Encontro 2 - Conceitos Básicos de Conformação Mecânica

Coordenação de Engenharia Mecânica Industrial
MECN0047 – Prática de Oficina

Prof. Rogério Pontes de Araújo
Encontro 2
Conceitos Básicos de Conformação Mecânica
Recife, 18 de março de 2019

Encontro 2 – Conceitos Básicos de Conformação Mecânica
Recife,
O que “não” é permitido 18/03/2019
Prof. Rogério Pontes de Araújo Slide 2 MECN0047-Prática de Oficina

Recife,
Introdução 18/03/2019
O Conformação
Mecânica?
“Nome genérico dos processos em

que se aplica uma força externa à
matéria-prima, obrigando-a a adquirir
a forma desejada por deformação
plástica”.

Recife,
✓ Exigência de boa plasticidade dos materiais.

Recife,
A conformabilidade e
Fácil deformação resistência são
com manutenção da propriedades mecânicas
resistência mecânica conflitantes
A conformabilidade é a
Compromisso entre a capacidade dos materiais
conformabilidade e a deformarem-se
resistência mecânica plasticamente em um
processo de conformação
sem ruptura

Classificação dos Processos de Recife,
18/03/2019
Conformação Mecânica
Quanto ao tipo de esforço predominante:
Compressão Direta Compressão Indireta Cisalhamento
Flexão Tração

18/03/2019
Quanto a temperatura de trabalho:
A Quente
A Frio
Trabalho a Frio Trabalho a Quente

18/03/2019

18/03/2019
Laminação a frio
Laminação a quente
18/03/2019
Quanto a forma do material trabalhado:

18/03/2019
Quanto ao tamanho da região deformada:
Deformação Parcial Deformação Total

18/03/2019
Quanto ao fluxo de material:
Contínuo Não Contínuo

18/03/2019
Quanto ao tipo de produto obtido:

Recife,
Propriedades dos Materiais 18/03/2019
Identidade dos Materiais
Propriedades dos Materiais
▪ Propriedades Térmicas
➢ Propriedades Físicas ▪ Propriedades Elétricas
➢ Propriedades Químicas Propriedades Mecânicas

Recife,
Propriedades dos Materiais 18/03/2019
▪ Limite de resistência à tração;

▪ Limite de escoamento;
▪ Tenacidade;
Propriedades Mecânicas ▪ Resiliência;
▪ Dureza;
▪ Resistência à fadiga;
•
•
•

Recife,
Ensaio de Tração 18/03/2019

Recife,

Recife,
Limite de Resistência
σ [N/mm2] Limite de
à Tração
Escoamento
σU
Tensão de
σR Ruptura
σE
σP
Limite de
Proporcionalidade
Módulo de
Módulo de
α tg α = E
Tenacidade elasticidade
0
Região Região ɛ
[%]
Elástica Plástica

Recife,
Deformação plástica em Monocristais 18/03/2019
✓ É preciso conhecer os mecanismos de deformação que

atuam num cristal;
✓ Concepção de um modelo cristalográfico que

compatibilize a geometria do cristal a ser deformado com as
interações eletrostáticas existentes entre os átomos da rede
cristalina.

Recife,
✓ Estas interações são

produzidas pela ligação
metálica que se caracteriza
pela atração que o núcleo
atômico, de carga positiva (+),
exerce sobre a nuvem de
elétrons, de carga negativa (-).

Recife,
✓ O modelo cristalográfico, que

melhor se adapta aos processos
mecânico-metalúrgicos, em geral, é
o modelo de esferas rígidas.

Recife,
✓ Este modelo, na realidade,

é uma simplificação do
modelo atômico idealizado
por Neils Bohr.

Recife,
✓ Levando-se em conta que os

cristais são constituídos por
esferas rígidas que ocupam seus
vértices e a natureza eletrostática
das ligações metálicas.
✓Admite-se que a deformação

plástica só pode acontecer em
regiões ou superfícies destes
cristais que demandem uma
menor energia.

Recife,
✓ Todos os cristais contêm

planos de densidade atômica
variada e espaçamentos, entre si,
também variados.
✓ Podemos imaginar que a

deformação plástica deve ocorrer
por cisalhamento de planos
densos e espaçados, onde as
interações de natureza
eletrostática sejam mais fracas.

Recife,
✓ Encontra-se uma forte

resistência ao deslocamento
de qualquer um de seus
átomos.

Recife,
✓Em qualquer cristal os ✓ A densidade de átomos em

átomos estão situados em cada plano é diferente.
planos geométricos naturais.

Recife,
✓ Os planos de alta densidade atômica, apresentam maior

resistência ao seu desagregamento.

Recife,
A deformação pode
ocorrer indiferentemente
em qualquer direção?

Recife,
✓ As direções preferenciais coincidem

com as direções de vales indicadas
pelas setas.
✓ Essas direções preferenciais são

chamadas de direções compactas, e
demandam uma menor energia para
o deslizamento de planos.

Recife,

Recife,
Sistemas de Deslizamento 18/03/2019
✓ Os metais cristalizam
preferencialmente em CCC,
CFC e HC.
Planos e direções particulares

que demandam os menores
valores de energia para a = “Sistemas de Deslizamento”
deformação.

Recife,
Os planos podem ou não ser

compactos, mas as direções do
deslizamento são normalmente
as direções compactas.

Recife,
(CCC) (CFC) (HC)

12 Sistemas de 12 Sistemas de 3 Sistemas de
Deslizamento Deslizamento Deslizamento

Recife,

Recife,
Tensão de Cisalhamento Real x Teórica 18/03/2019
✓ A tensão de cisalhamento
tem um comportamento
aparentemente senoidal.
G b
 Max = 
2 a

Recife,
O módulo de rigidez (G) para boa parte dos metais

cúbicos assume valores compreendidos entre 104 e 105
Mpa.
✓ Tensão de cisalhamento teórica máxima:
103   Max  10 4 MPa
✓ Tensão de cisalhamento real máxima:

10   Max  100 MPa

Recife,
( Max )Teórico  1000 − 10.000( Max )Re al
Como explicar
essa diferença?

Recife,
✓ Osmateriais não são perfeitos

como imaginávamos.

Recife,
✓ Os defeitos devem interagir durante a deformação facilitando o

cisalhamento entre planos e justificando os baixos valores de
tensão observados na prática.

Recife,
Defeitos Pontuais 18/03/2019
Lacunas

Recife,
Defeitos Pontuais 18/03/2019
Defeitos Defeitos
Intersticiais Substitucionais

Recife,
Defeitos Lineares 18/03/2019
As discordâncias são defeitos

lineares ou unidimensionais em
torno do qual alguns átomos
estão desalinhados.

Recife,
✓As discordâncias, auxiliam

inicialmente o cisalhamento entre
planos.
✓ Com a continuidade da deformação, estas discordâncias passam a

interagir entre si, com outros defeitos do cristal ou com partículas de
segunda fase.

Recife,
✓ Do ponto de vista geométrico as discordâncias podem ser do tipo “em

cunha” (ou aresta) e “em hélice” (ou espiral).
Aresta
Hélice

Recife,
Densidade de Discordâncias 18/03/2019
O número de discordâncias, ou densidade de discordâncias, em um

material é expresso como o comprimento total de discordâncias por
unidade de volume ou de área.
As unidades para densidade de discordâncias são milímetros de

discordância por milímetro cúbico ou, simplesmente, discordâncias
por milímetro quadrado.

Recife,
Densidade de Discordâncias 18/03/2019
Exemplos:
Cristais metálicos que foram

cuidadosamente solidificados 103 mm−2
Metais altamente deformados 109 a1010 mm−2
Tratamento térmico após

5 6 −2
deformação 10 a10 mm

Recife,
Aspectos Metalúrgicos da Mecânica do Contínuo 18/03/2019
✓ Os processos de conformação plástica são analisados, do ponto

de vista dinâmico, com base na mecânica do contínuo.
✓ É conveniente agora que analisemos a deformação nos

policristais e o papel restritivo do contorno do grão.
✓ Os materiais utilizados na indústria de conformação são

tradicionalmente policristalinos e, na condição de não deformados,
normalmente são isotrópicos.

Recife,
Tipo de Estrutura Mobilidade de Discordâncias
Resistência à
deformação de
um monocristal
Sistemas de Deslizamento Tensão de Cisalhamento

Recife,
Materiais
Policristalinos
✓ Complexidade dos mecanismos de deformação
✓ Difícil previsão analítica das propriedades com alto grau de precisão.
✓ Parâmetros como a tensão de escoamento, alongamento máximo ou

a taxa ideal de deformação são determinados experimentalmente.

Recife,
Influência dos Contornos de Grão:
✓ Um material policristalino pode ser

considerado como um agregado de
monocristais que se justapõem uns aos
outros, através de uma interface contendo
uma grande quantidade de defeitos.
✓ No agregado os monocristais são

comumente chamados de grãos e a interface
denomina-se contorno de grão.
✓ Os contornos de grão têm uma função

restritiva em relação à deformação (os
monocristais não se deformam como
monocristais isolados).

Recife,
✓ Apenas o
embarreiramento de
discordâncias, não justifica, por si só, o
comportamento das propriedades
mecânicas nos materiais policristalinos.
Pequena desorientação entre grãos
Baixa energia
Grande desorientação entre grãos
Alta energia (muito duro)

Recife,
✓ Observa-se, experimentalmente,
que a plasticidade de um material
policristalino aumenta à medida que
o tamanho do grão diminui.
Por isso, a indústria de conformação
tem buscado técnicas variadas para
promover o refino de grãos em
metais e ligas e, desta forma,
O grão pequeno torna a aumentar a plasticidade nestes
deformação mais homogênea e, materiais.
com gradientes de deformação
menores, os efeitos da deformação
nos contornos distribuem-se mais
facilmente no interior.

Recife,
Deformação Plástica em Metais Policristalinos 18/03/2019
✓ O escorregamento ocorre individualmente em cada grão;
✓ Direção de escorregamento varia para cada grão;
✓ Os grãos se deformam com o fator limitante das fronteiras com outros

grãos;
✓ Normalmente, os contornos de grão permanecem íntegros;
✓ O limite de escoamento é maior que para os monocristais: restrições

geométricas e interação das linhas de discordâncias com os contornos de
grão.

Recife,
A Trabalhabilidade dos Metais e Ligas 18/03/2019
✓ A plasticidade dos metais e ligas diminui com o encruamento durante

um processo de conformação plástica qualquer.
✓ A temperatura na qual a deformação é realizada, assume papel

importantíssimo na manutenção da trabalhabilidade.
✓ A deformação, quando feita a frio, aumenta os níveis de energia interna

do material devido ao encruamento.
✓ A manutenção da trabalhabilidade fica, portanto, condicionada à

realização de tratamentos térmicos intermediários que, dependendo da
temperatura, poderá promover a restauração completa do material,
levando-o à condição “livre de deformação”.

Recife,
A Trabalhabilidade dos Metais e Ligas 18/03/2019
✓ Quando a deformação é feita a quente, a restauração da microestrutura

(recristalização) ocorre simultaneamente à deformação.
✓ Com o aumento da temperatura, a amplitude de vibração da rede

cristalina é aumentada, facilitando a escalagem de discordâncias e
reduzindo as interações eletrostáticas (tensão de atrito) entre os átomos
que compõem o cristal.
✓ Quanto maior a temperatura, menor a tensão de escoamento (menor

tensão de atrito) e mais rápida será a recristalização (maior escalagem).

Recife,
18/03/2019
Tensão de Escoamento nos Processos de Conformação
tensão
deformação
Recuperação da
deformação elástica

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Recife, 18 de março de 2019

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“Nome genérico dos processos em

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✓ Exigência de boa plasticidade dos materiais.

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Quanto ao tipo de esforço predominante:

Compressão Direta Compressão Indireta Cisalhamento

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Quanto a temperatura de trabalho:

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Quanto a forma do material trabalhado:

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Quanto ao tamanho da região deformada:

Deformação Parcial Deformação Total

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Quanto ao fluxo de material:

Contínuo Não Contínuo

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Quanto ao tipo de produto obtido:

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Identidade dos Materiais

Propriedades dos Materiais

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▪ Limite de resistência à tração;

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✓ É preciso conhecer os mecanismos de deformação que

✓ Concepção de um modelo cristalográfico que

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✓ Estas interações são

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✓ O modelo cristalográfico, que

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✓ Este modelo, na realidade,

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✓ Levando-se em conta que os

✓Admite-se que a deformação

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✓ Todos os cristais contêm

✓ Podemos imaginar que a

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✓ Encontra-se uma forte

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✓Em qualquer cristal os ✓ A densidade de átomos em

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✓ Os planos de alta densidade atômica, apresentam maior

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✓ As direções preferenciais coincidem

✓ Essas direções preferenciais são

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Planos e direções particulares

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Os planos podem ou não ser

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