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Coordenação de Engenharia Mecânica Industrial

MECN0047 – Prática de Oficina


Prof. Rogério Pontes de Araújo

Encontro 5
Soldagem - Metalurgia

Recife, 08 de abril de 2019


Encontro 7 – Soldagem
Recife,
Introdução 08/04/2019

O que é
soldagem?

“Soldagem é o processo de união de


materiais usado para obter a
coalescência (união) localizada de
metais e não metais, produzida por
aquecimento até uma temperatura
adequada, com ou sem a utilização de
pressão e/ou material de adição”
(American Welding Society- AWS).

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Encontro 7 – Soldagem
Recife,
Introdução 08/04/2019

✓ A soldagem está intimamente ligada às mais importantes atividades


industriais que existem no mundo moderno;

✓ Apesar de sua importância, teve seu maior avanço nos últimos 100 anos;

✓ Os avanços na metalurgia obrigam a soldagem a procurar novas técnicas


e materiais que sejam compatíveis com as novas ligas criadas.

✓ A grande vantagem da soldagem é a possibilidade de obter uma união


em que os materiais têm uma continuidade não só na aparência externa,
mas também nas suas características e propriedades mecânicas e
químicas, relacionadas à sua estrutura interna.

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Encontro 7 – Soldagem
Recife,
Introdução 08/04/2019

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Introdução 08/04/2019

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Encontro 7 – Soldagem
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Principais Processos 08/04/2019

Oxi-gás:
✓ A soldagem oxi-gás (Oxifuel Welding, OFW) compreende um grupo de
processos de soldagem que utilizam o calor produzido por uma chama
de combustível gasoso e oxigênio para fundir o metal de base e, se
usado, o metal de adição.
✓ O processo é usado principalmente na forma manual, mas existem
aplicações mecanizadas, particularmente quando o processo é utilizado
com a aplicação de pressão, sendo, neste caso, denominado de
soldagem a gás por pressão (Pressure Gás Welding, PGW).

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Principais Processos 08/04/2019

Brasagem:
✓ Brasagem engloba um grupo de
processos de união que utiliza um
metal de adição de ponto de fusão
inferior ao do metal de base.

✓ Nestes processos, em geral, a


penetração e espalhamento do
metal de adição na junta são
conseguidos por efeito de
capilaridade.

✓ A brasagem pode ser,


alternativamente, considerada
como um processo especial de
soldagem por fusão no qual apenas
o metal de adição é fundido.
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Principais Processos 08/04/2019

Brasagem:

✓ Existem três variações básicas dos processos de brasagem:

• Brasagem propriamente dita ou “brasagem forte” (Brazing, B) - utiliza


metais de adição de temperatura de fusão superior a 450°C;

• Brasagem fraca (Soldering, S) - utiliza metais de adição de baixa temperatura


de fusão (inferior a 450°C);

• Solda-brasagem - utiliza metais de adição similares ao da brasagem, mas cujo


projeto da junta é similar ao usado na soldagem por fusão convencional.

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Principais Processos 08/04/2019

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Principais Processos 08/04/2019

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Principais Processos 08/04/2019

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Principais Processos 08/04/2019

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Zona Termicamente Afetada - ZTA 08/04/2019

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Fatores do Ciclo Térmico 08/04/2019

✓ Teoricamente, as velocidades de
resfriamento decrescem à medida que a
distância da zona fundida aumenta.

✓ Entretanto, do ponto de vista prático e


para a faixa de temperaturas onde ocorre
o fenômeno de têmpera, pode-se
considerar a velocidade de resfriamento
como constante em toda ZTA.

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Fatores Importantes do Ciclo Térmico 08/04/2019

✓ A temperatura máxima atingida e a velocidade de resfriamento dependem


das propriedades físicas do material sendo soldado, onde a velocidade
de resfriamento varia diretamente com a condutividade térmica do
material;

✓ A temperatura máxima atingida varia diretamente com a energia de


soldagem;

✓ A velocidade de resfriamento varia inversamente com a energia de


soldagem. A influência da energia de soldagem na velocidade de
resfriamento é maior em espessuras finas;

✓ A velocidade de resfriamento varia diretamente com a espessura da peça


sendo soldada;

✓ A velocidade de resfriamento limite varia com a energia de soldagem.

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Fatores Importantes do Ciclo Térmico 08/04/2019

✓ O aumento da temperatura inicial da peça a ser soldada aumenta a


temperatura máxima e diminui a velocidade de resfriamento, atuando de
forma equivalente a um aumento da energia de soldagem.

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Fatores Importantes do Ciclo Térmico 08/04/2019

✓ O aumento da temperatura inicial da peça a ser soldada se dá através do


pré-aquecimento, podendo ser em toda peça ou localizado.
✓ A velocidade de resfriamento varia com a forma geométrica das juntas e
com os tipos de juntas a serem soldadas.
✓ Outra técnica bastante utilizada e que intervém no ciclo térmico é o pós-
aquecimento, sendo vantajoso em aços temperáveis.

✓ Na soldagem de múltiplos passes, o efeito do aquecimento do segundo


passe influi no resfriamento dos pontos que já sofreram o efeitos dos
primeiros passes.

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Fatores Importantes do Ciclo Térmico 08/04/2019

✓ O tipo de processo define a energia de soldagem e, portanto, influencia


tanto a temperatura máxima como a velocidade de resfriamento.
✓ Deve-se observar que:
• Quanto maior for a temperatura máxima atingida e,
consequentemente, o tempo de exposição, maior será a ZTA.
• Quanto menor a velocidade de resfriamento, menor a possibilidade
de têmpera.
• Quanto maior a exposição a altas temperaturas, maior a
possibilidade de se obter estruturas com maiores tamanhos de grão.

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Zona Fundida – Transformações Associadas à Fusão 08/04/2019

✓ Durante a breve permanência no estado líquido, a solda sofre alterações


em sua composição química que podem ser atribuídas as seguintes
causas:
• Volatilização: a perda de metal fundido é considerável quando
a pressão de vapor do metal é elevada na temperatura de
soldagem.
• Reações Químicas: as reações químicas no metal líquido são
prejudiciais quando provocam o desprendimento de gases.
• Absorção de Gases: o metal líquido da solda pode dissolver
gases, notadamente o hidrogênio, resultante da decomposição
do vapor d’água no arco elétrico.
• Diluição: o coeficiente de diluição ou simplesmente diluição
indica a participação do metal de base na constituição da zona
fundida.
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Solidificação da Zona Fundida 08/04/2019

Epitaxia:
• Durante a solidificação da zona fundida, o molde tem a função de
resfriador, não influenciando a formação da granulometria do
material, que vai depender principalmente da velocidade de
resfriamento e do número de núcleos.

• Em soldagem, porém, a estrutura de solidificação se desenvolve


como um prolongamento dos grãos da zona de ligação, pois a
solidificação inicia-se a partir de embriões pré-existentes nesta
zona de fusão parcial.

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Solidificação da Zona Fundida 08/04/2019

Epitaxia:
• Os contornos de grão ultrapassam a zona de ligação,
assegurando a continuidade metálica no nível da estrutura
cristalina.

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Solidificação da Zona Fundida 08/04/2019

Epitaxia:
• Este comportamento, mostra que o tamanho do grão depende
diretamente da granulometria da ZTA.

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Solidificação da Zona Fundida 08/04/2019

Crescimento Competitivo de Grãos:


• A partir da orientação pré-determinada pelo metal de base, os
grãos obedecem a um crescimento competitivo.
• Os grãos que dispõem da orientação principal perpendicular às
isotermas, crescem com maior facilidade que os demais, pois é
esta a direção de maior velocidade de resfriamento.

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Solidificação da Zona Fundida 08/04/2019

Crescimento Competitivo de Grãos:


• Assim, a zona fundida, além da granulação grosseira, tem uma
estrutura orientada conforme a curva das isotermas e a
velocidade da fonte de calor.
• A granulação grosseira e a orientação da estrutura exercem uma
influência marcante sobre as propriedades mecânicas da zona
fundida.

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Solidificação da Zona Fundida 08/04/2019

Segregação:
• À medida que a solidificação progride, o líquido se enriquece em
impurezas ou elementos de liga.

• A segregação de fases de ponto de fusão (ou resistência) mais


baixo que a solda é, geralmente, a causa de fissuração a quente.

• A zona fundida com grãos envolvidos por um filme líquido não tem
resistência mecânica suficiente para suportar as tensões de
contração da solda.

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Solidificação da Zona Fundida 08/04/2019

Separação de Substâncias Insolúveis:


• O metal fundido pode conter substâncias dissolvidas que se
separam durante a solidificação.
• É o caso, por exemplo, do hidrogênio, ou mesmo do monóxido de
carbono produzido pela reação do carbono com o óxido de ferro.
• Esses gases podem ser eliminados ou produzir inclusões de
aspecto particular dependendo da relação entre a velocidade de
solidificação e taxa de separação líquido-gás.
• A orientação vermicular evidencia a orientação de solidificação da
solda.
• Quando a substância insolúvel é um sólido ou um líquido, a
composição química varia periodicamente resultando na formação
de camadas destas segregações na zona fundida.

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Solidificação da Zona Fundida 08/04/2019

Pré-Aquecimento:
• O pré-aquecimento consiste no aquecimento da junta em etapa
anterior à soldagem.
• Tem como principal efeito reduzir a velocidade de resfriamento da
junta soldada, permitindo desta forma:
❖ Evitar a formação de martensita;
❖ Aumentar a velocidade de difusão do hidrogênio na junta soldada;
❖ Diminuir as tensões de contração.

• O pré-aquecimento faz com que a junta soldada atinja


temperaturas ligeiramente mais elevadas e que permaneça
nestas temperaturas por mais tempo.
• Isto permite que o hidrogênio dissolvido, em sua maior parte na
austenita, tenha possibilidade de se difundir.
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Solidificação da Zona Fundida 08/04/2019

Pré-Aquecimento:
• Como, ao mesmo tempo, o pré-aquecimento procura evitar a
formação de martensita, verifica-se que o pré-aquecimento reduz
a possibilidade à fissuração pelo hidrogênio.
• O pré-aquecimento influencia também as tensões de contração da
junta soldada.
• As tensões de contração normalmente diminuem com o pré-
aquecimento.
• Entretanto, se a junta possui um alto grau de restrição, as tensões
de contração podem ser aumentadas, por pré-aquecimento
localizado, aumentando a possibilidade de fissuração.
• O pré-aquecimento tem como principal desvantagem, aumentar a
extensão da ZTA.
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Solidificação da Zona Fundida 08/04/2019

Pós-Aquecimento:
• Consiste na manutenção da junta soldada acima da temperatura
ambiente por um determinado tempo, com o objetivo principal de
aumentar a difusão do hidrogênio na solda.
• O pós-aquecimento deve ser executado tão logo a soldagem
termine, de forma a não permitir o resfriamento da junta soldada.

• É conveniente salientar que o pós-aquecimento, por ser


executado em temperatura relativamente baixa, não deve ser
considerado como um tratamento térmico de alívio de tensões.

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Fissuração pelo Hidrogênio (a Frio) 08/04/2019

✓ A fissuração pelo hidrogênio é consequência da ação simultânea


de quatro fatores:
• Hidrogênio dissolvido no metal fundido;
• Tensões associadas à soldagem;
• Microestrutura frágil;
• Baixas temperaturas (abaixo de 150°C).

✓ Nenhum desses fatores, isoladamente, provoca a fissuração a frio.

✓ Compostos que contêm hidrogênio, como por exemplo, o vapor


d’água, decompõem-se na atmosfera do arco, liberando hidrogênio
atômico ou iônico (H+).

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Fissuração pelo Hidrogênio (a Frio) 08/04/2019

✓ As principais fontes de hidrogênio são:


• Revestimento orgânico dos eletrodos;
• Umidade adsorvida ou absorvida pelo revestimento dos
eletrodos , particularmente os de baixo hidrogênio;
• Umidade do fluxo, na soldagem a arco submerso;
• Compostos hidratados existentes na peça, como por exemplo,
a “ferrugem”;
• Umidade do ar.

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Fissuração pelo Hidrogênio (a Frio) 08/04/2019

✓ A solda, no estado líquido, dissolve quantidades apreciáveis de


hidrogênio.
✓ A solubilidade decresce com a temperatura e de forma descontínua
na solidificação e nas modificações alotrópicas.

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Fissuração pelo Hidrogênio (a Frio) 08/04/2019

✓ Consequentemente, na fase final do resfriamento, a solda poderá


estar supersaturada em hidrogênio.
✓ Durante o resfriamento, a ZTA está à temperatura mais baixa que a
ZF, dificultando a difusão do excesso de H+.
✓ A microestrutura de baixa tenacidade como, por exemplo, a
martensita, quando saturada em hidrogênio é consideravelmente
frágil.
✓ A solda, em virtude de sua composição química e das condições
térmicas da soldagem, pode gerar tais microestruturas.
✓ Nessas condições e na fase final do resfriamento, apresentará
regiões frágeis à baixas temperaturas e saturadas em hidrogênio,
que estarão submetidas a um sistema de tensões residuais.

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Fissuração pelo Hidrogênio (a Frio) 08/04/2019

✓ A figura abaixo apresenta os principais tipos de trincas que se


apresentam em função do hidrogênio.

1. Trinca sob cordão

2. Trincas na raiz

3. Trincas na margem

4. Trincas transversais

✓ A têmpera poderá ser inevitável como no caso de aços liga, ou por


descuido, como por exemplo, em peças pré-aquecidas
incorretamente.

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Fissuração pelo Hidrogênio (a Frio) 08/04/2019

✓ Os entalhes, como por exemplo, mordeduras, falta de penetração e


inclusões, promovem, através da concentração de tensões,
deformações plásticas locais que põem em movimento as
discordâncias.
✓ O hidrogênio conduzido pelas discordâncias, aumenta sua
concentração local, favorecendo a fissuração junto aos entalhes.

✓ A maior parte do hidrogênio em supersaturação se difunde e


abandona a solda após um tempo que, como em todo mecanismo
de difusão, depende da temperatura.

✓ É evidente a vantagem do pós-aquecimento de soldas sensíveis à


fissuração à frio, pois nessas condições, por exemplo, a 250°C
durante 2 horas, o hidrogênio é eliminado.

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✓ O ensaio radiográfico não permite detectar certos tipos de trincas,


especialmente as sob cordão, sendo necessário realizar um ensaio
por ultrassom.
✓ As trincas podem aparecer ou se propagarem várias horas após a
conclusão da soldagem.

✓ Dessa forma, torna-se recomendável a realização de ensaios não


destrutivos com uma defasagem de 48 horas.
✓ Esta recomendação se aplica às soldas sem pós-aquecimento.

✓ As medidas preventivas da fissuração pelo hidrogênio são


agrupadas em torno de seus quatro fatores:
1. Teor de hidrogênio 2. Microestrutura frágil 3. Tensões 4. Temperatura

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Fissuração pelo Hidrogênio (a Frio) 08/04/2019

1. Teor de Hidrogênio:
✓ A atmosfera do arco deve ter o menor teor possível em hidrogênio.

✓ Os eletrodos de baixo hidrogênio foram desenvolvidos com este


propósito.

✓ Entretanto, tais revestimentos são altamente higroscópicos.

✓ Em consequência, a secagem e o manuseio desses eletrodos são


de importância fundamental na prevenção do problema.

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2. Microestrutura Frágil:
✓ Quando pode ser evitada ou diminuída é um dos recursos
preventivos.
✓ Alguns dos fatores que diminuem o risco de fissuração por esse
motivo são:

• Pré-aquecimento;
• Aumento da energia de soldagem;
• Metal de adição de menor resistência possível.

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3. Tensões:
✓ A soldagem com menor grau de restrição possível é uma medida
útil.

✓ O tensionamento das juntas soldadas contribui para a fissuração,


especialmente se for levado em conta que a deformação plástica,
através da movimentação das discordâncias, eleva a concentração
de hidrogênio nas extremidades dos entalhes.

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Fissuração pelo Hidrogênio (a Frio) 08/04/2019

4. Temperatura:
✓ Manter a solda a uma temperatura suficiente que permita a difusão
do hidrogênio é uma medida que pode ser empregada.

✓ Isso pode ser feito por meio de:

• Pré-aquecimento;
• Controle da temperatura interpasse;
• Pós-aquecimento.

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Carbono Equivalente (Ceq) 08/04/2019

✓ A adição de elementos de liga no aço é geralmente utilizada para


melhorar as propriedades mecânicas e as propriedades de resistência à
corrosão dos aços.
✓ Entretanto, isto é acompanhado pelo deslocamento das curvas TTT dos
aços para a direita, ou seja, com menores velocidades de resfriamento
pode-se atingir a estrutura martensítica.

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Carbono Equivalente (Ceq) 08/04/2019

✓ Os elementos que afetam de modo mais significativo o deslocamento das


curvas TTT são o C, Mn, Ni, Cr, Cu, Mo e V.
✓ O efeito desses elementos é muito importante na tendência de formação
da estrutura martensítica na ZTA e, portanto, na tendência à fissuração
pelo hidrogênio.
✓ Para se considerar a influência dos elementos de liga é necessário definir-
se o carbono equivalente Ceq.

✓ O Ceq é utilizado para a avaliação de soldabilidade relativa dos aços


temperáveis quanto à fissuração pelo hidrogênio.
✓ Por exemplo, aços com Ceq > 0,40 necessitam de cuidados especiais para
evitar a fissuração pelo hidrogênio.
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Fissuração a Quente 08/04/2019

✓ A fissuração a quente resulta da segregação de fases de ponto de fusão


mais baixo que o metal da zona fundida ou da ZTA.

✓ O mecanismo de fissuração a quente é, hoje em dia, controvertido.

✓ O mecanismo descrito a seguir é um dos possíveis e o classicamente


indicado como o formador da fissura a quente.

✓ Os grãos envolvidos por um filme líquido, oriundo da segregação das


fases de baixo ponto de fusão, não dispõem de resistência mecânica e
ductilidade suficientes para suportar esforços de contração da solda.

✓ Como consequência, surgem trincas do tipo intergranular que se


manifestam macroscopicamente.

✓ As trincas a quente podem ser de escala microscópica, e não são


detectadas pelas técnicas convencionais de inspeção

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Fissuração a Quente 08/04/2019

✓ Nos dois casos, este tipo de trinca apresenta as seguintes características:

• Ocorrem e se originam, invariavelmente nos contornos de grão, espaço


interdendrítico ou intergranular durante a solidificação do metal de
solda.

• Estão sempre associadas à concentração de impurezas nestas regiões


(segregação) durante a solidificação.

• Formam-se em temperaturas próximas da temperatura final de


solidificação.

• São provocadas pelas tensões geradas pela contração da solda.

• Podem localizar-se no metal de solda (ZF), na zona termicamente


afetada (ZTA) do metal de base ou dos passes precedentes do metal
de solda.

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Fissuração a Quente 08/04/2019

Fissuração a quente

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Fissuração a Quente 08/04/2019

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Fissuração a Quente 08/04/2019

Fatores que influenciam as trincas a quente:

• Segregação;

• Alta velocidade de soldagem;

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Fissuração a Quente 08/04/2019

Fatores que influenciam as trincas a quente:

• Segregação;

• Alta velocidade de soldagem;

• Tensões de soldagem;

• Juntas caracterizadas por alto grau de restrição;

• Metal de base com UCS > 30;

• Coeficiente de dilatação linear;

• Resistência mecânica do metal base;

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Fissuração a Quente 08/04/2019

Fatores que influenciam as trincas a quente:


• Diluição no passe da raíz;

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Fissuração a Quente 08/04/2019

Fatores que influenciam as trincas a quente:


• Diluição no passe da raíz;

• Composição química;
• Espessura da chapa;

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Fissuração a Quente 08/04/2019

Fatores que influenciam as trincas a quente:


• Relação profundidade/largura do cordão de solda;

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Soldabilidade 08/04/2019

✓ A soldagem envolve aquecimento, fusão, solidificação e resfriamento de


um material ou de diversos materiais, dependendo da aplicação do
componente soldado.
✓ Assim, as transformações que ocorrem no aquecimento, as fases
formadas durante a fusão, a solidificação e as transformações que
ocorrem no resfriamento determinam o desempenho da junta soldada.

✓ Em outras palavras, a metalurgia da soldagem está intimamente ligada à


qualidade da junta soldada, bem como ao conceito de soldabilidade.
✓ Por soldabilidade entende-se a facilidade com que uma junta soldada é
fabricada de tal maneira que preencha os requisitos de um projeto bem
executado.
✓ Para facilitar a compreensão, é possível desdobrar o conceito de
soldabilidade em soldabilidade operacional, soldabilidade metalúrgica
e soldabilidade em serviço.

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Soldabilidade Operacional 08/04/2019

✓ A soldabilidade operacional diz respeito diretamente à facilidade de


execução da junta.
✓ Esta, por sua vez, está associada às particularidades do processo de
soldagem, à habilidade do soldador e às características do material a ser
soldado.
✓ Com relação às particularidades de processos, por exemplo, tem-se que
no processo TIG a soldagem pode ocorrer em todas as posições
enquanto no processo MIG a posição fica sujeita à regulagem dos
parâmetros no equipamento.

✓ A regulagem mal feita no processo MIG pode acarretar descontinuidades


e comprometer o desempenho da junta soldada.
✓ Se, além da posição de soldagem, houver restrição de acesso à junta
soldada, tanto o processo TIG quanto o MIG podem deixar de ser
adequados.

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Soldabilidade Operacional 08/04/2019

✓ Neste caso, e conforme a qualidade requerida da junta, é recomendada a


utilização do processo de soldagem com eletrodo revestido.
✓ Com relação às características do material a ser soldado, é sabido que
certos materiais requerem uma preparação mais cuidadosa no momento
da soldagem.
✓ Neste caso estão incluídos o alumínio e suas ligas.

✓ Estes são materiais para os quais é necessário proceder à limpeza da


junta antes da soldagem, caso contrário a qualidade da junta soldada
poderá ser seriamente comprometida.

✓ A condutividade térmica também influi na soldabilidade.


✓ A soldagem do cobre, por exemplo, que apresenta alta condutividade
térmica, exige cuidados como o pré-aquecimento em temperaturas na
faixa de 500°C a 700°C.

Prof. Rogério Pontes de Araújo Slide 54 MECN0047-Prática de Oficina


Encontro 7 – Soldagem
Recife,
Soldabilidade Metalúrgica 08/04/2019

✓ A soldabilidade metalúrgica envolve transformações de fase que ocorrem


no aquecimento, na fusão, na solidificação e no resfriamento.
✓ Está associada com a natureza do material e com a transferência de calor
na junta soldada e também pode afetar o desempenho da junta soldada.
✓ A soldabilidade metalúrgica é a que mais diz respeito à metalurgia da
soldagem.
✓ Estão relacionados à soldabilidade metalúrgica:

• O aquecimento mais intenso e crescimento de grão na região soldada;


• As incompatibilidades entre materiais;
• A microssegregação durante a solidificação;
• As transformações de fase na ZTA e na zona fundida.

Prof. Rogério Pontes de Araújo Slide 55 MECN0047-Prática de Oficina


Encontro 7 – Soldagem
Recife,
Soldabilidade em Serviço 08/04/2019

✓ A soldabilidade em serviço diz respeito ao desempenho e à vida útil do


equipamento soldado.
✓ Está associada tanto à escolha do metal de base e de adição para a
soldagem da junta quanto à escolha do procedimento de soldagem, tais
como:

• Parâmetros de soldagem;
• Temperatura de pré-aquecimento;
• Temperatura interpasse;
• Temperatura de pós-aquecimento;
• Tratamento térmico pós-soldagem e outros.

Prof. Rogério Pontes de Araújo Slide 56 MECN0047-Prática de Oficina

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