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Botânica
Indaial – 2022
1a Edição
Elaboração:
Prof.a Natália Santos de Santana
Prof.a Nubia Alves Mariano Teixeira Pires Gomides
S232f
ISBN 978-85-515-0490-1
CDD 580
Impresso por:
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático Fundamentos da Botânica!
Todos os profissionais que estudam a natureza, sejam eles biólogos, botânicos ou
ecólogos, vão apresentar em seu repertório uma série de informações, principalmente
se for a respeito à natureza e a forma como ela está organizada. Entretanto, é muito
importante saber utilizá-la e, para isso, diversas ferramentas serão importantes. Muitas
vezes, mesmo com muito conhecimento disponível ao nosso redor, esquecemos do
mais importante: o olhar.
Bons estudos!
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Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você –
e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR
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que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para
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é só aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
ENADE
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma
disciplina e com ela um novo conhecimento.
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 53
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................143
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................195
UNIDADE 1 —
SISTEMAS DE
CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
1
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 1!
Acesse o
QR Code abaixo:
2
UNIDADE 1 TÓPICO 1 —
SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos sobre os sistemas de classificação
botânica. Ao observar toda a diversidade de organismos existentes em nosso planeta é
difícil imaginar a dimensão e a estrutura de tantas espécies complexas que habitam o
nosso globo terrestre. Entretanto, há muito tempo o homem vem tentando compreender
o mundo natural e uma das formas encontradas para isso foi classificar um grande
número de seres vivos, relacionando suas diferenças a partir de critérios científicos bem
definidos. Ao longo da história, diferentes sistemas de classificação foram elaborados,
com o passar dos anos diferentes áreas começaram a contribuir para intensificar as
identificações e o agrupamento entre os seres vivos, por exemplo, a paleontologia, a
embriologia, a química e a genética.
2 SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO
A classificação biológica é uma área que compreende duas disciplinas: a
taxonomia e a sistemática, que por vezes podem ser tratadas como sinônimos. De
acordo com Simpson (1971), a taxonomia é o estudo teórico da classificação, incluindo
as respectivas bases, princípios, normas e regras. Dessa maneira, a taxonomia inclui
toda e qualquer generalização sobre a classificação. Já a sistemática é definida como o
estudo científico das formas orgânicas, bem como a sua diversidade e qualquer relação
entre eles. Na atualidade, a sistemática tem transcendido o campo da classificação
biológica, incluído outras áreas da Biologia, como: a genética; a biologia de populações;
a filogenia e a biogeografia.
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A taxonomia é a disciplina responsável pela classificação dos seres vivos,
fato este intrínseco ao ser humano. A sua classificação biológica começou a partir do
sistema postulado por Lineu, no século XVIII (RAVEN, 2014). Portanto, a taxonomia tem
como principal objetivo tratar da individualização, classificação e nome das espécies,
sejam ela pertencentes a qualquer um dos cinco reinos. Os caracteres utilizados para
classificar os seres vivos são denominados como taxonômicos e são atributos do
indivíduo. Estes podem ser considerados de forma isolada ou até mesmo comparados
a outras características de seres de espécies idênticas ou diferentes. A ordenação dessas
espécies de forma hierárquica, ou seja, de acordo com critérios adotados, é denominada
de classificação.
Nos últimos anos, nota-se que a taxonomia tem perdido prestígio em relação
a outras áreas da ciência, um dos fatores que podem ser alegados por falta de
modernização nesta área.
4
DICA
Assista ao documentário sobre a vida das plantas. A partir deste vídeo: https://
www.youtube.com/watch?v=o0CSQ4PIbqA você conseguirá entender quais
as estratégias as plantas apresentam para sobreviver em terrenos adversos.
Muitas delas sofrendo constantes ações antrópicas. Esse documentário
revela os incríveis segredos que essas plantas escondem e que farão com
que elas ainda prosperem durante muito tempo.
5
de saberes científicos complexos com o cotidiano das pessoas. Entretanto, antes de
entender quais princípios estão associados ao entendimento de árvores filogenéticas,
é importante estudar a forma como a classificação biológica evoluiu ao longo dos anos.
Até que no século XVIII, um naturalista sueco chamado Carl Von Linné (Figura
2), também conhecido como Lineu, organizou um sistema de classificação que abrangia
todos os organismos e tinha como base as semelhanças entre eles (RAVEN, 2014). Toda
a classificação taxonômica moderna utiliza os princípios postulados pelo Lineu. Mesmo
com toda revolução criada seu sistema não levava em consideração relações evolutivas
entre os seres vivos. Portanto, essa visão, que perdurou até o século XIX, costumava a
ser estática.
Ernst Haeckel, no século XIX, propôs a construção de uma árvore que indicasse a
relação existente entre os três grandes grupos de seres vivos: animais, plantas e protistas.
No século XX acrescentou-se um quarto reino: a monera, que abrigava todos os organismos
procariontes. Portanto, as classificações de Haeckel foram utilizadas com base no sistema
de classificação dos cinco reinos, proposto por Whittaker (MARGULIS, 2001).
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sejam eles estéticos, práticos ou até mesmo culturais. Por exemplo, na comunidade
Wayampí, no Brasil, há denominações diferentes para as cinco espécies de aves
tinamiformes (Macucos e Inambus), que são utilizadas para a alimentação “namusuky”
(Tinamus major), “namupiju” (Crypturellus cinereus), “sui” (Crypturellus variegatus),
“suiko’u” (Crypturellus soui) e “makukawa” (Crypturellus noctivagus). (BARROSO, 2002)
Até o século XVII, as plantas eram denominadas a partir de uma longa sentença
descritiva, até que Gaspar Bauhin, propôs a adoção da nomenclatura binomial para cada
planta, entretanto foi Lineu no século XVIII que implementou a nomenclatura binomial,
classificando todos os seres vivos conhecidos naquela época (MARGULIS, 2001). Esse
sistema é adotado e aceito no mundo todo. Dessa forma, o objetivo da nomenclatura
biológica é também promover e facilitar a comunicação entre as informações que
existem entre os organismos. Assim, a nomenclatura tem como objetivo assegurar
um único nome de forma diferente para cada táxon, promovendo universalidade e
estabilidade nos nomes científicos.
Para a grande maioria das plantas, como é o caso das pteridófitas, gimnospermas
e angiospermas, o ponto principal para reconhecimento dos nomes como válidos iniciou
em 1 de maio de 1753, a partir da data da publicação do Species Plantarum, escrito por
Lineu. A partir disso, o nome científico para a espécie de plantas é formado por dois
nomes, o primeiro se constitui o gênero e o segundo o epíteto específico (RAVEN, 2014).
Por exemplo: Rosa canina (rosa); Phaseolus vulgaris (feijão); Caesalpinia echinata (pau-
brasil); Zea mays (milho).
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2.3.1 Categorias Taxonômicas
No século XVIII, Lineu estabeleceu regras que seriam responsáveis por dar nome
às espécies, criando as categorias taxonômicas que são utilizadas até os dias atuais. A
espécie constitui como a unidade básica da taxonomia e é definida como um conjunto
de organismos semelhantes que se reproduzem em condições naturais e dessa forma
geram descendentes férteis. Como já vimos anteriormente, o nome científico deve ser
binomial, nesse caso composto de duas palavras, a primeira representa o gênero e a
segunda a espécies, exemplo: Zea mays.
Tais regras são organizadas no formato de artigos, sendo que estes incluem
as normas que regem a prática de tais nomenclaturas, as normas são importantes
tendo em vista que padronizam a nomenclatura a nível internacional. Portanto, o código
internacional de nomenclatura botânica estabelece critérios que serão úteis para a
elaboração de nomes em diferentes táxons, de acordo com princípios e regras que são
atualizados no decorrer de quatro anos, os princípios são constituídos por um total de
seis e estabelecem a maneira como está organizado o sistema de nomenclatura:
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• Cada táxon tem apenas um nome válido.
• Os nomes dos táxons são tratados em latim.
• As regras de nomenclatura são retroativas, exceto quando claramente limitadas.
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RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O sistema de classificação botânica existe há muito tempo e foi criado com o intuito
de organizar as plantas de acordo com suas semelhanças.
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AUTOATIVIDADE
1 Em 1735, houve a criação de um sistema caracterizado por classificar os organismos
quanto as suas características semelhantes, o sistema binomial de nomenclatura
biológica, até os dias atuais, é utilizado para a designação científica de qualquer
espécie de ser vivo. Quanto às espécies grafadas de acordo com as regras do sistema
binomial, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Flor de laranjeira , Zea mays, Canis familiaris, Mus musculus, Lumbricus terrestris.
b) ( ) Turdus rufiventris, Zea mays, Canis familiaris, Mus musculus, Lumbricus terrestris.
c) ( ) Turdus Rufiventris, Milho comum, Canis Familiaris, Mus Musculus, Lumbricus
Terrestris.
d) ( ) turdus rufiventris, zea mays, canis familiaris, feijão fradinho, lumbricus
terrestris.
2 A ciência objetiva também agrupar os seres vivos de acordo com as suas características,
dessa forma, cada grupo possui também um subgrupo. A classificação básica dos
seres vivos está constituída, em ordem decrescente, com as categorias taxonômicas
principais. Sobre elas, assinale a alternativa CORRETA:
3 A sistemática vegetal tem por finalidade estudar a diversidade das plantas, através
da organização em grupo, com base em suas características morfológicas, relações
evolutivas e afinidades. A sistemática vegetal consiste em três etapas. Sobre elas,
analise as sentenças a seguir:
I- Edificação de um táxon.
II- Reconstrução de um táxon.
III- Identificação de um táxon.
IV- Nomenclatura de um táxon.
V- Classificação de um táxon.
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4 Adriana é uma paisagista, trabalhando com plantas há mais de 15 anos. Atualmente
está responsável por um projeto de ornamentação de um jardim público, e dessa
forma, necessitou de uma espécie vegetal com as seguintes características: uma
planta que se apresentasse como herbácea, houvesse um caule classificado como
rizoma, pétalas de coloração amarelada e fácil propagação. Para conseguir as
plantas exatamente iguais a descrita, explique, comparando os dois mecanismos
reprodutivos, o melhor tipo de reprodução a ser escolhido.
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UNIDADE 1 TÓPICO 2 —
TAXONOMIA VEGETAL
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos sobre taxonomia vegetal, uma das
áreas de conhecimento mais antigos da Biologia, que surgido devido à necessidade de
facilitar a comunicação do homem na sociedade. Um dos grandes objetos de estudo da
taxonomia é o agrupamento de organismos definidos, denominado de táxons. Dessa
forma, a ciência encarregou-se de designar alguns elementos para realizar esta função,
por exemplo, a identificação, descrição, nomenclatura e classificação dos seres. A
identificação é um processo de associação de uma entidade não conhecida com uma
conhecida. Dessa forma, objetiva comparar se um organismo se assemelha a outro
e pode pertencer a um mesmo táxon. Esse processo tem como base as chaves de
identificação que são elaboradas por taxonomistas, sendo que a descrição é resultado
da tradução em palavras de como o organismo pode ser reconhecido por intermédio de
características que ele apresenta, estas geralmente atreladas a morfologia.
Uma simplificação nesse sistema de denominação dos seres vivos foi feita
pelo naturalista Lineu, em sua obra Species Plantarum, Lineu utilizou as descrições
de polinômios das espécies, mas acrescentou uma única palavra, que constituía para
as espécies uma designação abreviada. Dessa forma foi criado, o Sistema binário, ou
Sistema binomial de nomenclatura botânica (BARROSO, 2002).
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As regras desse sistema foram estabelecidas a medida que foram ampliados
o número de espécies conhecidas, e também as áreas de estudo e exploração desses
organismos, designando o que temos nos dias atuais como código internacional de
nomenclatura botânica, o qual estabelece os princípios, regras e recomendações sobre
a nomenclatura botânica.
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2.2 SISTEMAS NATURAIS E ARTIFICIAIS
A necessidade de organizar e classificar o mundo que pertencemos levou o
homem à classificação dos seres vivos. As primeiras classificações utilizavam como
critérios o próprio cotidiano, o que denominados de sistemas de classificação natural.
Vamos imaginar uma cobra, com certeza fossemos classificá-la de acordo com
critérios pessoais, um dos seria a periculosidade, isto é, se é perigoso ou não perigoso.
Entretanto, com o decorrer dos anos, os sistemas de classificação evoluíram e utilizaram
características estruturais dos seres que estavam sendo considerados, nesse caso
denominados como sistemas de classificação artificiais.
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INTERESSANTE
Jean Baptiste Lamarck é considerado juntamente com Charles
Darwin, os responsáveis pelas teorias da evolução, ele propôs
que as características adquiridas durante a vida eram repassadas
para as gerações futuras. Essa lei ficou conhecida como “Lei da
herança dos caracteres adquiridos”, que, junto à “Lei do uso
e desuso”, forma a teoria conhecida hoje como Lamarckismo
(FUTUYMA, 2009).
A filogenética utiliza como foco do seu trabalho a análise por meio da cladística,
a qual os organismos são classificados de acordo com os grupos hierárquicos
denominados de monofiléticos, tendo como recurso os caracteres sinapomórficos.
Essas classificações são apresentadas na forma de árvores, a que damos o nome de
cladograma (Figura 1), que mostram as relações ancestrais entre as espécies.
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FIGURA 1 – CLADOGRAMA DEMONSTRANDO A EVOLUÇÃO DOS SERES VIVOS
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/illustration-evolution-tree-living-
beings-1689040909>. Acesso em: 11 mar. 2022.
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de classificação podem-se utilizar diversos critérios, que vão evoluindo a medida em
que os estudos dos seres vivos se tornam mais eficientes com o avanço da tecnologia.
Atualmente, os critérios que são usados são: morfológico, simetria corporal e tipos de
nutrição.
2.4 TIPIFICAÇÃO
A aplicação de nomes de táxons a níveis de família ou até níveis taxonômicos
inferiores é realizada a partir de tipos nomenclaturais. Um tipo de nomenclatura é um
elemento pelo qual surge o nome de um táxon, seja este correto ou sinônimo. O tipo
nomenclatural nem sempre é o elemento mais típico ou que melhor representa o táxon.
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Uma rosa é uma planta muito conhecida, com flores de diferentes colorações
e amplamente utilizada na indústria e, também, em ornamentações. Se nós formos
atribuir táxons dos seguintes níveis hierárquicos para esta planta, ficaria da forma a seguir:
• Reino: Plantae.
• Divisão ou filo: Magnoliophyta.
• Classe: Magnoliopsida.
• Subclasse: Rosidae.
• Ordem: Fabales.
• Subordem: Rosinae.
• Família: Rosaceae.
• Subfamília: Faboideae.
• Tribo: Rosoideae.
• Subtribo: Roseae.
• Gênero: Rosa.
4 SISTEMAS FILOGENÉTICOS
As ideias sobre a teoria evolucionista ficaram conhecidas a partir do século XIX,
principalmente, após a publicação dos estudos de Darwin e Wallace sobre a origem e
a evolução das espécies, estes estudos auxiliaram na reflexão sobre o surgimento de
sistemas que se dedicaram a estabelecer relações genéticas entre as plantas. Dentre os
sistemas filogenéticos mais conhecidos temos o destaque para o sistema desenvolvido
por Engler, durante muito tempo foi considerado um sistema eficaz e abrangente em
relação aos sistemas de classificação, amplamente utilizado. A aceitação em relação ao
sistema desenvolvido por Engler tem relação com o fato de ele ter sido aplicado a todos
os organismos, principalmente, do reino vegetal.
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5 MÉTODOS DE IDENTIFICAÇÃO
Os estudos associados à sistemática envolvem a utilização de espécimes que
serão analisados e comparados, o que torna imprescindível o domínio de técnicas de
coleta e preservação de amostras. É importante incluir proteção ao ambiente em que
tais coletas são feitas e, também, ter atenção à manutenção em locais adequados,
como os herbários.
5.1 HERBÁRIO
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, o Brasil é considerado como
um dos países com maior riqueza de biodiversidade. O qual apresenta de 15% a 20% do
total de espécies e com a maior diversidade do planeta. Além disso, conta com um dos
biomas mais ricos do planeta em números de espécies vegetais, nos biomas, Amazônia,
Mata Atlântica e Cerrado, além de valores elevados de espécies vegetais, o país também
conta com uma alta taxa de endemismo (BRASIL, 1990).
Nesse sentido, é muito importante a necessidade de serem coletados exemplares
dessa diversidade vegetal e guardar esses exemplares, com a finalidade de consultas
no futuro. O herbário representa uma coleção científica de material vegetal coletado em
diferentes ambientes, com a finalidade de representar a flora de determinada região.
Para coletar os exemplares a serem depositados no herbário é preciso dar preferência aos
materiais férteis como: flores e frutos, que são fundamentais na identificação científica.
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/woman-cuts-glass-cutter-master-
class-2061640796>. Acesso em: 11 mar. 2022.
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A catalogação é iniciada com a escrita do nome científico de forma correta,
o que dessa forma é fundamental para a certificação na identificação dos materiais
que são depositados no herbário. As coleções de plantas possuem várias utilizações,
servindo de base para o desenvolvimento de pesquisas na área da taxonomia, além de
servir como instrumento para entender sobre a diversidade da flora, podendo também
subsidiar o estudo que promovam a preservação das espécies e o reflorestamento de
áreas degradadas.
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RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
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AUTOATIVIDADE
1 Nomes vernáculos possibilitam uma comunicação de ordem prática, útil para
assuntos mais triviais. É possível notar que esses nomes apresentam muitas vezes
subjetividades e imprecisões, o que limita de maneira efetiva as práticas científicas
e tecnológicas. Suponha que o autor do texto quisesse transmitir uma mensagem a
um agrônomo estrangeiro fazendo uso das normas da nomenclatura biológica. Para isso,
ele deveria se referir a duas das espécies. Sobre elas, assinale a alternativa CORRETA:
3 O homem procura classificar e agrupar os seres vivos há muito tempo, uma das
primeiras tentativas levavam em consideração as similaridades entre esses
organismos e teve seu começo na Grécia antiga. Sobre a classificação biológica e as
categorias taxonômicas, assinale a alternativa CORRETA:
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4 A conquista do ambiente terrestre foi um aspecto importante para a adaptação
das espécies, principalmente, quando atrelamos aos aspectos que facilitaram a
propagação de gametas, atingindo assim o sucesso reprodutivo foram fundamentais.
No contexto da propagação dos gametas, indique se são as Angiospermas ou as
Pteridófitas as que apresentam menor dependência da água.
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UNIDADE 1 TÓPICO 3 —
EVOLUÇÃO DAS ESPÉCIES VEGETAIS
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 3, abordaremos sobre a evolução das espécies vegetais,
os primeiros seres vivos que deram origem as plantas são desconhecidas, entretanto,
existem teorias de que teria sido organismos unicelulares que realizavam fotossíntese
e viviam nos oceanos.
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A absorção de água e nutrientes foi um aspecto importante para a sobrevivência
e evolução das plantas, devido aos rizomas. Nessas espécies essa estrutura era apenas
ramos caulinares alongados, que penetravam no solo fixando a planta em um local.
Diversas pressões seletivas e evolutivas atuaram diretamente para a adaptação das
estruturas no solo. Assim como nas briófitas, a condução era realizada por meio do
processo denominado como difusão. Nos demais grupos a água era absorvida por
intermédio do rizoide e conduzido por osmose chegando ao xilema e ascendendo em
direção ao caule e folhas.
DICA
Assista a este documentário https://www.youtube.com/watch?v=rDIAFz73ga4 sobre o
processo de evolução e origem das plantas. A história evolutiva das plantas se remonta
a um longo tempo quando organismos fotossintéticos multicelulares invadiram os
continentes. O surgimento da vida vegetal mudou completamente a
biosfera e deu vida ao mundo que antes era uma terra estéril, isso
abriu o caminho para a evolução explosiva dos animais terrestres. As
primeiras formas de plantas conseguiram se desenvolver na terra.
Elas são algumas das primeiras plantas que tinham uma estratégia
de sobrevivência, brotavam para cima buscando a luz que as fazem
crescer, este esquema se perpetuará nas florestas do futuro.
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Já no período da história denominado de devoniano, as plantas já apresentavam
raízes e existiam quase todos os representantes dos grupos atuais. As plantas pteridófitas
dominaram o seu surgimento em um período anterior ao Devoniano, chamado de
Carbonífero. Durante o período Mesozóico surgiram as gimnospermas e no Cretáceo
e último período as Angiospermas, que atualmente constituem o grupo de plantas
com maior sucesso, apresentando cerca de 220 mil espécies. Os progressos que foram
alcançados pela evolução das plantas é algo espetacular. Nos dias atuais as plantas
são organismos essenciais para o homem, são utilizadas em vários setores da nossa
vida, como medicinais, alimentícios, construção e energia. Além disso, as plantas são
reguladoras do ciclo da água e no ciclo do carbono, fato este essencial para o equilíbrio
da temperatura no planeta.
FIGURA 3 – BRIÓFITAS
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/bryophyte-grows-on-beech-
forest-1860687604>. Acesso em: 11 mar. 2022.
27
Sendo assim, as pteridófitas também surgiram em um período considerado
prematuro, no período devoniano já se havia conhecimento sobre diversos gêneros,
eram arbustos ou pequenas árvores, com caule principal curto, com numerosos ramos,
cobertos de folhas de dois tipos.
FIGURA 4 – PTERIDÓFITAS
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/fern-leaves-green-plants-nature-
landscape-1749246641>. Acesso em: 11 mar. 2022.
FONTE:< https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/panorama-forest-pine-trees-fir-
shrubs-1784184956>. Acesso em: 11 mar. 2022.
28
Ao compararmos com as árvores atuais, a Gimnosperma é considerada como
pouco representativa do grupo. Esta apresentava um tronco principal com mais ou
menos 8 cm de diâmetro e cerca de 1 m de altura, também possuía no topo uma coroa
de pernadas finas ramificadas. Não apresentava folhas e o xilema dos ramos já não
era um feixe central. A evolução de plantas de grande porte criou outro problema
para os paleobotânicos, é muito difícil encontrar plantas completas com alto grau de
preservação, é mais fácil achar fragmentos de trocos, esporos, pedaços de raízes.
FIGURA 6 – FLORES
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/blue-violet-flower-garden-high-
quality-1968371524>. Acesso em: 11 mar. 2022.
29
A principal evidência sobre a presença de angiospermas no passado é
documentada a partir do grão de pólen, cuja estrutura muito resistente composta por
esporopolenina, em sedimentos no período cretáceo inferior há diversos registros de
grão de pólen, o que indica o aumento no número dessas plantas na época.
FIGURA 7 – CLOROPLASTOS
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/botanical-anatomy-chloroplast-3d-structure-
stacks-2031738692>. Acesso em: 11 mar. 2022.
30
As folhas ficam presas a uma estrutura denominada de pecíolo que se prende
ao caule e apresentam variações dependendo do habitat em que vive. Sendo assim,
as folhas são classificadas como estruturas clorofiladas formadas a partir de feixes
vasculares atravessados e, também, delimitados por uma camada de epiderme, que
tem o papel de revestir toda a face superior e inferior dessa estrutura. A anatomia da
folha tem uma variação muito grande, tendo em vista que há uma relação direta com
o ambiente no qual os organismos foram sujeitos há milhões de anos e adaptados às
diferentes pressões seletivas.
Na fase fótica, a luz do sol incide sobre a clorofila e, também, sobre seus
pigmentos, que são localizados na membrana dos tilacóides dos cloroplastos e, assim,
são excitadas pelos fótons de radiação o que abrange os cumprimentos de onda de
390 a 760 nm. A clorofila torna-se excitada e os elétrons são movimentados para níveis
mais altos da eletrosfera. Dessa forma, a molécula volta ao estado normal e os elétrons
também liberaram energia em forma de luz ou calor. A partir disso, o processo de
transferência de energia é denominado como fosforilação, que se refere à produção de
energia, liberada e utilizada para produção de uma moeda energética chamada de ATP.
31
4 DOMESTICAÇÃO DAS PLANTAS E O SURGIMENTO DA
AGRICULTURA
A domesticação é um processo evolutivo criado pelo homem e que já o
acompanha há milhares de anos. Este processo visa a adaptação das plantas e dos
animais às necessidades humanas. As plantas domesticadas são geneticamente
diferentes dos seus genitores selvagens e consequentemente sua aparência ou
fenótipo também tendem a serem distintos. Uma espécie totalmente domesticada é
completamente dependente do homem para sua sobrevivência, não conseguindo
reproduzir-se na natureza sem a intervenção humana.
32
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
33
AUTOATIVIDADE
1 Os vegetais, independentemente de serem classificados como superiores ou não,
podem ser classificados de acordo com diversos aspectos, um deles diz respeito à
presença de estruturas vegetativas e reprodutivas. Quanto ao único grupo que não
possui vasos condutores de seiva, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Briófitas.
b) ( ) Pteridófitas.
c) ( ) Gimnospermas.
d) ( ) Angiospermas.
2 Joana pertence ao primeiro ano do Ensino Médio de uma escola em São Paulo.
Durante uma aula seu professor de Biologia decidiu realizar uma viagem de campo
com a turma, para que pudessem observar os diferentes tipos de grupos de plantas
que existem em um Jardim Botânico, chegando lá ele explicou os diferentes grupos
que compõem o Reino Plantae e suas principais características, um dos grupos citados
foram das angiospermas. Com base nessa situação problema, seus conhecimentos,
uma das características citadas podem ter dado à Joana a certeza de que se tratava
das angiospermas, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Presença de folhas.
b) ( ) Presença de vasos condutores como o xilema, o que garante que essas plantas
sejam maiores.
c) ( ) Presença de folhas e outros órgãos com tecidos verdadeiros.
d) ( ) Presença de frutos envolvendo a semente.
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4 Na história evolutiva das plantas ficou marcada a transição do meio aquático para
o meio terrestre. Nesse ambiente, os organismos enfrentam problemas diferentes
dos existentes em ambientes aquáticos. Com base no conhecimento adquirido,
explique três características que surgiram nas plantas e que podem ser consideradas
adaptativas à vida no ambiente terrestre.
35
36
UNIDADE 1 TÓPICO 4 —
MORFOLOGIA VEGETAL
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 4, abordaremos sobre a morfologia vegetal, a qual
constitui uma importante área devido à necessidade de proporcionar uma base de
conhecimentos associados à estruturação interna do corpo de um vegetal. Esses
conhecimentos são essenciais para compreender os processos fisiológicos das plantas
e também as relações filogenéticas entre os diferentes táxons.
Além disso, esses estudos podem ser empregados para descrever características
morfológicas atreladas a processos ecofisiologicos sofridos pelas plantas e utilizar essa
característica anatômica em contextualizações globais.
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3 CÉLULA VEGETAL E MERISTEMAS
O meristema, é uma região de células capazes de divisão e crescimento em
plantas. Os meristemas são classificados de acordo com sua localização na planta, como:
apicais, localizados nas pontas das raízes e brotos; laterais, nos câmbios vasculares e
da cortiça; e intercalares, nos entrenós ou regiões do caule entre os locais em que as
folhas se fixam e as bases das folhas, especialmente de certas monocotiledôneas, por
exemplo, gramíneas.
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3.2 VACÚOLOS
Os vacúolos são organelas grandes que estão presentes nas células vegetais
maduras, constituindo cerca de 90% do protoplasma. A sua estrutura é muito simples,
com uma membrana chamada de tonoplasto e um líquido interno, chamado de
conteúdo do vacúolo. Os grandes vacúolos centrais frequentemente encontrados nas
células vegetais permitem que elas atinjam um tamanho grande sem acumular o volume
que dificultaria o metabolismo. Os metabólitos secundários potentes, como: taninos
ou vários pigmentos biológicos, também são sequestrados nos vacúolos de plantas,
fungos, algas e alguns outros organismos para proteger a célula da autotoxicidade.
3.3 PLASTÍDIOS
Os plastídios, também chamados de plastos, são organelas extremamente
dinâmicas, capazes de se dividir, crescer e se diferenciar. Eles possuem várias formas,
cada qual com estrutura e metabolismo especializados. Elas têm um envoltório que
apresenta duas membranas ricas em lipídios e proteínas, a qual contém uma matriz
chamada de estroma, na qual se localiza um sistema de membranas chamado de
tilacoides, o qual apresenta seu próprio DNA.
39
Os leucoplastos são geralmente encontrados na maioria das partes não
fotossintéticas da planta, como as raízes. Eles atuam como galpões de armazenamento
de amidos, lipídios e proteínas, dependendo da necessidade das plantas. Eles são
usados principalmente
para converter aminoácidos e ácidos graxos. Existem muitas
plantas que são herdadas dos plastídios de apenas um dos pais.
3.4 MERISTEMAS
Os meristemas são regiões de células capazes de divisão e crescimento em
plantas. Os meristemas são classificados de acordo com sua localização na planta, como:
apicais, localizados nas pontas das raízes e brotos; laterais, nos câmbios vasculares e
da cortiça, e intercalares, nos entrenós ou regiões do caule entre os locais em que as
folhas se fixam e as bases das folhas, especialmente de certas monocotiledôneas, por
exemplo, gramíneas.
40
4 TECIDOS VEGETAIS
As plantas são compostas por três grandes grupos de órgãos: raízes, caules e
folhas. Como sabemos de outras áreas da biologia, esses órgãos são compostos por
tecidos que trabalham juntos para um objetivo comum. Os tecidos são feitos de um
número de células que são feitas de elementos e átomos no nível mais fundamental.
Nesta seção, veremos os vários tipos de tecido vegetal e seu lugar e propósito dentro de
uma planta. É importante perceber que pode haver pequenas variações e modificações
nos tipos básicos de tecidos em plantas especiais.
4.1 EPIDERME
Assim como a pele, uma planta tem um sistema de tecidos, um grupo de células
que trabalham juntas para uma função muito específica, que formam a primeira linha de
defesa contra danos físicos e doenças. Esse sistema de tecido é chamado de sistema
de tecido dérmico e é o revestimento protetor externo da planta. O próprio sistema
dérmico consiste em uma camada de células compactadas chamadas epiderme. Na
maioria dos caules e das folhas a epiderme é coberta com um revestimento ceroso
chamado cutícula, que ajuda a evitar a perda de água através da epiderme.
41
também é perdida através dessas pequenas aberturas por evaporação. As plantas não
gostam de perder água e a cutícula cerosa da epiderme ajuda a minimizar essa perda,
evitando que as plantas sequem. A epiderme também ajuda a proteger as plantas de
serem comidas por animais e parasitas. Muitas plantas têm pelos grossos ou espinhos
que vêm da epiderme, tornando-a muito pouco atraente para um animal faminto. Pense
em um cacto com seus grandes espinhos, o perigo associado à tentativa de acessar o
que está por trás desses espinhos provavelmente torna essa planta muito desagradável.
42
4.3 ESTRUTURAS SECRETORAS
As células ou as organizações de células produzem uma variedade de secreções.
O processo de secreção é a separação de uma substância do protoplasto de uma célula.
A substância secretada pode permanecer depositada dentro da própria célula secretora
ou pode ser liberada da célula.
43
5 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
Nos últimos tempos, não houve uma declaração clara do que é a ciência da
morfologia vegetal e como tais ênfases se relacionam com a ciência como um todo. Não está
claro para muitos profissionais que a própria morfologia vegetal representa uma disciplina
científica válida. Devido aos declínios históricos no interesse e no ensino da morfologia
vegetal, ela passou a ser vista em grande parte como um provedor de caracteres para a
circunscrição sistemática, portanto, virtualmente sinônimo de sistemática vegetal, dado
que a sistemática contemporânea colocou uma ênfase maior em dados moleculares do
que morfológicos, o momento parece propício para reavaliar a morfologia das plantas e
qual seu papel pode e deve ser na moderna biologia das plantas.
44
5.1 RAIZ
Acraiz, em botânica, é aquela parte de uma planta vascular normalmente
subterrânea. As suas funções primárias são ancoragem da planta, absorção de água e
minerais dissolvidos e condução destes para o caule e armazenamento de alimentos de
reserva. Ela difere do caule principalmente por não ter cicatrizes nas folhas e botões, ter
uma coifa e ter ramos que se originam do tecido interno e não dos botões.
5.2 CAULE
O caule, em botânica, é o eixo da planta que dá brotos e brotos com folhas
e, em sua extremidade basal, raízes. O caule conduz água, minerais e alimentos para
outras partes da planta; também pode armazenar alimentos, e os próprios caules verdes
produzem alimentos.
45
O caule conduz água e minerais nutrientes de seu local de absorção nas raízes
para as folhas por meio de certos tecidos vasculares no xilema. O movimento de alimentos
sintetizados das folhas para outros órgãos da planta ocorre principalmente através de
outros tecidos vasculares no caule, chamados floema. Alimentos e água também são
frequentemente armazenados no caule. Exemplos de caules que armazenam alimentos
incluem formas especializadas como tubérculos, rizomas e rebentos e os caules
lenhosos de árvores e arbustos. O armazenamento de água é desenvolvido em alto grau
nos caules dos cactos, e todos os caules verdes são capazes de fotossíntese.
5.3 FOLHA
A folha, em botânica, é qualquer protuberância verde geralmente achatada
do caule de uma planta vascular. Como os principais locais da fotossíntese, as folhas
fabricam alimentos para as plantas, que por sua vez nutrem e sustentam todos os
animais terrestres.
A principal função de uma folha é produzir alimento para a planta por meio
da fotossíntese. A clorofila, substância que dá às plantas sua cor verde característica,
absorve a energia da luz. A estrutura interna da folha é protegida pela epiderme foliar,
que é contínua com a epiderme do caule. A folha central ou mesofilo consiste em células
não especializadas de paredes moles do tipo conhecido como parênquima. Até um
quinto do mesofilo é composto de cloroplastos contendo clorofila, que absorvem a luz
solar e, em conjunto com certas enzimas, usam a energia radiante na decomposição da
água em seus elementos, hidrogênio e oxigênio. O oxigênio liberado das folhas verdes
substitui o oxigênio removido da atmosfera pela respiração das plantas e animais e pela
combustão. O hidrogênio obtido da água é combinado com o dióxido de carbono nos
processos enzimáticos da fotossíntese para formar os açúcares que são a base da vida
vegetal e animal. O oxigênio é passado para a atmosfera através dos estômatos, poros
na superfície da folha.
46
6 ANATOMIA DE FLOR E FRUTO
Uma flor, é a estrutura reprodutiva encontrada em plantas com flores (plantas
da divisão Magnoliophyta, também chamadas de angiospermas). A função biológica de
uma flor é efetuar a reprodução, geralmente fornecendo um mecanismo para a união de
espermatozóides com óvulos.
47
LEITURA
COMPLEMENTAR
ESPÉCIES INVASORAS
Lara Lima
48
agra var a situação, o governo incentiva o cultivo de algumas espécies exóticas. Se
houvesse um programa de fomento paras as nativas, muita gente plantaria araucária,
cedro, embuia”, lamenta Sílvia Ziller, que, por meio do Instituto Hórus de Conservação
Ambiental, de Curitiba, está formando um banco de dados sobre as invasões no Brasil.
FONTE: LIMA, L. Dossiê espécies invasoras. Revista Gallieu, Rio de Janeiro, ago. 2013. Disponível em:
http://www.institutohorus.org.br/download/midia/galileu/galileu0803.pdf. Acesso em: 4 fev. 2022.
49
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
50
AUTOATIVIDADE
1 Se cortada em formato de anéis a casca do caule de uma planta, que diz respeito
a parte situada entre o corte e a raiz, morre se não for nutrido. O fluxo de seiva
elaborada, com substâncias nutritivas, ocorre das folhas para a raiz. Sobre isso,
assinale a alternativa CORRETA que se refere ao vaso que conduz a seiva elaborada:
a) ( ) Xilema.
c) ( ) Meristema.
b) ( ) Floema.
d) ( ) Parênquima.
2 O palmito é uma planta muito explorada devido ao fato de ser utilizado nas indústrias
de conserva. Ele é retirado da extremidade do caule, região responsável pelo
crescimento em altura da palmeira. Essa região é formada, principalmente, por tecido.
Sobre este, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Parenquimático.
b) ( ) Condução.
c) ( ) Epidérmico.
d) ( ) Meristemático.
3 O crescimento é algo iminente aos seres vivos em geral e não seria diferente com as
plantas, nesse processo vários tecidos são formados, auxiliando e desempenhando
funções específicas neste organismo. Sobre as estruturas vegetais e suas funções
específicas, associe os itens, utilizando o código a seguir:
I- Vasos liberianos.
II- Tecido lacunoso.
III- Colênquima.
IV- Células especializadas da epiderme.
51
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) II - III - IV - I.
b) ( ) II - III - IV - I.
c) ( ) II - IV - III - I.
d) ( ) I - II - III - IV.
52
REFERÊNCIAS
BARROSO, G. M. et al. Sistemática de angiospermas do Brasil. 2. ed. Viçosa: UFV,
2002.
JOLY, A. B. Botânica: introdução à taxonomia vegetal. 13. ed. São Paulo: Companhia
Editora Nacional, 2002.
MARGULIS, L. Cinco reinos: um guia ilustrado dos filos da vida na terra. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
OS PRIMEIROS conquistadores da Terra (A Evolução das Plantas). [S. l.], 2021. 1 vídeo
(6 min). Publicado pelo canal Prehistoric Wildlife, Disponível em: https://www.youtube.
com/watch?v=rDIAFz73ga4. Acesso em: 15 fev. 2021.
53
54
UNIDADE 2 —
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
55
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 2!
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56
UNIDADE 2 TÓPICO 1 —
BIOLOGIA DAS ESPÉCIES VEGETAIS
1 INTRODUÇÃO
A botânica, no século XIX, era considerada como uma área de estudo da medicina,
pois as plantas eram utilizadas com propósitos medicinais, e muitos pesquisadores
realizavam estudos que comparavam as similaridades entre as plantas aos animais. Já
no século XX, o estudo das plantas tornou-se mais diversificado e especializado, sendo
hoje a biologia vegetal uma área de estudo que se ramifica em diversas disciplinas, como:
fisiologia vegetal; morfologia vegetal; taxonomia e sistemática vegetal; citologia vegetal;
genômica vegetal; biologia molecular vegetal, botânica econômica, etnobotânica,
ecologia vegetal e paleontologia.
57
A reprodução das plantas ocorre de forma sexuada, com ciclos de alterância
de gerações haplóides e diplóides. A característica que unifica os organismos do reino
Plantae é a presença de um embrião durante a fase esporofítica do ciclo de vida.
A estrutura básica de uma briófita pode variar de acordo com o filo a que pertence,
mas as características básicas como ausência de raiz, caule e folhas, prevalecem em
todos os filos, sendo, portanto, as estruturas menos complexas denominadas como
observado na figura anterior, de rizoide, cauloide e filoide.
58
2.1 ORGANIZAÇÃO DO CORPO DAS PLANTAS AVASCULARES
As plantas são diferenciadas em criptogâmas, as quais possui o órgão reprodutor
não vísivel, e as fanerógamas, que possui as flores como seu orgão reprodutor. As briófitas
são consideradas como criptógamas e crescem potencialmente em lugares úmidos e
sombreados, formando extensos tapetes verdes. Porém, há espécies encontradas em
desertos relativamente secos, formando grandes massas de indivíduos sobre rochas
secas e expostas. Em associação com os líquens são importantes colonizadores
primários de rochas e superfícies nuas, considerados espécies pioneiras no processo
de regeneração, por esse motivo, são plantadas em locais sujeitos à erosão (Raven
et al., 2014).
59
Dessa forma, destacam-se com principais características das briófitas: a
presença de gametângios masculinos (anterídeos) e femininos (arquegônio), com uma
camada de células estéreis; renteção do zigoto e embrião, ou esporófito jovem dentro
do arquegônio; presença de esporófito diploide muticelular, esporos com esporolenina,
substância resistente à decomposição e dessecação.
IMPORTANTE
As briófitas possuem clorofila a e b o amido como substância
de reserva nutritiva; parede celular de celulose, presença de
cutícula; esporófito parcial ou completamente dependente do
gametófito; a reprodução sexuada é oogâmica, com ciclo de vida
heteromórfico biplobionte. Tem ausência de caule, folha e rais,
sendo assim apresentam caulídio, filídio e rizóide. O Esporófito
não possui ramificação e tem um único esporângio terminal; os
gametângios e esporângios são envolvidos por uma camada de
células estéreis.; a fecundação é dependente da água, pois os
gametas masculinos são flagelados. Possui estômatos ou poros;
tem como geração dominante a fase gametofítica.
Algumas briófitas possuem uma camada superficial que lembra a cutícula cerosa
encontrada em superfícies foliares e em caules de plantas vasculares. Esta cutícula
relaciona-se com a presença de estômatos, que atuam na regulação de trocas gasosas.
60
vasculares, além das características já citadas, elas também possuem muitos plastídios,
pequenos e em forma de discos. Com exceção de algumas espécies de antóceros, que
possuem um único plastídio grande por célula.
Em relação aos antóceros, os gametófitos parecem com uma roseta, tem cerca de
1 a 2 cm de diâmetro, com ausência de diferenciação interna. A maioria dos gametófitos
são unissexuados, enquanto alguns são bissexuados. No caso dos bissexuados,
o desenvolvimento dos anterídios precede os dos arquegônios. O esporófito dos
Antoceros é uma estrutura ereta e longa, possui um pé e uma longa capsula cilíndrica
ou esporângio, eles não possuem seta. O esporófito se nutre do gametófito, por meio
do pé que está articulado com o tecido do gametófito. O esporófito é fotossíntetizante,
isto é, possui coloração verde, envolvido por uma cutícula, possui estômatos que
permanecem abertos. Os esporos tendem a amadurecer e ficam deiscentes do sentido
do ápice a base, sendo sua auxiliada pela torção da parede dos esporângios (Raven
et al., 2014).
62
está madura. Logo depois da fecundação, dentro do arquegônio, está o embrião, que
é nutrido com açúcares, aminoácidos e outras substâncias. A sequência ocorre divisões
mitóticas, as quais originam um embrião multicelular, que se desenvolverá no esporófito
maduro (Raven et al., 2014).
63
FIGURA 4 – ESTÁGIO INICIAL DE UM EMBRIÃO DE MARCHANTIA DENTRO DA CALIPTRA
64
A ocorrência de um embrião multicelular em todos os grupos de plantas
desde as briófitas à angiospermas, caracteriza estes grupos de embriófitas. O embrião
multicelular tem como vantagem a placenta vegetal, pois esta fornece os substratos
para a produção de um esporófito diploide multicelular. Outras células do embrião são
usadas para produzir esporos haploides geneticamente diversos, devido à divisão
meiótica. Essa produção de esporos foi uma característica importante para as primeiras
plantas ocuparem o ambiente terrestre, pois quanto mais esporos na fecundação,
melhor é a compensação das baixas taxas de fecundação quando a água se tornou
escassa. Desta forma, uma das hipóteses é que a geração esporofítica de plantas tenha
evoluído a partir de um zigoto.
IMPORTANTE
Nas briófitas a caliptra é uma região do ventre alargada, que sofre
divisão celular, de acordo com o desenvolvimento do esporófito.
Quando o esporófito está maduro na maioria das briófitas, ele
possui uma estrutura corporal básica, que consiste em: um pé; uma
seta ou pedúnculo; uma cápsula ou esporângio; e uma placenta.
65
FIGURA 6 – MUSGO POLYTRICHUM PILIFERUM, COM GAMETÓFITOS MASCULINOS FOLHOSOS E
ANTERÍDIOS EM FORMA DE TAÇA
66
O quadro a seguir traz informações básicas sobre os Filos das Briófitas, tais
como estruturas do gametófito e esporófito, habitat, e número de espécies, descrito por
Raven et al. (2014).
Pequeno e
Geração de vida livre
nutricionalmente
géneros tanto talosos
dependente do
quanto folhosos;
gametófito; não
poros aeríferos em
ramificado; em alguns
alguns tipos talosos; Principalmente em
gêneros consiste em
rizóides unicelulares; clima temperado
pouco mais do que
Marchantiophyta a maioria das células úmido; poucas
5.200 o esporângio e, em
(Hepáticas) apresenta numerosos espécies aquáticas;
outros, pé, seta curta e
cloroplastos: muitas frequentemente
esporângio; presença
produzem gemas; epífitas.
de substâncias
estágio de protonema
fenólicas nas
em algumas;
paredes das células
crescimento a partir do
epidérmicas; carece de
meristema apical.
estômatos.
Pequeno e
Geração de vida livre;
nutricionalmente
folhoso; rizóides
dependente do
multicelulares; a
gametófito; não
maioria das células Principalmente de
ramificado; em
apresenta numerosos clima temperado
Bryidae, consiste
cloroplastos: multos úmido e tropical;
em pé, seta longa e
Bryophyta produzem gemas; algumas espécies
12.800 esporângio; presença
(musgos) estágio de protonema árticas e antárticas;
de substâncias
a que cresce por um muitos habitats
fenólicas nas paredes
meristema apical; secos e poucas
celulares epidérmicas,
algumas espécies espécies aquáticas.
estômatos: algumas
apresentam leptoides
espécies apresentam
e hidróides não
leptóides e hidróides
lignificados.
não lignificados.
Pequeno e
nutricionalmente
Geração de vida dependente do
livre, talosos, rizóides gametófito; não
Anthocerotophyta clima temperado
300 unicelulares; a maioria ramificado; consiste
(antóceros) úmido e tropical.
apresenta um único em pé e o esporângio;
cloroplasto por célula. cutícula; estômatos;
ausência de tecido
condutor especializado.
67
3 BIOLOGIA DAS PLANTAS VASCULARES
Para se compreender os caminhos percorridos no processo evolutivo das
plantas, e a origem de grupos cada vez mais especializados, é necessário entender a
ocupação progressiva do ambiente terrestre, a autonomia e a independência da água
para a reprodução. Os grupos pertencentes às plantas vasculares são: Pteridófitas,
Gminospermas e Angiospermas.
Sendo assim, para que houvesse a ocupação do ambiente terreste, foi necessário
também além da indepenência da água para a reprodução, o aparecimento de um
sistema condutos de fluidos, chamos de xilema e floema, que realizam o transporte de
água e de substâncias nutritivas na planta. A síntese de lignina, foi outra caracterítica
primordial, pois a lignina é incorporada às paredes das células de sustentação e das
células condutoras de água, promovendo rigidez às apredes, possibilitando que os
esportófitos vascularizados alcancarem maior altura.
ESTUDOS FUTUROS
Imagine um pinheiro, um único indivíduo, com seus numerosos ramos e
muitos estróbilos, cada um dos quais contendo múltiplos esporângios, e
abaixo dele, um tapete de gametófitos de musgos, muitos indivíduos, cada
um portanto um único esporófito não ramificado e terminado por um único
esporgângio (Raven et al., 2014).
68
As plantas vasculares apresentam raízes, que atuam na fixação e absorção de
água e sais minerais, caules e folhas, que possuem um sistema adaptado à vida na Terra,
para promover a absorção da energia solar, de gás carbônico e água. Ressalta-se que
a geração gametofítica deixou de ser a mais proeminente e teve uma redução progressiva
no seu tamanho, tornando-se mais protegida e nutricionalmente dependente do
esporófito, e na última linhagem evolutiva, surgiram as sementes, que são estruturas que
proporcionam nutrição e proteção ao embrião do esporófito. Em relação aos gametófitos
das plantas vasculares sem sementes, eles são de vida livre, e ainda são dependentes
da água para a fecundação.
69
de tecidos vasculares, chamados de protostelo. É importante ressaltar que a folha é
especializada em fotossíntese, o caule em sustentação das folhas e condução e a raiz
em absorção e fixação.
70
FIGURA 10 – ELEMENTOS TRAQUE
71
A maioria das plantas vasculares sem sementes possuem o sifonostelo, o qual
apresentam uma medula central circundada por um tecido vascular. Neste caso, o
floema pode ser formado somente na parte externa do cilindro de xilema ou em ambos
os lados. Nas samambaias no sifonostelo há a saída de cordões de tecido vascular do
caule em direção às folhas, denominados de traços foliares ou lacunas foliares, as quais
são preenchidas por parênquima. O eustelo é um cilindro vascular primário constituído
de feixes isolados em torno de uma medula, encontrados na maioria das plantas
vasculares com sementes.
72
FIGURA 12 – ACÍCULAS: FOLHAS SEMELHANTES A AGULHAS DE PINHEIROS
73
Em pinheiros e coníferas, os caules têm um crescimento secundário acentuado,
formando uma quantidade significativa de xilema secundário ou lenho, que se localiza
no interior do câmbio vascular e o floema secundário que se posiciona fora do câmbio
vascular. O xilema possui principalmente traqueídes e o floema, células crivadas, que
são condutoras de substâncias orgânicas típicas das gimnospermas. A periderme
substitui a epiderme no crescimento secundário. A próxima figura apresenta uma
seção transversal de um caule de Pinus, nela é possível observar o xilema e o floema
secundários, separados um do outro pelo câmbio vascular. Os tecidos externos ao
câmbio e o floema, formam a casca.
74
QUADRO 2 - PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE MONOCOTILEDÔNEAS E EUDICOLILEDÔNEAS
FIGURA 15 – MONOCOLILEDÊNEAS
75
FIGURA 16 – EUDICOTILEDÔNEAS
76
FONTE: Raven et al. (2014, p. 868).
77
O eixo das flores individuais é denominado pedicelo, e a parte do eixo nas
quais as flores estão inseridas é o receptáculo. A figura a seguir apresenta mais alguns
exemplos de inflorescência.
As partes estéreis e férteis formam uma flor. Na parte estéril há dois conjuntos
de apêndices: sépalas e as pétalas, que se ligam ao receptáculo abaixo das partes férteis
da flor, chamadas de estames e carpelos. O conjunto de sépalas formam o cálice e o
de pétalas a corola. Normalmente, as sépalas são verdes e as pétalas coloridas, os dois
conjuntos formam o perianto. Os estames é a parte da flor que porta o pólen, agrupados
é chamado de androceu, geralmente, consistem em um pedúnculo delgado ou filete,
78
que apresenta na extremidade uma antera bilobada, com quatro microsporângios ou
sacos polínicos em pares. Os óvulos são localizados no carpelo, coletivamente são
chamados de gineceu, eles são megasporófilos. A flor pode conter um ou mais carpelos,
estes podem estar separados ou fusionados, sendo chamados de pistilo.
79
As flores podem ser classificadas em perfeitas (bissexuadas), quando possuem
tanto os estames quanto o carpelo, e imperfeita (unissexuada), quando ou o estame ou
o carpelo está ausente. Podem também ser denominadas de completas, quando possui
os quatro verticilos florais (sépalas, pétalas, estames ou carpelos), quando falta algum
verticilo é chamada de incompleta.
O nível de inserção das sépalas, das pétalas e dos estames no eixo floral, varia
em relação a posição do ovário. Se estiverem baixo do ovário, o ovário é denominado
de súpero, se for acima é chamado de ínfero. As flores podem variar de acordo com
os pontos de inserção do perianto e dos estames como veremos na figura a seguir,
podendo ser hipóginas, quando o perianto e os estames se localizam no receptáculo
abaixo do ovário e livre deste e do cálice; podem ser epíginas, quando o perianto e os
estames estão situados acima do topo do ovário; e períginas, quando os estames e as
pétalas são no meio do cálice, formando um tubo curto (hipanto), de origem da base
do ovário.
Os frutos são ovários maduros ou podem também ter partes florais adicionais
que ficam retidas na estrutura madura, sendo chamados de frutos acessórios. Os frutos
podem ser simples, quando derivados de um único carpelo ou de dois ou mais unidos, e
podem ser frutos agregados, que se originam dos carpelos livres de uma mesma flor, e
80
por últimos, frutos múltiplos, que se origina de uma inflorescência. Podem também ser
classificados em deiscentes, quando se abrem para liberar as sementes, e indeiscentes,
os que não se abrem.
O fruto é um ovário maduro com tecido não carpelar, isto é, tecido acessório,
que se une ao ovário durante a maturação. Em alguns grupos, o tecido acessório domina
o carpelar, por exemplo, o morango, que consiste em grande parte no receptáculo
expandido. Outros podem desenvolver sem fecundação e sem formação de sementes,
fenômeno conhecido como partenocarpia, chamados de frutos partenocárpicos, como:
banana e laranja.
Os frutos simples secos podem ser deiscentes, que se abrem quando maduros
e contêm várias sementes, e indeiscentes, que não se abrem. Um exemplo de fruto seco
deiscente é o folículo, que é derivado de um único carpelo e se abre em um dos lados
quando maduro. O outro exemplo é o legume, que se abre dos dois lados.
81
FIGURA 23 – FRUTOS SECOS DEISCENTES
FIGURA 24 – LEGUMES
82
Dos frutos secos e indeiscentes o mais comum é o aquênio, pequeno e com
uma única semente, que fica solta na cavidade interna do fruto, dentre os aquênios
há as sâmaras, que são aquênios alados, há cariopse, que parece com o aquênio que
ocorre em gramíneas, e o esquizocarpo, que quando maduro divide-se em duas ou mais
partes, cada uma delas com uma semente.
FIGURA 25 – SÂMARA
83
Os frutos, assim como as flores, nos processos evolutivos, desenvolveram
características de acordo com os tipos de polinizadores e as formas de dispersão,
tendo os frutos e as sementes características necessárias para se dispersarem, como
a intenção de manterem sua espécie.
84
As plantas homosporadas são aquelas produzem apenas um tipo de esporo,
geralmente essa caraterística é predominante nas samambaias, cavalinhas e algumas
licófitas. Os gametófitos bissexuados são produzidos pelos esporos. No processo
reprodutivo das samambaias ocorrem a apresentam fertilização cruzada, um dos
mecanismos que a promove é a maturação dos gametas masculinos (anterozoides) e
femininos (arquegônios) ocorrente em diferentes ocasiões. De forma que, em vez de
fertilizar as próprias oosferas, os anterozoides fertilizam as oosferas de gametófitos
vizinhos, ou seja, de outra planta. A autofertilização ocorre em poucas espécies
homosporadas, como por exemplo a samambaia.
85
FIGURA 30 – ESTRÓBILOS MICROSPORANGIADOS DE PINUS
86
Depois de aproximadamente 15 meses após a polinização, o tubo polínico
encontra a oosfera liberando dois gametas masculinos no interior do citoplasma. Em
um deles o núcleo se une ao núcleo da oosfera e o outro gameta degenera.
87
Os megagametófito são formados por dois processos distintos, megasporogênese,
nos quais ocorre a divisão celular meiótica, na qual resulta na formação de megásporos
no interior do nucelo (megasporângio); e a megagametogênese em que o megásporo se
desenvolve no saco embrionário.
88
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• As plantas avasculares são caracterizadas por não possuírem sistema vascular e são
representadas pelas briófitas.
• O esporófito é maior, possui células com lignina, o que promove rigidez, que contribui
para a sustentação e condução de água;
• Os tecidos vasculares são constituídos por tecidos primários, com três tipos básicos
de estelos: Prostelo, Eustelo e Sinfonostelo.
89
• Os ciclos de vida das plantas vasculares sem sementes são caracterizados por ter
duas gerações que se alternam, chamada de alternância de geração heteromórfica,
na qual o esporófito adulto é dominante e de vida livre. Os gametófitos não dependem
dos esporófitos, nas espécies homosporadas. E das heterosporadas são unissexuados,
reduzidos e dependentes do esporófito.
90
AUTOATIVIDADE
1 O reino Plantae é muito diverso, existindo plantas que variam em tamanho de cerca de
2mm a 100 metros de altura. Devido a tanta diversidade, elas possuem características
diferentes, e semelhanças evolutivas que demonstram a ligação entre os grupos.
Nesse sentido, assinale a alternativa CORRETA:
2 Consideram-se que os grupos vegetais mais antigos das plantas são incluídos nas
briófitas, que são plantas avasculares, e que fornecem informações importantes
sobre a natureza das primeiras plantas adaptadas à vida terrestre. Sobre os processos
evolutivos, analise as sentenças a seguir:
91
3 As plantas avasculares e vasculares possuem diferenças na estrutura corporal e nos
processos de reprodução. A distinção básica entre as briófitas e as plantas vasculares
é a diferença no ciclo de vida. A respeito do assunto, classifique V para as sentenças
verdadeiras e F para as falsas:
( ) O Esporófito das briófitas não possui ramificação e tem um único esporângio
terminal.
( ) Nas briófitas o gametófito é habitualmente menor e dependente do esporófito,
enquanto o esporófito é maior e de vida livre.
( ) As plantas vasculares possuem o esporófito maior que o gametófito e de vida livre.
5 Ao resgatar a conexão das plantas vasculares com as briófitas, sabe-se que elas
compartilham várias características importantes, que as posicionam em uma
linhagem monofilética- embriófitas. Sendo assim, discorra sobre as características
similares principais desses grupos.
92
UNIDADE 2 TÓPICO 2 —
FORMAS DE VIDA
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, serão estudas as formas de vida de uma planta, que são analisadas
a partir da formação de um embrião, que ocorre após o processo de fertilização, a
compreensão do estágio de maturação, quando o embrião se prepara e se nutri para
desenvolver e formar a semente, para que, este embrião possa ser liberado para o meio
com uma proteção.
2 FORMAÇÃO DO EMBRIÃO
A embriogênese envolve estágios iniciais básicos para todas as angiospermas.
A divisão do zigoto no interior do saco embrionário do óvulo resulta na formação do
embrião. Há a formação de embrião maduro e de um suspensor, que é uma estrutura
do tipo pedunculada, que atua como âncora para o embrião junto à micrópila, que é a
abertura do óvulo, por meio do qual entram os tubos polínicos. A figura a seguir apresenta
o desenvolvimento do embrião de uma monocotiledônea.
93
FIGURA 34 – DESENVOLVIMENTO DO EMBRIÃO DE UMA MONOCOTILEDÔNEA
FONTE: Raven et al. (2014, p. 977).
94
A figura a seguir retrata o desenvolvimento de um embrião de uma eudicotiledônea,
que no final é formado um embrião maduro, de forma que na figura 35F, observa-se que a parte
do embrião abaixo dos cotilédones é o hipocótilo e na extremidade inferior do hipocótilo está a
raiz ou radícula.
95
A polaridade é a primeira fase do desenvolvimento de todos os organismos
superiores, pois fixa o eixo estrutural do corpo vegetativo, a “espinha dorsal” sobre a qual
os apêndices laterais estão dispostos. O embrião consiste em um conjunto de células
indiferenciadas, as mudanças nas estruturas internas resultam no desenvolvimento dos
sistemas de tecidos de disposição, sendo, portanto, a primeira expressão de polaridade
radial na embriogênese (Raven et al., 2014).
96
FIGURA 36 – DESENVOLVIMENTO DE EMBRIÕES GÊMEOS MUTANTES DE UMA EUDICOTILEDÔNEA
3 EMBRIÃO MADURO
Para as plantas floríferas o embrião maduro, consiste em um eixo, portando
dois cotilédones ou quando monocotiledôneas, apenas um cotilédone, como pode ser
observado na figura a seguir. Nas extremidades do eixo do embrião há os meristemas
apical do caule e da raiz. Alguns embriões desenvolvem apenas o meristema apical
acima da fixação do cotilédone, e em outras o sistema caulinar é constituído por um
eixo, chamado epicótilo, que se encontra acima do cotilédone, com uma ou mais folhas
e um meristema apical. A primeira gema nesse sistema é chamada de plúmula.
97
FIGURA 37 – EMBRIÕES DE PLÂNTULAS E OS MERISTEMAS APICAIS
98
FIGURA 38 – SEMENTES DE EUDICOTILEDÔNEAS E MONOCOTILEDÔNEAS
99
Todas as sementes possuem um revestimento externo, envoltório seminal
ou testa, que se desenvolve a partir do tegumento do óvulo e promove a proteção do
embrião. A micrópila é visível na testa da semente, como um pequeno poro, se associa
a uma cicatriz denominada de hilo, que surge na testa após a semente se desprender
do pedúnculo ou funículo
4 MATURAÇÃO DA SEMENTE
A divisão celular do embrião maduro cessa no fim da embriogênese, desta forma,
a semente entra na segunda fase de seu desenvolvimento: fase de maturação. É nesta
fase que ocorre um acúmulo maciço de reserva alimentar (proteínas de reserva, óleos e
amido) no endosperma, perisperma e nos cotilédones da semente em desenvolvimento.
Nesta fase a semente também sofre dessecação à medida que perde água para o meio
circundante. Sendo assim, o envoltório tegumentar endurece, revestindo o embrião e
os nutrientes armazenados, formando uma camada de proteção. Devido à dessecação,
há uma diminuição drástica no metabolismo da semente, o que permite que o embrião
permaneça viável por longos períodos, algumas podem ficar de repouso, denominado
estado quiescente, ou em dormência (Raven et al., 2014).
100
Para que ocorra a retomada do crescimento do embrião em repouso ou em
dormência, ou a chamada germinação da semente, há necessidade de pelo menos
três fatores externos: água, oxigênio e temperatura. Algumas espécies exigem outras
demandas, como: a luz, para germinação. Devido ao dessecamento das sementes, para
que a germinação ocorra, é necessário a absorção de água em quantidade necessária
para ocorrer as atividades metabólicas, ativação enzimática e a utilização de reservas
nutritivas acumuladas nas células durante a maturação da semente. Agora as células em
vez de sintetizar o alimento, irão digerir, e para que ocorra o crescimento subsequente é
necessário um suprimento contínuo de água e de nutrientes.
101
Nas eudicotiledôneas, a emergência do sistema caulinar da semente durante
a germinação, ocorre inicialmente pela raiz, e assim o hipocótilo se alonga e se torna
encurvado. Há a projeção dos cotilédones e a plúmula para o ar. Essa germinação, na
qual os cotilédones são elevados acima do nível do solo, é chamada de epígea.
102
FIGURA 42 – ESTÁGIOS DE GERMINAÇÃO DE MONOCOTILEDÔNEAS
103
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
104
• A raiz, é a primeira estrutura a emergir da maioria das sementes, o que possibilita o
desenvolvimento da plântula, servindo para fixá-la no solo e absorver água.
105
AUTOATIVIDADE
1 As formas de vida de uma planta são analisadas a partir da formação de um embrião,
a qual ocorre após o processo de fertilização, pela compreensão do estágio de
maturação, quando o embrião se prepara e se nutri para desenvolver, e pela formação
da semente, para que, este embrião possa ser liberado para o meio com uma proteção.
Nesse sentido, assinale a alternativa CORRETA:
106
( ) Alguns embriões desenvolvem apenas o meristema apical acima da fixação do
cotilédone, e em outras o sistema caulinar é constituído por um eixo, chamado
epicótilo.
( ) Em plantas com germinação hipógea os cotilédones são levantados acima do solo
pelo crescimento do hipocótilo.
( ) Em plantas com germinação epígea os cotilédones permanecem abaixo da
superfície, tendo em vista que o hipocótilo não se desenvolve, mas sim o epicótilo.
107
108
UNIDADE 2 TÓPICO 3 —
ESTRUTURA E FUNÇÃO
DOS GRUPOS VEGETAIS
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, serão abordados os conteúdos relacionados aos filos e ao ciclo
de vida de todos os grupos vegetais atuais, sendo eles: os avasculares (briófitas), e os
vasculares (pteridófitas, gimnospermas e angiospermas). Ressalta-se que as divisões
em filos são importantes para compreender as características semelhantes, divergentes,
e novas que resultam em uma nova linhagem e, assim, entender a história evolutiva
das plantas.
2 BRIÓFITAS
As briófitas são representadas por hepáticas, musgos e antóceros, elas possuem
como característica serem pequenas plantas “folhosas” ou talosas, que frequentemente
crescem em locais úmidos e sombreados, e as margens de curso d’água, contudo este
grupo não se limita a esses habitas, podendo algumas espécies serem encontradas em
desertos relativamente secos, e sobre rochas expostas.
2.1 FILOS
As briófitas são agrupadas em três filos atuais: Marchantiophyta (Hepáticas),
Bryophyta (musgos) e Anthocerotophyta (antóceros). No cladograma apresentado na
figura a seguir, observa-se a formação dos três grupos. As características compartilhadas
pelos três filos são: embrião multicelular; esporos com paredes contendo esporopolenina;
anterídios e arquegônios com camadas estéreis. Os estômatos é uma característica
compartilhada pelos musgos e antóceros. E apenas os antóceros possuem um esporófito
persistente.
109
FIGURA 43 – CLADOGRAMA DAS EMBRIÓFITAS
O talo das hepáticas talosas é diferenciado em uma porção superior (dorsal) fina
verde, rica em clorofila, e uma porção inferior (ventral) incolor e mais espessa. A porção
mais espessa apresenta rizoides, bem como fileiras de escamas (Raven et al., 2014).
110
A estrutura dos esporófitos de Riccia e Ricciocarpus está entre as mais simples
das hepáticas. Ricciocarpus cresce na água ou em solo encharcado, é bissexuado. Riccia
são a maioria terrestre, pode ser unissexuados ou bissexuados. Não há mecanismos
especiais para a dispersão dos esporos, eles são liberados com a porção do gametófito
que os contém (Raven et al., 2014).
111
FIGURA 45 – CONCEPTÁCULOS DE MARCHANTIA
112
apresentam duas fileiras de filídios de tamanho e igual e uma terceira menor, ao longo da
superfície inferior do gametófito. Os anterídios geralmente se encontram em um curto
ramo lateral com filídios modificados, chamados de androécio. O esporófito e o arquegônio
são circundados por uma bainha tubular, denominada de perianto.
113
FIGURA 48 – SPHAGNUM (MUSGOS-DE-TURFEIRA)
114
INTERESSANTE
1 a 3% da superfície da Terra são ocupadas por turfeiras
dominadas pelo Sphagnum, o que representa uma grande área.
Sendo assim, é uma das plantas mais abundantes do mundo.
As turfeiras participam no ciclo global do carbono e conseguem
armazenar mais carbono orgânico do que liberar, tendo um
saldo positivo no processo de captação. Sabe-se que as áreas de
turfeira armazenam cerca de 400 gigatoneladas, ou 400 bilhões
de toneladas de carbono orgânico, tendo uma significativa
importância ecológica (Raven et al., 2014).
FIGURA 49 – MUSGO-DE-GRANITO
115
Os musgos verdadeiros são os principais representantes da classe Bryidae.
Possuem filamentos ramificados dos protonemas, compostos por uma única fileira de
células. O protonema também origina os gametófitos folhosos.
116
2.2 CICLOS DE VIDA
O ciclo de vida das briófitas segue o mesmo padrão nos diferentes filos,
podendo ter algumas especificidades não significativas para o entendimento do ciclo
em diferentes espécies. Desta forma serão apresentados os ciclos de vida de uma
Marchantia (Hepática) e de um musgo.
117
FIGURA 51 – CICLO DE VIDA DA MARCHANTIA
FONTE: Raven et al. (2014, p. 732).
118
O ciclo de vida do musgo, como pode ser observado na figura a seguir é haplo-
bionte, ou seja, há alternância de gerações, sendo uma fase gametofítica (2n), e uma
esporofítica (n).
FIGURA 52 - CICLO DE VIDA DE UM MUSGO
119
Os esporos dos musgos são liberados da cápsula que se abre quando o opérculo
(pequena tampa) é eliminado. Há germinação do esporo, sendo formado um protonema
filamentoso e ramificado, a partir do qual se desenvolve o gametófito folhoso. Os
anterozoides são liberados do anterídio maduro e, ao chegar próximo a um arquegônio,
são quimicamente atraídos para o canal do colo. Dentro do arquegônio há a formação
do zigoto (2n) pela união de anterozoide com a oosfera, que sofre divisão mitótica,
formando o esporófito. Ao mesmo tempo, há a dilatação do ventre do arquegônio,
formando a caliptra. O esporófito consiste em uma cápsula (esporângio), possuindo
uma seta, um pé, por meio do qual o esporófito é nutrido pelo gametófito. Há também a
divisão celular meiótica dentro da cápsula, formando dos esporos haploides (n).
3 PTERIDÓFITAS
As pteridófitas são criptógamas, ou seja, possuem o sistema reprodutivo
“escondido”. Possuem características específicas que as diferenciam das briófitas, como:
a presença de tecidos vasculares com células lignificadas; alternância de gerações, em
que o esporófito é a fase dominante do ciclo de vida; e o gametófito é reduzido, com
permanência efêmera no ambiente (PRADO; SYLVESTRE, 2010).
3.1 FILOS
As Pteridófitas, também conhecidas como criptógamas vasculares, foram
consideradas como tendo representantes em uma única divisão (Pteridophyta) mas,
que devido à diversidade de características morfológicas, reprodutivas e anatômicas,
que eram encontradas nas plantas consideradas como pteridófitas, dividiu-se em
três filos extintos que são: Rhyniophyta, Zosterophyllophyta e Trimerophyta e em dois
com representantes de plantas atuais que são: Lycopodiophyta e Pterophyta (Raven
et al., 2014).
120
FIGURA 53 – PLANTAS VASCULARES EXTINTAS
121
FIGURA 54 - (A) HUPERZIA LUCIDULA; (B) LYCOPODIUM LAGOPUS
122
FIGURA 55 – REPRESENTANTES DE SAMAMBAIAS
123
FIGURA 56 – DESENVOLVIMENTO DO EUSPORÂNGIO E LEPTOSPORÂNGIO
Os leptosporângios são originados a partir de uma única célula inicial, que sofre
sucessivas divisões mitóticas, formando uma região interna e uma externa. As células
da região interna contribuem com a formação do pedicelo do esporângio. As células
externas dão origem a um elaborado esporângio pedicelado com uma cápsula esférica,
que possui uma parede com uma camada de células de espessura. (Raven et al., 2014).
124
FIGURA 57 – SOROS
125
FIGURA 58 – CICLO DE VIDA DE LYCOPODIUM LOGOPUS
FONTE: Raven et al. (2014, p. 780).
126
Dentro do envoltório do esporo, inicia-se o desenvolvimento do esporângio.
O esporófito jovem é envolvido pelos tecidos do megagametófito, que são a fonte de
nutrição para o embrião em desenvolvimento.
FIGURA 59 – CICLO DE VIDA DE SELAGINELLA
127
A Polypodium é uma espécie de samambaia, que se caracteriza por ser
homosporada e leptosporangiada. A produção de esporos ocorre nos esporângios por
meio da meiose. Os gametófitos são verdes e independente no âmbito nutricional. Os
gametófitos bissexuados possuem os arquegônios e anterídios, os últimos localizam-se
na superfície inferior, e os arquegônios próximos à reentrância. Os anterozoides são
multiflagelados e espiralados produzidos nos anterídios. Quando maduros são liberados
e nadam até o colo de um arquegônio.
128
Os anterídios e os arquegônios amadurecem em velocidades diferentes, portanto,
fertilizam a oosfera do gametófito de outro indivíduo. Na parte inferior do arquegônio, a
oosfera é fecundada, formando-se um zigoto (2n), o qual começa a sofrer divisões celulares
para promover a diferenciação e formação dos tecidos. O embrião jovem cresce e diferencia-
se diretamente em um esporófito adulto, obtendo sua nutrição a partir do gametófito
temporariamente, pois logo começa a realizar fotossíntese em quantidade suficiente para se
manter. Quando há o enraizamento do esporófito o gametófito se desintegra.
4 GIMNOSPERMAS
As gimnospermas são plantas vasculares com sementes não encerradas no
interior de frutos. São em geral árvores, sendo menos comuns os arbustos (Ephedra)
e as lianas (Gnetum). Possui sistema vascular, sendo que o xilema apresenta apenas
traqueídes, com exceção das Gnetales que, possuem também os elementos de vaso. O
tipo de polinização predominante é pelo vento.
4.1 FILOS
O termo Gimonosperma significa semente nua, ou seja, seus óvulos e suas
sementes são expostos na superfície dos esporofilos ou estruturas análogas. Há
quatro filos com representantes vivos, que são: Coniferophyta (coníferas); Cycadophyta
(cicadófiltas); Gingophyta (ginkgófita); Gnetophyta (gnetófitas) (SOUZA, 2010).
129
FIGURA 61 – GINKGO BILOBA
130
FIGURA 62 – CICLO DE VIDA DO PINHEIRO
Na figura a seguir, é apresentando ciclo de vida do pinheiro.
131
Em relação ao ciclo de vida do pinheiro, destaca-se que os gametófitos são
muitos reduzidos e dependentes nutricionalmente do esporófito. Os grãos de pólen
que contém os gametas masculinos são levados pelo vento até a proximidade de um
gametófito feminino (megagametófito) no interior de um óvulo. Os gametas masculinos
são imóveis, portanto, são transportados para as oosferas dos arquegônios pelo tubo
polínico, dispensando a necessidade da água. O óvulo após a fecundação amadurece,
tornando-se uma semente. A semente é formada por um embrião, por alimento
armazenado e envoltório seminal.
5 ANGIOSPERMAS
As angiospermas é o grupo mais diverso das plantas, a estrutura corporal delas
pode variar de alturas de cerca de 2mm a árvores gigantes com cerca de 100 metros.
Podem ser herbáceas, arbustos e árvores. Possuem raízes, caules e folhas. Por ter o
órgão reprodutivo visível (flor) são classificadas como fanerógamas, e por possuírem um
embrião multicelular (que fica dentro da semente) são denominadas de espermatófitas
(SOUZA; LORENZI, 2008).
5.1 FILOS
As angiospermas possuem apenas um filo Antófilas, que contêm cerca de
300.000 espécies, podendo chegar a 450.000 espécies, sendo, portanto, o maior filo
de organismos fotossintetizantes. São extremamente diversas nas suas características,
em tamanho podem variam de lentilhas-dágua, que são plantas simples, flutuadoras
com cerca de 1 mm de comprimento, à espécies arbóreas como Eucalyptus, com mais
de 100 m de altura. Muitas angiospermas são adaptadas as condições climáticas e
ambientais, como por exemplo os cactos adaptados a regiões extremamente áridas
(FORZZA et al., 2010).
132
As monocotiledôneas são as plantas da família das gramas, lírios, íris, orquídeas,
taboas e palmeias, dentre outras. As eudicotiledôneas são mais diversas, inclui quase
todas as árvores e os arbustos e muitas ervas.
133
FIGURA 63 – CICLO DE VIDA DA SOJA
FONTE: Raven et al. (2014. p. 876).
134
LEITURA
COMPLEMENTAR
AS GIMNOSPERMAS NO BRASIL
O levantamento preliminar dos nomes para compor esta lista de táxons foi feito
pela coordenação do projeto. Essa lista prévia foi checada e complementada por dados
disponíveis em herbários nacionais e do exterior, bem como por referências bibliográficas
diversas. Foram de grande importância os dados disponíveis no site splink (splink.cria.
org.br) e em Farjon (2001), complementado pelo world checklist, organizado pelo Royal
135
Botanic Gardens, Kew (www.kew.org), para as famílias Araucariaceae, Ephedraceae e
Gnetaceae. Floras estaduais também foram consultadas, incluindo a lora do Acre (Daly
& Silveira 2008), Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (Dubs 1998), Santa Catarina (Reitz &
Klein 1966) e São Paulo (Garcia 2002).
Alguns táxons foram aqui acrescidos em relação aos trabalhos anteriores que
visaram representar a biodiversidade de gimnospermas do Brasil. Na Flora brasiliensis
(Eichler 1863) foram apresentadas 12 espécies, número gradativamente ampliado
com a descrição de novas espécies e com o aumento do conhecimento dos limites
de distribuição dos táxons. Lewinsohn & Prado (2004) estimaram em 15 o número de
gimnospermas do Brasil, Giulietti et al. (2005) referiram 16 e Souza & Lorenzi (2008)
estimaram em 20. No presente trabalho estão sendo arroladas 23 espécies (excluindo
as três espécies de Pinus que ocorrem no Brasil como subespontâneas), distribuídas em
seis gêneros e cinco famílias.
136
Em alguns estados brasileiros: Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio Grande
do Norte, Roraima e Tocantins - não foram registradas gimnospermas (tab. 1), mas
é bastante provável que isto reflita lacunas de coleta, uma vez que a maioria desses
estados tem sua flora ainda insuficientemente conhecida.
137
O estabelecimento de espécies de Pinus subespontâneas no Brasil tem alcançado
grau alarmante, em especial nos estados do Sul e Sudeste. O conhecimento sobre
esse assunto ainda é precário, embora seja possível verificar com grande frequência o
aparecimento de indivíduos de Pinus povoando bordas de estradas em áreas ocupadas
originalmente por mata atlântica e também campos naturais, dificultando, assim, a
recuperação das áreas degradadas e competindo com as espécies nativas. A maioria
das espécies de Pinus foi introduzida no Brasil no século XX, com finalidade silvicultural,
principalmente devido ao rápido crescimento e facilidade nos tratos culturais.
138
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• As plantas consideradas como pteridófitas, dividiu-se em três filos extintos que são:
Rhyniophyta, Zosterophyllophyta e Trimerophyta, e em dois com representantes de
plantas atuais, que são: Lycopodiophyta e Pterophyta.
139
• Em espécies heterosporadas tanto os microsporângios quanto os megasporângios são
formados juntos no mesmo estróbilo. Os micrósporos produzidos nos microsporângios
desenvolvem-se em microgametófitos e os megásporos são dispersos próximos uns dos
outros. Desta forma, o anterozoide nada um pequeno espaço até alcançar a oosfera. O
desenvolvimento do gametófito inicia-se dentro do envoltório do esporo. O esporófito
jovem é envolvido pelos tecidos do megagametófito. Quatro megásporos são produzidos
em cada esporângio e daí dispersados.
• O termo Gimonosperma significa semente nua, ou seja, seus óvulos e suas sementes
são expostos na superfície dos esporofilos ou estruturas análogas.
• As angiospermas possuem raízes, caules e folhas. Por ter o órgão reprodutivo visível
(Flor) são classificadas como fanerógamas, e por possuírem um embrião multicelular
(que fica dentro da semente) são denominadas de espermatófitas.
140
AUTOATIVIDADE
1 Observa-se que as pteridófitas possuem o sistema reprodutivo escondido e
apresentam características específicas que as diferenciam das briófitas, como a
presença de tecidos vasculares com células lignificadas e alternância de gerações.
Nesse sentido, assinale a alternativa CORRETA:
3 O termo Gimonosperma significa semente nua, ou seja, seus óvulos e suas sementes
são expostos na superfície dos esporofilos ou estruturas análogas. Há quatro filos com
representantes vivos, que são: Coniferophyta (coníferas); Cycadophyta (cicadófiltas);
Gingophyta (ginkgófita); Gnetophyta (gnetófitas). Classifique V para as sentenças
verdadeiras e F para as falsas:
141
( ) Os membros do filo Gnetophyta possui características semelhantes a pteridófitas.
Possui apenas um gênero: Gnetum, com cerca de 75 espécies.
( ) O filo Coniferophyta é amplamente distribuído e possui importância ecológica,
compreende cerca de 70 gêneros e 630 espécies. As coníferas, que incluem os
pinheiros, abetos e píceas tem um importante valor comercial, suas florestas fonte
de recursos naturais em várias regiões das zonas temperadas do hemisfério norte.
( ) As cicadófitas são representantes do filo Cycadophyta, são semelhantes às
palmeiras, e encontradas em regiões tropicais e subtropicais. As cicadófitas atuais
compreendem 11 gêneros, com cerca de 300 espécies.
142
REFERÊNCIAS
FORZZA, R. C. (org.) et al. Introdução: as angiospermas do Brasil. Catálogo de plantas
e fungos do Brasil. [online]. Andrea Jakobsson Estúdio: Instituto de Pesquisa Jardim
Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, v.1, p. 78-89, 2010. Disponível em: https://
static.scielo.org/scielobooks/x5x7v/pdf/forzza-9788560035090.pdf. Acesso em: 22
mar. 2022.
RAVEN, P. H. et al. Biologia vegetal. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A., 2014.
SOUZA, V. C.; LORENZI, H. Botânica sistemática: guia ilustrado para identificação das
famílias de angiospermas da flora brasileira, baseado em APG II. 2. ed. Nova Odessa:
Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008.
143
144
UNIDADE 3 —
TIPIFICAÇÃO BOTÂNICA
NOS BIOMAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
145
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 3!
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146
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
BIOMAS BRASILEIROS
E AS PRINCIPAIS ESPECIES
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos sobre os biomas brasileiros e suas
principais espécies, o termo bioma que dizer: bios, de vida; e oma de massa ou grupo,
foi utilizado, inicialmente, em 1943, pelo botânico norte-americano Frederic Edward
Clements. Ele o definiu como uma unidade biológica ou um espaço geográfico cujas
características são definidas pelo macroclima, pela fitofisionomia, pelo solo e pela
altitude (RAVEN et al., 2014). No entanto, com o passar dos anos, a definição do que é
um bioma passou a variar, principalmente, pela necessidade de explicar os diferentes
parâmetros que pudessem servir para delimitar essa definição.
2 AMAZÔNIA
O Bioma Amazônico ocupa cerca de 40% do território nacional, aproximadamente,
4.196.943 km2. Nele, estão localizados os estados do Pará, Amazonas, Amapá, Acre,
Rondônia e Roraima e algumas porções dos estados do Maranhão, Tocantins e Mato
Grosso. Podemos considerar que esse bioma também está presente nos países mais
próximos ao Brasil, como as Guianas, Suriname, Venezuela, Equador, Peru e Bolívia.
147
Nesse bioma, está inserida a maior floresta tropical do mundo: a Floresta
Amazônica. Ela é conhecida como o abrigo da maior biodiversidade mundial, encontrando
milhares de espécies animais, vegetais e micro-organismos. Além da grande variedade
de seres vivos, também é possível encontrar uma grande variedade de estruturas
abióticas como rios, que reservam a maior quantidade de água superficial doce do
mundo. O clima dessa região é o equatorial úmido e o relevo apresenta diferentes
formações (JOLY, 2002).
Em relação ao grupo de animais que existam dentro desse bioma, não há uma
relação exata de número de espécies, considerando que ainda há muito a se descobrir,
principalmente, pelo seu tamanho e extensão na superfície. No entanto, ainda é possível
considerar que, na área ocupada no território brasileiro, há uma quantidade mínima
de 311 espécies de mamíferos, 1.300 espécies de aves, 273 espécies de répteis, 232
espécies de anfíbios e 1.800 espécies de peixes.
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/aerial-view-amazon-rainforest-brazil-
south-1706281933>. Acesso em: 9 mar. 2022.
148
Há uma grande diversidade de peixes também, chegando a conter 85% das
espécies de toda a América do Sul, com, aproximadamente, 2.005 peixes. Nos rios,
podemos encontrar mamíferos como o boto cor-de-rosa, o tucuxi, o peixe-boi da
Amazônia, ariranhas e lontras. Além desses, podemos citar também o pirarucu, piraíba,
piranha, piramboia, peixe-borboleta, tubarões, enguia elétrica e raias. Os répteis são
outro grupo de animais abundantes nesse bioma, sendo muito frequentes os jacarés,
como: jacaré-açu, tartarugas, lagartos, sapos e serpentes.
O grupo anfíbio está presente em todas as áreas do bioma, seja este terrestre
ou aquático, com alguns protagonistas, como: rãs e pererecas; de diferentes tamanhos
e uma imensa variedade de cores. O grupo de artrópodes, como os insetos, aracnídeos e
os crustáceos presentes merecem um destaque importante pela sua grande variedade
de espécies e a numerosa quantidade de indivíduos que, estimando-se um número de
cerca de 2,5 milhões. O destaque que realizamos é o resultado de sua imensa importância
quando consideramos o seu papel ecológico nesse ecossistema importantíssimo.
Existe uma infinidade de besouros, borboletas, mariposas, aranhas, formigas, moscas,
abelhas, vespas etc.
149
DICA
No documentário sobre os Biomas Brasileiros, você conseguirá
entender quais são os biomas que encontramos nos diversos
ecossistemas no Brasil. Esse documentário revela os incríveis
segredos e características desses biomas: https://www.youtube.
com/watch?v=eEPabXAVzNA.
3 CERRADO
O Cerrado é o bioma que ocupa, aproximadamente, 2.036.448 km2, cerca de
25% do território nacional e uma abrangência dos estados de Goiás, Tocantins, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, o Distrito Federal e algumas áreas dos estados de São
Paulo, Minas Gerais, Maranhão, Piauí e Bahia. É também chamada de savana brasileira,
aparentemente, por apresentar um solo com poucos nutrientes e uma vegetação que
não atinge baixa estatura.
150
uma ampla diversidade de recursos ecológicos. Ainda sobre a diversidade da fauna
do Cerrado, podemos considerar que, aproximadamente, 33,3% dos animais do Brasil
pertencem a esse bioma, ainda podemos dizer que essa mesma fauna representa 5%
da fauna do mundo.
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/cerrado-chapada-das-mesas-riachao-
city-1513001354>. Acesso em: 9 mar. 2022.
151
A vegetação também pode apresentar características marcantes, como: o caule
mais rígido e lenhoso; galhos retorcidos; raízes profundas, permitindo atingir o recurso
hídrico do lençol freático; além das folhas mais espessas, evitando o déficit hídrico. O solo
do Cerrado é arenoso, permeável e com baixa permeabilidade. Ele também apresenta
uma quantidade relativamente pequena de nutrientes, embora apresente elementos
abundantes, como o ferro e o alumínio. Essa riqueza de nutrientes proporciona a coloração
característica, como: a cor vermelha ou amarelada, com formação antiga e rasa.
4 CAATINGA
O bioma Caatinga é caracterizado por se situar na região nordeste do Brasil e
uma porção no estado do Minas Gerais. Em função do aspecto seco da sua cobertura
vegetal, característica essa que deu origem ao seu nome, a palavra caatinga tem origem
no tupi-guarani e significa mata branca. Esse bioma ocupa cerca de 12% do território
brasileiro e apresenta toda a sua extensão no país. É assim, portanto, o único bioma
exclusivamente brasileiro. A diversidade de espécies é relativamente menor quando
comparado com a diversidade presente nos demais biomas do Brasil, muito embora
exista um maior endemismo.
152
modificação de folhas em espinhos e acúleos. Essas estruturas são folhas modificadas
que apresentam essa mudança de aspecto, perdendo a função original e agora evitando
a perda de água para o ambiente.
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/landscape-caatinga-brazil-cactus-
sunset-1234729855>. Acesso em: 9 mar. 2022.
153
disponibilidade de água presente nesse bioma é restrita aos períodos chuvosos, ficando
o restante do período do dependente no regime de seca e aos rios presentes na região
do entrono. Os rios que fazem parte dessa região são, em sua maioria, intermitentes ou
temporários, e isso acentua a seca dos cursos de alguns rios durante esse período.
5 PANTANAL
O pantanal ocupa cerca de 150.355 km2 em sua extensão. No Brasil, no entanto,
o Pantanal ocupa uma área de quase 2% do território, estando presente em apenas dois
estados: o Mato Grosso, com 7% de ocupação da extensão do território; e o estado do
Mato Grosso do Sul, com cerca de 25% do território. Ele também ocupa a área de países
como o norte do Paraguai e o leste da Bolívia. Em seu espaço de ocupação, o território
é marcado por planícies aluviais. Dessa forma, apresenta características marcantes,
como a presença de terrenos alagados, sendo influenciável por rios que drenam a bacia
do Alto Paraguai.
154
Os répteis são muito conhecidos no Pantanal, o mais conhecido é o jacaré.
Estima-se que há várias espécies catalogadas e descritas como: jacaré-do-pantanal,
jacaré-comum, jacaré-do-papo-amarelo. A dieta desses animais é descrita com base
na caça de peixes e no ataque marcado apenas para defesa. Além das espécies de
répteis já mencionadas, temos outros representantes, como: sucuris, jararaca, jiboia e
algumas espécies de lagartos, por exemplo, o sinimbu.
155
os pântanos e os brejos da região. O clima do Pantanal é caracterizado como tropical,
com temperaturas elevadas e ainda apresenta duas estações definidas: verão chuvoso
e inverno seco, ocorrendo entre os meses de outubro a março a uma temperatura média
de 32º C, ou entre os meses de abril a setembro respectivamente.
6 FLORESTA ATLÂNTICA
O bioma da Mata Atlântica ou Floresta Atlântica ocupava, originalmente, uma área
de 1,3 milhões de km2 e percorria 17 estados do território brasileiro, ocupando grande parte
da costa, mas, atualmente, ocorre um pouco menos de 29% de sua cobertura vegetal em
estado de conservação, destacando-se para isso áreas protegidas como Unidades de
Conservação e Terras Indígenas, além de Áreas de Preservação Permanente e Reserva
Legal. A Mata Atlântica acompanha o litoral brasileiro em uma extensão do Rio Grande
do Norte ao Rio Grande do Sul, estando presente em diferentes estados brasileiros e
regiões. Também é possível considerar que isso ocasiona diferentes ecossistemas, com
intensa variação de fauna e flora, relevo, solo e características climáticas.
156
A formação fitofisionômica da Floresta Ombrófila Aberta caracteriza-se pelo
extrato arbustivo com pouca densidade. A ocupação de área desse ecossistema com
quatro formações fasciações florísticas, resultado do agrupamento de espécies de
palmeiras, cipós, bambus ou sororocas, que proporcionam a mudança de fisionomia
da floresta. A formação de temperaturas médias de 24º C a 25º C fornece um gradiente
climático variado, devido à formação de uma curva ombro térmica durante dois ou
quatro meses.
157
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Em nosso país podemos encontrar seis tipos de biomas: Amazônia, Floresta Atlântica,
Cerrado, Caatinga, Pampa e Pantanal. Os biomas são importantes não somente como
recursos naturais, mas, também, como ambientes de grande riqueza natural no
planeta.
• A Mata Atlântica conta com recursos hídricos que abastecem 70% da população
nacional.
158
AUTOATIVIDADE
1 Bioma é caracterizado como um conjunto de vida (vegetal e animal) constituído pelo
agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala regional,
com condições geoclimáticas similares e história compartilhada de mudanças, o
que resulta em uma diversidade própria”. Considerando essa definição quanto aos
distintos biomas brasileiros e suas características, associe os itens, utilizando o
código a seguir:
( ) Cerrado.
( ) Amazônia.
( ) Mata Atlântica.
( ) Pantanal.
( ) Caatinga.
2 Este bioma apresenta originalmente uma área com cerca de dois milhões de km².
Atualmente, restam apenas 20% desse total. Ele possui como característica principal a
deficiência em nutrientes e, também, a riqueza em ferro e alumínio, abrigando plantas
que podem apresentar aparência seca. Também a estimativa que ele apresente cerca
de 10 mil espécies vegetais e uma alta riqueza na fauna, entretanto, a caça bem
como o comercio ilegal estão presentes nesse bioma. Quanto ao bioma brasileiro o
qual o texto se refere, assinale a alternativa CORRETA:
159
a) ( ) Campos.
b) ( ) Floresta Latifoliada.
c) ( ) Caatinga.
d) ( ) Cerrado.
4 Wells (1995, p. 28), em “Três Mil Milhas Através do Brasil”, nos traz que: “A aparência
desta vegetação lembra um pomar de frutas mirrado na Inglaterra; as árvores ficam
bem distantes umas das outras, ananicadas no tamanho, extremamente retorcidas
tanto de troncos quanto de galhos, a casca de muitas variedades lembra muito a
cortiça; a folhagem é geralmente seca, dura, áspera e quebradiça; as árvores resistem
igualmente ao calor, frio, seca ou chuva [...]”. A qual tipo de formação vegetal brasileira
o texto se refere e qual é sua principal característica?
160
UNIDADE 3 TÓPICO 2 —
IMPORTÂNCIA DOS GRUPOS PARA A
CONSERVAÇÃO AMBIENTAL
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos sobre a importância dos grupos das plantas
para a conservação ambiental e, nesse contexto, sabemos que mesmo atualmente a
conservação das plantas não gera o mesmo senso de urgência ou o financiamento que
impulsiona a conservação dos animais, embora as plantas sejam muito mais importantes
para nós.
161
biodiversidade de plantas, o que exige variedades locais mais adaptadas às condições
ambientais adversas. A conservação da diversidade vegetal recebeu consideravelmente
menos atenção do que a conservação dos animais, talvez porque as plantas não
tenham o apelo popular de muitos grupos de animais. Como resultado, a conservação
de plantas apresenta poucos recursos em comparação à conservação de animais.
No entanto, as plantas são muito mais importantes para o ser-humano. Os animais
podem fornecer carne, couro, peles e outros produtos, mas nenhum deles é necessário
para a sobrevivência e o bem-estar humano, enquanto muitos produtos vegetais são
essenciais.
162
em escala regional para as árvores. A conservação de todas as espécies de plantas pode
ser justificada por uma série de razões estéticas, científicas e éticas. Em ecossistemas de
baixa diversidade, a maioria das espécies de plantas tem usos humanos específicos que
justificam sua proteção, mas isso não é verdade nas florestas tropicais hiper diversas.
163
5 LISTA VERMELHA DE ESPÉCIES DA FLORA DO BRASIL
As listas vermelhas tornaram-se uma ferramenta essencial para a conservação de
espécies em nível global e nacional. No nível global, elas podem fornecer bons indicadores
para monitorar as tendências da biodiversidade, apoiando as decisões relacionadas às
prioridades de conservação e alocação de recursos. As listas vermelhas também podem
reunir pessoas e instituições em uma rede, a qual capacidades e experiências podem
ser compartilhadas. A nível nacional são o ponto de partida para desencadear processos
de conservação de espécies. Elas não apenas fornecem informações importantes sobre
o status atual das espécies ameaçadas, mas também facilitam uma importante conexão
entre cientistas e tomadores de decisão. Essa articulação é indispensável para garantir
que as ações de conservação realizadas por todos os setores do governo, empresas e
sociedade sejam baseadas nas melhores informações científicas disponíveis.
164
A maioria dos esquemas conceituais para o aspecto científico consiste em
estabelecer limites definidos arbitrariamente para os quais são calculados os valores
dos parâmetros. Quando somados, esses valores indicam o nível de prioridade, status
de conservação ou risco de extinção para uma determinada espécie. Alguns modelos
usaram critérios exclusivamente qualitativos, alguns critérios qualitativos e quantitativos
e outros apenas critérios quantitativos. A União Internacional Para Conservação da
Natureza (IUCN) (1994) estabeleceu uma estrutura quantitativa para avaliar o risco de
extinção, na qual os critérios podem ser usados global ou regionalmente para produzir
listas vermelhas. Essa estrutura foi atualizada e aplicada extensivamente.
165
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A importância das florestas para o ser humano não é só para garantir os processos
biológicos, mas também por trazerem diversos benefícios à sociedade.
166
AUTOATIVIDADE
1 O uso do termo desenvolvimento sustentável tem se tornado recorrente à medida
que cresce a preocupação mundial com as questões ambientais, é muito importante
compreendê-lo para assim pensar em ações afirmativas de como conservar o meio
ambiente. Quanto ao conceito de desenvolvimento e sua associação, assinale a
alternativa CORRETA:
FONTE: RODRIGUES, J. E. R. Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Revista dos Tribunais, São
Paulo, 2005.
a) ( ) Criação de projetos que tenham como objetivo o acesso à renda para atingir a
população de baixa renda.
b) ( ) Ampliação do uso de fontes renováveis que objetivem a produção de energia
limpa.
167
c) ( ) Incentivo a técnicas de manejo florestal direcionado para as comunidades
ribeirinhas.
d) ( ) Acentuação dos impactos socioambientais provocados pela ação humana.
168
UNIDADE 3 TÓPICO 3 —
TÉCNICAS DE AMOSTRAGEM E
MONITORAMENTO DE FLORA
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 3, abordaremos sobre técnicas de amostragem e
monitoramento da flora, é sabido que o inventário de uma vegetação deve apresentar as
seguintes características: abordagem sobre a composição; estrutura; e condição sem
qualquer remedição pretendida.
169
2 FERRAMENTAS E APLICAÇÕES PARA O
CONHECIMENTO DA DIVERSIDADE VEGETAL
O inventário e o monitoramento da vegetação são realizados em uma ampla
gama de escalas, dependendo dos objetivos que querem ser atingidos. O inventário geral
de habitats e o monitoramento de pesquisas podem contribuir para o conhecimento
ecológico dos padrões e processos da vegetação. Os exemplos incluem os efeitos
de fatores como altitude e drenagem na composição da vegetação. O conhecimento
prévio pode ser crítico para interpretar os resultados de estudos focados em manejo,
por exemplo, os impactos de ervas daninhas e pragas. Os estudos com foco em gestão
também podem contribuir para o conhecimento fundamental.
DICA
Assista ao documentário a seguir sobre o processo de evolução e origem
das plantas. A história evolutiva das plantas se remonta a um longo
tempo quando organismos fotossintéticos multicelulares invadiram
os continentes. O surgimento da vida vegetal mudou completamente
a biosfera e deu vida ao mundo que antes era uma terra estéril, isso
abriu o caminho para a evolução explosiva dos animais terrestres. As
primeiras formas de plantas conseguiram se desenvolver na terra. Elas são
algumas das primeiras plantas que tinham uma estratégia de sobrevivência,
brotavam para cima buscando a luz que as fazem crescer e este esquema
se perpetuará nas florestas do futuro: https://www.youtube.com/watch?
v=rDIAFz73ga4.
Conforme indicado por essas ferramentas, nem todos os métodos são adequados
tanto para inventário quanto para monitoramento, nem eles são apropriados para todos os
tipos de vegetação e objetivos de estudo. Escolha com cuidado e conheça os seus objetivos
de inventário e monitoramento bem antes de usar as ferramentas. Na medida do possível, os
objetivos devem ser divididos em uma série de objetivos específicos, estes, então, regem o
estudo ou o projeto que será desenvolvido e o tipo de dados coletados.
170
3 MATERIAL PARA COLETA DA FLORA
A coleta de material botânico envolve duas atividades: reunir os espécimes e
registrar as informações. Mesmo que se tenha um bom conhecimento da flora local,
pode não ser capaz de identificar todas as plantas no campo. Durante a amostragem
da vegetação é importante coletar espécimes representativos de todas as espécies que
são importantes para atender as suas necessidades de coleta, exceto espécimes raras e
ameaçadas de extinção. Esses espécimes serão usados posteriormente para confirmar
a identificação e fornecer um registro permanente para referência futura. Sua coleção
também pode representar uma extensão de alcance ou contribuir para o conhecimento
da história taxionômica ou natural de uma planta. Também pode mostrar a “plasticidade”
ou variações possíveis em diferentes condições de habitat.
171
4.1 TÉCNICAS BÁSICAS
Separe as peças da estrutura. Faça uma pilha separada para cada parte se você
tiver muito espaço. Caso contrário, organize os materiais na ordem em que serão usados:
painel traseiro, papelão, papel de jornal, mata-borrão (para plantas úmidas, coloque em
ambos os lados do papel), espuma (para galhos grandes coloque em ambos os lados do
papel), papelão e papel. Dobre um grande número de folhas de papel de jornal ao meio.
5 CATALOGAÇÃO E REGISTRO
A produção de conhecimento se transformou ao longo do tempo e constituiu-
se como uma variável estratégia de desenvolvimento tecnológico, principalmente,
atrelada à geração de produtos, possibilitando a inserção de atributos de interesse. Essa
articulação entre ciência e conhecimento é importante para alavancar a economia, o
que reflete na área da agricultura.
172
O processo de geração de variedades vegetais, apesar de antigo, está
relacionado a transformações importantes no processo de evolução humana. Começou
a ser organizado entre os séculos XVI e XVII, a partir da criação dos jardins botânicos,
que eram responsáveis por criarem expedições com o objetivo de coletar variedades
vegetais e organizá-las em coleções, além da transferência e adaptação de plantas
exóticas trazidas de outros continentes. Dessa maneira, os jardins botânicos foram
ampliando sua quantidade de espécies vegetais e construindo um grande banco de
germoplasma.
No Brasil, o primeiro jardim botânico foi criado em 1808, pela família Real, a
fim de que pudessem ser superados problemas florestais e agronômicos. O processo
de inovação associado à geração de cultivares não pode ser realizado sem o auxílio de
parâmetros legais e, para isso, é necessária a constituição de ações diretas relacionadas
à geração de um novo cultivar: registro e proteção. O registro advém da transcrição
em documentos como prova de autenticidade, portanto, é responsável por tornar algo
verídico, com valor legal. No âmbito agrícola, ele permite a produção e a comercialização
de cultivares.
173
Os métodos sistemáticos e aleatórios, comumente usados, são mais condutivos
para a análise estatística. No campo, a amostragem aleatória pode ser muito menos
conveniente do que a amostragem sistemática, mas a amostragem regular de uma
população apresentando variação periódica não seria representativa de uma população
como um todo. A seleção de uma técnica de amostragem apropriada depende do tipo de
dados necessários, do tamanho do local de amostragem e do número de trabalhadores
disponíveis.
174
Existem vários passos que o pesquisador deve seguir. Vejamos a seguir.
Se uma amostra for usada, seja qual for o método escolhido, é importante que
os indivíduos selecionados sejam representativos de toda a população. Isso pode envolver
a segmentação específica de grupos difíceis de alcançar. Por exemplo, se o caderno
175
eleitoral de uma cidade fosse usado para identificar os participantes, algumas pessoas,
como os sem-teto, não seriam registradas e, portanto, excluídas do estudo por padrão.
Existem diversas técnicas de amostragem disponíveis e elas podem ser subdivididas
em dois grupos: amostragem probabilística e amostragem não probabilística. Na
amostragem probabilística (aleatória), você começa com um quadro de amostragem
completo de todos os indivíduos elegíveis dos quais você seleciona sua amostra. Dessa
forma, todos os indivíduos elegíveis têm chance de serem escolhidos para a amostra e
você poderá generalizar melhor os resultados do seu estudo.
176
6.3 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
A caracterização da área de estudo exige que a equipe identifique as principais
partes interessadas e, em seguida, realize uma visita de campo de reconhecimento.
Nesta era de rápida perda de biodiversidade, devemos continuar a refinar nossas
abordagens para descrever a variação da vida na Terra. Combinar conhecimento e
ferramentas de pesquisa de várias disciplinas é uma maneira de descrever melhor os
sistemas naturais complexos.
177
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
178
AUTOATIVIDADE
1 O desenvolvimento de nossa sociedade ocorreu também a partir do surgimento de
novas necessidades, pensando que o nosso planeta seria uma fonte inesgotável de
recursos. Um dos princípios associados ao crescimento insustentável baseia-se na
ideia de que as pessoas seriam mais felizes se realizarem um consumo maior. Quanto
ao que exige o desenvolvimento sustentável da economia, assinale a alternativa
CORRETA:
179
a) ( ) Compreender sobre como as necessidades atuais estão construídas, possibilitando,
assim, a preservação dos recursos para as gerações futuras.
b) ( ) Utilização sem limites dos recursos ambientais pela população global.
c) ( ) Permitir a desigualdade social nas regiões mais desmatadas do mundo.
d) ( ) Auxiliar na conservação somente nas áreas de reservas indígenas presentes no
norte brasileiro.
4 Um desenho amostral é um plano definido para obter uma amostra de uma dada
população. Refere-se à técnica ou ao procedimento que o pesquisador adotaria na
seleção de itens para a amostra. Relate suscintamente sobre os principais tipos de
amostragem.
180
UNIDADE 3 TÓPICO 4 —
INVENTÁRIO FLORÍSTICO E ESTUDOS
DE IMPACTO AMBIENTAL
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 4, abordaremos sobre inventário florístico e estudos
de impacto ambiental, inventários florísticos, ou floras, são conduzidos para fornecer
uma lista completa de espécies da vida vegetal e classes de vegetação dentro de uma
determinada área.
2 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
O conceito de Unidade de Conservação (UC) evoluiu desde o seu advento nos
Estados Unidos, em 1872. Inicialmente, referia-se ao objetivo de preservação de atributos
cênicos e potencial para o desenvolvimento de atividades de lazer. Gradualmente, passou
a incorporar noções de preservação do patrimônio histórico, área natural protegida e, no
século XX, a compor a ideia de conservação da biodiversidade.
As UCs podem ser classificadas em dois grandes grupos de acordo com a forma
de uso dos recursos naturais:
181
Atualmente, de acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação
(SNUC), a criação de UCs visa preservar a biodiversidade em ambientes característicos,
além de proteger nascentes e outros mananciais, espécies raras ou ameaçadas de
extinção e monumentos. Esses espaços permitem o desenvolvimento de atividades de
educação ambiental, pesquisa científica, lazer e manutenção e reprodução do banco
genético da fauna silvestre.
182
Dessa forma, no Brasil, as UCs podem existir em terrenos públicos ou privados
e são estabelecidas pelos poderes municipais, estaduais e federais. Isso significa que
eles são administrados sob um regime especial a fim de garantir um nível adequado de
proteção.
183
As áreas protegidas são um exemplo de conservação da natureza no local.
Os materiais políticos sobre a gestão dessas áreas indicam um conjunto variado e
diversificado de atividades realizadas por essas organizações. Elas estão relacionadas à
escolha dos locais de implantação, questões políticas, jurídicas e regulatórias, regulação
e gestão do uso de recursos naturais, relacionamento com populações, engajando-se
em comunicações e relações públicas, colaborações e parcerias. Elas ainda avaliam a
eficácia da gestão e da própria área de acordo com seus propósitos. Estudos indicam
a importância deste tipo de conservação da natureza e chamam a atenção para as
condições de implementação.
184
3.1 POPULAÇÃO
Uma população é um grupo de organismos interativos da mesma espécie e
inclui indivíduos de todas as idades ou estágios: juvenis pré-reprodutivos e adultos
reprodutivos. A maioria das populações tem uma mistura de indivíduos jovens e idosos.
O governo dos EUA usa amostragem para estimar taxas de subcontagem para
vários grupos. No entanto, nunca altera o número oficial do número de funcionários
com base nos resultados da amostragem. Uma amostra permite ao pesquisador coletar
informações de apenas uma parte da população.
185
O viés de amostragem ocorre quando uma amostra é coletada de tal forma que
alguns membros da população são menos propensos a serem incluídos do que outros.
Uma pesquisa voluntária de televisão é um exemplo de uma amostra tendenciosa.
3.3 AMOSTRA
A amostra é o processo de coleta de dados de alguns locais ou pessoas para
obter uma perspectiva sobre a população. Você deve explicar quão representativa é uma
amostra, uma vez que isso afeta como as descobertas podem ser aplicadas. O objetivo
da amostragem é selecionar uma amostra que seja representativa da população.
As técnicas de amostra são práticas que podem ajudar a estimar uma população
ou as várias populações de diferentes espécies em uma área. Existem alguns principais
que você precisa saber, incluindo quadras, linha de transecção e captura e recaptura.
4 MÉTODOS DE AMOSTRAGEM
Quando se realiza pesquisas sobre um grupo de pessoas, raramente é possível
coletar dados de todas as pessoas desse grupo. Em vez disso, seleciona-se uma
amostra. A amostra é o grupo de indivíduos que de fato participará da pesquisa. Para tirar
conclusões válidas dos resultados, é preciso decidir cuidadosamente como selecionará
uma amostra que seja representativa do grupo como um todo.
186
Existem dois tipos de métodos de amostragem:
187
Os dados espectrais de sensoriamento remoto têm sido utilizados em vários
campos da silvicultura como estimativa das características estruturais das florestas. No
entanto, muitos estudos têm mostrado que os dados espectrais sozinhos não podem
estimar exatamente as características estruturais das florestas e para atingir esse
objetivo são necessários dados auxiliares.
188
5 MANEJO FLORESTAL
O manejo florestal é o processo de planejamento e implementação de práticas
para o manejo e uso das florestas para atender a objetivos ambientais, econômicos,
sociais e culturais específicos. Trata dos aspectos administrativos, econômicos, legais,
sociais, técnicos e científicos do manejo de florestas naturais e plantadas. Pode
envolver vários graus de intervenções humanas deliberadas, desde ações destinadas
a salvaguardar e manter os ecossistemas florestais e suas funções, até aquelas que
favorecem espécies específicas de valor social ou econômico para a produção melhorada
de bens e serviços florestais.
189
LEITURA
COMPLEMENTAR
ECOLOGIA, O DEVER DE PRESERVAR
Bernardo Esteves
190
Os ecossistemas marinhos e costeiros sempre mereceram carinho especial do
almirante (“o mar ainda é muito negligenciado”, afirma). Ibsen teve atuação determinante
para acabar de uma vez com a caça às baleias no país, em 1989, contrariando poderosos
interesses econômicos. “Os japoneses, que financiavam uma empresa brasileira que
capturava baleias nos anos 80, fizeram grande pressão para que o Brasil continuasse
caçando”, diz. Hoje, graças em grande parte à sua atuação, o país é uma liderança na
luta pela proibição mundial da caça – com o Japão comandando o campo oposto.
FONTE: ESTEVES, B. Ecologia, o dever de preservar. Super Interessante, Rio de Janeiro, 31 out. 2016.
Disponível em: https://super.abril.com.br/ideias/ecologia-o-dever-de-preservar. Acesso em: 10 mar. 2022.
191
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O conceito de Unidade de Conservação (UC) evoluiu desde o seu advento nos Estados
Unidos, em 1872. Inicialmente, referia-se ao objetivo de preservação de atributos
cênicos e potencial para o desenvolvimento de atividades de lazer.
192
AUTOATIVIDADE
1 Os impactos ambientais associados à presença das usinas hidrelétricas são motivo
de grande polêmica nas discussões sobre desenvolvimento sustentável. Embora seja
classificada usualmente relacionadas ao conceito de energia limpa ou, muitas vezes,
associadas à ideia de sustentabilidade, essas usinas podem causar vários problemas
ambientais. Quanto ao motivo das mudanças na composição dessas comunidades,
assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Chuva ácida
b) ( ) Inversão térmica.
c) ( ) Poluição das águas.
d) ( ) Queimada e desmatamento.
193
5 Quando você realiza pesquisas sobre um grupo de pessoas, raramente, é possível
coletar dados de todas as pessoas desse grupo. Em vez disso, você seleciona uma
amostra. A amostra é o grupo de indivíduos que de fato participará da pesquisa. Para
tirar conclusões válidas de seus resultados, deve-se decidir cuidadosamente como
selecionará uma amostra que seja representativa do grupo como um todo. Existem
dois tipos de métodos de amostragem e considerando isso, diferencie-as.
194
REFERÊNCIAS
BIOMAS brasileiros. [s. l.], 2012. 1 vídeo (2 min). Publicado pelo canal Toda Matéria.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=eEPabXAVzNA. Acesso em: 28 jul.
2021.
JOLY, A. B. Botânica: introdução à taxonomia vegetal. 13. ed. São Paulo: Companhia
Editora Nacional, 2002.
OS PRIMEIROS conquistadores da terra (a evolução das plantas). [s. l.], 2021. 1 vídeo
(11 min). Publicado pelo canal Prehistoric Wildlife. Disponível em: https://www.youtube.
com/watch?v=rDIAFz73ga4. Acesso em: 28 jul. 2021.
PIMM, S. L.; JOPPA, L. N. How many plant species are there, where are they, and at
what rate are they going extinct?. Annals of the Missouri Botanical Garden, [s. l.], v.
100, n. 3, p. 170-176, 2015. Disponível em: https://www.microsoft.com/en-us/research/
publication/how-many-plant-species-are-there-where-are-they-and-at-what-rate-
are-they-going-extinct/. Acesso em: 18 mar. 2022.
WELLS, J. W. Três mil milhas pelo Brasil. São Paulo: Fundação João Pinheiro, 1995.
195