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MÓDULO 3
DESENVOLVIMENTO
DE SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO EM
SEGURANÇA PÚBLICA
2 • Módulo 3 Desenvolvimentos de Sistemas de Informação em Segurança Pública
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA
Secretaria de Gestão e Ensino em Segurança Pública
Diretoria de Ensino e Pesquisa
Coordenação Geral de Ensino
Núcleo Pedagógico
Coordenação de Ensino a Distância
Reformulador
Rafael Rodrigues de Sousa
Fernanda Regina Mello Weber
Revisão de Conteúdo
Lucas Eduardo Guimarães
Israel de Souza Veras
Kleber Maciel de Farias
Revisão Pedagógica
Ardmon dos Santos Barbosa
Márcio Raphael Nascimento Maia
Coordenação de Produção
Francielli Schuelter
Coordenação de AVEA
Andreia Mara Fiala
Design Instrucional
Carine Biscaro
Cíntia Costa Macedo
Clarissa Venturieri
Danrley Maurício Vieira
Dirce de Rossi Garcia Rafaelli
Marielly Agatha Machado
Linguagem e Memória
Cleusa Iracema Pereira Raimundo
Graziele Nack
Victor Rocha Freire Silva
BY NC ND
Programação
Jonas Batista Todo o conteúdo do Curso Uso da Informação em Gestão de
Segurança Pública, da Secretaria de Gestão e Ensino em
Marco Aurélio Ludwig Moraes
Segurança Pública (SEGEN), Ministério da Justiça e Segurança
Renan Pinho Assi Pública do Governo Federal - 2020, está licenciado sob a Licença
Salésio Eduardo Assi Pública Creative Commons Atribuição-Não Comercial-Sem
Derivações 4.0 Internacional.
Audiovisual
Luiz Felipe Moreira Silva Oliveira Para visualizar uma cópia desta licença, acesse:
Rafael Poletto Dutra
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt_BR
Rodrigo Humaita Witte
Apresentação.................................................................................................................5
Objetivos do Módulo.............................................................................................................................. 5
Estrutura do Módulo.............................................................................................................................. 5
Aula 1 — Proposta das Organizações das Nações Unidas (ONU)...........................6
Contextualizando................................................................................................................................... 6
Manual para o Desenvolvimento de um Sistema de Estatísticas....................................................... 6
Aula 2 — Indicadores Sociais da Criminalidade...................................................13
Contextualizando................................................................................................................................. 13
Indicadores Sociais.............................................................................................................................. 13
Aula 3 — Fontes de Informação de Segurança Pública e Justiça Criminal no
Brasil.................................................................................................................... 22
Contextualizando................................................................................................................................. 22
A Pesquisa Social e a Incidência Criminal......................................................................................... 22
Aula 4 — Pesquisas de Vitimização............................................................................27
Contextualizando................................................................................................................................. 27
Pesquisa de Vitimização no Contexto da Segurança Pública.......................................................... 27
Referências...................................................................................................................34
OBJETIVOS DO MÓDULO
Conhecer a proposta da ONU, segundo o Manual para
Desenvolvimento de Sistemas de Estatística de Justiça
Criminal. Também buscaremos identificar os indicadores
sociais de criminalidade e reconhecer sua importância para
a sistematização de políticas de segurança pública, além
de enumerar e entender a funcionalidade das fontes de
informação de segurança pública.
ESTRUTURA DO MÓDULO
Neste módulo serão abordados os seguintes temas durante
nossas aulas:
• Aula 1 – Proposta das Organizações das Nações Unidas (ONU).
• Aula 2 – Indicadores sociais de criminalidade.
• Aula 3 – Fontes de informação de segurança pública e
justiça criminal no Brasil.
• Aula 4 – Pesquisas de vitimização.
CONTEXTUALIZANDO
O Manual para o desenvolvimento de um sistema de estatísticas
em justiça criminal da ONU editado em 2003 serviu como fonte
para nortear a equipe técnica da Secretaria de Segurança
Pública na construção do Sistema Nacional de Estatísticas de
Segurança Pública (SINESP). Importante relembrar que um dos
principais pontos discutidos neste manual foi a importância
de se definir de forma clara os propósitos para estabelecer as
informações que precisam ser coletadas e sistematizadas.
Saiba mais
Conheça na íntegra o Manual para o desenvolvimento de um
sistema de estatísticas em justiça criminal da ONU: https://
unstats.un.org/unsd/publication/SeriesF/SeriesF_89E.pdf
Contexto
Como as estatísticas não representam um fim em si, também
não são muito úteis se utilizadas de maneira não relacionada,
elas são mais úteis quando estão contextualizadas.
Na Prática
Pense que, durante um determinado mês, morreram 5.000
Informações Oportunas
Estatísticas permitem tomadas de decisão melhor embasadas,
desde que sejam produzidas em momento adequado.
Planejamento e Gerenciamento
Produzir informações úteis é um processo dispendioso e
complexo, tanto em termos financeiros quanto de recursos
humanos. Se não for adequadamente gerido, tende a tornar-se
apenas um sumidouro de recursos.
• Comprometimento • Aperfeiçoamento
das partes dos programas
interessadas
Figura 1: Diretrizes • Recursos técnicos • Objetividade das
ONU para um e analíticos políticas e ações do
sistema de Estado
estatística criminal. • Sistema integrado
Fonte: Shutterstock • Clareza entre
(2019), adaptado • Serviços de segurança conteúdo e escopo
por labSEAD-UFSC
(2019).
CONTEXTUALIZANDO...
Atualmente, no Brasil, no campo da formulação de políticas
públicas voltadas à prevenção da criminalidade, observa-se
que o acesso aos indicadores sociais é deficitário, apesar
do esforço de diversas instituições em disponibilizar novos
conteúdos e informações a partir de seus cadastros.
INDICADORES SOCIAIS
O estudo dos indicadores é fundamental para análises sociais e
na implementação de políticas públicas na sociedade. As buscas
de informações confiáveis contribuem para o planejamento
público das atividades, auxiliando ainda na formulação de
políticas sociais nas diferentes esferas de governo.
“
Januzzi, os indicadores podem ser definidos como:
FINALIDADES
RELEVÂNCIA
• A primeira qualidade que devemos priorizar em um
sistema de avaliação e formulação de políticas públicas
é a relevância dos indicadores escolhidos para a agenda
político-social.
• Exemplo: Para avaliar a incidência criminal no país é
relevante o acompanhamento sistemático das taxas de
homicídio e de delitos, como assalto e furto nas UFs.
VALIDADE
• A validade das informações coletadas é necessária para
dispormos de medidas que se aproximem ao máximo da
realidade que se pretende diagnosticar.
• Exemplo: Para acompanhar os níveis de violência, é
mais válido coletar informações sobre taxas de homicídio
que saber qual o número de policiais por habitante.
COBERTURA TERRITORIAL
E POPULACIONAL
• Os indicadores de boa cobertura territorial e
populacional precisam ser representativos em relação à
realidade empírica em análise.
• Exemplo: Pesquisas que têm por finalidade o
levantamento das informações sobre os recursos
materiais disponíveis, os dados acerca do efetivo e sua
valorização, informações de âmbito administrativo e de
rotina das organizações que visam obter um diagnóstico
Figura 4: território-populacional mais amplo são realizadas pela
Propriedades Secretaria Nacional de Segurança Pública, as pesquisas
das informações
criminais e anuais dos perfis organizacionais de diferentes agências
administrativas.
de segurança pública do país, entre elas estão as Polícias
Fonte: labSEAD-
UFSC (2019). Civis, Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares.
Saiba mais
Se você quiser aprofundar o tema sobre as estatísticas
criminais no Brasil, acesse o Banco de Dados do Sinesp,
que mantém em suas bases as informações nacionais de
segurança pública, disponibilizado no link a seguir.
https://www.justica.gov.br/sua-seguranca/seguranca-publica/
sinesp-1/bi/dados-seguranca-publica
CONTEXTUALIZANDO
A busca de fontes de informações confiáveis torna-se
relevante para a efetiva compreensão dos fenômenos sociais
relacionados aos índices da criminalidade.
Por conta disso, durante nossa aula, vamos abordar a
perspectiva da pesquisa social, considerando as informações
socioeconômicas como meios para complementar as bases
de dados oficiais, com o intuito de não comprometer a
consistência dos bancos de dados do sistema de segurança
pública e da justiça criminal no Brasil.
Saiba mais
O criminólogo atua de forma a ajudar tanto no descobrimento de
uma ação criminosa como também a prevenir que ela aconteça.
Além de elaborar teorias e hipóteses sobre o aumento de um
determinado delito, é responsável por encaminhar esse tipo de
informação a quem elabora a política criminal. Para conhecer
a complexa tarefa dessa função, leia o artigo “Criminólogo: sua
importância e área de atuação”, disponível em:
https://maxsonluiz.jusbrasil.com.br/artigos/600951822/
criminologo-sua-importancia-e-area-de-atuacao.
Métodos
Fenômeno Social Científicos
Pesquisa
Palavra do Especialista
Os estudos do sociólogo Túlio Kahn (2005) apontam que a
atuação da administração municipal, ao adotar mecanismos
de gestão da segurança pública, por meio do Plano Municipal
de Segurança, Conselho Municipal de Segurança, Fundo
Municipal de Segurança, Secretaria Municipal de Segurança
Pública e Guarda Municipal contribuem para potencializar e
diminuir os índices de criminalidade.
“
expectativa social de solução dos problemas. Segundo o autor:
FONTE DE INFORMAÇÕES DE
SEGURANÇA PÚBLICA
Os dados frequentemente trabalhados em sistemas de justiça
criminal referem-se ao uso de dados policiais (ou ainda do
Ministério Público e da Justiça ou do sistema prisional) para
fins de administração dos procedimentos de rotina.
BASES DE DADOS
CONTEXTUALIZANDO
Pensar na vitimização no contexto da segurança pública requer
trazer à nossa discussão especialmente os dados reais sobre
a criminalidade. Esses são usualmente coletados por meio de
amostragem de populações que foram ou não vítimas de violência.
PESQUISA DE VITIMIZAÇÃO NO
CONTEXTO DA SEGURANÇA PÚBLICA
A pesquisa de vitimização consiste em uma série de perguntas
feitas a pessoas escolhidas em sorteio para representarem
a população, sobre terem ou não sido vítimas de algum tipo
de crime. Esse tipo de pesquisa visa ajudar o planejamento
em segurança pública, fornecendo dados reais sobre a
criminalidade e a violência, principalmente aqueles não
captados pelos registros policiais.
Figura 7: Policial
em uma entrevista
com uma vítima.
Fonte: Shutterstock
(2019), adaptado
por labSEAD-UFSC
(2019).
Saiba mais
Saiba mais
Em 2018, o Instituto de Ensino e Pesquisa incorporou novos
tipos de ocorrências, como questões sobre assédio sexual, o
uso de novas tecnologias e agressões online, além de alguns
tipos de estelionato relacionados a aplicativos de smartphones
ou crimes disparados por aplicativos e redes sociais.
Para conhecer detalhadamente as estatísticas criminais,
acesse o Relatório da Pesquisa de Vitimização em São Paulo
– 2018, no link a seguir: https://www.insper.edu.br/wp-content/
uploads/2018/11/Relatorio-Pesquisa-Vitimizacao-SP-2018.pdf
Saiba mais
Os homicídios constituem um problema amplo e grave no
Brasil. Vários determinantes estão supostamente associados ao
Seguradoras
No caso de roubos e furtos de carros, os dados das
seguradoras são importantes para comprovar estatísticas.
Figura 9: Registros
do Instituto Médico
Legal. Fonte:
Shutterstock
(2019), adaptado
por labSEAD-UFSC
(2019).
Na Prática
Uma pessoa sofre uma agressão muito violenta, de modo que,
no registro inicial na delegacia de polícia, foi caraterizada como
tentativa de homicídio. Porém, após um mês, essa pessoa morre
Além das fontes que você estudou até aqui, merecem ser
lembradas, entre outras, as fontes mais óbvias, como as
destacadas a seguir.
3
Figura 10: Fontes
alternativas de Autoridades fiscais e alfandegárias.
informações para
análise estatística
de crimes. Fonte:
labSEAD-UFSC 4 Departamentos de segurança de instituições
privadas etc.
(2019).