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Universidade Federal do Ceará


Centro de Ciências Agrárias
Departamento de Estudos Interdisciplinares
Profa. Dra. Nazaré Soares
CURSO GESTÃO DE POLÍTICA PÚBLICAS
DISCIPLINA POLÍTICAS DE GÊNERO

CENTRO DE REFERÊNCIA DE GÊNERO


(REGIONAIS 3 E 5)

DESCRIÇÃO DA POLÍTICA PÚBLICA:


MEMBRO(S): ALANA, JOÃO PAULO, JORGE GUILHERME, KAROLAINE E
KÁTIA.

FORTALEZA
2023
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SUMÁRIO

1. Apresentação 03
1.1 Descrição da Política Pública 03
1.2 Público beneficiário 03
2. Análise Situacional 04
2.1 Estudo do contexto 04
2.2 Estudo dos beneficiários 04
3 Desenho da Política Pública 04
3.1 Justificativa e objetivos da política pública 05
3.2 Impacto(s) pretendido(s) 09
3.3 Apoio e parcerias 10
4 Metodologia 11
4.1 Descrição das ações 11
4.2 Instrumentos e materiais utilizados 11
4.3 Cronograma de execução 11
5 Governança Pública 12
5.1 Recursos e orçamento 13
5.2 Marcos legais e prestação de contas 14
5.3 Transparência e senso de justiça 15
6 Avaliação da Política Social 16
6.1 Perspectiva de avaliação 16
6.2 Indicadores qualitativos e quantitativos 16
7 Referências 16
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1. Apresentação

Apresentamos uma proposta de criação dos Centros de Referência de Gênero nas Regionais
3 e 5 de Fortaleza. Essa iniciativa visa promover a igualdade de gênero, combater a discriminação
e violência baseadas no gênero e fortalecer a emancipação das pessoas de todas as identidades
de gênero. Com uma equipe multidisciplinar capacitada, os centros oferecerão acolhimento,
assistência e orientação jurídica, além de promover atividades educativas, visando atender às
necessidades específicas de cada grupo. A proposta se baseia em uma análise aprofundada do
contexto local e dos beneficiários, e busca criar um ambiente inclusivo e seguro para todas as
pessoas, tornando as Regionais 3 e 5 de Fortaleza referências na promoção da igualdade de
gênero e na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.Contamos com o apoio de todos
para transformar essa proposta em realidade, fortalecendo a luta por uma sociedade mais
igualitária.

1.1 Descrição da Política

A proposta de política pública consiste na criação dos Centros de Referência de Gênero


nas Regionais 3 e 5 de Fortaleza. Esses centros serão espaços estruturados para oferecer
acolhimento, assistência e promoção de direitos para pessoas de todas as identidades de gênero,
com o objetivo de promover a igualdade de gênero, combater a discriminação e violência
baseadas no gênero. Os Centros de Referência de Gênero fornecerão atendimento especializado,
orientação jurídica, apoio psicossocial e atividades educativas, buscando criar um ambiente
inclusivo e seguro para todas as pessoas.

1.2 Público Beneficiário


O público beneficiário dessa política são todas as pessoas das Regionais 3 e 5 de Fortaleza,
independentemente de sua identidade de gênero. Isso inclui mulheres, homens trans, pessoas não-
binárias e outras identidades de gênero. Os Centros de Referência de Gênero atuarão no
atendimento às necessidades específicas de cada grupo, visando garantir a igualdade de
oportunidades, o respeito à diversidade e o combate à discriminação de gênero.
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2. Análise Situacional
Antes da implementação do Centro de Referência de Gênero, foram realizados estudos e
análises do local, ao mapear as comunidades por meio da cartografia de gênero, encontramos
informações importantes para a criação de políticas públicas, programas de apoio e serviços
que atendam às necessidades específicas dessas comunidades. Nessas duas regionais levando
em consideração questões sociais, culturais, econômicas e políticas. Essa análise permitiu
identificar lacunas nos serviços existentes e entender as principais necessidades e desafios
enfrentados pela população em relação à igualdade de gênero.

2.1 Estudo Contexto


O estudo do contexto das Regionais 3 e 5 de Fortaleza também é fundamental para
compreender as características sociodemográficas, as dinâmicas sociais e culturais relacionadas
ao gênero, bem como os desafios enfrentados pelas pessoas na região. Será necessário analisar
indicadores socioeconômicos, dados sobre discriminação e violência de gênero, acesso a
serviços de assistência social e saúde, além de considerar a legislação e políticas públicas
existentes relacionadas aos direitos de gênero e inclusão.

2.2 Estudo dos Beneficiários


Será realizado estudo detalhado dos beneficiários para compreender as demandas
específicas de cada grupo e desenvolver ações adequadas. Onde serão considerados aspectos
como faixa etária, identidade de gênero, orientação sexual, etnia, classe social e necessidades
individuais, a fim de garantir uma abordagem inclusiva e abrangente.

3. Desenho da Política Pública


Possibilitando uma medida descentralizada no que se concentra nas políticas de gênero,
além de permitir um constante diálogo entre diferentes regiões, o desenho de um centro de
referência de gênero, acerta nas ações que o município venha dar com relação ao acolhimento,
tanto de mulheres quanto da comunidade LGBTQIAPN+. A atuação deste centro dentro do
campo de políticas públicas, busca a interferência nas desigualdades presentes dentro de nossa
sociedade, para que os alvos dessa política sejam acolhidos, de forma a diminuir tais táticas já
enraizadas e presentes desde o processo de construção da sociedade brasileira que vivemos hoje.
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Para tanto se faz importante a leitura de organizações não governamentais, que atuam
nessas regionais, a fim de combater essas problemáticas. Sabe-se que o acesso a políticas públicas
nessas regiões é de extrema dificuldade para que se chegue no público-alvo, seja por falta de
conhecimento, seja por falta de divulgação ou até mesmo problemas territoriais, que as políticas
em seu desdobramento não conseguem mapear. Para isso, se faz necessário que haja um campo
que se comunique diretamente com essas políticas, para que assim sejam difundidas para a
população. O desenho de uma política como a de um centro de referência de gênero, traz como
necessária a atuação de forma descentralizada e que se comunique com demais políticas, em
diferentes áreas (saúde, educação, cultura, assistência social e etc.). Por volta dos anos de 1980
e 1990, por meio de movimentos liderados por mulheres, para reivindicação de políticas públicas,
que foram criados em algumas regiões do país, órgãos de atendimento, como as Delegacias
Especiais em Atendimento às Mulheres (DEAMs), as Casas-Abrigo e os Centros de Referência
da Mulher (CÔRTES, 2002). Apesar de se constituir como um avanço para o enfrentamento de
violências contra mulheres, essas instituições sozinhas não interferem no plano central da
problemática, a forma em que nossa sociedade está construída, se tratando apenas de um
“remédio” para atacar em determinada dor, sem propriamente curá-la.
Segundo Fraser (2006), a lógica dos “remédios” como forma de tratar problemáticas por
meio de políticas públicas de gênero, serve na tentativa de reconhecer positivamente um grupo
desvalorizado. No entanto, por se caracterizar de forma bivalente, o gênero possui relações bem
mais complexas na implementação desses programas e projetos, dependendo
Assim de uma redistribuição e reconhecimento. Para tanto, as políticas devem, não só
focalizar suas medidas no conhecimento dessas desigualdades, como também tratar de formas a
desencadear mudanças na sociedade.
Sendo assim, a intersecção e poder de comunicação de um centro de referência com
demais políticas públicas traz para essas duas regiões o comprometimento da administração
pública no que se baseia interferir nas desigualdades e promover ações que integrem mulheres e
comunidade LGBTQIAPN+ na sociedade de forma a torná-los não seres de representação, mas
seres de direitos, além de reconhecer as pautas de gênero como presentes nas atividades que
giram em torno do campo social.
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3.1 Justificativa e objetivos da política pública


O centro de referência de gênero, presente nas regionais 3 e 5, que abarcam bairros
de diferentes índices de desenvolvimento humano, possui em seu interior, diferenças que se
atrelam ao acesso de políticas, principalmente no quesito de desenvolvimento humano. Além
disso, vemos também a mudança na quantidade de bairros presentes em cada regional.
Enquanto na regional 3 encontramos 13 bairros, na regional 5 estão presentes apenas 5.
Ao se analisar o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), das duas regionais, é
possível encontrar outra divergência: a divergência enquanto quantidade x qualidade de vida.
Na regional III, por exemplo, encontra-se um número maior de bairros, no entanto dentre eles,
apenas um possui um IDH considerado muito baixo, presente no bairro Quintino Cunha (média
de IDH: 0,22). Já na regional V, cerca de 80% do território possui um índice muito baixo, cerca
de quatro bairros (Bom Jardim, Siqueira, Granja Portugal e Granja Lisboa com IDH de 0,18),
e, apenas um está indicado com um índice baixo (Bonsucesso: média de IDH 0,26).
Segue figura com índice detalhado de cada regional, fornecido pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística, 2010:

Figura 1 - REGIONAL III

FONTE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – Censo 2010.


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Figura 2 - REGIONAL V

FONTE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – Censo 2010.

Com base nos dados fornecido pelo IBGE é possível analisar as divergências presentes
nas duas regionais, enquanto na primeira observada temos um maior desenvolvimento,
consequente temos melhorias quanto a sua qualidade de vida, bem como no acesso de políticas,
o que já se pode notar como uma dificuldade intrínseca para a segunda regional analisada.
Outro ponto importante, se dá pelo mapeamento de organizações e instituições presentes nas
duas, das treze (13) organizações mapeadas pela equipe, nove (9) estão presentes na regional
III e apenas quatro (4) foram encontradas na regional V, tal mapeamento não dizer em si, que
a unidade territorial III possui mais organizações, mas que o acesso de informações dessas
regiões é bem mais captável, enquanto as dificuldades presentes no território V se implica
também no encontro dessas organizações. Por se tratar de uma regional com menor
desenvolvimento, por conseguinte o acesso às políticas públicas é inferior, à questão da
territorialidade é outro fator que interfere dentro do acesso aos programas e projetos
municipais, divergências entre facções e a criminalidade também são questões que se
desdobram sobre a inclusão dessas políticas.
Sendo assim, a inclusão de um Centro de referência, presente em cada regional,
trabalha na busca pela relação do acesso dessas políticas para com a sociedade, em suma as
mulheres e comunidade LGBTQIAP+. A inclusão dessa política intersecciona o diálogo e
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atuação com diversos programas e projetos. Para além disso, os Centros presentes em locais
estratégicos, partindo de um ponto central de cada regional e que não tenha disputa por
território, assimilam cada localidade com a realidade da qual a população está inserida. E assim
como o presente trabalho demonstrou, que Fortaleza é uma cidade que possui diversas
realidades, e que para tanto, as políticas devem seguir conforme sua idealização e planejamento
de área de atuação. No escopo da política, é imprescindível que estejam presentes a vivência
da sociedade, bem como a intencionalidade de atuação dos projetos para que cheguem até seu
público alvo.
Para isso, o Centro de referência, está inserido nos moldes da interseccionalidade,
buscando direcionar suas medidas para todo seu público, levando em consideração também as
diferenças das quais a comunidade está moldada. Assim, busca também uma relação com
outros programas e projetos para a construção de medidas que abarquem as necessidades de
gênero para cada localidade. Quanto a sua atuação profissional, devem estar inclusos uma
equipe multidisciplinar, estando presentes gestores de políticas públicas (dois gestores) na
construção, acompanhamento e avaliação do Centro enquanto uma política pública. Assim
como também uma equipe de assistentes sociais (quatro profissionais), no acompanhamento
junto a população de como estão sendo direcionadas as ações presentes no centro para as
beneficiadas, assim como o diálogo tanto com quem participa dos programas/projetos
difundidos pelo centro quanto das organizações presentes em cada regional. Outra tarefa tanto
da assistência social, quanto do gestor é relacionar quais medidas serão abarcadas para dentro
do centro, com base nas urgências presentes na região. Além desses profissionais, deverão
atuar também enfermeiros (dois profissionais) e psicólogos (dois profissionais), que irão
fornecer a promoção de bem estar e acompanhamento psicológico para o grupo-alvo.
Segue abaixo o detalhamento de cada área profissional com base nas atividades a serem
realizadas:
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Quadro 1 – Detalhamento de Atividades

ÁREA (FUNÇÃO) ATIVIDADES A SEREM


REALIZADAS

Gestão de Políticas Públicas Desenho da PP, acompanhamento,


avaliação e definição de projetos a
seguir conforme a urgência de
demandas populacionais.

Assistente Social Acompanhamento de grupos


beneficiados pela política, diálogo com
associações presentes na regional e
definição de projetos.

Enfermagem Promoção de bem-estar


(atendimentos/palestras)

Psicologia Atendimento psico social

3.2 Impacto(s) pretendido(s)


Conforme o explicitado sobre a noção e descrição do órgão, o Centro de Referência em
sua linha de atuação pretende gerar efeitos com demandas para a sociedade por meio da
construção de linhas para a capacitação, fornecendo cursos e oficinas das quais dialoguem para
inserir as/os capacitadas no mercado de trabalho. Além disso, as capacitações surgem para
ampliar os meios de promoção na geração de impacto de renda para as solicitadas. Visto que
no mapeamento das organizações presentes nos bairros de cada regional foi possível concluir
que grande parte das instituições achadas auxiliam mulheres e LGBTQIAPN+ servem de apoio
para a promoção de cultura, também estão presentes organizações que intensificam a produção
de objetos para a venda, assim auxiliando de sua forma na capacitação e renda das
participantes.
Seguindo essas diretrizes, cabe ao Centro se relacionar com essas organizações para
promoção de atividades conjuntas, a fim de promover os movimentos já existentes e que fazem
diferença na vida de quem participa. Assim, a participação popular da sociedade interfere no
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andamento da política possibilitando uma maior adesão da população, ao se sentir de fato


representada e ouvida. Outro ponto que a política deve implicar, cabe ao acolhimento de
medidas de saúde e promoção do bem-estar daquela região, assim cabe também a atuação com
a área da saúde para que equipamentos sejam disponibilizados, como por exemplo, o
fornecimento gratuito de absorventes para as pessoas que menstruam, bem como a
disponibilidade de camisinhas fornecimento de informações sobre saúde íntima.

3.3 Apoio e parcerias


Por ser uma política de grande complexibilidade quanto a sua atuação, exige-se que
haja uma parceria entre município e estado para o fornecimento de fundos, tanto para a
infraestrutura do ambiente quanto para sua manutenção (despesas obrigatórias e não-
obrigatórias). Assim como também para o fornecimento de projetos municipais e estaduais que
ampliem o acesso da população aos aparatos das políticas públicas. O centro em sua origem,
se faz como um ambiente fornecedor e disseminador desses projetos que devem estar cada vez
mais próximos da população.
Outra parceria importante para a atuação do centro, é a relação com a academia, sabe-
se que as universidades são importantes atores de políticas públicas, portanto a inclusão dos
observatórios de universidades dentro da construção e permanecimento dentro das atividades
se faz de legítima importância para o comprometimento, inclusive, de estudos e averiguação
dos indicadores que irão se relacionar na avaliação dessa política. Os estudantes de graduação,
devem também realizar extensões e estágios dentro do Centro, seguindo os mesmos critérios
de função para os profissionais efetivos da administração da política. Assim tanto para a
inclusão de artigos e pesquisas que aumentem a abordagem dessa temática para a ciência, como
também prepará-los para o mercado de trabalho, atuando na prática das atividades realizadas
dentro da organização.
Por fim, a principal parceria que deve ocorrer é juntamente com as organizações e
associações presentes nas duas regionais. O mapeamento realizado anteriormente, deve servir
como base para a construção do diálogo entre esses setores e a organização da instituição.
Assim, as interferências realizadas dentro do centro ocorrem como de fato esses movimentos
pleiteiam. Para trabalhar na contramão do que foi construído todo esse tempo no
desenvolvimento do Brasil, as associações e organizações devem estar inseridos em cada etapa
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de sua formulação. Principalmente em políticas de gênero, devido sua alta complexibilidade e


especificidade presente em cada localidade.

4. Metodologia
A metodologia adotada pelo Centro de Referência de Gênero nas Regionais 3 e 5 abrange
uma série de ações integradas e complementares para atingir os objetivos propostos.

4.1 Descrição das ações


Os Centros de Referência presentes nas regionais 03 e 05, consistirão em espaços
estruturados de acolhimento, com psicólogos oferecendo assistência psicossocial para pessoas
da comunidade LGBTQIAPN+, onde serão desenvolvidas ações de promoção da igualdade e
de combate a violência baseada em gênero por meio de cursos, palestras, seminários e
capacitações internas, visando o aprendizado e fortalecimento da autoestima dos beneficiários.
Ademais, com o auxílio de equipes multidisciplinares de profissionais será ofertado orientação
jurídica, oficinas educativas, favorecendo a geração de um espaço inclusivo e seguro para os
beneficiários.

4.2 Instrumentos e Materiais Utilizados

CURSOS INSTRUMENTOS MATERIAIS


PREVENÇÃO A VIOLÊNCIA DE
GÊNERO APOSTILAS E SLIDES
SALAS DE AULA
DIREITOS DAS PESSOAS ESPAÇOS DE
LGBTQIA+ ACOLHIMENTO PROJETOR, MESAS, CADEIRAS
SALAS DE APOIO
ESPAÇOS DE LÁPIS, CANETA, BORRACHA,
GÊNERO E DIVERSIDADE SEXUAL CONVIVÊNCIA CADERNO
BIBLIOTECA
OFICINAS SOBRE COMBATE AO CARTOLINAS, COMPUTADOR,
RACISMO LÁPIS DE COR
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4.3 Cronograma de Execução


DETALHAMENTO DAS ETAPAS

ETAPA OBJETIVO ESPECÍFICO INÍCIO FIM


CHAMAMENTO DA
DIVULGAÇÃO janeiro/2023 março/2023
POPULAÇÃO LOCAL
TRIAGEM DOS
ORGANIZAÇÃO INTERNA fevereiro/2023 dezembro/2023
BENEFICIÁRIOS
ELABORAÇÃO DE
CURSOS DE
PREVENÇÃO CAPACITAÇÃO março/2023 abril/2023
A VIOLÊNCIA DE
GÊNERO
PROMOVER O CUIDADO,
ATENDIMENTO ATENDIMENTO
março/2023 dezembro/2023
PSICOSSOCIAL HUMANIZADO PARA LGBTs
VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA
OFICINAS SOBRE
CAPACITAÇÃO abril/2023 maio/2023
TEMAS RACIAIS
PALESTRAS SOBRE
DIVERSIDADE E
DIREITOS CAPACITAÇÃO junho/2023 dezembro/2023
DA POPULAÇÃO
LGBTQIA+

5 GOVERNANÇA PÚBLICA
A governança do Centro de Referência de Gênero nas Regionais 3 e 5 envolve a gestão
adequada dos recursos e do orçamento disponibilizados para a implementação e funcionamento
da política pública. Esses recursos podem ser provenientes de diferentes fontes, como o
orçamento governamental, parcerias com organizações não governamentais, doações e
convênios.

5.1 Recursos e orçamento


Visando atender as necessidades dos usuários de atendimento especializado, orientação
jurídica, apoio psicossocial e atividades educativas nos municípios, que geralmente são
fornecidas por Centro de Referências de Gênero e Inclusão municipais que atendem mulheres,
homens trans, pessoas não-binárias e outras identidades de gênero. A prefeitura de Fortaleza
resolveu apoiar ações de custeio e assistência social na área da gênero e inclusão para melhor
atender os usuários como também ampliar a oferta dos atendimentos na Regional 3 e 5.
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A Secretária do Planejamento e Gestão do Estado do Ceará durante o processo elaboração


do Plano Plurianual 2023 priorizou no orçamento as questões raciais e de gênero, sendo
autorizada a criação de novas secretarias totalmente voltadas para o atendimento das minorias.
Estão sendo priorizados processos relacionados à gestão de pessoas, patrimônio, terceirização,
compras, licitações, controle interno e estrutura organizacional dos órgão dedicados a atender a
demanda.
Figura 1 – Orçamento da Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social para o
ano de 2023

Para o ano de 2023, a Prefeitura Municipal de Fortaleza investiu cerca de R$937.000 mil
(novecentos e trinta e sete mil reais) para a promoção e defesa da cidadania e dos direitos humanos
da população LGBT e R$1.738.000 (um milhão, setecentos e trinta e oito mil reais) para a
promoção e defesa dos direitos das mulheres. Dentre a verba destinada à promoção e defesa da
cidadania e dos direitos LGBT’s, R$433.000 (quatrocentos e trinta e três mil reais) foram
destinados para a “formação e capacitação para a promoção e defesa dos direitos das pessoas
LGBTQIAPN+” sendo R$50.000 (cinquenta mil reais) para o “apoio à feira empreendedora
LGBTQIAPN+”. Além disso, dentro do programa de “Manutenção de equipamento para a promoção
da segurança alimentar e nutricional” com orçamento de R$14.067.000 (quatorze milhões, sessenta
e sete mil reais), R$100.000 (cem mil reais) foram destinados para “fornecimento de refeições para
a população LGBTQIAPN+ em situação de vulnerabilidade social”.
Visando atingir o objetivo de ampliar o atendimento do público específico, dentro da
determinada verba, as regionais necessitam de um orçamento para a realização das atividades
programadas.
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ITEM QUANT PROCEDIMENTOS VALOR VALOR


UNIT. TOTAL

1 2 (1 em cada PROJETORES R$396,50 R$793,00


regional)

2 10 CAIXAS DE CANETAS R$49,95 R$499,50


HIDROCOR (Canetinhas)

3 5 CAIXAS DE CANETAS R$54,90 R$274,50


ESFEROGRÁFICAS

4 10 CAIXAS DE LÁPIS DE R$32,50 R$325


COR

5 50 CARTOLINAS R$1,13 R$56,50

6 6 (3 em cada COMPUTADORES R$1.999,00 R$11.994


regional)

7 10 (5 em MESAS R$310,30 R$3.103


cada
regional)

8 6 LOUSAS R$38,99 R$233,94

9 10 RESMAS DE PAPÉIS R$28,13 R$281,30

10 30 CADEIRAS R$170,66 R$5.119,80

11 40 LIVROS TEMÁTICOS R$59,60 R$2.384

12 2 (1 em cada IMPRESSORAS R$400,00 R$800


regional|)

5.2 5.2 Marcos legais e prestação de contas


No âmbito municipal, tem-se a Lei Ordinária nº 9.999, de 28 de dezembro de 2012 que
estabelece procedimentos que garantam o respeito a lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais
no âmbito da administração pública municipal, e proíbe a contratação ou convênio junto a entidades
que discriminam ou discriminam pessoas por conta das suas orientações sexuais e/ou identidades de
gênero e dá outras providências. Determina que os órgãos e entidades da administração pública
municipal direta e indireta, bem como entidades conveniadas ou contratadas, para realização de
serviços, financiadas pela Prefeitura Municipal de Fortaleza, devem respeitar e garantir a cidadania
de todas as pessoas, independente de orientação sexual e/ou identidade de gênero e que a
administração pública municipal direta e indireta, bem como entidades conveniadas ou contratadas,
para realização de serviços, financiadas pela Prefeitura Municipal de Fortaleza, deverão incluir e
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usar o nome social das pessoas travestis e transexuais em todos os registros municipais relativos aos
serviços públicos sob sua responsabilidade, como fichas de cadastro, crachás, formulários,
prontuários, registros escolares e outros documentos congêneres, dentre outros direitos.

Complementando a lei ordinária, tem-se Lei Complementar nº 336, de 14 de outubro de


2022 que institui no âmbito da Guarda Municipal de Fortaleza, o Grupo Especializado Maria da
Penha (GEMP), que integrará a Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher neste Município,
contribuindo para a prevenção do feminicídio e o atendimento à mulher vítima de violência, de
acordo com as diretrizes dispostas nesta Lei Complementar, na Lei federal n.º 11.340 (Lei Maria da
Penha), de 7 de agosto de 2006, e na Lei federal n.º 13.505, de 8 de novembro de 2017. Tem o
objetivo a efetividade e o cumprimento da Lei federal nº 11.340 de 7 de agosto de 2006, por meio de
ações e serviços integrados entre a Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher e a Segurança
Cidadã, com base nos objetivos do Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra as
Mulheres.

Além disso, tem-se a Lei Complementar Nº0133, de 28 de Dezembro de 2012 que institui o
Centro de Referência LGBT Janaína Dutra, vinculado à Secretaria Municipal de Direitos Humanos
e dá outras providências.

De acordo com a Lei Orgânica do Município, o órgão tem que realizar a prestação de contas
junto à Secretaria Municipal Competente. No que compete à questão de gênero é a Secretaria
Municipal dos Direitos Humanos e do Desenvolvimento Social. A prestação de contas deverá ser
feita anualmente com a conferência da escrituração patrimonial com bens existentes e, na prestação
de contas de cada exercício, será incluído o inventário de todos os bens móveis e imóveis,
compreendendo os últimos aqueles de uso especial e dominiais por meio do tribunal de contas do
município.

5.3 5.3 Transparência e senso de justiça


No No Centro de Referência de Gênero, a transparência e o senso de justiça são princípios
fundamentais que devem nortear suas ações e governança. Aqui está como esses princípios se aplicam ao
centro: disponibilização de informações, participação e engajamento, prestação de contas. Senso de
justiça no Centro de Referência, igualdade de tratamento, equidade de acesso, inclusão.
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6 Avaliação da Política Social


A presente avaliação da política social se dá no escopo do resgate das políticas públicas de
gênero que visa contribuir com a eficiência, eficácia e efetividade das políticas públicas de gênero
nas regionais III e V abarcando assim a maior quantidade de pessoas em situação de vulnerabilidade
socioeconômica nos respectivos territórios e comunidades adjacentes ao que foi mapeado na
cartografia.

6.1 Perspectiva de avaliação


O presente trabalho se dá na avaliação em profundidade no tocante a cartografia de gênero
das regionais 3 e 5 e tem como perspectiva a inclusão da questão de gênero no que tange às
desigualdades sociais que precisam ser avaliadas sobretudo a questão da diversidade e múltiplas
compreensões do fenômeno de estratificação social referente às diversas possibilidades de
mensuração do fenômeno desigualdade de gênero.
6.2 Indicadores qualitativos e quantitativos
Como indicadores qualitativos podemos citar as assimetrias de gênero que são causados
por diversos fatores sociais como machismo, misoginia, transfobia, dentre outros que acabam
afetando a autoestima do público beneficiário de políticas públicas de enfrentamento da questão
de gênero em nossa sociedade tão carente dessas iniciativas.
Como indicadores qualitativos podemos citar a questão do desemprego e suas taxas que
afligem a população feminina e LGBTQIAP+ que precisam urgentemente de políticas públicas de
empreendedorismo e trabalho para que haja o resgate dessas pessoas da condição de
vulnerabilidade social e econômica que também se aplicam as variáveis macro e microeconômicas
que acabam impactando na empregabilidade.
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7 REFERÊNCIAS

CÔRTES, G. R. Violência doméstica: centro de referência da mulher “Heleieth Saffioti.


Estudos de sociologia, Araraquara, v 17, n. 32, 2012.

FRASER, Nancy. 2001. “From redistribution to recognition? Dilemmas of justice in a


‘postsocialist’ age”. In: S. Seidman; J. Alexander. (Orgs). 2001. The new theory reader.
Londres: Routledge, pp 285-293.

FORTALEZA (Município). Constituição (2023). Lei nº 11.333, de 28 de dezembro de 2022.


Loa 2023 - Lei Orçamentária Anual. Fortaleza, CE, 28 dez. 2022. Disponível em:
https://transparencia-cdn.sefin.fortaleza.ce.gov.br/LOA/LIVRO_LOA_2023_Vol2.pdf. Acesso
em 05 jul.2023.

FORTALEZA (Município). Constituição (2012). Lei Ordinária nº 9999, de 28 de dezembro de


2012. Lei Ordinária Nº 9.999, de 28 de Dezembro de 2012. Fortaleza, CE, 28 dez. 2012.
Disponível em:
https://sapl.fortaleza.ce.leg.br/ta/970/text?#:~:text=ESTABELECE%20PROCEDIMENTOS%2
0QUE%20GARANTAM%20O,DE%20GÊNEROS%20E%20DÁ%20 Acesso em: 05 jul.
2023.

FORTALEZA (Município). Lei nº 0133, de 28 de dezembro de 2012. Complementar Nº0133,


de 28 de Dezembro de 2012. Fortaleza, CE, 28 dez. 2012.

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