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Fundamentos de

Botânica

Prof.a Natália Santos de Santana


Prof. Nubia Alves Mariano Teixeira Pires Gomides
a

Indaial – 2022
1a Edição
Elaboração:
Prof.a Natália Santos de Santana
Prof.a Nubia Alves Mariano Teixeira Pires Gomides

Copyright © UNIASSELVI 2022

Revisão, Diagramação e Produção:


Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI

S232f

Santana, Natália Santos de

Fundamentos de botânica. / Natália Santos de Santana; Nubia Alves


Mariano Teixeira Pires Gomides. – Indaial: UNIASSELVI, 2022.

195 p.; il.

ISBN 978-85-515-0490-1

1. Botânica. – Brasil. I. Gomides, Nubia Alves Mariano Teixeira Pires.


II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.

CDD 580

Impresso por:
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático Fundamentos da Botânica!
Todos os profissionais que estudam a natureza, sejam eles biólogos, botânicos ou
ecólogos, vão apresentar em seu repertório uma série de informações, principalmente
se for a respeito à natureza e a forma como ela está organizada. Entretanto, é muito
importante saber utilizá-la e, para isso, diversas ferramentas serão importantes. Muitas
vezes, mesmo com muito conhecimento disponível ao nosso redor, esquecemos do
mais importante: o olhar.

A botânica é uma área na qual a observação é um aspecto crucial, principalmente


para caracterizar os diferentes grupos e, em seguida, ordená-los de acordo com seu
sistema de classificação, a fim de estabelecer regras e procedimentos que favoreçam o
seu estudo.

Na Unidade 1, abordaremos exatamente sobre os sistemas de classificação


botânica, que objetiva a identificação e a caracterização dos principais grupos de plantas,
bem como os processos taxonômicos associados à classificação desses organismos.
As informações contidas aqui serão muito valiosas, pois são fontes bibliográficas
específicas para o entendimento da botânica.

Em seguida, na Unidade 2 abordaremos sobre os aspectos biológicos das


espécies vegetais, relataremos sobre os processos biológicos associados ao habitat,
bem como o processo adaptativo atrelado à evolução dos principais grupos vegetais.
Além disso, compreenderemos de forma detalhada os ciclos de vida e as características
gerais das briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas.

Na Unidade 3, abordaremos sobre a tipificação botânica nos biomas,


compreendendo mais especificamente a respeito dos principais biomas brasileiros,
assim como a relevância dos grupos de conservação da biodiversidade na manutenção
da flora e, por fim, as diferentes técnicas de amostragem e monitoramento da flora.

Bons estudos!

Prof.a Natália Santos de Santana


Prof.a Nubia Alves Mariano Teixeira Pires Gomides
GIO
Olá, eu sou a Gio!

No livro didático, você encontrará blocos com informações


adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender
melhor o que são essas informações adicionais e por que você
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais
e outras fontes de conhecimento que complementam o
assunto estudado em questão.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos


os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina.
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada
também digital, em que você pode acompanhar os recursos
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que
também contribui para diminuir a extração de árvores para
produção de folhas de papel, por exemplo.

Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente,


apresentamos também este livro no formato digital. Portanto,
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.

Preparamos também um novo layout. Diante disso, você


verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos,
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.

QR CODE
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você –
e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR
Codes completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite
que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois,
é só aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
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dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de
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para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,
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Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma
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Com o objetivo de enriquecer seu conheci-


mento, construímos, além do livro que está em
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem,
por meio dela você terá contato com o vídeo
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de
auxiliar seu crescimento.

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preparamos para seu estudo.

Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!


SUMÁRIO
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA................................................... 1

TÓPICO 1 — SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO.........................................................................3


1 INTRODUÇÃO........................................................................................................................3
2 SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO..........................................................................................3
2.1 IMPORTÂNCIA DA CLASSIFICAÇÃO NA BIOLOGIA ........................................................................ 5
2.2 ASPECTOS HISTÓRICOS ..................................................................................................................... 5
2.3 NOMENCLATURA BINOMIAL............................................................................................................... 6
2.3.1 Categorias Taxonômicas ...........................................................................................................8
2.3.2 Código Internacional de Nomenclatura Botânica . ............................................................8
RESUMO DO TÓPICO 1.......................................................................................................... 10
AUTOATIVIDADE....................................................................................................................11

TÓPICO 2 — TAXONOMIA VEGETAL...................................................................................... 13


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 13
2 IDENTIFICAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA .............................................................14
2.1 HABITUS DAS PLANTAS..................................................................................................................... 14
2.2 SISTEMAS NATURAIS E ARTIFICIAIS.............................................................................................. 15
2.3 SISTEMAS FILOGENÉTICOS.............................................................................................................. 16
2.4 TIPIFICAÇÃO......................................................................................................................................... 18
3 TAXA E SEUS GRUPOS...................................................................................................... 18
4 SISTEMAS FILOGENÉTICOS ............................................................................................. 19
5 MÉTODOS DE IDENTIFICAÇÃO......................................................................................... 20
5.1 HERBÁRIO .............................................................................................................................................20
5.2 CHAVES DE IDENTIFICAÇÃO.............................................................................................................21
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................... 22
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................. 23

TÓPICO 3 — EVOLUÇÃO DAS ESPÉCIES VEGETAIS........................................................... 25


1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 25
2 EVOLUÇÃO DAS PLANTAS: GANHANDO A TERRA, MAS NÃO EM SUA TOTALIDADE....... 25
2.1 ORIGEM DOS PRINCIPAIS GRUPOS VEGETAIS..............................................................................26
2.1.1 Origem e evolução das briófitas e pteridófitas..................................................................... 27
2.2 ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS GIMNOSPERMAS...............................................................................28
2.3 ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS ANGIOSPERMAS...............................................................................29
3 O SURGIMENTO DA AUTOTROFIA E DA FOTOSSÍNTESE................................................ 30
4 DOMESTICAÇÃO DAS PLANTAS E O SURGIMENTO DA AGRICULTURA........................ 32
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................... 33
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................. 34

TÓPICO 4 — MORFOLOGIA VEGETAL...................................................................................37


1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................37
2 INTRODUÇÃO DA ANATOMIA VEGETAL............................................................................37
3 CÉLULA VEGETAL E MERISTEMAS.................................................................................. 38
3.1 PAREDE CELULAR...............................................................................................................................38
3.2 VACÚOLOS............................................................................................................................................39
3.3 PLASTÍDIOS...........................................................................................................................................39
3.4 MERISTEMAS....................................................................................................................................... 40
4 TECIDOS VEGETAIS........................................................................................................... 41
4.1 EPIDERME.............................................................................................................................................. 41
4.2 PARÊNQUIMA, COLÊNQUIMA E ESCLERÊNQUIMA......................................................................42
4.3 ESTRUTURAS SECRETORAS............................................................................................................43
4.4 SISTEMAS VASCULARES...................................................................................................................43
5 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS......................................................................... 44
5.1 RAIZ.........................................................................................................................................................45
5.2 CAULE....................................................................................................................................................45
5.3 FOLHA....................................................................................................................................................46
6 ANATOMIA DE FLOR E FRUTO...........................................................................................47
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................. 48
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................... 50
AUTOATIVIDADE................................................................................................................... 51

REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 53

UNIDADE 2 — ASPECTOS BIOLÓGICOS DAS ESPÉCIES VEGETAIS.................................. 55

TÓPICO 1 — BIOLOGIA DAS ESPÉCIES VEGETAIS...............................................................57


1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................57
2 BIOLOGIA DAS PLANTAS AVASCULARES....................................................................... 58
2.1 ORGANIZAÇÃO DO CORPO DAS PLANTAS AVASCULARES.......................................................59
2.2 SISTEMAS REPRODUTIVOS...............................................................................................................62
3 BIOLOGIA DAS PLANTAS VASCULARES......................................................................... 68
3.1 ORGANIZAÇÃO DO CORPO DAS PLANTAS VASCULARES..........................................................69
3.2 SISTEMAS REPRODUTIVOS ............................................................................................................ 84
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................... 89
AUTOATIVIDADE................................................................................................................... 91

TÓPICO 2 — FORMAS DE VIDA............................................................................................. 93


1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 93
2 FORMAÇÃO DO EMBRIÃO................................................................................................. 93
3 EMBRIÃO MADURO............................................................................................................97
4 MATURAÇÃO DA SEMENTE.............................................................................................100
5 DO EMBRIÃO À PLANTA ADULTA.................................................................................... 101
RESUMO DO TÓPICO 2....................................................................................................... 104
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................106

TÓPICO 3 — ESTRUTURA E FUNÇÃO DOS GRUPOS VEGETAIS.......................................109


1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................109
2 BRIÓFITAS........................................................................................................................109
2.1 FILOS.....................................................................................................................................................109
2.2 CICLOS DE VIDA.................................................................................................................................. 117
3 PTERIDÓFITAS.................................................................................................................120
3.1 FILOS.....................................................................................................................................................120
3.2 CICLOS DE VIDA................................................................................................................................. 125
4 GIMNOSPERMAS..............................................................................................................129
4.1 FILOS..................................................................................................................................................... 129
4.2 CICLOS DE VIDA.................................................................................................................................130
5 ANGIOSPERMAS..............................................................................................................132
5.1 FILOS..................................................................................................................................................... 132
5.2 CICLOS DE VIDA................................................................................................................................. 133
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................135
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................139
AUTOATIVIDADE................................................................................................................. 141

REFERÊNCIAS.....................................................................................................................143

UNIDADE 3 — TIPIFICAÇÃO BOTÂNICA NOS BIOMAS......................................................145

TÓPICO 1 — BIOMAS BRASILEIROS E AS PRINCIPAIS ESPECIES.................................... 147


1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 147
2 AMAZÔNIA........................................................................................................................ 147
3 CERRADO.........................................................................................................................150
4 CAATINGA ........................................................................................................................152
5 PANTANAL........................................................................................................................154
6 FLORESTA ATLÂNTICA ...................................................................................................156
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................158
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................159

TÓPICO 2 — IMPORTÂNCIA DOS GRUPOS PARA A CONSERVAÇÃO AMBIENTAL........... 161


1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 161
2 A GESTÃO DA DIVERSIDADE VEGETAL.......................................................................... 161
3 DOCUMENTAÇÃO DA DIVERSIDADE VEGETAL..............................................................162
4 COLETA DE DADOS PARA A CONSERVAÇÃO DA DIVERSIDADE VEGETAL..................163
5 LISTA VERMELHA DE ESPÉCIES DA FLORA DO BRASIL...............................................164
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................166
AUTOATIVIDADE................................................................................................................. 167

TÓPICO 3 — TÉCNICAS DE AMOSTRAGEM E MONITORAMENTO DE FLORA...................169


1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................169
2 FERRAMENTAS E APLICAÇÕES PARA O CONHECIMENTO DA DIVERSIDADE
VEGETAL..........................................................................................................................170
3 MATERIAL PARA COLETA DA FLORA...............................................................................171
4 PREPARO DAS AMOSTRAS – HERBORIZAÇÃO...............................................................171
4.1 TÉCNICAS BÁSICAS........................................................................................................................... 172
5 CATALOGAÇÃO E REGISTRO........................................................................................... 172
6 CONCEITOS BÁSICOS DE AMOSTRAGEM...................................................................... 173
6.1 DELINEAMENTO AMOSTRAL............................................................................................................ 174
6.2 PRINCIPAIS PROCESSOS DE AMOSTRAGEM.............................................................................. 175
6.2.1 Principais métodos de amostragem....................................................................................176
6.3 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO....................................................................................177
7 SUFICIÊNCIA AMOSTRAL EM INVENTÁRIOS FLORÍSTICOS......................................... 177
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................178
AUTOATIVIDADE................................................................................................................. 179

TÓPICO 4 — INVENTÁRIO FLORÍSTICO E ESTUDOS DE IMPACTO AMBIENTAL.............. 181


1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 181
2 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO....................................................................................... 181
2.1 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE PROTEÇÃO INTEGRAL.......................................................182
2.2 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE USO SUSTENTÁVEL..........................................................183
2.3 OUTRAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO.....................................................................................183
2.4 CORREDORES ECOLÓGICOS...........................................................................................................184
3 CONCEITOS BÁSICOS DE AMOSTRAGEM......................................................................184
3.1 POPULAÇÃO........................................................................................................................................185
3.2 CENSO E AMOSTRAGEM..................................................................................................................185
3.3 AMOSTRA............................................................................................................................................186
3.4 UNIDADE AMOSTRAL.......................................................................................................................186
4 MÉTODOS DE AMOSTRAGEM..........................................................................................186
4.1 MÉTODOS DE ÁREA FIXA COM EMPREGO DE PARCELAS....................................................... 187
4.2 ESTIMADORES PARA NÚMERO DE ÁRVORES, ÁREA BASAL E VOLUME............................. 187
4.3 AMOSTRAGEM ALEATÓRIA SIMPLES............................................................................................188
4.4 AMOSTRAGEM SISTEMÁTICA.........................................................................................................188
5 MANEJO FLORESTAL......................................................................................................189
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................190
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................192
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................193

REFERÊNCIAS.....................................................................................................................195
UNIDADE 1 —

SISTEMAS DE
CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• compreender sobre o sistema de taxonomia vegetal utilizada;

• entender o processo de nomenclatura;

• absorver conceitos e técnicas para taxonomia;

• compreender mecanismos de evolução das espécies;

• reconhecer os níveis morfológicos das espécies.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO

TÓPICO 2 – TAXONOMIA VEGETAL

TÓPICO 3 – EVOLUÇÃO DAS ESPÉCIES VEGETAIS

TÓPICO 4 – MORFOLOGIA VEGETAL

CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.

1
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 1!

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2
UNIDADE 1 TÓPICO 1 —
SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO

1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos sobre os sistemas de classificação
botânica. Ao observar toda a diversidade de organismos existentes em nosso planeta é
difícil imaginar a dimensão e a estrutura de tantas espécies complexas que habitam o
nosso globo terrestre. Entretanto, há muito tempo o homem vem tentando compreender
o mundo natural e uma das formas encontradas para isso foi classificar um grande
número de seres vivos, relacionando suas diferenças a partir de critérios científicos bem
definidos. Ao longo da história, diferentes sistemas de classificação foram elaborados,
com o passar dos anos diferentes áreas começaram a contribuir para intensificar as
identificações e o agrupamento entre os seres vivos, por exemplo, a paleontologia, a
embriologia, a química e a genética.

Na botânica, a identificação, bem como a classificação são os primeiros passos


para o desenvolvimento de qualquer pesquisa com plantas, pois, a partir disso, os dados
que serão gerados devem estar ligados ao nome científico, e para isso os profissionais
precisam avaliar criteriosamente as amostras da planta e compará-la com amostras
previamente determinadas no acervo dos herbários. Perceba como este conhecimento é
importante e essencial para o entendimento sobre a diversidade de espécies que vivem
no planeta e seus hábitos. Por isso que a taxonomia é uma das áreas do conhecimento
mais antigas que existem, tendo em vista que sem ela a organização dos seres vivos
seria muito difícil.

2 SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO
A classificação biológica é uma área que compreende duas disciplinas: a
taxonomia e a sistemática, que por vezes podem ser tratadas como sinônimos. De
acordo com Simpson (1971), a taxonomia é o estudo teórico da classificação, incluindo
as respectivas bases, princípios, normas e regras. Dessa maneira, a taxonomia inclui
toda e qualquer generalização sobre a classificação. Já a sistemática é definida como o
estudo científico das formas orgânicas, bem como a sua diversidade e qualquer relação
entre eles. Na atualidade, a sistemática tem transcendido o campo da classificação
biológica, incluído outras áreas da Biologia, como: a genética; a biologia de populações;
a filogenia e a biogeografia.

3
A taxonomia é a disciplina responsável pela classificação dos seres vivos,
fato este intrínseco ao ser humano. A sua classificação biológica começou a partir do
sistema postulado por Lineu, no século XVIII (RAVEN, 2014). Portanto, a taxonomia tem
como principal objetivo tratar da individualização, classificação e nome das espécies,
sejam ela pertencentes a qualquer um dos cinco reinos. Os caracteres utilizados para
classificar os seres vivos são denominados como taxonômicos e são atributos do
indivíduo. Estes podem ser considerados de forma isolada ou até mesmo comparados
a outras características de seres de espécies idênticas ou diferentes. A ordenação dessas
espécies de forma hierárquica, ou seja, de acordo com critérios adotados, é denominada
de classificação.

Nos últimos anos, nota-se que a taxonomia tem perdido prestígio em relação
a outras áreas da ciência, um dos fatores que podem ser alegados por falta de
modernização nesta área.

Ao serem representadas as características inseridas no código internacional


de nomenclatura botânica, estão dentre um dos primeiros princípios: a prioridade,
que relata sobre a associação do nome de um táxon ao seu tipo. De acordo com esses
princípios, o nome mais antigo é aquele que tem validade para publicação. Quando tipos
de mais de um nome estão incluídos dentro de um mesmo táxon, o nome da espécie
que foi validada primeiro na publicação prevalece.

Os trabalhos associados à taxonomia costumam ser volumosos, o que pode


deixar cara a publicação bem como sua distribuição. Nesse caso, essa área apresenta
uma necessidade constante que é de acessar trabalhos antigos, muitos deles são
extremamente raros, não estão preservados e podem ser pouco informativos. Dessa
forma, as dificuldades inerentes a taxonomia associadas ao desprestígio descritas
acima tornam a tentativa de se estudar a diversidade biológica ainda não descrita,
uma tarefa difícil. A flora Neotropica, por exemplo, iniciada em 1964, levará mais de
300 anos para ser concluída. Dessa forma, a partir do início do século XXI, foi sugerido
modernizar a taxonomia por meio da centralização da informação taxonômica, com isso,
a publicação eletrônica seria utilizada como integral, entretanto os nomes publicados
apenas eletronicamente não são atualmente aceitos pelos códigos de nomenclatura.

Nesse sentido, quando nos referimos aos táxons ligados às informações


específicas apenas as produções antigas e relevantes devem ser mantidas, não havendo
mais o conceito de prioridade. Essas mudanças são muito importantes, pois permitem
a distribuição de forma fácil e atualizada em relação à informação, potencializando a
valorização da taxonomia e a contribuição para se captar recursos na área. Esse trabalho
já passou a ser realizado por intermédio da construção de bancos de dados que estão
disponíveis na rede e já apresentam ferramentas que objetivam a agilidade no trabalho
taxonômico.

4
DICA
Assista ao documentário sobre a vida das plantas. A partir deste vídeo: https://
www.youtube.com/watch?v=o0CSQ4PIbqA você conseguirá entender quais
as estratégias as plantas apresentam para sobreviver em terrenos adversos.
Muitas delas sofrendo constantes ações antrópicas. Esse documentário
revela os incríveis segredos que essas plantas escondem e que farão com
que elas ainda prosperem durante muito tempo.

2.1 IMPORTÂNCIA DA CLASSIFICAÇÃO NA BIOLOGIA


Partindo da ideia de que o mundo natural tem uma ordem e uma organização
e que esta pode ser documentada, descrever tais estruturas e classificá-las é um dos
grandes objetivos da ciência. Classificar é sinônimo também de descrever. Executar tais
processos cabem à taxonomia e à sistemática. Atualmente, a classificação biológica
pode agrupar espécies e unidades históricas, além de tudo, facilita a organização do
conhecimento da biodiversidade, pois a classificação também objetiva separar as
diferentes entidades biológicas, ao mesmo tempo em que ela busca hipóteses da
relação evolutiva para explicar tal diversidade. Muitas vezes, o grau de semelhança
entre as espécies é tão grande que pode induzir o pesquisador ao erro, na verdade
esse fato é muito comum de acontecer. Dessa forma, a classificação contribui para
identificar e distinguir de forma precisa cada grupo biológico, por meio do estudo de
suas propriedades.

A taxonomia está diretamente associada à classificação e à sistemática,


conceituada no âmbito da ciência da informação por apresentar-se a nível de
organização intelectual. A organização das informações através dos conceitos da
taxonomia possibilita a alocação, recuperação e comunicação de informações dentro
de um sistema de forma lógica, por meio da navegação. O método de categorização é
empregado por meio de princípios para a elaboração de sistemas e conceitos.

2.2 ASPECTOS HISTÓRICOS


Os organismos constituem uma pequeníssima parte de toda a biodiversidade
que compõe o planeta terra. Se você parar um pouco e tentar categorizar esses
organismos, perceberá que existem diversas formas de agrupá-los, de acordo com
fatores totalmente distintos. Atualmente, no meio científico, a abordagem filogenética
se constitui como a mais aceita, por isso ao consultar materiais didáticos nas áreas
de evolução, taxonomia, botânica, zoologia ou microbiologia, é possível encontrar
uma infinidade de árvores filogenética, promovendo a necessidade de aproximação

5
de saberes científicos complexos com o cotidiano das pessoas. Entretanto, antes de
entender quais princípios estão associados ao entendimento de árvores filogenéticas,
é importante estudar a forma como a classificação biológica evoluiu ao longo dos anos.

A classificação mais conhecida são os cinco reinos que agrupam a diversidade


de seres vivos existentes no planeta, só que apenas esta classificação não é suficiente
para sustentar o estado atual do conhecimento científico. A partir disso, vamos entender
de que forma se desenhou a história da classificação dos seres vivos, abordando os
principais pontos marcantes da trajetória de desenvolvimento, com enfoque na botânica.

Um dos precursores do sistema de classificação dos organismos foi Aristóteles,


que viveu aproximadamente entre 384-322 a.C, seus estudos foram focados em
animais dividindo estes em organismos que apresentam sangue ou não. Ele classificou
também alguns grupos de mamíferos, peixes, aves e insetos. Ele acreditava que existia
uma escala natural, onde os organismos poderiam ser agrupados por níveis de acordo
com sua complexidade. Essas ideias foram sustentadas por muitos anos (JOLY, 2002).

Até que no século XVIII, um naturalista sueco chamado Carl Von Linné (Figura
2), também conhecido como Lineu, organizou um sistema de classificação que abrangia
todos os organismos e tinha como base as semelhanças entre eles (RAVEN, 2014). Toda
a classificação taxonômica moderna utiliza os princípios postulados pelo Lineu. Mesmo
com toda revolução criada seu sistema não levava em consideração relações evolutivas
entre os seres vivos. Portanto, essa visão, que perdurou até o século XIX, costumava a
ser estática.

Ernst Haeckel, no século XIX, propôs a construção de uma árvore que indicasse a
relação existente entre os três grandes grupos de seres vivos: animais, plantas e protistas.
No século XX acrescentou-se um quarto reino: a monera, que abrigava todos os organismos
procariontes. Portanto, as classificações de Haeckel foram utilizadas com base no sistema
de classificação dos cinco reinos, proposto por Whittaker (MARGULIS, 2001).

A partir do final do século XX, com o desenvolvimento tecnológico, a possibilidade


de sequenciar e comparar o DNA dos organismos teve grande influência na classificação
biológica. Carl Richard Woese, que era microbiologista, utilizou o sequenciamento de um
gene presente em todos os seres vivos para construir uma árvore filogenética universal,
que divide os seres vivos em três grandes grupos, chamados de domínios: eubacteria,
archaea e eukaria (RAVEN, 2014).

2.3 NOMENCLATURA BINOMIAL


O ato de dar nome aos seres sempre foi uma prática e uma necessidade
recorrente do ser humano, sejam eles qualquer grupo de organismos, animais, plantas ou
até mesmo objetos. Os motivos que levam a essa prática são os mais diversos possíveis,

6
sejam eles estéticos, práticos ou até mesmo culturais. Por exemplo, na comunidade
Wayampí, no Brasil, há denominações diferentes para as cinco espécies de aves
tinamiformes (Macucos e Inambus), que são utilizadas para a alimentação “namusuky”
(Tinamus major), “namupiju” (Crypturellus cinereus), “sui” (Crypturellus variegatus),
“suiko’u” (Crypturellus soui) e “makukawa” (Crypturellus noctivagus). (BARROSO, 2002)

Até o século XVII, as plantas eram denominadas a partir de uma longa sentença
descritiva, até que Gaspar Bauhin, propôs a adoção da nomenclatura binomial para cada
planta, entretanto foi Lineu no século XVIII que implementou a nomenclatura binomial,
classificando todos os seres vivos conhecidos naquela época (MARGULIS, 2001). Esse
sistema é adotado e aceito no mundo todo. Dessa forma, o objetivo da nomenclatura
biológica é também promover e facilitar a comunicação entre as informações que
existem entre os organismos. Assim, a nomenclatura tem como objetivo assegurar
um único nome de forma diferente para cada táxon, promovendo universalidade e
estabilidade nos nomes científicos.

Para a grande maioria das plantas, como é o caso das pteridófitas, gimnospermas
e angiospermas, o ponto principal para reconhecimento dos nomes como válidos iniciou
em 1 de maio de 1753, a partir da data da publicação do Species Plantarum, escrito por
Lineu. A partir disso, o nome científico para a espécie de plantas é formado por dois
nomes, o primeiro se constitui o gênero e o segundo o epíteto específico (RAVEN, 2014).
Por exemplo: Rosa canina (rosa); Phaseolus vulgaris (feijão); Caesalpinia echinata (pau-
brasil); Zea mays (milho).

A nomenclatura biológica é regulamentada a partir de normas que existem nos


Códigos Internacionais de Nomenclatura Botânica (ICBN) e no caso de plantas cultivadas
(ICNCP), estes códigos, bem como o zoológico e para bactérias, são independentes entre
si. É importante afirmar que os códigos não interferem na liberdade do pensamento
biológico. Nesse sentido, as regras de nomenclatura prescrevem a maneira de nomear a
espécie e as demais categorias, não representam como definir os táxons.

É importante salientar que o tipo da espécie se constitui como um exemplar, o


tipo do gênero é uma espécie nominal e o tipo da família é um gênero nominal. Quando
são geradas dúvidas sobre a aplicação dos códigos de nomenclatura, pode-se recorrer
às comissões internacionais de nomenclatura, que têm como objetivo resolver os casos
de cada área. A comissão tem como objetivo examinar o problema e os assuntos que
foram decididos. Para a formação dos nomes das espécies (epítetos específicos) nome
da espécie é preciso: uma combinação binária, gênero + espécie; já o epíteto específico
é geralmente um adjetivo ou substantivo adjetivado e deve combinar em gênero com
o nome do gênero, por exemplo, us – masculino; a - feminino; um – neutro, como em:
Paepalanthus hirsutus; Lactuca hirsuta; Chrysanthemum hirsutum; Conotrachelus
imbecilus; Natica livida; Vexillum pulchellum.

7
2.3.1 Categorias Taxonômicas
No século XVIII, Lineu estabeleceu regras que seriam responsáveis por dar nome
às espécies, criando as categorias taxonômicas que são utilizadas até os dias atuais. A
espécie constitui como a unidade básica da taxonomia e é definida como um conjunto
de organismos semelhantes que se reproduzem em condições naturais e dessa forma
geram descendentes férteis. Como já vimos anteriormente, o nome científico deve ser
binomial, nesse caso composto de duas palavras, a primeira representa o gênero e a
segunda a espécies, exemplo: Zea mays.

As categorias taxonômicas organizadas por Lineu agrupam espécies


semelhantes e atualmente obedecem a ordem de formação a seguir:

1. Espécies semelhantes e aparentadas entre si são agrupadas no mesmo gênero.


2. Gêneros semelhantes e aparentados entre si serão agrupados na mesma família.
3. Famílias semelhantes e aparentadas serão agrupadas na mesma ordem.
4. Ordens semelhantes e aparentadas serão agrupadas em uma mesma classe.
5. Classes semelhantes e aparentadas serão agrupadas em um mesmo filo.
6. Filos semelhantes e aparentados serão agrupados em um mesmo reino.

2.3.2 Código Internacional de Nomenclatura Botânica


O Código Internacional de Nomenclatura Botânica é atualizado a cada seis anos,
sempre após a realização do Congresso Internacional de Botânica. Esse código inclui os
seguintes aspectos: princípios, regras e recomendações, seus princípios são: os códigos
são independentes entre si; a nomenclatura de um grupo taxonômico é baseada no
princípio de prioridade; os nomes estão ligados a um tipo de nomenclatura; cada grupo
taxonômico tem apenas um nome correto, o mais antigo é validamente publicado; os
nomes científicos são escritos em latim; as regras de nomenclatura são retroativas, a
menos que estejam expressamente limitadas.

Tais regras são organizadas no formato de artigos, sendo que estes incluem
as normas que regem a prática de tais nomenclaturas, as normas são importantes
tendo em vista que padronizam a nomenclatura a nível internacional. Portanto, o código
internacional de nomenclatura botânica estabelece critérios que serão úteis para a
elaboração de nomes em diferentes táxons, de acordo com princípios e regras que são
atualizados no decorrer de quatro anos, os princípios são constituídos por um total de
seis e estabelecem a maneira como está organizado o sistema de nomenclatura:

• A nomenclatura botânica é independente da zoológica.


• A aplicação de nomes é determinada por tipos.
• A nomenclatura de um grupo taxonômico baseia-se na prioridade de publicação.

8
• Cada táxon tem apenas um nome válido.
• Os nomes dos táxons são tratados em latim.
• As regras de nomenclatura são retroativas, exceto quando claramente limitadas.

As regras do código também são organizadas em artigos, os quais tem como


objetivo ordenar os nomes já existentes e orientar a elaboração de novos.

9
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• O sistema de classificação botânica existe há muito tempo e foi criado com o intuito
de organizar as plantas de acordo com suas semelhanças.

• Esse sistema desempenha um papel de  importância em relação às diferentes


áreas que estudam as plantas; determinando os nomes com que são conhecidas
internacionalmente milhares de espécies vegetais, estudando sua distribuição,
indicando suas propriedades, acertando as relações existentes entre os grupos.

• A taxonomia trata da individualização, classificação e nome dos organismos. As


características utilizadas na classificação são chamadas de taxonômicas e são
atribuídas aos indivíduos, os quais são considerados como isolados ou tratados de
forma comparativa com seres de espécies diferentes ou idênticas. A ordenação
dessas espécies de forma hierárquica, ou seja, de acordo com critérios adotados, é
denominada de classificação.

• A identificação trata-se do reconhecimento de uma espécie, esta pode ser considerada


como idêntica a uma anteriormente classificada. Dessa forma, agrupamentos
taxonômicos são designados.

10
AUTOATIVIDADE
1 Em 1735, houve a criação de um sistema caracterizado por classificar os organismos
quanto as suas características semelhantes, o sistema binomial de nomenclatura
biológica, até os dias atuais, é utilizado para a designação científica de qualquer
espécie de ser vivo. Quanto às espécies grafadas de acordo com as regras do sistema
binomial, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Flor de laranjeira , Zea mays, Canis familiaris, Mus musculus, Lumbricus terrestris.
b) ( ) Turdus rufiventris, Zea mays, Canis familiaris, Mus musculus, Lumbricus terrestris.
c) ( ) Turdus Rufiventris, Milho comum, Canis Familiaris, Mus Musculus, Lumbricus
Terrestris.
d) ( ) turdus rufiventris, zea mays, canis familiaris, feijão fradinho, lumbricus
terrestris.

2 A ciência objetiva também agrupar os seres vivos de acordo com as suas características,
dessa forma, cada grupo possui também um subgrupo. A classificação básica dos
seres vivos está constituída, em ordem decrescente, com as categorias taxonômicas
principais. Sobre elas, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Reino, ordem, filo, classe, ordem, família, espécie e variedade.


b) ( ) Reino, divisão, reino, espécie, classe, subclasse, família e ordem.
c) ( ) Filo, reino ou divisão, família, gênero, espécie e variedade.
d) ( ) Reino, filo ou divisão, classe, ordem, família, gênero e espécie.

3 A sistemática vegetal tem por finalidade estudar a diversidade das plantas, através
da organização em grupo, com base em suas características morfológicas, relações
evolutivas e afinidades. A sistemática vegetal consiste em três etapas. Sobre elas,
analise as sentenças a seguir:

I- Edificação de um táxon.
II- Reconstrução de um táxon.
III- Identificação de um táxon.
IV- Nomenclatura de um táxon.
V- Classificação de um táxon.

Assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) As sentenças I, IV e V estão corretas.
b) ( ) As sentenças II, III e IV estão corretas.
c) ( ) As sentenças I, II e V estão corretas.
d) ( ) As sentenças III, IV e V estão corretas.

11
4 Adriana é uma paisagista, trabalhando com plantas há mais de 15 anos. Atualmente
está responsável por um projeto de ornamentação de um jardim público, e dessa
forma, necessitou de uma espécie vegetal com as seguintes características: uma
planta que se apresentasse como herbácea, houvesse um caule classificado como
rizoma, pétalas de coloração amarelada e fácil propagação. Para conseguir as
plantas exatamente iguais a descrita, explique, comparando os dois mecanismos
reprodutivos, o melhor tipo de reprodução a ser escolhido.

5 Leptodactylus labyrinthicus é um nome aparentemente complicado para uma planta


que ocorre em brejos do Estado de São Paulo, esta é considerada como uma praga
e ocasiona diversos problemas associados à poluição. Justifique o uso do nome
científico em vez de, simplesmente, “planta do brejo”, como dizem os pescadores.

12
UNIDADE 1 TÓPICO 2 —
TAXONOMIA VEGETAL

1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos sobre taxonomia vegetal, uma das
áreas de conhecimento mais antigos da Biologia, que surgido devido à necessidade de
facilitar a comunicação do homem na sociedade. Um dos grandes objetos de estudo da
taxonomia é o agrupamento de organismos definidos, denominado de táxons. Dessa
forma, a ciência encarregou-se de designar alguns elementos para realizar esta função,
por exemplo, a identificação, descrição, nomenclatura e classificação dos seres. A
identificação é um processo de associação de uma entidade não conhecida com uma
conhecida. Dessa forma, objetiva comparar se um organismo se assemelha a outro
e pode pertencer a um mesmo táxon. Esse processo tem como base as chaves de
identificação que são elaboradas por taxonomistas, sendo que a descrição é resultado
da tradução em palavras de como o organismo pode ser reconhecido por intermédio de
características que ele apresenta, estas geralmente atreladas a morfologia.

Para isso, é muito importante a nomeação dos táxons a partir de um código


que rege tais princípios, regras e recomendações. Isso garante que um nome seja de
exclusividade daquele táxon, sendo este aplicado apenas a ele de forma independente
do local que ele seja encontrado. Já a classificação tem relação com a organização
do táxon em relação a uma classificação padrão que busca que busca estabilidade.
Atualmente, a taxonomia segue os princípios postulados por Carl Von Linnaeus, os quais
os seres vivos são classificados de acordo com a hierarquia (RAVEN, 2014).

A prática de se utilizar nomes latinos começou a ser realizada pelo homem


desde o período medieval, quando o latim era amplamente utilizado. A medida que
houve o desenvolvimento dos sistemas, os organismos começaram a ser agrupados em
categorias taxonômicas específicas, depois estes foram identificados por meio de frases
descritivas em latim, chamados de polinômios. Até o final do século XVII, a primeira
palavra do polinômio designava o gênero ou grupo ao qual a planta pertencia. Dessa
forma, todas as rosas, por exemplo, eram identificadas por polinômios que começavam
com a palavras Rosa.

Uma simplificação nesse sistema de denominação dos seres vivos foi feita
pelo naturalista Lineu, em sua obra Species Plantarum, Lineu utilizou as descrições
de polinômios das espécies, mas acrescentou uma única palavra, que constituía para
as espécies uma designação abreviada. Dessa forma foi criado, o Sistema binário, ou
Sistema binomial de nomenclatura botânica (BARROSO, 2002).

13
As regras desse sistema foram estabelecidas a medida que foram ampliados
o número de espécies conhecidas, e também as áreas de estudo e exploração desses
organismos, designando o que temos nos dias atuais como código internacional de
nomenclatura botânica, o qual estabelece os princípios, regras e recomendações sobre
a nomenclatura botânica.

2 IDENTIFICAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA


O desenvolvimento de métodos para designar e classificar os seres vivos
foi um passo muito importante para o desenvolvimento da ciência como um todo,
principalmente no âmbito da comunicação. As plantas são identificadas cientificamente
a partir de dois nomes, o que chamamos de binômio, já abordado neste capítulo
anteriormente. O binômio completo é o nome da espécie que por vezes é subdividida
em variedades.

As normas e recomendações sobre a denominação correta das plantas se


encontram no código internacional de nomenclatura botânica.

2.1 HABITUS DAS PLANTAS


O hábito ou habitus, inicialmente, refere-se às diferentes maneiras e aos
aspectos associados ao comportamento ou estrutura de um organismo. Na botânica, o
hábito é a forma pela qual uma determinada espécie de planta se desenvolve. Portanto,
descreve uma série de componentes, como: comprimento e desenvolvimento do caule;
padrão de ramificação; e textura. Embora muitas plantas se encaixem perfeitamente em
algumas categorias principais, por exemplo, gramíneas, arbustos, árvores, trepadeiras,
outras plantas são mais difíceis de serem categorizadas. É muito importante estudar
sobre o hábito de uma planta, pois a partir desse conhecimento é possível compreender
também sobre a ecologia e como ela se adapta ao habitat.

O hábito está diretamente relacionado a forma como a planta se desenvolve,


sendo assim, é possível alterar à medida que a planta se modifica, sendo este termo
denominado como o hábito de crescimento. Ele inicia-se com a planta ainda no
estágio herbáceo. As plantas que permanecem neste estágio apresentam um ciclo de
vida curto e, também, são sazonais. Já as plantas denominadas como lenhosas são
aquelas que com o passar dos anos vão adquirindo tecidos denominados de lenhosos,
que fornecem força e proteção também para o sistema vascular, esta característica
promove longevidade a essas espécies.

O processo de formação da madeira nas plantas, que apresentam crescimento


secundário, é chamado de lignificação, este processo é muito importante e acontece
principalmente no caule e nas raízes das plantas, ele auxilia no papel de suporte e
também no que denominamos de ancoragem nas plantas, sendo muito importante para
compreender o hábito dessa planta.

14
2.2 SISTEMAS NATURAIS E ARTIFICIAIS
A necessidade de organizar e classificar o mundo que pertencemos levou o
homem à classificação dos seres vivos. As primeiras classificações utilizavam como
critérios o próprio cotidiano, o que denominados de sistemas de classificação natural.
Vamos imaginar uma cobra, com certeza fossemos classificá-la de acordo com
critérios pessoais, um dos seria a periculosidade, isto é, se é perigoso ou não perigoso.
Entretanto, com o decorrer dos anos, os sistemas de classificação evoluíram e utilizaram
características estruturais dos seres que estavam sendo considerados, nesse caso
denominados como sistemas de classificação artificiais.

Esses primeiros sistemas de classificação são conhecidos há muito tempo,


desde as classificações que foram atribuídas por Aristóteles (348-322 a.C), filósofo que
também realizava trabalhos como naturalista, classificou os animais segundo critérios
definidos, fazendo um resumo das informações na sua obra Historia Animalium (RAVEN,
2014). Aristoteles dividiu os seres vivos que eram conhecidos na época em dois reinos,
o dos animais ao qual ele denominou de móveis e o das plantas ao qual ele denominou
de imóveis, este tipo de classificação foi aceita até o século XVII. Com o tempo e o
avanço do conhecimento, mais informações começaram a ser acumuladas a respeito
destas ideias, houve a necessidade de atualizar os sistemas de classificação utilizando
assim mais características. No século XVIII, um botânico denominado de Carl Von
Linnaeus surgiu com ideias muito parecidas com a de Aristóteles, dividindo os seres
vivos também em dois reinos, o Animal e o das Plantas. Em seu livro publicado em 1735,
Lineu demonstrou as bases das classificações colocando os seres vivos em um sistema
hierárquico.

Jean Baptiste Lamarck é primeiro a aplicar os conceitos de evolução atrelados


à forma como as espécies apresentam suas características no decorrer dos anos.
Entretanto, em 1859, Charles Darwin, apresentou a comunidade sua teoria da evolução
que ocorre por meio da seleção natural. Os organismos não permanecem imutáveis
desde a sua criação, entretanto evoluem ao longo do tempo. Esta ideia de mutabilidade
dos organismos vai influenciar os sistemas de classificação, que no período pós-Darwin
passaram a refletir a história evolutiva dos seres vivos (RAVEN, 2014).

As classificações que apresentam essa visão evolucionista têm em conta que


as espécies mudaram ao longo do tempo. Sendo assim, os organismos são agrupados
a partir do seu grau de parentesco, ao que chamamos de classificação filogenética. As
classificações sob uma ideia evolucionista levam em conta a ideia de que as espécies
foram se modificando ao longo dos anos e agrupando os organismos de acordo com o
seu grau de parentesco. As semelhanças entre os organismos surgem como consequência
da existência de um ancestral em comum, o qual os demais sofreram diversificação.

15
INTERESSANTE
Jean Baptiste Lamarck é considerado juntamente com Charles
Darwin, os responsáveis pelas teorias da evolução, ele propôs
que as características adquiridas durante a vida eram repassadas
para as gerações futuras. Essa lei ficou conhecida como “Lei da
herança dos caracteres adquiridos”, que, junto à “Lei do uso
e desuso”, forma a teoria conhecida hoje como Lamarckismo
(FUTUYMA, 2009).

Atualmente, podemos identificar dois grupos principais de classificação, a


fenética e a filogenética. A classificação sob o âmbito da fenética tem como principal
objetivo uma rápida identificação de um serviço, sem levar em preocupação com as
relações evolutivas entre esse organismo e os outros. A base da classificação é o
grau de semelhança entre os organismos, utilizando como critério o maior número
de características fenotípicas quando a sua semelhança ou ausência. A utilização
de características associadas ao fenótipo semelhantes pode modificar os resultados
aproximando organismos que não eram tão próximos evolutivamente.

2.3 SISTEMAS FILOGENÉTICOS


Os sistemas de classificação filogenética traduzem as relações entre os
organismos a partir de uma perspectiva evolutiva, utilizando características que podem
ser agrupadas em grupos diferentes. Vejamos, a seguir.

• Características apomórficas: também denominadas como derivadas ou evoluídas,


estas estão presentes nos indivíduos de um grupo, mas estão ausentes de um
ancestral em comum, indicando a separação de um novo ramo.
• Características pleisiomórficas: Presente nos organismos de um determinado grupo
como resultado de um ancestral em comum que já apresentaria essa característica.
• Características sinapomórficas: quando taxas diferentes compartilham de uma
mesma apomorfia.

A filogenética utiliza como foco do seu trabalho a análise por meio da cladística,
a qual os organismos são classificados de acordo com os grupos hierárquicos
denominados de monofiléticos, tendo como recurso os caracteres sinapomórficos.
Essas classificações são apresentadas na forma de árvores, a que damos o nome de
cladograma (Figura 1), que mostram as relações ancestrais entre as espécies.

16
FIGURA 1 – CLADOGRAMA DEMONSTRANDO A EVOLUÇÃO DOS SERES VIVOS

FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/illustration-evolution-tree-living-
beings-1689040909>. Acesso em: 11 mar. 2022.

Atualmente, com o desenvolvimento da genética, principalmente a área da


genômica, houve a construção e o surgimento de árvores evolutivas embasadas na
aplicação de algoritmos estatísticos e bioinformáticos. Essa abordagem é muito
relevante quando pensamentos na família de genes que estão conservados. Entretanto,
apresentam divergências em relação à análise cladística. Na elaboração dos sistemas

17
de classificação podem-se utilizar diversos critérios, que vão evoluindo a medida em
que os estudos dos seres vivos se tornam mais eficientes com o avanço da tecnologia.
Atualmente, os critérios que são usados são: morfológico, simetria corporal e tipos de
nutrição.

O morfológico corresponde às características do organismo que podem sofrer


variação no decorrer da vida. Dessa maneira, a morfologia e a fisiologia devem ser
utilizadas de forma criteriosa.

A simetria corporal diz respeito aos organismos chamados de assimétricos e


aqueles que apresentam simetria. Os tipos de nutrição têm relação com os organismos
que apresentam diferentes fontes de carbono e de energia, estes podem ser classificados
como fototrópicos, quimiotróficos, autotróficos ou heterotróficos.

2.4 TIPIFICAÇÃO
A aplicação de nomes de táxons a níveis de família ou até níveis taxonômicos
inferiores é realizada a partir de tipos nomenclaturais. Um tipo de nomenclatura é um
elemento pelo qual surge o nome de um táxon, seja este correto ou sinônimo. O tipo
nomenclatural nem sempre é o elemento mais típico ou que melhor representa o táxon.

• Holótipo: espécime ou ilustração que o autor utiliza ou designa como um tipo


nomenclatural, ele que condiciona a aplicação do nome.
• Isótipo: duplicata do holótipo.
• Síntipo: qualquer espécime citada sem especificação do holótipo.
• Lectótipo: espécime escolhido como holótipo, quando o autor deixou de mencionar
o holótipo.
• Parátipo: qualquer exemplar citado que não seja holótipo, nem sintipo, nem isótipo.
• Neótipo: espécime ou ilustração selecionados para servir de tipo nomenclatural,
quando todo o material sobre o qual o nome do táxon está baseado.

Dessa forma, a tipificação é um mecanismo taxonômico essencial para descrever


quais elementos de representação do táxon, essas nomenclaturas são de grande
utilidade em herbários, o que facilita e gere o trabalho dos taxonomistas e curadores.

3 TAXA E SEUS GRUPOS


Os principais níveis de táxons, em sequência descendente são consolidados na
ciência há muitos anos, sendo estes: reino, filo, classe, ordem, família, gênero e espécie.
Já os níveis secundários dos táxons são: tribo, seção e série e forma.

18
Uma rosa é uma planta muito conhecida, com flores de diferentes colorações
e amplamente utilizada na indústria e, também, em ornamentações. Se nós formos
atribuir táxons dos seguintes níveis hierárquicos para esta planta, ficaria da forma a seguir:

• Reino: Plantae.
• Divisão ou filo: Magnoliophyta.
• Classe: Magnoliopsida.
• Subclasse: Rosidae.
• Ordem: Fabales.
• Subordem: Rosinae.
• Família: Rosaceae.
• Subfamília: Faboideae.
• Tribo: Rosoideae.
• Subtribo: Roseae.
• Gênero: Rosa.

Se um número maior de níveis taxonômicos for necessário, os termos


associados a sua nomeação são criados pela adição do prefixo sub, aos termos que
estejam associados aos níveis hierárquicos principais ou secundários.

4 SISTEMAS FILOGENÉTICOS
As ideias sobre a teoria evolucionista ficaram conhecidas a partir do século XIX,
principalmente, após a publicação dos estudos de Darwin e Wallace sobre a origem e
a evolução das espécies, estes estudos auxiliaram na reflexão sobre o surgimento de
sistemas que se dedicaram a estabelecer relações genéticas entre as plantas. Dentre os
sistemas filogenéticos mais conhecidos temos o destaque para o sistema desenvolvido
por Engler, durante muito tempo foi considerado um sistema eficaz e abrangente em
relação aos sistemas de classificação, amplamente utilizado. A aceitação em relação ao
sistema desenvolvido por Engler tem relação com o fato de ele ter sido aplicado a todos
os organismos, principalmente, do reino vegetal.

Desde 1990 muitas mudanças nas questões atreladas à sistemática das


plantas estão ocorrendo, principalmente, com o advento da tecnologia molecular,
que são aplicadas nas angiospermas. Isto comprova que há mudanças nos sistemas
de classificação deste grupo, especialmente, ao comparar genomas. Dessa forma,
a comunidade científica tem utilizado a organização sistemática de angiospermas
conforme a similaridade discutida por um grupo de botânicos, esta chamada de
Angiosperm Phylogeny Group (APG).

19
5 MÉTODOS DE IDENTIFICAÇÃO
Os estudos associados à sistemática envolvem a utilização de espécimes que
serão analisados e comparados, o que torna imprescindível o domínio de técnicas de
coleta e preservação de amostras. É importante incluir proteção ao ambiente em que
tais coletas são feitas e, também, ter atenção à manutenção em locais adequados,
como os herbários.

Como já falamos anteriormente, essas coleções são importantes fontes de


informações, se pensarmos na variabilidade morfológica das populações, sua distribuição
geográfica, frutificação, a conservação também auxilia no tratamento de pequenas
porções da planta para serem utilizadas em estudos de anatomia, micromorfologia, ou
até mesmo de DNA.

5.1 HERBÁRIO
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, o Brasil é considerado como
um dos países com maior riqueza de biodiversidade. O qual apresenta de 15% a 20% do
total de espécies e com a maior diversidade do planeta. Além disso, conta com um dos
biomas mais ricos do planeta em números de espécies vegetais, nos biomas, Amazônia,
Mata Atlântica e Cerrado, além de valores elevados de espécies vegetais, o país também
conta com uma alta taxa de endemismo (BRASIL, 1990).

Nesse sentido, é muito importante a necessidade de serem coletados exemplares
dessa diversidade vegetal e guardar esses exemplares, com a finalidade de consultas
no futuro. O herbário representa uma coleção científica de material vegetal coletado em
diferentes ambientes, com a finalidade de representar a flora de determinada região.
Para coletar os exemplares a serem depositados no herbário é preciso dar preferência aos
materiais férteis como: flores e frutos, que são fundamentais na identificação científica.

FIGURA 2 – EXSICATA SENDO TRABALHADA NO HERBÁRIO

FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/woman-cuts-glass-cutter-master-
class-2061640796>. Acesso em: 11 mar. 2022.

20
A catalogação é iniciada com a escrita do nome científico de forma correta,
o que dessa forma é fundamental para a certificação na identificação dos materiais
que são depositados no herbário. As coleções de plantas possuem várias utilizações,
servindo de base para o desenvolvimento de pesquisas na área da taxonomia, além de
servir como instrumento para entender sobre a diversidade da flora, podendo também
subsidiar o estudo que promovam a preservação das espécies e o reflorestamento de
áreas degradadas.

5.2 CHAVES DE IDENTIFICAÇÃO


A identificação das plantas é realizada a partir de manuais, trabalhos acadêmicos
ou floras referentes a determinados grupos sistemáticos. Nesse sentido, a forma mais
prática de identificar plantas é por meio das chaves de identificação botânica. Uma
chave de identificação consiste em um arranjo analítico de caracteres. As características
da planta são arranjadas em dupla, oferecendo assim uma alternativa, de forma que a
aceitação de uma das alternativas promova a rejeição da outra. Cada conjunto de duas
proposições antagônicas é chamada de dupla ou copla. Dependendo do arranjo das
coplas, as chaves podem ser construídas a partir de duas formas.

A elaboração de um sistema de classificação que leve em conta as afinidades


genéticas e evolutivas entre as plantas não é algo recente, já vem tentando ser
feito há muito tempo por taxonomistas, um fato curioso é que as denominações
monocotiledôneas e eudicotiledôneas, que nós utilizamos de forma generalizada, são
provenientes das primeiras tentativas de agrupamento das Angiospermas de acordo com o
grau de evolução e parentesco destas. A partir do século XX, a denominação sistema
de classificação filogenético ganhou dimensão, a partir da utilização da tecnologia e da
estatística, criando assim sistemas mais adequados para se classificar os vegetais.

21
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• Inicialmente, o objetivo da classificação era organizar as plantas em categorias ou


táxons.

• Em seguida, passou-se a designar as relações evolutivas em uma organização


mais natural, percebendo uma mudança no significado que a sistemática vegetal,
evoluindo para a arte de classificar as espécies.

• Os sistemas filogenéticos de classificação são responsáveis por agrupar as plantas


a partir da utilização de critérios não somente morfológicos, mas também com
aspectos anatômicos, bioquímicos e citogenéticos.

22
AUTOATIVIDADE
1 Nomes vernáculos possibilitam uma comunicação de ordem prática, útil para
assuntos mais triviais. É possível notar que esses nomes apresentam muitas vezes
subjetividades e imprecisões, o que limita de maneira efetiva as práticas científicas
e tecnológicas. Suponha que o autor do texto quisesse transmitir uma mensagem a
um agrônomo estrangeiro fazendo uso das normas da nomenclatura biológica. Para isso,
ele deveria se referir a duas das espécies. Sobre elas, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Plantae Arbusta L. (arbustos) e Plantae Arborum L. (árvores).


b) ( ) arbusti Planta (arbustos) e arboris Planta (árvores).
c) ( ) cashew Trees (cajueiros) e mango Trees (mangueiras).
d) ( ) Anacardicum occidentale (cajueiros) e Mangifera indica L. (mangueiras).

2 Em 1735, Lineu criou um sistema denominado de binomial de nomenclatura, o qual é


utilizado até hoje para a designação científica de qualquer espécie de ser vivo, esse
sistema é muito importante, pois agrupa os seres vivos de acordo com aspectos
de similaridade. Quanto às espécies grafadas de acordo com as regras do sistema
binomial, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Turdus rufiventris, Milho, Canis familiaris, Mus musculus, Lumbricus terrestris.


b) ( ) Turdus rufiventris, Zea mays, Canis familiaris, Mus musculus, Lumbricus terrestris.
c) ( ) Turdus Rufiventris, Zea Mays, Cachorro, Mus Musculus, Lumbricus Terrestris.
d) ( ) Turdus rufiventris, zea mays, canis familiaris, Musculo, lumbricus terrestris.
e) ( ) Turdus Rufiventris, zea Mays, canis Familiaris, mus Musculus,Lombriga.

3 O homem procura classificar e agrupar os seres vivos há muito tempo, uma das
primeiras tentativas levavam em consideração as similaridades entre esses
organismos e teve seu começo na Grécia antiga. Sobre a classificação biológica e as
categorias taxonômicas, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Entre os estudiosos da classificação natural, Aristóteles foi pioneiro sugerindo


que o nome científico de todo animal deveria ser composto de duas palavras.
b) ( ) Uma característica primordial, compartilhada por dois ou mais táxons e por seu
ancestral comum mais recente, é denominada parestesia.
c) ( ) Dois organismos classificados como pertencentes à categoria taxonômica de
ordem pertencem também à mesma classe.
d) ( ) O primeiro a desenvolver um método de classificação das espécies baseado na
ancestralidade evolutiva foi o naturalista sueco Carl Linné.
e) ( ) Anisocerus scopifer e Onychocerus scopifer são duas espécies que pertencem à
mesma categoria taxonômica de gênero.

23
4 A conquista do ambiente terrestre foi um aspecto importante para a adaptação
das espécies, principalmente, quando atrelamos aos aspectos que facilitaram a
propagação de gametas, atingindo assim o sucesso reprodutivo foram fundamentais.
No contexto da propagação dos gametas, indique se são as Angiospermas ou as
Pteridófitas as que apresentam menor dependência da água.

5 A Mata Atlântica é um ambiente úmido. É comum encontrar diversos tipos de plantas


verdes e de pequeno porte (alguns centímetros), crescendo sobre troncos e ramos
de árvores, bem como recobrindo certas áreas na superfície do solo. A reprodução
dessas plantas não ocorre por meio de flores, mas no seu ciclo há gametas envolvidos.
Que plantas são essas?

24
UNIDADE 1 TÓPICO 3 —
EVOLUÇÃO DAS ESPÉCIES VEGETAIS

1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 3, abordaremos sobre a evolução das espécies vegetais,
os primeiros seres vivos que deram origem as plantas são desconhecidas, entretanto,
existem teorias de que teria sido organismos unicelulares que realizavam fotossíntese
e viviam nos oceanos.

As primeiras algas surgiram a partir de grupos de bactérias primitivas,


conhecidas como cianobactérias, estas como qualquer representante do reino monera,
eram caracterizadas como eucariotas. Dessa forma, uma das primeiras complexidades
relacionadas ao Reino Plantae foi a possibilidade destes organismos serem pluricelulares.

2 EVOLUÇÃO DAS PLANTAS: GANHANDO A TERRA, MAS


NÃO EM SUA TOTALIDADE
Ainda não se sabe como surgiram as primeiras plantas na terra, entretanto
acredita-se que foi a partir de um grupo de algas verdes do grupo Chlorophyta, as
quais apresentam genótipos e fenótipos bem diferentes, permitindo a sobrevivência em
diferentes tipos de áreas, como pântanos sujeitos a inundações em alguns períodos e
seca em outros. Isso explica muito sobre os diferentes habitats que encontramos esses
organismos.

As primeiras plantas são conhecidas por pertencerem ao grupo das briófitas,


que apresentam semelhanças bioquímicas e genéticas com um grupo de algas do filo
Chlorophyta. Existem diversas semelhanças entre esses dois grupos, uma delas é o
processo de divisão celular, ainda que não tenham sido encontrados registros fósseis
que confirmem tal hipótese. Acredita-se que foi um grupo de algas carofíceas tenha
dado origem a um organismo que formaria um ancestral em comum com as briófitas
do grupo dos antóceros. Dessas primeiras briófitas surgiram o grupo dos musgos e em
seguida as plantas denominadas como hepáticas.

Diversos fatores estão associados a este acontecimento, o primeiro deles é a


ausência de vasos condutores, por esse motivo essas plantas perdem água com muita
facilidade e necessitam viver em locais úmidos. Além disso, seus nutrientes precisam
ser absorvidos e não estão mais disponíveis como quando esses organismos viviam
nos oceanos.

25
A absorção de água e nutrientes foi um aspecto importante para a sobrevivência
e evolução das plantas, devido aos rizomas. Nessas espécies essa estrutura era apenas
ramos caulinares alongados, que penetravam no solo fixando a planta em um local.
Diversas pressões seletivas e evolutivas atuaram diretamente para a adaptação das
estruturas no solo. Assim como nas briófitas, a condução era realizada por meio do
processo denominado como difusão. Nos demais grupos a água era absorvida por
intermédio do rizoide e conduzido por osmose chegando ao xilema e ascendendo em
direção ao caule e folhas.

As estruturas como os rizoides foram muito importantes para o surgimento de


raízes primitivas. Já nas plantas denominadas terrestre a perda da água teve que ser
evitada, fato este que ocorreu devido à produção de uma estrutura denominada de
cutícula, que evita a perda de água, já os estômatos são responsáveis pela troca de
gases que ocorre na planta.

As briófitas são plantas caracterizadas como avasculares, ou seja, não


apresentam vasos condutores, por esse motivo são pequenas e apresentam a
necessidade de viverem em locais próximos à água. As primeiras briófitas surgiram
com característica de apresentar a fase gametofítica mais desenvolvida que a fase
esporofítica. Já os fósseis mais conhecidos de briófitas aparecem posteriormente
às pteridófitas, o que causou grandes problemas a respeito das origens, com alguns
autores afirmando que as briófitas seriam versões minúsculas de pteridófitas.

DICA
Assista a este documentário https://www.youtube.com/watch?v=rDIAFz73ga4 sobre o
processo de evolução e origem das plantas. A história evolutiva das plantas se remonta
a um longo tempo quando organismos fotossintéticos multicelulares invadiram os
continentes. O surgimento da vida vegetal mudou completamente a
biosfera e deu vida ao mundo que antes era uma terra estéril, isso
abriu o caminho para a evolução explosiva dos animais terrestres. As
primeiras formas de plantas conseguiram se desenvolver na terra.
Elas são algumas das primeiras plantas que tinham uma estratégia
de sobrevivência, brotavam para cima buscando a luz que as fazem
crescer, este esquema se perpetuará nas florestas do futuro.

2.1 ORIGEM DOS PRINCIPAIS GRUPOS VEGETAIS


Os primeiros seres vivos que surgiram no planeta Terra eram eucariotos, ou
seja, o núcleo celular era delimitado a partir de uma membrana, com o tempo, ocorreu
o surgimento dos cromossomos, fato este que proporcionou a reprodução sexuada.
Dessa forma, os primeiros organismos eram conhecidos como algas uni e multicelulares
que evoluíram por milhões de anos. Eram plantas bastante simples não apresentavam
folhas e nem raízes, atualmente são representadas pelo grupo das briófitas.

26
Já no período da história denominado de devoniano, as plantas já apresentavam
raízes e existiam quase todos os representantes dos grupos atuais. As plantas pteridófitas
dominaram o seu surgimento em um período anterior ao Devoniano, chamado de
Carbonífero. Durante o período Mesozóico surgiram as gimnospermas e no Cretáceo
e último período as Angiospermas, que atualmente constituem o grupo de plantas
com maior sucesso, apresentando cerca de 220 mil espécies. Os progressos que foram
alcançados pela evolução das plantas é algo espetacular. Nos dias atuais as plantas
são organismos essenciais para o homem, são utilizadas em vários setores da nossa
vida, como medicinais, alimentícios, construção e energia. Além disso, as plantas são
reguladoras do ciclo da água e no ciclo do carbono, fato este essencial para o equilíbrio
da temperatura no planeta.

2.1.1 Origem e evolução das briófitas e pteridófitas


As plantas não podem ser separadas do ambiente, é importante associar a sua
evolução com o conhecimento sobre as principais alterações do planeta. As plantas
surgiram a partir de um grupo de algas, fato este comprovado por meio de semelhanças
bioquímicas que estas apresentam, por exemplo, a presença de amido, parede celular, e
pigmentos como as clorofilas. Entretanto, ainda não há clareza de como esse processo
evolutivo aconteceu.

Existem evidencias de que alguns grupos de algas e até mesmo de fungos


tenham atingido as superfícies úmidas das rochas. E, assim, foi constituído os solos
primitivos. Existem evidências mais antigas da existência de plantas terrestres
encontradas recentemente, com esporos que ainda estavam envolvidos por restos do
esporângio. Nesse processo, foi desenvolvida por uma pesquisa das paredes destes
esporos e assim permitiram relacioná-los com plantas hepáticas.

FIGURA 3 – BRIÓFITAS

FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/bryophyte-grows-on-beech-
forest-1860687604>. Acesso em: 11 mar. 2022.

27
Sendo assim, as pteridófitas também surgiram em um período considerado
prematuro, no período devoniano já se havia conhecimento sobre diversos gêneros,
eram arbustos ou pequenas árvores, com caule principal curto, com numerosos ramos,
cobertos de folhas de dois tipos.

FIGURA 4 – PTERIDÓFITAS

FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/fern-leaves-green-plants-nature-
landscape-1749246641>. Acesso em: 11 mar. 2022.

As briófitas são embriófitas não vasculares, ou seja, não possuem xilema e


floema. As pteridófitas são plantas vasculares, isto é, plantas com xilema e floema, que
se reproduzem e se dispersam via esporos. A fase dominante na briófita é o gametófito,
enquanto a fase dominante na pteridófita é o esporófito. As briófitas não têm raízes
verdadeiras, enquanto as pteridófitas têm raízes verdadeiras. As briófitas não possuem
tecidos vasculares enquanto as pteridófitas possuem tecidos vasculares.

2.2 ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS GIMNOSPERMAS


Durante um certo período, a maioria das plantas eram herbáceas, após muito
tempo a evolução progrediu rapidamente até o aparecimento das primeiras árvores.
Dessa forma, os primeiros arbustos, eram plantas semelhantes a árvores que evoluíram
no período denominado como Devoniano Médio.

FIGURA 5 – FLORESTA DE PINHEIROS, ESPÉCIE DO GRUPO DAS GIMNOSPERMAS

FONTE:< https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/panorama-forest-pine-trees-fir-
shrubs-1784184956>. Acesso em: 11 mar. 2022.

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Ao compararmos com as árvores atuais, a Gimnosperma é considerada como
pouco representativa do grupo. Esta apresentava um tronco principal com mais ou
menos 8 cm de diâmetro e cerca de 1 m de altura, também possuía no topo uma coroa
de pernadas finas ramificadas. Não apresentava folhas e o xilema dos ramos já não
era um feixe central. A evolução de plantas de grande porte criou outro problema
para os paleobotânicos, é muito difícil encontrar plantas completas com alto grau de
preservação, é mais fácil achar fragmentos de trocos, esporos, pedaços de raízes.

2.3 ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS ANGIOSPERMAS


A Era Mesozóica, que teve duração de 185 milhões de anos, compreendeu três
períodos, triássico, jurássico e cretáceo. Durante esta era houve uma variação do clima
seco e quente no período triassico, de uma maneira uniforme, até o período cretáceo
onde zonas climáticas já se encontravam bem definidas, com modificações entre a
fauna e a flora (RAVEN, 2014). Ao final do Período Cretáceo, a flora é constituída por um
novo tipo de planta: as angiospermas. Essas plantas tinham flores desenvolvidas e bem
adaptadas além de um sistema eficiente de polinização e dispersão de sementes.

FIGURA 6 – FLORES

FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/blue-violet-flower-garden-high-
quality-1968371524>. Acesso em: 11 mar. 2022.

Depois do período cretáceo, já havia a ocorrência da extinção dos dinossauros,


no qual houve um aumento no número da diversidade de mamíferos, sendo que muitos
deles eram consumidores de frutos. Dessa forma, esses animais apresentaram uma
grande importância na disseminação das angiospermas, como agentes dispersores
de sementes. Assim, as angiospermas tornaram-se muito abundantes e, até os dias
atuais, são a maior classe taxonômica representada no Reino Plantae. As angiospermas,
apresentam com flores e frutos, possuem um registro fóssil terrestre muito escasso
e difícil de ser encontrado, os únicos são datados do Triássico inferior, referente a
fragmentos fósseis.

29
A principal evidência sobre a presença de angiospermas no passado é
documentada a partir do grão de pólen, cuja estrutura muito resistente composta por
esporopolenina, em sedimentos no período cretáceo inferior há diversos registros de
grão de pólen, o que indica o aumento no número dessas plantas na época.

3 O SURGIMENTO DA AUTOTROFIA E DA FOTOSSÍNTESE


A condição animal é bastante vantajosa, pois é possível correr, andar, saltar, fugir
e até mesmo se deslocar até o alimento, o movimento, portanto, é uma característica
importantíssima. Entretanto, existem muitos grupos de animais que não se locomovem,
nesse caso eles precisam esperar que outros organismos passem próximos a eles para
que possam se alimentar. Já as plantas aprenderam a desenvolver-se desde cedo,
crescendo no mesmo local no qual sua semente caiu. Neste caso, elas conseguem
captar o que necessita para que seu crescimento ocorra de forma quantitativa e
qualitativa, sendo que seu processo nutricional ocorre principalmente por intermédio
da autotrofia, isto é, a fotossíntese.

A fotossíntese é um processo muito importante para as plantas, ocorrendo


principalmente nas folhas, ou nas superfícies, com a participação de uma organela
denominada de cloroplasto (Figura 9).

FIGURA 7 – CLOROPLASTOS

FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/botanical-anatomy-chloroplast-3d-structure-
stacks-2031738692>. Acesso em: 11 mar. 2022.

30
As folhas ficam presas a uma estrutura denominada de pecíolo que se prende
ao caule e apresentam variações dependendo do habitat em que vive. Sendo assim,
as folhas são classificadas como estruturas clorofiladas formadas a partir de feixes
vasculares atravessados e, também, delimitados por uma camada de epiderme, que
tem o papel de revestir toda a face superior e inferior dessa estrutura. A anatomia da
folha tem uma variação muito grande, tendo em vista que há uma relação direta com
o ambiente no qual os organismos foram sujeitos há milhões de anos e adaptados às
diferentes pressões seletivas.

Nas plantas, a vida se mantém graças ao consumo e à produção contínua de


energia, para isso, deve-se haver absorção de compostos orgânicos, processo que
nesse caso é chamada de fotossíntese, de forma resumida, as plantas utilizam esse
processo para produção do seu próprio alimento. A fotossíntese ocorre em três reinos,
os seres são denominados como fotossintetizantes de acordo com o tempo evolutivo,
começaram a utilizar a fotossíntese em dois momentos diferentes: a primeira fase
chamada de clara ou fótica; e a segunda conhecida como fase afótica ou escura.

Na fase fótica, a luz do sol incide sobre a clorofila e, também, sobre seus
pigmentos, que são localizados na membrana dos tilacóides dos cloroplastos e, assim,
são excitadas pelos fótons de radiação o que abrange os cumprimentos de onda de
390 a 760 nm. A clorofila torna-se excitada e os elétrons são movimentados para níveis
mais altos da eletrosfera. Dessa forma, a molécula volta ao estado normal e os elétrons
também liberaram energia em forma de luz ou calor. A partir disso, o processo de
transferência de energia é denominado como fosforilação, que se refere à produção de
energia, liberada e utilizada para produção de uma moeda energética chamada de ATP.

Na fase afótica ou escura ocorre um processo denominado de fixação do carbono,


o qual através do ar ou da água, na forma de íons bicarbonato, ocorre a conversão em
carboidratos que serão usados pela planta, esse processo tem a participação do ATP e
do NADPH, que são produzidos durante a fase clara na respiração celular, ocorrendo no
interior da mitocôndria. A reação química de fixação do carbono é catalisada por uma
enzima chamada de rubisco presente no cloroplasto.

É questionável pensar se a evolução teria proporcionado estes eventos, mas se


imaginarmos que a partir do momento em que as primeiras células das algas tiveram
uma fonte de energia à sua disposição, então a seleção natural atuaria permitindo que
esses organismos conseguissem aproveitar de alguma forma utilizar essa energia como
forma de benefício.

Vários imprevistos podem ter acontecido no percurso, até mesmo o mecanismo


fotossintético já elucidado. É possível que no início as células possam não ter conseguido
lidar com uma forma de trabalhar com a energia extra. Além disso, diversas mutações
podem ter promovido a utilização dessa energia para estoque de carbonos, a fim de ser
utilizado futuramente.

31
4 DOMESTICAÇÃO DAS PLANTAS E O SURGIMENTO DA
AGRICULTURA
A domesticação é um processo evolutivo criado pelo homem e que já o
acompanha há milhares de anos. Este processo visa a adaptação das plantas e dos
animais às necessidades humanas. As plantas domesticadas são geneticamente
diferentes dos seus genitores selvagens e consequentemente sua aparência ou
fenótipo também tendem a serem distintos. Uma espécie totalmente domesticada é
completamente dependente do homem para sua sobrevivência, não conseguindo
reproduzir-se na natureza sem a intervenção humana.

Milhões de anos se passaram até que a domesticação das espécies se iniciasse


pelo homem, a cerca de 15 mil anos. Isto demonstra que o processo estava diretamente
atrelado ao desenvolvimento da cognição humana. A transição que o homem sofreu
de coletor e caçador para agricultor foi um divisor de águas para que a evolução se
desenhasse a realidade que temos atualmente. A presença do homem na natureza
provocou mudanças na conformação original que ela apresentava. Durante a história
da civilização humana, houve também um progressivo processo de tentativas para
diminuir o esforço empenhado na obtenção de alimento, com a consequente geração
de artefatos, principalmente, com o uso da madeira como matéria-prima.

Depois de conseguir utilizar as plantas com a finalidade alimentar, o homem


começou a se dedicar para melhorar os fins estéticos e melhorar a qualidade de vida
no local em que formou seus primeiros assentamentos. As mulheres tiveram um papel
fundamental na coleta e, também, no armazenamento das sementes, apontando um
papel de gênero na agricultura.

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RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• As primeiras plantas terrestres a colonizarem o ambiente foram antóceros, hepáticas


e musgos, antigamente referidas como briófitas.

• Posteriormente, surge o grupo das samambaias e licófitas, antigamente referidas


como pteridófitas, sendo as primeiras plantas a apresentarem tecidos vasculares
conhecidos como xilema e floema. Estes tecidos foram os responsáveis pelo sucesso
das plantas na colonização do ambiente terrestre.

• Provavelmente, este último ciclo foi o responsável pelo surgimento de sementes em


plantas como pinheiros: os gimnospermas.

• De acordo com a história evolutiva, o próximo grupo pertence às  angiospermas,


plantas que produzem flores e frutos.

33
AUTOATIVIDADE
1 Os vegetais, independentemente de serem classificados como superiores ou não,
podem ser classificados de acordo com diversos aspectos, um deles diz respeito à
presença de estruturas vegetativas e reprodutivas. Quanto ao único grupo que não
possui vasos condutores de seiva, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Briófitas.
b) ( ) Pteridófitas.
c) ( ) Gimnospermas.
d) ( ) Angiospermas.

2 Joana pertence ao primeiro ano do Ensino Médio de uma escola em São Paulo.
Durante uma aula seu professor de Biologia decidiu realizar uma viagem de campo
com a turma, para que pudessem observar os diferentes tipos de grupos de plantas
que existem em um Jardim Botânico, chegando lá ele explicou os diferentes grupos
que compõem o Reino Plantae e suas principais características, um dos grupos citados
foram das angiospermas. Com base nessa situação problema, seus conhecimentos,
uma das características citadas podem ter dado à Joana a certeza de que se tratava
das angiospermas, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Presença de folhas.
b) ( ) Presença de vasos condutores como o xilema, o que garante que essas plantas
sejam maiores.
c) ( ) Presença de folhas e outros órgãos com tecidos verdadeiros.
d) ( ) Presença de frutos envolvendo a semente.

3 A catalogação de espécies é um recurso muito importante para o entendimento


sobre a organização da fauna de um país. Atualmente, encontram-se catalogadas
mais de 320 mil espécies de plantas, de diferentes tipos de grupos e filos. Sobre a
classificação dos vegetais, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Gimnospermas: plantas sem vasos condutores, apresenta raízes, caule, folhas,


flores e frutos, cujas sementes estão protegidas, por exemplo, arroz.
b) ( ) Briófitas: plantas de grande porte, vasculares, sem corpo vegetativo, como algas
cianofíceas.
c) ( ) Angiospermas: plantas cujas sementes não se encontram no interior dos frutos
e não possuem flores, por exemplo, pinheiros.
d) ( ) Pteridófitas: plantas vasculares, sem flores; apresentam raízes, caule e folhas;
possuem maior porte do que as briófitas, por exemplo, samambaias.

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4 Na história evolutiva das plantas ficou marcada a transição do meio aquático para
o meio terrestre. Nesse ambiente, os organismos enfrentam problemas diferentes
dos existentes em ambientes aquáticos. Com base no conhecimento adquirido,
explique três características que surgiram nas plantas e que podem ser consideradas
adaptativas à vida no ambiente terrestre.

5 Uma das maiores preocupações associadas à discussão dos ambientalistas refere-


se à produção de plantas transgênicas. É possível entender de que forma o grão de
pólen pode auxiliar na fertilização dessas plantas normais e com isso contaminar as
plantas transgênicas. Em 2007, foi criado, por um grupo americano um herbicida,
uma das grandes novidades deste herbicida é o fato de o mesmo poder inserir genes
de resistência no cloroplasto de plantas que são modificadas, realizando assim o
processo de transgenia de forma mais barata, só com uma única aplicação. Essa nova
forma de obtenção de plantas transgênicas poderia tranquilizar os ambientalistas
quanto à possibilidade de os grãos de pólen dessas plantas virem a fertilizar plantas
normais? Justifique.

35
36
UNIDADE 1 TÓPICO 4 —
MORFOLOGIA VEGETAL

1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 4, abordaremos sobre a morfologia vegetal, a qual
constitui uma importante área devido à necessidade de proporcionar uma base de
conhecimentos associados à estruturação interna do corpo de um vegetal. Esses
conhecimentos são essenciais para compreender os processos fisiológicos das plantas
e também as relações filogenéticas entre os diferentes táxons.

O estudo da anatomia vegetal serve para descrever de forma detalhada cada


um dos órgãos vegetativos que compõem uma planta e, também, para acompanhar a
ontogenia, ou seja, o desenvolvimento dos órgãos vegetais.

Além disso, esses estudos podem ser empregados para descrever características
morfológicas atreladas a processos ecofisiologicos sofridos pelas plantas e utilizar essa
característica anatômica em contextualizações globais.

2 INTRODUÇÃO DA ANATOMIA VEGETAL


A célula vegetal é a unidade básica de todas as plantas. Elas, como
as células animais, são eucarióticas, o que significa que possuem um núcleo
e organelas ligados à membrana. Ao contrário das células animais, as células
vegetais têm uma parede celular ao redor da membrana celular. Embora muitas
vezes percebida como um produto inativo servindo principalmente a propósitos
mecânicos e estruturais, a parede celular na verdade tem uma infinidade de
funções das quais depende a vida das plantas. As paredes celulares das plantas
são compostas de celulose, o que as diferencia de outros organismos com
paredes celulares, como bactérias (peptidoglicano) e fungos (quitina). As paredes
celulares das algas são semelhantes às das plantas e muitas contêm polissacarídeos
específicos que são úteis para a taxonomia.

Os cloroplastos armazenam clorofila e são diretamente responsáveis pela


fotossíntese. Já os cromoplastos são responsáveis por armazenar outros pigmentos e,
também, os leucoplastos têm a capacidade de armazenar substâncias, como: amido;
proteínas; e, também, alguns tipos de óleos. E por fim, os vacúolos são organelas
envolvidas por uma membrana chamada detonoplasto, estes apresentam diferentes
funções e propriedades, de acordo com o tipo de célula.

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3 CÉLULA VEGETAL E MERISTEMAS
O meristema, é uma região de células capazes de divisão e crescimento em
plantas. Os meristemas são classificados de acordo com sua localização na planta, como:
apicais, localizados nas pontas das raízes e brotos; laterais, nos câmbios vasculares e
da cortiça; e intercalares, nos entrenós ou regiões do caule entre os locais em que as
folhas se fixam e as bases das folhas, especialmente de certas monocotiledôneas, por
exemplo, gramíneas.

Os meristemas apicais dão origem ao corpo primário da planta e são responsáveis


pela extensão das raízes e brotos. Os meristemas laterais são conhecidos como
meristemas secundários porque são responsáveis pelo crescimento secundário ou
aumento da circunferência e espessura do caule. Os meristemas formam-se novamente
a partir de outras células em tecidos lesados e são responsáveis pela cicatrização de
feridas. Ao contrário da maioria dos animais, as plantas continuam a crescer durante toda
a sua vida devido à divisão ilimitada das regiões meristemáticas.

3.1 PAREDE CELULAR


A parede celular está presente nas células vegetais, ela pode ser delgada e frágil,
como é o caso das células meristemáticas, mas, também, podem ser rígidas e espessas
como nas células do esclerênquima. As células permanecem reunidas, formando
tecidos, o que as mantêm unidas umas às outras, sendo uma estrutura denominada
de lamela média, que constitui como uma fina camada constituída, principalmente, de
substâncias pécticas sintetizadas pelas próprias células.

A primeira parede que se forma na célula é chamada de parede primária, esta


pode permanecer durante toda a existência da célula. Ela também pode desenvolver
outro tipo de parede denominada de secundária. A parede secundária está relacionada
a algumas funções importantes, como: a permeabilidade da célula a água e, também,
outras substâncias, prevenindo a ruptura da membrana plasmática e atuação contra
patógenos.

A parede celular vegetal apresenta celulose e hemicelulose em sua composição


química, além de lipídios, proteínas e lignina. A celulose é um polissacarídeo que
apresenta em sua composição moléculas de glicose que são ligadas por meio de pontes
de hidrogênio. Essas moléculas podem unir-se a outras de forma paralela, produzindo
agregados chamados de microfibrilas.

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3.2 VACÚOLOS
Os vacúolos são organelas grandes que estão presentes nas células vegetais
maduras, constituindo cerca de 90% do protoplasma. A sua estrutura é muito simples,
com uma membrana chamada de tonoplasto e um líquido interno, chamado de
conteúdo do vacúolo. Os grandes vacúolos centrais frequentemente encontrados nas
células vegetais permitem que elas atinjam um tamanho grande sem acumular o volume
que dificultaria o metabolismo. Os metabólitos secundários potentes, como: taninos
ou vários pigmentos biológicos, também são sequestrados nos vacúolos de plantas,
fungos, algas e alguns outros organismos para proteger a célula da autotoxicidade.

A endocitose e a exocitose são fundamentais para o processo de digestão


intracelular. As partículas de alimentos são levadas para dentro da célula por endocitose
em um vacúolo. Os lisossomos ligam-se ao vacúolo e liberam enzimas digestivas para
extrair nutrientes. Os produtos residuais restantes da digestão são transportados para
a membrana plasmática pelo vacúolo e eliminados através do processo de exocitose.

3.3 PLASTÍDIOS
Os plastídios, também chamados de plastos, são organelas extremamente
dinâmicas, capazes de se dividir, crescer e se diferenciar. Eles possuem várias formas,
cada qual com estrutura e metabolismo especializados. Elas têm um envoltório que
apresenta duas membranas ricas em lipídios e proteínas, a qual contém uma matriz
chamada de estroma, na qual se localiza um sistema de membranas chamado de
tilacoides, o qual apresenta seu próprio DNA.

Os cloroplastos são organelas celulares de forma biconvexa, semi-porosas, de


membrana dupla, encontradas dentro do mesofilo da célula vegetal. Eles são os locais
para a síntese de alimentos pelo processo de fotossíntese. Os cromoplastos dizem
respeito a uma área em que todos os pigmentos são mantidos e sintetizados na planta.
Estes podem ser encontrados geralmente em plantas com flores, folhas envelhecidas e
frutas. Os cloroplastos se convertem em cromoplastos. Os cromoplastos têm pigmentos
carotenóides, que permitem cores diferentes nas folhas e frutas. A principal razão
para sua cor diferente é atrair polinizadores. Estes são basicamente cloroplastos que
acompanham o processo de envelhecimento.

Os geronoplastos referem-se aos cloroplastos das folhas que ajudam a se


converter em diferentes outras organelas quando a folha não está mais usando a
fotossíntese geralmente em um mês de outono. Estas são as organelas não pigmentadas
que são incolores.

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Os leucoplastos são geralmente encontrados na maioria das partes não
fotossintéticas da planta, como as raízes. Eles atuam como galpões de armazenamento
de amidos, lipídios e proteínas, dependendo da necessidade das plantas. Eles são
usados principalmente
​​ para converter aminoácidos e ácidos graxos. Existem muitas
plantas que são herdadas dos plastídios de apenas um dos pais.

As angiospermas herdam os plastídios do gameta feminino, enquanto existem


muitas gimnospermas que herdam os plastídios do pólen masculino. As algas herdam
os plastídios de apenas um dos pais. A herança dos plastídios-DNA parece ser 100%
uniparental. Na hibridização, a herança do plastídio parece ser mais errática.

3.4 MERISTEMAS
Os meristemas são regiões de células capazes de divisão e crescimento em
plantas. Os meristemas são classificados de acordo com sua localização na planta, como:
apicais, localizados nas pontas das raízes e brotos; laterais, nos câmbios vasculares e
da cortiça, e intercalares, nos entrenós ou regiões do caule entre os locais em que as
folhas se fixam e as bases das folhas, especialmente de certas monocotiledôneas, por
exemplo, gramíneas.

Os meristemas apicais dão origem ao corpo primário da planta e são responsáveis


pela extensão das raízes e dos brotos. Os meristemas laterais são conhecidos como
meristemas secundários porque são responsáveis pelo crescimento secundário, ou
aumento da circunferência e espessura do caule. Os meristemas formam-se novamente
a partir de outras células em tecidos lesados e são responsáveis pela cicatrização de
feridas. Ao contrário da maioria dos animais, as plantas continuam a crescer durante
toda a sua vida devido à divisão ilimitada das regiões meristemáticas.

As células meristemáticas são tipicamente pequenas e quase esféricas. Elas


têm um citoplasma denso e com poucos vacúolos pequenos, invólucros em forma de
saco aquoso. Algumas dessas células conhecidas como iniciais, mantêm o meristema
como fonte contínua de novas células e podem sofrer mitose, isto é, divisão celular,
antes de se diferenciarem nas células específicas necessárias para aquela região
do corpo da planta. As células que emanam do meristema apical estão dispostas
em linhagens de tecidos parcialmente diferenciados conhecidos como meristemas
primários. Existem três meristemas primários: a protoderme, que se tornará a epiderme;
o meristema fundamental, que formará os tecidos fundamentais compreendendo
células do parênquima, colênquima e esclerênquima; e o procâmbio, que se tornará os
tecidos vasculares, ou seja, xilema e floema.

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4 TECIDOS VEGETAIS
As plantas são compostas por três grandes grupos de órgãos: raízes, caules e
folhas. Como sabemos de outras áreas da biologia, esses órgãos são compostos por
tecidos que trabalham juntos para um objetivo comum. Os tecidos são feitos de um
número de células que são feitas de elementos e átomos no nível mais fundamental.
Nesta seção, veremos os vários tipos de tecido vegetal e seu lugar e propósito dentro de
uma planta. É importante perceber que pode haver pequenas variações e modificações
nos tipos básicos de tecidos em plantas especiais.

Os tecidos vegetais são caracterizados e classificados de acordo com sua


estrutura e função. Os órgãos que eles formam serão organizados em padrões dentro de
uma planta que ajudarão a classificar ainda mais a planta. Um bom exemplo disso são os
três padrões básicos de tecidos encontrados em raízes e caules que servem para delinear
entre plantas dicotiledôneas lenhosas, dicotiledôneas herbáceas e monocotiledôneas.

4.1 EPIDERME
Assim como a pele, uma planta tem um sistema de tecidos, um grupo de células
que trabalham juntas para uma função muito específica, que formam a primeira linha de
defesa contra danos físicos e doenças. Esse sistema de tecido é chamado de sistema
de tecido dérmico e é o revestimento protetor externo da planta. O próprio sistema
dérmico consiste em uma camada de células compactadas chamadas epiderme. Na
maioria dos caules e das folhas a epiderme é coberta com um revestimento ceroso
chamado cutícula, que ajuda a evitar a perda de água através da epiderme.

A epiderme da planta é única porque é na verdade duas camadas diferentes


de células: a epiderme superior e a epiderme inferior. Entre essas duas camadas estão
dois outros sistemas de tecidos importantes: o sistema de tecido vascular e o sistema
de tecido fundamental. O sistema de tecidos vasculares fornece transporte de água e
nutrientes das raízes para outras partes da planta. O sistema de tecidos do solo, também
chamado de mesofilo, é especializado na fotossíntese, o processo pelo qual a planta
converte a luz solar em energia química utilizável. No entanto, se a epiderme cobre o
mesofilo, como ocorre a fotossíntese?

A epiderme é realmente interrompida por pequenos poros chamados estômatos.


Essas aberturas permitem a troca de dióxido de carbono e oxigênio, o que potencializa a
fotossíntese. Os estômatos são controlados por células-guarda, que regulam a extensão
em que os estômatos estão abertos ou fechados. Servindo como a pele de uma planta,
as células da epiderme protegem os tecidos internos do mundo exterior, criando uma
barreira. A epiderme também serve a uma variedade de outras funções para as plantas.
Quando os estômatos se abrem para trocar gases durante a fotossíntese, a água

41
também é perdida através dessas pequenas aberturas por evaporação. As plantas não
gostam de perder água e a cutícula cerosa da epiderme ajuda a minimizar essa perda,
evitando que as plantas sequem. A epiderme também ajuda a proteger as plantas de
serem comidas por animais e parasitas. Muitas plantas têm pelos grossos ou espinhos
que vêm da epiderme, tornando-a muito pouco atraente para um animal faminto. Pense
em um cacto com seus grandes espinhos, o perigo associado à tentativa de acessar o
que está por trás desses espinhos provavelmente torna essa planta muito desagradável.

4.2 PARÊNQUIMA, COLÊNQUIMA E ESCLERÊNQUIMA


O tecido fornece resistência estrutural, resistência mecânica e mostra a divisão
do trabalho. Um número coletivo de tecidos forma órgãos no organismo multicelular.
Os tecidos simples consistem em células que são estruturalmente e funcionalmente
semelhantes. Eles são compostos de apenas um tipo de células.

Os tecidos simples são de três tipos: parênquima, colênquima e esclerênquima.


Vejamos, detalhadamente, a seguir.

• Parênquima: são células vivas e muradas, de natureza mole devido à presença de


células de paredes finas.
• Colênquima: estes são caracterizados por células vivas de paredes espessas
irregulares.
• Esclerênquima: possuem células com paredes lignificadas espessadas, conferindo-lhes
resistência e impermeabilização.

O parênquima, em plantas, é o tecido tipicamente composto por células


vivas de paredes finas, estrutura não especializada e, portanto, adaptável, com
diferenciação a várias funções. As células são encontradas em muitos lugares ao
longo do corpo das plantas e, uma vez que estão vivas, estão ativamente envolvidas
na fotossíntese, secreção, armazenamento de alimentos e outras atividades da vida
vegetal. O parênquima é um dos três principais tipos de tecido fundamental nas plantas,
juntamente com o esclerênquima (tecidos de suporte mortos com paredes espessas) e o
colênquima (tecidos de suporte vivos com paredes irregulares).

O parênquima compõe o mesofilo carregado de cloroplastos (camadas internas)


das folhas e o córtex (camadas externas) e medula (camadas mais internas) dos caules
e raízes. Ele também forma os tecidos moles dos frutos. As células desse tipo também
estão contidas no xilema e no floema como células de transferência e como as bainhas
do feixe que circundam os filamentos vasculares. O tecido do parênquima pode ser
compacto ou ter espaços extensos entre as células.

42
4.3 ESTRUTURAS SECRETORAS
As células ou as organizações de células produzem uma variedade de secreções.
O processo de secreção é a separação de uma substância do protoplasto de uma célula.
A substância secretada pode permanecer depositada dentro da própria célula secretora
ou pode ser liberada da célula.

As substâncias podem ser secretadas na superfície da planta ou em cavidades


ou canais intercelulares. Algumas das muitas substâncias contidas nas secreções
não são mais utilizadas pela planta, como: resinas; borracha; taninos; e vários cristais,
enquanto outras participam das funções da planta, por exemplo, enzimas e hormônios.
As estruturas secretoras variam de células únicas espalhadas entre outros tipos de
células a estruturas complexas envolvendo muitas células, que são frequentemente
chamadas de glândulas.

4.4 SISTEMAS VASCULARES


O sistema vascular em plantas vasculares é o conjunto de tecidos condutores
e fibras de suporte associadas que transportam nutrientes e fluidos por todo o corpo
da planta. Os dois tecidos vasculares primários são: o xilema, que transporta água e
minerais dissolvidos das raízes para as folhas; e o floema, que conduz o alimento das
folhas para todas as partes da planta. A maioria das plantas existentes na Terra possuem
sistemas vasculares, incluindo as plantas vasculares inferiores (licófitas e samambaias),
gimnospermas e angiospermas.

Aglomerados discretos de tecidos de xilema e floema, conhecidos como


feixes vasculares, correm longitudinalmente ao longo do caule. O sistema vascular de
monocotiledôneas, por exemplo, gramíneas, consiste em feixes vasculares espalhados
pelo caule, enquanto o sistema vascular de dicotiledôneas, por exemplo, rosas, apresenta
tecidos vasculares que circundam uma medula central. Os raios vasculares se estendem
radialmente ao longo do caule, auxiliando na condução dos feixes vasculares para os
tecidos adjacentes a eles.

Vários tipos de feixes vasculares são reconhecidos, no padrão colateral, o floema


encontra-se apenas em um lado do xilema, geralmente, em direção ao exterior do caule.
Esse arranjo é típico das dicotiledôneas, a maioria das plantas com flores, como: rosas;
maçãs; e carvalhos. Se o floema estiver nas faces externa e interna do xilema, o feixe
é bicolateral. Um feixe concêntrico tem xilema inteiramente circundado por floema
(condição anficribal) ou floema inteiramente circundado por xilema (condição anfivasal).
Os feixes fechados carecem de câmbio e são incapazes de continuar o crescimento
lateralmente. Eles são típicos de monocotiledôneas, como gramíneas, lírios e palmeiras,
nas quais estão espalhados em dois ou mais anéis no caule.

43
5 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
Nos últimos tempos, não houve uma declaração clara do que é a ciência da
morfologia vegetal e como tais ênfases se relacionam com a ciência como um todo. Não está
claro para muitos profissionais que a própria morfologia vegetal representa uma disciplina
científica válida. Devido aos declínios históricos no interesse e no ensino da morfologia
vegetal, ela passou a ser vista em grande parte como um provedor de caracteres para a
circunscrição sistemática, portanto, virtualmente sinônimo de sistemática vegetal, dado
que a sistemática contemporânea colocou uma ênfase maior em dados moleculares do
que morfológicos, o momento parece propício para reavaliar a morfologia das plantas e
qual seu papel pode e deve ser na moderna biologia das plantas.

As principais razões pelas quais a ciência da morfologia vegetal é praticamente


desconhecida e não causou impacto nas regiões anglo-americanas do mundo são
principalmente culturais e históricas. A morfologia das plantas é em grande parte uma
ciência alemã que nunca foi proeminente nos Estados Unidos. A tradição alemã de
morfologia vegetal teve suas origens no estudo da história natural das plantas.

Como os Estados Unidos são principalmente uma sociedade de engenharia,


preocupada mais com as ferramentas da ciência do que com sua teoria, filosofia e
história, nunca tivemos uma tradição de história natural comparável. Por exigir o uso
de uma ferramenta específica (microscopia), a anatomia vegetal, que se concentra nos
níveis de organização celular e tecidual, recebeu maior ênfase e credibilidade científica
neste país do que a morfologia vegetal.

Essa diferença de ênfase reflete-se especialmente na diferença de concepção


do que tem sido chamado de morfologia vegetal nos Estados Unidos em relação a esse
conceito na Alemanha. Seguindo a tradição estabelecida por Coulter e Chamberlain da
Universidade de Chicago (COULTER; CHAMBERLAIN, 2008), a morfologia vegetal nos
Estados Unidos foi definida como o estudo das características anatômicas e citológicas
das histórias de vida das plantas expressas em uma estrutura taxonômica. Assim, a ênfase
estava nos detalhes microscópicos da reprodução das plantas vasculares e nas relações
sistemáticas com o foco da tradição alemã relegada a breves relatos do hábito da planta.

No contexto das ferramentas e técnicas usadas nos estudos associados a


Botânica, como a microscopia, foi sem dúvida vista como mais rigorosa do que o estudo
aparentemente menos preciso das relações de forma baseado na morfologia externa,
ou seja, o alemão tradição. Uma série de livros didáticos influentes que exemplificam
e promovem essa concepção anglo-americana de morfologia vegetal desenvolvida ao
longo dos anos.

Em contraste com essa concepção americana de morfologia vegetal, a tradição


alemã pode ser caracterizada como a ciência das relações de forma com ênfase nas
relações de termos expressas em toda a planta e nos níveis de organização dos órgãos.

44
5.1 RAIZ
Acraiz, em botânica, é aquela parte de uma planta vascular normalmente
subterrânea. As suas funções primárias são ancoragem da planta, absorção de água e
minerais dissolvidos e condução destes para o caule e armazenamento de alimentos de
reserva. Ela difere do caule principalmente por não ter cicatrizes nas folhas e botões, ter
uma coifa e ter ramos que se originam do tecido interno e não dos botões.

A raiz primária, ou radícula, é o primeiro órgão a aparecer quando uma semente


germina. Ela cresce para baixo no solo, ancorando a muda. Em gimnospermas e
dicotiledôneas (angiospermas com duas folhas de sementes), a radícula torna-se uma
raiz principal. Ela cresce para baixo e as raízes secundárias crescem lateralmente para
formar um sistema de raiz principal. Em algumas plantas, como cenouras e nabos, a raiz
principal também serve como armazenamento de alimentos.

As gramíneas e outras monocotiledôneas (angiospermas com uma única folha


de semente) têm um sistema radicular fibroso, caracterizado por uma massa de raízes
de diâmetro aproximadamente igual. Esta rede de raízes não surge como ramos da raiz
primária, mas consiste em muitas raízes ramificadas que emergem da base do caule.
Eles são especialmente numerosos em caules subterrâneos, como rizomas, rebentos e
tubérculos, e possibilitam a propagação vegetativa de muitas plantas a partir de estacas
de caule ou folhas. Certas raízes adventícias, conhecidas como raízes aéreas, passam
uma certa distância pelo ar antes de atingir o solo ou permanecem suspensas no ar.
Alguns deles, como os observados no milho (milho), pinhão e figueira, eventualmente
auxiliam no suporte da planta no solo. Em muitas plantas epífitas, como várias orquídeas
e espécies de Tillandsia, as raízes aéreas são o principal meio de fixação a superfícies
não-solo, como outras plantas e rochas.

5.2 CAULE
O caule, em botânica, é o eixo da planta que dá brotos e brotos com folhas
e, em sua extremidade basal, raízes. O caule conduz água, minerais e alimentos para
outras partes da planta; também pode armazenar alimentos, e os próprios caules verdes
produzem alimentos.

Na maioria das plantas, o caule é o principal broto vertical, em algumas é


imperceptível e em outras é modificado e se assemelha a outras partes da planta, por
exemplo, caules subterrâneos podem parecer raízes.

As funções primárias do caule são: sustentar as folhas; conduzir água e minerais


para as folhas, podendo ser convertidos em produtos utilizáveis pela fotossíntese; e
transportar esses produtos das folhas para outras partes da planta, incluindo as raízes.

45
O caule conduz água e minerais nutrientes de seu local de absorção nas raízes
para as folhas por meio de certos tecidos vasculares no xilema. O movimento de alimentos
sintetizados das folhas para outros órgãos da planta ocorre principalmente através de
outros tecidos vasculares no caule, chamados floema. Alimentos e água também são
frequentemente armazenados no caule. Exemplos de caules que armazenam alimentos
incluem formas especializadas como tubérculos, rizomas e rebentos e os caules
lenhosos de árvores e arbustos. O armazenamento de água é desenvolvido em alto grau
nos caules dos cactos, e todos os caules verdes são capazes de fotossíntese.

5.3 FOLHA
A folha, em botânica, é qualquer protuberância verde geralmente achatada
do caule de uma planta vascular. Como os principais locais da fotossíntese, as folhas
fabricam alimentos para as plantas, que por sua vez nutrem e sustentam todos os
animais terrestres.

Botanicamente, as folhas são parte integrante do sistema de caule. Eles estão


ligados por um sistema vascular contínuo ao resto da planta para que a troca livre de
nutrientes, água e produtos finais da fotossíntese (oxigênio e carboidratos em particular)
possa ser transportada para suas várias partes. As folhas são iniciadas no broto apical
(ponta crescente de um caule) junto aos tecidos do próprio caule.

Certos órgãos, superficialmente muito diferentes da folha verde usual, são


formados da mesma maneira e na verdade são folhas modificadas, entre estes, estão:
os espinhos afiados de cactos; as agulhas de pinheiros e outras coníferas; e as escamas
de um talo de aspargo ou um bulbo de lírio.

A principal função de uma folha é produzir alimento para a planta por meio
da fotossíntese. A clorofila, substância que dá às plantas sua cor verde característica,
absorve a energia da luz. A estrutura interna da folha é protegida pela epiderme foliar,
que é contínua com a epiderme do caule. A folha central ou mesofilo consiste em células
não especializadas de paredes moles do tipo conhecido como parênquima. Até um
quinto do mesofilo é composto de cloroplastos contendo clorofila, que absorvem a luz
solar e, em conjunto com certas enzimas, usam a energia radiante na decomposição da
água em seus elementos, hidrogênio e oxigênio. O oxigênio liberado das folhas verdes
substitui o oxigênio removido da atmosfera pela respiração das plantas e animais e pela
combustão. O hidrogênio obtido da água é combinado com o dióxido de carbono nos
processos enzimáticos da fotossíntese para formar os açúcares que são a base da vida
vegetal e animal. O oxigênio é passado para a atmosfera através dos estômatos, poros
na superfície da folha.

46
6 ANATOMIA DE FLOR E FRUTO
Uma flor, é a estrutura reprodutiva encontrada em plantas com flores (plantas
da divisão Magnoliophyta, também chamadas de angiospermas). A função biológica de
uma flor é efetuar a reprodução, geralmente fornecendo um mecanismo para a união de
espermatozóides com óvulos.

As flores podem facilitar o cruzamento (fusão de espermatozóides e óvulos


de diferentes indivíduos em uma população) ou permitir a autofecundação (fusão
de espermatozóides e óvulos da mesma flor). Algumas flores produzem diásporos
sem fertilização (partenocarpia). As flores contêm esporângios e são o local onde os
gametófitos se desenvolvem. As flores dão origem a frutos e sementes. Muitas flores
evoluíram para serem atraentes para os animais, de modo a serem vetores para a
transferência de pólen.

Os frutos são o ovário maduro ou ovários de uma ou mais flores. Em frutos


carnosos, a camada externa (que geralmente é comestível) é o pericarpo, que é o tecido
que se desenvolve a partir da parede do ovário da flor e envolve as sementes. Mas
em alguns frutos aparentemente de pericarpo, a porção comestível não é derivada
do ovário. Por exemplo, no fruto da árvore ackee a porção comestível é um arilo, e no
abacaxi vários tecidos da flor e do caule estão envolvidos. A cobertura externa de uma
semente é difícil porque a planta-mãe precisa proteger o crescimento da planta.

Uma semente é uma planta embrionária encerrada em uma cobertura externa


protetora conhecida como tegumento da semente.

É uma característica das espermatófitas (plantas gimnospermas e angiospermas) e


o produto do óvulo maduro que ocorre após a fertilização e algum crescimento dentro
da planta mãe. A formação da semente completa o processo de reprodução nas plantas
com sementes (iniciado com o desenvolvimento das flores e polinização), com o embrião
desenvolvido a partir do zigoto e o tegumento da semente dos tegumentos do óvulo.

As sementes têm sido um importante desenvolvimento na reprodução e


disseminação de plantas de gimnospermas e angiospermas.

47
LEITURA
COMPLEMENTAR
ESPÉCIES INVASORAS

Lara Lima

No começo é só uma árvore, um pouco de capim, um caramujo ou um coelho.


Aos poucos eles se multiplicam e, de repente, tomam conta do ambiente. Assim, de
forma silenciosa e, em alguns casos, devastadora, ocorre a invasão biológica de
espécies exóticas, considerada hoje uma das principais causas da extinção das nativas.
Isso ocorre quando animais, plantas ou microorganismos de um determinado lugar
são levados para outro onde não há predadores para limitar sua população. Sem esse
controle, eles afetam o ambiente, a economia e a saúde do homem. Algumas das pragas
que mais infestam o Brasil são a árvore pinus, o caramujo gigante africano, trazido ao
país como iguaria, e o mexilhão, que é transportado na água de lastro dos navios. Desde
que o mundo é mundo, plantas e animais são carregados de um ambiente para outro na
natureza, seja por meios naturais, seja pelas atividades inventadas pela civilização. E,
na maioria das vezes, essa troca de espécies é inofensiva. Quem se incomoda em ter no
fundo do quintal um inocente pé de maçã? Certamente, ninguém. Originária da China,
a macieira é uma das tantas espécies exóticas que se adaptaram “silenciosamente” no
Brasil, sem provocar danos. Ocorre que, com o uso cada vez mais intenso dos meios de
transporte, um pequeno, mas significativo, percentual de espécies exóticas resultou
em “barulhentas” invasões biológicas. Também chamada de poluição biológica, a
contaminação ocorre sempre que uma planta, um animal ou um microorganismo de um
outro hábitat ocupa determinado ambiente e expulsa espécies nativas. Esta definição
é da engenheira florestal Sílvia Renate Ziller, doutora em conservação da natureza,
que há seis anos atua no diagnóstico, prevenção e controle de invasões biológicas.
“Uma porção bem pequena das exóticas faz um estrago muito grande. Esta não é uma
questão de número, e sim de capacidade de invasão e ocupação de território”, esclarece
a especialista. As espécies exóticas com potencial invasor são mais competitivas que
as nativas porque, entre outros fatores, estão longe de seus predadores naturais. Além
disso, elas têm alta capacidade reprodutiva e se adaptam facilmente a outros ambientes,
alastrando-se de forma rápida e devastadora. Em todo o globo, a contaminação biológica
é a segunda maior causa de extinção de espécies, atrás apenas da destruição direta de
hábitats pelo homem — ou seja, é uma forte ameaça à biodiversidade. E mesmo com
a existência de leis (Lei de Crimes Ambientais e Código Florestal), além da fiscalização
do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis),
as ações de controle são isoladas e insuficientes. “Há pouca pesquisa científica e, para

48
agra var a situação, o governo incentiva o cultivo de algumas espécies exóticas. Se
houvesse um programa de fomento paras as nativas, muita gente plantaria araucária,
cedro, embuia”, lamenta Sílvia Ziller, que, por meio do Instituto Hórus de Conservação
Ambiental, de Curitiba, está formando um banco de dados sobre as invasões no Brasil.

FONTE: LIMA, L. Dossiê espécies invasoras. Revista Gallieu, Rio de Janeiro, ago. 2013. Disponível em:
http://www.institutohorus.org.br/download/midia/galileu/galileu0803.pdf. Acesso em: 4 fev. 2022.

49
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• O parênquima é um tecido presente em toda a planta e que atua nos processos


metabólicos, por exemplo a respiração, a fotossíntese, o armazenamento e condução
de produtos na planta, atuando também na cicatrização e na regeneração de partes
da planta, tendo em vista que possui células vivas.

• O colênquima ocorre sob a epiderme em caules jovens que estão crescimento, ao


longo da nervura de algumas folhas, sendo responsável também pela sustentação
do corpo primário da planta.

• O esclerênquima tem ocorrência no córtex de caules que estão associados ao xilema


e floema. Este tecido possui células mortas que geralmente são impregnadas por
lignina, tendo como função atuar na sustentação e armazenamento. Esse tecido
possui dois tipos celulares: fibras e esclereides.

50
AUTOATIVIDADE
1 Se cortada em formato de anéis a casca do caule de uma planta, que diz respeito
a parte situada entre o corte e a raiz, morre se não for nutrido. O fluxo de seiva
elaborada, com substâncias nutritivas, ocorre das folhas para a raiz. Sobre isso,
assinale a alternativa CORRETA que se refere ao vaso que conduz a seiva elaborada:

a) ( ) Xilema.
c) ( ) Meristema.
b) ( ) Floema.
d) ( ) Parênquima.

2 O palmito é uma planta muito explorada devido ao fato de ser utilizado nas indústrias
de conserva. Ele é retirado da extremidade do caule, região responsável pelo
crescimento em altura da palmeira. Essa região é formada, principalmente, por tecido.
Sobre este, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Parenquimático.
b) ( ) Condução.
c) ( ) Epidérmico.
d) ( ) Meristemático.

3 O crescimento é algo iminente aos seres vivos em geral e não seria diferente com as
plantas, nesse processo vários tecidos são formados, auxiliando e desempenhando
funções específicas neste organismo. Sobre as estruturas vegetais e suas funções
específicas, associe os itens, utilizando o código a seguir:

I- Vasos liberianos.
II- Tecido lacunoso.
III- Colênquima.
IV- Células especializadas da epiderme.

( ) Transporte de água e sais minerais.


( ) Circulação de ar e fotossíntese.
( ) Aumento da superfície de absorção da água e sais minerais.
( ) Sustentação e flexibilidade.

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Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) II - III - IV - I.
b) ( ) II - III - IV - I.
c) ( ) II - IV - III - I.
d) ( ) I - II - III - IV.

4 Nas plantas consideradas como inferiores não há sistema de sustentação, portanto


tecidos como esclerênquima ou colênquima são ausentes. Já nas plantas ditas como
desenvolvidas é notório que muitas atingem enormes dimensões. Nelas é possível
notar o estereoma, que se caracteriza como um conjunto de tecidos de sustentação
representados pelo colênquima e pelo esclerênquima. Qual desses dois últimos
tecidos é o responsável pela flexibilidade que observamos nas plantas superiores?
Dê duas características das células que o compõe.

5 Recentemente cientistas identificaram um genoma de uma bactéria que ocasiona


doença em laranjais. Nessa doença o xilema da planta é parcialmente bloqueado, o
que reduz a produção, o que faz com que a planta não se desenvolva. Explique de que
forma o que é genoma é afetado e indique uma possível consequência econômica
dos resultados desta pesquisa.

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REFERÊNCIAS
BARROSO, G. M. et al. Sistemática de angiospermas do Brasil. 2. ed. Viçosa: UFV,
2002.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente.


Resolução CONAMA n. 02, de 08 de março de 1990. Institui em caráter nacional o
Programa Nacional de Educação. Brasília: CONAMA, 1990.

COULTER, J. M.; CHAMBERLAIN, C. J. Morfologia de espermatófitas. 2. ed. Viçosa: Ed.


UFV, 2008.

FUTUYMA, D. J. Biologia evolutiva. 3. ed. São Paulo: Funpec, 2009.

JOLY, A. B. Botânica: introdução à taxonomia vegetal. 13. ed. São Paulo: Companhia
Editora Nacional, 2002.

MARGULIS, L. Cinco reinos: um guia ilustrado dos filos da vida na terra. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.

OS PRIMEIROS conquistadores da Terra (A Evolução das Plantas). [S. l.], 2021. 1 vídeo
(6 min). Publicado pelo canal Prehistoric Wildlife, Disponível em: https://www.youtube.
com/watch?v=rDIAFz73ga4. Acesso em: 15 fev. 2021.

RAVEN, P. H. et al. Biologia vegetal. 8. ed. São Paulo: Guanabara, 2014.

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54
UNIDADE 2 —

ASPECTOS BIOLÓGICOS DAS


ESPÉCIES VEGETAIS

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• estudar aspectos da biologia vegetal;

• entender as formas de vida das principais espécies;

• compreender sobre a estrutura vegetal;

• analisar aspectos das funções ecossistêmicas.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 - BIOLOGIA DAS ESPÉCIES VEGETAIS

TÓPICO 2 - FORMAS DE VIDA

TÓPICO 3 - ESTRUTURA E FUNÇÃO DOS GRUPOS VEGETAIS

CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.

55
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 2!

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56
UNIDADE 2 TÓPICO 1 —
BIOLOGIA DAS ESPÉCIES VEGETAIS

1 INTRODUÇÃO
A botânica, no século XIX, era considerada como uma área de estudo da medicina,
pois as plantas eram utilizadas com propósitos medicinais, e muitos pesquisadores
realizavam estudos que comparavam as similaridades entre as plantas aos animais. Já
no século XX, o estudo das plantas tornou-se mais diversificado e especializado, sendo
hoje a biologia vegetal uma área de estudo que se ramifica em diversas disciplinas, como:
fisiologia vegetal; morfologia vegetal; taxonomia e sistemática vegetal; citologia vegetal;
genômica vegetal; biologia molecular vegetal, botânica econômica, etnobotânica,
ecologia vegetal e paleontologia.

À medida que novas descobertas, aplicações vão sendo desenvolvidas a biologia


vegetal cresce potencialmente. Como um exemplo temos a engenharia genética, que
contribuiu para um salto nas pesquisas vegetais, tornando possível a transferência
de genes de vírus, bactérias, animais e de plantas para outras plantas, coma intenção
de gerar características específicas determinadas, para a planta que recebeu o gene,
sendo, portanto, produzidas as plantas transgênicas.

Para compreendermos as espécies vegetais, é importante conhecer seus


aspectos morfológicos, ou seja, suas estruturas, e assim, diferenciar as diferentes
espécies, baseadas nas estruturas corporais. E para identificar a origem de novas
espécies, é imprescindível reconhecer os processos da macroevolução, que podem
ser: descontinuidade de habitats; distribuição geográfica; mudanças genéticas; entre
outros. Já para as diferenciações em níveis de gênero, família ou classe de organismo, é
preciso compreender as mudanças filéticas, que determinaram adaptações necessárias,
de forma que gradualmente uma espécie por torna-se tão diferente, devido às
características adaptativas.

As plantas são, portanto, um reino com organismos fotossíntetizantes,


representadas por três filos de briófitas (hepáticas, musgos e antóceros), e sete filos de
plantas vasculares.

As plantas são multicelulares, possuim célula eucariítica com vacúolos,


envoltas por paredes celulares de celulose. Para sua própria produção de energia e
nutrição utiliza-se o mecanismo da fotossíntese. As diferentes estruturas relacionadas
à fotossíntese, à fixação e à sustentação das plantas, as diferenciam em grupos, dos
menos aos mais complexos, por exemplo, as plantas mais complexas possuem órgãos
tecidos fotossintetizantes, vasculares e de revestimento especializados.

57
A reprodução das plantas ocorre de forma sexuada, com ciclos de alterância
de gerações haplóides e diplóides. A característica que unifica os organismos do reino
Plantae é a presença de um embrião durante a fase esporofítica do ciclo de vida.

Na primeira seção as plantas serão estudas de forma separada entre os grupos:


avascular (com ausência de xilema e floema e vasos condutores), e vascular (presença
dos vasos condutores). Dentro destes grupos, ainda haverá subdivisões que apresenta
as características estruturais de todos os grupos avasculares (Briófitas) e vasculares
(Pteridófitas, Gimnospermas e Angiospermas), bem como o detalhamento dos processos
de reprodução sexuada e assexuada que ocorrem nos grupos.

2 BIOLOGIA DAS PLANTAS AVASCULARES


As plantas avasculares têm como característica principal a ausência de
vasos condutores, e que inclusive nomina o grupo. Os nutrientes são, portanto, pelo
transporte apoplástico, ou seja, de célula a célula. Sendo assim, as plantas apresentam
pequeno porte, pois não possui estruturas que as mantenham em pé. Elas necessitam
de ambiente úmido, pois a reprodução necessita de água, tendo um gameta masculino
flagelado, que nada até o gameta feminino para promover a fecundação. As plantas que
constituem esse grupo são chamadas de Briófitas.

Na figura a seguir há uma estrutura básica de uma briófita.

FIGURA 1 – ESTRUTURA BÁSICA DE UMA BRIÓFITA

FONTE: Raven et al. (2014, p. 340).

A estrutura básica de uma briófita pode variar de acordo com o filo a que pertence,
mas as características básicas como ausência de raiz, caule e folhas, prevalecem em
todos os filos, sendo, portanto, as estruturas menos complexas denominadas como
observado na figura anterior, de rizoide, cauloide e filoide.

58
2.1 ORGANIZAÇÃO DO CORPO DAS PLANTAS AVASCULARES
As plantas são diferenciadas em criptogâmas, as quais possui o órgão reprodutor
não vísivel, e as fanerógamas, que possui as flores como seu orgão reprodutor. As briófitas
são consideradas como criptógamas e crescem potencialmente em lugares úmidos e
sombreados, formando extensos tapetes verdes. Porém, há espécies encontradas em
desertos relativamente secos, formando grandes massas de indivíduos sobre rochas
secas e expostas. Em associação com os líquens são importantes colonizadores
primários de rochas e superfícies nuas, considerados espécies pioneiras no processo
de regeneração, por esse motivo, são plantadas em locais sujeitos à erosão (Raven
et al., 2014).

As plantas avasculares são representadas pelas briófitas, com a principal


característica de não possuir os tecidos de condução de água e substâncias nutritivas,
denominados de xilema e floema respectivamente. Algumas exceções de briófitas
possuem tecidos especializados de condução, contudo as paredes celulares das células
condutoras não são lignificadas, como as das plantas vasculares.

Nesse grupo, há a ausência de flores, frutos e semetes. Um característica


única deste grupo é a ausência de vasos condutores lignificados (Xilema e Floema).
Desta forma, a condução da seiva ocorre de célula a célula, o que limita o tamanho
do organismo. A condução dos nutrientes correm por via apoplástica (através da
parede celular), uma vez que não existem plasmodesmos na região de contato entre
as duas fases. Sendo que as células do pé por ter um elevado potencial de membrana,
possibilitando a passagem de substâncias do apoplasto para o interior da célula (Raven
et al., 2014).

Em relação à estrutura morfológica, algumas espécies apresentam rizóides,


filídios e caulídios, e outras talos prostados sem distinção de estrutura. O pé permanece
conectado à planta mãe, absorvendo substâncias nutritivas e água. O esporângio
terminal, também chamado de cápsula, é sustentado pela seta e possui um envoltório
de proteção, é responsável pela produção dos esporos por meio da meiose, denominada
reprodução gamética, que ocorre na presença de água, devido aos antererozídes
(gametas masculinos) serem flagelados, e necessitarem nadar até o gameta feminino -
arquegônio, para ocorrer a fecundação, como o esporófito é uma fase passageira, ele é
dependente do gametófito (Raven et al., 2014).

A reprodução é baseada em ciclos de vida heteromórficos, sendo a fase


gametofídica dominante. Os esporófitos são menores e dependentes nutricionalmente
do gametófito, eles vivem por pouco tempo, apenas com o objetivo de dispersar os
esporos. Além de ter a reprodução sexuada, há também a reprodução vegetativa, que
pode ocorrer por meio da: fragmentação, desenvolvimento de fragmentos do talo em
outro indivíduo; e por gemas ou propágulos, que são estruturas capazes de produzir
novos indivíduos.

59
Dessa forma, destacam-se com principais características das briófitas: a
presença de gametângios masculinos (anterídeos) e femininos (arquegônio), com uma
camada de células estéreis; renteção do zigoto e embrião, ou esporófito jovem dentro
do arquegônio; presença de esporófito diploide muticelular, esporos com esporolenina,
substância resistente à decomposição e dessecação.

IMPORTANTE
As briófitas possuem clorofila a e b o amido como substância
de reserva nutritiva; parede celular de celulose, presença de
cutícula; esporófito parcial ou completamente dependente do
gametófito; a reprodução sexuada é oogâmica, com ciclo de vida
heteromórfico biplobionte. Tem ausência de caule, folha e rais,
sendo assim apresentam caulídio, filídio e rizóide. O Esporófito
não possui ramificação e tem um único esporângio terminal; os
gametângios e esporângios são envolvidos por uma camada de
células estéreis.; a fecundação é dependente da água, pois os
gametas masculinos são flagelados. Possui estômatos ou poros;
tem como geração dominante a fase gametofítica.

Outra distinção básica entre as briófitas e as plantas vasculares é diferença


no ciclo de vida. Nas briófitas o gametófito é habitualmente maior e de vida livre,
enquanto o esporófito é menor e fica sempre ligado a seu gametófito parental, sendo
nutricionalmente dependente do mesmo. Já para as plantas vasculares, o esporófito é
maior que o gametófito e de vida livre.

Os grupos vegetais mais antigos são incluídos nas briófitas, fornecendo


informações importantes sobre a natureza das primeiras plantas adaptadas à vida
terrestre e sobre os processos evolutivos.

Algumas briófitas possuem uma camada superficial que lembra a cutícula cerosa
encontrada em superfícies foliares e em caules de plantas vasculares. Esta cutícula
relaciona-se com a presença de estômatos, que atuam na regulação de trocas gasosas.

Os gametófitos das briófitas folhosas e talosas são fixados ao substrato, por


meio dos rizoides. Os quais são multicelulares, e cada um consiste em uma fileira de
células. Já para os grupos das hepáticas e antóceros, os rizoides são unicelulares. No
geral, em todos os grupos, a principal função dos rizoides é ancorar as plantas. Ressalta-
se, portanto, que as briófitas não possuem raiz (Raven et al., 2014).

Os tecidos das briófitas são formados por células interconectadas por


plasmodemos, que possuem o desmotúbulo, que é derivado de um segmento do
retículo endoplasmático. A maioria das células das briófitas parecem com as das plantas

60
vasculares, além das características já citadas, elas também possuem muitos plastídios,
pequenos e em forma de discos. Com exceção de algumas espécies de antóceros, que
possuem um único plastídio grande por célula.

No grupo dos musgos verdadeiros, os gametângios podem ser produzidos por


gametófitos folhosos maduros, no ápice no eixo principal, bem como em um ramo lateral.
Alguns gêneros são unissexuados, como pode ser observado na figura a seguir, tantos
os arquegônios quanto os anterídios são produzidos pela mesma planta. Os esporófitos
dos musgos, dos antóceros e das hepáticas localizam-se nos gametófitos, o qual lhe
fornecem os nutrientes (Raven et al, 2014).

FIGURA 2 – MUSGOS UNISSEXUADO, GAMETÂNGIO DE MNIUM

FONTE: Raven et al. (2014, p. 742).

Sintetizando, as células do esporófito jovem ou em processo de maturação,


realizam fotossíntese, pois apresentam em sua constituição cloroplastos. Porém quando
ocorre o amadurecimento do esporófito de um musgo, ele para de realizar fotossíntese e
se torna amarelado, alaranjado e por fim, castanho. A caliptra no musgo é uma estrutura
derivada do arquegônio, posiciona-se no alto com a cápsula, a medida que a seta se
alonga. Ela cai antes da dispersão dos esporos, o opérculo de rompe, e o peristômio
aparece, o qual é um anel de dentes que circunda a abertura, sendo este peristômio é
uma característica da específica da classe Bryidae.

Há dois padrões de crescimento entre os Bryidae, “em coxim” ou “almofada”,


em que os gametófitos são eretos e poucos ramificados, e geralmente sustentam os
esporófitos terminais, na forma “pinada”, a qual os gametófitos são muito ramificados,
as plantas são rastejantes e os esporófitos se desenvolvem lateralmente. Grande parte
dos musgos com esse crescimento são denominados de epífitas, que crescem sobre
organismos, mas não os parasitam, apenas utilizam os micro-habitats disponíveis
(Raven et al., 2014).
61
Uma característica importante dos musgos é o endemismo, muitos são restritos
a áreas geográficas muito limitadas. A maioria cresce em florestas tropicais nubladas,
na qual a biodiversidade das briófitas é pouco conhecida. Muitas associações com
outros grupos de organismos são também ressaltadas, pois têm importantes funções
ecológicas, c por exemplo, os brotos folhosos dos esporófitos dos musgos estão
associados a uma grande diversidade de fungos. Outros vivem em associação com
cianobactérias.

Em relação aos antóceros, os gametófitos parecem com uma roseta, tem cerca de
1 a 2 cm de diâmetro, com ausência de diferenciação interna. A maioria dos gametófitos
são unissexuados, enquanto alguns são bissexuados. No caso dos bissexuados,
o desenvolvimento dos anterídios precede os dos arquegônios. O esporófito dos
Antoceros é uma estrutura ereta e longa, possui um pé e uma longa capsula cilíndrica
ou esporângio, eles não possuem seta. O esporófito se nutre do gametófito, por meio
do pé que está articulado com o tecido do gametófito. O esporófito é fotossíntetizante,
isto é, possui coloração verde, envolvido por uma cutícula, possui estômatos que
permanecem abertos. Os esporos tendem a amadurecer e ficam deiscentes do sentido
do ápice a base, sendo sua auxiliada pela torção da parede dos esporângios (Raven
et al., 2014).

2.2 SISTEMAS REPRODUTIVOS


Algumas espécies de antóceros e hepáticas são descritas como talosas, por
possuírem um gametófito aplanado e dicotomicamente ramificado, formando talos. Os
talos são corpos não diferenciados em raiz, caule e folhas, geralmente são delgados,
o que facilita a captação de água e de CO2. A espécie Marchantia, por exemplo, tem
adaptações especializadas do gametófito para aumentar a permeabilidade de CO2,
e reduzir a perda de água. Já outras espécies de hepáticas (folhosas), e musgos, os
gametófitos são diferenciados em estruturas semelhantes as “folhas” e “caules”.

A reprodução das plantas avasculares pode ocorrer de forma assexuada, e


sexuada. De modo assexuado, por ocorrer por fragmentação (propagação vegetativa), o
qual pequenos fragmentos de tecido originam um gametófito completo, e por gemas, os
quais os corpos multicelulares produzem novos gametófitos. De forma sexuada, ocorre
a produção de anterídios e arquegônios, nos gametófitos femininos e masculinos.

O anterídio pode ser esférico ou alongado, é uma camada estéril que


circunda células espermatógenas, que se desenvolvem em anterozoides. Cada célula
espermatógena forma um único anterozoide biflagelado, que nada na água para alcançar
a oosfera, que fica localizada dentro do arquegônio. Os arquegônios possuem o formato
de uma garrafa, tem um longo colo e uma parte basal dilatada, que é denominada de
ventre, no qual fica a oosfera. Externamente é também formado por células estéreis, e
internamente possui as células do canal do colo, que se desintegram quando a oosfera

62
está madura. Logo depois da fecundação, dentro do arquegônio, está o embrião, que
é nutrido com açúcares, aminoácidos e outras substâncias. A sequência ocorre divisões
mitóticas, as quais originam um embrião multicelular, que se desenvolverá no esporófito
maduro (Raven et al., 2014).

Ressalta com já descrito anteriormente que o transporte de nutrientes ocorre


por meio do movimento ao longo das paredes celulares, processo denominado de
apoplástico. A placenta, formada por células de transferência, que aumenta a área
superficial da membrana plasmática, que é uma região localizada entre as duas gerações
o esporófito e o gametófito parental, facilita o transporte de nutrientes.

Na figura a seguir é possível observar as estruturas do gametângio de Marchantia,


uma hepática, a imagem A, retrata um anterídio em desenvolvimento, com uma região
de células estéreis, o tecido espermatógeno, que origina os anterozoides. A imagem
B, apresenta vários arquegônios, em estágios diversos de desenvolvimento. É possível
observar a oosfera no ventre, na porção dilatada da base de cada arquegônio.

FIGURA 3 – GAMETÂNGIOS DE MARCHANTIA

FONTE: Raven et al. (2014, p. 723).

Já na figura a seguir é possível observar o estágio inicial do desenvolvimento


de um esporófito jovem de Marchantia. Sendo apresentado como uma passa esférica
indiferenciada de células dentro da caliptra.

63
FIGURA 4 – ESTÁGIO INICIAL DE UM EMBRIÃO DE MARCHANTIA DENTRO DA CALIPTRA

FONTE: Raven et al. (2014, p. 724).

Na figura que será apresentada na sequência há um esporófito quase maduro


de Marchantia, com pé, seta e cápsula ou esporângio. Na imagem é possível observar
a placenta, que consiste em células de transporte do esporófito e do gametófito, localizada
na interface entre o pé e o gametófito.

FIGURA 5 – ESPORÓFITO MADURO DE MARCHANTIA

FONTE: Raven et al. (2014, p. 724).

64
A ocorrência de um embrião multicelular em todos os grupos de plantas
desde as briófitas à angiospermas, caracteriza estes grupos de embriófitas. O embrião
multicelular tem como vantagem a placenta vegetal, pois esta fornece os substratos
para a produção de um esporófito diploide multicelular. Outras células do embrião são
usadas para produzir esporos haploides geneticamente diversos, devido à divisão
meiótica. Essa produção de esporos foi uma característica importante para as primeiras
plantas ocuparem o ambiente terrestre, pois quanto mais esporos na fecundação,
melhor é a compensação das baixas taxas de fecundação quando a água se tornou
escassa. Desta forma, uma das hipóteses é que a geração esporofítica de plantas tenha
evoluído a partir de um zigoto.

IMPORTANTE
Nas briófitas a caliptra é uma região do ventre alargada, que sofre
divisão celular, de acordo com o desenvolvimento do esporófito.
Quando o esporófito está maduro na maioria das briófitas, ele
possui uma estrutura corporal básica, que consiste em: um pé; uma
seta ou pedúnculo; uma cápsula ou esporângio; e uma placenta.

Os esporos são estruturas envoltas por uma parede impregnada de biopolímero,


resistente à decomposição esporopolenina. Essa resistência possibilita a sobrevida dos
esporos nos eventos de dispersão pelo ar, de um ambiente úmido para outro. Nos musgos,
os esporos germinam e formam um estágio juvenil de desenvolvimento denominado
de protonemas, a partir destes se desenvolvem os gametófitos e os gametângios. Os
protonemas estão ausentes nos antóceros (Raven et al., 2014).

A produção de gametângios masculinos e femininos, representa a reprodução


sexuada dos musgos, é semelhante das demais briófitas, forma-se um esporófito
matrotrótico (nutrido maternalmente) não ramificado, além de possuir mecanismos
especializados para a dispersão dos esporos.

Na figura seguir é possível observar os gametófitos masculinos folhosos do


musgo Polytrichum piliferum, os anterídios maduros estão agrupados em estruturas
no formato de taça, denominadas de taças-de-respingo. Os anterozoides são dispersos
nas gotas de água, que ficam nestas taças e posteriormente são lançados para fora,
por meio das gotas de chuva, com o objetivo de alcançar arquegônios em outros
gametófitos.

65
FIGURA 6 – MUSGO POLYTRICHUM PILIFERUM, COM GAMETÓFITOS MASCULINOS FOLHOSOS E
ANTERÍDIOS EM FORMA DE TAÇA

FONTE: Raven et al. (2014, p. 743).

De maneira geral a reprodução assexuada dos musgos, ocorre por fragmentação,


a qual basicamente qualquer parte do gametófito de um musgo tem o potencial de
regeneração.

Em relação à reprodução dos Anthoceros, é possível observar na figura a seguir,


um gametófito verde escuro, com a presença de esporófitos (estruturas alongadas), que
quando maduro, o esporângio se abre e os esporos são liberados. Os estômatos vistos
na imagem C, são abundantes nos esporófitos, na imagem D, observa-se os esporos
em desenvolvimento, visíveis no centro da seção transversal de um esporângio, e na
imagem E, os esporos maduros estão em formato de tétrade.

FIGURA 7 – ANTHOCEROS: GAMETÓFITO VERDE; ESPORÂNGIO MADURO; ESTÔMATOS; ESPOROS EM


DESENVOLVIMENTO; ESPOROS EM TRÍADE

FONTE: Raven et al. (2014, p. 745).

66
O quadro a seguir traz informações básicas sobre os Filos das Briófitas, tais
como estruturas do gametófito e esporófito, habitat, e número de espécies, descrito por
Raven et al. (2014).

QUADRO 1 – FILOS DAS BRIÓFITAS

Número de Características Características


Filo Habitat
espécies gerais do gametófito gerais do esporófito

Pequeno e
Geração de vida livre
nutricionalmente
géneros tanto talosos
dependente do
quanto folhosos;
gametófito; não
poros aeríferos em
ramificado; em alguns
alguns tipos talosos; Principalmente em
gêneros consiste em
rizóides unicelulares; clima temperado
pouco mais do que
Marchantiophyta a maioria das células úmido; poucas
5.200 o esporângio e, em
(Hepáticas) apresenta numerosos espécies aquáticas;
outros, pé, seta curta e
cloroplastos: muitas frequentemente
esporângio; presença
produzem gemas; epífitas.
de substâncias
estágio de protonema
fenólicas nas
em algumas;
paredes das células
crescimento a partir do
epidérmicas; carece de
meristema apical.
estômatos.
Pequeno e
Geração de vida livre;
nutricionalmente
folhoso; rizóides
dependente do
multicelulares; a
gametófito; não
maioria das células Principalmente de
ramificado; em
apresenta numerosos clima temperado
Bryidae, consiste
cloroplastos: multos úmido e tropical;
em pé, seta longa e
Bryophyta produzem gemas; algumas espécies
12.800 esporângio; presença
(musgos) estágio de protonema árticas e antárticas;
de substâncias
a que cresce por um muitos habitats
fenólicas nas paredes
meristema apical; secos e poucas
celulares epidérmicas,
algumas espécies espécies aquáticas.
estômatos: algumas
apresentam leptoides
espécies apresentam
e hidróides não
leptóides e hidróides
lignificados.
não lignificados.
Pequeno e
nutricionalmente
Geração de vida dependente do
livre, talosos, rizóides gametófito; não
Anthocerotophyta clima temperado
300 unicelulares; a maioria ramificado; consiste
(antóceros) úmido e tropical.
apresenta um único em pé e o esporângio;
cloroplasto por célula. cutícula; estômatos;
ausência de tecido
condutor especializado.

Fonte: Adaptado de Raven et al. (2014).

O filo mais diversos é o representado pelos musgos com cerca de 12.800


espécies, sendo encontrado em ambientes de clima temperado úmido e tropical, com
algumas espécies encontradas em ambientes mais inóspitos, como em regiões árticas
e antárticas.

67
3 BIOLOGIA DAS PLANTAS VASCULARES
Para se compreender os caminhos percorridos no processo evolutivo das
plantas, e a origem de grupos cada vez mais especializados, é necessário entender a
ocupação progressiva do ambiente terrestre, a autonomia e a independência da água
para a reprodução. Os grupos pertencentes às plantas vasculares são: Pteridófitas,
Gminospermas e Angiospermas.

Ao resgatar a conexão das plantas vasculares com as briófitas, sabe-se que


elas compartilham várias características importantes, e que juntos estes dois grupos,
apresentam embriões multicelulares, e formam uma linhagem monofilética- embriófitas.
Apresentam também um ciclo de vida basicamente similar, com a alternância de
gerações hetetomórficas, diferindo o gametófito do esporófito. Ressalta-se como já
descrito anteriormente que nas briófitas há duas características de grande importância:
a presença de um gametófito de vida livre, com a geração mais proeminente, e um
esporófito que se liga permanentemente ao gametófito parental, com a nutrição
dependente. Já as plantas vasculares têm os esporófitos com vida livre, sua geração é
mais proeminente.

Sendo assim, para que houvesse a ocupação do ambiente terreste, foi necessário
também além da indepenência da água para a reprodução, o aparecimento de um
sistema condutos de fluidos, chamos de xilema e floema, que realizam o transporte de
água e de substâncias nutritivas na planta. A síntese de lignina, foi outra caracterítica
primordial, pois a lignina é incorporada às paredes das células de sustentação e das
células condutoras de água, promovendo rigidez às apredes, possibilitando que os
esportófitos vascularizados alcancarem maior altura.

As plantas vasculares possui alta capacidade de ramificar-se por meio dos


meristemas apicais, que localizam-se nos ápices de caules e ramos. Em comparação
com as briófitas, estas apresentam o aumento do comprimento do esporófito de forma
subapical, ocorrendo abaixo do ápice do caule. Outra comparação importante é que as
brióftias produz um único esporângio, já as plantas vasculares produzem esporângios
múltiplos.

ESTUDOS FUTUROS
Imagine um pinheiro, um único indivíduo, com seus numerosos ramos e
muitos estróbilos, cada um dos quais contendo múltiplos esporângios, e
abaixo dele, um tapete de gametófitos de musgos, muitos indivíduos, cada
um portanto um único esporófito não ramificado e terminado por um único
esporgângio (Raven et al., 2014).

68
As plantas vasculares apresentam raízes, que atuam na fixação e absorção de
água e sais minerais, caules e folhas, que possuem um sistema adaptado à vida na Terra,
para promover a absorção da energia solar, de gás carbônico e água. Ressalta-se que
a geração gametofítica deixou de ser a mais proeminente e teve uma redução progressiva
no seu tamanho, tornando-se mais protegida e nutricionalmente dependente do
esporófito, e na última linhagem evolutiva, surgiram as sementes, que são estruturas que
proporcionam nutrição e proteção ao embrião do esporófito. Em relação aos gametófitos
das plantas vasculares sem sementes, eles são de vida livre, e ainda são dependentes
da água para a fecundação.

3.1 ORGANIZAÇÃO DO CORPO DAS PLANTAS VASCULARES


Em relação à organização do corpo das plantas vasculares, os esporófitos das
primeiras linhagens eram eixos dicotomicamente ramificados, com ausência de raízes e
folhas. Com a especializações evolutivas gradativamente o corpo foi diferenciando em
raízes, caules e folhas. Formando, portanto, o sistema radicular (conjunto de raízes), sistema
caulinar - o caule origina as folhas, que são órgãos fotossintetizantes que absorvem a
luz do sol, e o sistema vascular (xilema e floema), que conduz a água e minerais para as
folhas, e os produtos da fotossíntese das folhas para o restante da planta.

As células das plantas se organizam em tecidos e estes em sistemas. Há,


portanto, três sistemas de tecidos: dérmico, vascular e fundamental. O sistema dérmico
origina o revestimento externo de proteção da planta, o vascular são os tecidos condutores.

Nos meristemas apicais, iniciam-se o aumento em comprimento das raízes


e caules, chamado de crescimento primário, o qual formam os tecidos primários,
promovendo o crescimento vertical da planta. Ressalta-se que as plantas vasculares
primitivas são formadas inteiramente de tecidos primários. E para ocorrer o aumento da
espessura, ocorre o crescimento secundário, que é resultado da atividade de meristemas
laterais, câmbio vascular, que produz os tecidos vasculares secundários, conhecidos
como xilema secundário e floema secundário. A formação do tecido vascular secundário
é complementada pelo meristema lateral, chamado de câmbio da casca ou felogênio,
que atuam formando a periderme, que é constituída principalmente por súber, podendo
substituir a epiderme no sistema dérmico da planta. Sendo assim, a periderme e os
tecidos vasculares secundários compõem o corpo secundário da planta.

Na figura a seguir, observa-se um esporófito jovem de Lycopodium lagopus,


preso ao gametófito subterrâneo. Na imagem é possível o observar os sistemas dérmico,
vascular e fundamental, nas seções transversais (A) folha, (B) caule e (C) raiz. Nos três
órgãos o sistema dérmico é representando pela epiderme e o sistema vascular pelo
xilema e floema inserido no sistema fundamental. O sistema fundamental da folha é
composto por mesófilo, e do caule e raiz pelo córtex, o qual circunda uma coluna sólida

69
de tecidos vasculares, chamados de protostelo. É importante ressaltar que a folha é
especializada em fotossíntese, o caule em sustentação das folhas e condução e a raiz
em absorção e fixação.

FIGURA 9 – ESPORÓFITO JOVEM DE LYCOPODIUM LAGOPUS

FONTE: Raven et al. (2014, p. 759).

No xilema, há os elementos traqueais, que são as células condutoras, possuem


nas paredes espessamentos lignificados, como pode ser observado na figura seguir. Os
traqueídes fornecem canais de passagem para água e sais minerais e proporcionam
sustentação para os caules. No floema há os elementos crivados, que possuem paredes
macias, que no geral se colapsam depois que morrem, não conseguem ser preservadas
nos registros fósseis.

70
FIGURA 10 – ELEMENTOS TRAQUE

FONTE: Raven et al. (2014, p. 760).

Os traqueídes, são, portanto, as formas mais primitivas do processo de condução


e sustentação, que foram substituídos pelos elementos de vaso, nas angiospermas. É
importante ressaltar que os elementos de vasos surgiram independente de estruturas
similares nos grupos de plantas vasculares, ou seja, com a evolução convergente.

Vamos descrever um pouco mais sobre os tecidos vasculares primários. Há em


algumas plantas vasculares uma coluna central de tecido fundamental, denominada de
medula, a qual constitui o cilindro central ou estelo, da raiz e do caule no corpo primário
da planta. Há vários tipos de estelos, entre eles, se destacam: protostelo, sifonostelo
e eustelo. O protostelo é um cilindro sólido de tecidos vasculares, o xilema localiza-
se disperso dentro dele, e o floema circundando, é um tipo de estelo encontrado em
plantas vasculares sem sementes extintas, em licófitas e nos caules jovens e raízes de
outros grupos de plantas.

71
A maioria das plantas vasculares sem sementes possuem o sifonostelo, o qual
apresentam uma medula central circundada por um tecido vascular. Neste caso, o
floema pode ser formado somente na parte externa do cilindro de xilema ou em ambos
os lados. Nas samambaias no sifonostelo há a saída de cordões de tecido vascular do
caule em direção às folhas, denominados de traços foliares ou lacunas foliares, as quais
são preenchidas por parênquima. O eustelo é um cilindro vascular primário constituído
de feixes isolados em torno de uma medula, encontrados na maioria das plantas
vasculares com sementes.

A figura a seguir retrata os diferentes tipos de estelos, a imagem a é um


protostelo, com presença de traços de apêndices - folhas os precursores de folhas. Em
b, há o sifonostelo em lacunas foliares e em c, o Sifonostelo com lacunas foliares. Em
d, há o eustelo, tipo de estelo encontrado em quase todas as plantas com sementes.

FIGURA 11 – TIPOS DE ESTELOS

FONTE: Raven et al. (2014, p. 761).

Em relação às plantas vasculares do grupo de Gminospermas, as folhas de


Pinus e coníferas, são adaptadas a um crescimento com restrição de água. Desta forma,
possuem uma cutícula espessa, que reduz a evaporação e recobre a epiderme, possuindo
embaixo camadas de células com paredes espessas e compactas: hipoderme. Abaixo
da superfície foliar, encontram-se os estômatos. O mesófilo, que é o tecido foliar, é
formado por tecido fundamental, as células são parenquimáticas, e possui dois ou mais
ductos resiníferos. No centro da folha um ou dois feixes vasculares de xilema e floema,
que são circundados por um tecido de transfusão com presença de elementos celulares
responsáveis pelo transporte de substâncias entre o mesofilo e os feixes vasculares,
chamados de traqueídes.

72
FIGURA 12 – ACÍCULAS: FOLHAS SEMELHANTES A AGULHAS DE PINHEIROS

FONTE: Raven et al. (2014, p. 827).

A endoderme, uma única camada de células envolve o tecido de transfusão, o


separando do mesófilo. Na figura a seguir é apresentada a estrutura de tecidos da folha
de um de Pinus.

FIGURA 13 - TECIDOS MADUROS DE UMA ACÍCULA DE PINUS

FONTE: Raven et al. (2014, p. 828).

73
Em pinheiros e coníferas, os caules têm um crescimento secundário acentuado,
formando uma quantidade significativa de xilema secundário ou lenho, que se localiza
no interior do câmbio vascular e o floema secundário que se posiciona fora do câmbio
vascular. O xilema possui principalmente traqueídes e o floema, células crivadas, que
são condutoras de substâncias orgânicas típicas das gimnospermas. A periderme
substitui a epiderme no crescimento secundário. A próxima figura apresenta uma
seção transversal de um caule de Pinus, nela é possível observar o xilema e o floema
secundários, separados um do outro pelo câmbio vascular. Os tecidos externos ao
câmbio e o floema, formam a casca.

FIGURA 14 – CAULE DE UM PINHEIRO

FONTE: Raven et al. (2014, p. 828).

Em relação às estruturas morfológicas das Angiospermas diferenciam-se


em monocotiledôneas e eudicotiledôneas (dicotiledôneas). As características básicas
destes grupos podem ser observadas no Quadro 2.

74
QUADRO 2 - PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE MONOCOTILEDÔNEAS E EUDICOLILEDÔNEAS

Características Monocotiledôneas Dicotiledôneas


Em geral possui três Em geral possui quatro ou
Partes Florais
elementos cinco elementos
Monoapertuados - com um Triaperturados - com três
Pólen
poro ou sulco poros ou sulcos
Cotilédones Um Dois
Venação Foliar Frequentemente paralela Frequentemente reticulada
Felxes vasculares primários
Arranjo disperso Arranjo em anel
no caule
Crescimento secundário
verdadeira, com câmbio Raro Comumente presente
vascular

FONTE: Adaptado de Raven et al. (2014).

Na próxima figura, apresentam-se exemplos de monocotiledôneas que,


geralmente, apresentam três elementos florais.

FIGURA 15 – MONOCOLILEDÊNEAS

FONTE: Raven et al. (2014, p. 864).

A figura a seguir traz exemplos de eudicotiledôneas, plantas que possuem


quatro ou cinco elementos florais.

75
FIGURA 16 – EUDICOTILEDÔNEAS

FONTE: Raven et al. (2014, p. 864).

A flora nas angiospermas é um sistema caulinar determinado, ou seja, pode


ser um ramo que cresce por um tempo limitado, com a presença de esporofilos, nesse
grupo, sendo as folhas que portam esporângios. O nome Angiosperma tem origem da
palavra grega angeion, que significa vaso ou recipiente, e sperma, que significa semente.
A estrutura que define a flora é o carpelo, possui óvulos, que após a fecundação
desenvolvem-se em sementes. Os agrupamentos florais formam as chamadas
inflorescência, que podem ser de diversos formatos, tais como Umbela composta,
capítulo e amentilho como pode ser observado na figura seguir.

FIGURA 17 – TIPOS DE INFLORESCÊNCIAS

76
FONTE: Raven et al. (2014, p. 868).

Na figura a seguir há outros exemplos de inflorescências, como: panícula, espiga,


racemo, corimbo e umbela simples.

FIGURA 18 – TIPOS DE INFLORESCÊNCIAS

FONTE: Raven et al. (2014, p. 868).

77
O eixo das flores individuais é denominado pedicelo, e a parte do eixo nas
quais as flores estão inseridas é o receptáculo. A figura a seguir apresenta mais alguns
exemplos de inflorescência.

FIGURA 19 – EXEMPLOS DE INFLORESCÊNCIAS

FONTE: Raven et al. (2014, p. 870).

As partes estéreis e férteis formam uma flor. Na parte estéril há dois conjuntos
de apêndices: sépalas e as pétalas, que se ligam ao receptáculo abaixo das partes férteis
da flor, chamadas de estames e carpelos. O conjunto de sépalas formam o cálice e o
de pétalas a corola. Normalmente, as sépalas são verdes e as pétalas coloridas, os dois
conjuntos formam o perianto. Os estames é a parte da flor que porta o pólen, agrupados
é chamado de androceu, geralmente, consistem em um pedúnculo delgado ou filete,

78
que apresenta na extremidade uma antera bilobada, com quatro microsporângios ou
sacos polínicos em pares. Os óvulos são localizados no carpelo, coletivamente são
chamados de gineceu, eles são megasporófilos. A flor pode conter um ou mais carpelos,
estes podem estar separados ou fusionados, sendo chamados de pistilo.

A figura a seguir, apresenta as partes de uma flor. As flores individuais podem


apresentar até quatro verticilos de apêndices, sendo: sépalas (cálice); pétalas (corola),
estames (androceu), pistilos ou carpelos (gineceu). A região carpelar da flor é dividida em
três partes: a parte superior - estigma, o qual recebe o pólen, uma parte intermediária-
estilete, por meio do qual o tubo polínico cresce, e uma parte inferior - ovário, que
contém os óvulos.

FIGURA 20 – PARTES DE UMA FLOR DE LÍRIO

FONTE: Raven et al. (2014, p. 866).

79
As flores podem ser classificadas em perfeitas (bissexuadas), quando possuem
tanto os estames quanto o carpelo, e imperfeita (unissexuada), quando ou o estame ou
o carpelo está ausente. Podem também ser denominadas de completas, quando possui
os quatro verticilos florais (sépalas, pétalas, estames ou carpelos), quando falta algum
verticilo é chamada de incompleta.

O nível de inserção das sépalas, das pétalas e dos estames no eixo floral, varia
em relação a posição do ovário. Se estiverem baixo do ovário, o ovário é denominado
de súpero, se for acima é chamado de ínfero. As flores podem variar de acordo com
os pontos de inserção do perianto e dos estames como veremos na figura a seguir,
podendo ser hipóginas, quando o perianto e os estames se localizam no receptáculo
abaixo do ovário e livre deste e do cálice; podem ser epíginas, quando o perianto e os
estames estão situados acima do topo do ovário; e períginas, quando os estames e as
pétalas são no meio do cálice, formando um tubo curto (hipanto), de origem da base
do ovário.

FIGURA 21 – POSIÇÃO DO OVÁRIO

FONTE: Raven et al. (2014, p. 872).

Em relação à simetria, as flores podem ser actinomóficas, quando a simetria


radial são constituídos por peças similares em forma, que saem do centro da flor e são
equidistantes entre si. Há também a simetria bilateral, em que as flores são denominadas
de irregulares ou zigomórficas.

Os frutos são ovários maduros ou podem também ter partes florais adicionais
que ficam retidas na estrutura madura, sendo chamados de frutos acessórios. Os frutos
podem ser simples, quando derivados de um único carpelo ou de dois ou mais unidos, e
podem ser frutos agregados, que se originam dos carpelos livres de uma mesma flor, e

80
por últimos, frutos múltiplos, que se origina de uma inflorescência. Podem também ser
classificados em deiscentes, quando se abrem para liberar as sementes, e indeiscentes,
os que não se abrem.

A dispersão dos frutos depende da sua estrutura morfológica. Os frutos ou as


sementes que são transportados pelo vento, são leves e com frequência têm alas ou
tufos de pelos que ajudam na dispersão. Algumas plantas liberam suas sementes de
forma explosiva, outros são levados pela água, disseminados por aves ou mamíferos, e,
também, por formigas.

O fruto é um ovário maduro com tecido não carpelar, isto é, tecido acessório,
que se une ao ovário durante a maturação. Em alguns grupos, o tecido acessório domina
o carpelar, por exemplo, o morango, que consiste em grande parte no receptáculo
expandido. Outros podem desenvolver sem fecundação e sem formação de sementes,
fenômeno conhecido como partenocarpia, chamados de frutos partenocárpicos, como:
banana e laranja.

Os frutos simples podem ser classificados em carnosos ou secos. Os carnosos


podem ser: bagas (frutos carnosos com uma a muitas sementes, todas as partes
são carnosas ou polposas, com exceção do exocarpo); drupas (frutos com caroço,
mesocarpo é carnoso e o endocarpo é duro; e os pomos (desenvolvem-se a partir de
um ovário ínfero composto, a maior parte é carnoso, derivado de tecido não carpelar).

FIGURA 22 – DRUPA: FRUTO DE NECTARINA

FONTE: Raven et al. (2014, p. 920).

Os frutos simples secos podem ser deiscentes, que se abrem quando maduros
e contêm várias sementes, e indeiscentes, que não se abrem. Um exemplo de fruto seco
deiscente é o folículo, que é derivado de um único carpelo e se abre em um dos lados
quando maduro. O outro exemplo é o legume, que se abre dos dois lados.

81
FIGURA 23 – FRUTOS SECOS DEISCENTES

FONTE: Raven et al. (2014, p. 921).

A cápsula, é um outro exemplo de fruto deiscente, que é formada por um ovário


composto, liberam suas sementes de diversas maneiras.

FIGURA 24 – LEGUMES

FONTE: Raven et al. (2014, p. 921).

82
Dos frutos secos e indeiscentes o mais comum é o aquênio, pequeno e com
uma única semente, que fica solta na cavidade interna do fruto, dentre os aquênios
há as sâmaras, que são aquênios alados, há cariopse, que parece com o aquênio que
ocorre em gramíneas, e o esquizocarpo, que quando maduro divide-se em duas ou mais
partes, cada uma delas com uma semente.

FIGURA 25 – SÂMARA

FONTE: Raven et al. (2014, p. 922).

A figura a seguir apresenta outro exemplo de frutos indeiscentes, os chamados


de dentes-de-leão (Taraxacum, Asteraceae), também conhecidos como cipselas. Eles
apresentam cálice modificado, do tipo plumoso, chamado pappus, cuja dispersão ocorre
pelo vento.

FIGURA 26 – CIPSELAS, DENTES-DE-LEÃO

FONTE: Raven et al. (2014, p. 922).

83
Os frutos, assim como as flores, nos processos evolutivos, desenvolveram
características de acordo com os tipos de polinizadores e as formas de dispersão,
tendo os frutos e as sementes características necessárias para se dispersarem, como
a intenção de manterem sua espécie.

3.2 SISTEMAS REPRODUTIVOS


As plantas vasculares possuem grandes oosferas imóveis e pequenos
anterozoides que nadam até a oosfera, por isso são chamadas de oogâmicas, sendo
a alternância de gerações heteromórficas, uma das principais características do
processo reprodutivo, no qual o esporófito se apresenta maior e mais complexo do que
o gametófito, como pode ser observado na figura a seguir, que apresenta o ciclo de vida
geral de uma planta vascular.

FIGURA 27 – CICLO DE VIDA GERAL DE UMA PLANTA VASCULAR

FONTE: Adaptada de Raven et al. (2014).

84
As plantas homosporadas são aquelas produzem apenas um tipo de esporo,
geralmente essa caraterística é predominante nas samambaias, cavalinhas e algumas
licófitas. Os gametófitos bissexuados são produzidos pelos esporos. No processo
reprodutivo das samambaias ocorrem a apresentam fertilização cruzada, um dos
mecanismos que a promove é a maturação dos gametas masculinos (anterozoides) e
femininos (arquegônios) ocorrente em diferentes ocasiões. De forma que, em vez de
fertilizar as próprias oosferas, os anterozoides fertilizam as oosferas de gametófitos
vizinhos, ou seja, de outra planta. A autofertilização ocorre em poucas espécies
homosporadas, como por exemplo a samambaia.

FIGURA 28 – SAMAMBAIAS HOMOSPORADAS COM AUTOFECUNDAÇÃO: DRYOPTERIS EXPANSA

FONTE: Raven et al. (2014, p. 766).

As plantas podem também realizar heterosporia, quando há a produção de


dois tipos de esporos em dois diferentes esporângios. Os dois tipos de esporos são
chamados de micrósporos e megásporos, e são produzidos em microesporângio e
megaesporângio respectivamente. Os micrósporos originam os gametófitos masculinos
(microgametófitos) e os megásporos os gametófitos femininos (megagametófitos).

Nas gimnospermas ocorre a polinização e a fecundação da oosfera pelo gameta


masculino, não necessita mais da água, de forma que o grão de pólen é transferido
(geralmente pelo vento) para a proximidade de um megagametófito dentro de um óvulo. O
tubo polínico é produzido pelo microgametófito, após a polinização. Nas cicadófitas e de
Ginkgo o tubo polínico não penetra no arqueônio, os gametas masculinos nadam até a
oosfera, fecundando-a. Nas coníferas, gnetófitas e angiospermas, o gameta masculino
é imóvel, sendo assim o tubo polínico transporta o gameta masculino diretamente para
a oosfera.

O Pinus geralmente é bissexuado, tendo os microsporângios e os megasporângios,


comumente os estróbilos femininos ficam nos ramos superiores e os masculinos estão
nos ramos mais baixos da árvore. Os estróbilos microesporangiados são relativamente
pequenos, com tamanho de cerca de 1 a 2 cm de comprimento, e os microsporófilos são
espiralados em forma de cone e são estruturas parecidas com membrana, e originam
os grãos de pólen. Duas células protalares, uma célula geradora e uma célula do tubo
constitui o grão de pólen.

85
FIGURA 30 – ESTRÓBILOS MICROSPORANGIADOS DE PINUS

FONTE: Raven et al. (2014, p. 830).

Os estróbilos microsporangiados de Pinus, liberam pólen, que é transportado


pelo vento. Os pólens podem alcançar os óvulos e promover a germinação e,
consequentemente, produzir tubos polínicos, para haver a fecundação.

FIGURA 31 – GRÃOS DE PÓLEN ALADOS DE PINUS

FONTE: Raven et al. (2014, p. 832).

86
Depois de aproximadamente 15 meses após a polinização, o tubo polínico
encontra a oosfera liberando dois gametas masculinos no interior do citoplasma. Em
um deles o núcleo se une ao núcleo da oosfera e o outro gameta degenera.

Nas angiospermas as sementes diferem das gimnospermas, em relação à


origem de suas reservas. Quatro filos das gimnospermas a reserva provém do gametófito
feminino, nas angiospermas, é advindo incialmente do endosperma.

Os gametas masculinos são formados por dois processos, por microsporogênese,


que é a formação dos micrósporos (precursores unicelulares dos grãos de pólen), e
por microgametogênese, que é a formação do microgametófito até o estágio final do
desenvolvimento. Cada microsporócito diploide dá origem a uma tétrade de micrósporos
haploides, que furutamente originarão os grãos de pólen, os quais há diversos tipos,
como pode ser observado na Figura 32.

FIGURA 32 – EXEMPLOS DE GRÃOS DE PÓLEN

FONTE: Raven et al. (2014, p. 878).

87
Os megagametófito são formados por dois processos distintos, megasporogênese,
nos quais ocorre a divisão celular meiótica, na qual resulta na formação de megásporos
no interior do nucelo (megasporângio); e a megagametogênese em que o megásporo se
desenvolve no saco embrionário.

FIGURA 33 – COMPARAÇÃO DA MEGASPOROGÊNESE E MEGAGAMETOGÊNESE DE ANGIOSPERMAS

FONTE: Raven et al. (2014. p. 884).

Com abertura da antera, os grãos de pólen são transportados para os estigmas,


ocorrendo, portanto, a polinização. Com o contato com o estigma, os grãos de pólen
se hidratam e germinam formando o tubo polínico. O microgametófito maduro é o grão
de pólen germinado constituído de um núcleo de célula vegetativa e dois gametas
masculinos. Há na sequência o deslocamento, orientado por células do tecido de
transmissão, do tubo polínico pelo estilete, ao chegar ao saco embrionário, ele entra
em uma das sinérgides e descarrega seu conteúdo que degenera, o núcleo do gameta
masculino se une com o núcleo da oosfera, no final deste processo.

88
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• As plantas avasculares são caracterizadas por não possuírem sistema vascular e são
representadas pelas briófitas.

• As briófitas têm os gametófitos independentes dos esporófitos, enquanto os


esporófitos são fixados aos gametófitos e dependentes nutricionalmente.

• O órgão sexual masculino (anterídios) produz inúmeros gametas masculinos


(anterozoides).

• O órgão sexual feminino (arquegônio) produz um único gameta feminino (oosfera).

• O esporófito é tipicamente diferenciado em pé, seta e cápsula, com exceção dos


antóceros, produz um único esporângio.

• As plantas vasculares são caracterizadas por possuírem tecidos vasculares (xilema e


floema). Além disso, possuem alternância de gerações heteromórficas.

• O esporófito é maior, possui células com lignina, o que promove rigidez, que contribui
para a sustentação e condução de água;

• Os tecidos vasculares são constituídos por tecidos primários, com três tipos básicos
de estelos: Prostelo, Eustelo e Sinfonostelo.

• As plantas vasculares homosporadas produzem um tipo de esporo, que tem o


potencial de originar um gametófito bissexuado.

• As plantas vasculares heterosporadas produzem micrósporos e megásporos.

• Os gametófitos das heterosporadas são reduzidos.

• As plantas vasculares sem sementes têm arquegônios e anterídios.

• As gimnospermas têm somente arquegônios.

• Os arquegônios e os anterídios são ausentes nas angiospermas.

89
• Os ciclos de vida das plantas vasculares sem sementes são caracterizados por ter
duas gerações que se alternam, chamada de alternância de geração heteromórfica,
na qual o esporófito adulto é dominante e de vida livre. Os gametófitos não dependem
dos esporófitos, nas espécies homosporadas. E das heterosporadas são unissexuados,
reduzidos e dependentes do esporófito.

• Todas as plantas vasculares sem sementes têm anterozoides móveis, sendo


necessária a presença de água para que eles nadem até chegar na oosfera.

• Nas gimnospermas ocorre a polinização e a fecundação da oosfera pelo gameta


masculino não necessita mais da água, de forma que o grão de pólen é transferido
(geralmente pelo vento) para a proximidade de um megagametófito dentro de um
óvulo. Depois que ocorre a polinização, o microgametófito produz o tubo polínico. Os
microgametófitos das cicadófitas e de Ginkgo produzem um tubo polínico que não
penetra no arqueônio, os gametas masculinos nadam até o arquegônio e um deles
fecunda a oosfera.

• Nas angiospermas as sementes diferem das gimnospermas, em relação à origem


de suas reservas. Quatro filos das gimnospermas a reserva provém do gametófito
feminino, nas angiospermas, é advindo incialmente do endosperma.

• Para a formação dos gametas masculinos, ocorrem dois processos: a microsporogênese,


que é a formação dos micrósporos (precursores unicelulares dos grãos de pólen); e
a microgametogênese, que é a formação do microgametófito até o estágio final do
desenvolvimento. Cada microsporócito diploide dá origem a uma tétrade de micrósporos
haploides.

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AUTOATIVIDADE
1 O reino Plantae é muito diverso, existindo plantas que variam em tamanho de cerca de
2mm a 100 metros de altura. Devido a tanta diversidade, elas possuem características
diferentes, e semelhanças evolutivas que demonstram a ligação entre os grupos.
Nesse sentido, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) As plantas são um reino com organismos fotossíntetizantes, representadas por


três filos de briófitas (hepáticas, musgos e antóceros), e sete filos de plantas
vasculares.
b) ( ) As plantas são organismos fotossintetizantes sendo todas vasculares, com o
desenvolvimento de sistemas de condução de água e nutrientes.
c) ( ) As plantas podem ser avasculares, representadas por indivíduos que possuem
xilema e floema, e também vasculares, as quais não possuem sistema de
condução de água e nutrientes.
d) ( ) As plantas são multicelulares, e consumidoras, pois retiram do ambiente sua
energia e nutrição por meio de absorção.

2 Consideram-se que os grupos vegetais mais antigos das plantas são incluídos nas
briófitas, que são plantas avasculares, e que fornecem informações importantes
sobre a natureza das primeiras plantas adaptadas à vida terrestre. Sobre os processos
evolutivos, analise as sentenças a seguir:

I- As plantas avasculares têm como característica principal a ausência de vasos


condutores, sendo assim, os nutrientes são transportados apoplásticamente, ou
seja, de célula a célula.
II- As plantas avasculares podem viver em ambientes com ausência de água, pois o
gameta masculino é imóvel e transportado pelo vento até o gameta feminino para
promover a fecundação.
III- A estrutura básica de uma planta avascular de uma briófita é composta por rizoides,
cauloides, filoide, haste, esporos e cápsula.

Assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.

91
3 As plantas avasculares e vasculares possuem diferenças na estrutura corporal e nos
processos de reprodução. A distinção básica entre as briófitas e as plantas vasculares
é a diferença no ciclo de vida. A respeito do assunto, classifique V para as sentenças
verdadeiras e F para as falsas:

(   ) O Esporófito das briófitas não possui ramificação e tem um único esporângio
terminal.
(   ) Nas briófitas o gametófito é habitualmente menor e dependente do esporófito,
enquanto o esporófito é maior e de vida livre.
(   ) As plantas vasculares possuem o esporófito maior que o gametófito e de vida livre.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.

4 As plantas avasculares são representadas pelas briófitas, com a principal característica


de não possuir os tecidos de condução de água e substâncias nutritivas, denominados
de xilema e floema respectivamente. Algumas exceções de briófitas possuem tecidos
especializados de condução, contudo as paredes celulares das células condutoras
não são lignificadas, como as das plantas vasculares. Sabendo que as briófitas não
possuem sistema vascular que transporta a água e os nutrientes, discorra sobre
como ocorre o transporte de água e nutrientes neste grupo.

5 Ao resgatar a conexão das plantas vasculares com as briófitas, sabe-se que elas
compartilham várias características importantes, que as posicionam em uma
linhagem monofilética- embriófitas. Sendo assim, discorra sobre as características
similares principais desses grupos.

92
UNIDADE 2 TÓPICO 2 —
FORMAS DE VIDA

1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, serão estudas as formas de vida de uma planta, que são analisadas
a partir da formação de um embrião, que ocorre após o processo de fertilização, a
compreensão do estágio de maturação, quando o embrião se prepara e se nutri para
desenvolver e formar a semente, para que, este embrião possa ser liberado para o meio
com uma proteção.

Na fase de semente, o embrião paralisa seu desenvolvimento, o que promove


o desenvolvimento de características específicas para este momento, por exemplo, a
desidratação da semente, podendo o embrião ficar em repouso ou em dormência.

Na sequência, quando liberado para o meio, e ao passo que encontra condições


para se desenvolver, a semente se hidrata, e o embrião retoma o seu desenvolvimento,
iniciando o processo de formação corporal, até o desenvolvimento de uma planta adulta.

2 FORMAÇÃO DO EMBRIÃO
A embriogênese envolve estágios iniciais básicos para todas as angiospermas.
A divisão do zigoto no interior do saco embrionário do óvulo resulta na formação do
embrião. Há a formação de embrião maduro e de um suspensor, que é uma estrutura
do tipo pedunculada, que atua como âncora para o embrião junto à micrópila, que é a
abertura do óvulo, por meio do qual entram os tubos polínicos. A figura a seguir apresenta
o desenvolvimento do embrião de uma monocotiledônea.

93
FIGURA 34 – DESENVOLVIMENTO DO EMBRIÃO DE UMA MONOCOTILEDÔNEA
FONTE: Raven et al. (2014, p. 977).

94
A figura a seguir retrata o desenvolvimento de um embrião de uma eudicotiledônea,
que no final é formado um embrião maduro, de forma que na figura 35F, observa-se que a parte
do embrião abaixo dos cotilédones é o hipocótilo e na extremidade inferior do hipocótilo está a
raiz ou radícula.

FIGURA 35 – DESENVOLVIMENTO DE UM EMBRIÃO DE EUCOTILEDÔNEA

FONTE: Raven et al. (2014, p. 980).

95
A polaridade é a primeira fase do desenvolvimento de todos os organismos
superiores, pois fixa o eixo estrutural do corpo vegetativo, a “espinha dorsal” sobre a qual
os apêndices laterais estão dispostos. O embrião consiste em um conjunto de células
indiferenciadas, as mudanças nas estruturas internas resultam no desenvolvimento dos
sistemas de tecidos de disposição, sendo, portanto, a primeira expressão de polaridade
radial na embriogênese (Raven et al., 2014).

A protoderme é formada por divisões periclinais, das células externas do embrião


propriamente dito. As divisões verticais no interior do embrião resultam na formação
do meristema fundamental e do procâmbio. O meristema fundamental origina o tecido
fundamental, este circunda o procâmbio, que é o precursor dos tecidos vasculares
(xilema e floema). Esses conjuntos de tecidos formam o meristema primário ou tecido
meristemático primário (Raven et al., 2014).

Em seguida há o chamado estágio globular, momento que que há a formação


dos cotilédones, as primeirs folhas da planta e em que o procâmbio se torna visível.
Como nas eudicotiledôneas, há o desenvolvimento de dois cotilêdones, o embrião
globular adquire formato bilobado ou cordiforme, está fase é conhecida como estágio
cordiforme. Já nas monocotiledôneas o embrião globular, forma apenas um cotilédone
e se torna cilíndrico. Há também o estágio de torpedo, que é quando há o alongamento
do eixo e do (s) cotilédone (s) com a extensão simultânea dos meristemas primários
(Raven et al., 2014).

Os meristemas são portanto, regiões de tecidos embrionários, que estão


envolvidos com o aumento em comprimento do corpo da planta. Tanto no caule como
na raiz são de grande importância, pois são a fonte de todas as novas células responsáveis
pelo desenvolvimento da plântula e da planta adulta.

O suspensor das angiospermas é metabolicamente ativo. Ele mantém o


desenvolvimento inicial do embrião, fornecendo nutrientes e regulando o crescimento.
Há diversos plasmodesmos que conectam as células do suspensor com as do embrião.
O suspensor é de vida curta e tem morte celular programada, por isso ele não está
presente na semente madura. Na Figura 36, é apresentado o desenvolvimento de
embriões gêmeos em uma eudicotiledônea. Na imagem A, é possível observar um
segundo embrião que se desenvolve a partir do suspensor do embrião primário maior.

96
FIGURA 36 – DESENVOLVIMENTO DE EMBRIÕES GÊMEOS MUTANTES DE UMA EUDICOTILEDÔNEA

FONTE: Raven et al. (2014, p. 982).

Quando ocorre alteração fenotípica proposital na geração filial, é possível


relacioná-la com os genes correspondentes que regulam a característica em questão.
Uma informação importante para determinar a atuação dos genes. Conhecer os
genes de uma planta e relacioná-los com os fenótipos, são ferramentas básicas
para tecnologias genéticas utilizadas no melhoramento de plantas. A imagem acima,
representa características de mutação em um embrião, que promovem alterações o
desenvolvimento da planta.

3 EMBRIÃO MADURO
Para as plantas floríferas o embrião maduro, consiste em um eixo, portando
dois cotilédones ou quando monocotiledôneas, apenas um cotilédone, como pode ser
observado na figura a seguir. Nas extremidades do eixo do embrião há os meristemas
apical do caule e da raiz. Alguns embriões desenvolvem apenas o meristema apical
acima da fixação do cotilédone, e em outras o sistema caulinar é constituído por um
eixo, chamado epicótilo, que se encontra acima do cotilédone, com uma ou mais folhas
e um meristema apical. A primeira gema nesse sistema é chamada de plúmula.

97
FIGURA 37 – EMBRIÕES DE PLÂNTULAS E OS MERISTEMAS APICAIS

FONTE: Raven et al. (2014, p. 984).

Quando o eixo caulinar se encontra abaixo dos cotilédones pode trata-se de um


hipocótilo. Além disso, pode ter uma raiz embrionária presente, chamada de radícula.
Já o epicótilo é um eixo curto, quando o embrião apresenta uma plúmula acima dos
cotilédones.

Nas eudicotiledôneas com grande quantidade de endosperma, por exemplo,


a mamona, os coltilédones são finos e membranáceos e servem para absorver as reservas
armazenadas no próprio endospoerma, quando a retomada de crescimento do embrião.
Já nas monocotiledôneas o único cotilédone, atua como armazenador de nutrientes,
órgão fotossintético, e executa função de absorção.

98
FIGURA 38 – SEMENTES DE EUDICOTILEDÔNEAS E MONOCOTILEDÔNEAS

FONTE: Raven et al. (2014, p. 985).

99
Todas as sementes possuem um revestimento externo, envoltório seminal
ou testa, que se desenvolve a partir do tegumento do óvulo e promove a proteção do
embrião. A micrópila é visível na testa da semente, como um pequeno poro, se associa
a uma cicatriz denominada de hilo, que surge na testa após a semente se desprender
do pedúnculo ou funículo

4 MATURAÇÃO DA SEMENTE
A divisão celular do embrião maduro cessa no fim da embriogênese, desta forma,
a semente entra na segunda fase de seu desenvolvimento: fase de maturação. É nesta
fase que ocorre um acúmulo maciço de reserva alimentar (proteínas de reserva, óleos e
amido) no endosperma, perisperma e nos cotilédones da semente em desenvolvimento.
Nesta fase a semente também sofre dessecação à medida que perde água para o meio
circundante. Sendo assim, o envoltório tegumentar endurece, revestindo o embrião e
os nutrientes armazenados, formando uma camada de proteção. Devido à dessecação,
há uma diminuição drástica no metabolismo da semente, o que permite que o embrião
permaneça viável por longos períodos, algumas podem ficar de repouso, denominado
estado quiescente, ou em dormência (Raven et al., 2014).

Nas plantas com a presença de sementes, o óvulo é constituído por um núcleo


envolto por um ou dois tegumentos e uma micrópila, que é uma região de abertura,
como pode ser observado na figura a seguir. Sendo que a semente possui um embrião,
envoltório e reserva de nutrientes. Após a fecundação a semente é formada e os
tegumentos se desenvolvem no envoltório da semente. Na maioria das plantas atuais,
um embrião desenvolve-se dentro da semente antes de sua dispersão.

FIGURA 39 – CORTE LONGITUDINAL DE UM ÓVULO

FONTE: Raven et al. (2014, p. 883).

100
Para que ocorra a retomada do crescimento do embrião em repouso ou em
dormência, ou a chamada germinação da semente, há necessidade de pelo menos
três fatores externos: água, oxigênio e temperatura. Algumas espécies exigem outras
demandas, como: a luz, para germinação. Devido ao dessecamento das sementes, para
que a germinação ocorra, é necessário a absorção de água em quantidade necessária
para ocorrer as atividades metabólicas, ativação enzimática e a utilização de reservas
nutritivas acumuladas nas células durante a maturação da semente. Agora as células em
vez de sintetizar o alimento, irão digerir, e para que ocorra o crescimento subsequente é
necessário um suprimento contínuo de água e de nutrientes.

5 DO EMBRIÃO À PLANTA ADULTA


A raiz é a primeira estrutura a emergir da maioria das sementes, o que
possibilita o desenvolvimento da plântula, servindo para fixá-la no solo e para absorver
água. É chamada de raiz primária ou pivotante, que à medida que contínua o seu
crescimento o desenvolvimento de ramificações ou raízes laterais de menor espessura,
sendo menores que a raiz central, já quando ocorre a formação de raízes laterais em
cabeleiras, sem a presença de uma raiz principal são chamadas de fasciculadas. O
que promove o desenvolvimento de um sistema de raízes muito ramificado. No caso
das monocotiledôneas, a raiz principal é de vida curta, e o sistema de raízes da planta
adulta é formado por raízes adventícias, as quais se originam dos nós e produzem raízes
laterais (Raven et al., 2014).

FIGURA 40 – RAIZ EMBRIONÁRIA (RADÍCULA) SAINDO DO ENVOLTÓRIO SEMINAL

FONTE: Raven et al. (2014, p. 992).

101
Nas eudicotiledôneas, a emergência do sistema caulinar da semente durante
a germinação, ocorre inicialmente pela raiz, e assim o hipocótilo se alonga e se torna
encurvado. Há a projeção dos cotilédones e a plúmula para o ar. Essa germinação, na
qual os cotilédones são elevados acima do nível do solo, é chamada de epígea.

FIGURA 41 – ESTÁGIOS NA GERMINAÇÃO DE EUCOTILEDÔNEA

FONTE: Raven et al. (2014, p. 994).

Quando o alongamento ocorre acima dos cotilédones, estes ficam no solo,


e, consequentemente, decompõem-se no final do processo, devido aos nutrientes
armazenados serem utilizados para o crescimento da plântula, essa germinação é
chamada de hipógea.

102
FIGURA 42 – ESTÁGIOS DE GERMINAÇÃO DE MONOCOTILEDÔNEAS

FONTE: Raven et al. (2014, p. 994).

Na germinação inicia-se a formação da plântula, os nutrientes armazenados


nos cotilédones são utilizados para promover a energia do necessária para o processo,
sendo os produtos da digestão transportados às zonas de crescimento da jovem
planta. Os cotilédones gradativamente diminuem de tamanho, murcham e caem. A
plântula dessa forma se torna estabelecida, isto é, sua nutrição não depende mais do
material armazenado na semente, a planta nesse momento é um organismo autotrófico,
fotossintetizante.

Os nutrientes armazenados nas sementes de monocotiledôneas são encontrados


no endosperma, o ganho é formado pelo alongamento de um único cotilédone tubular.
Durante o período da plântula em desenvolvimento, ela recebe nutrientes do endosperma via
cotilédone, sendo verde, ele também atua como uma folha fotossintetizante, contribuindo
significativamente para o suprimento alimentar da plântula em desenvolvimento. Há a
emersão da plúmula da base protetora da bainha cotiledonar, que se alonga e forma as
folhas das plântulas (Raven et al., 2014).

103
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• A embriogênese envolve estágios iniciais que são os mesmos em todas as


angiospermas. A divisão do zigoto no interior do saco embrionário do óvulo resulta na
formação o embrião.

• O embrião consiste em um conjunto de células indiferenciadas, as mudanças


nas estruturas internas resultam no desenvolvimento dos sistemas de tecidos de
disposição.

• A protoderme é formada por divisões periclinais, das células externas do embrião


propriamente dito. As divisões verticais no interior do embrião, resultam na formação
do meristema fundamental e do procâmbio. O meristema fundamental origina o tecido
fundamental, este circunda o procâmbio, que é o precursor dos tecidos vasculares
(xilema e floema). Esses conjuntos de tecidos formam o meristema primário ou tecido
meristemático primário.

• Nas eudicotiledôneas há o desenvolvimento de dois cotilêdones: o embrião globular


adquire formato bilobado ou cordiforme, esta fase é conhecida como estágio
cordiforme; e nas monocotiledôneas o embrião globular, forma apenas um cotilédone
e se torna cilíndrico.

• O embrião maduro, consiste em um eixo, portando dois cotilédones, ou quando


monocotiledôneas, apenas um cotilédone. Nas extremidades do eixo do embrião há
os meristemas apical do caule e da raiz.

• Nas eudicotiledôneas com grande quantidade de endosperma, por exemplo, a


mamona, os coltilédones são finos e membranáceos, e servem para absorver as
reservas armazenadas no próprio endospoerma, quando a retomada de crescimento
do embrião.

• Nas monocotiledôneas o único cotilédone, atua como armazenador de nutrientes,


órgão fotossintético, e executa função de absorção.

• A semente consiste em um embrião, reserva de alimento e envoltório. A semente


entra na segunda fase de seu desenvolvimento do embrião: fase de maturação.
Ocorre um acúmulo maciço de reserva alimentar (proteínas de reserva, óleos e amido)
no endosperma, perisperma e nos cotilédones da semente em desenvolvimento.

104
• A raiz, é a primeira estrutura a emergir da maioria das sementes, o que possibilita o
desenvolvimento da plântula, servindo para fixá-la no solo e absorver água.

• Durante a germinação, e a formação da plântula, os nutrientes armazenados nos


cotilédones são digeridos e os produtos são transportados às zonas de crescimento
da jovem planta. Os cotilédones gradativamente diminuem de tamanho, murcham e
caem. A plântula dessa forma se torna estabelecida, isto é, sua nutrição não depende
mais do material armazenado na semente, a planta nesse momento é um organismo
autotrófico, fotossintetizante.

105
AUTOATIVIDADE
1 As formas de vida de uma planta são analisadas a partir da formação de um embrião,
a qual ocorre após o processo de fertilização, pela compreensão do estágio de
maturação, quando o embrião se prepara e se nutri para desenvolver, e pela formação
da semente, para que, este embrião possa ser liberado para o meio com uma proteção.
Nesse sentido, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Os meristemas são regiões de tecidos secundários, de grande importância, pois


representam as células já diferenciadas nos tecido da planta.
b) ( ) O suspensor das angiospermas é metabolicamente ativo. É de vida longa e está
presente na semente madura.
c) ( ) O embrião consiste em um conjunto de células maduras e diferenciadas, nas
quais os tecidos da planta já estão formados.
d) ( ) O embrião consiste em um conjunto de células indiferenciadas, de forma que as
mudanças nas estruturas internas resultam no desenvolvimento dos sistemas
de tecidos da planta.

2 Consideram-se que a embriogênese, que é a formação do embrião envolve estágios


iniciais, é a mesma em todas as angiospermas e a divisão do zigoto ocorre no interior
do saco embrionário do óvulo. Sobre o assunto, analise as sentenças a seguir:

I- A divisão do zigoto no interior do saco embrionário do óvulo resulta na formação da


semente.
II- A divisão do zigoto no interior do saco embrionário do óvulo resulta na formação do
embrião.
III- A micrópila é a abertura do óvulo, por meio do qual entram os tubos polínicos.

Assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) As sentenças II e III estão corretas.

3 O embrião consiste em um conjunto de células indiferenciadas, as mudanças


nas estruturas internas resultam no desenvolvimento dos sistemas de tecidos
de disposição, sendo, portanto, a primeira expressão de polaridade radial na
embriogênese. Em relação ao desenvolvimento dos tecidos no embrião maduro,
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

106
( ) Alguns embriões desenvolvem apenas o meristema apical acima da fixação do
cotilédone, e em outras o sistema caulinar é constituído por um eixo, chamado
epicótilo.
( ) Em plantas com germinação hipógea os cotilédones são levantados acima do solo
pelo crescimento do hipocótilo.
( ) Em plantas com  germinação epígea os cotilédones permanecem abaixo da
superfície, tendo em vista que o hipocótilo não se desenvolve, mas sim o epicótilo.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.

4 As angiospermas podem ser classificadas em relação a formação das sementes em:


monocotiledôneas são as que possuem apenas um cotilédone em sua semente;
dicotiledôneas, em que há a presença de dois cotilédones laterais em cada semente.
Sabendo destas informações, discorra sobre como são os cotilédones e como estes
germinam e desenvolvem nas duas diferentes classificações.

5 Após a fecundação uma semente é formada e os tegumentos se desenvolvem no


envoltório da semente. Na maioria das plantas atuais, um embrião desenvolve-se
dentro da semente antes de sua dispersão, além de que todas as sementes têm
substâncias nutritivas armazenadas. Sendo assim, discorra sobre o que é, e qual a
principal função da semente.

107
108
UNIDADE 2 TÓPICO 3 —
ESTRUTURA E FUNÇÃO
DOS GRUPOS VEGETAIS

1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, serão abordados os conteúdos relacionados aos filos e ao ciclo
de vida de todos os grupos vegetais atuais, sendo eles: os avasculares (briófitas), e os
vasculares (pteridófitas, gimnospermas e angiospermas). Ressalta-se que as divisões
em filos são importantes para compreender as características semelhantes, divergentes,
e novas que resultam em uma nova linhagem e, assim, entender a história evolutiva
das plantas.

Os ciclos de vida são importantes, pois demonstram como ocorrem os processos


de reprodução, germinação e até a formação da planta adulta. Ressalta-se que a
estrutura corporal e os processos reprodutivos de forma detalhada foram discutidos no
Tópico 2.1.

2 BRIÓFITAS
As briófitas são representadas por hepáticas, musgos e antóceros, elas possuem
como característica serem pequenas plantas “folhosas” ou talosas, que frequentemente
crescem em locais úmidos e sombreados, e as margens de curso d’água, contudo este
grupo não se limita a esses habitas, podendo algumas espécies serem encontradas em
desertos relativamente secos, e sobre rochas expostas.

A diversidade de plantas recebe uma contribuição significativa das briófitas.


Possui importância ecológica, como a fixação de carbono, e por serem as primeiras
plantas terrestres, ajuda na compreensão de como as plantas ocuparam o ambiente
terrestre.

2.1 FILOS
As briófitas são agrupadas em três filos atuais: Marchantiophyta (Hepáticas),
Bryophyta (musgos) e Anthocerotophyta (antóceros). No cladograma apresentado na
figura a seguir, observa-se a formação dos três grupos. As características compartilhadas
pelos três filos são: embrião multicelular; esporos com paredes contendo esporopolenina;
anterídios e arquegônios com camadas estéreis. Os estômatos é uma característica
compartilhada pelos musgos e antóceros. E apenas os antóceros possuem um esporófito
persistente.

109
FIGURA 43 – CLADOGRAMA DAS EMBRIÓFITAS

FONTE: Raven et al. (2014, p. 719).

O filo Marchantiophyta (hepáticas) são formados por cerca de 5.200 espécies


de plantas que, em geral, são pequenas, contudo podem formar massas relativamente
grandes, quando o habitat é favorável. Grande parte dos gametófitos das hepáticas
desenvolve-se diretamente a partir dos esporos, e continua o crescimento pelo
meristema apical (Raven et al., 2014).

Há três tipos principais de hepáticas, que são diferenciadas pela estrutura


e agrupada por dois clados. Um dos clados é das hepáticas talosas complexas, que
apresentam diferenciação dos tecidos internos. O outro é das hepáticas folhosas e as
hepáticas talosas simples, que consistem em lâminas de tecido indiferenciado.

Muitas hepáticas mantêm associações simbióticas com glomeromicetos


(fungos), que entram no talo por meio dos rizoides, produzindo mucilagem abundante e
auxiliando na retenção de água.

O talo das hepáticas talosas é diferenciado em uma porção superior (dorsal) fina
verde, rica em clorofila, e uma porção inferior (ventral) incolor e mais espessa. A porção
mais espessa apresenta rizoides, bem como fileiras de escamas (Raven et al., 2014).

110
A estrutura dos esporófitos de Riccia e Ricciocarpus está entre as mais simples
das hepáticas. Ricciocarpus cresce na água ou em solo encharcado, é bissexuado. Riccia
são a maioria terrestre, pode ser unissexuados ou bissexuados. Não há mecanismos
especiais para a dispersão dos esporos, eles são liberados com a porção do gametófito
que os contém (Raven et al., 2014).

FIGURA 44 – RICCIA, HEPÁTICA SIMPLES

FONTE: Raven et al. (2014, p. 726).

Marchantia é umas das hepáticas mais conhecidas, cresce principalmente em


solos e rochas úmidas. Os gametófitos são ramificados dicotomicamentee são maiores
que em Riccia e Ricciocarpus. Os gametângios originam-se de estruturas especializadas
denominadas de gametóforos e gametangióforos. Os gametófitos são unissexuados. Os
anterídios (masculinos) formam os anteridióforos (parte superior em forma de disco), e
os arquegônios originam os arquegonióforos (femininos) que tem a parte superior em
forma de guarda-chuva, estes formatos contribuem para a distinção deles. A principal
forma de reprodução assexuada é a fragmentação, porém pode ocorrer também pela
produção de gemas.

111
FIGURA 45 – CONCEPTÁCULOS DE MARCHANTIA

FONTE: Raven et al. (2014, p. 731).

Na figura a seguir, é possível observar os anterídios e arquegônios.

FIGURA 46 – GAMETÓFITOS DE MARCHANTIA

FONTE: Raven et al. (2014, p. 732).

As hepáticas folhosas é um grupo muito diverso, com cerca de 4.000 espécies. Em


geral em plantas bastante ramificadas, e formam pequenos tapetes. Os filídios lembram
os filídios de musgos, eles consistem em uma punica camada de células indiferenciadas,

112
apresentam duas fileiras de filídios de tamanho e igual e uma terceira menor, ao longo da
superfície inferior do gametófito. Os anterídios geralmente se encontram em um curto
ramo lateral com filídios modificados, chamados de androécio. O esporófito e o arquegônio
são circundados por uma bainha tubular, denominada de perianto.

FIGURA 47 – HEPÁTICAS FOLHOSAS

FONTE: Raven et al. (2014, p. 733).

O Filo Bryophyta, comumente chamados de musgos, possui cerca de 10.000


espécies, é constituído por cinco classes, destas três com mais importância: Sphagnidae
(musgos-de-turfeira), Andreaeidae (musgos-de-granito) e Brydae (musgos verdadeiros)
(Raven et al., 2014).

A classe Sphagnidae possui dois gêneros: Sphagnum (musgos-de-turfeira) e


Ambuchanania (tem apenas uma única espécie). Sphagnum é distribuído no mundo
inteiro, apresenta muito valor comercial e ecológico. A estrutura morfológica do gênero
pode ser observada na figura a seguir.

113
FIGURA 48 – SPHAGNUM (MUSGOS-DE-TURFEIRA)

FONTE: Raven et al. (2014, p. 735).

A reprodução sexuada envolve a formação de anterídios e arquegônios nas


extremidades de ramos especiais, localizados no ápice do gametófito. Os esporófitos
são bem distintos, possuem uma cápsula avermelhada, quase esférica e elevadas em
um pendúculo, chamado de pseudopódio, tem uma seta curta. Para ocorrer a liberação
dos esporos no ápice da cápsula há um opérculo, quando a cápsula seca, ele explode,
liberando os esporos. A reprodução assexuada geralmente ocorre por fragmentação.
Há três características básicas desse grupo: pouco protonema; morfologia peculiar do
gametófito; e o mecanismo exclusivo de abertura do opérculo (Raven et al., 2014).

114
INTERESSANTE
1 a 3% da superfície da Terra são ocupadas por turfeiras
dominadas pelo Sphagnum, o que representa uma grande área.
Sendo assim, é uma das plantas mais abundantes do mundo.
As turfeiras participam no ciclo global do carbono e conseguem
armazenar mais carbono orgânico do que liberar, tendo um
saldo positivo no processo de captação. Sabe-se que as áreas de
turfeira armazenam cerca de 400 gigatoneladas, ou 400 bilhões
de toneladas de carbono orgânico, tendo uma significativa
importância ecológica (Raven et al., 2014).

A classe Andreaeidae é constituída por dois gêneros: Andreaea e Andreaeobryum


(este com apenas uma espécie). Andreaea é representado por cerca de 100 espécies,
possui o protonema diferenciado, com duas ou mais fileiras de células em de vez de
uma única. As cápsulas são minúsculas com quatro linhas verticais de células mais
frágeis ao longo das quais a cápsula se abre, liberando esporos por meio de aberturas
(Raven et al., 2014).

A figura a seguir apresenta um exemplo de Andreaea.

FIGURA 49 – MUSGO-DE-GRANITO

FONTE: Raven et al. (2014, p. 738).

115
Os musgos verdadeiros são os principais representantes da classe Bryidae.
Possuem filamentos ramificados dos protonemas, compostos por uma única fileira de
células. O protonema também origina os gametófitos folhosos.

FIGURA 50 – MUSGOS VERDADEIROS: PHYSCOMITRELLA PATENS

FONTE: Raven et al. (2014, p. 739).

O filo Anthocerophyta possui mais de 300 espécies e constituem a linhagem


menos diversa das briófitas. A origem do termo antócero é advinda de seus esporófitos
com formato de chifres. Os gametófitos assemelham aos das hepáticas talosas. Algumas
espécies possuem células com numerosos cloroplastos pequenos sem pirenoides
(Raven et al., 2014).

116
2.2 CICLOS DE VIDA
O ciclo de vida das briófitas segue o mesmo padrão nos diferentes filos,
podendo ter algumas especificidades não significativas para o entendimento do ciclo
em diferentes espécies. Desta forma serão apresentados os ciclos de vida de uma
Marchantia (Hepática) e de um musgo.

A Marchantia é uma hepática talosa, que apresenta em ciclo de vida a alternância


de gerações heteromórficas, que ocorrem devido as divisões celulares meiose e a
fecundação. De forma que na meiose há a formação de esporófito haploide (n), que
originam os gametas (n), fase também chamada de gametofítica, e ao ocorrer a
fecundação, há formação de um zigoto (2n), marcando, portanto, a fase diploide ou
chamada também de esporofítica. Desta forma a geração gametofítica (n) maior e de
vida mais longa do que a geração esporofítica (2n).

A água é necessária no processo de fecundação, pois para os alcançarem a oosfera,


precisam nadar, tendo em vista que se trata de flagelados. Há então o desenvolvimento
do embrião ou esporófito jovem dentro da caliptra ou ventre do arquegônio. Desta
forma, à medida que ele aumenta de tamanho a caliptra aumenta também, ocorrendo
no final o rompimento da caliptra, expondo o esporângio ao meio externo. O esporófito
é permanentemente fixado ao gametófito pelo pé do esporófito, e nutrido por meio das
células de transferências, que formam a placenta (Raven et al., 2014).

117
FIGURA 51 – CICLO DE VIDA DA MARCHANTIA
FONTE: Raven et al. (2014, p. 732).

118
O ciclo de vida do musgo, como pode ser observado na figura a seguir é haplo-
bionte, ou seja, há alternância de gerações, sendo uma fase gametofítica (2n), e uma
esporofítica (n).
FIGURA 52 - CICLO DE VIDA DE UM MUSGO

FONTE: Raven et al. (2014, p. 747).

119
Os esporos dos musgos são liberados da cápsula que se abre quando o opérculo
(pequena tampa) é eliminado. Há germinação do esporo, sendo formado um protonema
filamentoso e ramificado, a partir do qual se desenvolve o gametófito folhoso. Os
anterozoides são liberados do anterídio maduro e, ao chegar próximo a um arquegônio,
são quimicamente atraídos para o canal do colo. Dentro do arquegônio há a formação
do zigoto (2n) pela união de anterozoide com a oosfera, que sofre divisão mitótica,
formando o esporófito. Ao mesmo tempo, há a dilatação do ventre do arquegônio,
formando a caliptra. O esporófito consiste em uma cápsula (esporângio), possuindo
uma seta, um pé, por meio do qual o esporófito é nutrido pelo gametófito. Há também a
divisão celular meiótica dentro da cápsula, formando dos esporos haploides (n).

3 PTERIDÓFITAS
As pteridófitas são criptógamas, ou seja, possuem o sistema reprodutivo
“escondido”. Possuem características específicas que as diferenciam das briófitas, como:
a presença de tecidos vasculares com células lignificadas; alternância de gerações, em
que o esporófito é a fase dominante do ciclo de vida; e o gametófito é reduzido, com
permanência efêmera no ambiente (PRADO; SYLVESTRE, 2010).

Em relação ao compartilhamento de características ancestrais, as pteridófitas


possuem a presença de clorofila a e b, pigmentos acessórios do grupo dos carotenoides,
amido, celulose presente na parede de suas células e gametas flagelados, assim como
as algas verdes. Contudo apresentam uma organização corporal mais complexa, se
comparada às algas e às briófitas.

Em relação às briófitas, as pteridófitas além de conseguirem atingir um maior


tamanho, também são capazes de produzirem esporófitos ramificados, o que contribui
para aumentar o número de esporos viáveis, sendo um importante fator para dispersão
do grupo.

Nas pteridófitas, há ausência de flores e sementes, sua reprodução relaciona-se


à produção de esporos, com estruturas reprodutivas especializadas para a formação de
gametas.

3.1 FILOS
As Pteridófitas, também conhecidas como criptógamas vasculares, foram
consideradas como tendo representantes em uma única divisão (Pteridophyta) mas,
que devido à diversidade de características morfológicas, reprodutivas e anatômicas,
que eram encontradas nas plantas consideradas como pteridófitas, dividiu-se em
três filos extintos que são: Rhyniophyta, Zosterophyllophyta e Trimerophyta e em dois
com representantes de plantas atuais que são: Lycopodiophyta e Pterophyta (Raven
et al., 2014).

120
FIGURA 53 – PLANTAS VASCULARES EXTINTAS

FONTE: Raven et al. (2014, p. 768).

O filo Rhyniophyta era composto pelas primeiras plantas vasculares, há pelo


menos 425 milhões de anos. O grupo se extinguiu há cerca de 380 milhões de anos.
As riniófitas eram plantas sem sementes, com eixos ou caules simples, ramificados
dicotomicamente e com esporângios terminais, homosporadas, tendo raiz, caule e folha
ausentes (Raven et al., 2014).

O filo Zosterophyllophyta existiu há aproximadamente 408 até 370 milhões de


anos. Não apresentava folhas e tinham ramificações dicotômicas. Os caules aéreos eram
revestidos por uma cutícula, os caules da região superior possuíam estômatos, havia
ramos que cresciam para baixo, que podem ter funcionado como raízes, sustentando a
planta (Raven et al., 2014).

Sugere-se que o filo Trimerophytophyta tenha evoluído diretamente das


riniófitas. Apareceram há cerca de 395 milhões de anos e se extinguiram cerca de 20
milhões de anos depois. Eram maiores e mais especializadas que as riniófitas, com
ramificação mais complexa, pois os ramos laterais se dividiam várias vezes, possuíam
um cordão vascular mais desenvolvido (Raven et al., 2014).

O filo Lycopodiophyta possui cerca de 10 a 15 gêneros, com aproximadamente


1.200 espécies. As evidências morfológicas e moleculares indicam que ocorreu no
período Devoniano, uma divisão basal, surgindo o clado licófita que inclui as licófitas
atuais, e um clado eufilófitas, que inclui todas as outras linhagens de plantas vasculares
atuais, as monilofitas (samambaias e cavalinhas) e as plantas com sementes. Na figura
a seguir são apresentadas duas espécies atuais de licófitas (PRADO; SYLVESTRE, 2010).

121
FIGURA 54 - (A) HUPERZIA LUCIDULA; (B) LYCOPODIUM LAGOPUS

FONTE: Raven et al. (2014, p. 781).

O filo Monilophyta é representado pelas samambaias e as cavalinhas, que


formam um clado (Monilophyta) com quatro linhagens: Psilotopsida, Marattippsida,
Polypodiopsida e Equisetopsida, o termo samambaia é aplicado aos membros das três
primeiras linhagens, exemplos de samambaias podem ser visualizados na figura a seguir.

Existem mais de 12.000 espécies de samambaias atuais, sendo que a


diversidade é maior nos trópicos. Algumas são muito pequenas e têm folhas inteiras,
outras são grandes, por exemplo, Lygodium, uma samambaia trepadeira, tem folhas
com uma raque, torcida e longa e pode ter até 30 metros ou mais de comprimento
(PRADO; SYLVESTRE, 2010).

122
FIGURA 55 – REPRESENTANTES DE SAMAMBAIAS

FONTE: Raven et al. (2014, p. 787).

As samambaias são classificadas de acordo com a estrutura e o modo de


desenvolvimento dos esporângios em eusporangiadas ou leptosporangiadas, na figura
a seguir é apresentado o desenvolvimento deles. Na eusporângio, duas células parentais
sofrem sucessivas mitoses, formando uma série de células internas e externas. Sendo
que a camada externa origina à parede do esporângio, a camada interna origina um
conjunto de células irregularmente orientadas, que formam as células-mãe de esporos.
São maiores que os leptosporângios e contém muito mais esporos (Raven et al., 2014).

123
FIGURA 56 – DESENVOLVIMENTO DO EUSPORÂNGIO E LEPTOSPORÂNGIO

FONTE: Raven et al. (2014, p. 790).

Os leptosporângios são originados a partir de uma única célula inicial, que sofre
sucessivas divisões mitóticas, formando uma região interna e uma externa. As células
da região interna contribuem com a formação do pedicelo do esporângio. As células
externas dão origem a um elaborado esporângio pedicelado com uma cápsula esférica,
que possui uma parede com uma camada de células de espessura. (Raven et al., 2014).

Os agrupamentos de esporângios, são denominados de soros, são encontrados


sobre o face inferior ou as margens das folhas de samambaias. A figura a seguir traz
alguns exemplos de espécies com a produção de soros.

124
FIGURA 57 – SOROS

FONTE: Raven et al. (2014, p. 798).

Na espécie Polypodium virginianum e outras do mesmo gênero os soros são nus.


Nas Pteridium aquilinum, os soros estão nas margens foliares. No gênero Polystichum os
soros estão recobertos por indúsios. Em Botrychium dissectum os soros são envolvidos
pelos lobos globulares da pina (folíolos), o que os tornam invisíveis (Raven et al., 2014).

3.2 CICLOS DE VIDA


O ciclo de vida de uma Lycopodium é apresentado na figura a seguir. Como
as Lycopodiaceae são homosporadas, a meiose resulta na formação de esporos que
originam gametófitos bissexuados, possuindo tanto os arquegônios como os anterídios.
Algumas espécies necessitam de um fungo micorrizico para ter um desenvolvimento
normal. A água é necessária para que o anterozoide biflagelado se locomova até a
oosfera. Já com a fecundação o zigoto é formado e o desenvolvimento do embrião ocorre
no interior do arquegônio. O esporófito jovem inicia o processo preso ao gametófito e no
final torna-se independente.

125
FIGURA 58 – CICLO DE VIDA DE LYCOPODIUM LOGOPUS
FONTE: Raven et al. (2014, p. 780).

A figura a seguir apresenta o ciclo de vida de uma Selaginella, heterosporada


(que possuem microsporângios e megasporângios). Os micrósporos produzidos nos
microsporângios desenvolvem-se em microgametófitos e os megásporos são dispersos
próximos uns dos outros, desta forma, o anterozoide nada um pequeno espaço até
alcançar a oosfera.

126
Dentro do envoltório do esporo, inicia-se o desenvolvimento do esporângio.
O esporófito jovem é envolvido pelos tecidos do megagametófito, que são a fonte de
nutrição para o embrião em desenvolvimento.
FIGURA 59 – CICLO DE VIDA DE SELAGINELLA

FONTE: Raven et al. (2014, p. 784).

127
A Polypodium é uma espécie de samambaia, que se caracteriza por ser
homosporada e leptosporangiada. A produção de esporos ocorre nos esporângios por
meio da meiose. Os gametófitos são verdes e independente no âmbito nutricional. Os
gametófitos bissexuados possuem os arquegônios e anterídios, os últimos localizam-se
na superfície inferior, e os arquegônios próximos à reentrância. Os anterozoides são
multiflagelados e espiralados produzidos nos anterídios. Quando maduros são liberados
e nadam até o colo de um arquegônio.

FIGURA 60 – CICLO DE VIDA POLYPODIUM


Fonte: Raven et al. (2014, p. 802).

128
Os anterídios e os arquegônios amadurecem em velocidades diferentes, portanto,
fertilizam a oosfera do gametófito de outro indivíduo. Na parte inferior do arquegônio, a
oosfera é fecundada, formando-se um zigoto (2n), o qual começa a sofrer divisões celulares
para promover a diferenciação e formação dos tecidos. O embrião jovem cresce e diferencia-
se diretamente em um esporófito adulto, obtendo sua nutrição a partir do gametófito
temporariamente, pois logo começa a realizar fotossíntese em quantidade suficiente para se
manter. Quando há o enraizamento do esporófito o gametófito se desintegra.

4 GIMNOSPERMAS
As gimnospermas são plantas vasculares com sementes não encerradas no
interior de frutos. São em geral árvores, sendo menos comuns os arbustos (Ephedra)
e as lianas (Gnetum). Possui sistema vascular, sendo que o xilema apresenta apenas
traqueídes, com exceção das Gnetales que, possuem também os elementos de vaso. O
tipo de polinização predominante é pelo vento.

Os estudos sugerem que a origem das suas linhagens é monofilética, tem


como habitat principal as áreas temperadas do hemisfério norte. No Brasil, sua
representatividade é baixa.

4.1 FILOS
O termo Gimonosperma significa semente nua, ou seja, seus óvulos e suas
sementes são expostos na superfície dos esporofilos ou estruturas análogas. Há
quatro filos com representantes vivos, que são: Coniferophyta (coníferas); Cycadophyta
(cicadófiltas); Gingophyta (ginkgófita); Gnetophyta (gnetófitas) (SOUZA, 2010).

O filo Coniferophyta é amplamente distribuído e possui importância ecológica,


compreende cerca de 70 gêneros e 630 espécies. As coníferas, que incluem os pinheiros,
abetos e píceas tem um importante valor comercial, suas florestas fonte de recursos
naturais em várias regiões das zonas temperadas do hemisfério norte (SOUZA, 2010).

As cicadófitas são representantes do filo Cycadophyta, são semelhantes às


palmeiras, e encontradas em regiões tropicais e subtropicais. As cicadófitas atuais
compreendem 11 gêneros, com cerca de 300 espécies. A maioria são plantas bem
grandes, com cerca de 18 m de altura. Muitas têm o tronco distinto, que é densamente
coberto pelas bainhas das folhas que caíram. As folhas funcionais ficam no ápice, o que
lembra as palmeiras e apresenta um crescimento secundário verdadeiro, vagaroso. São
frequentemente muito tóxicas.

Ginkgo biloba é o único membro do filo Ginkgophyta, tem como características


suas folhas em forma de leque ou ventarola, com seus padrões de venação abertos,
dicotomicamente ramificados (Raven et al., 2014).

129
FIGURA 61 – GINKGO BILOBA

FONTE: Raven et al. (2014, p. 804).

Os membros do filo Gnetophyta possui características semelhantes a


angiospermas. Possui três gêneros: Gnetum; Ephedra; Welwitschia, com cerca de 75
espécies. Gnetum podem ser desde árvores a trepadeiras, possuem folhas grandes e
coriáceas. Ephedra são arbustos com folhas menores. Welwitschua, possui um único
representante, que tem a metade de seu corpo enterrado. Estes gêneros possuem muitas
características semelhantes as angiospermas são elas: estróbilos com inflorescências
parecidas com as de angiospermas, elementos de vasos parecidos com os presentes
nos xilemas e ausência de arquegônio em Gnetum e Welwitschia (SOUZA, 2010).

4.2 CICLOS DE VIDA


Os ciclos de vida dos quatro filos são essencialmente similares, ocorre uma
alternância de gerações heteromorfas com esporófitos grandes e independentes, e
gametófitos bastante reduzidos. Os óvulos (megasporângios mais tegumentos) ficam
expostos nas superfícies dos megasporofilos ou estruturas análogas. O megagametófito,
na maturidade, possui vários arquegônios. No interior dos grãos de pólen desenvolvem-
se os microgametófitos. Os anterídios estão ausentes em todas as plantas com
sementes. Desta forma, os gametas masculinos se formam diretamente a partir da
célula gametogênica ou espermatogênica. Há exceção das cicadófita e Ginkgo, que os
gametas têm flagelos (Raven et al., 2014).

130
FIGURA 62 – CICLO DE VIDA DO PINHEIRO
Na figura a seguir, é apresentando ciclo de vida do pinheiro.

FONTE: Raven et al. (2014, p. 834).

131
Em relação ao ciclo de vida do pinheiro, destaca-se que os gametófitos são
muitos reduzidos e dependentes nutricionalmente do esporófito. Os grãos de pólen
que contém os gametas masculinos são levados pelo vento até a proximidade de um
gametófito feminino (megagametófito) no interior de um óvulo. Os gametas masculinos
são imóveis, portanto, são transportados para as oosferas dos arquegônios pelo tubo
polínico, dispensando a necessidade da água. O óvulo após a fecundação amadurece,
tornando-se uma semente. A semente é formada por um embrião, por alimento
armazenado e envoltório seminal.

5 ANGIOSPERMAS
As angiospermas é o grupo mais diverso das plantas, a estrutura corporal delas
pode variar de alturas de cerca de 2mm a árvores gigantes com cerca de 100 metros.
Podem ser herbáceas, arbustos e árvores. Possuem raízes, caules e folhas. Por ter o
órgão reprodutivo visível (flor) são classificadas como fanerógamas, e por possuírem um
embrião multicelular (que fica dentro da semente) são denominadas de espermatófitas
(SOUZA; LORENZI, 2008).

As angiospermas são importantes na cadeia trófica, pois é um recurso alimentar


abundante para os seres vivos consumidores. São também importantes recursos
econômicos, pois muitas são utilizadas para a formulação de medicações, cosméticos.
Para a produção de fibra, madeira, ornamentação e artesanato.

5.1 FILOS
As angiospermas possuem apenas um filo Antófilas, que contêm cerca de
300.000 espécies, podendo chegar a 450.000 espécies, sendo, portanto, o maior filo
de organismos fotossintetizantes. São extremamente diversas nas suas características,
em tamanho podem variam de lentilhas-dágua, que são plantas simples, flutuadoras
com cerca de 1 mm de comprimento, à espécies arbóreas como Eucalyptus, com mais
de 100 m de altura. Muitas angiospermas são adaptadas as condições climáticas e
ambientais, como por exemplo os cactos adaptados a regiões extremamente áridas
(FORZZA et al., 2010).

As angiospermas são um grupo de plantas com sementes que possuem


as principais características: flores, frutos e um ciclo de vida distinto. São de origem
monofiléticas, ou seja, de um único ancestral comum, e compreendem uma série de
linhagens evolutivas, com destaca as duas grandes classes: Monocotyledonae, com
pelo menos 90.000 espécies, e as Eudicotyledonae com pelo menos 2000.00 espécies
(SOUZA; LORENZI, 2008).

132
As monocotiledôneas são as plantas da família das gramas, lírios, íris, orquídeas,
taboas e palmeias, dentre outras. As eudicotiledôneas são mais diversas, inclui quase
todas as árvores e os arbustos e muitas ervas.

Em relação a nutrição, todas são de vida livre, mas existem algumas


parasitas. Há cerca de 200 espécies de monocotiledôneas parasitas e 2.800 espécies
de eudicotiledôneas. Estas plantas formam órgãos de absorção especializados,
denominados haustórios, que penetram nos tecidos se seus hospedeiros (Raven
et al., 2014).

5.2 CICLOS DE VIDA


No ciclo de vida das angiospermas os gametófitos são reduzidos em tamanho.
O microgametófito maduro é constituído por três células, já o megagametófito (saco
embrionário), possui sete células, na maioria das espécies. Os anterídios e os arquegônios
estão ausentes. A polinização é indireta, ou seja, o pólen é depositado sobre o estigma,
sendo transportado pelo tubo polínico para o gametófito feminino. Após a fecundação,
o óvulo se desenvolve em semente. Ao mesmo tempo o ovário se desenvolve em fruto
(Raven et al., 2014).

No ciclo de vida da soja é formado um esporófito, com a germinação. O qual


quando, maduro produzirá flores. No interior das anteras da flor, as células-mãe de
micrósporos ou microsporócitos se desenvolvem, e por meio da meiose, originam
quatro micrósporos haploides. Cada um deste, se divide mais uma vez, para formar a
célula vegetativa (célula do tubo) e uma célula geradora. Durante a germinação do grão
de pólen, a célula geradora se divide, originando dois gametas masculinos, que são
transportados pelo tubo polínico até a oosfera.

133
FIGURA 63 – CICLO DE VIDA DA SOJA
FONTE: Raven et al. (2014. p. 876).

O embrião que se desenvolve no interior do saco embrionário e os tegumentos


do óvulo se transformam nos envoltórios (testa) da semente, que quando madura é
liberada do fruto, pelos processos de dispersão.

134
LEITURA
COMPLEMENTAR
AS GIMNOSPERMAS NO BRASIL

Vinícius Castro Souza

Caracterização das gimnospermas

As gimnospermas constituem um grupo que inclui as plantas vasculares


com sementes não encerradas no interior de frutos. Trata-se de um grupo formado
predominantemente por árvores, sendo menos comuns os arbustos (Ephedra) e as
lianas (Gnetum). O xilema das gimnospermas possui apenas traqueídes, com exceção
das Gnetales que, como a grande maioria das angiospermas, apresentam também
elementos de vaso. A polinização ocorre predominantemente por intermédio do vento,
mas há exceções entre as Gnetales e Cycadales.

A maioria dos trabalhos recentes vem indicando que as gimnospermas são


monofiléticas, ou seja, elas teriam um único ancestral e este deu origem apenas às
gimnospermas. Entretanto, se forem também considerados os grupos fósseis, as
plantas com sementes não formariam um grupo monofilético, já que as extintas
pteridospermatófitas, também chamadas de “samambaias com sementes” possuem
uma origem distinta. A maior parte das gimnospermas ocorre em áreas temperadas
do Hemisfério Norte, chegando a ser o elemento dominante das florestas perto do
Círculo Ártico.

No Brasil estão pouco representadas, contabilizando apenas cerca de 3% do total


de espécies existentes no mundo. Tradicionalmente as gimnospermas são divididas em
quatro grupos diferentemente tratados pelos diversos autores, tendo sido aqui adotada
a terminologia empregada por Judd et al. (2008): as Cycadales (representadas no Brasil
pela família Zamiaceae), as Ginkgoaceae (não representadas no Brasil), as coníferas
(representadas no Brasil por Araucariaceae e Podocarpaceae) e as Gnetales (representadas
no Brasil por Ephedraceae e Gnetaceae).

Compilação dos dados

O levantamento preliminar dos nomes para compor esta lista de táxons foi feito
pela coordenação do projeto. Essa lista prévia foi checada e complementada por dados
disponíveis em herbários nacionais e do exterior, bem como por referências bibliográficas
diversas. Foram de grande importância os dados disponíveis no site splink (splink.cria.
org.br) e em Farjon (2001), complementado pelo world checklist, organizado pelo Royal

135
Botanic Gardens, Kew (www.kew.org), para as famílias Araucariaceae, Ephedraceae e
Gnetaceae. Floras estaduais também foram consultadas, incluindo a lora do Acre (Daly
& Silveira 2008), Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (Dubs 1998), Santa Catarina (Reitz &
Klein 1966) e São Paulo (Garcia 2002).

Diversidade das gimnospermas no Brasil

Alguns táxons foram aqui acrescidos em relação aos trabalhos anteriores que
visaram representar a biodiversidade de gimnospermas do Brasil. Na Flora brasiliensis
(Eichler 1863) foram apresentadas 12 espécies, número gradativamente ampliado
com a descrição de novas espécies e com o aumento do conhecimento dos limites
de distribuição dos táxons. Lewinsohn & Prado (2004) estimaram em 15 o número de
gimnospermas do Brasil, Giulietti et al. (2005) referiram 16 e Souza & Lorenzi (2008)
estimaram em 20. No presente trabalho estão sendo arroladas 23 espécies (excluindo
as três espécies de Pinus que ocorrem no Brasil como subespontâneas), distribuídas em
seis gêneros e cinco famílias.

Apenas duas espécies, Podocarpus barretoi Laubenf. & Silba e P. lambertii


Klotzsch ex Endl., são possivelmente endêmicas do Brasil. O Domínio Fitogeográfico
brasileiro com o maior número de espécies de gimnospermas é a Amazônia, com 16
espécies. Embora isto possa parecer contrastante com o senso comum de que as
gimnospermas ocorrem predominantemente em áreas mais frias, essa concentração
se justifica pela riqueza de spécies de Gnetaceae, Podocarpaceae e Zamiaceae e pela
escassez de outras espécies de gimnospermas nos demais Domínios. Adicionalmente,
merece destaque o fato de que, no Brasil, os gêneros Gnetum (seis espécies) e
Retrophyllum (duas espécies) ocorrem exclusivamente na Amazônia. O segundo
Domínio mais rico é o Cerrado, com cinco espécies de Podocarpus e uma de Zamia. A
Mata Atlântica, onde ocorre Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze, a principal espécie
de gimnosperma do Brasil - quer pelo seu destaque na paisagem, quer pela sua ampla
distribuição geográfica e importância econômica - possui apenas outras quatro espécies
de gimnospermas (fig. 1 e 2).

136
Em alguns estados brasileiros: Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio Grande
do Norte, Roraima e Tocantins - não foram registradas gimnospermas (tab. 1), mas
é bastante provável que isto reflita lacunas de coleta, uma vez que a maioria desses
estados tem sua flora ainda insuficientemente conhecida.

ESTADO NÚMERO DE ESPÉCIES


Amazonas 12
Acre 8
Rio Grande do Sul 7
Paraná 6
Santa Catarina 6
São Paulo 6
Goiás 5
Mato Grosso 5
Rio de Janeiro 5
Minas Gerais 4
Pará 4
Rondônia 4
Distrito Federal 3
Espírito Santo 3
Bahia 2
Alagoas 1
Amapá 1
Mato Grosso do Sul 1
Pernambuco 1
Sergipe 1
Ceará 0
Maranhão 0
Paraíba 0
Piauí 0
Rio Grande do Norte 0
Roraima 0
Tocantins 0

137
O estabelecimento de espécies de Pinus subespontâneas no Brasil tem alcançado
grau alarmante, em especial nos estados do Sul e Sudeste. O conhecimento sobre
esse assunto ainda é precário, embora seja possível verificar com grande frequência o
aparecimento de indivíduos de Pinus povoando bordas de estradas em áreas ocupadas
originalmente por mata atlântica e também campos naturais, dificultando, assim, a
recuperação das áreas degradadas e competindo com as espécies nativas. A maioria
das espécies de Pinus foi introduzida no Brasil no século XX, com finalidade silvicultural,
principalmente devido ao rápido crescimento e facilidade nos tratos culturais.

FONTE: SOUZA, V. C. Introdução: as gimnospermas do Brasil. Catálogo de plantas e fungos do Brasil.


[online]. Andrea Jakobsson Estúdio: Instituto de Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
v.1, p. 78-89. ISBN 978-85-8874-242-0.

138
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• As briófitas têm como característica serem pequenas plantas “folhosas” ou talosas.

• As briófitas são agrupadas em três filos atuais: Marchantiophyta (Hepáticas);


Bryophyta (musgos); e Anthocerotophyta (antóceros).

• As características compartilhadas pelos três filos são: embrião multicelular; esporos


com paredes contendo esporopolenina; anterídios e arquegônios com camadas
estéreis.

• Os estômatos é uma característica compartilhada pelos musgos e antóceros.

• Apenas os antóceros possuem um esporófito persistente.

• O ciclo de vida das briófitas inicia-se com os gametófitos femininos e masculinos


haplóides, sendo considerada a fase duradoura do ciclo. Nos gametófitos masculinos
produzem os anterídios, os quais produzem os anterozoides. Os gametófitos
femininos, produzem os arquegônios, que produzem a oosfera. Na presença de
água os anterozoides nadam até o arquegônio, e fecundam a oosfera. Forma-se um
embrião diploide, que dá origem a um esporófito adulto diploide.

• As pteridófitas são criptógamas.

• Nas pteridófitas há a presença de tecidos vasculares com células lignificadas.

• Há alternância de gerações em que o esporófito é a fase dominante do ciclo de vida


e o gametófito é reduzido.

• As plantas consideradas como pteridófitas, dividiu-se em três filos extintos que são:
Rhyniophyta, Zosterophyllophyta e Trimerophyta, e em dois com representantes de
plantas atuais, que são: Lycopodiophyta e Pterophyta.

• Em espécies homosporadas, a meiose resulta na formação de esporos que originam


gametófitos bissexuados, que possuiu tanto os arquegônios como os anterídios. A
água é necessária para que o anterozoide biflagelado se locomova até a oosfera. Com
a fecundação, o zigoto é formado, e o desenvolvimento do embrião ocorre no interior
do arquegônio. O esporófito jovem inicia o processo preso ao gametófito, e no final
torna-se independente.

139
• Em espécies heterosporadas tanto os microsporângios quanto os megasporângios são
formados juntos no mesmo estróbilo. Os micrósporos produzidos nos microsporângios
desenvolvem-se em microgametófitos e os megásporos são dispersos próximos uns dos
outros. Desta forma, o anterozoide nada um pequeno espaço até alcançar a oosfera. O
desenvolvimento do gametófito inicia-se dentro do envoltório do esporo. O esporófito
jovem é envolvido pelos tecidos do megagametófito. Quatro megásporos são produzidos
em cada esporângio e daí dispersados.

• O termo Gimonosperma significa semente nua, ou seja, seus óvulos e suas sementes
são expostos na superfície dos esporofilos ou estruturas análogas.

• Há quatro filos com representantes vivos, que são: Coniferophyta (coníferas);


Cycadophyta (cicadófiltas); Gingophyta (ginkgófita); Gnetophyta (gnetófitas).

• Os ciclos de vida dos quatro filos são essencialmente similares.

• Os pinheiros, por exemplo, apresentam alternância de duas gerações em seu ciclo de


vida. A árvore adulta é um esporófito diplóide maduro (2n), que ao germinar produz
esporos.  Os esporos dão origem ao  gametófito, geração haplóide (n), de tamanho
muito pequeno, e que é dependente do esporófito para sua nutrição. Na fertilização,
os gametas (formados em gametófitos) se unem, originando um zigoto diplóide,
reiniciando o ciclo.

• As angiospermas possuem raízes, caules e folhas. Por ter o órgão reprodutivo visível
(Flor) são classificadas como fanerógamas, e por possuírem um embrião multicelular
(que fica dentro da semente) são denominadas de espermatófitas.

• As angiospermas possuem apenas um filo Antófilas, que contêm cerca de 300.000


espécies.

• São de origem monofiléticas, ou seja, de um único ancestral comum, e compreendem


uma série de linhagens evolutivas, com destaque para duas grandes classes:
Monocotyledonae, com pelo menos 90.000 espécies, e as Eudicotyledonae com pelo
menos 2000.00 espécies.

• No ciclo de vida das angiospermas, os gametófitos são muito reduzidos em tamanho.


Há o microgametófito e o megagametófito (saco embrionário). Os anterídios e os
arquegônios estão ausentes. A polinização é indireta, ou seja, o pólen é depositado
sobre o estigma, após o qual o tudo polínico cresce por meio ou sobre a superfície
dos tecidos do carpelo, para levar os dois gametas, sem mobilidade própria, para o
gametófito feminino. Após a fecundação, o óvulo se desenvolve em semente, a qual
fica incluída no ovário. Ao mesmo tempo o ovário se desenvolve em fruto.

140
AUTOATIVIDADE
1 Observa-se que as pteridófitas possuem o sistema reprodutivo escondido e
apresentam características específicas que as diferenciam das briófitas, como a
presença de tecidos vasculares com células lignificadas e alternância de gerações.
Nesse sentido, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Nas pteridófitas há presença de flores e sementes, sua reprodução relaciona-se


à produção de gametas femininos e masculinos presentes nas flores.
b) ( ) As pteridófitas apresentam uma organização corporal menos complexa,
comparada às algas e às briófitas, além de tamanho reduzido em relação a estes
grupos.
c) ( ) As pteridófitas apresentam alternância de gerações, em que o gametófito é a
fase dominante do ciclo de vida e o esporófito é reduzido, com permanência
efêmera no ambiente.
d) ( ) As pteridófitas têm características específicas que as diferenciam das briófitas, o
esporófito é a fase dominante do ciclo de vida e o gametófito é reduzido.

2 As briófitas são agrupadas em três filos atuais: Marchantiophyta (Hepáticas),


Bryophyta (musgos) e Anthocerotophyta (antóceros). Algumas características são
compartilhadas pelos três filos, outras são exclusivas de cada filo. Sobre esse assunto,
analise as sentenças a seguir:

I- As características compartilhadas pelos três filos são: embrião multicelular; esporos


com paredes contendo esporopolenina; anterídios e arquegônios com camadas
estéreis.
II- Os estômatos é uma característica compartilhada pelos musgos e antóceros.
III- Apenas os musgos possuem um esporófito persistente.

Assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.

3 O termo Gimonosperma significa semente nua, ou seja, seus óvulos e suas sementes
são expostos na superfície dos esporofilos ou estruturas análogas. Há quatro filos com
representantes vivos, que são: Coniferophyta (coníferas); Cycadophyta (cicadófiltas);
Gingophyta (ginkgófita); Gnetophyta (gnetófitas). Classifique V para as sentenças
verdadeiras e F para as falsas:

141
( ) Os membros do filo Gnetophyta possui características semelhantes a pteridófitas.
Possui apenas um gênero: Gnetum, com cerca de 75 espécies.
( ) O filo Coniferophyta é amplamente distribuído e possui importância ecológica,
compreende cerca de 70 gêneros e 630 espécies. As coníferas, que incluem os
pinheiros, abetos e píceas tem um importante valor comercial, suas florestas fonte
de recursos naturais em várias regiões das zonas temperadas do hemisfério norte.
( ) As cicadófitas são representantes do filo Cycadophyta, são semelhantes às
palmeiras, e encontradas em regiões tropicais e subtropicais. As cicadófitas atuais
compreendem 11 gêneros, com cerca de 300 espécies.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – V.
d) ( ) F – F – V.

4 As angiospermas são um grupo de plantas com sementes que possuem as principais


características: flores; frutos; e um ciclo de vida distinto. São de origem monofiléticas,
ou seja, de um único ancestral comum, e compreendem uma série de linhagens
evolutivas. Em relação à forma de reprodução sexuada das angiospermas, discorra
sobre como o ciclo de vida das angiospermas.

5 As coníferas, que incluem os pinheiros, têm um importante valor comercial, suas


florestas são fonte de recursos naturais em várias regiões das zonas temperadas
do hemisfério norte. No Brasil são pouco representados. Sendo o pinheiro um dos
principais representantes das Gimnospermas, descreva o ciclo de vida de um Pinus:

142
REFERÊNCIAS
FORZZA, R. C. (org.) et al. Introdução: as angiospermas do Brasil. Catálogo de plantas
e fungos do Brasil. [online]. Andrea Jakobsson Estúdio: Instituto de Pesquisa Jardim
Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, v.1, p. 78-89, 2010. Disponível em: https://
static.scielo.org/scielobooks/x5x7v/pdf/forzza-9788560035090.pdf. Acesso em: 22
mar. 2022.

PRADO, J.; SYLVESTRE, L. S. Introdução: as samambaias e licófitas do Brasil.


Catálogo de plantas e fungos do Brasil. [online]. Andrea Jakobsson Estúdio:
Instituto de Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, v.1, p.
78-89, 2010. Disponível em: https://static.scielo.org/scielobooks/x5x7v/pdf/
forzza-9788560035090.pdf. Acesso em: 22 mar. 2022.

RAVEN, P. H. et al. Biologia vegetal. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A., 2014.

SOUZA, V. C.; LORENZI, H. Botânica sistemática: guia ilustrado para identificação das
famílias de angiospermas da flora brasileira, baseado em APG II. 2. ed. Nova Odessa:
Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008.

SOUZA, V. C. Introdução: as gimnospermas do Brasil. In: Catálogo de plantas e


fungos do Brasil. [online]. Andrea Jakobsson Estúdio: Instituto de Pesquisa Jardim
Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, v.1, p. 78-89, 2010. Disponível em: https://
static.scielo.org/scielobooks/x5x7v/pdf/forzza-9788560035090.pdf. Acesso em: 22
mar. 2022.

143
144
UNIDADE 3 —

TIPIFICAÇÃO BOTÂNICA
NOS BIOMAS

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• estudar os principais biomas nacionais e as espécies predominantes;

• caracterizar as principais classes de interesse econômico e ambiental;

• reconhecer as principais técnicas para amostragem de flora;

• compreender o processo de inventário florístico para estudos de impacto ambiental.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – BIOMAS BRASILEIROS E AS PRINCIPAIS ESPÉCIES

TÓPICO 2 – IMPORTÂNCIA DOS GRUPOS PARA A CONSERVAÇÃO AMBIENTAL

TÓPICO 3 – TÉCNICAS DE AMOSTRAGEM E MONITORAMENTO DA FLORA

TÓPICO 4 – INVENTÁRIO FLORÍSTICO E ESTUDOS DE IMPACTO AMBIENTAL

CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.

145
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 3!

Acesse o
QR Code abaixo:

146
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
BIOMAS BRASILEIROS
E AS PRINCIPAIS ESPECIES

1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos sobre os biomas brasileiros e suas
principais espécies, o termo bioma que dizer: bios, de vida; e oma de massa ou grupo,
foi utilizado, inicialmente, em 1943, pelo botânico norte-americano Frederic Edward
Clements. Ele o definiu como uma unidade biológica ou um espaço geográfico cujas
características são definidas pelo macroclima, pela fitofisionomia, pelo solo e pela
altitude (RAVEN et al., 2014). No entanto, com o passar dos anos, a definição do que é
um bioma passou a variar, principalmente, pela necessidade de explicar os diferentes
parâmetros que pudessem servir para delimitar essa definição.

Em nossas discussões, utilizaremos o termo bioma definido como um conjunto


de vida vegetal e animal, constituído pelo agrupamento de tipos de vegetação próximo e
que são de fácil identificação em nível regional. Além disso, os biomas devem apresentar
condições geológicas e climáticas semelhantes, de maneira que, historicamente,
tendem a sofrer os processos de formação de paisagem, apresentando como resultado
uma diversidade de flora e fauna própria.

Há algumas variações importantes que foram apresentadas ao longo da
contribuição histórica da botânica, ecologia e zoologia até as distintas discussões da
atualidade. Outra consideração importante que será tratada ao longo dos próximos
trechos desse capítulo faz referência aos biomas presentes no território brasileiro e que
merecem grande destaque em nossa discussão.

O Brasil é formado por sete tipos de biomas: Amazônia, Floresta Atlântica,


Cerrado, Caatinga, Pampa, Pantanal e as Zonas Costeiras (IBGE, 2022). Cada um
desses biomas abriga diferentes tipos de biotas. A seguir, serão apresentados alguns
aprofundamentos característicos desses biomas.

2 AMAZÔNIA
O Bioma Amazônico ocupa cerca de 40% do território nacional, aproximadamente,
4.196.943 km2. Nele, estão localizados os estados do Pará, Amazonas, Amapá, Acre,
Rondônia e Roraima e algumas porções dos estados do Maranhão, Tocantins e Mato
Grosso. Podemos considerar que esse bioma também está presente nos países mais
próximos ao Brasil, como as Guianas, Suriname, Venezuela, Equador, Peru e Bolívia.

147
Nesse bioma, está inserida a maior floresta tropical do mundo: a Floresta
Amazônica. Ela é conhecida como o abrigo da maior biodiversidade mundial, encontrando
milhares de espécies animais, vegetais e micro-organismos. Além da grande variedade
de seres vivos, também é possível encontrar uma grande variedade de estruturas
abióticas como rios, que reservam a maior quantidade de água superficial doce do
mundo. O clima dessa região é o equatorial úmido e o relevo apresenta diferentes
formações (JOLY, 2002).

A fauna dessa região é estimada em cerca de trinta milhões de espécies de


animais, embora existam desse total, espécies ainda não descobertas e algumas outras
em estado de identificação. Dentre as espécies descobertas e catalogadas, o bioma
amazônico é o que apresenta a maior riqueza de espécies da fauna, abrigando mais de
73% das espécies de mamíferos e 80% das aves existentes no território nacional.

Em relação ao grupo de animais que existam dentro desse bioma, não há uma
relação exata de número de espécies, considerando que ainda há muito a se descobrir,
principalmente, pelo seu tamanho e extensão na superfície. No entanto, ainda é possível
considerar que, na área ocupada no território brasileiro, há uma quantidade mínima
de 311 espécies de mamíferos, 1.300 espécies de aves, 273 espécies de répteis, 232
espécies de anfíbios e 1.800 espécies de peixes.

FIGURA 1 – VISTA AÉREA DA FLORESTA AMAZÔNICA

FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/aerial-view-amazon-rainforest-brazil-
south-1706281933>. Acesso em: 9 mar. 2022. 

A maior parte da biodiversidade desse bioma se encontra em terra firma,


principalmente nos remanescentes de florestas. No entorno das florestas, podem-se
encontrar uma quantidade de onças pintadas, tamanduás e uma quantidade enorme
de primatas como macacos-prego, macacos-aranha, curiós, macacos-barrigudos e
guaribas. Uma grande infinidade de espécies de macacos pode ser encontrada, pois ela
abriga cerca de 10% de todas as espécies de primatas do mundo.

148
Há uma grande diversidade de peixes também, chegando a conter 85% das
espécies de toda a América do Sul, com, aproximadamente, 2.005 peixes. Nos rios,
podemos encontrar mamíferos como o boto cor-de-rosa, o tucuxi, o peixe-boi da
Amazônia, ariranhas e lontras. Além desses, podemos citar também o pirarucu, piraíba,
piranha, piramboia, peixe-borboleta, tubarões, enguia elétrica e raias. Os répteis são
outro grupo de animais abundantes nesse bioma, sendo muito frequentes os jacarés,
como: jacaré-açu, tartarugas, lagartos, sapos e serpentes.

O grupo anfíbio está presente em todas as áreas do bioma, seja este terrestre
ou aquático, com alguns protagonistas, como: rãs e pererecas; de diferentes tamanhos
e uma imensa variedade de cores. O grupo de artrópodes, como os insetos, aracnídeos e
os crustáceos presentes merecem um destaque importante pela sua grande variedade
de espécies e a numerosa quantidade de indivíduos que, estimando-se um número de
cerca de 2,5 milhões. O destaque que realizamos é o resultado de sua imensa importância
quando consideramos o seu papel ecológico nesse ecossistema importantíssimo.
Existe uma infinidade de besouros, borboletas, mariposas, aranhas, formigas, moscas,
abelhas, vespas etc.

A partir dessa discussão, abrimos ponto de verificar uma grande diversidade


de usos desses recursos para as populações humanas que habitam esse bioma,
geralmente, populações tradicionais. Elas apresentam uma importante função de
manter viva a sabedoria do uso de recursos fundamentais da biodiversidade local. Outro
ponto considerado nessa discussão, e que será trazido à tona, está em manter intacta as
diferentes interações e os respectivos integrantes no bioma, para evitar desequilíbrios
ambientais que podem gerar danos em escala mundial.

A flora presente no bioma Amazônico apresenta uma grande diversidade de


espécies, muitas dessas indispensáveis para a sua caracterização. Dessa forma,
podemos dividir a vegetação que o compõe em três categorias: mata de terra firme,
mata de várzea e mata de igapó. As matas de terra firme são aquelas que estão em
regiões mais altas e, por esse motivo, não são inundadas pelos rios. Elas são formadas
por árvores de grande porte, como: a castanheira-do-pará e a palmeira.

A mata de várzea são as que sofrem com inundações em determinado período


do ano. Na região mais elevada desse tipo de mata, o tempo de inundação é curto e a
vegetação é semelhante às matas de terra firme. Nas regiões ditas planas, nas quais
ocorrem inundações na maior parte do tempo, ou mesmo que não uma permanência
das áreas sempre inundadas, a vegetação é semelhante a das matas de igapó. E, por
último, as matas de igapó, geralmente, estão situadas em áreas de solo mais baixo,
o que garante o fenômeno de inundações e favorece o surgimento de vegetações
baixas, como arbustos, cipós e musgos, frequentes nesse tipo de vegetação. Também
podemos mencionar a vitória-régia, uma espécie comum e nativa dessa região alagada
de floresta.

149
DICA
No documentário sobre os Biomas Brasileiros, você conseguirá
entender quais são os biomas que encontramos nos diversos
ecossistemas no Brasil. Esse documentário revela os incríveis
segredos e características desses biomas: https://www.youtube.
com/watch?v=eEPabXAVzNA.

O solo do bioma Amazônia é muito arenoso. Possui uma fina camada de


nutrientes que se formam a partir da decomposição de folhas, animais e outro tipo
de matéria orgânica. A partir dessa decomposição, é formado o húmus, uma matéria
rica em matéria orgânica e extremamente necessária para a sobrevivência de algumas
espécies de plantas da região.

O relevo desse bioma é formado por planícies, depressões e planaltos. As


planícies são constantemente inundadas pelos rios, como as de Taperapecó, Iremi
e Parima. Algumas outras discussões sobre o relevo mostram que há um pouco ou
nenhuma diversidade de instrumentos de verificação e de variação do relevo. Somente
a planície Amazônica que diz respeito à porção mais baixa do bioma e o planalto das
Guianas, a parte mais alta do bioma, onde está localizado o ponto mais alto do Brasil: o
Pico da Neblina, com aproximadamente 3.015 metros de altitude.

Como podemos perceber, os fatores que estão presentes na região do bioma


Amazônico clima, relevo, solo e disponibilidade de água influenciam diretamente na
presença de animais e plantas dessa região. De maneira que essa região apresenta uma
temperatura média elevada, proporcionando chuvas constantes em grande parte do
bioma e caracterizando um clima equatorial húmido.

3 CERRADO
O Cerrado é o bioma que ocupa, aproximadamente, 2.036.448 km2, cerca de
25% do território nacional e uma abrangência dos estados de Goiás, Tocantins, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, o Distrito Federal e algumas áreas dos estados de São
Paulo, Minas Gerais, Maranhão, Piauí e Bahia. É também chamada de savana brasileira,
aparentemente, por apresentar um solo com poucos nutrientes e uma vegetação que
não atinge baixa estatura.

A fauna desse bioma apresenta características marcantes. Os grupos de animais


presentes nesse bioma são muito diversificados, no entanto, podemos estimar que
encontrem cerca de 67 de espécies de mamíferos, 837 espécies de aves, 67 espécies
de répteis e 150 espécies de anfíbios. A fauna do Cerrado é diversa e abundante, isso
ocorre devido à grande diversidade de hábitats e paisagens, podendo proporcionar

150
uma ampla diversidade de recursos ecológicos. Ainda sobre a diversidade da fauna
do Cerrado, podemos considerar que, aproximadamente, 33,3% dos animais do Brasil
pertencem a esse bioma, ainda podemos dizer que essa mesma fauna representa 5%
da fauna do mundo.

Os mamíferos que podem ser encontrados nesse bioma são de grande


importância para os ecossistemas do bioma, sendo: o macaco-prego, o sagui, o rato
do mato, a anta, a capivara, o veado campineiro e a onça-pintada. Outras espécies de
mamíferos característicos dessa região são o tamanduá-bandeira, o tatu-canastra e
o lobo-guará, ocupando um estado de extrema preocupação quanto ao número de
indivíduos, desencadeando alarme para os ecólogos que estabeleceram o risco que
essas espécies podem correr antes de chegarem ao nível de extintas.

As aves presentes nesse bioma apresentam uma diversidade de cores,


mas podem ser classificadas de acordo com a sua localização e função ecológica.
Geralmente, elas podem representar espécies como: papagaios, urubus, gaviões, sabiás,
siriemas, gralhas e codornas. Os repteis desse bioma são exuberantes, como a jararaca,
a cascavel, a sucuri, cágados, jabutis e lagartos. A vegetação principal do bioma Cerrado
é a do Cerrado sensu lato, que representa cerca de 85% da vegetação do bioma. O
restante da vegetação é ocupado por outras formas de vegetação e coros d’água. A flora
desse bioma apresenta algumas características gerais marcantes.

Dessa forma, ainda podemos descrever que o Cerrado apresenta uma


classificação de sua vegetação por estatura do crescimento da planta. Nesse caso,
podemos classificar a vegetação em: árvores, arbustos e gramíneas, como: a baixa
estatura das plantas, e a presença de plantas esparsas e de aparência seca. A variedade
de espécies está no fato do bioma apresentar uma variação em seu relevo. Devido à
grande variedade de relevo, pode-se encontrar ecossistemas, como: os cerradões, os
campos sujos, os campos cerrados, cerrados de amplo sentido, cerrado em restrito
sentido, matas secas e matas galeria ou ciliares.

FIGURA 2 – CERRADO BRASILEIRO

FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/cerrado-chapada-das-mesas-riachao-
city-1513001354>. Acesso em: 9 mar. 2022. 

151
A vegetação também pode apresentar características marcantes, como: o caule
mais rígido e lenhoso; galhos retorcidos; raízes profundas, permitindo atingir o recurso
hídrico do lençol freático; além das folhas mais espessas, evitando o déficit hídrico. O solo
do Cerrado é arenoso, permeável e com baixa permeabilidade. Ele também apresenta
uma quantidade relativamente pequena de nutrientes, embora apresente elementos
abundantes, como o ferro e o alumínio. Essa riqueza de nutrientes proporciona a coloração
característica, como: a cor vermelha ou amarelada, com formação antiga e rasa.

O relevo apresenta uma formação de terrenos planos e chapados, além de


planaltos característicos. O clima bem definido é caracterizado como tropical sazonal,
com um regime de chuvas definido, caracterizando-o como quente e com poucos
pontos de ventos. A temperatura média durante o ano pode atingir uma variação entre
21º C a 27º C. A disponibilidade de água na região é marcada pela presença de grandes
reservas hídricas subterrâneas, lençóis freáticos e rios permanentes que percorrem
o bioma. Além disso, podemos destacar a presença de agrupamentos de rios em
três bacias importantes: bacia do Rio Tocantins, bacia do Rio Prata e a bacia do Rio
São Francisco.

4 CAATINGA
O bioma Caatinga é caracterizado por se situar na região nordeste do Brasil e
uma porção no estado do Minas Gerais. Em função do aspecto seco da sua cobertura
vegetal, característica essa que deu origem ao seu nome, a palavra caatinga tem origem
no tupi-guarani e significa mata branca. Esse bioma ocupa cerca de 12% do território
brasileiro e apresenta toda a sua extensão no país. É assim, portanto, o único bioma
exclusivamente brasileiro. A diversidade de espécies é relativamente menor quando
comparado com a diversidade presente nos demais biomas do Brasil, muito embora
exista um maior endemismo.

A fauna da Caatinga é marcada por animais que apresentam em sua maioria


o hábito noturno, evitando movimento nos horários mais quentes do dia. O grupo de
répteis é marcado por serpentes, com 47 espécies, um exemplo marcante é a cascavel.
Outras espécies presentes são o calango verde e o calanguinho. Os grupos de aves
comumente presentes nesse bioma são: o carcará; asa branca; arara-azul. Os grupos
de anfíbios são relativamente grandes nesse bioma, como: o sapo cururu e a jia de
parede. Os mamíferos da Caatinga também são numerosos e diversos, apresentam-
se comumente espécies, como: onça, gatos selvagens, capivaras, gambás, preás,
macacos-pregos e o veado catingueiro.

A flora da Caatinga é marcada pela presença de plantas xerófitas. A grande


totalidade de plantas apresenta um mecanismo de sobrevivência em ambientes com
pouca disponibilidade de recursos hídricos. Esse mecanismo envolve o desenvolvimento
de uma vegetação com pouca estatura, geralmente, arbustos, além da presença de

152
modificação de folhas em espinhos e acúleos. Essas estruturas são folhas modificadas
que apresentam essa mudança de aspecto, perdendo a função original e agora evitando
a perda de água para o ambiente.

FIGURA 3 – BIOMA CAATINGA

FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/landscape-caatinga-brazil-cactus-
sunset-1234729855>. Acesso em: 9 mar. 2022.

Essa perda de água também é reduzida, muitas vezes, é realizada muito


além das estratégias já apresentadas, como os espinhos e acúleos, mas também por
comportamentos como a perca quase total de folhas na estação mais seca da região e
desenvolvimento de estruturas de reserva na região do caule e das raízes. No entanto,
muitas vezes, a redução do déficit hídrico é marcada pela realização da fotossíntese no
período noturno. São exemplos de espécies bastante presentes nessa região os grupos
vegetais denominados cactáceas: mandacaru, coroa-de-frade e o xique-xique. Outras
espécies características desse bioma são: o juazeiro, o umbuzeiro e a aroeira. O solo,
de uma maneira geral, é marcado por uma riqueza de minerais, no entanto, é pobre
em matéria orgânica, tendo em vista que apresentam dificuldade em criar depósito de
matéria, pois é prejudicada pelo calor excessivo e luminosidade intensa durante a maior
parte do período do ano.

As rochas são fragmentadas e presentes na superfície do solo, dificultando


a absorção de água das chuvas e, também, é possível considerar o aspecto poroso.
Muito além dessa falta de interações entre a matéria orgânica, podemos considerar
que há alguns nutrientes. Considerando esses e outros aspectos, podemos apresentar
diferentes caracterizações do relevo da Caatinga, podemos observar o predomínio
de formações dominantes: planaltos e grandes depressões. Essa última caracteriza a
formação de fragmentos na superfície do solo e determina a fragmentação das rochas
no solo.

Há a presença de depressões e terrenos aplainados que, normalmente, são


rebaixados ou baixos, podendo ainda apresentar colinas. As depressões que merecem
um destaque no bioma são as regiões: São Franciscana, Cearense e Meio norte. A

153
disponibilidade de água presente nesse bioma é restrita aos períodos chuvosos, ficando
o restante do período do dependente no regime de seca e aos rios presentes na região
do entrono. Os rios que fazem parte dessa região são, em sua maioria, intermitentes ou
temporários, e isso acentua a seca dos cursos de alguns rios durante esse período.

O bioma acaba dependendo da presença de rios que têm suas nascentes em


outras regiões, nas quais suas nascentes não são afetadas pelo regime do clima. O
rio São Francisco, que é o Rio Paraíba, é extremamente importante nesse processo,
originando duas importantes bacias hidrográficas: bacia do Rio São Francisco e bacia
do Rio Parnaíba. A bacia Costeira do Nordeste também faz parte dessa região. De
uma forma geral, o bioma Caatinga abriga grande parte das espécies endêmicas da
região do Brasil e embora ainda seja considerado um bioma desprezado pela escassa
disponibilidade de recursos hídricos, também é possível evidenciar a verdadeira riqueza
de recursos bióticos e abióticos para as populações humanas que habitam e dependem
desses recursos.

5 PANTANAL
O pantanal ocupa cerca de 150.355 km2 em sua extensão. No Brasil, no entanto,
o Pantanal ocupa uma área de quase 2% do território, estando presente em apenas dois
estados: o Mato Grosso, com 7% de ocupação da extensão do território; e o estado do
Mato Grosso do Sul, com cerca de 25% do território. Ele também ocupa a área de países
como o norte do Paraguai e o leste da Bolívia. Em seu espaço de ocupação, o território
é marcado por planícies aluviais. Dessa forma, apresenta características marcantes,
como a presença de terrenos alagados, sendo influenciável por rios que drenam a bacia
do Alto Paraguai.

A localização próxima ao bioma Amazônico, Mata Atlântica, Cerrado e Pantanal


proporciona ao bioma pantaneiro uma diversidade de flora e fauna com representantes.
Há uma rica diversidade de organismos vivos no Pantanal e a Fauna e espécies
catalogada mostra que existem, atualmente, 263 espécies de peixes, 41 espécies de
anfíbios, 113 espécies de répteis, 463 espécies de aves e 132 espécies de mamíferos.
O grupo de peixes e aves está mais presente nesse bioma, correspondendo às espécies
de maior presença e de grande diversidade.

O grupo de aves é marcado por diferentes espécies no Pantanal. Podemos


mencionar a ave, símbolo do bioma, o Tuiuiú, com uma descrição ecológica em que
as asas abertas dessa espécie podem atingir até dois metros de uma ponta à outra de
envergadura. Outras espécies de aves presentes são: garças; urubus; araras; papagaios;
periquitos; e falcões. O grupo de peixes é descrito como abundantes e numerosos nos
ecossistemas dessa região e, também, podemos mencionar espécies como: pintados;
pacus; dourados; piauçus; e jaús.

154
Os répteis são muito conhecidos no Pantanal, o mais conhecido é o jacaré.
Estima-se que há várias espécies catalogadas e descritas como: jacaré-do-pantanal,
jacaré-comum, jacaré-do-papo-amarelo. A dieta desses animais é descrita com base
na caça de peixes e no ataque marcado apenas para defesa. Além das espécies de
répteis já mencionadas, temos outros representantes, como: sucuris, jararaca, jiboia e
algumas espécies de lagartos, por exemplo, o sinimbu.

Com relação aos mamíferos presentes nessa região, podemos mencionar os


conhecidos: onça-parda; onça-pintada; jaguatirica; capivara; ariranha; macaco-prego;
e o cervo-do-pantanal. Outro ponto a considerar é que as espécies de mamíferos
pantaneiras são as descritas como viventes às margens dos rios nas matas de galerias.
Os grupos de artrópodes, como os insetos, são pouco representados, mas podemos
destacar: formigas, cupins, aranhas e algumas espécies de mosquitos.

A flora pantaneira é marcada por distintos ecossistemas e proporcionam junta


a formação de um mosaico de paisagens. As formações vegetais são constituídas
por representantes parecidas com a flora dos biomas de entorno. A mata de galeria
ou ciliares ficam às margens dos rios, são o abrigo de florestas densas e abrigam
espécies como: janipapos, figueiras, ingazeiros, palmeiras e o pau-de-formiga. As áreas
alagadas apresentam representantes raros da família gramíneas, por exemplo, o capim-
mimoso. Os locais não alagados apresentam representantes de porte arbóreo, como:
Carandá, Buriti e Ipês. Nos terrenos alagados, constantemente aparecem descrições
de vegetação aquática flutuante, como o Aguapé e a Erva-de-santa-luzia. Além disso,
apresenta vegetais fixos a um substrato, como a sagitária, e as plantas submersas, como
a Cabomba e a Utriculária. Além disso, cresce a vegetação de espécies denominadas
Paratudo, em que há representantes com galhos retorcidos e são exemplos os Ipês-
amarelos, que predominam nesse ecossistema.

O solo pantaneiro é formado por fragmentos de terrenos mais altos ocorridos a


partir da fragmentação. É descrito como uma superfície pouco permeável e, por isso,
resulta em constantes inundações. Outra consideração importante está no fato de a
matéria orgânica não se decompõe com maior facilidade e isso ocasiona à infertilidade
dos solos dessa região, que só atinge a fertilidade com a estação seca, onde os restos
de animais, plantas e a areia se juntam às sementes em uma camada de solo mais fértil.

O relevo do Pantanal é formado por planícies em quase todos os extremos


do bioma e ainda algumas formações de areia elevadas como Cordilheiras e outras
formações, como Chapadas; Serras e Maciços que se formam ao redor da planície
alagada. A disponibilidade de água nesse bioma, como já mencionada anteriormente,
está disponível em quase todos os dias do ano e de uma forma geral. A água nesse
bioma é um elemento fundamental, uma vez que grande parte dos ecossistemas dentro
do relevo necessitam dela. As águas alagadas ocorrem no período chuvoso e ocorrem
por conta de baixa inclinação de áreas do relevo, formando os lagos, as lagoas, as baías,

155
os pântanos e os brejos da região. O clima do Pantanal é caracterizado como tropical,
com temperaturas elevadas e ainda apresenta duas estações definidas: verão chuvoso
e inverno seco, ocorrendo entre os meses de outubro a março a uma temperatura média
de 32º C, ou entre os meses de abril a setembro respectivamente.

6 FLORESTA ATLÂNTICA
O bioma da Mata Atlântica ou Floresta Atlântica ocupava, originalmente, uma área
de 1,3 milhões de km2 e percorria 17 estados do território brasileiro, ocupando grande parte
da costa, mas, atualmente, ocorre um pouco menos de 29% de sua cobertura vegetal em
estado de conservação, destacando-se para isso áreas protegidas como Unidades de
Conservação e Terras Indígenas, além de Áreas de Preservação Permanente e Reserva
Legal. A Mata Atlântica acompanha o litoral brasileiro em uma extensão do Rio Grande
do Norte ao Rio Grande do Sul, estando presente em diferentes estados brasileiros e
regiões. Também é possível considerar que isso ocasiona diferentes ecossistemas, com
intensa variação de fauna e flora, relevo, solo e características climáticas.

A fauna desse bioma apresenta uma diversidade incrível, com variedade de


animais de grupos distintos. Foram encontradas e identificadas, aproximadamente, 298
espécies de mamíferos, 992 espécies de aves, 370 espécies de anfíbios, 200 espécies
de répteis e 350 espécies de peixes. O grupo de mamíferos do bioma destacam:
bichos-preguiça, gambás, morcegos, furões, saguins, pacas e o miriqui. Além desses
animais ainda podemos destacar o mico-leão-dourado, uma espécie que virou símbolo
de diversas organizações que desenvolvem estratégias de conservação da natureza
nesse bioma. Esse primata está entre os mais de 383 animais ameaçados de extinção
do bioma. O Miriqui também apresenta o destaque de ser o maior animal primata do
continente sul-americano.

A flora da Mata Atlântica é marcada por diversos extratos. Essa organização


merece destaque no momento de definirmos uma classificação que leve em consideração
uma organização biológica coerente. Essa classificação leva em consideração as
formações florestais nativas. Dessa forma, podemos considerar os seguintes extratos:
Floresta Ombrófila Densa; Floresta Ombrófila Aberta; Floresta Ombrófila Mista, também
chamada de Mata de Araucárias; Floresta Estacional Semidecidual; e Floresta Estacional
Decidual.

A formação fisionómica da Floresta Ombrófila Densa caracteriza-se pela


presença de árvores de grande e médio porte, além de lianas e epífitas abundantes.
Esse tipo de formação estende-se por toda a costa litorânea, desde o nordeste ao
estremo Sul e sua ocorrência está sempre associada ao clima tropical quente e úmido,
sem período seco e chuvas disponíveis durante todo o ano e uma temperatura média
de 22º C a 25º C.

156
A formação fitofisionômica da Floresta Ombrófila Aberta caracteriza-se pelo
extrato arbustivo com pouca densidade. A ocupação de área desse ecossistema com
quatro formações fasciações florísticas, resultado do agrupamento de espécies de
palmeiras, cipós, bambus ou sororocas, que proporcionam a mudança de fisionomia
da floresta. A formação de temperaturas médias de 24º C a 25º C fornece um gradiente
climático variado, devido à formação de uma curva ombro térmica durante dois ou
quatro meses.

A formação da Floresta Ombrófila Mista caracteriza-se por uma mistura rica


de plantas com fisionomia fortemente marcadas pela predominância de pinheiros de
estrato superior. Os gêneros de espécies são os Autralásicos e Afro-Asiáticos, com
área de ocorrência no clima úmido sem períodos secos e temperaturas anuais de 18º
C, com menor temperatura na casa dos 15º C durante uma metade do ano. Ocorre a
predominância desse tipo de vegetação na zona do Planalto Meridional do Brasil,
principalmente, em pontos mais elevados das Serras do Mar e na Serra da Mantiqueira.

A Floresta Estacional Semidecidual caracteriza-se por dois períodos


pluviométricos: um período chuvoso e outro seco, com uma variação de temperatura
média anual em torno de 21º C e por um período de seca acompanhado de acentuadas
quedas de temperatura em torno de 15º C. Esse fenômeno de temperatura, associado
a outros fatores, proporciona vegetação com porte arbóreo dominante nessa região
e resultando em árvores de repouso caducifólias em quase metade do remanescente
florestal. Além disso, ocorre também uma formação de ombrófilas e formações
campestres.

Já a formação da Floresta Estacional Decidual caracteriza-se pela presença de


duas estações de clima, mas a predominância de uma delas por mais de sete meses
durante o ano: o período seco. A temperatura média atinge 15º C ou menos e esse frio
prolongado e o clima seco da região tropical ocasiona a uma ação mais desgastante das
formações rochosas do local. A vegetação predominante ocorre na forma de Caudófilios
na maioria das árvores do conjunto florestal, podendo ocorrer perca de folhas em
período desfavorável.

157
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• Bioma é um conjunto de vida vegetal e animal constituído pelo agrupamento de tipos


de vegetação que são próximos e que podem ser identificados em nível regional, com
condições de geologia e clima semelhantes.

• Em nosso país podemos encontrar seis tipos de biomas: Amazônia, Floresta Atlântica,
Cerrado, Caatinga, Pampa e Pantanal. Os biomas são importantes não somente como
recursos naturais, mas, também, como ambientes de grande riqueza natural no
planeta.

• A Floresta Amazônica é considerada a maior diversidade de reserva biológica do


planeta. Já o Cerrado é considerado a savana com maior biodiversidade do mundo.

• A Mata Atlântica conta com recursos hídricos que abastecem 70% da população
nacional.

158
AUTOATIVIDADE
1 Bioma é caracterizado como um conjunto de vida (vegetal e animal) constituído pelo
agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala regional,
com condições geoclimáticas similares e história compartilhada de mudanças, o
que resulta em uma diversidade própria”. Considerando essa definição quanto aos
distintos biomas brasileiros e suas características, associe os itens, utilizando o
código a seguir:

I- Com cobertura de aproximadamente 2 milhões de km2 do território nacional, com


inclusão também dos Campos Rupestres; apresenta diferentes tipos de vegetação
conhecidas como savana.
II- Originalmente, esta área cobria mais de 1 milhão de km2. É considerado um dos
mais importantes repositórios da diversidade biológica do planeta e o bioma mais
ameaçado, com menos de 9 % da sua área original, sendo que 80% dessa área estão
em propriedade privada.
III- É considerado como um dos mais valiosos patrimônios naturais do Brasil e também
como a maior e mais significativa área úmida do planeta.
IV- Caracteriza-se como o bioma que tem a maior quantidade de áreas como Unidade de
Conservação. Cerca de 15% de toda área foi mudada para a construção das rodovias.
V- Caracteriza-se como Savana, apresentando chuvas irregulares e solos férteis, que
contêm boa quantidade de minerais básicos para as plantas.

( ) Cerrado.
( ) Amazônia.
( ) Mata Atlântica.
( ) Pantanal.
( ) Caatinga.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) I - IV - II - III - V.
b) ( ) IV - I - II - V - III.
c) ( ) V - IV - I - III - II.
d) ( ) I - IV - III - II - V.

2 Este bioma apresenta originalmente uma área com cerca de dois milhões de km².
Atualmente, restam apenas 20% desse total. Ele possui como característica principal a
deficiência em nutrientes e, também, a riqueza em ferro e alumínio, abrigando plantas
que podem apresentar aparência seca. Também a estimativa que ele apresente cerca
de 10 mil espécies vegetais e uma alta riqueza na fauna, entretanto, a caça bem
como o comercio ilegal estão presentes nesse bioma. Quanto ao bioma brasileiro o
qual o texto se refere, assinale a alternativa CORRETA:

159
a) ( ) Campos.
b) ( ) Floresta Latifoliada.
c) ( ) Caatinga.
d) ( ) Cerrado.

3 O Pantanal é um bioma característico do Brasil que apresenta fitofisionomias


específicas, como: solos alagados; presença de aves, como o Tuiuiú; e plantas com alto
depósito de alumínio em seus troncos. Sobre o Pantanal e quanto às características
desse bioma, analise as sentenças a seguir:

I- A fauna deste bioma é semelhante ao bioma Amazônia, em que a flora apresenta


cerca de 20 mil espécies de plantas.
II- Conhecido também como Campos Sulinos, este bioma está localizado em todo o
território do Rio Grande do Sul.
III- É também considerado como uma das maiores planícies alagadas do mundo, sendo
também o menor bioma em extensão territorial do Brasil.
IV- O mesmo bioma compreende também a bacia hidrográfica do Rio Paraguai e o clima
predominante é o tropical.

Assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) Somente a sentença I está correta.
b) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
c) ( ) As sentenças II e IV estão corretas.
d) ( ) As sentenças III e IV estão corretas.

4 Wells (1995, p. 28), em “Três Mil Milhas Através do Brasil”, nos traz que: “A aparência
desta vegetação lembra um pomar de frutas mirrado na Inglaterra; as árvores ficam
bem distantes umas das outras, ananicadas no tamanho, extremamente retorcidas
tanto de troncos quanto de galhos, a casca de muitas variedades lembra muito a
cortiça; a folhagem é geralmente seca, dura, áspera e quebradiça; as árvores resistem
igualmente ao calor, frio, seca ou chuva [...]”. A qual tipo de formação vegetal brasileira
o texto se refere e qual é sua principal característica?

5 O Cerrado é considerado como o segundo maior bioma da América do Sul, ocupando


cerca de 22% do território nacional, sendo que sua área abrande as regiões nordeste,
sudeste, centro-oeste e norte do país. Nesse espaço territorial encontram-se as
nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul: Amazônica/
Tocantins; São Francisco; e Prata, o que resulta em um elevado potencial aquífero e
favorece a sua biodiversidade. Vários estudos indicam a prática de desmatamentos
e o surgimento de vastas áreas degradadas no Cerrado brasileiro, especialmente
nas últimas décadas. Identifique um tipo de atividade humana responsável pelo
desmatamento do Cerrado brasileiro.

160
UNIDADE 3 TÓPICO 2 —
IMPORTÂNCIA DOS GRUPOS PARA A
CONSERVAÇÃO AMBIENTAL

1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos sobre a importância dos grupos das plantas
para a conservação ambiental e, nesse contexto, sabemos que mesmo atualmente a
conservação das plantas não gera o mesmo senso de urgência ou o financiamento que
impulsiona a conservação dos animais, embora as plantas sejam muito mais importantes
para nós.

Existem cerca de 500.000 espécies de plantas terrestres: angiospermas,


gimnospermas, samambaias, licófitas e briófita, com diversidade fortemente concentrada
nas regiões tropicais. Muitas espécies ainda são desconhecidas pela ciência. Talvez um
terço de todas as plantas terrestres estejam em risco de extinção, incluindo muitas não
descritas, ou descritas, mas com dados deficientes. Houve poucas extinções globais
conhecidas até agora, mas muitas espécies adicionais não foram registadas recentemente
e podem já estar extintas. Embora apenas uma minoria de espécies de plantas tenha
um uso humano específico, muitas outras desempenham papéis importantes nos
ecossistemas naturais e nos serviços que prestam e espécies raras são mais propensas a
ter características incomuns que podem ser úteis no futuro.

As principais ameaças à diversidade de plantas incluem: perda de habitat;


fragmentação e degradação; superexploração; espécies invasoras; poluição; e mudanças
climáticas antropogênicas. A conservação da diversidade de plantas é uma tarefa enorme
mas a combinação de um sistema de área protegida bem projetado e administrado e
preenchimento de lacunas.

As necessidades mais urgentes são a conclusão do inventário botânico global


e uma avaliação do estado de conservação dos 94% das espécies vegetais ainda não
avaliadas, para que a conservação in e ex situ possa ser direcionada de forma eficiente.
Globalmente, a maior lacuna de conservação está nos trópicos de planície hiper diversa.

2 A GESTÃO DA DIVERSIDADE VEGETAL


A conservação do patrimônio vegetal e animal não é um propósito em si, mas
representa a condição para a prática de uma agricultura sustentável e para garantir
a nutrição e a segurança alimentar a longo prazo. Muitas ONGs estão interessadas
em identificar, conservar e promover variedades locais. Assim, as chamadas “casas
de sementes” foram criadas para facilitar a troca de sementes e a expansão da

161
biodiversidade de plantas, o que exige variedades locais mais adaptadas às condições
ambientais adversas. A conservação da diversidade vegetal recebeu consideravelmente
menos atenção do que a conservação dos animais, talvez porque as plantas não
tenham o apelo popular de muitos grupos de animais. Como resultado, a conservação
de plantas apresenta poucos recursos em comparação à conservação de animais.
No entanto, as plantas são muito mais importantes para o ser-humano. Os animais
podem fornecer carne, couro, peles e outros produtos, mas nenhum deles é necessário
para a sobrevivência e o bem-estar humano, enquanto muitos produtos vegetais são
essenciais.

As plantas fornecem alimento para os humanos e os nossos animais, além de


uma enorme diversidade de outros produtos e serviços, desde madeira e fibras até
água potável e controle de erosão. Embora a maioria dos produtos vegetais comerciais
venha de uma gama muito estreita de espécies de plantas, uma vida baseada apenas
em poucas espécies seria insalubre e monótona. Além do mais, as plantas são a base
de todos os ecossistemas terrestres, fornecendo a estrutura tridimensional na qual os
animais vivem e se movem e os alimentos dos quais a maioria se alimenta.

3 DOCUMENTAÇÃO DA DIVERSIDADE VEGETAL


A estratégia global atualizada para a Conservação de Plantas concordou
na reunião de Nagoya, em 2010, em incluir como sua primeira meta para 2020, uma
flora online de todas as plantas conhecidas. A meta talvez seja alcançável mas omite
explicitamente espécies desconhecidas. Estima-se que o número total de espécies de
angiospermas é cerca de 450.000, das quais 10-20% ainda são desconhecidas pela
ciência. Além disso, as gimnospermas seriam 1.000 espécies e as samambaias 10.000
espécies (PIMM; JOPPA, 2015). O total global para todas as plantas terrestres é cerca de
500.000 espécies. De fato, os únicos grupos taxionómicos cujas diversidades excedem
substancialmente a das plantas terrestres são os fungos, amplamente dependentes de
plantas (RANKER; SUNDUE, 2015).

Pimm e Joppa (2015) estimaram que dois terços de todas as espécies de


angiospermas são encontradas nos trópicos. A diversidade de samambaias é ainda
mais concentrada nos trópicos, enquanto, entre as briófitas, a diversidade de hepática
é maior nos trópicos. A distribuição de espécies de plantas nos trópicos está longe de
ser uniforme, com as maiores diversidades nos Neotrópicos e na região Ásia-Pacífico
e menores na África e nas ilhas oceânicas. Embora as diversidades de plantas sejam
menores em ilhas individuais, o endemismo é alto e cerca de 50.000 espécies de plantas
vasculares são endêmicas de ilhas.

Além disso, nem todas as concentrações de diversidade de plantas são tropicais,


a diversidade regional também é muito alta na região do Mediterrâneo e em climas
semelhantes em outros lugares, bem como nas áreas subtropicais úmida da Ásia. Há
dados suficientes de inventários e parcelas para observar os padrões de diversidade local

162
em escala regional para as árvores. A conservação de todas as espécies de plantas pode
ser justificada por uma série de razões estéticas, científicas e éticas. Em ecossistemas de
baixa diversidade, a maioria das espécies de plantas tem usos humanos específicos que
justificam sua proteção, mas isso não é verdade nas florestas tropicais hiper diversas.

O uso de parentes de espécies com usos humanos específicos em programas


de melhoramento de plantas amplia consideravelmente a lista de espécies de plantas
úteis. Por exemplo, um estudo recente na China identificou 871 espécies de parentes
selvagens de grandes culturas, embora esta ainda seja uma proporção relativamente
pequena da flora total de angiospermas da China de cerca de 30.000 espécies (WANG
et al., 2015). Todas as espécies de plantas silvestres, no entanto, fazem parte de
ecossistemas naturais que, por sua vez, prestam serviços às populações humanas. As
altas diversidades de plantas locais em florestas tropicais têm sido explicadas de várias
maneiras, com a maioria delas dependendo das diferenças entre as espécies, em seu
uso de recursos, como: água, nutrientes, luz e/ou em suas pragas e doenças.

4 COLETA DE DADOS PARA A CONSERVAÇÃO DA


DIVERSIDADE VEGETAL
A destruição de áreas de vegetação nativa e seus recursos naturais levou diversas
ciências a focarem sua atenção no estabelecimento de áreas e espécies prioritárias para
a conservação. A etnobotânica pode colaborar com informações importantes sobre a
situação das espécies a partir do registro e análise do conhecimento, uso e manejo das
plantas pela população local para indicar quais áreas e grupos de espécies requerem
atenção para a conservação.

A etnobotânica pode ter na conservação da diversidade vegetal, colaborando


para desenhar modelos funcionais e realistas relacionados ao uso dos recursos vegetais.
Além desses modelos, também pode diagnosticar espécies que requerem um olhar
sobre a conservação por meio de índices quantitativos. Além disso, as hipóteses de
etnobotânica testadas também mostram a extrema importância da ciência na análise
da atual exploração de espécies úteis, por exemplo, a hipótese da aparência ecológica,
associando ao uso da disponibilidade local.

Os avanços que a etnobotânica apresentou nas últimas décadas nos países da


América Latina, especialmente no Brasil, tem demonstrado eficiência, competência e
profissionalismo dos pesquisadores que realizam pesquisas nessa área, principalmente
aqueles que buscam respostas para auxiliar na conservação da biodiversidade. Nesta
perspectiva, alguns estudos visam desenvolver técnicas que indiquem espécies
prioritárias para a conservação local. A maioria das investigações está diretamente
relacionada à conservação de espécies úteis na medicina local, sem considerar outros
usos associados às plantas que, muitas vezes, podem ser mais nocivos do que o medicinal
propriamente. Dessa forma, é importante enfatizar a importância da versatilidade de
uso das plantas na análise das prioridades de conservação.

163
5 LISTA VERMELHA DE ESPÉCIES DA FLORA DO BRASIL
As listas vermelhas tornaram-se uma ferramenta essencial para a conservação de
espécies em nível global e nacional. No nível global, elas podem fornecer bons indicadores
para monitorar as tendências da biodiversidade, apoiando as decisões relacionadas às
prioridades de conservação e alocação de recursos. As listas vermelhas também podem
reunir pessoas e instituições em uma rede, a qual capacidades e experiências podem
ser compartilhadas. A nível nacional são o ponto de partida para desencadear processos
de conservação de espécies. Elas não apenas fornecem informações importantes sobre
o status atual das espécies ameaçadas, mas também facilitam uma importante conexão
entre cientistas e tomadores de decisão. Essa articulação é indispensável para garantir
que as ações de conservação realizadas por todos os setores do governo, empresas e
sociedade sejam baseadas nas melhores informações científicas disponíveis.

As listas vermelhas nacionais são utilizadas como ferramenta de conservação


no Brasil desde 1968 e são legalmente amparadas pelo Código Florestal Brasileiro.
Além disso, os estados federais têm autonomia para produzir suas próprias listas
vermelhas para uso na regulamentação ambiental local. No entanto, uma grande
variedade de métodos é usada e há modificações regionais dos critérios nacionais e
globais de categorização. Isso pode levar a interpretações errôneas consideráveis e
a falta de consistência dificulta o uso dessa importante ferramenta de conservação.
Portanto, é importante que as avaliações estaduais e nacionais usem um único sistema
de classificação e que o sistema adotado esteja em conformidade com as estruturas
globais.

No Brasil, as listas vermelhas nacionais são, normalmente, baseadas em


avaliações científicas submetidas a um órgão consultivo político e técnico, a Comissão
Nacional da Biodiversidade (CONABIO). Esse órgão é composto por representantes de
organizações governamentais e da sociedade civil e é responsável por assessorar as
inclusões ou remoções na lista oficial das espécies ameaçadas das extinções da flora
brasileira, levando em consideração os aspectos sociais, econômicos e ambientais
implicações dos resultados apresentados pela comunidade científica na avaliação do
risco de extinção. Apesar dessa abordagem integrativa e abrangente, as decisões finais
cabem ao Ministro do Meio Ambiente.

Muitas nações têm enfrentado o desafio de conciliar o desenvolvimento social


e econômico com a conservação da biodiversidade. Cada uma desenvolveu uma
abordagem específica para definir prioridades para a conservação de espécies ameaçadas
que respeitem as normas sociais, políticas e científicas do país. No entanto, os vários
aspectos do processo de listagem vermelha devem ser considerados separadamente. O
aspecto científico é um exercício baseado em dados em que um conjunto de critérios é
aplicado para determinar o risco relativo de extinção. O aspecto societário depende de
decisões dos órgãos legislativos sobre a proteção legal de uma espécie e considera uma
variedade de informações sociais e políticas qualitativas.

164
A maioria dos esquemas conceituais para o aspecto científico consiste em
estabelecer limites definidos arbitrariamente para os quais são calculados os valores
dos parâmetros. Quando somados, esses valores indicam o nível de prioridade, status
de conservação ou risco de extinção para uma determinada espécie. Alguns modelos
usaram critérios exclusivamente qualitativos, alguns critérios qualitativos e quantitativos
e outros apenas critérios quantitativos. A União Internacional Para Conservação da
Natureza (IUCN) (1994) estabeleceu uma estrutura quantitativa para avaliar o risco de
extinção, na qual os critérios podem ser usados global ou regionalmente para produzir
listas vermelhas. Essa estrutura foi atualizada e aplicada extensivamente.

165
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• A importância das florestas para o ser humano não é só para garantir os processos
biológicos, mas também por trazerem diversos benefícios à sociedade.

• A conservação do patrimônio vegetal e anial não é um propósito em si, mas representa


a condição para a prática de uma agricultura sustentável e para garantir a nutrição e
a segurança alimentar a longo prazo.

• Muitas ONGs estão interessadas em identificar, conservar e promover variedades


locais.

166
AUTOATIVIDADE
1 O uso do termo desenvolvimento sustentável tem se tornado recorrente à medida
que cresce a preocupação mundial com as questões ambientais, é muito importante
compreendê-lo para assim pensar em ações afirmativas de como conservar o meio
ambiente. Quanto ao conceito de desenvolvimento e sua associação, assinale a
alternativa CORRETA:

a) ( ) Atuação dos principais órgãos internacionais no incentivo ao desmatamento.


b) ( ) Relação entre duas métricas o elevado índice de desemprego e também a
ausência de mudanças climáticas.
c) ( ) Um elo entre os grandes produtores agropecuários e a também redução no uso
de agrotóxicos.
d) ( ) Relação entre os ideais de desenvolvimento econômico e a conservação do meio
ambiente.

2 De acordo com Rodrigues (2005, p. 25), “A Lei do Sistema Nacional de Unidades de


Conservação surge de um conflito muito sério de interesses: de um lado, a atividade
ilimitada e expansiva de exploração de recursos naturais, de outro, a necessidade
de garantir a manutenção das bases naturais, para a existência do homem e para
a própria continuidade da atividade econômica expansiva que se quer represar”. As
diferenças na classificação das unidades de conservação, definidas pela lei, revela a
existência de um grande problema. Sobre isso, assinale a alternativa CORRETA:

FONTE: RODRIGUES, J. E. R. Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Revista dos Tribunais, São
Paulo, 2005.

a) ( ) Restrição no uso da população local quanto à função turística.


b) ( ) Ampliação das possibilidades quanto ao uso do termo desenvolvimento
sustentável.
c) ( ) Reforço na lógica da conservação dos recursos naturais.
d) ( ) Devolução na gerência desses espaços para o poder público.

3 A preocupação ambiental da comunidade internacional é um dos elementos


disparadores do debate sobre o desenvolvimento ambiental. É importante que
a gestão local pense em estratégias para tentar sanar essa grande problemática.
Quanto a um motivo dessa preocupação, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Criação de projetos que tenham como objetivo o acesso à renda para atingir a
população de baixa renda.
b) ( ) Ampliação do uso de fontes renováveis que objetivem a produção de energia
limpa.

167
c) ( ) Incentivo a técnicas de manejo florestal direcionado para as comunidades
ribeirinhas.
d) ( ) Acentuação dos impactos socioambientais provocados pela ação humana.

4 Considerando a importância da biodiversidade, no ano 2000, no Brasil, foi aprovada


uma legislação que regulamenta a criação, implantação e gestão de áreas que serão
protegidas. As Unidades de Conservação são espaços que devem ser protegidos por
apresentarem características especiais, sendo classificadas em: Unidades de Proteção
Integral (proteção da biodiversidade) e Unidades de Uso Sustentável (conservação da
biodiversidade). Diferencie esses dois modelos de Unidades de proteção integral e de
uso sustentável.

5 As listas vermelhas tornaram-se uma ferramenta essencial para a conservação


de espécies em nível global e nacional. No nível global, as listas vermelhas podem
fornecer bons indicadores para monitorar as tendências da biodiversidade. Relate
mais sobre a sua importância na biodiversidade a nível nacional.

168
UNIDADE 3 TÓPICO 3 —
TÉCNICAS DE AMOSTRAGEM E
MONITORAMENTO DE FLORA

1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 3, abordaremos sobre técnicas de amostragem e
monitoramento da flora, é sabido que o inventário de uma vegetação deve apresentar as
seguintes características: abordagem sobre a composição; estrutura; e condição sem
qualquer remedição pretendida.

O monitoramento envolve medições repetidas, geralmente, das mesmas


unidades de amostra para avaliar as mudanças na composição, estrutura e condição
ao longo do tempo (dinâmica da vegetação), o que também permite investigação
dos processos que influenciam essa mudança. Programas de monitoramento bem
projetados podem estabelecer objetivos específicos de biodiversidade estão sendo
alcançados, detectar mudanças e acionar respostas da gestão, ajudar a diagnosticar as
causas da mudança e avaliar o sucesso de ações de gestão que irão contribuir para a
sua melhoria.

Vários desses métodos são projetados para estudos abrangentes de padrões


comunitários e dinâmicas da vegetação, as quais devem ser capazes de avaliar
diferentes conjuntos de diferentes espécies e formas de vida distribuídas em vários
níveis de altura. Outros métodos mais simples são projetados para estudos direcionados
que medem um subconjunto de espécies ou atributos de plantas como indicadores de
condição da vegetação.

A relação entre indicadores e condição da comunidade deve ser quantificado.


Indicadores bem-sucedidos simplificam as informações sobre fenômenos complexos
e são uma alternativa econômica para avaliar muitas espécies e processos individuais.

É importante notar que, para a maioria dos estudos de inventário e


monitoramento, a interpretação é melhorada por meio de coleta de dados variáveis
sobre fatores abióticos e bióticos considerados susceptíveis de afetar a vegetação.

169
2 FERRAMENTAS E APLICAÇÕES PARA O
CONHECIMENTO DA DIVERSIDADE VEGETAL
O inventário e o monitoramento da vegetação são realizados em uma ampla
gama de escalas, dependendo dos objetivos que querem ser atingidos. O inventário geral
de habitats e o monitoramento de pesquisas podem contribuir para o conhecimento
ecológico dos padrões e processos da vegetação. Os exemplos incluem os efeitos
de fatores como altitude e drenagem na composição da vegetação. O conhecimento
prévio pode ser crítico para interpretar os resultados de estudos focados em manejo,
por exemplo, os impactos de ervas daninhas e pragas. Os estudos com foco em gestão
também podem contribuir para o conhecimento fundamental.

A nível local, a maior parte do monitoramento da vegetação é focada no manejo,


visando avaliar a necessidade ou eficácia de algum tipo de intervenção. Dentro disso, a
abordagem mais comum é o resultado monitoramento, ou seja, para avaliar os efeitos
da gestão em resultados específicos para as comunidades, espécies ou locais.

O monitoramento de resultados, frequentemente, se concentra nos impactos


de herbívoros introduzidos. A composição, estrutura e condição da vegetação são
usadas como indicadores de um ecossistema mais amplo.

DICA
Assista ao documentário a seguir sobre o processo de evolução e origem
das plantas. A história evolutiva das plantas se remonta a um longo
tempo quando organismos fotossintéticos multicelulares invadiram
os continentes. O surgimento da vida vegetal mudou completamente
a biosfera e deu vida ao mundo que antes era uma terra estéril, isso
abriu o caminho para a evolução explosiva dos animais terrestres. As
primeiras formas de plantas conseguiram se desenvolver na terra. Elas são
algumas das primeiras plantas que tinham uma estratégia de sobrevivência,
brotavam para cima buscando a luz que as fazem crescer e este esquema
se perpetuará nas florestas do futuro: https://www.youtube.com/watch?
v=rDIAFz73ga4.

Conforme indicado por essas ferramentas, nem todos os métodos são adequados
tanto para inventário quanto para monitoramento, nem eles são apropriados para todos os
tipos de vegetação e objetivos de estudo. Escolha com cuidado e conheça os seus objetivos
de inventário e monitoramento bem antes de usar as ferramentas. Na medida do possível, os
objetivos devem ser divididos em uma série de objetivos específicos, estes, então, regem o
estudo ou o projeto que será desenvolvido e o tipo de dados coletados.

170
3 MATERIAL PARA COLETA DA FLORA
A coleta de material botânico envolve duas atividades: reunir os espécimes e
registrar as informações. Mesmo que se tenha um bom conhecimento da flora local,
pode não ser capaz de identificar todas as plantas no campo. Durante a amostragem
da vegetação é importante coletar espécimes representativos de todas as espécies que
são importantes para atender as suas necessidades de coleta, exceto espécimes raras e
ameaçadas de extinção. Esses espécimes serão usados posteriormente para confirmar
a identificação e fornecer um registro permanente para referência futura. Sua coleção
também pode representar uma extensão de alcance ou contribuir para o conhecimento
da história taxionômica ou natural de uma planta. Também pode mostrar a “plasticidade”
ou variações possíveis em diferentes condições de habitat.

Uma coleção de plantas de boa qualidade requer um avanço considerável,


além de preparação e muito esforço. Já que se pode ter apenas uma chance de coletar
em uma determinada área, certifique-se de que todos os detalhes sejam seguidos
cuidadosamente. Uma coleção de plantas sem dados acompanhantes não tem utilidade
para a comunidade científica. Manter um registro cuidadoso dos dados de coleta
e observações de campo em um caderno de campo. É possível usar as informações
posteriormente para o rótulo do herbário ou para preparar uma coleção. Arquive o
caderno de campo preenchido como um registro permanente.

Os tipos de dados registrados dependerão da coleta. Geralmente, incluem


número de coleta, data, nomes dos coletores, local (latitude e longitude ou norte e leste)
e informações de habitat como elevação, profundidade da água, para plantas aquáticas,
inclinação, aspecto, solo, regime de umidade, vegetação associada e zona e/ou subzona
biogeoclimática. Além disso, observações sobre cada espécie de planta coletada, por
exemplo, cor da flor, diâmetro, altura, abundância, odor, devem ser registrados.

4 PREPARO DAS AMOSTRAS – HERBORIZAÇÃO


As duas etapas principais na preservação de coleções florais são a prensagem
e a secagem. A prensagem correta evita que as partes da planta enrolem ou enruguem
durante o processo de secagem, permitindo que as partes necessárias da planta
sejam visíveis para identificação. O cuidado na prensagem das amostras resultará em
resultados mais úteis e espécimes de herbário visualmente atraentes.

O processo consiste em colocar os espécimes de plantas em folhas dobradas


de papel de jornal separadas por papelão folhas e colocando-as em uma moldura de
prensagem, que é, então, apertada com tiras. A secagem envolve um período de tempo
adequado e exposição ao ar seco e manutenção das amostras na prensa, por exemplo,
trocando o papel de jornal para acelerar o processo de secagem e apertando a prensa
diariamente com espécimes secos.

171
4.1 TÉCNICAS BÁSICAS
Separe as peças da estrutura. Faça uma pilha separada para cada parte se você
tiver muito espaço. Caso contrário, organize os materiais na ordem em que serão usados:
painel traseiro, papelão, papel de jornal, mata-borrão (para plantas úmidas, coloque em
ambos os lados do papel), espuma (para galhos grandes coloque em ambos os lados do
papel), papelão e papel. Dobre um grande número de folhas de papel de jornal ao meio.

Coloque as tiras em uma extremidade da mesa (ambas na mesma direção).


Coloque uma folha de jornal dobrada em outra folha de papelão (alterne os lados das
aberturas de papel de jornal dentro da prensa para evitar uma grande protuberância
de um lado). Escreva o número do campo no canto inferior direito da folha de papel de
jornal, dentro e fora. Escreva o nome da família, se conhecido, também do lado de fora.

Coloque as plantas a serem prensadas na metade direita da pasta de papel


de jornal. Arrume as plantas cuidadosamente com um mínimo de sobreposição. Abra
algumas flores para mostrar a parte superior e inferior para ilustrar o arranjo das partes
florais e a presença ou ausência de invólucro. Abra a flor e pressione-a com o polegar.

Esmague frutas grandes na página ou corte-as ao meio para acelerar o processo


de secagem. Coloque sementes ou frutas secas e soltas em pacotes fechados. Escreva
o número da coleção do lado de fora do pacote.

5 CATALOGAÇÃO E REGISTRO
A produção de conhecimento se transformou ao longo do tempo e constituiu-
se como uma variável estratégia de desenvolvimento tecnológico, principalmente,
atrelada à geração de produtos, possibilitando a inserção de atributos de interesse. Essa
articulação entre ciência e conhecimento é importante para alavancar a economia, o
que reflete na área da agricultura.

Nesse âmbito, o processo de domesticação de plantas, bem como a preservação


por meio do armazenamento de suas sementes, disseminação e trocas (que, muitas
vezes, ocorreram de maneira inconsciente) foram essenciais para o processo de seleção
de genes que poderiam determinar características de interesse. Por meio da escolha
de características desejáveis, as seleções começaram a ocorrer de maneira consciente.

Atualmente, com a biotecnologia, o processo denominado melhoramento


vegetal se tornou imprescindível para a evolução das atividades agrícolas. Com isso,
ocorreram diversas mudanças na cultura selvagem, a partir da execução de técnicas as
quais geram plantas com características muito diferentes. Esse processo promoveu o
surgimento de um novo cultivar, caracterizado como a variedade de uma determinada
planta, muito diferente das demais, apresentando, por exemplo, resistência a alguma
doença. Essa característica precisa ser mantida ao longo das gerações.

172
O processo de geração de variedades vegetais, apesar de antigo, está
relacionado a transformações importantes no processo de evolução humana. Começou
a ser organizado entre os séculos XVI e XVII, a partir da criação dos jardins botânicos,
que eram responsáveis por criarem expedições com o objetivo de coletar variedades
vegetais e organizá-las em coleções, além da transferência e adaptação de plantas
exóticas trazidas de outros continentes. Dessa maneira, os jardins botânicos foram
ampliando sua quantidade de espécies vegetais e construindo um grande banco de
germoplasma.

No século XVI, a revolução científica foi um marco histórico importante, pois


em parceria com os jardins botânicos, promoveu um crescimento na classificação de
espécies vegetais e na ampliação da taxonomia, o que fez a botânica ser reconhecida
como ciência. No século XVII, o estado começou a promover uma ligação com a atividade
científica, o que fez muitos países criarem seus jardins botânicos.

No Brasil, o primeiro jardim botânico foi criado em 1808, pela família Real, a
fim de que pudessem ser superados problemas florestais e agronômicos. O processo
de inovação associado à geração de cultivares não pode ser realizado sem o auxílio de
parâmetros legais e, para isso, é necessária a constituição de ações diretas relacionadas
à geração de um novo cultivar: registro e proteção. O registro advém da transcrição
em documentos como prova de autenticidade, portanto, é responsável por tornar algo
verídico, com valor legal. No âmbito agrícola, ele permite a produção e a comercialização
de cultivares.

No Brasil, essas atividades estão amparadas pela Lei nº 2.711/2003, também


conhecida como Lei das sementes. Seu instrumento técnico é o valor de cultivo e uso
(VCU), tendo como objetivo constituir um banco de informações que forneça dados
sobre a cultura e seu responsável legal. Já a proteção garante os direitos de propriedade
industrial para o detentor do cultivar e o melhorista e é possível obter a proteção de um
cultivar sem que a sua comercialização seja permitida.

6 CONCEITOS BÁSICOS DE AMOSTRAGEM


O objetivo da maioria dos projetos de arborização e revegetação é recriar a
cobertura vegetal, distribuição e composição de espécies do sítio antes da perturbação,
ou de um sítio de referência comparável menos perturbado. Os dados precisos sobre
a composição da comunidade são desejáveis para o planejamento e avaliação desses
projetos. Embora seja impraticável fazer um censo completo até mesmo de um local
relativamente pequeno, cobertura, densidade e frequência de espécies de plantas
podem ser estimadas com precisão a partir de apenas 1% da comunidade. A seleção
do local amostral pode ser baseada em locais típicos, amostras aleatórias, amostras
sistemáticas em um padrão regular, ou por uma combinação de seleção aleatória e
sistemática. Embora o método use a escolha subjetiva de locais de amostra, o processo
de registro de dados é relativamente rápido e não matemático.

173
Os métodos sistemáticos e aleatórios, comumente usados, são mais condutivos
para a análise estatística. No campo, a amostragem aleatória pode ser muito menos
conveniente do que a amostragem sistemática, mas a amostragem regular de uma
população apresentando variação periódica não seria representativa de uma população
como um todo. A seleção de uma técnica de amostragem apropriada depende do tipo de
dados necessários, do tamanho do local de amostragem e do número de trabalhadores
disponíveis.

A amostragem com quadrantes (parcelas de tamanho padrão) pode ser usada


para a maioria das comunidades vegetais. Um quadrado delimita uma área na qual
a cobertura vegetal pode ser estimada, as plantas contadas ou as espécies listadas.
Quadrantes podem ser estabelecidos aleatoriamente, regularmente ou subjetivamente
dentro de um local de estudo. Como as plantas, geralmente, crescem em touceiras,
lotes longos e estreitos, incluem mais espécies do que lotes quadrados ou redondos de
área igual, especialmente se o eixo longo for estabelecido paralelamente aos gradientes
ambientais.

No entanto, a precisão pode diminuir à medida que a parcela aumenta tendo


em vista que à medida que o perímetro aumenta o agrimensor deve tomar decisões
mais subjetivas sobre a colocação das plantas dentro ou fora da parcela. Os quadrados
redondos podem ser mais precisos porque têm o menor perímetro para uma determinada
área. Quadrados redondos também são simples de definir em campo, exigindo apenas uma
estaca central e uma fita métrica.

O tamanho apropriado para um quadrante depende dos itens a serem medidos.


Se a cobertura é o único fator a ser medido, o tamanho é relativamente sem importância.
Se o número de plantas por unidade de área deve ser medido, então, o tamanho da
quadra é crítico. Um tamanho de parcela deve ser grande o suficiente para incluir um
número significativo de indivíduos, mas pequeno o suficiente para que as plantas
possam ser separadas, contadas e medidas sem duplicação ou omissão de indivíduos.
Quadrados grandes com muitas plantas podem exigir duas ou mais pessoas para obter
um censo preciso, enquanto uma pessoa pode ser suficiente para parcelas menores ou
com vegetação esparsa.

6.1 DELINEAMENTO AMOSTRAL


Um desenho amostral é um plano definido para obter uma amostra de uma
dada população. Refere-se à técnica ou ao procedimento que o pesquisador adotaria na
seleção de itens para a amostra. Um desenho amostral é um plano definido para obter
uma amostra de uma dada população. Refere-se à técnica ou ao procedimento que o
pesquisador adotaria na seleção dos itens para a amostra.

Entre os vários tipos de técnica de desenho amostral, o pesquisador deve escolher


aquelas amostras que sejam confiáveis e apropriadas para seu estudo de pesquisa.

174
Existem vários passos que o pesquisador deve seguir. Vejamos a seguir.

1. Tipo de universo: na primeira etapa, o pesquisador deve esclarecer e deve ser


especialista no estudo do universo. O universo pode ser finito (nenhum dos itens é
conhecido) ou Infinito (o número de itens não é conhecido).
2. Unidade de amostragem: uma decisão deve ser tomada em relação a uma unidade
de amostragem antes de selecionar uma amostra. A unidade de amostragem pode
ser: geográfica, como estado, distrito, vila etc.; unidade de construção, como casa,
apartamento etc.; pode ser uma unidade social, como família, clube, escola etc.; ou
pode ser um indivíduo.
3. Lista de fontes: a lista de fontes é conhecida como “quadro de amostragem” do qual
a amostra deve ser extraída. Consiste nos nomes de todos os itens de um universo.
Essa lista seria abrangente, correta, confiável e apropriada e a lista de fontes deveria
ser representativa da população.
4. Tamanho da amostra: o tamanho da amostra refere-se ao número de itens a serem
selecionados do universo para constituir uma amostra. A seleção do tamanho da
amostra é uma dor de cabeça para o pesquisador. O tamanho não deve ser muito
grande ou muito pequeno, deve ser o ideal. Uma amostra ótima é aquela que atende
aos requisitos de eficiência, representatividade, confiabilidade e flexibilidade. Os
parâmetros de interesse em um estudo de pesquisa devem ser mantidos em vista,
ao decidir o tamanho da amostra. O fator custo, ou seja, as condições orçamentárias
também devem ser levadas em consideração.
5. Procedimento de amostragem: na etapa final do desenho da amostra, o pesquisador
deve decidir o tipo de amostra que usará, ou seja, deve decidir sobre as técnicas a
serem usadas na seleção dos itens para a amostra.

O design da amostra também leva a um procedimento para informar o número


de itens a serem incluídos na amostra, ou seja, o tamanho da amostra. Assim, o desenho
da amostra é determinado antes da coleta de dados.

6.2 PRINCIPAIS PROCESSOS DE AMOSTRAGEM


Normalmente, seria impraticável estudar uma população inteira, por exemplo,
ao fazer uma pesquisa por questionário. A amostragem é um método que permite aos
pesquisadores inferir informações sobre uma população com base nos resultados de
um subconjunto da população, sem ter que investigar todos os indivíduos. Reduzir
o número de indivíduos em um estudo diminui o custo e a carga de trabalho e pode
facilitar a obtenção de informações de alta qualidade mas isso deve ser equilibrado com
um tamanho de amostra grande o suficiente com poder suficiente para detectar uma
associação verdadeira.

Se uma amostra for usada, seja qual for o método escolhido, é importante que
os indivíduos selecionados sejam representativos de toda a população. Isso pode envolver
a segmentação específica de grupos difíceis de alcançar. Por exemplo, se o caderno

175
eleitoral de uma cidade fosse usado para identificar os participantes, algumas pessoas,
como os sem-teto, não seriam registradas e, portanto, excluídas do estudo por padrão.
Existem diversas técnicas de amostragem disponíveis e elas podem ser subdivididas
em dois grupos: amostragem probabilística e amostragem não probabilística. Na
amostragem probabilística (aleatória), você começa com um quadro de amostragem
completo de todos os indivíduos elegíveis dos quais você seleciona sua amostra. Dessa
forma, todos os indivíduos elegíveis têm chance de serem escolhidos para a amostra e
você poderá generalizar melhor os resultados do seu estudo.

Os métodos de amostragem probabilística tendem a ser mais demorados e


caros do que a amostragem não probabilística. Na amostragem não probabilística (não
aleatória), você não começa com uma base de amostragem completa, então, alguns
indivíduos não têm chance de serem selecionados. Consequentemente, não é possível
estimar o efeito do erro de amostragem e há um risco significativo de acabar com uma
amostra não representativa que produz resultados não generalizáveis. No entanto,
métodos de amostragem não probabilística tendem a ser mais baratos e convenientes,
além de serem úteis para pesquisas exploratórias e geração de hipóteses.

6.2.1 Principais métodos de amostragem


Na amostragem aleatória simples, cada indivíduo é escolhido inteiramente ao
acaso e cada membro da população tem a mesma chance ou probabilidade de ser
selecionado. Uma maneira de obter uma amostra aleatória é dar a cada indivíduo em
uma população um número e, em seguida, usar uma tabela de números aleatórios para
decidir quais indivíduos incluir. Tal como acontece com todos os métodos de amostragem
probabilística, a amostragem aleatória simples permite que o erro de amostragem seja
calculado e reduz o viés de seleção. Uma vantagem específica é que é o método mais
direto de amostragem probabilística. Uma desvantagem da amostragem aleatória
simples é que não é possível selecionar indivíduos suficientes com sua característica de
interesse, especialmente se essa característica for incomum.

Na amostragem sistemática, os indivíduos são selecionados em intervalos


regulares a partir da base de amostragem. Os intervalos são escolhidos para garantir
um tamanho de amostra adequado. A amostragem sistemática é, muitas vezes, mais
conveniente do que a amostragem aleatória simples e é fácil de administrar. No entanto,
também pode levar a viés, por exemplo, se houver padrões subjacentes na ordem dos
indivíduos na base de amostragem, de modo que a técnica de amostragem coincida
com a periodicidade do padrão subjacente.

A amostragem estratificada diz respeito à população que é dividida em subgrupos


(ou estratos) e compartilham uma característica semelhante. É usado quando podemos
razoavelmente esperar que a medição de interesse varie entre os diferentes subgrupos e
queremos garantir a representação de todos os subgrupos.

176
6.3 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
A caracterização da área de estudo exige que a equipe identifique as principais
partes interessadas e, em seguida, realize uma visita de campo de reconhecimento.
Nesta era de rápida perda de biodiversidade, devemos continuar a refinar nossas
abordagens para descrever a variação da vida na Terra. Combinar conhecimento e
ferramentas de pesquisa de várias disciplinas é uma maneira de descrever melhor os
sistemas naturais complexos.

Compreender a diversidade da comunidade de plantas requer documentar


tanto o padrão quanto o processo. Devemos, primeiro, saber quais espécies existem e
onde (ou seja, padrões taxonômicos e biogeográficos), antes que possamos determinar
por que elas existem lá (ou seja, processos ecológicos e evolutivos).

Os botânicos florísticos costumam usar abordagens baseadas em coleções


para elucidar os padrões de biodiversidade, enquanto os ecologistas de plantas
usam abordagens estatísticas baseadas em hipóteses para descrever os processos
subjacentes. Em função dessas diferentes histórias disciplinares e objetivos de pesquisa,
botânicos florísticos e ecologistas de plantas muitas vezes permanecem isolados em
seu trabalho.

7 SUFICIÊNCIA AMOSTRAL EM INVENTÁRIOS


FLORÍSTICOS
Os inventários amostrais são estratégias para reunir informações qualificadas
para o manejo das florestas urbanas, dada a escassez de recursos orçamentários para
um inventário completo e a falta de engajamento público para redução de custos.
No entanto, os procedimentos para testar a suficiência amostral podem não ser
especificados em pesquisas relacionadas a inventários florestais urbanos e não seguem
nenhum padrão específico. Assim, para determinar a suficiência amostral, testamos
diferentes variáveis relacionadas ao tronco, copa, número de árvores e espécies,
focando em diferentes objetivos de inventário de árvores nas calçadas.

A importância da realização contínua de inventários botânicos tem sido


questionada nas últimas décadas, gerando falta de investimento e interesse nesta
área. No entanto, vários estudos aplicados só são possíveis após a obtenção dos dados
primários de tais pesquisas.

177
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• O inventário e o monitoramento da vegetação são realizados em uma ampla gama de


escalas, dependendo dos objetivos que querem ser atingidos.

• A produção de conhecimento se transformou ao longo do tempo e constituiu como


uma variável estratégica de desenvolvimento tecnológico, principalmente, atrelada à
geração de produtos, possibilitando a inserção de atributos de interesse.

• A importância da realização contínua de inventários botânicos tem sido questionada


nas últimas décadas, gerando falta de investimento e interesse nesta área. No entanto,
vários estudos aplicados só são possíveis após a obtenção dos dados primários de
tais pesquisas.

178
AUTOATIVIDADE
1 O desenvolvimento de nossa sociedade ocorreu também a partir do surgimento de
novas necessidades, pensando que o nosso planeta seria uma fonte inesgotável de
recursos. Um dos princípios associados ao crescimento insustentável baseia-se na
ideia de que as pessoas seriam mais felizes se realizarem um consumo maior. Quanto
ao que exige o desenvolvimento sustentável da economia, assinale a alternativa
CORRETA:

a) ( ) A satisfação relacionada às demandas energéticas individuais e coletivas,


também a importação de espécies exóticas para a preservação da biodiversidade,
o uso das áreas de proteção permanente com foco na silvicultura.
b) ( ) O desenvolvimento bem como o uso de tecnologias sofisticadas com o objetivo
de extrair combustíveis fósseis em águas profundas, além da ampliação de
fronteiras agrícolas para aumentar a produtividade dos alimentos.
c) ( ) A exploração de recursos renováveis de forma a não ultrapassar a capacidade do
ecossistema entendendo que estes precisam se regenerar, além do uso limitado
dos recursos naturais e também a absorção de seus rejeitos pelo ecossistema.
d) ( ) A ampliação da fronteira agrícola a fim de aumentar a produção das matrizes
energéticas renováveis e o aumento da produção de matrizes energéticas
renováveis. Também um modelo de desenvolvimento baseado na satisfação de
novas necessidades de cada cidadão.

2 O desenvolvimento sustentável caracteriza-se como um desafio presente em


diferentes regiões do mundo. O Brasil enfrenta um problema muito grande frente à
realidade ambiental, diversos obstáculos são enfrentados cotidianamente que têm
por finalidade promover uma sociedade mais sustentável. Na atualidade, quanto a um
grave problema ambiental do Brasil, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Técnicas agroecológicas de cultivo.


b) ( ) Reflorestamento em áreas próximas a rio.
c) ( ) Estudo sobre a localização das espécies endêmicas.
d) ( ) Desmatamento provocado pela agropecuária.

3 O conceito de desenvolvimento sustentável foi forjado por meio de intensas


discussões globais. É muito importante pensar que o sucesso de uma sociedade
moderna depende da forma como encaramos a realidade ambiental. Quanto às
intenções do desenvolvimento sustentável, assinale a alternativa CORRETA:

179
a) ( ) Compreender sobre como as necessidades atuais estão construídas, possibilitando,
assim, a preservação dos recursos para as gerações futuras.
b) ( ) Utilização sem limites dos recursos ambientais pela população global.
c) ( ) Permitir a desigualdade social nas regiões mais desmatadas do mundo.
d) ( ) Auxiliar na conservação somente nas áreas de reservas indígenas presentes no
norte brasileiro.

4 Um desenho amostral é um plano definido para obter uma amostra de uma dada
população. Refere-se à técnica ou ao procedimento que o pesquisador adotaria na
seleção de itens para a amostra. Relate suscintamente sobre os principais tipos de
amostragem.

5 Os procedimentos para testar a suficiência amostral podem não ser especificados


em pesquisas relacionadas aos inventários florestais urbanos e não seguem nenhum
padrão específico. Para isso, os inventários são utilizados amplamente para realização
de um manejo adequado. Assim, defina o que são inventários amostrais.

180
UNIDADE 3 TÓPICO 4 —
INVENTÁRIO FLORÍSTICO E ESTUDOS
DE IMPACTO AMBIENTAL

1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 4, abordaremos sobre inventário florístico e estudos
de impacto ambiental, inventários florísticos, ou floras, são conduzidos para fornecer
uma lista completa de espécies da vida vegetal e classes de vegetação dentro de uma
determinada área.

Plantas vasculares (ervas, arbustos e árvores) e, às vezes, plantas não vasculares


(musgos, hepáticas e antóceros) são coletadas e identificadas usando um escopo de
dissecação e uma variedade de chaves de plantas. Enquanto os inventários florísticos
são, geralmente, conduzidos por botânicos profissionais ou entusiastas da botânica, as
floras também são conduzidas como um meio de ensinar aqueles que estão interessados
em se tornar botânicos.

De qualquer forma, os botânicos conduzem floras para entender a composição


das classes de vegetação dentro de uma área. Há vários usos para esse tipo de dados,
incluindo, mas não limitado o seu uso.

2 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
O conceito de Unidade de Conservação (UC) evoluiu desde o seu advento nos
Estados Unidos, em 1872. Inicialmente, referia-se ao objetivo de preservação de atributos
cênicos e potencial para o desenvolvimento de atividades de lazer. Gradualmente, passou
a incorporar noções de preservação do patrimônio histórico, área natural protegida e, no
século XX, a compor a ideia de conservação da biodiversidade.

As UCs podem ser classificadas em dois grandes grupos de acordo com a forma
de uso dos recursos naturais:

1. Unidades de Proteção Integral – Estação Ecológica, Reserva Biológica, Parque


Nacional, Monumento Natural e Refúgio de Vida Silvestre.
2. Unidades de Uso Sustentável – Área de Proteção Ambiental, Área de Relevante
Interesse Ecológico, Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva de Fauna,
Reserva de Desenvolvimento Sustentável e Reserva Particular do Patrimônio Natural.

181
Atualmente, de acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação
(SNUC), a criação de UCs visa preservar a biodiversidade em ambientes característicos,
além de proteger nascentes e outros mananciais, espécies raras ou ameaçadas de
extinção e monumentos. Esses espaços permitem o desenvolvimento de atividades de
educação ambiental, pesquisa científica, lazer e manutenção e reprodução do banco
genético da fauna silvestre.

2.1 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE PROTEÇÃO INTEGRAL


Áreas protegidas se caracterizam como espaços territoriais e seus recursos
ambientais, sob regime administrativo especial, aos quais se aplicam as garantias
adequadas de proteção. As áreas protegidas, que fazem parte do Sistema Nacional
de Gerenciamento de Unidades de Conservação (SNUC), são divididas em dois grupos
com características específicas: unidades totalmente protegidas e unidades de uso
sustentável.

O grupo de unidades totalmente protegidas é composto por cinco categorias


de áreas protegidas:

1. Estação ecológica: para preservar a natureza e realizar pesquisas.


2. Reserva biológica: preservar integralmente a biota e demais feições naturais
existentes em seus limites.
3. Parque Nacional: para preservar ecossistemas naturais de alta relevância ecológica
e beleza cênica.
4. Monumento natural: para preservar sítios naturais raros, únicos ou de grande beleza
cênica.
5. Refúgio de vida selvagem: para proteger ambientes naturais.

O grupo de unidades de uso sustentável é composto por sete categorias de


áreas protegidas. Vejamos a seguir.

1. Áreas de proteção ambiental: apresenta um alto grau de ocupação humana e diversos


atributos, tanto bióticos quanto estéticos de extrema importância para a qualidade
de vida das populações.
2. Área de relevante interesse ecológico: é uma área pequena, com pouca ou nenhuma
ocupação humana e características naturais extraordinárias.
3. Floresta Nacional: é uma área coberta por floresta, com espécies predominantemente
nativas e tem como finalidade fundamental o uso múltiplo sustentável dos recursos
florestais.
4. Reserva extrativista: é uma área utilizada por populações locais e povos indígenas cuja
subsistência é baseada no extrativismo e, além disso, na agricultura de subsistência
e pecuária de pequeno porte. Seus principais objetivos são proteger os meios de
subsistência e a cultura dessas populações e garantir o uso sustentável dos recursos
naturais da unidade.

182
Dessa forma, no Brasil, as UCs podem existir em terrenos públicos ou privados
e são estabelecidas pelos poderes municipais, estaduais e federais. Isso significa que
eles são administrados sob um regime especial a fim de garantir um nível adequado de
proteção.

2.2 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE USO SUSTENTÁVEL


As áreas protegidas são o principal instrumento utilizado para proteger e
conservar a natureza. No Brasil, essas áreas são chamadas de Unidades de Conservação
(UCs), apesar de sua abrangência territorial e da complexidade de seus problemas, não
foram devidamente estudadas pela área de administração. Como resultado, buscamos
ampliar a compreensão sobre os modos de existência bem como sobre a gestão de
uma unidade de conservação em um determinado território. Para isso, adotamos uma
abordagem epistemológica pragmática, privilegiando sobretudo a ação.

A análise desses modos de existência possibilitou compreender melhor como


emergem configurações organizacionais específicas que posicionam situacionalmente
os atores de diferentes formas, engendram a ação coletiva e sua gestão.

Por fim, forjamos argumentos que destacam possíveis contribuições de uma


epistemologia pragmatista para a análise organizacional das UCs.

2.3 OUTRAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO


As Unidades de Conservação (UCs) são a denominação brasileira para o que no
resto do mundo são chamadas de áreas protegidas e é a estratégia mais utilizada pelos
países para proteger os espaços de acordo com suas características naturais. Cerca de
26 milhões de km2 em todo o mundo estão configurados como tal, mais especificamente
o equivalente a 14,9% da superfície da Terra e 7,3% de seus oceanos. A legislação
abrange 12 tipos diferentes de áreas protegidas, divididas em dois grandes grupos: uso
sustentável, tipos que visam conciliar a conservação da natureza com o uso sustentável
dos recursos naturais; e proteção integral, tipos que permitem apenas o uso indireto de
seus recursos naturais.

O ICMBio atua na conservação da natureza em todos os biomas brasileiros, tendo


como objetivo central realizar as ações do Sistema Nacional de Unidades de Conservação
(SNUC), propondo, implantando, gerenciando, protegendo, fiscalizando e monitorando
as UCs estabelecidas pelo União. Além dessas funções, elas são responsáveis por
apoiar e executar programas de pesquisa, proteção, preservação e conservação da
biodiversidade e por executar o poder de polícia ambiental para proteger as áreas.

183
As áreas protegidas são um exemplo de conservação da natureza no local.
Os materiais políticos sobre a gestão dessas áreas indicam um conjunto variado e
diversificado de atividades realizadas por essas organizações. Elas estão relacionadas à
escolha dos locais de implantação, questões políticas, jurídicas e regulatórias, regulação
e gestão do uso de recursos naturais, relacionamento com populações, engajando-se
em comunicações e relações públicas, colaborações e parcerias. Elas ainda avaliam a
eficácia da gestão e da própria área de acordo com seus propósitos. Estudos indicam
a importância deste tipo de conservação da natureza e chamam a atenção para as
condições de implementação.

A importância do tema das UCs pode ser justificada de diversas formas,


conforme demonstrado anteriormente. Esse contexto ganha ainda mais importância
com fenômenos como o Antropoceno, que indica uma nova era geológica, movimento
possivelmente acelerado pela ação humana, marcada pela ocorrência das mudanças
climáticas, do ciclo do carbono, alterações no nitrogênio, fósforo e enxofre e modificações
no ciclo da água terrestre. A organização escolhida para realizar a pesquisa é uma UC
de proteção integral, legalmente classificada como Estação Ecológica. O objetivo desta
categoria é preservar a natureza e elaborar pesquisas científicas, sendo vedadas visitas
públicas, exceto se houver objetivo educacional, conforme seu plano de manejo.

2.4 CORREDORES ECOLÓGICOS


Os corredores ecológicos são passagens em terra ou na água, entre um parque
e o ambiente natural circundante. Eles permitem o movimento da vida selvagem
e a dispersão de espécies de plantas e facilitam a migração sazonal, reprodução,
alimentação e adaptação às mudanças ambientais. Os ambientes naturais estão em
melhor saúde quando estão conectados uns aos outros. Uma maior variedade de
espécies é encontrada em espaços conectados por corredores ecológicos.

Corredores ecológicos tornam a natureza mais resilientes ou mais capaz


de superar distúrbios: atividade humana, mudanças climáticas e muito mais. Esses
corredores também evitam a extinção de espécies ao evitar que plantas e animais
fiquem isolados de seu habitat natural devido à infraestrutura humana, por exemplo.

3 CONCEITOS BÁSICOS DE AMOSTRAGEM


A amostragem é um processo usado em análise estatística em que um número
predeterminado de observações é obtido de uma população maior. A metodologia
utilizada para amostrar de uma população maior depende do tipo de análise que
está sendo realizada, mas pode incluir amostragem aleatória simples ou amostragem
sistemática.

184
3.1 POPULAÇÃO
Uma população é um grupo de organismos interativos da mesma espécie e
inclui indivíduos de todas as idades ou estágios: juvenis pré-reprodutivos e adultos
reprodutivos. A maioria das populações tem uma mistura de indivíduos jovens e idosos.

Quantificar o número de indivíduos de cada idade ou estágio fornece a estrutura


demográfica da população. Além da estrutura demográfica, as populações variam em
número total de indivíduos, chamado tamanho da população, e quão densamente são
esses indivíduos, chamado densidade populacional.

A distribuição geográfica de uma população tem limites estabelecidos pelos


limites físicos que a espécie pode tolerar, como temperatura ou aridez, e pela invasão
de outras espécies. Os ecologistas populacionais, geralmente, consideram primeiro a
dinâmica da mudança do tamanho da população ao longo do tempo, se a população
está crescendo em tamanho, encolhendo ou permanecendo estática ao longo do tempo.

3.2 CENSO E AMOSTRAGEM


Um censo é uma tentativa de reunir informações sobre cada membro de
algum grupo, chamado de população. Esta unidade apresenta o Censo dos EUA e seus
problemas na coleta de dados sobre o toda a população. Um dos problemas mais sérios
é a subestimação de certos segmentos. Infelizmente, nem todos os grupos de pessoas
são subestimados nas mesmas taxas. Por exemplo, as taxas de subcontagem para
grupos minoritários são mais altas do que para brancos e subcontagem as taxas para
locatários são mais altas do que para proprietários. Além disso, as taxas de subconta
para aqueles que vivem na pobreza são maiores do que para os ricos.

O governo dos EUA usa amostragem para estimar taxas de subcontagem para
vários grupos. No entanto, nunca altera o número oficial do número de funcionários
com base nos resultados da amostragem. Uma amostra permite ao pesquisador coletar
informações de apenas uma parte da população.

Amostragem, coleta de dados de uma parcela da população, é o meio geral de


coleta informações sobre uma população quando não é possível obter informações de
cada indivíduo na população. A amostragem economiza tempo e dinheiro. Para que
uma amostra forneça boas informações sobre uma população, a amostra precisa ser
representante da população. Uma amostra aleatória simples, uma amostra na qual
cada membro da população tem a mesma probabilidade de acabar na amostra, é um
meio de garantir que a amostra é representativa da população e não tendenciosa.
Uma amostra aleatória simples pode ser selecionada da população da mesma forma
que um subgrupo é selecionado aleatoriamente de um grupo maior para receber um
determinado tratamento.

185
O viés de amostragem ocorre quando uma amostra é coletada de tal forma que
alguns membros da população são menos propensos a serem incluídos do que outros.
Uma pesquisa voluntária de televisão é um exemplo de uma amostra tendenciosa.

3.3 AMOSTRA
A amostra é o processo de coleta de dados de alguns locais ou pessoas para
obter uma perspectiva sobre a população. Você deve explicar quão representativa é uma
amostra, uma vez que isso afeta como as descobertas podem ser aplicadas. O objetivo
da amostragem é selecionar uma amostra que seja representativa da população.

As técnicas de amostra são práticas que podem ajudar a estimar uma população
ou as várias populações de diferentes espécies em uma área. Existem alguns principais
que você precisa saber, incluindo quadras, linha de transecção e captura e recaptura.

3.4 UNIDADE AMOSTRAL


As unidades de amostra são os membros da população a partir dos quais as
medições são feitas durante a amostragem. As unidades de amostra são entidades
distintas e não sobrepostas, como quadrantes ou transectos, plantas individuais, ramos
dentro de uma planta.

As características da unidade de amostra têm um efeito significativo na exatidão


e precisão da amostra e, portanto, nos custos de amostragem.

As dimensões da unidade amostral também podem ser manipuladas para


promover uma distribuição normal nos dados coletados que permitirá a aplicação de
modelos convencionais de análise de variância para análise estatística.

4 MÉTODOS DE AMOSTRAGEM
Quando se realiza pesquisas sobre um grupo de pessoas, raramente é possível
coletar dados de todas as pessoas desse grupo. Em vez disso, seleciona-se uma
amostra. A amostra é o grupo de indivíduos que de fato participará da pesquisa. Para tirar
conclusões válidas dos resultados, é preciso decidir cuidadosamente como selecionará
uma amostra que seja representativa do grupo como um todo.

186
Existem dois tipos de métodos de amostragem:

1. A amostragem probabilística envolve seleção aleatória, permitindo que você faça


fortes inferências estatísticas sobre todo o grupo.
2. A amostragem não probabilística envolve a seleção não aleatória baseada em
conveniência ou outros critérios, permitindo que você colete dados facilmente.

A forma da unidade amostral deve ser decidida durante as etapas de


planejamento do inventário ou do programa de monitoramento, pois os objetivos desses
esforços exigirão uma unidade amostral específica. O objetivo geral dos programas
de inventário ou monitoramento é descrever os atributos da vegetação em um local.
Portanto, as unidades de amostra, geralmente, são um dos seguintes tipos de área de
pequena escala delineada dentro da área geral de interesse.

4.1 MÉTODOS DE ÁREA FIXA COM EMPREGO DE PARCELAS


As parcelas de área fixa (quadrantes) podem ser usadas para determinar o
povoamento florestal parâmetros úteis na análise do habitat da vida selvagem e gestão de
recursos. O método quadrante foi introduzido nos estudos ecológicos por volta de 1900.

Uma variedade de quadros foi construída para delinear pequenas parcelas


para amostragem cobertura ou frequência de plantas. As parcelas utilizadas para
caracterização e avaliação do habitat da vida selvagem são grandes quadrados
delineados por limites invisíveis que são estabelecidos pelo ritmo do centro da trama
para fora. A técnica de parcela de área fixa é altamente apropriada para a avaliação de
vegetação florestal associada ao habitat da vida selvagem.

4.2 ESTIMADORES PARA NÚMERO DE ÁRVORES, ÁREA


BASAL E VOLUME
As florestas têm efeitos importantes na vida humana em vários aspectos,
como bem-estar, prosperidade e felicidade. Além disso, as florestas com seus valores
econômicos, sociais e ambientais podem garantir a vida humana e o desenvolvimento
sustentável. Portanto, ao gerenciar e planejar essas fontes valiosas são necessárias
informações úteis sobre suas características quantitativas e qualitativas.

As características quantitativas das estruturas do povoamento florestal, como


volume e área basal, podem ser consideradas fatores importantes no manejo florestal
sustentável. Estes dados, normalmente, são obtidos através de trabalho de campo que
não é rentável. Portanto, os dados de sensoriamento remoto como uma ferramenta
valiosa para mapear e monitorar esses recursos foram propostos.

187
Os dados espectrais de sensoriamento remoto têm sido utilizados em vários
campos da silvicultura como estimativa das características estruturais das florestas. No
entanto, muitos estudos têm mostrado que os dados espectrais sozinhos não podem
estimar exatamente as características estruturais das florestas e para atingir esse
objetivo são necessários dados auxiliares.

4.3 AMOSTRAGEM ALEATÓRIA SIMPLES


Uma amostra aleatória simples é um subconjunto selecionado aleatoriamente
de uma população. Nesse método de amostragem, cada membro da população
tem exatamente a mesma chance de ser selecionado. Este método é o mais direto
de todos os métodos de amostragem probabilística, pois envolve apenas uma única
seleção aleatória e requer pouco conhecimento prévio sobre a população. Por utilizar
a randomização, qualquer pesquisa realizada nesta amostra deve ter alta validade interna
e externa.

A amostragem aleatória simples é usada para fazer inferências estatísticas


sobre uma população. Ajuda a garantir alta validade interna: a randomização é o melhor
método para reduzir o impacto de potenciais variáveis de confusão. Além disso, com
um tamanho de amostra grande o suficiente, uma amostra aleatória simples tem alta
validade externa: representa as características da população maior.

4.4 AMOSTRAGEM SISTEMÁTICA


A amostragem sistemática é um tipo de método de amostragem probabilística
em que os membros da amostra de uma população maior são selecionados de acordo
com um ponto de partida aleatório, mas com um intervalo fixo e periódico. Esse
intervalo, chamado de intervalo de amostragem, é calculado dividindo-se o tamanho
da população pelo tamanho da amostra desejada. Apesar de a população amostral ser
selecionada antecipadamente, a amostragem sistemática ainda é considerada aleatória
se o intervalo periódico for determinado de antemão e o ponto de partida for aleatório.
Como a amostragem aleatória simples de uma população pode ser ineficiente e
demorada, os estatísticos recorrem a outros métodos, como a amostragem sistemática.

A escolha do tamanho da amostra por meio de uma abordagem sistemática


pode ser feita rapidamente. Uma vez identificado um ponto de partida fixo, um intervalo
constante é selecionado para facilitar a seleção dos participantes.

A amostragem sistemática é preferível à amostragem aleatória simples quando


há baixo risco de manipulação de dados. Se tal risco é alto quando um pesquisador pode
manipular o comprimento do intervalo para obter os resultados desejados, uma técnica
simples de amostragem aleatória seria mais apropriada.

188
5 MANEJO FLORESTAL
O manejo florestal é o processo de planejamento e implementação de práticas
para o manejo e uso das florestas para atender a objetivos ambientais, econômicos,
sociais e culturais específicos. Trata dos aspectos administrativos, econômicos, legais,
sociais, técnicos e científicos do manejo de florestas naturais e plantadas. Pode
envolver vários graus de intervenções humanas deliberadas, desde ações destinadas
a salvaguardar e manter os ecossistemas florestais e suas funções, até aquelas que
favorecem espécies específicas de valor social ou econômico para a produção melhorada
de bens e serviços florestais.

Uma definição globalmente acordada de manejo florestal sustentável (SFM) é


impraticável além de um nível muito geral devido à enorme diversidade de tipos de
florestas, condições e contextos socioeconômicos em todo o mundo. Em geral, no
entanto, o SFM pode ser visto como o uso sustentável e a conservação das florestas com
o objetivo de manter e melhorar os múltiplos valores florestais por meio de intervenções
humanas. As pessoas estão no centro da SFM porque visa contribuir para as diversas
necessidades da sociedade em perpetuidade.

189
LEITURA
COMPLEMENTAR
ECOLOGIA, O DEVER DE PRESERVAR

Bernardo Esteves

No começo dos anos 60, um jovem oficial da Marinha, chamado Ibsen de


Gusmão Câmara, costumava voar pelos céus do Brasil a bordo dos bimotores da força.
Nesses sobrevoos, uma coisa chamou sua atenção a paisagem lá embaixo mudava a
cada ano. As florestas de araucária, que, em 1961, tomavam o Paraná, no final da década
tinham praticamente sumido. A Mata Atlântica nordestina, exuberante nos primeiros
voos, dava lugar ao verde monotônico das plantações de cana. Em 1967, o oficial se
mudou para a Amazônia, a serviço da Marinha, e lá morou por dois anos. Formava-se
ali, acompanhando de perto a devastação, um dos mais influentes – e dos primeiros –
ambientalistas brasileiros.

Naquela época, a palavra de ordem era “desenvolvimento”. Ninguém parecia se


preocupar com o efeito que aquilo teria sobre o ambiente. Mas o marinheiro Ibsen se
preocupava. Naquele ritmo, a natureza que ele aprendera a amar não duraria muito.
Por ter sido um dos primeiros a perceber esse risco, por dedicar as três décadas que se
seguiram a tentar evitar que ele se concretizasse e, principalmente, pelas conquistas
que obteve nessa luta árdua e desigual, o almirante Ibsen de Gusmão Câmara mereceu
o Prêmio Especial, o reconhecimento do Prêmio Super Ecologia 2002 ao trabalho de
uma vida toda. “Mais que uma bandeira, a preservação da natureza é um dever ético da
espécie humana”, disse à Super em entrevista realizada no lindo jardim de sua casa no
Rio de Janeiro.

Em todos esses anos dedicados à causa ambiental, o almirante se envolveu em


campanhas de proteção a espécies ameaçadas, trabalhou nos bastidores do Congresso
pela criação de reservas ambientais, fundou e inspirou várias ONGs, conheceu a fundo
os problemas ambientais brasileiros. Admirado pela esquerda, respeitado pela direita,
sempre teve trânsito em Brasília, mesmo no período militar.

Ibsen nunca concebeu conservação sem a existência de um sistema estruturado


de unidades de conservação. A instituição de reservas foi uma de suas principais frentes
de batalha, seja na mobilização de parlamentares para a criação dessas áreas, seja na
delimitação e no estudo dos territórios protegidos. Exemplo emblemático é a criação
da reserva do Atol das Rocas, em 1979, grande vitória política do almirante, a primeira
unidade de conservação marinha do Brasil. A medida foi vital para várias espécies
migratórias de aves e peixes que frequentam o atol.

190
Os ecossistemas marinhos e costeiros sempre mereceram carinho especial do
almirante (“o mar ainda é muito negligenciado”, afirma). Ibsen teve atuação determinante
para acabar de uma vez com a caça às baleias no país, em 1989, contrariando poderosos
interesses econômicos. “Os japoneses, que financiavam uma empresa brasileira que
capturava baleias nos anos 80, fizeram grande pressão para que o Brasil continuasse
caçando”, diz. Hoje, graças em grande parte à sua atuação, o país é uma liderança na
luta pela proibição mundial da caça – com o Japão comandando o campo oposto.

O interesse pelos cetáceos levou-o também a coordenar uma expedição que,


em 1982, identificou baleias francas – então consideradas extintas em águas brasileiras
– no litoral catarinense. A população sobrevivente desde então é monitorada e hoje
ocorre em toda a costa sul do país. “Mas defender uma espécie não basta”, afirma. “O
importante é preservar o ambiente em que ela vive.” Sem isso, é impossível conter a
assustadora escalada das extinções.

Ibsen não se satisfez com a atuação política e ambiental – enveredou-se pela


ciência e estudou Paleontologia por conta própria. Apesar de autodidata, recebeu
reconhecimento internacional. Tanto que foi convidado para integrar cinco sociedades
científicas, incluindo a Sociedade de Paleontologia de Vertebrados dos Estados Unidos
e a prestigiosíssima Associação Americana para o Avanço da Ciência. Entre as muitas
outras honrarias que o ambientalista recebeu, estão o reconhecimento da Academia
Brasileira de Ciências por sua contribuição individual e o título de cavaleiro concedido
pela realeza holandesa.

Aos 78 anos, Ibsen contempla os frutos da sua trajetória com um misto de


realização – pelas batalhas ganhas e pelo aumento da conscientização para a causa
– e de decepção com a devastação que não para de crescer. O trabalho compensa?
“Sim, mas o resultado não é proporcional ao esforço.” Isso bastaria para frustrar muitos
aprendizes de ambientalista. Mas não um obstinado como o almirante. Ainda bem.

FONTE: ESTEVES, B. Ecologia, o dever de preservar. Super Interessante, Rio de Janeiro, 31 out. 2016.
Disponível em: https://super.abril.com.br/ideias/ecologia-o-dever-de-preservar. Acesso em: 10 mar. 2022.

191
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• Os inventários florísticos são conduzidos por botânicos profissionais ou entusiastas


da botânica e as floras também são conduzidas como um meio de ensinar aqueles
que estão interessados em se tornar botânicos.

• O conceito de Unidade de Conservação (UC) evoluiu desde o seu advento nos Estados
Unidos, em 1872. Inicialmente, referia-se ao objetivo de preservação de atributos
cênicos e potencial para o desenvolvimento de atividades de lazer.

• O manejo florestal é o processo de planejamento e implementação de práticas para o


manejo e uso das florestas para atender a objetivos ambientais, econômicos, sociais
e culturais específicos.

192
AUTOATIVIDADE
1 Os impactos ambientais associados à presença das usinas hidrelétricas são motivo
de grande polêmica nas discussões sobre desenvolvimento sustentável. Embora seja
classificada usualmente relacionadas ao conceito de energia limpa ou, muitas vezes,
associadas à ideia de sustentabilidade, essas usinas podem causar vários problemas
ambientais. Quanto ao motivo das mudanças na composição dessas comunidades,
assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Alterações nos habitats causadas pela construção das barragens.


b) ( ) Poluição das águas.
c) ( ) Aumento da concentração de CO2 na água.
d) ( ) Emissões de gases de efeito estufa.

2 Corredores ecológicos visam reduzir os efeitos da fragmentação dos ecossistemas


possibilitando a ligação entre áreas diferentes, com o objetivo de proporcionar o
deslocamento de animais, a dispersão de sementes e o aumento da cobertura
vegetal. Nessa estratégia, considerando o porquê de a recuperação da biodiversidade
é efetiva, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Proporciona o fluxo gênico.


b) ( ) Intensifica o manejo de espécies.
c) ( ) Amplia o processo de presença humana.
d) ( ) Aumenta o número de indivíduos nas populações.

3 Nos últimos anos houve um aumento nas concentrações de gás carbônico na


atmosfera devido à utilização de combustíveis fósseis pela espécie humana, segundo
o que apontam as últimas estimativas. Quanto a outros fatores de origem antrópica
que aumentam o efeito estufa, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Chuva ácida
b) ( ) Inversão térmica.
c) ( ) Poluição das águas.
d) ( ) Queimada e desmatamento.

4 O manejo florestal é o processo de planejamento e implementação de práticas para o


manejo e uso das florestas para atender a objetivos ambientais, econômicos, sociais e
culturais específicos. Trata dos aspectos administrativos, econômicos, legais, sociais,
técnicos e científicos do manejo de florestas naturais e plantadas. Relate sobre o que
é manejo florestal sustentável.

193
5 Quando você realiza pesquisas sobre um grupo de pessoas, raramente, é possível
coletar dados de todas as pessoas desse grupo. Em vez disso, você seleciona uma
amostra. A amostra é o grupo de indivíduos que de fato participará da pesquisa. Para
tirar conclusões válidas de seus resultados, deve-se decidir cuidadosamente como
selecionará uma amostra que seja representativa do grupo como um todo. Existem
dois tipos de métodos de amostragem e considerando isso, diferencie-as.

194
REFERÊNCIAS
BIOMAS brasileiros. [s. l.], 2012. 1 vídeo (2 min). Publicado pelo canal Toda Matéria.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=eEPabXAVzNA. Acesso em: 28 jul.
2021.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente.


Resolução CONAMA nª. 02, de 8 de março de 1990. Dispõe sobre o
Programa Nacional de Educação e Controle da Poluição Sonora. Brasília:
CONAMA, 1990. Disponível em: http://portal.pmf.sc.gov.br/arquivos/arquivos/
pdf/13_01_2011_16.48.49.7d3401253b9806fe01af16d3099446f6.pdf. Acesso em: 18
mar. 2022.

ESTEVES, B. Ecologia, o dever de preservar. Super Interessante, Rio de Janeiro,


31 out. 2016. Disponível em: https://super.abril.com.br/ideias/ecologia-o-dever-de-
preservar. Acesso em: 10 mar. 2022.

JOLY, A. B. Botânica: introdução à taxonomia vegetal. 13. ed. São Paulo: Companhia
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OS PRIMEIROS conquistadores da terra (a evolução das plantas). [s. l.], 2021. 1 vídeo
(11 min). Publicado pelo canal Prehistoric Wildlife. Disponível em: https://www.youtube.
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PIMM, S. L.; JOPPA, L. N. How many plant species are there, where are they, and at
what rate are they going extinct?. Annals of the Missouri Botanical Garden, [s. l.], v.
100, n. 3, p. 170-176, 2015. Disponível em: https://www.microsoft.com/en-us/research/
publication/how-many-plant-species-are-there-where-are-they-and-at-what-rate-
are-they-going-extinct/. Acesso em: 18 mar. 2022.

RAVEN, P. H. et al. Biologia vegetal. 8. ed. São Paulo: Guanabara, 2014.

RODRIGUES, J. E. R. Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Revista dos


Tribunais, São Paulo, 2005.

WANG, W. et al. On deep multi-view representation learning. International


conference on machine learning, [s. l.], v. 1, p. 1083-1092, 2015.

WELLS, J. W. Três mil milhas pelo Brasil. São Paulo: Fundação João Pinheiro, 1995.

195

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