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PROCESSOS DE

TRATAMENTO DE
EFLUENTES

Prof. Dr. Michel Gerber


POR QUE TRATAR EFLUENTES?
A remoção dos contaminantes visando o atendimento aos
padrões de lançamento estabelecidos constitui o objetivo do
tratamento de efluentes.

Entretanto, devido a sua diversidade, não existe uma fórmula


pronta, adequada para utilização em qualquer situação.

Para atingir o objetivo, existem vários processos de tratamento,


baseados em fenômenos ou princípios físicos, químicos ou
biológicos, ou ainda, em suas combinações.

O tratamento de efluentes é usualmente classificado de acordo


com os seguintes níveis: preliminar; primário; secundário e
terciário.

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PROCESSOS DE TRATAMENTO
Processo Físicos

São caracterizados por operações nas quais predominam


processos físicos. Removem substâncias fisicamente separáveis
dos líquidos ou que não se encontram em dissolução.

Exemplos de processos físicos: remoção de sólidos grosseiros;


remoção de sólidos decantáveis; remoção de sólidos flutuantes;
remoção da umidade do lodo; filtração dos efluentes; incineração
do lodo; diluição dos efluentes; homogeneização dos efluentes e
floculação.

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PROCESSOS DE TRATAMENTO
Processo Químicos

São processos nos quais ocorrem adição de produtos químicos.


São utilizados de forma auxiliar aos processos físicos e
biológicos, ou complementando-os.

Exemplos de processos químicos: coagulação; precipitação


química; oxidação química; cloração e neutralização ou correção
do pH.

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PROCESSOS DE TRATAMENTO
Processos biológicos

Processos que dependem da ação de microrganismos presentes


nos esgotos e na alimentação dos mesmos. Os processos
biológicos procuram reproduzir em dispositivos racionalmente
projetados, os fenômenos biológicos observados na natureza,
condicionando-se em área e tempo economicamente justificáveis.

São classificados em:


• aeróbio (Ex: lodos ativados, filtros biológicos, lagoas aeradas);
• anaeróbio (Ex: reatores anaeróbios, fossas sépticas).

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PROCESSOS DE TRATAMENTO
• Tratamento preliminar: remoção dos sólidos grosseiros;

• Tratamento primário: remoção de sólidos sedimentáveis e


parte da matéria orgânica;
Em ambos predominam os mecanismos físicos de remoção de poluentes.

•Tratamento secundário: predominam mecanismos biológicos,


o objetivo principal é a remoção da matéria orgânica e
eventualmente, nitrogênio e fósforo, coliformes.

• Tratamento terciário: remoção de poluentes específicos


(potencialmente tóxicos ou compostos não biodegradáveis) ou
ainda a remoção complementar de poluentes não suficientemente
removidos no tratamento secundário.

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NÍVEIS DE TRATAMENTO DE EFLUENTES
Efluente Tratamento preliminar Tratamento primário
bruto Remoção de sólidos Remoção de sólidos em
grosseiros suspensão

Exemplos: caixa de gordura, Exemplos: decantadores e


caixa de areia, peneiras, grades, flotadores
equalização, neutralização, etc.

Tratamento terciário Tratamento secundário


Remoção nitrogênio, fósforo, Remoção de matéria
Efluente
coliformes, cor, etc. orgânica, nitrogênio, fósforo,
tratado coliformes
Exemplos: lagoas com plantas
emergentes, ozonização, Exemplos: reatores anaeróbios,
ultrafiltração, osmose reversa, reatores aeróbios, lagoas de
remoção química de P e N, etc. estabilização, filtros biológicos.

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TRATAMENTO
PRELIMINAR

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TRATAMENTO PRELIMINAR

O tratamento preliminar destina-se a remover por ação


física o material grosseiro e uma parcela das partículas
maiores em suspensão no esgoto.

Objetiva principalmente a remoção de sólidos


grosseiros, areia, detritos minerais, óleos e graxas e
ainda faz a equalização de vazão e de carga orgânica.
Os materiais removidos no tratamento preliminar têm
como principal destino os aterros sanitários ou
industriais.

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TRATAMENTO PRELIMINAR

• Gradeamento
• Tanques de remoção de gorduras
• Caixa de areia
• Esterqueiras
• Peneiramento
• Tanque de equalização / neutralização

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GRADEAMENTO
É uma operação realizada por um dispositivo constituído por
barras metálicas paralelas e igualmente espaçadas, destinado a
reter corpos de grande tamanho.

As grades, quanto ao sistema de limpeza, classificam-se em:

• Grades simples – limpeza manual (pequenas instalações);

• Grades mecanizadas – limpeza mecânica (grandes


instalações).

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GRADEAMENTO
Quanto ao espaçamento entre as barras:

• Grades grosseiras – de 4,0 a 10,0 cm – instaladas a


montante de bombas de grande capacidade e, às vezes,
precedem grades mais finas.

• Grades médias – de 2,0 a 4,0 cm – mais comumente


colocadas à entrada das ETEs.

• Grades finas – de 1,0 a 2,0 cm (por vezes até 0,60 cm) –


geralmente empregadas para preparação do esgoto para
lançamento por diluição; processos de lodos ativados; reduzir
escumas em tanques de digestão; proteção de filtros lentos e
os equipamentos de dosagem, etc.

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GRADES MECANIZADAS

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GRADEAMENTO

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REMOÇÃO DE ÓLEOS E
GORDURAS

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REMOÇÃO DE GORDURAS

São denominadas gorduras os materiais como óleos, graxas


e outros de densidade inferior à da água, comumente
encontrados em efluentes, denominados sólidos flutuantes.

A remoção de óleos e graxas pode ser realizada em:


tanques simples, chamados caixas de gordura; dispositivos
de remoção de gordura em decantadores, em tanques
aerados ou em separadores água-óleo.

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CAIXA DE GORDURA

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CAIXA DE GORDURA

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TANQUE REMOÇÃO DE GORDURA

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REMOÇÃO DE AREIA E
SÓLIDOS SEDIMENTÁVEIS

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REMOÇÃO DE AREIA
A unidade de remoção de areia é comumente chamada de caixa
de areia ou desarenador. As caixas de areia destinam-se a
remover areia e outros resíduos (escória metalúrgica, cinzas,
casca de ovo, fragmentos de metal, vidro, etc), decantam quando
a velocidade do esgoto é reduzida.

Esta operação tem por objetivo:

• Proteger o equipamento mecânico móvel da abrasão e


desenvolvimento de qualquer desgaste anormal;
• Reduzir a formação de depósitos pesados dentro das
tubulações, canais e condutos;
• Reduzir a frequência de limpeza do digestor;
• Facilitar a operação das unidades de tratamento.

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CAIXA DESARENADORA

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ESTERQUEIRAS

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PENEIRAMENTO

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PENEIRAMENTO

As peneiras são equipamentos compostos por uma tela de


aberturas menores que as grades, variando de 0,25 a 5,00
mm, sendo usadas para a remoção de sólidos suspensos.

Em função do tipo de remoção do material, as peneiras


podem ser classificadas em peneiras estáticas ou
hidrodinâmicas e móveis.

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PENEIRAMENTO
Peneiras Estáticas ou hidrodinâmicas

São modelos projetados para promover a auto-limpeza


Nestas peneiras o efluente é alimentado de cima para baixo
contra uma tela de aço inox com um desenho especial,
geralmente de formato trapezoidal.

O efluente passa através desta tela e os sólidos não


conseguem atravessá-la sendo coletados em uma
contenedor localizado na parte inferior da peneira.

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PENEIRAMENTO
Peneiras móveis

Os principais tipos de peneiras móveis são constituídos de


cilindros giratórios formados por telas de aço inoxidáveis,
através das quais o efluente passa, retendo o material que
se pretende remover.

Em função do sentido do fluxo, essas unidades podem ser


classificadas em: fluxo tangencial, fluxo axial e fluxo
frontal.

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PENEIRA ESTÁTICA ou HIDRODINÂMICA

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PENEIRA ESTÁTICA

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PENEIRA AUTO-LIMPANTE

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MICROFILTRO ROTATIVO

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MICROFILTRO ROTATIVO

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ESTEIRA DE PENEIRAMENTO MECÂNICO

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PENEIRAMENTO

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DIMENSIONAMENTO

Ta x a d e a p l i c a ç ã o ( m 3 / m 2 . h )
Malha (mm)
Estática ou
Rotativa
hidrodinâmica
0,25 15 25

0,50 20 45

0,75 25 65

1,00 30 80

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EQUALIZAÇÃO -
NEUTRALIZAÇÃO

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EQUALIZAÇÃO – NEUTRALIZAÇÃO
A equalização tem por finalidade minimizar as variações de
vazão e a concentração dos parâmetros de interesse no
efluente. Estas operações podem ser realizadas no mesmo
equipamento ou separadamente.

A neutralização tem por objetivo regularizar o pH dos


efluentes para posterior tratamento ou lançamento no
corpo receptor.

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EQUALIZAÇÃO – NEUTRALIZAÇÃO
Os tanques de equalização podem ser:

✓ Nível constante - não regularizam a vazão, apenas


uniformizam a concentração de carga orgânica e servem,
também, para neutralização.

✓ Nível variável - serve para equalização e neutralização onde


o nível varia para regularizar a vazão. Em momentos em que a
vazão aumenta na entrada da bacia, o nível da mesma
automaticamente sobe, mantendo-se na saída uma vazão
constante. Nos momentos em que a vazão diminui, ocorre o
contrário, mas sempre mantendo-se constante a vazão de saída.

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TANQUE DE HOMOGENEIZAÇÃO

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TANQUE DE HOMOGENEIZAÇÃO

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TANQUE DE HOMOGENEIZAÇÃO

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TANQUE DE HOMOGENEIZAÇÃO- AGITADORES

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SISTEMAS DE AERAÇÃO

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DIMENSIONAMENTO
Pelo tempo de detenção:

• desejável: 24 h ou número de horas de operação da


fonte geradora

Quando não for possível:

• Elaborar o perfil de vazão;


• Montar o hidrograma;
• Determinar o volume mínimo de Equalização;

• Mínimo de 6 h!

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DIMENSIONAMENTO

Recomendações
Profundidade: 3 – 5 m
Preferencialmente quadrados

Densidade de potência

Efluentes com poucos SSed.: 10 W/m3


Efluentes diversos: 10- 20 W/m3
Efluentes como muitos Ssed: 30 – 40 W/m3

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NEUTRALIZAÇÃO
Para ajuste do pH podem ser utilizados:

• Para acidificação: H2SO4 , HCl , H3PO4, CO2

• Para alcalinização: NaOH, Na2CO3, Ca(OH)2

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EXEMPLO 1 – DIMENSIONAMENTO PENEIRAS
Dimensione uma peneira hidrodinâmica para a remoção de sólidos
de um efluente com vazão de 20 m³.h-1
1. Selecione a malha da peneira: 0,5 mm (slide 38)

2. Selecione a taxa de aplicação (ta): 20 m³.m-².h-1;


3. Determine a área de filtração:
A = Q ÷ ta = 20 m³.h-1 ÷ 20 m³.m-².h-1 = 1 m²

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EXEMPLO 2 – TANQUE DE EQUALIZAÇÃO
Dimensione um tanque de equalização considerando a vazão média
do efluente industrial de 10 m³.h-1.

1. Determine a vazão diária(Q): Q x h= 10m³.h-1 x 24h = 240 m³.d-1


2. Selecione o tempo de detenção(td): 1 d = 24 h
3. Calcule o volume útil (V): Q x td = 240 m³.d-1 x 1 d = 240 m³
4. Selecione a profundidade útil (h): 4 m
5. Calcule a área superficial(A): Q ÷ h = 240 m³÷ 4 m = 60 m²
6. Calcule as dimensões: A = L x L = L² = 60 m² = 7,75 m
7. Selecione a densidade de potência: 30 w.m-³ (slide 48)
8. Calcule a potência necessária: 30 w.m-³ x 240 m³= 7,2 Kw ou 9,6 cv
≈10 cv

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EXERCÍCIO 3
No monitoramento de um efluente industrial, foram registrados os
seguintes dados:

Pergunto:
- PRECISA DE TANQUE DE EQUALIZAÇÃO E DE NEUTRALIZAÇÃO?
PQ? SE SIM, DIMENSIONE!

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EXERCÍCIO 4

Dimensione um equalizador e uma peneira hidrodinâmica que


deverá estar pós esse tanque. Considerar a vazão horária
máxima 45 m3.h-1; vazão horária média 25 m3.h-1.

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