo com o ajuste de pH do meio.

2- Conservantes: função de impedir a proliferação microbiana.Ex: Classe


fenóis – nipagin, nipazol, butilparabeno, ácido benzóico, benzoato de sódio, fenol, etc.

metilparabeno propilparabeno

butilparabeno

Conservantes antimicrobianos são substâncias adicionadas às formas


farmacêuticas com a finalidade de protegê-las de contaminações microbianas. Essas
substâncias são utilizadas principalmente em recipientes de dose múltipla para inibir
o crescimento de microorganismos, que podem ser introduzidos inadvertidamente
durante ou após o processo de manufatura. Agentes antimicrobianos não devem ser
utilizados para reduzir a contagem de microorganismos viáveis como substituto às
boas práticas de manipulação da USP.
51

Conservantes devem ser adicionados nas formulações preparadas


extemporaneamente quando há possibilidade de contaminação e crescimento
microbiano, tanto durante a preparação como durante o uso pelo paciente ou
responsável.
As propriedades de um conservante ideal são: efetivo em uma concentração
baixa e não-tóxica contra uma grande variedade de microorganismos; quimicamente
estável sob condições normais de uso, em um intervalo amplo de temperatura e pH;
solúvel na concentração requerida; compatível com uma grande variedade de
fármacos e excipientes; isento de sabor, cor ou odor desagradáveis e não- causador
de sensação de ardência; não-tóxico e não-sensibilizante nas concentrações
requeridas, tanto interna quanto externamente; custo razoável e por fim não-reativo
(não absorver, penetrar ou interagir) com o material de acondicionamento ou
embalagem.

3- Antioxidantes: evitar a oxidação dos componentes da fórmula. Ex: Fase


aquosa - sulfito de sódio, metabissulfito de sódio, ácido cítrico, EDTA, ácido tartárico e
tartaratos.Fase oleosa - vitamina E (𝛼-tocoferol), BHT (butil-hidroxi-toluol), BHA (butil-
hidroxi-alisol).
Reações de oxidação/redução (redox) envolvem a transferência de um ou mais
átomos de hidrogênio ou oxigênio ou a transferência de elétrons.
As propriedades de um agente antioxidante/quelante ideal são: efetivo em uma
concentração baixa e não-tóxica; estável e efetivo nas condições normais de uso,
em um intervalo amplo de temperatura e pH; solúvel na concentração requerida;
compatível com uma grande variedade de fármacos e excipientes; livre de odor e
sabor desagradável ou picante; incolor tanto na forma original com na forma oxidada;
não-tóxico e não-sensibilizante tanto externa como internamente na concentração
requerida; custo razoável e não-reativo (não deve absorver, penetrar ou interagir) com
o material de acondicionamento e embalagem.
A tabela abaixo representa as substâncias listadas como antioxidantes na USP
23-NF 18. Nessa tabela, os agentes foram divididos em duas categorias :
antioxidantes utilizados normalmente para sistemas aquosos e para sistemas
oleosos.
52

Antioxidantes para sistemas aquosos Antioxidantes para sistemas oleosos

Ácido ascórbico Butil-hidroxianisol (BHA)


Ácido hidrofosfórico Butil-hidroxitolueno (BHT)
Dióxido de Enxofre Excipiente de tocofenol
Formaldeído sulfoxilato de sódio Palmitato de ascorbila
Metabissulfito de potássio Propilgalato
Metabissulfito de sódio Tocoferol
Monotioglicerol

4- Essências: adicionadas em preparações tópicas para melhorar seu apelo


estético. Geralmente as essências são produtos oleosos obtidos de processos
extrativos naturais ou sintéticos.
A escolha da fragrância está diretamente relacionada com a vendabilidade do
produto.

Estudos

5- Corantes: conferir cor. Ex: clorofila, urucum, betacaroteno, corantes


artificiais. Considera-se corante a substância ou mistura de substâncias que possuem
a propriedade de conferir ou intensificar a coloração de alimentos, medicamentos e
cosméticos; melhorando a aceitação do produto pelo consumidor. Os corantes são
substâncias que desenvolvem seu poder tintorial dissolvidos no meio em que são
utilizados. Os pigmentos são substâncias insolúveis que desenvolvem seu poder
tintorial quando dispersas no meio em que são utilizados. As lacas são pigmentos
tratados por precipitação de um corante solúvel sobre um substrato insolúvel, reativo
ou absorvente. Os corantes podem ser orgânicos naturais, orgânicos sintéticos,
artificiais, orgânico sintético idêntico ao natural e inorgânicos. Vale ressaltar que os
corantes de uso em medicamentos são somente os de uso alimentício. Na escolha
53

do corante deve-se observar a sua solubilidade no meio, o aspecto do produto final a


ser corado, o tipo de embalagem e suas interações com a substância corante,
contaminação microbiana, o custo do produto, entre outros fatores. Pela Resolução nº
79 de 28 de agosto de 2000 classificamos os corantes em campos de atuação.
 Campo de aplicação 1: corantes permitidos para todos os tipos de pele.
 Campo de aplicação 2: corantes permitidos para todos os tipos de produtos
exceto aqueles que sã aplicados na área dos olhos.
 Campo de aplicação 3: corantes permitidos exclusivamente em produtos que
não entram em contato com mucosas.
 Campo de aplicação 4: corantes permitidos em produtos que tenham breve
tempo de contato com pele e cabelo.

6- Agentes emulsionantes: função de emulsionar = dispersar e misturar


intimamente dois líquidos imiscíveis, formando uma preparação estável. Ex: sabões
alcalinos, estearato de amônio, lauril sulfato de sódio.
Propriedades desejáveis para os agentes emulsionantes quanto a estrutura
molecular: embora agentes emulsionantes devam conter porção hidrofílica e
lipofílica, nenhuma porção pode ser fortemente dominante. Se a porção hidrofílica da
molécula é completamente dominante, a substância não se concentra na interface
água/óleo: permanece dissolvida na fase aquosa. Da mesma maneira, se a porção
lipofílica é muito importante, a substância permanece dissolvida no óleo. Um bom
agente emulsionante deve ter um balanço razoável entre seus grupos hidrofílico e
lipofílicos.
Como regra geral, agentes emulsionantes nos quais os grupos hidrofílicos são
relativamente dominantes produzem emulsões óleo e água (o/a). Aqueles nos quais
os grupos lipofílicos são dominantes produzem preferencialmente emulsões água em
óleo (a/o), e aqueles com balanço próximo à equivalência podem produzir os dois
tipos, dependendo das circunstâncias. Os exemplos a seguir ilustram tais emulsões:
nos sabões, estearato de sódio, o grupo hidrofílico, - COO-Na+, é relativamente
dominante sobre a cadeia hidrocarbonada lipofílica C17H35- . Como resultado, o
estearato de sódio é solúvel em água e insolúvel em óleo. Ele apresenta um equilíbrio
suficiente entre os grupos, de modo que se localiza na interface óleo/água e produz
54

emulsões óleo em água. Em contrapartida, o estearato de cálcio contém, em vez de


uma, duas cadeias hidrocarbonadas longas, nas quais os grupos lipofílicos são
dominantes. O estearato de cálcio é insolúvel em água, solúvel em óleo e promove a
formação de emulsões água em óleo. Em ambos os casos, a porção iônica é
necessária. Se uma substância comum ácido é adicionada a uma emulsão
estabilizada por um desses emulsionantes, o equilíbriopara a reação R-COO-↔ R-
COOH desloca para a direita. Nesse momento, a forma não- ionizada predomina; o
balanço hidrofílico/lipofílico é destruído e o emulsionante deixa a interface água/óleo e
dissolve-se no óleo.
O emulsionante deve produzir uma emulsão estável. Alguns tensoativos são
capazes de produzir emulsões, mas estas se separam no armazenamento ou na
estocagem porque o tensoativo é incapaz de produzir barreiras fortes e estáveis para
evitar a coalescência das gotas dispersas. Agentes como estes podem ser úteis se
combinados com uma segunda substância, que atua como um estabilizador. O
tensoativo é, então, citado como o agente emulsificante primário, e o estabilizador,
como agente emulsificante secundário ou auxiliar. Um exemplo desse sistema é o uso
do emulsificante primário lauril sulfato de sódio com o emulsionante auxiliar álcool
estearílico nas pomadas hidrofílicas USP.
O agente emulsionante deve ser estável à degradação química. Se ele é
suscetível ao ataque microbiológico, devem ser tomadas precauções adequadas:
adicionar um conservante, refrigerar o produto, indicar um curto prazo de validade ou
combinações dessas alternativas.
O agente emulsionante deve ser razoavelmente inerte e não deve interagir
quimicamente com nenhum dos outros ingredientes da formulação.
A substância não deve ser tóxica nem irritante para a pele ou as mucosas.
55

Dependendo de sua utilização, deve ser relativamente inodoro, insípido e


incolor. Deve ter um custo razoável.

7- Umectantes:substâncias com capacidade de umectar/hidratar a pele,


usado para evitar o ressecamento das formulações devido sua capacidade de reter
água no sistema. Ex: propilenoglicol, glicerina, sorbitol.

8- Emolientes: ação amaciante da pele. Ex: glicerina, lanolina, óleo de


amêndoas.
Os emolientes têm como característica serem insolúveis em água. Eles
conferem espalhamento do produto à pele ou cabelos e são lubrificantes. Em
associação com umectantes são responsáveis pela hidratação da pele e cabelos.
Eles conferem aparência e aplicabilidade e espessamento para as formulações
(ajudam na consistência de formulações plásticas). São compostos oleosos, com
exceção de alguns tipos de silicones. Eles apenas retêm a água. Geralmente são
moléculas de hidrocarbonetos, triglicerídeos, álcoois graxos, ésteres de álcoois graxos
ou silicones.

9- Solventes: dissolver componentes da formulação. Ex: água, etanol,


acetona, éter, propilenoglicol, óleo mineral, glicerina, polietilenoglicol 400 a 600,
ésteres, silicones, isoparafina, tolueno, misturas de tensoativos, etc..

10- Tensoativos: solubilidade em água e óleo – formam micelas que


estabilizam a preparação. Alteram a tensão superficial. Ex: lauril sulfato de sódio,
cloreto de cetiltrimetil amônio (usado em condicionadores), docusato sódico,
polissorbatos, lecitina de soja.
Agentes com atividade de superfície, também chamados surfactantes são
moléculas ou íons que são adsorvidos nas interfaces. A estrutura destas substâncias
é formada de duas parte uma porção lipofílica que se orienta em direção ao óleo ou
outros líquidos ou sólidos apolares e uma porção hidrofílica que se orienta em direção
a água ou outras moléculas polares. Os surfactantes se orientam na interfase de modo
a reduzir a energia livre produzida pela presença de interface. Eles reduzem a tensão
56

superficial entre um líquido e um gás ou a tensão interfacial entre dois líquidos. Os


tensoativos podem funcionar como agentes molhantes, detergentes, agentes de
espuma, agentes dispersantes, solubilizantes ou agentes emulsionantes. A
classificação dos tensoativos leva em consideração seus grupos polares. Então,
geralmente, os tensoativos são: aniônicos, catiônicos, não-iônicos ou anfóteros.

11- Espessantes: aumentam a viscosidade das preparações líquidas. Ex:


CMC (carboximetilcelulose), hidroxietilceluose, goma xantana, gelatina, goma
adraganta, carbopol (polímeros do ácido acrílico).
A viscosidade é a medida da resistência ao fluxo de um sistema após a
aplicação de uma força. Quanto maior a viscosidade, maior será a força a ser aplicada
para produzir o fluxo com uma determinada velocidade. A viscosidade é expressa
matematicamente pela Lei de Newton. Líquidos puros e soluções diluídas exibem
fluxo newtoniano, o que significa que a sua viscosidade é caracterizada por um valor
único. A relação entre a força de cisalhamento e a velocidade de cisalhamento é
linear. Muitos produtos farmacêuticos e cosméticos exibem modelos de fluxo não-
newtoniano, ou seja, a viscosidade deste sistema não é constante e depende da força
de cisalhamento aplicada. São exemplos de fluidos não-newtonianos as dispersões
líquidas e sólidas, dispersões coloidais como emulsões, cremes, pomadas e
suspensões.
O aumento da viscosidade pode oferecer vantagens e desvantagens as
formulações cosméticas e também farmacêuticas. O entendimento do significado de
viscosidade e dos vários tipos de comportamento dos produtos líquidos e semi-
sólidos é de grande importância para a escolha do adjuvante adequado. Nas
preparações de uso tópico a viscosidade apropriada é essencial para obter a
suavidade e consistência desejável, fazendo com que o produto seja facilmente
aplicado, permaneça em contato com o local de aplicação, ou não, e principalmente,
produza uma sensação agradável ao usuário. A viscosidade elevada por vezes é
desvantajosa para a dissolução de ativos e até mesmo de outros adjuvantes da
formulação.
Geralmente os agentes espessantes ou doadores de viscosidade são colóides
hidrofílicos constituídos de macromoléculas solúveis ou de colóides particulados de
57

associação. As macromoléculas são polímeros de cadeia linear ou ramificada que se


dissolvem molecularmente em água. Estas soluções formam as dispersões coloidais.
Os agentes de viscosidade interagem com as moléculas da água formando sistemas
estruturados que interrompem o fluxo das moléculas presentes nas proximidades.

12- Veículo: agente carregador de substâncias farmacêuticas, utilizado na


preparação de líquido orais e parenterais. Ex.: água (purificada), misturas
hidroalcoólicas, misturas flavorizadas/edulcoradas (xaropes, elixires aromáticos),
oleaginosos (óleo de amendoim, gengibre, mineral).

13- Agente suspensor: usado para suspender partículas sólidas no veículo,


aumentar a viscosidade de um veículo em um sistema disperso, diminuir a velocidade
de sedimentação das partículas dispersas em um veículo, onde não são solúveis. Ex:
ágar, caulim, metilcelulose, CMC, HMC, goma adragante.
14- Agentes levigantes: substâncias utilizadas como agente facilitador na
redução do tamanho de partículas de fármacos por trituração, em geral em um
almofariz. Ex.: glicerina, óleo mineral.
15- Lipossomas: são vesículas globulares microscópicas formadas por
moléculas anfifílicas (geralmentefosfolipídios) que se organizam em forma de uma
camada dupla ou de várias camadas duplas. Essasvesículas são capazes de
veicular substâncias hidrofílicas, anfifílicas ou lipofílicas e apresentam acapacidade
de interagir com os lipídios da pele umana, quando aplicados topicamente, liberando
assubstâncias que transportam.As vesículas multilamelares (com várias camadas
duplas) tendem a liberar a substância que carregam demodo mais prolongado que
as vesículas unilamelares (uma camada dupla).Os lipossomas são formados
espontaneamente após a dispersão de fosfolipídios em meio aquoso (porexemplo,
fosfatidilcolina – lecitina de ovo ou de soja), dando origem a vesículas de tamanhos
variados desdemicrômetros a nanômetros.As vesículas de lipossomas devem ser
evitadas em formas cosméticas como as emulsões e preparaçõesalcoólicas para
não comprometer a sua estabilidade. Nas emulsões os tensoativos presentes
podemdesordenar os fosfolipídios ocasionando a ruptura dos lipossomas, enquanto
que o álcool pode solubilizaras camadas lipídicas dos lipossomas.
58

FORMAS COSMÉTICAS PLÁSTICAS: DESODORANTES,


ANTIPERSPIRANTES, DENTIFRÍCIOS

Desodorantes e Antiperspirantes
São introduzidos no mercado cosmético somente no início do século XX,
quando a perspiração e o odor começam a ser considerados um problema.
Desde o Egito antigo há registros do uso de perfumes com odor muito intenso
para mascarar obodor corporal. Desde a Roma antiga há também notificações do uso
de substâncias adstringentes para reduzir a umidade da região axilar.
A produção do suor é uma importante função fisiológica para a manutenção e
controle da temperatura corporal, excreção, hidratação e plastificação da camada
córnea.
A transpiração é a passagem de qualquer fluido através da pele ou qualquer
membrana animal na forma de vapor. Esta definição é mais ampla e inclui o conceito de
perspiração. A perspiração é o fluido salino secretado pelas glândulas sudoríparas
que consiste principalmente de água, cloreto de sódio e outros sais em menores
quantidades, além de substâncias nitrogenadas (como uréia), CO2 e outros solutos.
–Odores da transpiração - degradação dos produtos de secreção, em
particular os de natureza protéica, pelas bactérias da superfície da pele.
–Suor apócrino - menos abundante = responsável por grande parte do odor.
Rico em material orgânico.
–Suor écrino - mais diluído - contribui para o odor porque dispersa o suor
apócrino por uma área maior e por fornecer a umidade necessária ao crescimento
bacteriano.
O odor das axilas varia de pessoa para pessoa. É influenciado pelas bactérias
que colonizam a axila. Também é influenciado pelos alimentos recentemente
ingeridos. O decréscimo na perspiração axilar pode ser medido coletando-se a
umidade em compressas axilares que são pesadas antes e após exposição a um
ambiente com temperatura elevada. A aplicação de uma formulação a uma placa de
59

cultura semeada com perspiração humana pode determinar a% de redução do


crescimento bacteriano.
Como formas para reduzir ou controlar o odor das axilas:
 Reduzir o suor apócrino nas axilas;
 Reduzir o suor écrino usando produtos adstringentes;
 Diminuir o crescimento bacteriano usando produtos antibacterianos;
 Remover ou absorver as secreções liberadas pelas glândulas apócrinas e
écrinas;
 Uso de inibidores de enzimas bacterianas;
 Uso de substâncias absorventes de produtos oriundos de degradações
enzimáticas;
 Mascarar odores usando fragrâncias.
Portanto existem dois tipos distintos de produtos disponíveis ao consumidor:
desodorante e o antiperspirantes. Para serem eficazes estes devem reduzir em 20% ou
mais a umidade axilar e diminuir a colonização bacteriana nas axilas.
Os antiperspirantes reduzem a umidade (suor écrino) e indiretamente o mau
odor. Os desodorantes reduzem e mascaram o mau odor.

Desodorantes

São constituídos por veículos (líquidos, sólidos, pastosos ou fluidos) contendo


bactericidas ou bacteriostáticos. Ao limitar o desenvolvimento das bactérias na
superfície da pele, estas não podem degradar os derivados protéicos do suor (aminas
e amidas) e, portanto, evita-se o desenvolvimento do mau cheiro.
O banho diário, utilizando sabão neutro, faz desaparecer momentaneamente
as bactérias por 2 a 3 horas, mas não é suficiente para uma ação mais prolongada.
Os desodorantes contêm produtos com ação antimicrobiana, neutralizadora e
que mascaram o odor. São produtos destinados a reduzir ou disfarçar os maus odores
devido a secreção apócrina. São classificados na resolução 79/00 como produtos de
higiene pessoal, categoria risco I, como já citado anteriormente.
Os requisitos necessários para as substâncias atuarem como desodorantes:
 Eficácia e segurança em inibir o crescimento bacteriano sem agredir a flora
bacteriana normal da pele;
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 Permitir aplicação local e ser livre de reações tóxicas e alérgicas;


 Possuir capacidade de permanência e de retenção sobre a pele para que o
efeito perdure.

As matérias-primas utilizadas que atuam como desodorante são:


 Antimicrobianos;
 Anti-sépticos;
 Neutralizantes de odores;
 Mascaradores de odores.

Dentre os agentes antimicrobianos, os mais comumente utilizados em


desodorantes são:

Substância com ação Concentração usual encontrada Propriedades principais da


em desodorantes
antimicrobiana substância
3,4,4’ triclorocarbanilida (TCC) 0,2% É efetivo, seguro e de baixa
irritação. É insolúvel em água,
pode ser solubilizado em
tensoativos não-iônicos. É mais
ativo contra bactéria G-. Não deve
ser aquecido na técnica de
preparo.
Cloreto de benzalcônio 0,1% É pouco efetivo contra bactérias
G-, mas muito efetivo contra
bactérias G+.
2,4,4’ tricloro 2’ 0,03 a 3% É efetivo contra os dois tipos de
hidroxidifenileter bactérias. É um produto não
(Triclosan ou Irgasan) iônico, seguro, não tóxico, não
sensibilizante, compatível com
tensoativos aniônicos.
Cloreto de benzetônio 0,2% Proibido em produtos que
entram em contato com
mucosas.
61

Os neutralizadores de odores mais utilizados são: óxido de zinco, fenol sulfonato


de zinco, derivados do ácido lático ou tartárico, antioxidantes como o BHT e a
pentadecalactona adicionada aos desodorantes sem perfume para mascarar o odor
da pele.

Antiperspirantes

São produtos destinados a reduzir a produção de suor axilar e palmo-plantar.


A evaporação deficiente do suor (roupas) intensifica o meio úmido e “facilita o trabalho”
da flora bacteriana. Têm como função reduzir a transpiração (50%). Alguns sais
adstringentes têm essa função e são muito utilizados: cloridróxido de alumínio
(micronizado), taninos, sulfato de zinco, óxido de zinco, sais de zircônio, lantânio e
cério. Ação suposta seria precipitar as proteínas e obstruem superficialmente os
poros das glândulas sudoríparas.
Alteram o estado fisiológico de ducto écrino, sendo classificados pela
resolução 79/00 como produtos de risco II. A ação é dada pela redução da perspiração;
algumas substâncias também têm função desodorante; algumas delas possuem pH
baixo, o que reduz o crescimento bacteriano. Com a redução da umidade retarda a
reprodução bacteriana. Os sais alumínio atuma por contração dos condutos
excretores do suor devido ao seu pH ácido. Também precipitam proteínas. Derivados
de alumínio associados a amido (5 a 10%) impedem a interação com as essências e
reduz a irritação da pele (sensíveis). Como vantagem dissolvem-se rapidamente na
temperatura corporal, liberando o alumínio progressivamente.
Também são aplicados polímeros orgânicos absorventes para absorver a
umidade superficial da pele: polissacarídeos, polipeptídeos, polímeros vinil
carboxílicos e copolímeros. Características: absorvem uma quantidade de umidade
superior ao próprio peso.
Como apresentações estes produtos podem ser:

–Formas líquidas:
62

 Loções - Soluções hidroalcoólicas de sais de alumínio - Quantidades


maiores ou menores de etanol - favorecer a vaporização (sensação de frescor
imediato) e solubilizar as essências. Glicerol, sorbitol, propilenoglicol - Umectantes -
aumentam a viscosidade do produto, favorecendo a aderência após a aplicação.
 Aerossóis tendo aplicação rápida e fácil;
 “Squeeze-sprays” são fórmulas mais populares em recipiente de plástico
mole (PVC de baixa densidade), que por simples pressão manual do corpo do
frasco, libera o conteúdo em uma nuvem grosseira de gotículas;
 “Roll-on” são soluções líquidas muito viscosas (espessante - CMC).
Frascos com tampa formada por uma esfera de plástico que rola sobre a pele,
resultando na aplicação de uma fina película do produto. Eficaz, econômica, higiênica
(não escorre) e segura (gotículas - inaladas);

–Formas fluidas e sólidas:


 Cremes - Cremes evanescentes, O/A;
 Géis - Bastão - “Sticks”;
Sabões desodorantes com Irgasan.
As principais características que os antiperspirantes devem apresentar:
 Eficiência;
 Eficácia;
 Segurança;
 Perfume agradável;
 Toque e espalhabilidade agradável.

Dentifrícios

No Brasil 50% das pessoas de 40 anosnão possuem metade dos dentes e que
cerca de 95% dos brasileiros sofrem de cárie e doenças das gengivas; sendo que a
grande maioria dos problemas relacionados aos dentes podem ser evitados com uma
escovação adequada e uso do fio dental.
As enfermidades que afetam a região bucal são:
 Cárie: bactérias na presença de hidratos de carbono, especialmente açúcar.
63

Bactérias formam ácidos, a partir dos açúcares, que atacam o esmalte.


 Parodontopatias: placas ou tártaro (restos de comida, mucoproteínas da
saliva e bactérias) decorrentes de higienização mal-feita: os resíduos se depositam entre os
dentes e a gengiva e penetram até a raiz, podendo alcançar o maxilar.
As antigas civilizações da Índia e da China foram as primeiras a se preocuparem
em cuidar dos dentes e a pensar na existência de uma substância para limpá-los. A
receita da pasta de dentes egípcia incluía cinzas pulverizadas de animais, como os
bois, e cascas de ovos queimadas. Outras receitas incluíam partes animais secas,
ervas, mel e minerais, como o carvão. Nessa época, a escova dental nem sonhava em
ser fabricada e a solução era esfregar os dentes com os dedos mesmo.
Assim como os egípcios, os gregos e romanos utilizavam componentes
abrasivos para a higiene bucal, como conchas queimadas de caracóis e ostras e gesso
queimado. A partir de 1660 começaram os estudos científicos sobre os dentifrícios.
Um homem chamado Robert Turner anunciou que havia esfregado sal nos dentes.
Depois disso, muitas pessoas da época começaram a fabricar suas próprias pastas,
em tampas de panelas.
Só faltava este impulso para que cientistas começassem a pensar em
fórmulas específicas para a criação dos dentifrícios.
Antes de 1880, muitos químicos já fabricavam cremes dentais, depositados em
panelas, já que não existia a embalagem.
A data do surgimento da primeira pasta manufaturada é 1873. Quem a
inventou foi o Dr. Washington Sheffield, reconhecido químico e cirurgião-dentista em
New London, Connecticut Mas os cremes dentais em tubos só surgiram quase duas
décadas depois, em 1890. A idéia partiu do filho de Sheffield, Dr. Lucius Tracy
Sheffield. Ele observou que tintas eram embaladas em tubos de metal e resolveu fazer
o mesmo com o dentifrício desenvolvido por seu pai.
Os tubos de metais agradaram os consumidores e a partir daí, os cremes
dentais começaram a ser utilizados em larga escala, como método de higienização.
As fórmulas mudaram, evoluíram e hoje temos uma enorme gama de produtos
com ativos para nos ajudar a cuidar da nossa saúde bucal.
As principais funções dos produtos encontrados atualmente são:
 Limpar os dentes de modo adequado: eliminar os resíduos de alimentos,
64

placas e manchas;
 Deixar a boca com uma sensação de frescor e limpeza;
 Ter custo baixo;
 Estimular o uso;
 Inócuo, agradável e fácil de usar;
 Adequado a padrões de abrasividade, por exemplo.
Nas últimas décadas os dentifrícios também são veiculadores de ativos
profiláticos das cáries e das periodontites.
O apelo de marketing destes produtos é muito forte e acaba se tornando um
complicador para o manipulador, pois há a exigência de que o efeito “prometido” se
cumpra efetivamente.
A apresentação mais comum é na forma semi-sólida com pasta ou gel, mas
também há forma líquida ou sólida, em pó.
A estrutura básica de composição de um produto dentifrício é a mesma para
todas as formas apresentadas:
 Abrasivo suave com a função principal do dentifrício: eliminar o
material aderido ao esmalte com mínimo dano; comequilíbrio
entre remoção de resíduos e proteção do esmalte. As
substâncias comumente utilizadas são:
 Carbonato de cálcio - Limpador eficaz, mas não produzem um
bom brilho nos dentes. Alternativa - usar em combinação com
outros abrasivos.
 Fosfato DicálcicoDihidratado (FDD) = + comumente utilizado -
pH 6-8 -sabor melhor que carbonato
 Fosfato Tricálcico e Pirofosfato cálcico
 Hidróxido de Alumínio - Sais de alumínio - altamente
compatíveis com o Flúor
 Dióxido de titânio
 Ácido silícico (sílica)
 Polimetilmetacrilato
 Bicarbonato de sódio
 Agente tensoativo que ajuda na penetração e eliminação da
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película aderida. Facilitam a remoção das placas. Também são


os responsáveis pela formação de espuma = apelo psicológico
de limpeza. As substâncias comumente utilizadas são:
 Detergentes devem ser insípido, atóxico, e não irritante da
mucosa bucal. Alguns tensoativos podem ter propriedades
profiláticas / terapêuticas intrínsecas. O mais utilizado é o lauril
sulfato de sódio e o N-laurilsarcocinato de sódio.
 Umectantes que são adjuvantes de formulação que previnem o
ressecamento da pasta e facilitam asaída da pasta do tubo. As
substâncias comumente utilizadas são:
 Glicerina é estável, atóxica, solubilizante, possui sabor “doce” .
 Sorbitol
 Propilenoglicol
 PEG
 Xylitol
 Aglutinantes e espessantes são usados paramanter uma
suspensão rica em sólidos, viscosa e estável. As substâncias
comumente utilizadas são:
 Gomas - Naturais ou sintéticas
 Alginatos
 Goma Xantana
 CMC
 Hidroxietilcelulose
 Carbopol
 Carragena
 Edulcorantes para corrigir sabor dos abrasivos e dos
tensoativos A sacarina é a substância mais utilizada, mas
também encontra-se produtos com aspartame.
 Aromatizantes e flavorizantessão responsáveis pela
refrescância e influenciam diretamente na venda e utilização
do produto. O sabor é uma das características mais
determinantes da aceitação do consumidor. Pode representar
66

de 25 a 70% do custo do produto. São responsáveis pela


sensação de frescor, limpeza. É utilizado menta (mentol),
eucalipto, cravo (eugenol), anis.
 Corantesempre aliado ao efeito psicológico do consumidor.
 Conservantes para proteger o produto após abertura do frasco
e durante o consumo.
As substâncias mais utilizadas são:

 Formaldeído
 Benzoato de sódio
 Clorhexidina
 Ácido sórbico
A efetividade da remoção de placa bacteriana é 70% maior quando se usa
dentifrício.
Além disso, a formação de uma nova de placa é reduzida em 45% com o uso
do creme dental.
Embora o dentifrício não seja indispensável para a remoção de placa, tem-se
comprovado a sua importância para garantir a limpeza e o polimento dental.
A quantidade de pasta só tem relevância quando se trata de crianças com menos
de 6 anos, que podem ingerir dentifrício involuntariamente ao escovar os dentes.
Uma quantidade pequena deve ser usada, para reduzir a ingestão de flúor.
Recomenda-se a técnica transversal: ao invés de se colocar pasta em toda extensão da
escova, cruza-se esta com o dentifrício.
A pasta anticárie contém flúor, a antitártaro contém em, acréscimo, substâncias
que reduzem a formação de tártaro (Gantrez, Pirofosfatotetrasódico). Os dentifrícios
antitártaro não removem cálculo dental mecanicamente, o que deve ser feito pelo
dentista o dentifrício interfere apenas em sua formação. As pastas antiplaca contêm
substâncias antimicrobianas.
Estudos com dentifrícioscontendo nitrato de potássio têm mostrado média de
30% de redução de sensibilidade a jato de ar frio. Essa redução vai depender do limiar de
sensibilidade do indivíduo e do modo de escovar os dentes.

FORMAS COSMÉTICAS DISPERSAS: EMULSÕES, LOÇÕES EMULSÕES


67

É uma forma farmacêutica obtida por dispersão mecânica (agitação) de dois


líquidosimiscíveis, um no seio do outro.
É um sistema heterogêneo, bifásico e que normalmente utiliza um agente
emulsionante ou emulsivo ou emulsificante ou emulgente. É um sistema estável por
determinado tempo.
Todas emulsões são compostas por fases. Estas são:
 Dispersante : Fase externa ou contínua; geralmente constituída pelo
líquido de maior proporção
 Dispersa : Fase interna ou descontínua; o líquido disperso está na
forma de 58 gotículas (esféricas e de diversas dimensões, o que
determina a classificação em grosseiras, finas, médias e
microemulsões).
As emulsões que têm fase interna oleosa e fase externa aquosa são
conhecida, geralmente, como emulsões óleo em água, que podem ser designadas
“O/A”. As emulsões que têm fase interna aquosa e fase externa oleosa são
conhecidas como emulsões água em óleo, que podem ser designadas “A/O”.
O que determina o tipo de emulsão não é a quantidade relativa dos
componentes hidrossolúvel e lipossolúvel. Com base em considerações
termodinâmicas, Bancroft deduziu uma regra geral: “A fase em que o emulsionante é
preferencialmente solúvel é a fase contínua da emulsão”.
Em geral as emulsões são brancas, devido ao pequeno tamanho das partículas
dispersas, que assim refletem totalmente a luz branca.
O/A : A água engloba a partícula de óleo. Assim a fase externa será a água. Estas
emulsões e cremes não atuam como engordurantes, são usados principalmente como
cremes para uso durante o dia.
A/O : A fase oleosa engloba a fase aquosa, assim a fase externa será o óleo.
Estas emulsões e cremes apresentam efeito engordurante, deixando a pele com o
aspecto brilhante.
As emulsões classificam-se em 4 tipos de acordo com o tamanho das partículas
de sua fase dispersa ou interna:
 Macroemulsão
 Microemulsão
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 Miniemulsão
 Emulsõesmúltiplas

Macroemulsões
Emulsões opacas, termodinamicamente instáveis (podem ser cineticamente
estáveis por longos períodos de tempo, mas ao final sofrerão separação de fases)com
partículas de tamanho maior que 400nm, facilmente visíveis no microscópio. A ação
dos emulsionantes e outros estabilizante pode reduzir a velocidade de coalescência.

Microemulsão
Sistemas termodinamicamente estáveis, dispersões isotrópicas,
transparentes, com gotículas de tamanho inferior a 100nm e de baixa viscosidade.

Miniemulsão
É o tipo intermediário entre os dois primeiros, com tamanho de partícula
variando entre 100 a 400nm .São também chamadas de emulsões branco-azuladas
semi-opacas. Geralmente, o emulsionante é a mistura de tensoativo iônico com co-
tensoativos, normalmente álcoois de cadeia acima de 12 carbonos.

Emulsões múltiplas
As partículas dispersas são emulsões delas mesmas. Na realidade são gotas
de um líquido dispersado em gotas maiores de outro líquido, que é então disperso
emuma fase contínua, geralmente da mesma natureza que o primeiro líquido.
A/O/Aou O/A/O.
O termo estabilidade, usualmente, refere-se à resistência da emulsão quanto a
coalescência de suas gotas dispersas.
Coalescência refere-se à junção de duas ou mais gotas para formar uma única
gota de volume maior, mas de menor área interfacial, que geralmente leva a quebra da
emulsão.
A estabilidade das emulsões deve ser abordada não somente sobre o
mecanismo da estabilização, mas também sobre o tempo de estabilidade e as
condições de preparo da emulsão.
69

Fatores relacionados à coalescência


Natureza física do filme interfacial ao redor das gotas emulsionadas.
É importante a formação de um filme interfacial de moléculas de tensoativo
densamente empacotado adsorvido ao redor das gotas da emulsão, com
propriedades de forças intermoleculares entre elas e a solução aquosa. Obtém-se
com misturas de emulsionantes.
O aumento da temperatura quebra as pontes de hidrogênio e desidrata o
tensoativo, favorecendo a aproximação das gotas e favorecendo a separação das
fases. Nas emulsões com tensoativos Iônicos, as cargas negativas ou positivas criadas
ao redor das gotas de óleo retardam a coalescência das gotas pela formação da dupla
camada elétrica.

A viscosidade da fase contínua.


Reduz a difusão das gotas emulsionadas, sua frequência de colisão e a
coalescência, aumentando a estabilidade da emulsão.

Razão de volume entre as fases


Conforme o volume da fase dispersa aumenta, o filme interfacial se expande,
reduzindo a estabilidade do sistema.

Temperatura
A mudança de temperatura causa alterações na tensão interfacial entre as fases,
na natureza e viscosidade do filme interfacial, na solubilidade relativa dos emulsionantes
de cada fase, na pressão de vapor e viscosidade das fases líquidas e na agitação térmica
das gotas dispersas. Esses fatores podem causar inversões ou quebra da emulsão.
As emulsões mais adequadas para uso tópico, geralmente, são as do tipo O/A
devido a seu aspecto menos oleoso e portanto mais agradável. Em cosméticos
destinados ao uso em países que possuem temperatura muito fria ou em produtos
para massagem, que requerem excelente espalhabilidade, as emulsões A/O podem
ser desejadas.
As emulsões são preparações cosméticas termodinamicamente instáveis e,
70

com o tempo apresentam sinais progressivos de instabilidade, com eventual


separação de fases (desestabilização do produto, onde fase aquosa e fase oleosa se
separam).
Uma emulsão permanece homogênea, sem apresentar separação das fases
(aquosa e oleosa) por um tempo finito após sua preparação, mantendo suas
características originais de forma aceitável. Este período é denominado de “prazo de
validade”. Depois de um determinado tempo a tendência é ocorrer separação das
fases aquosa e oleosa. Cabe ao formulador conseguir uma emulsão que mantenha
estável num prazo suficiente para o produto ser usado.
Dependendo das características do tensoativo empregado, ou seja do seu
comportamento de carga em solução aquosa, as emulsões podem ser classificadas
em iônicas (catiônica ou aniônica) e não iônicas.
Os tensoativosantiônicos se caracterizam por apresentarem em solução
aquosa a parte polar carregada negativamente, enquanto que o tensoativo catiônico
apresenta-se carregado positivamente. Os tensoativos não iônicos são caracterizados
por possuírem dipolos elétricos em sua parte polar que formam pontes de hidrogênio
com as moléculas de água presentes.
As emulsões não iônicas são as mais bem aceitas comercialmente na
atualidade, uma vez que são compatíveis com vários tipos de substâncias ativas a
serem nelas incorporadas.
Como exemplo de tensoativo aniônico podemos descrever a reação entre o
ácido esteárico e hidróxido de sódio que origina um sal, o estearato de sódio e água.
Esse sal formado é um sabão, solúvel em água, que apresenta sepração iônica, em
meio aquoso, originando um íon negativo.
No tensoativo aniônico, o aniôn é o carboxilato sódico que na água se separa
do cátion, ficando assim ânion formado pela cadeia de carbono (lipofílica) e o radical
carboxílico, COO- (hidrofílico). Portanto esse tensoativo, em água, apresenta carga
negativa e por isso é aniônico.
Exemplo de um tensoativo catiônico: em solução aquosa o tensoativo
catiônico se dissocia e fica com a extremidade hdirofílica carregada positivamente.
Exemplo de um tensoativo não iônico: a reação entre o ácido esteárico e glicerol
resulta em um éster (estearato de glicerol) e água. Esse éster, em solução aquosa,
71

não se hidrolisa formando íons e por isso é um tensoativo iônico.


Logo, até o momentovimos que uma emulsão é constituída por 3 componentes
fundamentais: pela fase aquosa, fase oleosa e os agentes emulsionantes,
podendo conter também outros componentes como antioxidantes, conservantes,
perfume, substâncias com antioxidantes, conservantes, perfume, substâncias com
atividade biológica (chamadas substâncias ativas), doadores de viscosidade, etc.
As emulsões podem constituir vários produtos cosméticos como cremes,
loções, hidratantes, colônias, leites, etc.
A principal característica das loções é serem emulsões com baixa viscosidade
e alta fluidez, sendo consideradas formas dispersas semi plásticas. Já os cremes
são consistentes.
Fatores que podem acelerar a desestabilização de emulsões:
– hidrólise de tensoativos em valores extremos de pH;
– destruição microbiana de seus componentes;
– processos fotoquímicos;
– eletrólitos;
– temperatura (baixa ou elevada);
– perda de água devido ao calor, má armazenagem ou uso de embalagem não
apropriada. Este fato podelevar à inversão das fases da emulsão.
A estabilidade física de emulsões pode ser avaliada através do teste de
centrífuga. Neste ensaio sãotomados cerca de 5 gramas da amostra e submetida à
centrifugação durante pelo menos 30 minutos a3.000 rpm (rotações por minuto). Após
este período não deve ser observada a separação das fases daemulsão.
Conceitos relativos à separação de fases:
– Floculação: início da aproximação das gotículas da fase interna (etapa pré-
coalescência ou formação de creme).Nesta etapa é possível reverter a instabilização
que deve acontecer na emulsão.
– Coalescência: junção das gotículas da fase interna até ocasionar a sua
“quebra” (formam-se duascamadas líquidas diferentes).
– Sedimentação: separação das fases interna e externa devido à diferença na
densidade dos líquidos.
72

CONDICIONADORES CAPILARES

A necessidade de condicionadores capilares cresceu depois do


desenvolvimento de xampus com ação detergente. Esses xampus novos
limpavammuito bem: removiam o sebo tão completamente da raiz dos cabelos que
estes se tornavam pouco manuseáveis, foscos e ásperos ao toque.
Os objetivos destas formulações:
 Produzir efeito sobreengordurante;
 Neutralizar as cargas negativas deixadas no cabelo;
 Tratar os fios pela fixação de substâncias na queratina;
 Deixar os cabelos macios e sedosos.

O papel de um condicionador é imitar o sebo para tornar os cabelos


manuseáveis, brilhosos e macios. Condicionadores também tentam recondicionar
cabelos que foram danificados. Condicionadores também tentam recondicionar
cabelos que foram danificados por trauma químico ou mecânico. Fontes comuns de
trauma incluem escovar excessivamente, secagem quente, xampus detergentes,
ondas alcalinas permanentes e descoloração. Obviamente, como os cabelos não são
um tecido morto, qualquer recondicionamento que ocorra é mínimo e temporário, até a
próxima lavagem.
Os condicionadores foram desenvolvidos durante o início dos anos 30, quando
ceras auto- emulsificantes tornaram-se disponíveis. Essas ceras eram combinadas
com hidrolisados de proteína, poliinsaturados e silicones para dar a melhor sensação
e textura aos cabelos. Fontes iniciais de proteínas incluíam gelatina, leite e ovos.
Cabelos saudáveis, sem dano são macios, brilhantes e fáceis de
desembaraçar. Infelizmente, xampu, secagem, pentear, escovar, penteado, tintura e
ondulação permanente danificam os cabelos, tornando-os ásperos, quebradiços e
difíceis de desembaraçar. Condicionadores de cabelos são destinados a reverter
esse dano, melhorando o brilho, diminuindo a fragilidade e a porosidade,
aumentando a força e restaurando a degradação na cadeia polipeptídea. Dano à raiz
dos cabelos também pode ocorrer através de exposições ambientais à luz do sol,
poluição do ar, vento, água do mar e água clorada de piscina. Esse tipo de dano é
73

tecnicamente conhecido como “aclimatação”.


As características destas formulações promovem aos cabelos:
 Toque sedoso;
 Melhor penteabilidade;
 Recuperar brilho;
 Maleabilidade.
Os condicionadores melhoram o manuseio, diminuindo a eletricidade estática.
Depois de pentear ou escovar, a raiz dos cabelos torna-se negativamente carregada,
repelindo assim um fio ao outro, impedindo que os cabelos estendam-se suavemente
em uma determinada forma.
Condicionadores depositam íons carregados positivamente na raiz dos cabelos,
neutralizando a carga elétrica. Melhora do manuseio também deriva de alterações
cuticulares e redução da fricção entre raízes de cabelos em 50%. Isso também leva a
aumento do desembaraço do cabelo.
O brilho dos cabelos resulta de luz refletida por raízes individuais. Quanto
mais suave a superfície do cabelo, mais luz é refletida. Condicionadores aumentam
o brilho dos cabelos primeiramente aumentando a aderência da escama cuticular à
raiz do cabelo. Brilho também está relacionado à estrutura dos cabelos. Brilho máximo
é produzido por raízes de cabelo de grande diâmetro, elípticas, com uma medula
saudável e intacta, escamas de cutícula ao redor. Maciez dos cabelos também
resulta de uma superposição igual de crostas cuticulares.
Os condicionadores tentam corrigir as pontas quebradiças, resultado de falta de
córtex, o componente estrutural responsável pelo comprimento da raiz dos cabelos. A
exposição resultante da medula de queratina macia resulta em uma condição
conhecida como “tricoptilose”, ou pontas quebradiças. Condicionadores
reaproximam temporariamente os restos desfiados da medula remanescente e do
córtex.
Todos os problemas associados cabelos danificados são aumentadosse estes
têm textura fina. Existem mais fibras de cabelos finos por peso do que fibras de
cabelos ásperos, então a área de superfície de rede de cabelos finos é maior.
Proporcionalmente podem se desenvolver mais escamas de cutícula irregulares, e
mais dessas fibras de cabelos finos estão sujeitas a eletricidade estática. Assim
74

existem fórmulas de condicionadores especiais projetadas para as necessidades de


arrumação de cabelos finos.
Condicionadores de cabelos podem conter nove substâncias diferentes de
condicionamento das seguintes classes químicas:

 Alcanolamidas
 Glicóis
 Lipídios
 Derivados de proteína
 Quaternários
 Substâncias de superfície ativa
 Ingredientes de especialidade
Os detergentes catiônicos, também conhecidos como “quaternários” ou
compostos de amônia quaternários, são substâncias condicionadas encontradas
tanto em xampus quanto em condicionadores de cabelos. São excelentes em
aumentar a aderência das escamas cuticulares à raiz dos cabelos, o que aumenta a
habilidade dos cabelos em refletir a luz, aumentando o brilho e o lustre.
Adicionalmente, são capazes de neutralizar a eletricidade estática baseado na carga
negativa (aniônica) dos cabelos danificados ouprocessados, o que atrai o
composto quaternário carregado positivamente (catiônico) para aderir à raiz dos
cabelos, melhorando assim o manuseio. Essas qualidades tornam-no uma excelente
escolha de condicionador para pacientes com cabelo permanentemente tingidos ou
ondulados.
Condicionadores formadores de película aplicam uma camada fina de
polímero, como polivinilpirrolidona (PVP), sobre a raiz dos cabelos. O polímero
preenche os defeitos da raiz, criando uma superfície suave para aumentar o brilho e
lustre enquanto elimina eletricidade estática por sua natureza catiônica. O polímero
também cobre cada raiz individual, “espessando-a”. Condicionadores formadores de
película não devem ser usados em cabelos finos, já que o peso adicionado do
polímero diminui a capacidade de manter um penteado. Eles são excelentes, todavia
em cabelos secos e normais.
Condicionadores contendo proteína são os únicos produtos que pode
realmente penetrar e alterar a raiz danificada dos cabelos. Essas proteínas, derivadas
75

de colágeno animal, queratina, placenta, são hidrolisadas ao tamanho de uma


partícula (peso molecular 1.000 a 10.000) capaz deentrar na raiz dos cabelos.
Condicionadores de proteína hidrolisada podem fortalecer temporariamente a raiz
dos cabelos e corrigir pontas quebradiças até o próximo xampu, quando o produto
deve ser reaplicado. A fonte da proteína não é tão importante quanto o tamanho da
sua partícula.
Condicionadores instantâneos são assim denominados porque são aplicados
depois do xampu, deixados no cabelo por 5 minutos e enxaguados
subseqüentemente. Esses produtos fornecem condicionamento mínimo por seu
pequeno tempo de contato com os cabelos e são basicamente úteis para ajudar no
pentear molhado e no manuseio. Sua capacidade de restaurar cabelos é um pouco
limitada. Apesar disso, são o tipo mais popular de condicionador, tanto para uso
doméstico quanto para salão. Condicionadores instantâneos contêm água, substância
condicionantes, lipídios e espessantes. As substâncias condicionadoras consistem em
combinação de detergentes catiônicos, formadores de películas e proteínas.
Condicionadores profundos são cremes, comparados com condicionadores
instantâneas que são líquidos. Eles contêm as mesmas substâncias condicionadoras
que os instantâneos, mas são mais concentrados. Eles permanecem nos cabelos por
20 a 30 minutos e podem incluis a aplicação de calorde um secador de cabelos ou
toalha quente. O tempo de aplicação estendido permite maior condicionamento para
cobrir raiz dos cabelos, enquanto calor causa aumento da raiz e permite maior
penetração do condicionador. Esses produtos são indicados para cabelo
extremamente seco. Condicionadores profundos usados antes de algum
procedimento de coloração ou ondulação permanente são chamados
“preenchedores”. Preenchedores são destinados a condicionar a raiz distal dos
cabelos e reverter alguns dos efeitos da aclimatação, permitindo a aplicação igual ao
procedimento de coloração ou ondulação subseqüente.
Condicionadores sem enxágüe são aplicados depois da secagem dos cabelos
com uma toalha e destinados a permanecer na raiz do cabelo ao longo do penteado.
Eles são removidos com a próxima lavagem.
Espessantes de cabelos são outra forma de condicionador sem enxágüe. Eles
não espessam os cabelos aumentando o número de raízes do mesmo, mas, ao invés,
76

fornecem uma cobertura em cada raiz, que aumenta seu diâmetro instantaneamente.
Esses produtos contêm proteínas, líquidos condicionantes que são massageados
através de secagem do couro cabeludo com toalha antes de pentear para aumentar
o brilho, melhorar o manuseio e dar suavidade. Um espessante de cabelos é mais
espesso do que uma loção de secagem “com ar” e destina-se a pessoas com cabelos
secos, danificados.
Condicionadores sem enxágüe especiais são usados por indivíduos negros e
asiáticos com cabelos firmemente encaracolados, para auxiliar no pentear, fornecer
brilho adicional, melhorar o manuseio e aumentar opções de penteado.

FORMAS COSMÉTICAS LÍQUIDAS: XAMPU, TÔNICO FACIAL,


REMOVEDOR DE MAQUILAGEM

As formas cosméticas podem ser classificadas como líquidas, assim como as


formas farmacêuticas.
Entre elas podemos destacar os xampus, os tônicos capilares e faciais e os
removedores de maquilagem.

XAMPUS
Segundo o dicionário Michaelis xampu é um preparado saponáceo empregado
na limpeza dos cabelos. Nada mais é do que um agente de limpeza para os cabelos e
couro cabeludo. Também é um agente de limpeza cosmético, que limpa completa e
efetivamente, e também confere características agradáveis ao cabelo. Conveniente
ao uso, de fácil enxágüe, sem deixar depósitos sobre o cabelo. Atóxico e não-irritante
ao couro cabeludo e aos olhos.
Até a metade dos anos 30, o sabão em barra era usado para lavar os cabelos.
Em uma média, uma mulher tem de 4 a 8 m 2 de área de superfície de cabelo para
lavar. O sabão em barra era insatisfatório para a lavagem dos cabelos pois sua
alcalinidade deixava o aspecto do cabelo sombrio. As fórmulas iniciais dos xampus
eram sabões de óleo de coco líquido que ensaboavam e limpavam melhor o cabelo que
os sabões sólidos. Xampus surfactantes foram introduzidos no final dos anos 30 e
representaram um avanço significativo, já que continham um bom desempenho mesmo
77

com água mais alcalina.


Sua função primária é de limpeza e a função secundária pode ser
farmacológica, para fins de tratamento medicamentoso.Os folículos pilosos são
considerados anexos cutâneos. As glândulas sebáceas e as sudoríparas écrinas são
responsáveis pela elaboração de uma emulsão graxa natural protetora que dá
elasticidade e lubrificação à camada córnea, que são as funções fisiológicas.
A sujidade dos cabelos é caracterizada pela presença de partículas e materiais
estranhos, produtos de lipólise do pêlo, eletrólitos procedentes do suor, células de
descamação da camada córnea, restos de produtos cosméticos e a sujidade própria
do meio ambiente.
Os cabelos sujos perdem o brilho, tornam-se rebeldes e com odor
desagradável.
As propriedades desejadas em um bom xampu são a detergência, espuma
abundante e consistente, viscosidade, pouca ou nenhuma irritabilidade aos olhos,
baixa agressividade aos cabelos, estabilidade, além de cor, odor, condicionamento.
O xampué formulado com ingredientes que podem ser classificados em três
grupos: tensoativos base (primário), responsáveis pela detergência (limpeza), os
tensoativos adicionais (secundários) que complementam a ação do tensoativo
primário e modificam propriedades físicas (viscosidade, opacidade) e outros aditivos
(não tensoativos) que tem funções específicas tais como correção e caráter
organoléptico entre outros.
Detergentes são os tensoativos primários. Os tensoativos secundários são os
estabilizadores de espuma, sobreengordurantes e espessantes. Os estabilizantes são
os conservantes, antioxidantes, reguladores de pH.
Ainda são considerados componentes básicos dos xampus o veículo
(geralmente água), aditivos de atributo estético e os opacificantes (brilho pérola).
Os tensoativos são compostos anfifílicos com afinidades por interfaces entre
duas fases pouco miscíveis, diminuindo a tensão interfacial entre as mesmas.
As propriedades dos tensoativos são adsorção e acúmulo nas interfaces,
redução da tensão superficial da água, formam micelas, são molhantes, tem ação
detergente, formam espuma e são solúveis em água.
Os tensoativos são classificados em iônicos, que se subdividem em aniônicos
78

e catiônicos, tensoativos não-iônicos e tensoativos anfóteros.


Os tensoativos aniônicos primários tem concentração usual de 10 a 35%.
Apresentam grupo polar com carga negativa. São os tensoativos mais utilizados. São
os responsáveis pela limpeza dos cabelos e por formar espuma. Tem excelente
detergência, ótima umectância, baixa irritabilidade e alta tolerabilidade.
Os tensoativos aniônicos primários estão presentes nos sabões, benezo
sulfonatos de alquila, alqui sulfatos, alqui éter sulfatos e alquil éter sulfosuccinatos.
Dentre os tensoativos aniônicos primários destacamos os alquilsulfatos, cujas
principais características são: baixa irritabilidade, baixa toxicidade, alto poder
espumógeno, boa solubilidade em água, alta reserva de viscosidade, boa
solubilidade em água, odor agradável, completa biodegradabilidade e baixo custo.
Os alquilsulfatos são o lauril sulfato de sódio, lauril sulfato de amônio, lauril
sulfato de trietanolamina e lauril sulfato de monoetanolamina.
O alquil éter sulfato é outro tensoativo aniônico primário, cujas características
principais são maior solubilidade e menor poder irritante que os alquisulfatos,
etoxilação, redução do poder espumante e são ligeiramente mais suaves. São
obtidos por reação de sulfatação com posterior neutralização com NaOH, NH4OH e,
ainda, sofrem adição de moléculas de óxido de eteno.
O alquilsulfosuccinatos tem excelente poder umectante, produz pouca espuma
e baixo poder detergente. É utilizado associado ao lauril éter sulfato de sódio. Exibe
baixo ou nenhum poder irritante à pele emucosas. Possui alguma ação condicionadora.
É instável em pH muito alto ou muito baixo.
Os tensoativos secundários utilizados na tecnologia de xampus são usados em
concentrações usuais de 1 a 4%. São estabilizantes de espuma, doadores de
viscosidade, espessantes de formulação. Podem ainda ceder condicionamento leve
aos fios dos cabelos.
Os tensoativos secundários podem ser não iônicos ou anfóteros.
Os tensoativos secundários não iônicos promovem: espessamento da
formulação, incremento da estabilidade da espuma, condicionamento leve ao cabelo,
sinergia com tensoativos aniônicos para a redução da irritabilidade de pele e mucosa, e
ainda promovem a solubilização de fragrâncias. São tensoativos não iônicos
secundários as moléculas de: alcanoamidas: dietanolamidas e monoetanolamidas;
79

alquilglucosídeos: laurilglucosídeo e decilglucosídeo; álcool láurico etoxilado; laurato


de sorbitanoetoxilado.
São tensoativos secundários anfóteros as moléculas de: coco betaína,
cocoamidopropilbetaína, cocoanfocarboxiglicinato de sódio, entre outras. Suas
características são: espessamento da formulação,incremento da estabilidade da
espuma, condicionamento leve do cabelo, sinergia com tensoativos aniônicos para a
redução da irritabilidade de pele e mucosa, seu pH de desempenho melhor é entre 5 e
6.
Além dos tensoativos primários e secundários, fazem parte das formulações de
xampu um agente doador de viscosidade, os espessantes. São usados como
espessantes: eletrólitos como cloreto de sódio e de amônia; derivados da celulose (o
mais usado em xampu é a carboximetilcelulose), polímeros sintéticos, dioleato de
metil glucose estoxilado, diesterato de PEG- 6000, co-tensoativos e certos tipos de
goma como goma xantana e goma guar.
Toda formulação de xampu deve conter conservante, e este deve ser
hidrossolúvel, de amplo espectro e estável na faixa de pH do produto final. A tabela
abaixo traz uma sugestão de concentração máximas de conservantes usuais na
produção de xampus.

Conservante Concentração máxima


Formaldeído 0,2%
Ésteres de parabeno 0,8%
Imidazolidiniluréia 0,1%

O ajuste de pH destas formulações deve ser feito com agentes acidulantes


como ácido cítrico, ácido fosfórico e lático, e agentes alcalinizantes como AMP-95,
hidróxido de sódio. Após aditivação do produto reajustar o pH considerando a
estabilidade do ativo.
Os agentes perolizantes para doar brilho perolado aos produtos são: ceras
perolizantes e concentrados (bases prontas): diestarato glicólico e
cocoamidopropilbetaína.
As diferenças entre xampus para a mesma finalidade, fabricados por diversas
80

companhias de produtos de cuidados pessoais, são as fragrâncias e aditivos de


especialidade. Aditivos como óleo de germe de trigo e pantenol são adicionados
principalmente por razões comerciais, mas parecem deixar os cabelos mais sedosos
e manuseáveis. Outros produtores adicionam silicones, proteínas hidrolisadas,
polímeros quaternizados, extratos vegetais, ativos anticaspa, vitaminas e mica.
Xampus básicos podem ser escolhidos de diversas formulas, dependendo da
quantidade de produção de sebo no couro cabeludo, diâmetro de feixe de cabelos e
condição dos cabelos. O rótulo em geral indica ao consumidor para qual tipo de cabelo
o xampu foi projetado. Algumas empresas alteram as concentrações de detergentes e
sobreengordurantes para fazer fórmulas diversas.

TÔNICO FACIAL

Os termos adstringente e tônico são sinônimos e referem-se à solução de


álcool perfumada usada para a remoção do óleo produzido pela pele e deixar uma
sensação de pele tonificada. O tônico tem um papel muito importante na limpeza e
seqüência de tratamento da pele da face. Os tratamentos cosméticos pressupõem a
aplicação contínua de produtos adequados, em todas as partes do corpo. Algumas
partes necessitam de cuidados mais rigorosos e intensos como a face, pescoço e colo.
O início deste tratamento é feito com a limpeza adequada da região seguida da
tonificação.
Estes produtos são geralmente soluções e têm como função:
 Compensador hidrolipídico,
 Secante, cicatrizante e antiséptico,
 Remoção de resíduos (produto de limpeza, maquiagem, poluição, etc.),
 Manter o pH da pele,
 Calmante,
 Tonificar.

Obrigatoriamente os componentes destas formulações não devem ser irritantes,


e devem promover uma sensação de bem-estar duradoura.
Para a formulação de tônicos o principal componente é água que deve ser
81

desmineralizada, deionizada e seguir rigorosamente a todos os padrões de qualidades


exigidos pela legislação. Outro componente importante para tal formulação são os
ajustadores de pH. São utilizados ácidos e álcalis suaves para o ajuste de pH. É
fundamental a presença de conservantes, sendo estas formulações geralmente
soluções aquosas, ou hidroalcoólicas. São usados parabenos e combinações de
parabenos. Outro componente essencial a estes produtos os umectantes. São usados
propilenoglicol, sorbitol, glicerina, lanolina etoxilada.
Adstringentes tiveram sua maior utilidade quando sabões alcalinos
tradicionais eram usados para limpeza com água dura. O adstringente funcionou para
remover qualquer película de sabão remanescente da face, mas a maioria das fábricas
usam agora limpadores detergentes e fontes de água pública. Companhias de
cosméticos têm dado a seus produtos adstringentes uma variedade de nomes,
incluindo loções de clarificação, loções de controle, tônicos protetores, refrescantes
de pele e loções tonificantes.
Fórmulas de adstringentes estão disponíveis para todos os tipos de pele (oleosa,
normal e seca), o que é espantoso, considerando que o produto foi destinado para
remoção de película de óleo e sabão. Adstringentes de pele oleosa contêm uma alta
concentração de álcool, removendo assim qualquer gordura deixada para trás antes
da limpeza e produzindo uma sensação limpa que muitos pacientes acham
desejável. Adstringentes medicamentosos para pacientes com acne podem conter
mentol ou cânfora para criar uma sensação de formigamento quandoaplicados à pele.
Adstringentes para pele normal contêm menores concentrações de álcool,
enquanto aqueles para pele seca são rotulados como isentosde álcool umectante
umedecedor. Substância de suavização também podem ser adicionadas como
alantoína, guaiazulento e quaternium-19.
Uma variação em adstringentes são produtos conhecidos como controladores
de zona T. A zona T refere-se à face central (testa, nariz e região central do queixo)
com as glândulas sebáceas mais proeminentes e aumento da produção de gordura.
Esses produtos destinam-se a diminuir a produção de óleo e absorver óleo em
excesso. Alguns produtos são formulados como loções “shake” com argila suspensa
em álcool, enquanto outros são géis que contém vitaminas ou aditivos especiais.
82

REMOVEDORES DE MAQUIAGEM

São preparados através da dissolução de um tensoativo (detergente) em


água. São neutros, o que facilita a remoção de gorduras da pele, portanto são
indicadas para uso em peles oleosas, principalmente para atender aquelas pessoas
que tem aversão a produtos cremosos para limpeza da pele, devido a impressão que
podem deixar de aumento de oleosidade e a sensação de que a gordura não foi
retirada, o que não acontece.

FATOR DE PROTEÇÃO SOLAR

Dentro da cosmetologia a faixa de radiação que desperta maior interesse é a


radiação UV, já que as ondas que as constituem são pigmatógenas. Estas ondas
promovem a pigmentação cutânea, pois elas contêm potencial energético maior,
capaz de ativar efeitos fotoquímicos complexos que levam à produção de melanina.
A proteção efetiva contra a radiação solar é disponível na forma de protetores ou
bloqueadores solares, os quais vêm ganhando maior importância ultimamente
devido ao aumento de problemas relacionados com câncer de pele, envelhecimento
precoce, fatores ambientais e a uma crescente exposição do homem moderno ao sol,
já que cada vez mais, uma pele bronzeada é sinônimo de saúde e sinal de beleza
estética.
A pele possui mecanismos de proteção natural que envolvem o espessamento
da camada de queratina, a presença de ácido urocrânico junto ao suor e a produção de
melanina.
De acordo com o comprimento de onda, os raios UV se subdividem em UVA,
UVB e UVC. Sua ação sobre a pele, bem como as respostas fisiológicas obtidas
podem ser:
- raios UVA: Os raios UVA produzem a pigmentação direta pela
oxidação de um produto incolor, precursor da melanina, localizado nas camadas
mais externas da pele. O bronzeado conseguido através dos raios UVA é breve e
desaparece rapidamente. Não há formação de eritema, podendo, entretanto haver
danos na camada basal com a diminuição na produção de novas células.
83

- raios UVB: Os raios UVB iniciam o processo de pigmentação indireta


provocando uma cadeia de reações que começam com reações químicas do DNA e
finalizam com a formação de nova melanina. Com estas reações complexas e
interdependentes este tipo de bronzeamento é um pouco mais demorado, possuindo
maior intensidade e se mantendo por maior tempo. Os raios UVB possuem poder
eritematoso que, apesar de prejudicial à pele, parece contribuir inicialmente na
ativação da melanina. Outras características do raio UVB é a ação bactericida,
transformação do ergosterol epidérmico em vitamina B, fotoenvelhecimento e
carcinogênese.
- raios UVC: Os comprimentos de onda compreendidos nesta faixa
possuem um alto poder bactericida podendo promover alterações da queratinização
com possibilidades de epiteliomas, porém, em sua maioria, são absorvidos pela
camada de ozônio.
De uma maneira geral todos os raios UV, ao incidirem de forma direta e
freqüente sobre a pele, podem provocar carcinogênese e fotoenvelhecimento.
As substâncias fotoprotetoras normalmente podem ser subdivididas em duas
classes: bloqueadores solares e filtros solares.
Os bloqueadores solares são impermeáveis à radiação, refletindo-a em sua
maior parte. Sua atividade manifesta-se a partir de certa espessura, cobrindo a
superfície da pele de tal forma que impede a penetração das radiações de forma
completa. Estas substâncias devem ser altamente refletoras, sendo utilizados
compostos inorgânicos como óxido de zinco, dióxido de titânio, salicilatos e talco.
Os filtros solares absorvem seletivamente a radiação sendo permeáveis ao
restante. São na sua maioria compostos orgânicos que absorvem seletivamente as
radiações UVB e UVA. O mecanismo geral de ação dos filtros solares é: a energia dos
raios UV é semelhante à energia de ressonância dos elétrons localizados entre as
duplas ligações (orbitais π). Ligações duplas conjugadas, como no caso dos anéis
benzênicos, absorvem radiações de ondas com o comprimento entre 230 e 270nm.
A adição de grupos doadores de elétrons nos anéis aromáticos aumenta o da
absorção máxima para comprimento de ondas maiores. Para que a efetividade destas
substâncias pudessem ser testadas, foram estabelecidos testes para medir a ação
fotoprotetora, um destes é feito pela determinação do SI (Sunscreen Index) através da
84

extinção (perda de atividade) de uma solução de uma substância fotoprotetora na


concentração de 0,1% medida a um comprimento de onda de 308nm através de uma
camada com 0,1nm de espessura.

SI = E x 0,1/S x C
onde:
E= extinção
S= espessura da camada
C= concentração da solução testada.

Os testes biológicos avaliam a efetividade dermatológica do fotoprotetor na


proteção dos raios UVB (raios com poder eritematoso). O índice determinado é o FPS
(fator de proteção solar) calculado pela medida de tempo de surgimento de eritema
em presença e em ausência do filtro solar. O FPS nos diz o quanto de tempo a mais
aquele tipo de pele, com a proteção do filtro solar, pode ficar exposto à radiação UVB
sem apresentar eritema.
O FPS é uma medida contra os efeitos sobre a pele da energia UVB, sem
consideração aos efeitos UVA. Os filtros solares absorvem 95% da radiação UV
dentro dos comprimentos de onda correspondente ao espectro UVB, habitualmente
estes filtros não bloqueiam a energia luminosa entre 320 a 400nm.
Na escolha de um produto deve-se observar se há presença de fatores de
proteção ligados ao UVA e UVB. Se eventualmente houver apenas um deles, este
valor está indicando o fator de proteção somente contra UVB.
Embora a exposição aos raios UVA produza um bronzeado sem o eritema
precedente, sabe-se que tal exposição pode produzir danos no tecido elástico, danos
actínicos, contribuindo para a formação do câncer de pele. O ideal é usar produto
com proteção para ambos os raios.
Fator de proteção solar indica o número que indica o nível de proteção que um
dado produto oferece contra os raios ultravioletas (UV). Quando se usa um filtro solar
com FPS 15, por exemplo, a mesma pele leva 15 vezes mais tempo para ficar
vermelha.
85

TIPO INDIVÍDUOS OBSERVAÇÕES


NV. VERÃO (min)

Nunca se bronzeiam, mas


Ruivos e
Louros 5 0 5-24 sempre se queimam.
Sempre se queimam e às
Morenos
Claros -10 0-25 1 vezes se bronzeiam.
Morenos Às vezes se queimam e
Escuros
-- 0-15 8 em geral se bronzeiam.
Mulatos e Sempre se bronzeiam e
Negros -- -10 6 raramente se queimam.

OBS.: T = tempo estimado para uma pessoa começar a se queimar quando


exposta ao sol sem proteção (em minutos).

FOTOTIPOS DE PELE (M.A PATHAK – 1983)

Tipo de Pele Cor da Pele Capacidade de


Bronzeamento
I Branca Queima facilmente, nunca
escurece
II Branca Queima facilmente, escurece
muito pouco
III Branca Queima moderadamente,
escurece gradualmente
IV Morena clara Queima muito pouco,
escurece facilmente
V Morena Raramente se queima,
escurece bastante
VI Escura Nunca se queima,
profundamente pigmentada

O uso de filtros solares químicos começou nos Estados Unidos em 1972, mas só
chegou ao Brasil aproximadamente dez anos depois. Os produtos atualmente
comercializados no país têm como FPS os valores entre 2 (mínimo) e 60 (máximo). O
FPS mede a proteção contra os raios solares UVB, responsáveis pela queimadura
86

solar, mas não contra os raios solares UVA.

A tabela a seguir mostra quanto da luz solar (UVB) é absorvida pelos


protetores solares.

Como pode ser visto nenhum protetor oferece 100% de proteção. O filtro solar
com FPS 15 bloqueia a maior parte (quase 94%) dos raios UVB. Se usarmos FPS maior
do que 15, pouco será o aumento do bloqueio destes raios. Entretanto, neste caso, o
tempo em que o filtro solar continuará a absorver os raios UVB será tanto maior quanto
mais alto for o valor de FPS, diminuindo assim, a freqüência de aplicação, quando
aplicado de forma correta.
Os filtros solares são classificados em dois grandes grupos: filtros solares
químicos e físicos (ou de barreira). Os filtros químicos contêm moléculas que absorvem
a energia radiante da luz sem deixá-la passar pela pele. Já os filtros físicos fazem um
revestimento da pele que reflete a luz.
Consideram-se seis famílias de filtros solares químicos:
1- Ácido para aminobenzóico (PABA) e seus ésteres: absorvem
seletivamente osraios UVB, penetram NE camada córnea e assim são mais resistentes
a banhos com água e ao suor.
2- Cinamatos: são filtros solares dos raios UVB, sendo solúveis são facilmente
eliminados pela água ou transpiração.
87

3- Cânfora e derivados: são ótimos agentes de proteção solar.


4- Benzofenonas: existem moléculas que são filtros UVA e UVB.
5- Dibenzoilmetano: atividade máxima em UVA. O ideal é associá-lo a
protetores UVB.
6- Filtros relativamente pouco eficazes: salicilatos, antranilatos.

Características desejáveis em produtos anti-solares: sejam estáveis perante


luz e calor, não variar de cor, não manchar roupas, nem produzir manchas na pele,
não deve modificar-se intramolecularmente, manter sua eficácia durante longos
períodos, ser solúveis em veículos comumente empregado na produção de produtos
cosméticos como álcool, glicerina, propilenoglicol e de preferência insolúvel em água.
Como filtros físicos temos o dióxido de titânio, silicato de magnésio, óxido de
zinco, petrolato vermelho, caulim. Apresentam em sua maioria o inconveniente de
serem visíveis e são mais utilizáveis em superfícies que se queimam mais, como
lábios, nariz e sobre as manchas. Atualmente o óxido de titânio é usado na forma de
micro moléculas (micronizadas), praticamente invisíveis, e ficam imperceptíveis
sobre a pele.
A adequação do tipo de filtro ao tipo de pele pode ser feita através do
reconhecimento do tipo de pele oleosa ou seca, ou ainda quanto ao fototipo. As
pessoas de pele mais clara (fototipo II) devem escolher filtros mais potentes. As mais
morenas (fototipo III) deve usar um filtro com FPS 8 e podem diminuir estes índices com
o decorrer dos dias de exposição ao sol.
A fim de obter alto fator de proteção solar é necessário que a fórmula mostre
uma absorbância UV significativa na escala de 290 a 340nm. Se os filtros solares
exibirem um desvio significativo na posição da faixa UV da área de interesse para
fora desta escala, o FPS será reduzido significativamente.
Foi demonstrado que os filtros solares podem interagir com os componentes
do seu veículo afetando sua eficácia.
Além disto, também foi demonstrado que filtros solares pode se degradar
devido à exposição de luz UV.
A tabela abaixo mostra o grau de degradação dos filtros solares normalmente
utilizados em produtos cosméticos quando submetidos à luz UV. Investigou-se se os
88

solventes contidos nestes produtos cosméticos afetariam esta degradação.

Filtro solar Etanol/água Miristato de Isopropila Óleo Mineral

Bensofenona-3 Não solúvel 1,8 0,0

Bensofenona-8 1,9 0,3 0,0


Butil-metoxidibenzoil-metano 4,8 2,9 20,6
Salicilato de homomentila 1,6 4,7 4,0
4-isopropil-dibenzoil metano 2,7 3,0 36,8
Antralinato de mentila 15,1 17,1 14,8
Octocrileno 0,0 1,1 2,8
Octil-dimetil PABA 3,9 52,8 31,2
p-metoxisinamato de octila 39,1 18,7 18,7
Salicilato de octila 1,5 9,8 0,0

Esta tabela mostra a degradação em porcentagem dos filtros solares em


diferentes solventes. Foram escolhidos três solventes. O óleo mineral, um solvente
altamente não polar é um dos lipídios cosméticos disponíveis mais amplamente usado.
O miristato de isopropila é um solvente comumente usado quando é requerida uma
sensação de pele mais seca. Quase todos os filtros solares são solúveis em miristato
de isopropila e, apesar de considerado não polar, sua polaridade é maior que a do
óleo mineral.
Os pigmentos perolizados vêm sendo utilizados desde épocas passadas
principalmente devido ao seu efeito decorativo. Seja revestindo um substrato, seja
incorporado a um determinado meio, proporcionam brilho, relevo e esplendor. Além
destas qualidades, alguns pigmentos perolizados podem ser utilizados não somente
pelo seu efeito decorativo, mas também como agentes de proteção contra raios UV.
Os pigmentos são compostos de mica, revestidas por camadas bem finas de dióxido
de titânio.
Quando dispersos em cremes e loções, os pigmentos não somente conferem
uma aparência de pérola ao produto, como reduzem a quantidade de radiação UV que
atingem a pele no local de aplicação.
O seu uso em produtos de proteção aos raios UV permite a redução de
89

concentração de outros absorvedores orgânicos de raios UV. Todas estas micas


revestidas são facilmente dispersas, insolúveis , inertes e atóxicas.
Embora o dióxido de titânio absorva radiação na faixa UV, os mecanismo pelos
quais as micas revestidas com o dióxido de titânio agem como protetores solar nas
fórmulas, não se deve só a absorção. A reflexão e a dispersão também têm o seu
papel. O pigmento que confere maior proteção UV tem o menor tamanho de partícula
e a mais alta concentração de dióxido de titânio.

COSMÉTICA DECORATIVA

Parece natural no homem o uso de substâncias sobre a pele, encontrado


mesmo em culturas mais primitivas, ao lado de adornos e adereços.Inicialmente
com atributo religioso e cerimonial, bem como militar, um exemplo dado pela
Antropologia tem-se nas pinturas corporais dos índios americanos e tribos africanas:
Há as pinturas cerimoniais, com uso de substâncias vegetais como o urucum e do
carvão, e ainda de argilas ou pedras moídas. Entre os Aborígines da Austrália as
pinturas seguem intrincadas formas geométricas.
É no antigo Egito que vamos encontrar os primeiros testemunhos do uso de
cosméticos. Os faraós tinham nas perucas coloridas formas de distinção social e
consideravam a maquilagem dos olhos ponto de destaque fundamental para evitar
olhar diretamente para Rá, o deus -sol. As misturas de metais pesados davam o tom
esverdeado para impregnar e proteger as pálpebras dos nobres. É também com a
civilização egípcia que surge a distinção: "Mulher de pele clara" e "Homem de pele
escura". Cleópatra bem representou o ideal de beleza daqueles tempos. Carismática
e poderosa, a Cleópatra imortalizou seu tratamento banhando-se em leite, cobrindo
as faces com argila e maquilando seus olhos com pó de khol. No Egito Antigo a
maquiagem recebeu a destinação que modernamente se lhe emprega, que é
essencialmente o de embelezamento. Nesta cultura a beleza física, tanto de homens
como de mulheres, era realçada com o uso de pinturas à base de hena, sobretudo
em torno dos olhos. Os faraós também usavam a maquiagem em cadáveres pois
eles acreditavam, que ao ressuscitarem, precisavam estar belos.
Dizia-se que Popéia tinha a pele muito branca graças ao resultado de
90

constantes banhos em leite de jumenta. Ela lançou moda e todas as romanas


abastadas eram dadas às máscaras noturnas, onde ingredientes como farinha de
favas e miolo de pão se combinavam ao leite de jumenta diluído para formar papas de
beleza. Mas a verdade é que a bela complementava seus tratamentos de
clareamento da pele maquilando as veias dos seios e testa com tintura azul. Esta
aparência translúcida foi imitada em misturas de giz, pasta de vinagre e claras de ovos
durante muitas décadas.
Conta a lenda que Psyché foi buscar no inferno o segredo da pele branca da
deusa Vênus, trazendo a cerusa, ou alvaiade, para compor suas fórmulas mágicas.
Até a Renascença italiana esse mesmo alvaiade era usado durante o dia pelas lindas
mulheres nobres, que à noite cobriam suas faces com emplastros de vitelo crú
molhado no leite para minimizar os efeitos nocivos causados pelo alvaiade.
O Kama Sutra, escrito entre os séculos I e IV, define a mulher ideal como
Padmini, aquela que tem “... a pele fina, macia e clara como o lótus amarelo..."
No Japão, do século IX ao XII, período de Heian, a valorização da pele branca
era regra geral. Para obter a aparência extremamente clara as mulheres aplicavam
um pó espesso e argiloso feito de farinha de arroz, chamado oshiroi. Depois passaram
também a usar o beni, pasta feita do extrato de açafrão, para colorir as maçãs do rosto.
Aproximadamente em 150AC o físico Galeno criou o 1o creme facial do
mundo, adicionando água à cera de abelha e óleo de oliva. Mais tarde o óleo de
amêndoas substituiu o azeite e a incorporação de bórax contribuiu para a formação da
emulsão, minimizando o tempo de processo. Estava aí a primeira base para sustentar
os pigmentos de dióxido de titânio e facilitar a aplicação na face; nascia a base cremosa
facial.
Podemos aqui destacar aspectos tecnológicos do preparo de alguns produtos
de maquilagem comumente formulados.
A função do pó facial é proporcionar um acabamento suave a pele,
mascarando as imperfeições visíveis e todo brilho devido à oleosidade ou umidade
de suor ou de preparações utilizadas sobre a pele. O objetivo principal do uso de pós
faciais é a aparência agradável ao tato. O grau de opacidade dado pela formulação
cosmética pode variar de efeito mate, quase transparente até brilho translúcido.
Nenhuma substância pura tem todas as características que se quer desta
91

formulação: poder de aderência, cobertura, absorção, deslizamento, etc.. Os pós


faciais modernos são misturas de constituintes, cada um escolhido por alguma
qualidade específica. Substâncias com características de cobertura mais utilizadas
são dióxido de titânio e oxido de zinco.
A segunda função mais importante de um pó facial é a capacidade de eliminar
brilho da face, absorvendo secreções sebáceas e suor. Os componentes que
conferem esta propriedade às formulações cosméticas são: caulim coloidal, amido ( e
derivados de amido modificados), gesso precipitado e carbonato de magnésio.
As propriedades absorventes dos pós faciais ou de seus constituintes podem ser
determinadas pelo método de Hewitt.
O deslizamento é uma propriedade reológica dos pós, que devem ser de facial
aplicação, proporcionando uma sensação de suavidade característica sobre a pele. O
deslizamento é transmitido à formulação cosmética pelo talco e também por sais
metálicos como estearato de zinco, e em grau menor pelo amido. O deslizamento é
uma função de lubrificação.
A aderência determina o quanto o pós se sustenta no local de aplicação. Esta
propriedade é basicamente obtida por incluir na formulação dos pós faciais talco, sais
metálicos insolúveis em água como estearato de zinco e de magnésio, sílica e
silicatos pulverizados.
As substâncias que são utilizadas para proporcionar luminosidade à
formulação cosmética, variam de formulação e de acordo com a moda, os pós podem
ter mais ou menos luminosidade, mas são basicamente amidos de arroz modificados
e seda pulverizada (patente britânica descreve seu preparo).
Para ceder cor à formulação são usados pigmentos inorgânicos e orgânicos,
evitando-se o uso de pigmentos hidro ou lipossolúveis. Para tal segue-se a legislação
de corantes para produtos cosméticos. Nos Estados Unidos o
FoodandDrugAdministration, FDA, regulariza o uso de corantes em cosméticos, mas
só especifica limites de pureza para corantes orgânicos.
Não se deve acentuar excessivamente a importância de perfume em
formulações de pós faciais. Geralmente se perfuma os pós faciais muito sutilmente,
somente para conferir uma sensação agradável na hora da aplicação. Este perfume
não deve permanecer na pele após a aplicação do produto.
92

Para a formulação adequada o profissional com bom conhecimento nas


propriedades e funções dos constituintes das formulações, e com ciência dos detalhes
de tipo de consumidor a que se destina o produto, história da publicidade utilizada e
propriedades destacadas não terá dificuldades para elaboração do produto
adequado.
O preparo em escala industrial deste tipo de produto se realiza em um misturador
horizontal com um agitador helicoidal.
As preparações de maquiagens bases em forma de creme essencialmente são
suspensões de pigmentos em uma loção emulsificada. Geralmente a incorporação
de pigmentos se realiza a aproximadamente 50-55ºC, enquanto a emulsão esfria
lentamente com agitação. Uma formulação citada porJanisty em JANISTY, H.,
Taschenbunch der modernenParfumerieendKosmetik, Stuttgart, para uma base em
creme é:

Mono e diestearato de glicerila (puro) 2,0 partes


Monoestearato de PEG 400 1,0 parte
Ácido esteárico 11,5 partes
Álcool cetílico 0,5 partes
Miristato de isopropila 2,0 partes
Propilenoglicol 12,0 partes
Solução de sorbitol 2,5 partes
Conservante 0,1 partes
Dióxido de titânio 2,2 partes
Talco 8, 0 partes
Pigmentos corantes 1,0 parte
Água 57,4 partes

Habitualmente esta suspensão se homogeniza e se passa por um moinho


coloidal.
O batom é uma haste prensada de corante dispersa em uma mistura de
óleos, ceras e gorduras embaladas em um tubo de recolher.
Os batons são utilizados para obter uma cor atrativa dos lábios acentuando seus
93

traços bonitos e mascarando quaisquer imperfeições. Também podem ser utilizados


com uma finalidade de hidratação e de recuperação da integridade da superfície dos
lábios.
Tais cosméticos são úteis não apenas para acentuar os lábios, mas também
para dar lubrificação e atuar como filtro solar.
Cosméticos labiais podem cobrir imperfeições e redefinir lábios malformados
por deformidade cirúrgica ou congênita.
Existem diversos tipos de cosméticos de lábios: batons, crayons, cremes,
delineadores, seladores e pomadas labiais. Veja o quadro abaixo:

Batons Aspecto Cobertura Durabili Ingredientes Principais


dade
Pigmentado Opaco Completa Moderada Cera, pigmento, óleo

Fosco Perolado Completa Moderada Cera, pigmento, óleo

Transparentes Brilhante Muito Curta Percentagem alta de


transparente óleos, tinturas solúveis

Indelével Opaco Moderada Muito Cera, óleo, tinturas de


longa ácido de bromo

Delineadores para Opaco Não Longa Cera, pigmento


lábios aplicável

Cremes para Brilhante Transparente Muito Vaselina, óleo, pigmento


lábios brilhos curta
labiais

Selantes para Opaco Não Longa Água, glicerina, cera,


lábios aplicável óleo, dimeticona
Bálsamos para Cera, óleo mineral, filtro
lábios Opaco Nenhum Longa solar químico

A coloração de lábio tem sido usada desde o tempo dos Somerianos, datando a
94

7.000 aC. A prática tem sido manipulada por muitas gerações desde os egípcios,
sírios, babilônicos, persas, gregos, romanos até as civilizações atuais. Geralmente
materiais vegetais, como açafrão híbrido ou pau-brasil, foram usados para obter uma
cor avermelhada. Os batons mais antigos verdadeiros consistiam em cera de abelha,
sebo e pigmento.
O batom atual foi introduzido em torno de 1920, quando o estojo de recolher (rool-
up), ainda usado atualmente, foi inventado. Outras fórmulas de batons, incluindo
líquidas, lápis e aplicadores automáticos, têm sido introduzidas, mas batom permanece
sendo o produto de vendas mais altas.
Batons são misturas de ceras, óleos e pigmentos emconcentrações variáveis
para obtenção das características do produto final. Por exemplo, um batom projetado
para permanecer nos lábios por um período de tempo prolongado é composto de
muita cera, pouco óleo e alta concentração de pigmento. Por outro lado, um produto
projetado para uma sensação cremosa suave nos lábios é composto de
concentrações de pouca cera e muito óleo.
As ceras comumente incorporadas em fórmulas de batons são ceras de abelha
branca, de candelila, de carnaúba, de ozoquerita, de lanolina, de ceresina e de outras
ceras sintéticas. Geralmente batons contêm uma combinação dessas ceras
cuidadosamente escolhidas e misturadas para atingir o ponto de fusão desejado.
Óleos escolhidos, como óleo de castor, óleo mineral branco, óleo de lanolina, óleos
vegetais hidrogenados ou álcool oleila, são utilizados para formar uma película
adequável para aplicação aos lábios. Os óleos também são necessários para
dispersão dos pigmentos.
Diversos tipos de substância colorantes são usados em batons. Coloração
indelével, ou descoloração labial, é atingida através do uso de ácidos de bromo,
consistindo em fluorescinas, fluorescinahalogenadas e tinturas relacionadas
insolúveis em água. Outros pigmentos consistem em materiais de tintura insolúveis e
cores de pigmentos. Pigmentos metálicos são tinturas insolúveis precipitadas ou
“pigmentadas” em um substrato metálico como alumínio. Por exemplo, FD&C Azul nº 1
é um corante azo precipitado em alumínio que transforma a tintura insolúvel em
pigmento. Outras cores de pigmentos são baseadas em sais de cálcio ou bário.
A segurança das substâncias de coloração usada em batons tem recebido
95

muita atenção. O FDA divide cores certificadas em três grupos: cores do Food,
DrugandCosmetic (FD&C), cores do Drug&Cosmetic (D&C) e cores do
ExternalDrugs&Cosmetics.
Apenas os dois primeiros grupos podem ser usados em batons. As cores do
ExternalDurg&Cosmetics só podem ser usadas em locais nos quais não entrem em
contato com mucosas. Os colorantes listados no quadro abaixo são comumente
aprovados para uso em batons nos Estados Unidos.

Colorantes de Batom Permitidos nos Estados Unidos

Azul nº 1 FD&C ou D&C, pigmento AI Vermelho nº 11 D&C, Ca


Azul nº 1 FD&C ou D&C, pigmento AI Vermelho nº 12 D&C, Ba
Vermelho nº 2 FD&C ou D&C, pigmento AI Vermelho nº 13 D&C, Sr
Vermelho nº3 FD&C ou D&C, pigmento AI Vermelho mº 19 D&C, pigmento AI
Amarelo nº 5 FD&C, pigmento AI Vermelho nº 21 D&C
Amarelo nº 5 D&C, pigmento Zr-AI Vermelho nº 27 R&C
Amarelo nº 6 D&C, pigmento AI Vermelho nº 27 D&C, pigmento AI
Amarelo FD&C ou D&C, nº 6, pigmento AI Vermelho nº 30 D&C
Vermelho nº 36
Laranja nº 5 D&C Azul nº 1 D&C, pigmento AI
Laranja nº5 D&C, pigmento AI Óxido de ferro – todos os tons
Laranja nº 10 D&C Carmim
Laranja nº 10 D&C, pigmento AI Pó de bronze
Laranja nº 17 D&C, pigmento Ba Preto-carbono
Vermelho nº 3 D&C, pigmentos AI Guanina
Vermelho nº 6 D&C, Na ou Ba Violeta-manganês
Vermelho nº 7 D&C, Ca Mica
Vermelho nº 8 D&Cn Na Pó de alumínio
Vermelho nº 9 D&C, Ba Oxicloreto de bismuto
Vermelho nº 10 D&C, Na Caroteno

Conservantes, antioxidantes, perfumes e aditivos característicos de superfície


completam a fórmula.
A produção de batom consiste em trituração, mistura, moldagem e flambagem
de pigmento. Trituração de pigmento envolve formação de partículas pequenas de
cor, que estão suspensas igualmente em uma base oleosa pronta para mistura com
96

os ingredientes remanescentes. A mistura é então aquecida até que as ceras estejam


derretidas e misturadas para assegurar uniformidade. A mistura quente é então
derramada em moldes da forma desejada.
Flambagem envolve passar a haste final do batom através de uma chama de
gás para reaquecer a superfície rapidamente, isso remove manchas de manuseio e
proporciona um polimento grande no produto, que consumidores consideram
desejável.
Sensibilizantes mais comuns de batom, desde meados da década de 20 eram
as tinturas de ácido de bromo, uma das quais é eosina (vermelho nº 21 D&C). Eosina
foi comumente usada em batons vermelhos indeléveis populares na época. Esses
batons indeléveis estão agora retornando, já que mulheres profissionais ativas
querem um produto para lábios de longa duração. Outras causas de dermatite por
batom incluem ácido ricinocléico, ácido benzóico. BCA rubinalitol (pigmento vermelho
57- 1), cera microcristalina, oxibenzona, galato de propil e compostos alifáticos C18.

Cremes e Brilhos
Cremes e brilhos labiais diferem de batons e crayons de lábios por serem
empacotados em um invólucro pequeno, e são esfregados ou aplicados com o dedo.
A fórmula de creme é obtida diminuindo-se o conteúdo de cera, aumentando-se o
conteúdo de óleo, e usando-se ceras com um ponto de fusão mais baixo. Cremes para
lábios geralmente contêm tanto pigmento quanto dióxido de titânio, produzindo um
cosmético opaco para lábios. Brilhos labiais também fornecem cor transparente aos
lábios desde que não seja usado dióxido de titânio. Produto para adolescentes também
podem conter um perfume e/ou sabor fortes. O objetivo de ambos os produtos é
fornecer muito brilho ao lábio, mas o tempo de duração é curto.
Pode haver problemas com cremes e brilhos labiais. Seu conteúdo alto de óleo
permite o corrimento, ou extravasamento do cosmético em fissuras minúsculas em
torno dos lábios, tornando-os inadequados a pacientes maduras. Adicionados à
adolescentes propensa comedõesperiorais.
Uma variedade de aditivos pode ser incorporada aos cosméticos labiais, para
alterar sua capacidade de permanência nos lábios ou fornecer características de
superfície atual. Desejos do consumidor ditam os aditivos especiais encontrados em
97

fórmulas comercialmente disponíveis.


Cosméticos para lábios podem ser formulados para dar cor aos lábios por 8
horas ou mais. Obviamente, a película do batom não permanecerá nos lábios tanto
tempo, mas os lábios podem ser corados para se conseguir uma cor duradoura. O
corante usado mais comumente é a eosina ácida, um derivado de tetrabromo de
fluoresceína. Eosina ácida, também conhecida como ácido de bromo ou vermelho nº
21 D&C, é naturalmente de cor laranja, mas muda para um sal vermelho a um pH 4.
Condições presentes nos lábios alteram o batom laranja para um corante indelével
vermelho vívido, que tem maior duração. Eosina ácida e outros ácidos de bromo
(vermelho nº 2 D&C, vermelho nº 27 D&C, laranja nº 10, laranja nº 5 D&C) têm se
tornado impopulares por seu sabor ácido e capacidade de causar dermatite alérgica
de contato ou fotossensibilização, resultando em quelite. Por essa razão, o FDA
aboliu o uso de vermelho nº 2 D&C, e tem colocado restrições sobre o uso de laranja nº 5
D&C.
Um cosmético labial opaco é preferível para pacientes que precisam de
camuflagem dos lábios. A opacidade é devida à incorporação de altas concentrações
de dióxido de titânio no batom. Dióxido de titânio oferece a melhor cobertura de todos
os pigmentos brancos, incluindo óxido de zinco. Deve ser reduzido a um pó fino para
possibilitar a aplicação suave do batom. Também adiciona brilho colorido aos
cosméticos de lábios e é usado para criar tons pastéis.
Batons foscos obtêm seu aspecto perolizado através da adição de cristais de
guanina de escama de peixe, mica coberta com dióxido de titânio, ou oxicloreto de
bismuto. Escamas de peixe atualmente são raramente usadas com oxicloreto de
bismuto sozinho ou revestidas por mica como o aditivo perolado de menor custo.
Batons transparentes não usam apenas pigmentos insolúveis opacos ou
pigmentos. Ao invés, tinturas solúveis são usadas, que permitem que os lábios
sujacentes sejam vistos enquanto fornecem uma cobertura colorida. Esse batom
fornece um aspecto natural, mas não cobre defeitos dos lábios.

CONTROLE DE QUALIDADE NA PRODUÇÃO DE PRODUTOS


COSMÉTICOS
98

O controle de qualidade é parte integrante das Boas Práticas de Fabricação e


refere-se à amostragem, especificações, ensaios, procedimentos de organização,
documentação e procedimentos de liberação dos lotes de produtos.
O Controle de Qualidade não se limita, como usualmente se pensa, às
operações laboratoriais.
Ele está diretamente relacionado com todas as decisões que estão ligadas à
qualidade do produto. É uma atividade independente da produção e dos demais
departamentos das industrias química de medicamentos ou de cosméticos.
As exigências mínimas para um departamento de controle de qualidade são:
 Instalações e equipamentos adequados;
 Pessoal treinado;
 Procedimentos operacionais aprovados para: amostragem, inspeção e
ensaios de matérias-primas, materiais de embalagem, produtos intermediários,
produtos a granel, produtos terminados e monitoramento das condições ambientais
das áreas;
 Amostragem = métodos aprovados e pessoal qualificado;
 Metodologias dos ensaios de Controle de Qualidada = validadas;
 Registros dos procedimentos (manual ou não) = amostragem, inspeções
e ensaios requeridos;
 Desvios = investigação, correção e documentação;
 Produtos acabados = devem conter substâncias ativas, que atendam à
composição quantitativa e qualitativa conforme registro do produto e devem
apresentar pureza exigida, estar embalados em material adequado e corretamente
rotulados;
 Registros dos resultados = obtidosna inspeção e dos ensaios de controle;
 Lote= liberação após aprovação de acordo com as especificações;
 Amostras das matérias-primas e produtos acabados = suficientes para
exames futuros, se necessários.

São funções do departamento de Controle de Qualidade:


 Estabelecer, validar e implementar seus procedimentos
 Avaliar, manter e armazenar os padrões de referência das substâncias
99

ativas utilizadas;
 Verificar a correta rotulagem dos recipientes de materiais e dos produtos;
 Garantir a estabilidade dos princípios ativos;
 Participar da investigação de reclamações relacionadas com a qualidade do
produto;
 Participar do monitoramento ambiental;Obs: 6 últimas operações = POP
(procedimentos operacionais padrão)
 Avaliação dos produtos acabados deve englobar = condições da
produção,resultados dos ensaios em processo, documentos de fabricação,
cumprimento das especificações do produto terminado e exame da embalagem final.
Os ensaios de Controle de Qualidade têm por objetivo avaliar as
características físicas, químicas e microbiológicas das matérias-primas, embalagens,
produtos em processo e produtos acabados.
Assim, a verificação da conformidade das especificações deve ser vista como um
requisito necessário para a garantia da qualidade, segurança e eficácia do produto e
não somente como uma exigência regulatória.
Conforme a legislação brasileira vigente e harmonizada no Mercosul é exigida a
apresentação dos dados de Controle de Qualidade (especificações) no ato da
regularização do produto. Nas inspeções, é exigida a apresentação das
especificações, dos métodos de ensaio e dos registros das análises.
A empresa deve cumprir o estabelecido no Termo de Responsabilidade,
constante do dossiê de registro/notificação, por meio do qual declara que os produtos
atendem aos regulamentos e outros dispositivos legais referentes ao controle de
processo e de produto acabado, e aos demais parâmetros técnicos relativos às Boas
Práticas de Fabricação.
A questão moderna da qualidade de bens e serviços está vinculada à
satisfação e à proteção do consumidor.
No Brasil, a Anvisa tem o papel institucional de promover e proteger a saúde da
população, por intermédio do controle sanitário da produção e da comercialização de
produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária, incluindo os cosméticos.
Assim, a legislação brasileira estabelece padrões de qualidade para produtos
cosméticos e institui, entre outras normas, as Boas Práticas de Fabricação.
100

As normas mais utilizadas para a implementação do Sistema de Gestão da


Qualidade nos laboratórios de ensaios analíticos são:

•ABNT NBR ISO/IEC 17025: “Requisitos gerais para competência de


laboratório de ensaio e calibração” – especifica os requisitos gerais para a
competência em realizar ensaios incluindo amostragem. É aplicável a ensaios
utilizando métodos normalizados, métodos não normalizados e métodos
desenvolvidos pelo laboratório.
•Boas Práticas de Laboratório: The Organisation for EconomicCo-
operationandDevelopment (OECD) PrinciplesofGoodLaboratoryPractice -
GoodLaboratoryPractice(GLP) Handbook, sistema da qualidade relativo à
organização e às condições sob as quais os estudos em laboratório e de campo são
planejados, realizados, monitorados, registrados, relatados e arquivados.
É fundamental que esse processo seja permanentemente auditado, de
maneira a corrigir possíveis distorções e garantir a sua melhoria contínua. São
responsabilidades do Controle de Qualidade:
a) Participar da elaboração, atualização e revisão de especificações e
métodos analíticos para matérias-primas, materiais de embalagem, produtos em
processo e produtos acabados, bem como dos procedimentos relacionados à área
produtiva que garantam a qualidade dos produtos.
b) Aprovar ou reprovar matéria-prima, material de embalagem, semi-
elaborado, a granel e produto acabado.
c) Manter registros completos dos ensaios e resultados de cada lote de
material analisado, de forma a emitir um laudo analítico sempre que necessário.
d) Executar todos os ensaios necessários.
e) Participar da investigação das reclamações e devoluções dos produtos
acabados.
f) Assegurar a correta identificação dos reagentes e materiais.
g) Investigar os resultados fora de especificação, de acordo com os
procedimentos internos definidos pela instituição e em conformidade com as normas
de Boas Práticas de Fabricação.
h) Verificar a manutenção das instalações e dos equipamentos.
101

i) Certificar-se da execução da qualificação dos equipamentos do laboratório,


quando necessária.
j) Garantir a rastreabilidade de todos os processos realizados.
k) Promover treinamentos iniciais e contínuos do pessoal da área de Controle
da Qualidade.
As especificações de Controle de Qualidade são estabelecidas pela empresa
atendendo à regulamentação e às normas vigentes, tais como as Listas Restritiva, de
Corantes, de Conservantes e de Filtros Solares e os pareceres da Catec, entre
outras, de modo a assegurar a qualidade, a segurança e a eficácia do produto. Os
compêndios, as farmacopéias, os fornecedores de matérias- primas, as pesquisas e
as tendências mercadológicas podem ser considerados como referências.
As especificações devem estar devidamente autorizadas e datadas, e d evem
ser revisadas periodicamente, por profissional competente, em re lação aos ensaios
preestabelecidos para cada produto.
De modo geral, um documento de especificação pode conter:
a) Identificação do material ou produto.
b) Fórmula ou referência à mesma.
c) Forma cosmética e detalhes da embalagem.
d) Referências utilizadas na amostragem e nos ensaios de controle.
e) Requisitos qualitativos e quantitativos, com os respectivos limites de
aceitação.
f) Referências do método de ensaio utilizado.
g) Condições e precauções a serem tomadas no armazenamento, quando
for o caso.
h) Prazo de validade.
i) Data de possíveis reavaliações de controle.
j) Outras informações relevantes para a empresa.
Os ensaios analíticos realizados em indústrias de cosméticos, segundo
orientação da Anvisa,

 Ensaios Organolépticos
 Aspecto
102

 Cor
 Odor
 Sabor

 Ensaios Físico-Químicos
 Determinação de pH
 Determinação de Viscosidade
 Determinação de Densidade
 Determinação de Materiais Voláteis e Resíduo Seco
 Determinação do Teor de Água/Umidade
 Granulometria
 Teste de Centrífuga

 Ensaios Químicos

 Determinação Química – Análise Qualitativa e Quantitativa

 Avaliação dos Resultados


Os resultados serão considerados satisfatórios quando as amostras
apresentarem valor dentro da especificação estabelecida para o produto. Alguns
produtos, em função do risco que podem apresentar, têm limites estabelecidos por
regulamentação específica (RDC 215/05 ou atualização).Os registros servem para
documentar o sistema da qualidade da empresa, fornecem as evidências de que os
requisitos estão sendo atendidos e constituem a base de controle essencial para a
adequação e melhoria contínua dos processos e sistemas.
Os procedimentos de identificação, preenchimento, organização,
armazenamento, acesso, recuperação e controle dos registros devem ser claramente
definidos e corretamente implementados.
Os registros gerados pelo Controle de Qualidade devem permanecer
arquivados e disponíveis para garantir a rastreabilidade das informações.
Antes de ser liberado para o mercado, todo lote de produto fabricado deve ser
aprovado pelo Controle de Qualidade, conforme as especificações estabelecidas e
103

mediante processo claramente definido e documentado. Somente o Controle de


Qualidade tem autoridade para liberar um produto acabado.
Também chamadas de Amostras de Referência Futura, são as amostras do
produto acabado que são retidas em material de embalagem original ou equivalente
ao material de embalagem de comercialização e armazenadas nas condições
especificadas, em quantidade suficiente para permitir que sejam executadas, no
mínimo, duas análises completas. As retenções devem ser de produtos acabados e,
quando for o caso, de matérias-primas e produtos em processo.
Outra função do departamento do controle de qualidade é a elaboração dos
estudos de estabilidade. Estes podem ser classificados de acordo com a duração e
pode-se dizer que existem diferentes tipos de estabilidade importantes para um
produto cosméticos, como: estabilidades físicas, químicas e microbiológicas. Estes
testes propiciam informações valiosas de como o produto irá se comportar por meses
ou até anos.
O estudo da estabilidade de produtos cosméticos forneceinformações que
indicam o grau de estabilidade relativa de um produtonas variadas condições a que
possa estar sujeito desde sua fabricação até otérmino de sua validade. Essa
estabilidade é relativa, pois varia com otempo e em função de fatores que aceleram ou
retardam alterações nosparâmetros do produto. Modificações dentro de limites
determinadospodem não configurar motivo para reprovar o produto.
104

REFERÊNCIAS

SOUZA, V.M. Ativos dermatológicos. 1. ed. São Paulo: Tecnopress, 2004. 1v.
PEYREFITTE, G. Cosmetologia, Biologia Geral, Biologia da Pele. São Paulo:
Organização Andrei Editora, 1998.
POUCHER, W. A. Poucher’s perfumes, cosmetics and soaps. London: Chapman &
Hall, 1993.
PRISTA, L. N. Dermofarmácia e Cosmética. São Paulo: Associação Nacional das
Farmácias, 1992.
PRISTA, L. N. Técnica Farmacêutica e Farmácia Galênica. 4. ed. Lisboa: Fundação
CalousteGulbemkian, 1991.
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