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de Alumínio
Examinado por:
RIO DE JANEIRO, RJ -
i
Gomes, Davi Pegado
Estudo de um Procedimento de Soldagem para liga de
i
Dedicatória
Dedico este trabalho ao meu irmão, por estar sempre ao meu lado. A minha mãe, por
esperar 15 anos até a minha formatura e sempre confiar em mim. A minha esposa, por
ter me apoiado e compreendido todos os finais de semana que passei estudando. E ao
meu amigo Igor Jablausky (Geninho) por ter traduzido do difícil para o fácil todas as
matérias da faculdade.
3
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer a minha família, que me apoiou muito durante toda a graduação.
4
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte
dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Naval e Oceânico.
Setembro/2017
Oceânica
5
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of
the requirements for the degree of Marine Engineer and Naval Architect.
September/2017
6
SUMÁRIO
1 Introdução..............................................................................................9
1.1 Motivação.........................................................................................9
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................10
2.2.1 Introdução................................................................................13
2.3.3 Equipamento.............................................................................20
2.6.1 Introdução................................................................................26
vii
2.6.3 DEFEITOS DE SOLDA..................................................................35
2.7.1 Construção................................................................................41
2.7.2 Reparo......................................................................................41
3 Materiais e métodos................................................................................42
3.1 Materiais.........................................................................................42
4 Resultados Obtidos.................................................................................51
4.1 Soldagem........................................................................................51
5 Discussão..............................................................................................64
6 Conclusões............................................................................................66
7 Referências bibliográficas........................................................................68
1 INTRODUÇÃO
1.1 Motivação
O alumínio tem sua aplicação em muitas áreas e, no caso específico deste trabalho
para estruturas de embarcações, é especialmente adequado devido à sua elevada
resistência à corrosão em ambiente marinho associada à elevada resistência
mecânica “específica”, que é a resistência em relação ao peso. Conforme a
classificação AA as ligas de alumínio fundidas são classificadas com 3 dígitos (XXX)
e as ligas conformadas mecanicamente são classificadas com 4 dígitos (XXXX),
sendo que estes dígitos estão relacionados aos elementos de liga e, para as ligas
conformadas (séries 1xxx a 8xxx), a classificação recebe ainda identificação da
condição em que se encontram na fabricação, se “como fabricadas” (F) ou
recozidas (annealed) para relaxar a estrutura (O), ou ainda se endurecidas por
encruamento
(H) ou por tratamento térmico (T).
1
uma
1
recristalização (perdendo o encruamento) ou uma solubilização (perdendo o
envelhecimento). Assim as ligas que menos sofrem na soldagem são aquelas que
não são endurecíveis na fabricação, e que sejam fornecidas relaxadas, ou seja, as
ligas 1xxx, 3xxx ou 5xxx na condição recozida (O). [1]
As ligas desta série, com teor abaixo de 2,5% Mg (5052, 5252, 5005, 5050),
quando soldadas com os processos de fusão a arco ficam sujeitas à fissuração a
quente durante a fase de solidificação, caso o metal de adição utilizado tenha a
mesma composição química do metal da base. Este problema pode ser superado
pelo aumento do teor de Mg da poça de solda para mais de 3,0% Mg, o que pode
ser feito mediante o uso de um metal de adição adequado.
Figura 1- Macrografia apresenta a seção de uma junta soldada laser CO2. [2]
1
2.1.4 METAL DE SOLDA (MS)
2.2.1 Introdução
Uma boa solda é o resultado do trabalho feito por um soldador qualificado e
dedicado com uso do equipamento correto e um procedimento de soldagem
previamente testado e aprovado para as propriedades que a junta requer. Porém,
existem vários outros fatores que não são da própria operação de soldagem, que
afetam os resultados finais, e que merecem importância. Neste tópico,
abordaremos estes fatores.
1
2.2.2 Estocagem e Manuseio do Alumínio
O alumínio deve ser limpo e livre de umidade sempre que tiver que ser soldado,
para evitar porosidade na solda. Desta forma, é fundamental que o material seja
estocado e manuseado adequadamente, o que pode significar economia no custo
de preparação. O alumínio tem uma formação natural de um filme de óxido sobre a
sua superfície. E é este filme que confere ao alumínio e suas ligas resistência à
corrosão elevada. Todavia, a superfície do filme de óxido é porosa e pode reter
umidade e sujeira. Nessas circunstâncias, os processos de soldagem com proteção
de gás inerte só conseguem remover esse filme quando a sua espessura é
adequada. Se a película de óxido é espessa demais e está contaminada, além de
causar instabilidade ao arco de soldagem haverá porosidade na solda. Sendo
assim, todo cuidado deve ser tomado para assegurar que um filme de óxido com
espessura maior do que a normal não se forme sobre a superfície do alumínio
durante o processo de estocagem. Para isto, devemos conservá-lo em local seco e
numa temperatura regular. A umidade aprisionada entre as camadas atua como
um eletrólito, causando corrosão das superfícies do metal, além de destruir a sua
aparência. Métodos como escovamento, esmerilhamento ou ataque químico podem
remover a mancha d’água. [3]
1
Tabela 2- Vantagens e desvantagens das juntas mais comuns na soldagem do alumínio;
Fonte: [1]
1
adotados em juntas de chapa, com e sem backing, estão ilustrados nas figuras 3 e
4 respectivamente.
1
2.2.6 Operação de Interpasse
As soldas em passes múltiplos requerem alguns cuidados para assegurar que
nenhum tipo de defeito seja introduzido entre os passes de solda. A operação de
escovamento após cada passe depositado contribui para:
1
Figura 5 - Solda MIG; Fonte: [3]
2
2.3.1 Características do Processo MIG
A soldagem MIG apresenta algumas vantagens que não são possíveis com a TIG,
tais como:
2.3.3 Equipamento
Para empregar o processo MIG é necessário possuir os seguintes equipamentos e
consumíveis:
2
2.3.4 Materiais de Soldagem
Os materiais consumíveis, com exceção das peças sobressalentes do equipamento
MIG, são o eletrodo e o gás inerte.
2.3.4.1 Eletrodo
O arame eletrodo é um componente muito importante no processo de soldagem
MIG, visto que a economia da operação e a integridade da junta soldada
dependem de certas características do arame utilizado, as quais estão intimamente
ligadas com a tecnologia empregada na fabricação deste produto. O arame MIG
desempenha duas funções: a primeira é que ele atua como o anodo do arco, e
segunda, participa na solda como metal de enchimento. Como anodo, deve
manter-se sempre centrado em relação ao bocal de gás, assim como a sua ação
de fricção no interior do bico de contato deve ser perfeita, de modo que a
corrente de soldagem seja transferida consistentemente. Para se evitar a
ocorrência de porosidade na solda, é fundamental a qualidade da limpeza
superficial do eletrodo MIG utilizado. A proteção correta do arame durante a
armazenagem, bem como, em uso é também importante. Algumas precauções
adicionais podem ser necessárias quando há qualquer possibilidade de formar
umidade sobre a superfície do eletrodo. Isto pode acontecer se o arame é
armazenado em local sem controle de temperatura e depois é levado para o interior
da fábrica, onde a temperatura esteja alta, e em seguida retirado da embalagem
antes que atinja a temperatura ambiente. Recomenda-se que os eletrodos sejam
armazenados em local limpo e seco, a temperatura controlada e uniforme (18-
27°C). Esta recomendação é especialmente importante quando se trata de
eletrodos nas ligas da série 5XXX.
2
dos dois gases fornece soldas com perfis intermediários. O argônio é utilizado em
geral na soldagem semi-automática, bem como, em algumas situações, na
automática também. Isto se deve à boa penetração e à limpeza das soldas obtidas
com ele, além de seu custo ser mais em conta do que o do hélio. O uso do hélio
puro é limitado à soldagem automática de juntas de topo em metal muito espesso,
onde a velocidade de soldagem elevada, a penetração superior e o perfil de
penetração mais adequado justificam o custo adicional do gás. Misturas de argônio
e hélio são de grande utilidade em soldagem semi-automática de metal espesso,
ou onde é preciso tirar proveito de um arco mais aquecido. Elas são recomendadas
na execução de soldas em passes múltiplos com os eletrodos nas ligas da série
5XXX, como também na maioria das soldagens automáticas em metal base com
espessura acima de 1/2" (12,7 mm); principalmente em juntas de topo onde se
requer penetração máxima. Para este trabalho o argônio puro é a opção.
2
A sequência das etapas no processo de desenvolvimento normalmente segue a
forma abaixo:
2
mecanização da tocha permite que as velocidades de soldagem desenvolvidas
sejam muito maiores e mais uniformes do que no processo semi-automático. Além
disso, soldas de grande extensão podem ser feitas sem as interrupções e
reinícios que normalmente são necessários na soldagem semi-automática. A
vantagem principal de se utilizar uma corrente alta, como na solda automática, é
que ela permite fazer soldas com poucos passes, sem praticamente nenhuma
necessidade de se preparar as bordas. Por exemplo, espessuras de metal até 12
mm podem ser soldadas em chanfro com um único passe, e espessuras até 40 mm
com apenas dois passes, sendo um de cada lado. A preparação, onde requerida,
consiste apenas de um pequeno bisel de 6 mm de profundidade em 25 mm de
material empregado, para diminuir a altura do reforço de solda e para servir de
orientação ao operador do equipamento no percurso da junta. Em geral, a
utilização da soldagem automática resulta numa qualidade de solda melhor e
mais consistente, a um custo menor. De qualquer maneira, custos adicionais de
equipamentos e montagem podem não ser justificativos para volumes de produção
pequenos. A soldagem automática é muito vantajosa quando a mesma pode ser
feita na posição plana (ou na horizontal nas soldas de filete), pois, caso contrário,
nem sempre é possível justificar o custo de um posicionador que viabilize a
soldagem fora de posição. As vantagens gerais do MIG automatizado em relação ao
semi-automático são:
2
Tabela 4- Detalhes Importantes de uma Solda; Fonte: [1]
2.6.1 Introdução
A Qualidade na Soldagem é necessária, primeiramente, para assegurar que
operadores, procedimentos e equipamentos sejam capazes de produzirem soldas
que atendam às exigências dos códigos ou normas segundo as quais foram feitas e,
por último, garantir que esta qualidade seja mantida durante a produção. É
reconhecido que o custo da soldagem será mais caro quanto maior for o nível
de qualidade
2
requerido pela solda, e maior será a necessidade de supervisão para manter esta
qualidade. Portanto, é muito importante que se tenha uma atitude realista, de
modo que as soldas sejam produzidas com ótima combinação de custo e
qualidade. O controle da qualidade é uma associação das responsabilidades de
todas as pessoas envolvidas com a operação de soldagem. Ela começa com a
adequada armazenagem e proteção do metal base, e encerra com um produto final
aceitável.
• Projeto da junta
• Procedimento de soldagem
• Preparação do metal
• Tipos e eficiência dos dispositivos.
• Desempenho dos equipamentos de soldagem
• Qualidade dos consumíveis de soldagem
• Condições de trabalho
• Habilidade do soldador e dedicação à qualidade.
1) ensaios não-destrutivos;
2) ensaios destrutivos.
2
2.6.2.1.1 Inspeção Visual
A inspeção visual é o primeiro passo a ser tomado para se verificar a qualidade de
uma junta soldada. Todos os outros exames não destrutivos devem ser executados
após um bom exame visual, que pode ser feito a olho nu ou com o auxílio de lupa.
A inspeção visual é utilizada antes e após a soldagem. Antes, para detectar defeitos
de geometria da junta (ângulo do bisei, ângulo do chanfro, nariz do bisei e abertura
das partes a serem soldadas) e descontinuidades do metal base. Após a
operação de soldagem, o exame visual tem por finalidade detectar possíveis
defeitos induzidos durante a soldagem, tais como: perfil ou tamanho de solda
incorreto, irregularidade na aparência do cordão, poros superficiais, falta de
penetração, trincas superficiais no metal de solda e na zona termicamente afetada,
mordeduras e outros.
3
removido com água.
3
Depois que o produto utilizado na remoção do excesso de penetrante estiver seco,
aplica-se o revelador na superfície a ser examinada. Por fim, o inspetor realiza a
inspeção visual da solda à procura de possíveis defeitos. A inspeção por líquido
penetrante, além de utilizada para detectar defeitos superficiais, é muito comum
ser empregada, também, para verificar a existência de defeitos na raiz das soldas
após a operação de goivagem do lado reverso da junta aquele já soldado. E, no
caso de existir algum defeito, o mesmo deve ser removido para, em seguida, a
soldagem da junta ser completada.
No ensaio destrutivo, a solda ou o conjunto soldado tem que ser seccionado para
fornecer o corpo de prova de teste. O corpo de prova é preparado com os mesmos
materiais e soldado do mesmo modo e posição tal como será futuramente utilizada
na produção. Os métodos de ensaios destrutivos encontram maior aplicação,
principalmente, nas qualificações de processo, procedimentos, soldadores e
materiais. Os ensaios destrutivos compreendem os testes de fratura, dobramento,
tração, dureza e análise metalográfica.
3
caso de ligas de alumínio não endurecidas, como a 5083 condição O,
3
pois não existe nenhum tipo de transformação na zona afetada que pudesse reduzir
a resistência mecânica do material.
3
Figura 9 - ensaio de Dobramento [2]
3
Figura 11 - CP Após Teste de Dobramento (Reprovado)
3
Figura 12 - Macrografia de uma junta soldada; Fonte: Portal Metalica
3
2.6.3 DEFEITOS DE SOLDA
2.6.3.1 Trincas
As trincas são fissuras que podem ocorrer tanto no metal de solda como na zona
termicamente afetada durante a solidificação e resfriamento da solda. Para que elas
ocorram é necessário que haja uma combinação de fragilidade metalúrgica (em
geral uma fragilização em alta temperatura devido à presença de filmes
líquidos em material sólido) e tensões aplicadas. O principal tipo de trinca para
ligas de alumínio é a trinca a quente, que ocorre devido à elevada expansão
térmica no aquecimento seguida de forte contração durante a solidificação. Caso
existam regiões ainda líquidas no momento em que a solda começa a ser
tracionada pelas restrições impostas na soldagem, figura 13, os filmes líquidos
abrem trincas no material [2].
Metal de solda líquido
restrição restrição
3
As trincas a quente sempre ocorrem em regiões que sofreram fusão na soldagem,
porém podem ser trincas de solidificação quando ocorrem no metal de solda,
ilustrada na figura 14; ou podem ser trincas de liquação quando ocorrem por efeito
de fusão na zona de ligação e ZTA, figura 15 [7].
3
Susceoptibilidade ao Trincamento a
% elemento de liga
3
2.6.3.2 Falta de Penetração
A falta de penetração ocorre onde a solda não penetra toda a espessura do metal
base, quando a soldagem ocorre de um lado apenas, ou onde as soldas não se
interpenetram suficientemente quando a soldagem se realiza dos dois lados da
junta. A falta de penetração é um defeito crítico, uma vez que ela atua como um
ponto de concentração de tensões a partir do qual pode iniciar uma falha maior.
Nas soldas em chanfro, a falta de penetração é usualmente o resultado de baixas
correntes de soldagem, abertura de junta insuficiente, preparação de borda
inadequada, ou velocidade de deslocamento excessiva para a corrente que está
sendo empregada. Nas soldas de filete, a penetração total é conseguida quando a
solda penetra os dois membros a uma profundidade suficiente que assegure a fusão
na raiz. Nas juntas “T”, a presença de uma região não fundida entre as duas
soldas de filetes não constitui necessariamente uma falta de penetração.
A falta de fusão ocorre quando o metal de solda não consegue coalescer com o
metal base ou com metal de solda anteriormente depositado. As causas principais
deste defeito em soldas de alumínio são: corrente de soldagem insuficiente,
comprimento de arco longo, preparação inadequada da borda e/ou metal base
com película de óxido espessa. O último pode ser evitado por meio de
escovamento da junta pouco antes da operação de soldagem, e também com o
escovamento entre passes em soldas multipasses, para não só remover o filme de
óxido como também a fuligem proveniente da soldagem. É importante que as
condições que dão origem a este defeito sejam conhecidas, uma vez que ele é
difícil de ser detectado pelos métodos de ensaio não destrutivos.
3
2.6.3.4 Mordedura
2.6.3.5 Porosidade
4
2.6.6 QUALIFICAÇÃO DE SOLDADORES
Geralmente, as especificações estipulam que a operação de soldagem é para ser
feita somente por soldadores que já tenham sido qualificados. Esta qualificação é
conseguida por meio de testes, que comprovam a habilidade do soldador em
produzir soldas sem defeitos nos vários tipos e posições. Alguns exemplos de
normas e especificações publicadas para qualificação de soldadores são citadas a
seguir:
2.7.1 Construção
A construção de uma embarcação é um trabalho complexo que se utiliza de muitas
áreas diferentes. Áreas como planejamento, mecânica, elétrica, tubulação,
acabamento, pintura, caldeiraria entre outras. Nossa área de interesse neste
trabalho é a caldeiraria. Para a construção de uma nova embarcação com seus
blocos e edificação, a solda é figura fundamental neste processo.
A solda deve ser muito bem avaliada, como aporte de calor, posição de solda e
outros parâmetros, pois o aquecimento da solda causa deformação na chapa e
tensões acumuladas.
2.7.2 Reparo
No reparo, não é possível escolher tão facilmente a posição à ser soldada, pois o
barco já está pronto, logo a posição vai de acordo com a necessidade. Porém, a
solda não é menos importante que na construção, pois a dificuldade de solda é
muitas vezes maior por falta de acesso, e muita das vezes existe a fusão de uma
chapa nova com uma chapa velha dificultando assim o trabalho do soldador.
4
3 MATERIAIS E MÉTODOS
O estudo de caso foi conduzido através de uma análise passo a passo das
características exigidas para a soldagem da liga, como apresentado no tópico
Estudo para a Qualificação do Procedimento. Esta análise levou à soldagem das
chapas utilizando o processo convencional MIG, com parâmetros de soldagem
usualmente aplicados para as diferentes posições de soldagem de chapa, plana,
horizontal, vertical ascendente e sobre-cabeça; e foram realizados os testes de
qualificação exigidos pela norma AWS D1.2. Como existiram desvios nos resultados
em relação ao esperado, foram conduzidas análises microestruturais para
evidenciar as causas dos desvios. Neste capítulo estão apresentadas características
dos materiais utilizados e dos métodos de soldagem, ensaios e análises.
3.1 Materiais
Foi adquirida uma chapa de liga AA 5083-O, espessura 7 mm, e esta foi cortada em
chapas de teste para a soldagem nas dimensões de: 400 x 200 mm
4
3.2 Estudo para a Qualificação do Procedimento Norma AWS D1.2
Espessura: 7 mm
4
Posições: 1G, 2G, 3G e 4G.
Chanfro: figura 20
1º
Passo
Verificar composição química e resistência mecânica do metal de base. OK.
2º Passo
Definir consumível compatível com metal de base, conforme a tabela 8. OK.
O arame sólido adotado corresponde ao eletrodo AWS ER5183, bitola 1,2 mm, e a
soldagem foi utilizada com argônio puro de solda. A tabela 9 apresenta a
composição química do arame comparado aos requisitos da AWS.
4
Tabela 8- Composição Química do Material de Adição (% em peso), Fonte: [5]
3º Passo
Verificar quais os ensaios para qualificar a espessura da chapa.
4º Passo
Verificar tipo e quantidade de corpos de prova para os ensaios mecânicos.
4
Figura 21 - Esquema para obtenção de CPs; Fonte: [5]
5º Passo
Verificar critério de aceitação dos ensaios mecânicos.
4
6º Passo
Verificar tipos de ensaios não destrutivos.
7º Passo
Posição de Soldagem
4
As posições soldadas nesse trabalho foram. 1G, 2G, 3G e 4G.
8º P Figura
asso 22 – Posições de Soldagem, Fonte: [5]
Para este teste foi utilizada corrente contínua, polaridade positiva CC+. Desejável
transferência spray, obtida para a faixa de correntes de 165-225A e tensões entre
24-29Volts. [5]
4
Figura 23 – Solda sobre-cabeça
5
As posições soldadas foram:
Plana
Horizontal
Vertical
Sobre Cabeça
Amperagem
Voltagem
Velocidade de Soldagem
Velocidade de alimentação do Arame
Stick-out (Tamanho inicial do Arame)
Energia de Soldagem
5
4 RESULTADOS OBTIDOS
4.1 Soldagem
5
Figura 25 – 1G
Figura 26 – 2G
Figura 27 – 3G
Figura 28 – 4G
5
Figura 29 – Dureza 1G
Figura 30 – Dureza 2G
Figura 31 – Dureza 3G
Figura 32 – Dureza 4G
5
4.3 Ensaios de Qualificação
5
Verifica-se que:
5
Figura 35 - Fratura do CP de tração rompido, frágil
5
Figura 37 – Tricas a Quente na raiz da solda da posição 1G. Micrografias por microscopia
ótica, vista geral e detalhe, com ataque de Keller
Figura 38- Tricas a Quente na raiz da solda da posição 1G. Micrografias por microscopia
ótica, vista geral e detalhe, com ataque de Keller
5
Um aspecto interessante é que as trincas a quente não estão no metal de solda e
sim na margem da solda, na raiz, onde deveria ser metal de base. A figura 39
mostra uma vista da solda na raiz e a figura 40 apresenta a macrografia, ambas da
posição 1G, e pode-se observar que existe um aspecto fundido onde estava
posicionado o backing. No detalhe da figura 41, pode-se constatar que a junta foi
soldada em 3 passes, identificado pela sequência na figura 42, e que existe uma
região próxima à linha de fusão do passe de raiz que mostra um material fundido
porém sem participação de consumível. Esta fusão muito larga, retida pelo backing,
foi provavelmente causada pela adoção de elevada energia de soldagem, como
mostrado na Tabela 12. Este elevado aporte de calor, que causou uma fusão
excessiva nas laterais da raiz.
Cabe ressaltar que ligas da série 5XXX não apresentam grande susceptibilidade à
fissuração aquente devendo ter ocorrido uma grande restrição na soldagem.
5
Figura 39- Aspecto da Superfície na Raiz 1G
6
Figura 41- Passes e MB fundido
Figura 42 – MB fundido
6
Figura 43 - Aspecto da raiz da solda da posição 2G, com a contra-solda
Figura 44– Macrografia da solda da posição 2G, com a contra-solda (passe 4). Ataque de
Keller.
6
Figura 45 – Aspecto da raiz da solda da posição 3G.
6
Figura 47– Aspecto da raiz da solda da posição 4G.
6
5 DISCUSSÃO
6
Ao comparar os parâmetros da literatura com aqueles utilizados neste trabalho,
tabela 14, foi constatado que os parâmetros elétricos estão mais elevados, pois a
literatura define que a transferência metálica para o alumínio deve ser spray e a
montagem do chanfro de acordo com a AWS, exigiria uma abertura muito menor,
de apenas 2,4 mm quando foi utilizado 7 mm. Esta abertura foi usada por
uma recomendação do soldador, mas mostrou-se ineficiente, pois exigiu velocidade
muito baixa o que elevou muito o aporte térmico e causou os defeitos.
6
6 CONCLUSÕES
Este trabalho avaliou uma EPS adotada para união de chapas de topo em todas as
posições de soldagem. Os ensaios de qualificação evidenciaram defeitos que não
seriam esperados para este tipo de liga, as trincas a quente na raiz das soldas, com
rejeição do procedimento.
1- O uso de backing mascarou o limite de aporte de calor que deveria ter sido
imposto na raiz das soldas, mostrando que é necessário maior controle
dos parâmetros, independente das percepções do soldador.
2- Chanfros muito abertos facilitam a fusão, mas podem exigir o uso de
velocidades muito baixas para um pleno preenchimento do chanfro, o
que intensificou o problema de um aporte muito alto.
3- Tensões e correntes fora das recomendações para uma transferência
spray também podem impor velocidades mais baixas e intensificar o
problema.
6
7 TRABALHOS FUTUROS
6
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://www.esab.com.br/br/pt/education/apostilas/upload/1900810_rev1_caminho
sparasoldarmelhor_ok.pdf
https://pubs.aws.org/Download_PDFS/WHB-1.9PV.pdf
http://www.aws.org/certification/detail/aws-d12-structural-welding-code-aluminum
https://www.linkedin.com/pulse/resist%C3%AAncia-mec%C3%A2nica-annelise-
zeemann
[7] Trincas na soldagem de alumínio. Publicação site The Welding Institute (TWI).
http://www.twi-global.com/technical-knowledge/job-knowledge/weldability-of-
materials-aluminium-alloys-021/