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FORTALEZA
2023
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SUMÁRIO
1. Apresentação 03
1.1 Descrição da Política Pública 03
1.2 Público beneficiário 03
2. Análise Situacional 04
2.1 Estudo do contexto 04
2.2 Estudo dos beneficiários 04
3 Desenho da Política Pública 04
3.1 Justificativa e objetivos da política pública 05
3.2 Impacto(s) pretendido(s) 09
3.3 Apoio e parcerias 10
4 Metodologia 11
4.1 Descrição das ações 11
4.2 Instrumentos e materiais utilizados 11
4.3 Cronograma de execução 11
5 Governança Pública 12
5.1 Recursos e orçamento 13
5.2 Marcos legais e prestação de contas 14
5.3 Transparência e senso de justiça 15
6 Avaliação da Política Social 16
6.1 Perspectiva de avaliação 16
6.2 Indicadores qualitativos e quantitativos 16
7 Referências 16
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1. Apresentação
Apresentamos uma proposta de criação dos Centros de Referência de Gênero nas Regionais
3 e 5 de Fortaleza. Essa iniciativa visa promover a igualdade de gênero, combater a discriminação
e violência baseadas no gênero e fortalecer a emancipação das pessoas de todas as identidades
de gênero. Com uma equipe multidisciplinar capacitada, os centros oferecerão acolhimento,
assistência e orientação jurídica, além de promover atividades educativas, visando atender às
necessidades específicas de cada grupo. A proposta se baseia em uma análise aprofundada do
contexto local e dos beneficiários, e busca criar um ambiente inclusivo e seguro para todas as
pessoas, tornando as Regionais 3 e 5 de Fortaleza referências na promoção da igualdade de
gênero e na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.Contamos com o apoio de todos
para transformar essa proposta em realidade, fortalecendo a luta por uma sociedade mais
igualitária.
2. Análise Situacional
Antes da implementação do Centro de Referência de Gênero, foram realizados estudos e
análises do local, ao mapear as comunidades por meio da cartografia de gênero, encontramos
informações importantes para a criação de políticas públicas, programas de apoio e serviços
que atendam às necessidades específicas dessas comunidades. Nessas duas regionais levando
em consideração questões sociais, culturais, econômicas e políticas. Essa análise permitiu
identificar lacunas nos serviços existentes e entender as principais necessidades e desafios
enfrentados pela população em relação à igualdade de gênero.
Para tanto se faz importante a leitura de organizações não governamentais, que atuam
nessas regionais, a fim de combater essas problemáticas. Sabe-se que o acesso a políticas públicas
nessas regiões é de extrema dificuldade para que se chegue no público-alvo, seja por falta de
conhecimento, seja por falta de divulgação ou até mesmo problemas territoriais, que as políticas
em seu desdobramento não conseguem mapear. Para isso, se faz necessário que haja um campo
que se comunique diretamente com essas políticas, para que assim sejam difundidas para a
população. O desenho de uma política como a de um centro de referência de gênero, traz como
necessária a atuação de forma descentralizada e que se comunique com demais políticas, em
diferentes áreas (saúde, educação, cultura, assistência social e etc.). Por volta dos anos de 1980
e 1990, por meio de movimentos liderados por mulheres, para reivindicação de políticas públicas,
que foram criados em algumas regiões do país, órgãos de atendimento, como as Delegacias
Especiais em Atendimento às Mulheres (DEAMs), as Casas-Abrigo e os Centros de Referência
da Mulher (CÔRTES, 2002). Apesar de se constituir como um avanço para o enfrentamento de
violências contra mulheres, essas instituições sozinhas não interferem no plano central da
problemática, a forma em que nossa sociedade está construída, se tratando apenas de um
“remédio” para atacar em determinada dor, sem propriamente curá-la.
Segundo Fraser (2006), a lógica dos “remédios” como forma de tratar problemáticas por
meio de políticas públicas de gênero, serve na tentativa de reconhecer positivamente um grupo
desvalorizado. No entanto, por se caracterizar de forma bivalente, o gênero possui relações bem
mais complexas na implementação desses programas e projetos, dependendo
Assim de uma redistribuição e reconhecimento. Para tanto, as políticas devem, não só
focalizar suas medidas no conhecimento dessas desigualdades, como também tratar de formas a
desencadear mudanças na sociedade.
Sendo assim, a intersecção e poder de comunicação de um centro de referência com
demais políticas públicas traz para essas duas regiões o comprometimento da administração
pública no que se baseia interferir nas desigualdades e promover ações que integrem mulheres e
comunidade LGBTQIAPN+ na sociedade de forma a torná-los não seres de representação, mas
seres de direitos, além de reconhecer as pautas de gênero como presentes nas atividades que
giram em torno do campo social.
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Figura 2 - REGIONAL V
Com base nos dados fornecido pelo IBGE é possível analisar as divergências presentes
nas duas regionais, enquanto na primeira observada temos um maior desenvolvimento,
consequente temos melhorias quanto a sua qualidade de vida, bem como no acesso de políticas,
o que já se pode notar como uma dificuldade intrínseca para a segunda regional analisada.
Outro ponto importante, se dá pelo mapeamento de organizações e instituições presentes nas
duas, das treze (13) organizações mapeadas pela equipe, nove (9) estão presentes na regional
III e apenas quatro (4) foram encontradas na regional V, tal mapeamento não dizer em si, que
a unidade territorial III possui mais organizações, mas que o acesso de informações dessas
regiões é bem mais captável, enquanto as dificuldades presentes no território V se implica
também no encontro dessas organizações. Por se tratar de uma regional com menor
desenvolvimento, por conseguinte o acesso às políticas públicas é inferior, à questão da
territorialidade é outro fator que interfere dentro do acesso aos programas e projetos
municipais, divergências entre facções e a criminalidade também são questões que se
desdobram sobre a inclusão dessas políticas.
Sendo assim, a inclusão de um Centro de referência, presente em cada regional,
trabalha na busca pela relação do acesso dessas políticas para com a sociedade, em suma as
mulheres e comunidade LGBTQIAP+. A inclusão dessa política intersecciona o diálogo e
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atuação com diversos programas e projetos. Para além disso, os Centros presentes em locais
estratégicos, partindo de um ponto central de cada regional e que não tenha disputa por
território, assimilam cada localidade com a realidade da qual a população está inserida. E assim
como o presente trabalho demonstrou, que Fortaleza é uma cidade que possui diversas
realidades, e que para tanto, as políticas devem seguir conforme sua idealização e planejamento
de área de atuação. No escopo da política, é imprescindível que estejam presentes a vivência
da sociedade, bem como a intencionalidade de atuação dos projetos para que cheguem até seu
público alvo.
Para isso, o Centro de referência, está inserido nos moldes da interseccionalidade,
buscando direcionar suas medidas para todo seu público, levando em consideração também as
diferenças das quais a comunidade está moldada. Assim, busca também uma relação com
outros programas e projetos para a construção de medidas que abarquem as necessidades de
gênero para cada localidade. Quanto a sua atuação profissional, devem estar inclusos uma
equipe multidisciplinar, estando presentes gestores de políticas públicas (dois gestores) na
construção, acompanhamento e avaliação do Centro enquanto uma política pública. Assim
como também uma equipe de assistentes sociais (quatro profissionais), no acompanhamento
junto a população de como estão sendo direcionadas as ações presentes no centro para as
beneficiadas, assim como o diálogo tanto com quem participa dos programas/projetos
difundidos pelo centro quanto das organizações presentes em cada regional. Outra tarefa tanto
da assistência social, quanto do gestor é relacionar quais medidas serão abarcadas para dentro
do centro, com base nas urgências presentes na região. Além desses profissionais, deverão
atuar também enfermeiros (dois profissionais) e psicólogos (dois profissionais), que irão
fornecer a promoção de bem estar e acompanhamento psicológico para o grupo-alvo.
Segue abaixo o detalhamento de cada área profissional com base nas atividades a serem
realizadas:
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4. Metodologia
A metodologia adotada pelo Centro de Referência de Gênero nas Regionais 3 e 5 abrange
uma série de ações integradas e complementares para atingir os objetivos propostos.
5 GOVERNANÇA PÚBLICA
A governança do Centro de Referência de Gênero nas Regionais 3 e 5 envolve a gestão
adequada dos recursos e do orçamento disponibilizados para a implementação e funcionamento
da política pública. Esses recursos podem ser provenientes de diferentes fontes, como o
orçamento governamental, parcerias com organizações não governamentais, doações e
convênios.
Para o ano de 2023, a Prefeitura Municipal de Fortaleza investiu cerca de R$937.000 mil
(novecentos e trinta e sete mil reais) para a promoção e defesa da cidadania e dos direitos humanos
da população LGBT e R$1.738.000 (um milhão, setecentos e trinta e oito mil reais) para a
promoção e defesa dos direitos das mulheres. Dentre a verba destinada à promoção e defesa da
cidadania e dos direitos LGBT’s, R$433.000 (quatrocentos e trinta e três mil reais) foram
destinados para a “formação e capacitação para a promoção e defesa dos direitos das pessoas
LGBTQIAPN+” sendo R$50.000 (cinquenta mil reais) para o “apoio à feira empreendedora
LGBTQIAPN+”. Além disso, dentro do programa de “Manutenção de equipamento para a promoção
da segurança alimentar e nutricional” com orçamento de R$14.067.000 (quatorze milhões, sessenta
e sete mil reais), R$100.000 (cem mil reais) foram destinados para “fornecimento de refeições para
a população LGBTQIAPN+ em situação de vulnerabilidade social”.
Visando atingir o objetivo de ampliar o atendimento do público específico, dentro da
determinada verba, as regionais necessitam de um orçamento para a realização das atividades
programadas.
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usar o nome social das pessoas travestis e transexuais em todos os registros municipais relativos aos
serviços públicos sob sua responsabilidade, como fichas de cadastro, crachás, formulários,
prontuários, registros escolares e outros documentos congêneres, dentre outros direitos.
Além disso, tem-se a Lei Complementar Nº0133, de 28 de Dezembro de 2012 que institui o
Centro de Referência LGBT Janaína Dutra, vinculado à Secretaria Municipal de Direitos Humanos
e dá outras providências.
De acordo com a Lei Orgânica do Município, o órgão tem que realizar a prestação de contas
junto à Secretaria Municipal Competente. No que compete à questão de gênero é a Secretaria
Municipal dos Direitos Humanos e do Desenvolvimento Social. A prestação de contas deverá ser
feita anualmente com a conferência da escrituração patrimonial com bens existentes e, na prestação
de contas de cada exercício, será incluído o inventário de todos os bens móveis e imóveis,
compreendendo os últimos aqueles de uso especial e dominiais por meio do tribunal de contas do
município.
7 REFERÊNCIAS