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RAZÕES DO LIVRO - SERMÃO

Como cristão, tive a oportunidade de refletir sobre a parábola das dez


virgens, buscando trazer ensinamentos relevantes para a igreja e para o contexto da iminente
vinda de Jesus. Por meio dessa parábola, desejei transmitir em forma de sermão a importância
da vigilância espiritual, da preparação contínua e do compromisso genuíno com Cristo.

Com base em meus conhecimentos e fé, busquei apresentar um


chamado à responsabilidade cristã, incentivando todos a avaliarem seu relacionamento com o
Noivo divino. A parábola nos alerta a mantermos nossa lâmpada acesa, simbolizando a fé viva,
o compromisso e a prontidão para recebermos o Senhor quando Ele vier.

Assim, espero que estudo seja um lembrete para a igreja atual,


encorajando cada membro a se preparar, viver uma vida cristã autêntica e se alegrar ao entrar
nas bodas eternas.
A PARÁBOLA DAS DEZ VIRGENS

MATEUS 25:1-13: 1. Então o reino do céu será semelhante a dez


virgens que, tomando os seus lampiões, saíram ao encontro do
noivo.2. E cinco delas eram prudentes, e cinco eram insensatas.
3. As que eram insensatas, tomando os seus lampiões, não
levaram azeite consigo. 4. Mas as prudentes levaram azeite em
suas vasilhas, com os seus lampiões. 5.E, tardando o noivo, todas
elas cochilaram, e dormiram. 6.E à meia-noite houve um grito:
Eis que o noivo vem; saí-lhe ao encontro. 7.Então todas aquelas
virgens se levantaram, e prepararam os seus lampiões. 8.E as
insensatas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque
os nossos lampiões estão se apagando. 9.Mas as prudentes
responderam, dizendo: Não, para que não falte a nós e a vós; mas
ide antes aos que o vendem, e comprai-o para vós. 10.E, tendo
elas ido comprá-lo, chegou o noivo; e as que estavam preparadas
entraram com ele para as bodas, e a porta foi fechada. 11.Depois
chegaram também as outras virgens, dizendo: Senhor, Senhor,
abre para nós. 12.Mas ele, respondendo, disse: Em verdade vos
digo, eu não vos conheço. 13.Vigiai, pois, porque não sabeis o dia
nem a hora em que o Filho do homem há de vir.

1. SOBRE A PARÁBOLA

O Apóstolo Mateus escreve uma história dita por Jesus em forma de PARÁBÓLA.
A parábola é uma história contada de forma alegórica ou em sentido figurado em que se
utilizada de coisas ou elementos do dia a dia para transmitir ensinamentos ESPIRITUAIS e
MORAIS aos ouvintes.

As parábolas podem ser histórias baseadas em FATOS REAIS ou FICTÍCIAS,


sempre tendo um significado mais profundo do que a própria história narrada em si eram ditas
de formas simples, mas impactantes de forma que as pessoas podiam refletir sobre o conteúdo
e significado do que era dito. Jesus utilizou frequentemente parábolas em seus ensinamentos
durante seu ministério terreno.

E as parábolas da Bíblia são poderosas ferramentas de ensino que transcendem o


tempo e a cultura, transmitindo princípios divinos e relevantes para a vida espiritual e moral
dos indivíduos até os dias de hoje, sendo ensinadas em todo mundo.

2. O QUE SERIA A PARÁBOLA DAS DEZ VIRGENS

De acordo com o texto de Mateus 25:1-13, o resumo da história seria que o REINO
DOS CÉUS é COMPARADO a DEZ VÍRGENS que saíram para encontrar o noivo. Cinco
delas eram prudentes1 e cinco eram insensatas2. As insensatas não levaram óleo para suas
lâmpadas, enquanto as prudentes levaram óleo em suas vasilhas com suas lâmpadas.

Quando o noivo chegou, apenas as virgens prudentes estavam preparadas para


encontrá-lo e entraram com ele nas bodas. As virgens tolas foram deixadas do lado de fora.

A) O QUE PODEMOS APRENDER COM ESSA PARÁBOLA?

A parábola das dez virgens é uma das duas parábolas contadas por Jesus que apelam
para a PRUDÊNCIA e VIGILÂNCIA do Cristão antes de sua vinda, destacando o tema da
preparação para a segunda vinda do Senhor. A igreja primitiva pode ter entendido essa parábola
como um chamado para estar sempre preparado e vigilante para o retorno de Jesus a terra.

Daí surgem as seguintes perguntas autorreflexivas: Como você está esperando pelo
seu Senhor? Você está vigilante? Como anda a sua prudência no dia a dia? Jesus decretou a
sentença tanto para as dez virgens como para conosco: “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia
nem a hora” na qual o Filho do Homem vem!

Além disso, a parábola também traz uma mensagem de


responsabilidade individual. Cada virgem é responsável por sua própria preparação e não pode
depender da fé ou do compromisso dos outros. A igreja primitiva entendia que cada pessoa
deveria buscar ter uma relação pessoal com Deus, cultivando a intimidade com Ele, nutrindo a
fé e vivendo uma vida de obediência e fidelidade.

1
Em outras traduções significam: espertas, sábias preparadas, etc.
2
Em outras traduções significam tolas, loucas, inconsequentes, etc.
Podem observar que a parábola deixa claro que há dois tipos de pessoas
separadas em dois grupos distintos entre PRUDENTES E INSENSATAS. Cada qual tinha
cinco mulheres, esperando o noivo chegar, contudo o que elas tinham em comum era que todas
as dez eram VIRGENS3.

Ambos os grupos eram virgens porque, simbolicamente, representam a


pureza espiritual e a separação do mundo, objetivo este da igreja de Cristo. No sentido
gramatical da palavra se refere a mulher jovem solteira, que ainda não teve relação sexual.

As características das dez, dívidas entre PRUDENTES e


INSENSATAS, destaca a ATITUDE que cada grupo de mulheres teve, durante OS
MOMENTOS que ANTECEDIAM O CASAMENTO.

Outrossim, um elemento fundamental na parábola é o AZEITE que as


virgens prudentes levaram de reserva consigo, enquanto as insensatas não. O azeite possui um
significado espiritual profundo em nossas vidas, simbolizando a PRESENÇA DO ESPÍRITO
SANTO e a busca constante por uma vida cheia de fé e comunhão com Deus.

Além disso, o azeite é frequentemente associado à unção e à


consagração no contexto bíblico. Na antiguidade, o azeite era usado para ungir reis, profetas e
sacerdotes, simbolizando a capacitação e a presença do Espírito de Deus em suas vidas. Da
mesma forma, para nós como cristãos, o azeite representa o Espírito Santo, que nos capacita,
guia e fortalece em nossa caminhada espiritual.

Ao não levarem o azeite consigo, as virgens insensatas revelam uma


falta de preparo e negligência espiritual. Elas não nutriram e cultivaram uma vida de
intimidade com Deus e não buscaram a plenitude do Espírito Santo em suas vidas. Essa falta
de azeite representa uma fé superficial e carente de uma conexão verdadeira com Deus.

Por outro lado, as virgens prudentes demonstraram a importância de


carregar o azeite, o símbolo da presença e do poder de Deus. Elas buscaram uma vida de
comunhão constante com o Espírito Santo, alimentando sua fé por meio da oração, do estudo
da Palavra de Deus e da obediência aos Seus mandamentos. Elas estavam preparadas para o

3
παρθενος [parthenos] (Substantivo feminino). Virgem
encontro com o noivo, porque tinham um relacionamento profundo com Deus e estavam cheias
do Espírito.

Mesmo a noiva não aparecendo no texto, podemos inferir que ela


simboliza a igreja de Cristo, já que o noivo, a qual as virgens iriam ao encontro representa Jesus
Cristo. Contudo, o foco mesmo na parábola está nas dez virgens, que representam OS
SEGUIDORES DE JESUS, hoje os cristãos espalhados pelos países em todo mundo.

A ênfase da parábola está na prontidão e preparação individual dos


seguidores de Cristo para o encontro com o noivo, que é a vinda de Jesus. Assim como a noiva
se prepara para o seu casamento, a igreja é chamada a se preparar para o encontro com Cristo,
vivendo em santidade, vigilância e prontidão espiritual.

Ademais, o fato de todas as virgens, tanto as prudentes quanto as


insensatas, terem cochilado e dormido, conforme indica o versículo cinco, demostra que o
tempo de espera pelo noivo foi mais longo do que o esperado. Essa espera prolongada pode ser
entendida como uma representação da demora da segunda vinda de Cristo. Porém, há uma
necessidade de estar preparado e vigilante para a volta de Jesus, mesmo que sua vinda demore
mais do que esperamos.

As dez virgens, representando os seguidores de Cristo, que são sujeitas


ao cansaço e à sonolência enquanto aguardam a vinda do noivo. Isso pode ser entendido como
um lembrete de que, como seres humanos, somos propensos a fraquezas espirituais e devemos
estar constantemente vigilantes e renovando nossa fé para não nos distrairmos do propósito e
da espera da volta de Jesus.

O grito à meia-noite no versículo seguinte representa um anúncio


repentino e surpreendente da chegada do noivo, simbolizando a prontidão e a expectativa que
devemos ter em relação ao retorno de Cristo. Não só com o retorno físico dele a terra mas
também quando ele nos chamar para a eternidade pela morte, doença ou alguma fatalidade.

Por isso esse grito de alerta nos lembra da urgência de estarmos prontos
espiritualmente e vivermos uma vida de santidade, porque não sabemos o momento exato em
que Jesus voltará. Assim como as virgens prudentes estavam prontas para sair ao encontro do
noivo, nós também devemos estar prontos para receber o Senhor quando Ele vier.
Essa parábola nos induz a buscar uma vida de comunhão íntima com
Deus, praticar a justiça, amar e servir ao próximo, e viver uma vida de consagração e fidelidade.
Devemos estar atentos às advertências e ensinamentos da Palavra de Deus, estar vigilantes em
nossa vida de oração e estar engajados na missão de compartilhar o amor e a mensagem de
salvação dele.

Os lampiões (as lamparinas, lâmpadas, etc., em outras versões)


simbolizam a FÉ e a LUZ ESPIRITUAL que cada pessoa carrega consigo. Elas representam
a PALAVRA DE DEUS em nossas vidas4 e a capacidade de brilhar e iluminar o mundo ao
nosso redor, conforme é alimentado pelo Azeite, símbolo do Espírito Santo.

Esses lampiões, que retém o azeite, também podem ser interpretadas


como o testemunho cristão e a manifestação das boas obras que resultam de uma fé genuína.
Assim como uma lâmpada precisa de óleo para continuar acesa, nossa fé precisa ser
alimentada e nutrida pelo Espírito Santo e pela Palavra de Deus.

No contexto dessa parábola, as lamparinas das virgens prudentes


estavam acesas porque elas se prepararam e trouxeram o azeite extra, simbolizando uma fé
diligente e uma busca constante pela presença de Deus. Por outro lado, as lamparinas das
virgens insensatas estavam apagadas, pois elas não se prepararam adequadamente e não
trouxeram óleo extra, não mantiveram o fervor espiritual, ou não souberam conserva-lo.

Esse fato nos desafia a examinar a qualidade de nossa própria fé e a


importância de nos mantermos espiritualmente vigilantes e prontos para a vinda de Jesus.
Devemos nutrir constantemente nossa fé, buscar o revestimento do Espírito Santo e viver uma
vida de dedicação e compromisso com Cristo, para que nossa luz brilhe diante dos outros e
glorifique a Deus.

As prudentes não podiam dar do seu azeite as insensatas porque o texto


denota uma RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL na busca da santificação e manutenção
da nossa fé. A salvação é para todos mas a entrada no reino dos céus é individual, e se emprega
força para entrar nele (Lucas 16:16).

4
Salmo 119:105- Lâmpada para os meus pés é a tua palavra; e luz para o meu caminho.
Ao mandarem as insensatas ir comprar azeite, as virgens prudentes
estão dizendo que elas não podem suprir a falta de diligência e vigilância delas, e que elas tem
que “pagar o preço” que as prudentes pagaram, para ter azeite de reserva. Cada indivíduo tem
uma responsabilidade individual perante o Senhor, a qual dará conta.

O azeite é o Espírito Santo, o suprimento espiritual que elas estavam


precisando na vida delas, necessário para manter a luz do espírito humano acessa.

Isto é, não podemos depender exclusivamente dos outros para nutrir


nossa fé. A oração é oxigênio do Cristão, e a palavra de Deus é alimento para nossa alma e o
Espírito Santo e quem nos regenera, nos conforta e nos unge, selando o cristão por dentro e por
fora diante do mundo e o marcando para Deus.

Observem no versículo dez que as virgens insensatas, ao saírem para


comprar o azeite que lhes faltava, perderam a chegada do noivo. Por outro lado, as virgens
prudentes, que estavam preparadas e tinham o azeite necessário, entraram com o noivo para as
bodas, isto é, para o casamento.

No sentido escatológico, essa passagem nos alerta para a realidade do


Arrebatamento, do juízo final, da divisão entre aqueles que estão preparados e aqueles que não
estão, a separação dos bodes e das ovelhas, da separação dos justos e injustos. Ela nos recorda
que o tempo da oportunidade está se esgotando e que devemos estar prontos para o retorno de
Cristo.

A porta que foi fechada representa o momento em que a oportunidade


de salvação e comunhão eterna com Deus chegará ao fim. Portanto, é essencial buscarmos a
prontidão espiritual e vivermos uma vida de fidelidade e entrega a Deus, para que possamos
entrar nas bodas celestiais e desfrutar da vida eterna em Sua presença.

As virgens insensatas, ao chegarem tarde e pedirem para entrar,


ouviram a resposta decepcionante do noivo: "Eu não vos conheço". As palavras do noivo não
se refere a um desconhecimento literal, mas a uma falta de relacionamento íntimo e
comprometimento com o noivo.

Se elas tivessem comprometidas com a festa, e em acompanhar a noiva,


não teriam se atrasado, até porque, em nossos dias, como dantes, fica até feio alguém chegar
como convidado de uma festa fora de hora, ou depois da cerimônia de casamento. O sentido é
o mesmo.

E no original grego, a palavra usada para "conhecer" é "ginosko", que


tem um sentido mais profundo de conhecer intimamente, ter uma relação próxima e pessoal.
Jesus está nos alertando para a necessidade de um relacionamento autêntico e sincero com Ele.

Não basta apenas professar a fé, mas é essencial viver em comunhão


íntima com o Senhor, dedicando tempo e esforço para conhecê-lo e segui-lo. Ele não aprovou
a conduta das virgens insensatas. O fato de você está dentro de uma igreja, participando da
liturgia dela, não quer dizer que Jesus aprova suas obras se você se torna apenas um religioso e
não é praticante de seus mandamentos.

Assim, podemos concluir dessa parábola que, somos chamados a uma


profunda reflexão sobre o nosso relacionamento com Jesus Cristo e a necessidade de uma
vigilância constante. A mensagem é clara: devemos estar preparados espiritualmente para a
vinda do Noivo, que é Jesus, pois não sabemos o dia nem a hora em que Ele retornará.

Nesse sentido, é essencial que examinemos nosso comportamento


cristão e avaliemos se estamos verdadeiramente vivendo de acordo com os princípios do Reino
de Deus. Somos desafiados a buscar um relacionamento íntimo com Jesus, a manter acesa a
chama da fé e a estar atentos às oportunidades de servir e testemunhar em nome de Cristo.

Portanto, amados, que essa parábola nos inspire a uma vida de


diligência espiritual, devoção sincera e renúncia mudada e quaisquer tipos de conformismo.
Que cada um de nós esteja sempre preparado, com nossas lâmpadas acesas e nossos corações
repletos do óleo do Espírito Santo.

Que sejamos verdadeiros discípulos, prontos para encontrar o Noivo


quando Ele vier. Que vivamos cada dia como se fosse o último, em total entrega e adoração a
Deus, para que, quando a porta se fechar, possamos entrar com alegria nas bodas eternas do
Cordeiro. Que assim seja, em nome de Jesus. MARANATÁ! Amém!

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