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Segunda, 5 / 2 / 2007 Shalom Internacional - Página Inicial

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TEMAS PARA FORMAÇÃO ESPIRITUAL

TEMA 1: MISSÃO PROFÉTICA DO MINISTRO DE ENSINO

Emílio César Porto Cabral

Isaías 6 Fala sobre a vocação do profeta Isaías. O que que isso pode se relacionar conosco? Nós
temos também uma missão como o profeta Isaías. Qual é a nossa missão? Formar o povo de Deus
através dos cursos de FB e outros cursos e outros retiros que a gente vai ver e poder aprofundar.
Mas muitas vezes a gente enfrenta dificuldades, ficamos na dúvida em saber se é isso mesmo.
Então, quero partilhar com vocês a caminhada do profeta Isaías, especialmente sua vocação, e como
isto pode nos ajudar a entender melhor e aprofundar nossa missão, o nosso chamado no Centro de
Formação.

"No ano da morte do rei Ozias, vi o Senhor sentado sobre um trono alto e excelso." Então, o profeta
viu o Senhor. Isto é muito interessante, pois Isaías vê o Senhor, é ele quem está vendo. É uma
experiência pessoal dele com Deus. Ele não diz: "me disseram que o Senhor é assim, assim..." ou "o
fulano de tal viu o Senhor e a visão era assim..." Não, ele vê o Senhor, ele olha para o Senhor. O
verbo está na primeira pessoa e isto significa que ele tem uma experiência pessoal com Deus. Não é
um entendimento intelectual, não foi fruto do esforço intelectual dele, do que disseram a ele. O
profeta vê o Senhor e tem uma experiência pessoal com Deus. É muito importante que cada um de
nós, cada cristão, mas falando direcionado aos professores, aos ministros de ensino, aos que
trabalham no Centro de Formação, que cada um de nós tenha essa experiência pessoal com Deus.
"Ah, mas isso é coisa de seminário de vida no Espírito Santo". É pode até começar no seminário,
mas no último instante da sua morte você vai precisar renovar esta experiência.

Porque ninguém, nem a autoridade, nem a comunidade pode se colocar no lugar desta experiência
com Deus. Nem o papa pode dizer para você: "Deus é assim, assim...", o papa não pode entrar no
seu lugar e assumir a experiência que você precisar ter com Deus, não pode se colocar no meio
desta experiência, simplesmente. Não se pode dizer: "Não, eu não tive esta experiência mas o papa
teve". Não, você precisa ter esta experiência com Deus. O ministro de ensino precisa ter esta
experiência, forte, com Deus. Não um Deus intelectual, que se manifesta, simplesmente, no
intelecto, que conheço só quando eu leio a Bíblia ou um livro, não um Deus que me falaram, que me
disseram, mas um Deus que se manifesta pessoalmente a mim. Como está a nossa experiência
pessoal com Deus? É forte? É intensa? É concreta? É verdadeira? Ou passa mais pelo o que me
disseram, pelo o que eu entendo, pelo o que eu conheço? Ou eu vivo de memória, de uma
experiência que eu tive há muito tempo atrás? Qual é o meu relacionamento, hoje, com Deus? É um
relacionamento pessoal? Deus é uma pessoa, não é uma idéia. Você tem um amigo? Você conhece o
seu amigo? Tem intimidade com ele? Sabe, mais ou menos, o que ele gosta ou não? Ele também
sabe em relação, a você? Sabe. Ele é uma pessoa esse seu amigo ou amiga? É. Você se relaciona
com ele, ou ela, como uma pessoa, não é? E com Deus? Deus é uma pessoa. Você se relaciona com
Deus dessa forma, na simplicidade com uma pessoa? Você tem ou já teve um amigo que não
conhecia? Que nunca foi apresentado a ele, nunca partilhou com ele, nunca contou tuas dificuldades,
teus problemas, teus traumas, ou nunca ouviu as alegrias dele os seus desejos? Isto não existe.
Você já teve um amigo ideal, só de idéias? Que tinha sentimentos, não tinha vontades, não tinha
idéias? Não Deus é uma pessoa e por isso tenho que me relacionar com ele como uma pessoa, não
como uma idéia, como um conceito. "Eu vi o Senhor". Eu espero que um dia a gente possa dizer,
acho que a maior parte de nós podemos. Mas devemos, ainda sempre mais, nos aprofundar esta
experiência pessoal para um dia nós podermos dizer: "Eu vi o Senhor".

Não é uma coisa: ah, não, nunca tive êxtase! Não precisa ter êxtase. Santa Teresinha nunca teve
como Santa Teresa D’Ávila, mas ela podia dizer: "vi o Senhor". Pode ser simples, e Deus age muitas
vezes na simplicidade. Pode ser a coisa mais simples, mas se eu tenho um relacionamento
verdadeiro com Deus, que é uma pessoa, eu posso dizer com certeza, com segurança, com
tranqüilidade no meu coração: "vi o Senhor". E isso me dá tranqüilidade, me dá segurança, me dá
maturidade espiritual e humana. Quem tem uma experiência com Deus tem todo um conhecimento
que a gente vai ver. É o próprio Deus que mergulha no conhecimento dele, que mergulha no mistério
dele. Você já viu algumas pessoas muito simples que nunca estudaram, mas quando você conversa
com elas é um poço de sabedoria, pessoas cristãs, religiosas. Tive essa experiência uma vez. Eu
estava numa missão, conversei com um irmão da comunidade de vida, que era muito simples, que
tinha sido transferido de uma outra missão porque o pessoal achava que ele tinha alguns problemas,
mas na verdade ele não tinha nenhum problema. O problema dele era que ele era muito simples. Ele
não tinha conhecimento intelectual. A gente conversou cinco minutos, mas eu fiquei impressionado
com a sabedoria dele, sabedoria divina, que você via que era uma coisa que vinha de Deus, não
vinha da idéia ou da inteligência dele. Então quem tem esta experiência pessoal pode ser inteligente,
culto ou não, quando você diz: "vi o Senhor", porque teve esta experiência a gente é mergulhado no
mistério de Deus e em sua sabedoria. Continuando, "vi o Senhor sentado". Então, ele diz que viu o
Senhor e, de repente, o profeta não descreve. Ele vai descrever tudo aquilo que está em volta do
Senhor menos o Senhor. Preste atenção! "Vi o Senhor sentado num trono alto e excelso, a cauda de
sua veste enchia o templo; acima dEle permanecia serafins. Cada um tinha seis asas: duas para
cobrir o rosto, duas para cobrir os pés e duas para voar. Eles gritavam um para o outro: "Santo,
Santo, Santo, Senhor de todo o poder! Sua glória enche a terra inteira!" "Os ganzos da porta
puseram-se a tremer à voz daquele que gritava e o templo se enchia de fumaça". Ele viu o Senhor,
mas o Senhor para ele era algo tão tremendo, tão grande e inefável que ele não ousou a descrever o
Senhor. Ele descreveu aquilo que estava em volta do Senhor, que já era tremendo que já era infinito
na grandeza e na majestade. Mas o Senhor, Deus todo-poderoso, santo, santo, santo, ele não
descreveu. Quem vai falar que Deus é santo não é o profeta, mas serafins. A única descrição que
temos de Deus, não é dada pelo profeta, é dada pelos serafins. Porque o homem e Deus existe um
grande abismo. Deus é o Santo, o homem é o pecador. A gente vai ver isso já, já. Então, ele
descreve o trono de Deus, alto e excelso, a cauda de sua veste que encheu o templo. Parece que o
profeta sabe que em Jerusalém tinha um templo, na época do profeta, e era o único templo da Terra
Santa daquela época do profeta, que era o centro de todo culto judaico. Quatro vezes ao ano, se não
me engano, todos os judeus dali e de outras regiões próximas, iam em peregrinação para o templo,
porque as festas mais solenes aconteciam ali, no lugar central, principalmente a festa principal, a
Páscoa. Então, uma vez por ano, todos os judeus faziam todo sacrifício necessário para celebrar a
Páscoa. Ou o profeta tem a visão de Deus como se ele estivesse no templo, ou ele tem a visão de
Deus no céu, como se fosse o templo de Jerusalém. Muito provavelmente parece que o profeta tem
essa visão de Deus no próprio templo, acima dele permaneciam serafins. Só para vocês não estarem
nessa descrição, mas a gente sabe que a mentalidade dos judeus, de outras passagens, era a
presença muito forte Deus no templo e que Ele sentava apoiado seus pés na Arca da Aliança. Esta
ficava no santo dos santos (desenhando o templo). E Isaías teve justamente essa presença mais
forte ainda, viu toda glória de Deus, então, a cauda de sua veste enchia o templo. Acima dele, nos
céus, permaneciam serafins. Cada um tinha seis asas: duas para cobrir o rosto, duas para cobrir os
pés e duas para voar. Eles gritavam um para o outro: santo, santo, santo, o Senhor de todo poder.
Ou seja, três vezes santo. A gente sabe que no hebraico não tem superlativo. Como é que você
poderia reduzir essas três palavras com uma única palavra para nós em português? Seria
Santíssimo. Ou seja, os serafins dão a única definição de Deus. O profeta não ousa descrever Deus,
mas os serafins, que são aqueles que estão acima do trono de Deus, cantando a sua glória, ousam
descrever, ousam dizer que Deus é santo, santo, santo... E aí é que entra, que o profeta diante
dessa realidade, diz: "Deus é Santo!" Ele percebe que Deus é santo, que é Deus de todo poder e a
sua glória enche toda a terra. A partir do templo, onde segundo a mentalidade judaica, Deus
habitava, toda a terra era cheia da glória, porque Deus habitava ali, mas enchia toda a terra com a
sua glória. Então, nesse momento, os gonzos das portas puseram-se a tremer. Provavelmente, da
porta que tinha na entrada do templo. "... a voz daquele que gritava e o templo se enchia de
fumaça". O que é isso? Isso é a manifestação de Deus, ou seja, Isaías viu: o Senhor sentado no
trono, com toda a sua glória, com toda a sua côrte de serafins, estes contaram a glória de Deus e
disseram que Deus é santo, santo, santo, todo poderoso. A partir daquele momento, Deus se
manifestou a Isaías, revelou quem ele era. Isso era muito parecido com o que Moisés viu e teve a
experiência lá na montanha com Deus que se manifesta com muito poder, com muita autoridade.
Existe um nomezinho que a gente dá, um nome técnico, a manifestação de Deus: teofania. Teo vem
do grego, de uma raiz grega "teos", que significa Deus, "fania" vem do verbo faino, que significa
manifestação. Então, é a manifetação de Deus. Deus que se manifesta a alguém. Ele nunca se
manifesta a si mesmo, Ele sempre tem que se manifestar a alguém porque Ele já se conhece, Ele se
dá: O Pai se dá ao Filho, o Filho se dá ao Pai gerando, nesse diálogo de amor, o Espírito Santo. Mas a
manifestação é sempre relacionada ao homem. Deus aqui se manifesta com todo o seu poder ao
profeta Isaías. E o que mostra que isso aqui é uma teofania? Com o que se mostra? A fumaça, os
gonzos da porta que começam a tremer muito parecido com o terremoto. O que acontecia quando
Moysés rezava lá na montanha? O que tinha lá na montanha? Tinha nuvens, às vezes, a sarça
ardente, relâmpagos, trovões, terremotos, ou seja, quando Deus se manifesta toda a realidade que
está em torno, treme, sente a manifestação de Deus. Deus é todo-poderoso, que quando se
manifesta ao homem, toda a natureza participa desta manifestação. Quando ele se manifestava a
Moysés, o pessoal que estava lá no acampamento ficava todo encolhidinho, morrendo de medo por
causa dos trovões, relâmpagos, tinha descrição que parecia um vulcão entrando em erupção,
justamente porque o Senhor Deus, de todo poder quando se manifesta tudo se prostra diante dEle,
dAquele que é todo-poderoso. Aí vem a reação do profeta: Eu disse, então: ai de mim. Estou
perdido, sou um homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de lábios impuros, e meus
olhos viram o rei, o Senhor de todo poder!" Então, o profeta, que diante dAquele que é três vezes
santo, reconhece que realmente Deus é o santo, e eu, quem eu sou? Aquele abismo que eu disse
que existia entre Deus e o homem, porque Deus é o santo, eu sou o pecador; Ele é o poderoso, de
todo poder, eu sou impotente; Ele é forte, eu o fraco; Ele é Deus, eu sou homem. E a gente sabe
que no Antigo Testamento, quando uma pessoa via Deus, morria. Tem uma passagem que diz
"ninguém pode ver Deus e permanecer em vida", porque Deus no Antigo Testamento se manifestava
como essa realidade, com todo poder. No seu pecado, com a sua miséria, com a sua limitação se
visse Deus de repente Ele colocava isso, destruía, ele morria de tanta grandeza e de tanta distância
que existia entre Deus e o homem. Por isso que o povo, quando Moisés disse: "agora vamos todos
subir a montanha para ver Deus, para ver a sua manifestação, pois ele vai nos falar", quando se viu
diante de Deus, como pecador, povo que murmurava, povo que pecava, não agüentou, porque
diante dAquele que é santo, eles perceberam todos os seus pecados, eles quase que morreram.
Tanto é que disseram: "Não, Moisés, não faça mais isso com a gente não. Vá você sozinho. A gente
escuta tudo o que você disser, a gente acredita, mas não nos leva de novo não, porque senão a
gente vai morrer". Então, é essa experiência mesmo. Porque o homem pecador quando se aproxima
dAquele que é santo, ele se sente aniquilado. Principalmente o povo do Antigo Testamento, pois eles
não tinham Jesus para salvá-los, para perdoá-los o pecado. E o profeta teve essa experiência, ele
percebeu Aquele que era santo e, percebeu que era um homem de lábios impuros. E aí vem muitas
coisas, que às vezes eu fico até confuso de dizer todas coisas que a gente pode retirar desse texto.
Porque primeira coisa: a gente percebe que o profeta só descobre e só tem a experiência profunda
que ele é pecador e que é um homem de lábios impuros e habita no meio de um povo de lábios
impuros quando ele descobre e quando tem uma experiência pessoal com Aquele que é santo, ele
descobre: Meu Deus, tu és santo e, eu sou pecador. Ele vê Aquele que é grande, que é Deus e vê
aquele que é homem, que é pecador, que é pequeno. Então, quando ele tem essa experiência, que
não é uma experiência intelectual, mas uma experiência de vida, é o coração dele, é todo o ser dele
que está ali envolvido. Quando ele tem essa experiência, aí ele reconhece eu sou o pecador! Ele não
fica pensando: deixa eu ver os meus pecados, porque tenho que me reconhecer pecador. Não, o
profeta não fica pensando, recordando. Ele percebe a realidade diante do santo, a gente se
reconhece pecador. Diante de Deus, quando temos essa experiência, a gente reconhece o nosso
lugar de pequeno, de pobre de humildes aos pés dEle. É muito diferente uma pessoa que tem essa
experiência a outra que quer se arrepender, quer ser realmente humilde, mas passa sempre pela
cabeça e não pelo coração. Então, eu tenho que descobrir os meus pecados, eu tenho que pensar e
recordá-los para não me orgulhar, para descobrir que eu sou pecador. Sim, mas se não passa pelo
coração, isto nunca vai acontecer profundamente. Tem que passar pelo coração e tem que passar
por essa experiência com o Deus vivo, com o Deus que é santo. Quando o profeta descobre que é
pecador, o que acontece com ele? Ele diz: "Espera um pouquinho Deus, porque eu sou muito
pecador, não apareça mais pra mim não, eu vou primeiro me converter, para depois você se
manifestar de novo para mim, tá bom?" É isso que acontece com o profeta? "Não, meu Deus, não
dá, não, eu sou muito pecador, sou muito fraco, não dá certo, dá um tempinho aí, deixa melhorar
aqui a minha situação, deixa eu renunciar um pouquinho mais as impurezas que saem da minha
boca, deixa eu me afastar desse povo de lábios impuros, deixa eu dar um jeitinho aqui na minha
vida, depois você se manifesta de novo para mim, aí a gente caminha, porque eu tenho que me
preparar primeiro, pois eu sou pecador, já reconheci. Eu vou me preparar".

É isso que acontece com o profeta? Não. Mas às vezes é isso que acontece conosco. Muitas vezes, a
gente pensa que Deus fala e faz isso, Ele deu essa experiência, a gente reconhece o nosso pecado, e
pensamos que somos nós é que vamos conseguir ser santos, que somos nós que vamos conseguir
nos converter, conseguir nos purificar, conseguir sair daquele pecado. E não é. Com o profeta não foi
assim, não. Aconteceu o seguinte: "um dos serafins voou para mim, tendo na mão uma brasa, que
recolhera com pinças de sobre o altar. Com ela tocou minha boca e disse: a partir do momento em
que isto tocou os teus lábios, a tua falta está removida, o teu pecado está apagado". Ou seja, o
serafim voou para o altar do incenso, retirou uma brasa (ninguém sabe onde o profeta estava),
tocou os lábios do profeta e disse: "A partir do momento em que isto tocou os teus lábios, a tua falta
está removida, o teu pecado está apagado". Foi o próprio Deus, a própria ação de Deus que purificou
o profeta, ou seja, e a brasa foi retirada do altar. O altar que é de Deus. O altar significa justamente
que de um lugar sagrado, ou seja, um lugar que pertence ao próprio Deus, de onde vem a
purificação. Ao mesmo tempo, não foi o profeta que pegou a brasinha e colocou na sua boca, não.
Foi o serafim, ou seja, mais uma vez mostra que é Deus que vem. Viu a grandeza de Deus, viu a
miséria dele, e parado, estarrecido: "Meu Deus, eu vou morrer!" Imagina o profeta, quando viu o
serafim se aproximando. Pronto, é agora. Agora com uma brasa ainda mais. Eu vou morrer é
queimado." E o que que aconteceu? Deus, pelo contrário faz com que o serafim vá pegar uma brasa.
Ele toca os lábios de profeta para purificá-los, e diz: "A partir do momento em que isto tocou os teus
lábios, a tua falta está removida, o teu pecado está apagado". Ou seja, é Deus quem purifica, quem
perdoa os pecados e apaga-os, e não só, é Deus quem santifica. Veja que grande mistério! O
mistério da graça de Deus. Deus se revela ao homem pecador, impuro, o homem acolhe a revelação
de Deus e percebe que Deus é santo e que ele é pecador e diz: "Meu Deus, eu vou morrer!" E Deus
na Sua grande misericórdia, no seu grande amor, não mata o homem. Ou seja, Ele não permite que
o homem morra. Porque não é Deus que mata, era o homem que diante da glória de Deus se
desfalecia, morria, pois era tanta grandeza, tanto poder que ele não agüentava. Deus não rejeita o
profeta. Isaías que era homem pecador. Ele poderia simplesmente dizer: "Não você é pecador, eu te
rejeito, você não pode ser meu profeta". Mas Ele não rejeita, Ele simplesmente faz com que o
pecador se torne purificado , o impuro se purifique, e o pecador se santifique. É um mistério muito
grande esse mistério da graça de Deus. Ele acolhe Isaías assim como ele é. Ele não exige nada de
Isaías. Tanto Deus como o profeta sabem que ele é pecador. Mas Ele não exige a santidade para
Isaías, porque sabe que o profeta não pode ser santo por si mesmo. Isaías só vai ser santo se Deus
fizer com que ele seja santo.

Pegando esse primeiro ponto, Deus aceita Isaías como ele é, gente nós precisamos experimentar o
amor gratuito de Deus. Você meu irmão, minha irmã não precisa ser diferente para ser aceito por
Deus. Você não precisa ser santinho para ser aceito por Deus. Deus te aceita como você é. Eu não
preciso ser santo para ser amado por Deus. Não é essa a lógica, sou santo, logo sou amado por
Deus, logo posso ser santo. A lógica do mundo é: se eu sou bonzinho, vou ser amado pelos outros,
então, vou ter que ser bem bonzinho, se eu não sou vou ter que colocar minhas máscaras todas,
para ser bonzinho, para ser ótimo, para ser aceito pelos outros, porque os outros só vão me amar se
eu for bom, se eu me mostrar amável, se eu mostrar minhas fraquezas, meus pecados, minhas
misérias, minhas manhas, etc, os outros não vão me amar como eu sou. Essa é a lógica do mundo.
É a lógica até mesmo da nossa educação muitas vezes. Os pais dizem para a criança: "Olhe se você
não se cuidar vai levar peia". Claro que, na fase do crescimento da criança, isso é a motivação que
uma criança entende. Criança só não entende, numa fase do crescimento, as motivações. Então,
você tem que dizer: "olhe se você fizer, isso errado, você vai ter um castigo". Mas quando a gente
cresce, precisamos aprender a educar nossos filhos no amor gratuito. E nós não educamos nossos
filhos no amor gratuito. Precisamos corrigir: "Eu estou te corrigindo porque eu te amo. Eu te amo
como você é, mas por isso que eu quero te corrigir". Então, nós não fomos educados no amor
gratuito. Qual é o pai ou a mãe que agiria como o pai do filho pródigo. Que depois do filho pródigo
ter saído de casa, pedido a parte de sua herança para gastar com mulheres, para gastar com
prostituição, talvez com bebidas ou com drogas, ele voltando e querendo ser um servo do seu pai,
querendo lavar seus pratos. Qual é o pai que agiria gratuitamente do jeito do pai do filho pródigo?
Sem fazer nenhuma recriminação, nem um sermãozinho. Deus age conosco daquela forma. Agora,
muitas vezes, por causa de nossa educação que a gente só acha que vai ser amado se fizermos algo
que mereçamos esse amor, então nós não conseguimos experimentar esse amor de Deus gratuito.
Deus te ama por Deus. "Ah eu sou pecador. Isaías também era. Você não sabe o meu pecado, Emílio
César. O meu pecado é maior do que de Isaías". Pode até ser, mas Deus te ama com o seu pecado.
"Ah, , Emílio César eu não me sinto bem sendo amado desse jeito. Deixa primeiro eu me converter
para depois ser amado por Deus?" Não, a lógica de Deus não é assim. A lógica de Deus é: eu sou
amado por Ele, logo, posso receber a graça da conversão, também. Então, gente isso é
fundamental: a experiência com o amor gratuito de Deus. Talvez você seja a pessoa que não
desejaria ser, talvez nossos ministros de ensino não são aquelas pessoas que nós desejaríamos ter,
mas são as pessoas que Deus ama como elas são e que Deus escolheu para ser ministros de ensino.
O ministro de ensino precisa passar por essa experiência do amor gratuito. Experiência fundamental
que vem do Seminário de Vida no Espírito Santo até o último suspiro da sua vida. A gente precisa
passar por essa experiência, porque senão a gente pode viver a nossa vida toda com a mentalidade
muito prejudicial e que já foi, inclusive, uma heresia na Igreja, que se chama pelagianismo (sermos
santos por nossas próprias forças). Então, é a própria força que vai me fazer santo? e o meu próprio
esforço que vai me santificar? Se eu não vivo essa experiência fundamental, posso cair muitas
vezes, não claro conscientemente, mas num pelagianismo disfarçado que hoje a gente tem: só vou
ser amado se eu for santo, ou seja, eu sou santo pelas minhas próprias forças. Eu sou santo, depois
Deus me ama. Só que é ao contrário: Deus me ama e o amor dEle me leva a ser santo, me leva a
me santificar, o amor que eu experimento me leva a querer ir mais, ir além. Isso é a diferença
fundamental. A purificação dos lábios de Isaías, nós vamos ver, nos versículos que seguem, vai
prepará-lo para sua própria missão de profeta. Não é à toa que ele é purificado nos lábios e, o
profeta é aquele que fala em nome de Deus. Mas uma coisa que é importante a gente ver é que, só
depois que Isaías passa por todas essas etapas é que vem a vocação dele, ele percebe um chamado
de Deus. Tem gente que olha essa passagem e diz: "Eu não entendo porque Isaías escreveu tanta
coisa antes de falar da vocação. Não entendo porque colocam essa passagem: "A vocação de
Isaías". Aí tem não sei quantos versículos que falam de outra coisa e só no versículo 7 que vai falar
na vocação de Isaías. Foi todo um processo para ele ser chamado. Um processo de experiência com
Deus verdadeiro, com um Deus que é santo, santo, santo e todo-poderoso, de reconhecimento da
própria fraqueza, de purificação. Então, foi todo um processo de preparação para acolher, receber e
descobrir a vocação dele. Só uma pessoa que teve uma experiência pessoal com Deus, que foi
profundamente tocado por Deus pode dizer o Deus que me ama como eu sou, que me aceita como
eu sou. Deus amoroso, gratuito, o Deus de Jesus Cristo, que é o mesmo do Antigo Testamento, só
que Jesus revelou, ainda mais, a face de Deus misericordioso, só quem teve essa experiência
pessoal com Deus amoroso é uma pessoa que pode escutar dEle a vocação. Porque é uma pessoa
que se sente plena, se sente feliz, se sente contente por causa da experiência pessoal com Deus
amoroso que a ama como ela é. Ela passa a ser uma cristã feliz, contente, plena. A gente vê, aí por
fora, tantos cristãos que parecem que estão carregando o mundo nas costas: tristes, abatidos, sem
graça, sem alegria. Parecem que estão fazendo um grande sacrifício de serem cristãos, fazendo uma
grande renúncia, algo por Deus. E na verdade, ser cristão é ter essa experiência com Deus
misericordioso que me leva a viver plenamente. O cristão é a pessoa mais feliz do mundo. O
chamado do cristão é ser feliz, bem-aventurado. Santo Agostinho já dizia que entre os judeus e os
cristãos existe um abismo de diferença. Porque os judeus é a religião da lei: vontade de Deus é
essa, então tem que se cumprir isso e ai de quem não cumprir. O cristianismo é a religião da
atração. "Ninguém vem a mim se o Pai não o atraiu". Ou seja, não é simplesmente a lei, mas todo o
ser do cristão que vai a Deus, a ação da graça. Não é simplesmente a minha vontade que diz: essa é
a vontade de Deus, mas é a minha afetividade, minha memória, minha imaginação, vontade,
inteligência, corpo, todo o meu ser que vai pra Deus, que sabe qual é a vontade de Deus e que quer
fazer a sua vontade. Não é mais dizer: essa é a vontade de Deus e esta é a minha vontade. Mas
sim, essa vontade de Deus que é também a minha vontade. Ou seja, Deus quer "X", e eu quero "Y".
Não é isso. Isso pode ser no judaísmo, que Deus quer "X" e a gente tem que fazer de tudo para
fazer o que Ele quer, mesmo que eu não queira. No catecismo, com essa atração da graça, de Deus
a Jesus Cristo, Deus me atrai ao seu Filho. Então, não existe mais essa dicotomia, porque aquilo que
é viria existir esta dicotomia, porque aquilo que é vontade de Deus, se eu me abro para essa ação
da graça, passa a ser também a minha vontade. Aquilo que Deus quer, passa a ser também aquilo
que eu quero. Não da boca para fora, mas do coração mesmo. Essa experiência com o Deus que me
ama como eu sou e que me atrai a Ele com todo o meu ser é que eu posso escutar e receber dEle a
minha vocação. Aí vem: "Ouvi então a voz do Senhor que dizia: "A quem hei de enviar? Quem irá
por nós?" Imagine o profeta Isaías, depois de ter toda essa experiência ele ouve Deus falar isso.
Deus se pergunta: "Quem irá por nós?" O profeta não fica parado, dizendo: "Ah, é muito bonito!
Quem é que vai por Ele, não sei. Quem é que vai? Hei, você quer ir?" Mas com essa experiência do
amor de Deus três vezes santo, ele se sente impelido a dizer: Hei, eu vou. Aqui estou, envia-me.
"Não é uma coisa que se diz: é o jeito, né, estou vendo aqui que não tem ninguém. Só tem eu
mesmo. Deve está perguntando é pra mim". Não, talvez ele não tenha nem olhado assim para ver
se era com ele mesmo. Como foi Gedeão que olhou pra terra e disse: "é comigo?" Porque ele se
sente impelido. Quando a gente tem essa experiência com Deus, com o seu amor pessoal,
misericordioso, nós vemos que Deus é mais do que dez, é vinte. É mais do que maravilhoso. Não
tem palavras para a gente conseguir descrever Deus e o seu amor por mim. Eu percebo que Deus
me ama e Ele só pode querer o melhor para mim. E ele sabe qual é o melhor para mim muito mais
do que eu. Então, se Deus diz "quem irá por mim?" eu digo "eu vou". E isso vale para nossa vocação
pessoal (Shalom ou não, Comunidade de Vida ou Aliança). Também vale para o nosso estado de vida
(celibatário, sacerdócio, matrimônio), e para o nosso ministério, para nossa missão de ministros.
"Ah, eu estou aqui porque é o jeito. Porque fulano me chamou. Não posso fazer nada, é vontade de
Deus". Não, mas se eu tenho essa experiência eu vou com todo o meu ser porque é isso que eu
quero. Porque eu quero fazer a vontade Dele, porque vejo que Ele quer o melhor para mim. Eu vou e
assumo. Estou disponível. E aí é quando Deus diz: "Vai, dirás a este povo e dá toda orientação". Ou
seja, o profeta ouve Deus se perguntando, ele se dispõe e depois recebe o envio. É necessário que a
gente escute de Deus o nosso chamado, a nossa missão, o nosso ministério. Se você simplesmente
está aqui porque um pessoa lhe chamou, tudo bem. Deus pode lhe chamar por uma pessoa, mas
peça para que Ele lhe chame, para que você se responsabilize diante Dele e não da pessoa. Porque é
Deus quem chama e não fulano. Ele pode se utilizar dessas pessoas, mas quando Ele se utiliza se
coloque diante Dele porque você não vai se responsabilizar diante da pessoa que te chamou, mas de
Deus. Quando você chegar lá no céu, Deus vai perguntar: "como foi seus aluninhos do FB? Você
amou? Você os conduziu para mim? "Ah, eu já prestei contas com o fulano". "Não meu filhinho, você
vai prestar contas é comigo". Então, você se responsabiliza diante de Deus, não simplesmente do
fulano que te chamou, da comunidade. Se a gente tiver essa experiência, desse jeito, cada um de
nós vamos ser pessoas que vamos crescer e muito, porque a gente não vai esperar dos outros, das
autoridades chegar e dizer: "eu estou aqui, cadê os livrinhos? Me dê as coisinhas". Não eu vou atrás.
É Deus que me chamou. ‘Essas pessoas são intermediárias, são representantes de Deus. Mas se elas
não vem eu vou atrás. "Hei, fulano de tal, eu vou te aperriar aqui". Como uma pessoa, lá em
Fortaleza, que vive me aperriando nos momentos mais impróprios da vida. Agora, Sexta-feira, tinha
que fazer minha mala, tinha que pegar meu PTA, tinha que conversar com três pessoas, tinha que
fazer não sei quantas coisas, ela bate na porta, abre e diz: "Posso tirar uma dúvida". Mas é diante
de Deus que eu me responsabilizo. Essas pessoas eu posso chegar: "Vamos ver um livro para me
aprofundar. Tá aqui: um livrinho para me aprofundar. Eu acho que é ótimo. Fulano, esse livrinho é
bom?" É bom, pode se aprofundar. Devore o livro. Mas é você diante de Deus que é responsável.
Tem que vir as orientações de Fortaleza? Tem. Mas se não vem, por uma falha, por pecado, por
displicência, que não tem gente, sei lá o que, é você que é responsável. Em última análise é um
chamado de Deus, não um chamado dos homens. É uma missão de Deus uma missão de formar
pessoas para Deus, porque nós formamos a pessoa toda. A gente dá formação humana, espiritual,
carismática, disso e daquilo. Então, é você e Deus. Deus te chamou. Ele pode até se utilizar de uma
pessoa, mas coloque-se em oração e deixe que Ele te chame pessoalmente. Depois, se disponha, se
comprometa com Ele e receba o seu envio. O envio que Ele dá é, justamente, quando você receber
uma sala de aula, quando por um chamado para uma pregação, quando for chamado para pregar
num retiro, num grupo de oração. "Vai e dirás a este povo." É muito importante a gente Ter essa
mentalidade de não ficarmos acomodados, sem responsabilidades no nosso ministério, não pensar
que depende só dos outros, só das autoridades. Não, depende é de nós. Como é que acontece da
gente ter professores bons? Só se a gente estiver se aprofundando. Quando a gente ver uma pessoa
se aprofundando, a gente confia aquela pessoa mais cargos, mais coisas, mais responsabilidades.
Porque? Porque não é a gente que vai formar, é Deus. Quem é responsável primeiro pela formação é
Deus; segundo responsável, é a própria pessoa, terceiro responsável, é o formador pessoal,
formador comunitário ou o pastor do grupo de oração. Então, se a gente tem essa mentalidade
clara, nós podemos crescer, nós podemos aprofundar. E o próprio Deus vai nos enviar e confiar
outras coisas mais profundas. Nós precisamos nos abrir a Deus que nos forma. Eu preciso colaborar
com a formação de Deus, preciso deixar ser formado pelas autoridades. Aí eu vou poder crescer no
meu ministério. E a última coisa que eu quero partilhar dessa palavra é quando Deus diz: "Vai, e,
ainda diz o que o profeta deve dizer. Nós não devemos dizer aquilo que tem na nossa cabeça, aquilo
que eu acho que deve ser dito. Devemos dizer aquilo que Deus quer que digamos. Ah, mas FB já tá
tudo escritinho. Tem que dizer só aquilo que está escrito. Mas aquilo é o que Deus quer que você
diga. E quer que você aplique a realidade de cada pessoa, de cada grupo. Cada grupo tem uma
realidade diferente. Para um grupo você tem que falar mais de um aspecto, para o outro você tem
que falar de outro, etc. Então, é necessário você escutar de Deus. A cada preparação de aula,
escutar o que Deus quer que eu fale e como Ele quer que eu fale. Então é isso o que eu queria
partilhar com vocês. Eu acho que isso é muito rico. Poderia se dar até um retiro sobre isso. Só sobre
as diversas etapas da vocação de Isaías. Mas nós não temos todo o retiro disponível. A gente vai dar
pinceladas e vocês vão aprofundar em casa ou até mesmo nos nossos momentos de
aprofundamento.

TEMA 2: AMOR, SABEDORIA E PODER NO ENSINO

Emmir Nogueira

Estava em oração e o Senhor começou a falar para os pregadores do Shalom, os pregadores em


geral e começou a dizer algumas coisas que eu achei que a gente devia partilhar.

Então, eu queria começar assim, fazendo um grande agradecimento a cada um, porque eu creio e eu
posso falar isso de cátedra nos meus vinte dois anos de pregação que o ministério de pregação é um
dos ministérios mais desgastantes que existem e ao mesmo tempo um dos mais gratificantes que
existem e um pouco perigoso. Primeiro porque ele é muito desgastante e exige de nós uma
locomoção, não só física porque nós saímos em missão a toda hora, nós temos que nos locomover
para o Centro de Formação e tudo o mais; não só física mais uma constante locomoção psicológica e
espiritual. Eu digo a vocês, semana passada eu estive em São Paulo e semana passada quando eu
fui entrando no túnel do avião com a malinha na mão, estava só com aquela malinha porque eu não
quero levar mais nada e parecia que o túnel me puxava para trás, como se algo dissesse assim: Não
vai, fica! Outra viagem, outro avião, outro deslocamento, outra vez deixar tua família, outra vez
deixar teus afazeres na Comunidade, outra vez sair, outra vez pregar a mesma coisa, outra vez
encontrar um povo que você não conhece e eu acho que eu já estava pensando, já estava com essa
coisa dos pregadores em meu coração e gostaria de partilhar isso com vocês, o quanto é duro deixar
pai e mãe, mas o pregador ele tem que deixar: pai, mãe, filhos, casa, bens terrenos, os gostos e
opiniões uma vez por semana. Então, é um ministério que é dado por Deus a pessoas em quem
Deus confia muito, muito mesmo. Por que? Veja bem, quando eu estou orando pela cura de uma
pessoa, eu estou ali exercendo o ministério de cura e libertação é desgastante, tudo bem, mas ali é
Deus quem age sem interferência minha, estou usando ali palavra de ciência, palavra de sabedoria é
revelação é palavra de cura, não é verdade? O que depende de mim numa oração de cura por
exemplo é uma coisa pequena, eu preciso só colocar a mão na cabeça da criatura e abrir a boca,
com o pregador não é assim. O pregador em primeiro lugar, muito da pregação depende dele, muito
da pregação depende de você. Por um lado porque você tem que estudar, acho que todos vocês
devem está fazendo FB sobre a Bíblia, não é FB é CB orando com a palavra, claro que nós todos
estamos fazendo orando com a palavra, claro que nós todos conhecemos toda a bíblia de cabeça pra
cima, de cabeça pra baixo, de dentro pra fora e de fora pra dentro, precisamos ter um preparo
humano para sermos pregadores, precisamos ter! Mas eu não vou nem usar, muitas vezes não
poderemos se quer citar as milhares passagens que nós sabemos de cor porque nós vamos está
falando para gente simples porém o objetivo para uma intimidade com a palavra, para o
conhecimento da palavra é para mim e não para os outros, é para mim em primeiro lugar. Então o
pregador ele tem que ter uma pregação humana, nossa preparação é a oração e a palavra de Deus.
Outra a coisa que o pregador deve lembrar é o seguinte, o que ele prega passa por ele, por sua
humanidade, porém não lhe pertence.

Se eu fizer uma pergunta a cada um, a cada um, a cada um. O que você prega? Muito bem, o que é
que você prega? Você prega o que? O amor de Deus, pecado e salvação, é muito mais que isso, você
prega Jesus Cristo e é esse o ponto que nós temos que mergulhar, eu não estou pregando e é muito
perigoso para o pregador, não estou pregando a mim mesmo, eu não estou pregando coisas que eu
aprendi, mas as coisas que aprendi, na palavra de Deus devem fazer parte de mim até o ponto que
na hora que eu pregue, eu pregue a pessoa de Jesus Cristo se eu não conheço essa pessoa no meu
coração, eu preciso conhecer na minha cabeça, mas se eu não conheço Jesus na oração, na lectio,
na oração com a palavra, se eu não oro com a palavra, se eu não oro com a palavra de Deus eu não
tenho como pregar, se você não ora com a palavra de Deus, desculpe, você deveria ser proibido de
pregar. A pessoa que não ora com a palavra de Deus deveria ser proibida de pregar, porque estará
pregando a si própria, as suas próprias idéias, não estará percebendo o que o Espírito estará dizendo
para aquele povo, então, vai fazer aquela pregação enlatada, que já está ali prontinha. E foi isso que
eu acho que me moveu a vir até aqui, como é que está sendo a qualidade da pregação do Shalom e
no caso das filiadas que estão aqui também. Então, o que está sendo a nossa pregação, quantas
pessoas tem acorrido as nossas pregações? Quantas pessoas tem se convertido com as nossas
pregações? Porque eu não preciso pregar grandes coisas, eu preciso somente pregar Jesus e para
pregar Jesus eu tenho que tê-lo.

Abra em I Cor 2.

" Eu mesmo quando fui ter convosco irmãos, não foi com prestígio da palavra ou da sabedoria que
vim anunciar o mistério de Deus."
São Paulo sabia? Como era a vida de São Paulo? Era um pregador intinerante, mas antes o que ele
era? Ele era discípulo de Gamaliel. Quem era Gamaliel, quem lembra? Ele era um dos mais famosos
ou se não o mais famoso mestre Doutor da Lei em Israel. São Paulo não era alguém, as vezes o
pessoal diz que São Paulo era poeta, eu fico um pouco chateada, porque eu não acho que ele era
poeta, ele era um entusiasmado da palavra de Deus, mas ele sabia, ele tinha estudado, São Paulo
era rico, era letrado, São Paulo antes de se converter São Paulo recebeu a educação grega, então,
ele tinha toda educação helenista, ele era judeu, mas vocês sabem que ele morava em Tarso, ele
tinha uma formação helenistica, ele tinha uma formação na filosofia grega, ele tinha uma formação
na cultura grega embora sendo judeu e além disso ele era um judeu fariseu, assim no sentido de ser
exemplar de cumprir toda lei, e além disso diz a história que quando ele tinha mais ou menos quinze
anos o pai dele embarcou ele para casa do Gamaliel, então, desde novinho ele viveu aos pés de
Gamaliel que era um doutor da lei, então, São Paulo era um profundo conhecedor da lei, nós
diríamos hoje em dia que São Paulo era um profundo conhecedor da palavra e da doutrina, porque
quem conhece a palavra conhece a doutrina, nem todos que conhecem a doutrina conhecem a
palavra, mas quem conhece a palavra conhece a doutrina, digo isso por experiência própria. São.
Paulo não era um bobinho qualquer, São Paulo tinha toda preparação humana e muito mais do que a
maioria de nós, no entanto São Paulo começa esse capítulo dois dizendo assim: " Eu mesmo quando
fui ter convosco não foi com prestígio da palavra ou da sabedoria que vim anunciar-vos o mistério de
Deus." Ele em outras palavras diz assim: Olha, se eu quisesse eu podia, se eu quisesse vir aqui e
anunciar a vocês com toda a minha sabedoria humana, com todo o meu preparo filosófico, humano,
helenistico, da lei, da torá, da vivência da lei, eu podia, porém eu não vim porque estas coisas tem o
seu valor, mas eu vim anunciar a vocês os mistérios de Deus, eu vim anunciar a vocês os mistérios
de Deus, que coisa que São Paulo diz. Olha, eu podia ter vindo aqui com toda sabedoria do mundo,
mas eu estou diante de vocês trêmulo. Porque? Ele está com medo dos Coríntios do que vão fazer
dele, devia estar porque eles eram terríveis, será que ele estava com medo? Não, ele estava com
Temor de Deus, de respeito. São Paulo tinha uma profunda consciência de ter sido escolhido, de ter
sido retirado por Deus, foi pescado por Deus para ser colocado aonde ele foi, ele tinha uma profunda
consciência disso, você não vê São Paulo se queixando; ah! meu Deus! Já vou novamente em
missão... minha Nossa Senhora... Já pensou? Vocês já imaginaram São Paulo dizendo isso? Ai! Meu
Deus aqueles Tessalonicenses outra vez me dando trabalho, será que eles não entendem que a
Palavra de Deus não pode ter barreiras nem empecilhos. Vocês imaginam São Paulo dizendo isso?
Vocês imaginam São Paulo dizendo: Ai! Novamente aqueles Gálatas, começaram no Espírito e vão
terminar na carne. Vocês imaginam São Paulo dizendo isso? Não imaginam nem podem imaginar.
Porque quando ele fala por exemplo lá em filipenses ele chama os filipenses os filhos do meu
coração, filhinhos queridos, e esse mesmo São Paulo diz: Ai de mim se eu não evangelizar e muitas
vezes no ministério da pregação porque ele é desgastante a gente comete essa grande falta de
respeito a Deus em duas coisas, primeiro a pregação passa a mim se torna um fardo, segundo eu
não estou consciente que estou diante de um grande mistério de Deus são os dois pecados que o
professor/pregador pode cometer. A pregação para mim se torna um fardo uma obrigação. Por que?
De onde vem tanta presunção? De onde vem este nosso orgulho que nos leva a ousar pensar que a
pregação para mim é um fardo? Quem tem um segredo bem grande? Você tem? Você precisa contar
este segredo para o Emílio, mas o Emílio mora em Belém do Para, você só tem eu que sou muito tua
amiga, o que é que você vai fazer? Vou para Belém semana que vem, tu tens que contar este
segredo para o Emílio, você me confiaria este segredo para eu contar para o Emílio? Não, né? Este
segredo é grande demais. Você confiaria a alguém este segredo? A ninguém. Quem tem um segredo
que confiaria a alguém num caso de necessidade? Você não é? Em caso de necessidade você
confiaria a alguém? Sim, a minha esposa Zélia. Tu amas ela? É confiável? Você tem completa
confiança na Zélia? E vocêr não pode ir para Belém não é? Agora Zélia vai para Belém depois de
amanhã dá para você mandar a Zélia levar este segredo? Tu tem certeza? Por que tu não me
mandas? Você confia mais na Zélia do que em mim? Por que? Convivência, você sabe o que ela
pensa, você sabe o que ela acha, você convive com ela, você a ama não é verdade? Porque ele
confia na Zélia? Porque eles convivem a muito tempo, ele sabe o que ela pensa, o que ela acha,
porque ele a ama e a Zélia te ama? Sim. Cabra convencido! Então, ele vai confiar na Zélia, porque
ele ama a Zélia e a Zélia o ama, porque ele conhece a Zélia e a Zélia o conhece. Mas meu irmão eu
sou uma pessoa de tanta confiança também? Ainda é a Zélia? Quer dizer que tu ama mais a Zélia do
que a mim? Ama não é? Quer dizer que tu confia mais na Zélia do em mim? Quer dizer que tu
conhece mais a Zélia do que a mim? Com certeza não é?

Vocês estão entendendo? Deus tem a palavra Dele. Quem é a palavra de Deus? Quem é o Verbo
Dele? Jesus Cristo. Ele vai mandar esta palavra, este segredo, esse mistério pra ser comunicado ao
Emílio, Ele só manda gente em quem Ele confia, porque você não confia os seus segredos, está aqui
os mistérios de Deus, você não confia os mistérios da sua vida, você não confia os seus segredos a
qualquer um. Não tem gente que fica falando para um e para outro e em cinco minutos todo mundo
sabe da vida do miserável, não é assim? Então, é preciso ter cuidado e se você está aqui, você é
alguém em quem Deus confiou.

Agora eu sou a Zélia. Vai, me pede para ir lá para Belém, me explica que tu não pode ir. Zélia eu
preciso falar com o Emílio lá em Belém, e eu não poderei ir, preciso que você vá no meu lugar. Olhe
Júnior, tá certo que tu confia em mim, mas a semana passada eu já saí, semana passada você já me
mandou para São Paulo, você tá me querendo mandar para Belém? Você não tá pensando em mim,
nos nossos filhos, na nossa cadelinha, no nosso cachorrinho, no nosso gatinho, no nosso amor, no
nosso casamento que tem que ser preservado acima de tudo. Eu estou com muita dor nos pés,
rouca, rouca, acho que o Emílio não vai nem entender . Junior, pode ser na semana que vem? Não?
Por que? É urgente o recado? Rapaz, internet! Ele não tem internet? O telefone?

Tá bloqueado pela chuva? Carta, anjo da guarda, Espírito Santo, não tem outro jeito? Ó Jesus, não
tem outro jeito de você mandar sua palavra para o mundo? Não tem tanto anjo da guarda? Não tem
aí o Espírito Santo? Porque eu? Porque Deus escolheu você, confia em você. Jesus Cristo foi feito
homem; Jesus Cristo foi feito anjo, por acaso? Cadeira, cachorro, gato, não! Jesus Cristo foi feito
homem e ele precisa de você, em quem ele Vê a imagem do seu filho e em quem ele confia. Ele
precisa de mim que sou a Zélia a quem ele conhece e em quem ele confia. É difícil pra Zélia se
despencar pra Belém? É, mas a Zélia vai. Vai ou não vai, Junior? Você acha que ela iria? Iria, né?
Então, a pregação é isso. Deus escolhe você e dar a você os dons necessários para que você
compreenda as coisas de Deus; pra que você compreenda os mistérios de Deus, não tanto com a
cabeça, mas com o coração; para que você compreenda os mistérios de Deus e ele confia em você e
o que ele entrega na sua mão não é um abacaxi podre, o que ele entrega na sua mão não é uma
coisa qualquer; o que ele entrega na sua mão é o filho dele. E a gente sabe que a Palavra precisa
ser pregada. A gente conhece também São Paulo, né? Se não houver quem pregue como é que o
pessoal vai se converter? Então, é preciso eu me lembrar desse privilégio. Se Deus me chama para a
pregação , ele confia em mim; talvez ele nem devesse, mas ele confia. Se Deus me chama para a
pregação, ele vai me dar junto todos os carismas necessários para a pregação. Mas o carisma mais
necessário par pregação é o amor à Palavra de Deus, a oração com a palavra de Deus, o resto sai, o
resto sai. Então nós vemos que São Paulo vai com tremor diante dos Coríntios, não porque os
Coríntios sejam trabalhosos, porque eles são, mas São Paulo vai com tremor por causa daquilo que
ele vai anunciar. São Paulo ia dizer muita coisa dura, ia falar naquelas coisas lá que ele fala para os
Coríntios, então ele estava com medo do que ele ia anunciar, é isso, gente? Não, São Paulo não tinha
medo de nada. São Paulo é o pregador! Vocês deviam estudar bem a figura de São Paulo. Então,
São Paulo que é o pregador ,a figura do pregador no Novo Testamento, como Elias é no Antigo, mas
Paulo é no Novo Testamento, então Paulo sabe primeiro que ele foi escolhido; segundo que ele é um
privilegiado e ele diz com muita tranqüilidade; eu, apóstolo, eu, o abortivo fui feito apóstolo. Eu,
abortivo, aquele que não foi um dos doze, mas, eu, um abortivo, porque Deus quis eu fui feito
apóstolo. Ele tinha muita consciência da eleição dele e tinha uma grande responsabilidade; ai de
mim se eu não evangelizar! Eu era abortivo, mas Deus me escolheu, Deus me deu todos os dons
que eu precisava, Deus me fez apóstolo e, ai de mim se eu não cumprir a minha missão, ai de mim
se eu não evangelizar! Então, vamos as duas coisas aqui para a gente passar para outro ponto.
Primeiro, vocês imaginam São Paulo gemendo, reclamando de dor nas costas. Ai, aquela pedrada
pegou bem na minha espinha; quando eu fui apedrejado lá por aquele povo lá no areópago, ai meu
Deus do céu, pegou aqui naquele ossinho, sabe, aqui do meio, pronto, eu acho que nunca mais vou
pregar. Foi isso o que ele fez? Não! Ai, as minhas pernas estão doídas, desci naquela cesta apertada,
menina, não tinha um elevador social, tinha que vir naquela cesta? Estou com as pernas todas
doídas, vou passar três anos sem pregar; aliás, ele passou, depois da cesta ele passou três anos
sem pregar, mas foi por outra coisa, não foi por dor nas pernas, não. Então, a primeira coisa que a
gente vê , é a consciência da escolha. Eu sou um privilegiado, se eu fui escolhido por Deus pra
pregar a Palavra dele. E isso me dá uma grande responsabilidade. E eu preciso ter muito respeito
por Deus. Preciso ter muito respeito pela palavra que Deus me confiou. Imagina a Zélia, sai de casa,
antes de Belém dá uma passadinha em Teresina pra comer um bolo de goma, e diz pra todo mundo
o segredo do Junior. Daí ela dá uma passada em São Luís e diz pra todo mundo o segredo do Junior;
daí ela resolve dar uma quebradinha pra Santarém. Santarém, com aquela comida gostosa, aquela
farinha, enquanto come a farinha espalha o segredo do Junior pra todo mundo; quando chega lá em
Belém o Emílio diz: não precisa mais não, já sei, porque já se espalhou, já se espalhou. Então, a
palavra de Deus ela exige respeito. Por isso é que eu devo pregar a Palavra, tremendo, como São
Paulo. Tremendo de respeito, não é tremendo de medo. É tremendo de respeito. Deu para pegar
estas duas coisas? Qual é a primeira? Eu fui escolhido; eu tenho consciência dessa escolha e tenho
responsabilidade sobre esta escolha. Qual a segunda coisa? Eu tenho respeito a Palavra de Deus,
que é o próprio Deus. Gente, quando a gente tá pregando a palavra de Deus, a gente tem
consciência que é o próprio Deus? Quando eu vou pregar eu digo assim , sei lá, é: bem aventurados
os pobres, porque deles é o reino dos céus; eu estou sabendo que o que eu estou pregando é Deus ,
é o Verbo de Deus, ou eu acho que o que eu estou pregando é uma palavra que não é uma pessoa?
Quando eu prego a Palavra, eu estou pregando uma Pessoa, e essa Pessoa é a Salvação, e essa
Pessoa é Deus, e essa Pessoa não me pertence. Nós estamos passando uma crise enorme na
Renovação, ao meu ver, isso reflete no meio de nós, claro. É a crise de baratear Deus. Então, para
que Deus se torne acessível pra todos, em vez de levantar as pessoas, a gente abaixa Deus. Dá pra
entender? O que o pregador tem que fazer, gente, é levantar o povo pra Deus com o poder do
Espírito Santo e não abaixar Deus e vender Deus barato. É uma coisa que a gente tem que refletir,
não quer dizer que a pregação tenha que ser séria e chata, pregação não tem que ser séria e chata,
pregação tem que ser sempre no mais possível, alegre, interessante, participativa como São Paulo
fazia, como Jesus fazia, tranqüilamente o pessoal levantava a mão e perguntava a Jesus como os
Saduceus, então é tranqüilo que a pregação é participativa, é alegre porém, eu não estou pregando
a mim mesmo, eu estou pregando o próprio Deus, então eu não posso fazer Deus mais barato, eu
não tenho este direito, principalmente porque comigo está o Paráclito, o que segura, o que dá
testemunho de Jesus e este testemunho que é dado ao coração das pessoas, é neste testemunho
que nós confiamos. Então, é elevar as pessoas e não abaixar a Deus e o que nós vemos hoje é um
abaixamento de Deus para vender Deus barato para as pessoas. Os professores de FB devem sentir
muito isso, quando vocês pregam uma coisa mais dificilzinha, quando está pregando sobre moral
que começa a tocar, que começa a tocar no casamento, que começa a tocar nos negócios, que
começa a tocar no dinheiro, que começa a tocar no comportamento moral das pessoas é um horror.
É a aula do mais... Naquela época quando eu ensinava eu dizia chegou hoje a aula do mas e se...
Entendeu? É a aula do mas e se, mas se por acaso, mas e o meu caso, mas e eu, mas se for pagar
todos os meus impostos? Mas e se fazer tudo o que se tem para fazer? Não é difícil pregar a palavra
de Deus, então não abaixe Deus, Não venda barato Deus, apresente de Deus como Deus é. Como
você vai apresentar a Deus como Ele é, como é? Vem cá apaixonado, eu tô louca para conhecer a
Zélia. Diz pra gente como é a Zélia. Ela é mais baixa do que eu, cabelos pretos, olhos pretos, é
gordinha é bem inteligente, como mãe ela é muito cheirosa, as vezes ela não é compreensiva, mas a
culpa não é dela, é minha porque eu sou muito insistente. Vocês acham que ele tem razão para
amar a Zélia? Vamos ver se ele fala mais um pouquinho. Ela é uma boa mãe, ela me tirou de 38 kg,
me formou em 59, ela me compreende, as vezes eu não sou muito compreensivo com ela, mas ela
me compreende muito, procuro ver exemplos nela principalmente depois do congresso como ela
cresceu, ela sempre me deixou livre para servir a Deus, ela é uma pessoa que sempre me estimula a
servir. Vocês acham que a Zélia é jóia? Vocês estão conhecendo um pouquinho a Zélia? Gostaria de
conhecê-la melhor é só mandar ele falar mais, porque ele é apaixonado pela Zélia. A Zélia que ele
está apresentando para nós é a Zélia que ele ama. Agora eu vou fazer uma descrição da Zélia:
Moreninha, baixinha, gordinha, perna fina, barriguda, cozinha bem cuida bem dos filhos tem uma
anatomia mais ou menos perfeita, tem tendências a ter algumas doenças de coração quando ficar
bem mais velha, eu estou dando a vocês uma descrição da Zélia? Estou! Mas eu estou dando uma
descrição de quem não ama a Zélia, de quem não conhece a Zélia, enquanto o Junior está dando
uma descrição de quem ama a Zélia e conhece a Zélia. Qual a Zélia mais real a minha ou a dele? A
dele, porque nós só conhecemos alguém de fato quando nós o amamos, quando nós não amamos
uma pessoa não temos como conhecê-la, não há confiança entre nós, então do mesmo jeito que ele
apresenta a Zélia porque ama a Zélia e Zélia dele é mais real do que a minha Zélia mesmo que eu
diga que a cintura da Zélia é 52, que a altura da Zélia é 1,40cm não interessa mesmo que eu diga
isso ele dá uma figura da Zélia mais perfeita, então muitas vezes nós por falta de conhecimento.
Nós não temos este tremor diante da palavra de Deus, nós não temos este respeito diante da pessoa
de Deus e não percebemos que só vamos convencer os outros se nós amarmos a Deus e se nós nos
deixarmos amar por ele. Como diz São Paulo, São Paulo era sabidíssimo, já viu o homem era
formado por todas as universidades da época. "Eu mesmo quando fui ter convosco irmãos, não foi
com prestígio da palavra ou da sabedoria que vim anunciar-vos o mistério de Deus, pois resolvi nada
saber entre vós a não ser Jesus Cristo". Mas Paulo não estudou tanto? Paulo não conhecia a Lei de
cima pra baixo, de baixo pra cima? Paulo não conhecia toda cultura da época? Conhecia, mas ele por
amor a Jesus Cristo apresenta-se trêmulo e pequeno diante do povo. Como você sabe que São Paulo
era culto? Como você sabe que São Paulo sabia a Lei? Basta você abrir qualquer epístola de São
Paulo, volta e meia ele cita o Antigo Testamento as vezes até cansa não é? Volta e meia ele cita o
antigo Testamento, volta e meia ele coloca algumas coisas, por exemplo: a comparação com os
corredores gregos, com os atletas gregos, ele tinha essa experiência, ele coloca, porém ele coloca
isso com humildade, com temor e com tremor, porque ele não está falando de si, ele está falando de
Deus, então, ele não se atreve a pregar no meio dos Coríntios a não ser Jesus Cristo. Gente, a nossa
pregação pouco a pouco se nós não orarmos com a palavra de Deus, se nós não buscarmos uma
vida de acordo com ela e se nós não tivermos, fé a nossa pregação vai ficando cada vez mais vazia,
porque a nossa fé e o nosso amor a Deus não convence a ninguém. Eu contei no congresso da
família e vou contar uma coisa que me aconteceu que eu fiquei boba! Eu estava aqui dando um
curso para o pessoal de promoção humana e nesse curso eu dei um testemunho breve da minha
vida, porque eu achei que era necessário para eles saberem um pouco da história da promoção
humana e do Shalom, eu devo ter acabado assim às 18:30, fui para casa tomar banho e minha
menina chegou e disse: Mamãe! Uma pessoa quer falar com você! E era uma pessoa muito
importante e eu saí correndo para o telefone e a pessoa disse: Como é que você tem coragem de
falar e de propor uma coisa tão difícil para as pessoas? E eu disse: Mas essa é a palavra de Deus.
Não mais não é assim não. Quando você coloca o seu testemunho para as pessoas elas ficam
achando que elas tem que fazer aquilo. Eu disse: E não tem? Porque eu fiz achando que eu tinha
que fazer, porque eu fiz o que a palavra mandava. Entende gente, ainda existe esta mentalidade, se
você tem fé, porque foi que eu dei o testemunho, porque eu quis mostrar o que a fé faz e o que a
falta de fé faz. A fé ela levanta as pessoas, ela leva as pessoas, o amor a Deus leva as pessoas, a
sabedoria puramente humana ou sem oração, acaba com as pessoas. Nosso seminário para os
seminários e é uma pena porque eu não estou vendo os pregadores de seminário. Quem é que
prega em seminário aqui levanta o braço. Onde é que estão os pregadores de seminário? Ana, vem
cá. A Ana fez seminário na minha época, eu vou fazer com a Ana um diálogo típico da nossa época:

- Paz de Cristo!

- A paz esteja convosco.

- Ana, estou vendo que você está com a bíblia na mão, qual é a sua tradução?

- Jerusalém.

- A minha é TEB. Você leu a Jerusalém quantas vezes?

- Uma vez.

- Uma vez só! E quando foi que você fez seminário?

- Estou fazendo com você.

- Pois é, você já foi batizada no Espírito?

- É eu fui, não orei em línguas, mas fui.

- Agora que tu leu uma vez a bíblia? Pois olha, eu já li cinco.

- E tem um tal de Moysés que já leu a bíblia umas cinco vezes até hoje e a gente agora e que fez
seminário.

- E vem cá, Ana tu estás orando em línguas já?

- Não.

Meu Deus do céu, todo mundo sai entusiasmado deste seminário, o nosso assunto é Deus. Quando a
gente se encontrava, a noite do batismo no Espírito Santo era o que vocês podem imaginar, era
gente saindo louco, desvairado por Jesus e querendo trazer todo mundo. Era disputa de quem tinha
lido mais a bíblia, a bíblia era riscada de vermelho, amarelo, roxo, azul, quanto mais cores tivesse a
sua bíblia melhor. Era um entusiasmo, era um fogo!

- Tu tá acordando que horas para rezar?

- Bem cedinho agora já que eu vou trabalhar.

- Que horas?

- 5:30.

- Eu tô acordando às 5:00. Às 5:00 mulher porque eu não consigo mais ficar sem rezar, eu não
consigo, eu não consigo mais dormir. E teu estudo bíblico? Que horas tu tá fazendo?

- Ah, antes de dormir porque meu tempo não dá, mas eu durmo antes de fazer meu estudo bíblico.

- Pois é, eu não, estou fazendo às 6:00 da manhã. Rezo de 5:00 às 6:00, de 6:00 às 7:00 faço
estudo bíblico, às 7:00 eu vou dá aula na faculdade.

Gente era assim, era um papo, na verdade era um pouco ridículo, porque a gente ficava disputando
quem tinha lido mais a bíblia, quem tinha rezado mais, quem tinha acordado mais cedo pra rezar, a
moda era acordar cinco horas pra rezar, era a moda. Então a gente fazia até uma campanha na
Renovação nesta época de acordar cinco horas pra rezar, a Renovação inteira durante uma certa
época em Fortaleza acordou às cinco horas pra rezar, pra poder todo mundo ir pra missa cinco e
meia. Era o entusiasmo que eu não vejo mais hoje, hoje você entra num seminário, pra começar não
tem ninguém ou então tem uma Bíblia tão pequenininha que ganhou aquela gincana ano passado,
de arranjar a bíblia menorzinha, basta o evangelho e o Salmo, pra que essa história de Bíblia toda,
ler a bíblia inteira? Que loucura! Sabe por que gente? Porque nós pregadores não estamos pregando
com poder e autoridade. Nós não estamos pregando com fé suficiente, amor suficiente pra inflamar
este povo e fazer com que este povo deseje o Espírito. O que acontece os grupos de oração
começam a se esvaziar. Quais são as características de uma pessoa batizada pelo Espírito Santo?
Amor a palavra, amor aos sacramentos, amor a oração, o Senhorio de Jesus. O Senhorio de Jesus
que não se prega mais hoje! Hoje em dia os nossos seminários viraram uma aulas de chatice, onde
nós nem atingimos ninguém, nós somos iguais aos fariseus, nem vamos para o céu e impedimos
que os outros vá. Porque nossa pregação não tem mais fervor, não tem mais fé, não tem mais amor.
Um pregador de seminário não precisa saber nada a não ser Jesus Cristo. Estou falando
especificamente para o seminário agora, um pregador de seminário não precisa saber nada a não
ser Jesus Cristo. Tem que ser humilde o suficiente, inteligente o suficiente pra saber que ele tem que
se ater ao kerigma e que o kerigma para nós está colocado daquele jeitinho no enchei-vos e o
kerigma é aquilo e tudo que passa daquilo não é kerigma e tudo que não é kerigma não é seminário
de vida no Espírito Santo. Ah! Mas vamos colocar uma palestra sobre Nossa senhora e a Igreja. Não!
Mas você não ama Maria? Loucamente. E você deve falar nela, mas colocar uma palestra sobre
Maria, sobre a Igreja num seminário de vida no Espírito Santo. Qual é o kerigma? Amor de Deus,
pecado e salvação, estas são as palestras, mas o que é o kerigma? Jesus Cristo encarnado, morto e
ressuscitado. Na nossa época não existia bíblia não, a minha conversa com a Ana é porque nós
mandamos buscar nossa bíblia lá no Rio, chiquérrima, porque aqui não vendia. Na nossa época não
existia kerigma com estudo bíblico pra gente seguir cada um não, sabe o que a gente fazia? Lia
quatro capítulos da bíblia por dia, na doida assim traaaaa.... Sem ninguém para orientar. Tinha um
livrinho que era muito bom: A bíblia foi escrita para você. Simplérrimo, mas era o que nós tínhamos,
aí nós não fomos educados em sabedorias humanas, nós fomos descobrindo a palavra de Deus por
ela mesma, porque o Espírito santo estava em nós. Quando uma pessoa é batizada no Espírito, ela
não tem problema em ler a palavra, não tem problema em rezar, não tem problema, ela sai
entusiasmada. Como é que estão saindo as pessoas dos nossos seminários? Cadê o entusiasmo?
Cadê o entusiasmo dos grupos de oração? Cadê o entusiasmo das pessoas que estão pregando aqui
na Mãe de Deus? Como é que tá? Aqui nos nossos cursos da Mãe de Deus, nós estamos pregando
com tanta fé, com tanto entusiasmo, com tanta intimidade com Deus que as pessoas estão saindo
da sala loucas por Jesus Cristo e vão do FB1 ao FB 100000, quanto mais de Jesus melhor ou elas
estão desistindo no FB2, FB3 porque não aguentam a chatice daquela aula, eu oro antes de dar
minha aula, eu fico íntima da palavra de Deus que eu vou pregar? Entende gente? São
responsabilidades que nós temos, nós pregadores que vamos em missão, quais são os frutos da
nossa missão? Nós usamos os dons na nossa pregação ou nós estamos ainda naquela tatatatata....
Fui lá dá um recado, se a minha pregação não converte ninguém é melhor não fazer perder tempo
das pessoas e eu estou pregando errado, não estou pregando Jesus Cristo, porque Jesus Cristo
chega e converte, não é assim. Onde Jesus Cristo passava, não precisava falar nada, Jesus Cristo
não fez grandes pregações não, Jesus não fez grandes discursos não. Quais foram os grandes
discursos de Jesus: Sermão da montanha, algumas parábolas, o discurso apostólico quando Ele
disse: Vão de dois em dois. O que mais? Mas, três anos? Será que a Bíblia não deveria ser dessa
grossura, do chão até aqui? Com as diversas palestras que Jesus deu? Jesus pregou muito pouco.
Então quando Jesus chega, Jesus age, age! Nas nossas palestras Jesus está agindo? Eu estou aberto
para palavra de Sabedoria, para palavra de Ciência, para palavra de Profecia nas minhas palestras?
Ah, Emmir, mas a aula não dá tempo nem de dar a matéria que tem lá. Eu sei que não dá, porém é
melhor você cobrir o material todo e você sair de lá convertida por falta de uma palavra de
sabedoria, dois segundos que você deu do que outra. O Júnior acabou de dizer que a Zélia saiu do
congresso da família outra vez. Por que? Com muita possibilidade o congresso da família foi pregado
com poder de Deus e houve no congresso, palavra de sabedoria e houve cura e houve libertação,
para haver cura e libertação gente não precisa dizer: Agora vamos orar por cura, passa quinze
minutos, vem aquelas palavras de ciência, não é isso!

Se a sua pregação for a pessoa de Jesus Cristo você vai pregar a pessoa de Jesus Cristo que cura.
Talvez você nunca anuncie aquela cura. Outro dia aconteceu uma coisa muito engraçada comigo.
Primeiro, posso contar uma coisa que aconteceu comigo e contigo surfista? Eu estava pregando,
todo mundo conhece a história dele; eu estava pregando no Paulo Sarasate e me veio a imagem de
um surfista, numa prancha. E essa peça rara ia fugir do Renascer. A imagem me veio e eu disse:
Meu Deus, não sei nem sobre o que é a palestra. Eu sei que me veio a imagem e me veio a palavra:
tu, surfista, pega essa onda, não deixa ela passar. Eu orei pelo Delci? Eu fiz mil orações de libertação
nele? Não, apenas, humildemente, que eu não sou humilde mas devo ter tido uma crise naquele dia,
disse, uma coisa que Deus tinha me dito. Veio uma imagem dum surfista no meio de uma palestra
do Renascer. Você já pode imaginar que amor louco Deus tem por esse menino? E já podem
imaginar se eu não disser? Outro dia eu estava no Pirambú e chegou uma senhora para mim e disse
assim: Emmir, olha eu era louca para me encontrar com você, porque eu fui curada numa palestra
sua. E eu olhava a mulher e não fazia a menor idéia de quem era. Aí ela disse: tu te lembras no
Renascer de 1993? Aí ela disse assim: Emmir eu estava tonta da cabeça. Eu não conseguia enxergar
nada na minha frente. E você disse assim: Jesus vai transformar toda nossa confusão em segurança
e eu fiquei boa até hoje. Entende, gente? E eu precisei entrar em êxtase para fazer isso? Não. Abre
para palavra de Sabedoria. Sabe aquela pessoa do Congresso de Casais do Zaire? Aquele senhor do
Zaire? Aquele senhor tem uma história para contar que eu não posso contar porque pertence a ele,
até ele dar o testemunho, é impressionante. Tinha 3.000 pessoas, eu tinha que falar logo com
aquela pessoa ali? Ele depois me escreveu, eu estou com a carta dele guardada, porque eu sei que
ele é um escolhido igual a você, ele é pescado do meio do povo. Porque eu disse assim: você aí,
você quer ir para Zaire comigo? Aí eu disse: no Zaire não tem escola, no Zaire tem mais aids do que
qualquer outra doença, não tem hospital, as tribos vivem brigando, até nem se chama mais Zaire,
mas você quer ir para o Zaire comigo? Ele levantou e disse: Eu quero. E seus filhos? Também. E a
sua mulher? Também. A vida desse homem mudou. Completamente! Era a primeira vez que ele
botava o pé dele lá, ele não tinha ido antes. Isso eu sei que acontece com vocês também. Mas essas
coisas, gente ajudam a gente a medir se minha pregação está sendo feita com sabedoria humana ou
com sabedoria divina. Se estou tendo intimidade com Deus e com a palavra de Deus e se estou
tendo fé e amor a Deus. Então, gente eu acho que vocês estão entendendo; nós precisamos pedir a
Deus um novo fervor, um novo ardor na pregação, uma nova oportunidade para pregar com poder,
com fé e com amor. Acho que são estas três coisas. Vamos ver as passagens até o fim porque é um
desaforo a gente não vê. Mas nós temos que pregar com poder, com fé e com amor. Eu só vou
pregar com poder, com fé e com amor se eu for tão íntima de Jesus ou mais íntima do que o João é
da Zélia. Porque eu vou saber que ele me ama, eu vou amá-lo, eu vou conhecê-lo e vou pregar
sobre quem ele é, não sobre quem eu imagino que ele seja.

Então, vamos ler o resto aqui que São Paulo diz: "resolvi nada saber (versículo 2) dentre vós, a não
ser Jesus Cristo e Jesus Cristo crucificado, ou seja, eu fui para vocês, para dar a vocês Deus, não a
minha palavra, não a minha sabedoria, um Deus crucificado; eu vou pedir a vocês sacrifício, meu
povo, não se vocês percebem, mas quanto mais Deus exige das pessoas e Deus exige, a palavra de
Deus é exigente; ai de vocês se pregarem a Palavra de Deus e hen, hen..., então você vai pregar
outra coisa porque a Palavra de Deus é profundamente exigente, mas quanto mais exigente é a
Palavra de Deus, o que você prega na verdade, mais as pessoas amam a Deus, mais as pessoas se
convertem, mais as pessoas querem, especialmente os jovens. Quem prega para jovem aqui? Hoje
em dia tem uma coisa estranha. Você acha que pregar para jovem sendo igual a eles ficou ridículo, a
não ser que você esteja fazendo uma brincadeira, né. Ó vai nessa onda cara, aí todo mundo começa
a rir né? Mas o jovem é atraído pela verdade, o jovem é atraído pela radicalidade, porque jovem não
é bobo não, e jovem não é contaminado pelas nossas preguicinhas que nós adultos vamos
adquirindo, não. O adulto que é jovem, que vai permanecer sempre jovem, é aquele adulto que
segue o Evangelho na sua radicalidade que não sinta cansado e não volta atrás. O Evangelho é
radical e São Paulo diz: eu vim pregar para vocês Jesus Cristo, eu só sei, no meio de vocês, eu só
sei Jesus Cristo e Jesus Cristo crucificado, ou seja o Evangelho integral, o Evangelho nas suas
exigências e prá isso eu preciso conhecer a Bíblia. Desculpem, eu estava rezando lá atrás e disse:
Jesus, esse pessoal todo já leu a Bíblia pelo menos uma vez? Ele disse: não. Nem vou perguntar a
vocês que ele já me disse. Ó Deus, ó meu Deus e aí? Esse ano agora eu pedi licença a minha
formadora para ler a Bíblia de capa a capa outra vez. Fazer a liturgia, mas ler de capa a capa
porque? Porque mesmo que eu manuseie a Palavra de Deus todo dia, todo dia, fazendo isso, fazendo
aquilo, escrevendo e orando e tá, tá, tá, eu preciso ler, de vez em quando ler de capa a capa. Para
que ela entre na minha cabeça e no meu coração para que eu possa orar. Alguém aqui é professor?
De quê que você é professor de matemática? Quem é professor de matemática? Qual o herói? Qual
é o teorema de Pitágoras? 1,2,3, meio e já! Como é que tu sabes disso? Quem te garante que isso aí
existe? Tu estudastes ou tu estás inventando? Prá que se serve isso, hein, que eu não sei! Ela sabe o
que é, ela sabe para que serve e ela sabe até a origem do teorema do Pitágoras, entendeu? Eu não
fazia a menor idéia, pelo nome deve ser egípcio, pelo que ela disse. Mas ela estudou, ela sabe, ela
deve saber desenrolar o teorema aí o que ela disse, para, mim é impossível, mas para ela deve ser
fácil. Como é? O quadrado da hipotenusa... eu não faço idéia do que é hipotenusa, não faço idéia do
que é teorema, não faço, sou burra, imbecil, idiota, mas me pergunte sobre a Bíblia que talvez te
saiba responder alguma coisinha, porque nós nunca vamos abranger a Palavra de Deus totalmente.
Então, se ela for uma professora de matemática irresponsável que não saiba nem o que é uma
hipotenusa como eu, não tem muito problema não. Sabe porque? Porque os alunos dela não vão
aprender com ela, vão aprender num livro, mas as vezes, a pessoa que está diante de você, só está
diante de você aquela vez. E se você não tiver fé, amor e poder de Deus para ministrar aquela
pessoa ela talvez nunca mais tenha outra oportunidade.

Pois bem, a minha pregação nada tinha dos discursos persuasivos da sabedoria, mas era uma
demonstração feita pelo poder do Espírito, a fim de que a vossa fé não se fundasse na sabedoria dos
homens, mas no poder de Deus". Eu queria ler este versículo com vocês outra vez, vamos lá? A
minha palavra e a minha pregação nada tinha dos discursos persuasivos da sabedoria mas era uma
demonstração feita pelo poder do Espírito, a fim de que a vossa fé não se fundasse na sabedoria dos
homens, mas no poder de Deus. Lembra o que que houve na comunidade, acho que de Coríntios
mesmo, disse: eu sou de Paulo, outros disse eu sou de Cefas, outro disse eu sou de Apolo. Porque
isso aconteceu? Porque eles estavam apegados e baseados numa sabedoria humana. A fé dos
miseráveis lá dos Coríntios não se baseava na sabedoria de Deus, mas numa sabedoria humana. Aí
o que acontece? Divisão, raiva, rixas, partido, discórdias, frutos da carne vão todos porque? Porque
quem confia em homens se perde. E então, eu prefiro parecer uma idiota, um, um tolo no meio de
vocês do que chegar aqui arrotando sabedoria humana e vocês começarem a me idolatrar. Então eu
fiquei fraco, trêmulo, cheio de temor, eu cheguei assim no meio de vocês porque eu quero que a fé
de vocês se baseie em Jesus Cristo e não em mim. Você ama Jesus? Você ama Jesus a ponto de que
ele apareça no coração das pessoas? Como diz São Paulo eu vim pregar a vocês pelo poder do
Espírito. Eu tenho uma experiência muito interessante. Desculpem, mas eu acho que o testemunho
fala mais que outra coisa. Eu tenho uma experiência muito interessante. Muitas e muitas vezes, e
quase sempre. Vamos supor que eu esteja pregando sobre os carros do engarrafamento da Beira-
mar. A pessoa chega para mim e diz assim: Emmir, olha naquela que você contou a cura do câncer
do seu marido, eu fui profundamente tocada. Mas, eu não falei, eu não, falei, eu não falei, eu não
falei disso; eu estava falando dos carros da Beira-mar. Gente a coisa começou a acontecer tão
freqüentemente que uma vez eu peguei uma fita e disse: eu vou ouvir, eu quero ver se eu estou
ficando doida ou se a pessoa tá porque eu estava me sentindo meio louca porque as pessoas
ouviram uma coisa que eu não tinha dito. E aí peguei uma fita e não achei, nada do que a mulher
disse que eu tinha dito. Aí depois aconteceu outra vez e outra vez, aí uma dessas vezes aí, eu nunca
tenho tempo de ouvir fita, mas eu peguei e ouvi outra vez a fita, nada; e eu perguntava as pessoas,
vem cá, eu disse não sei o que? Não, disse não. O quê que é? É uma prova que me alegra
profundamente, eu sou grata a Deus, sabia? Eu sou muito grata a Deus por isso. Porque é uma
prova de que o Espírito Santo está agindo nas pessoas, independentemente de mim, gente, e isso
quando a gente vai na fé e no amor e no poder de Deus, isso acontece. Pessoas que dizem mas você
leu a minha vida. Eu disse: foi mesmo? Pois é, quando você falou aquilo, meu Deus, tudo se
transformou. Olha é muito comum as pessoas dizerem isso. Quando você disse aquilo, que eu não
disse, tudo se transformou. Aí a frase mais comum é: eu nem ouvi o que você disse no resto da
palestra.

É a frase mais comum que acompanha essa graça de Deus, é essa: aquilo me tocou tanto (que eu
não disse, tenho certeza, mas agora a pessoa vem e eu digo: ah! foi, que bom, Deus seja louvado,
louvado seja Deus, e vou deixando. Deixa ela pensar que eu disse que eu não vou complicar a
cabeça da criatura, né? Então, é comum, eu tenho certeza que eu não disse quando a pessoa chega
e diz: depois eu nem prestei atenção ao resto da palestra. Aí eu tenho certeza que foi o Espírito
Santo que disse. Porque? Porque a pessoa saiu de si pelo poder de Deus. Ou então outra frase
comum: depois que você disse aquilo, a minha vida passou todinha na minha cabeça. Muito comum.
O que é isso? Foi uma palavra, que eu não disse, que o Espírito Santo disse no coração dela e uma
cura interior onde a vida dela todinha passou na cabeça. Gente, isso é o poder de Deus. Porque,
meu, garanto que não é. Vamos lá. Se eu conseguir ler até o fim, sem comentar, vocês vão dizer
já...

Vamos lá, versículo 6. "No entanto, é realmente uma sabedoria que nós ensinamos aos cristãos
adultos; sabedoria que não é desse mundo, nem dos príncipes desse mundo votados a destruição.
Nós ensinamos a sabedoria de Deus (agora estas duas palavras) misteriosas e ocultas (misteriosa e
secreta, misteriosa e escondida). Aonde está? Vamos para o Profeta Elias: aí vem a tempestade, não
acha; vem a chuva, terremoto, não acha, não acha Deus onde é que ele vai encontrar Deus? na
brisa, não é? Ele vai encontrar Deus? é na brisa, não é? Ele vai encontrar Deus na brisa porque ele
vai encontrar essa sabedoria misteriosa e secreta, escondida, escondida. A sabedoria de Deus não
está a venda no camelô. A sabedoria de Deus está escondida. Aliás, eu escondi aqui nesse pátio,
antes de vocês virem, eu escondi uma moeda nova de 0,50 centavos . Será que vocês poderiam
achar para mim? Meu povo, eu não vou para casa sem estes 0,50 centavos. É aquela nova,
douradinha e... Vamos ver quem acha? Quem sabe tem um prêmio para quem achar. Vamos lá, eu
sei onde está mas eu não quero olhar para não dar nenhuma deixa. Onde será que está essa
moeda? Quando uma coisa é misteriosa e escondida, para você ver, você precisa procurar. Se você
vai pregar a sabedoria eu vou ensinar mais uma vez (vocês vão dizer que eu estou chata, mas não
tem problema, é normal) quanto mais você procurar a sabedoria de Deus, quanto mais você tiver
certeza que você não tem a menor dignidade para estar se aproximando do Deus misterioso, do
Deus grande, quanto mais você buscar, mais você vai encontrar essa sabedoria escondida. Que só é
revelada, diz o resto das Palavra, ela só é revelada pelo Espírito de Deus. Porque só o Espírito sonda
as profundezas (taí na Palavra de vocês v. 10) com efeito, a nós que Deus o revelou pelo Espírito,
pois o Espírito tudo sonda, até as profundezas de Deus". Interessante, a sabedoria de Deus é
misteriosa e está escondida. Jesus vai dizer; Jesus exulta de alegria no Espírito e vai dizer: Pai, eu te
dou graças, porque você revelou os seus segredos, as suas coisas, esses entendimentos aos
pequenos, aos que vão com temor e tremor, sem querer pregar a sabedoria humana. Você revelou
isso aos pequeninos, porém você escondeu dos grandes, dos orgulhosos, dos que se acham o
máximo. Então veja bem, Deus não apenas, não revelou, Ele escondeu, é diferente (não tenho
tempo de falar sobre isso, mas vocês já ouviram falar várias vezes) Então, Deus não apenas decidiu
não revelar Deus também escondeu. E para eu esconder uma coisa eu tenho que fazer um ato da
minha vontade. Deus fez inacessível aos sábios desse mundo os mistérios escondidos em Deus. E só
o Espírito Santo pode revelar. E o Espírito Santo vai me revelar na medida em que eu buscar e
buscar, viver e conhecer de tal forma que haja entre mim e Deus amor, amor meu por ele, dele por
mim, aliás, primeiro dele por mim e depois meu por Ele; confiança dele em mim e minha nEle. A fé,
a certeza de que aquilo que estou pregando, as pessoas... gente, vem cá, quem tem o coração doído
pelas pessoas que não conhecem Deus no mundo? Quem tem essa dor? Quem sempre reza porque
diz: meu Deus, tanta gente não te conhece, quem reza assim sempre? O teu coração se desmancha
e se aperta quando você pensa em mim? Então você está no caminho certo. Porque tem gente que
tem a fé tão pequena que não se importa. Oh! que vá outro pregar. Você pode pregar para mim
hoje? Ah! que vá outro, eu não posso, eu desci do certo lá da muralha, estou com minhas pernas
doendo. Que vá outro, que outro vá. Você não entende ainda, você não entendeu. As vezes, para
uma pessoa que está lá é preciso que você esteja lá, para que Deus use a sua humanidade e inspire
pelo Espírito Santo.

Amor – fé e poder. Especialmente os senhores e senhoras pregadoras dos Seminários (que não estão
aqui mas na semana que vem eu vou pegar vocês). Quem conhece gente que prega nos seminários
além dos que estão aqui. Então, pode dizer: a Emmir disse que ia pegar vocês na semana que vem,
na Quinta-feira. Porque eu preciso. É uma necessidade de Obra, é uma necessidade do Reino de
Deus. Pegar fogo nos seminários. Pegar fogo no Centro de Formação. Pegar fogo. A doutrina de
Deus não é uma coisa chata, é uma coisa maravilhosa com a qual eu posso rezar pega fogo. A moral
não é um fardo sobre mim, que fica me impedindo de fazer o que eu gosto. Não, a moral é uma
prova de amor a Deus, é uma prova do amor de Deus, da preservação de Deus por mim; faz parte
do ser preservativo de Deus, do ser que faz com que a vida continue e que preserva minha vida. É
uma grande graça, a moral é uma grande graça, não é um fardo, não é um peso. Então fazer com
que a Palavra de Deus tenha sentido na vida das pessoas. E fazer com que, pelo poder do Espírito
Santo você sonde os mistérios da Sabedoria de Deus, primeiro. E os mistérios escondidos, que é dos
pequenos. E que você leve as pessoas a dizerem: Eu quero ser como este pregador aí. Porque ele
ama Jesus. Eu quero conhecer a Jesus esse pecador aí conhece Jesus. É a primeira reação das
pessoas. Elas as vezes vão por nós, mas elas vão para Jesus. Se nós tivermos pregando com a
sabedoria de Deus elas vão para Jesus. Mas há uma identificação, uma identificação humana: eu
quero ser como essa pessoa aí, eu quero ter o que essa pessoa aí tem. Meu Deus, dá-me a graça
você deu a essa pessoa aí porque é isso que eu preciso. Amém?

TEMA 3: A ESCOLA DE FORMAÇÃO SHALOM: MISSÃO E OBJETIVO

Emílio César Porto Cabral

Mateus 28, 16-20: Testamento do Ressuscitado

DISCIPULADO JUDAICO E CRISTÃO

O discípulo escolhe o Mestre


Jesus (Mestre escolhe o discípulo

É por tempo indeterminado


É para sempre

O centro é a Torá
O centro é a Pessoa de Jesus

O discípulo se torna mestre para formar outros discípulos


O discípulo é sempre discípulo, mas é chamado a fazer outros discípulos de Jesus

Nós estamos formando almas para Deus Informando e formando. Catequizando, servindo a Igreja,
formando discípulos.

Nós estamos formando discípulos de Jesus e para formar discípulos o que é que precisa antes? Ser
discípulo de Jesus. Então essa é a missão da Escola de Formação. Não é informação somente, não é
ter um relacionamento com Deus simplesmente, tudo isso que vocês disseram é verdade. Mas existe
algo que engloba tudo e mais alguma coisa, que é formar discípulos de Jesus e para isso antes eu
preciso ser discípulo de Jesus. Então é por isso que hoje nós vamos dar uma pregação baseado
numa passagem, baseado no Evangelho de Mateus, capítulo 28 versículo de 16 a 20. É a última
passagem do Evangelho de Mateus e nós vamos dar em forma de pregação. Vamos tentar fazer em
trinta minutos em forma de pregação.

São dois objetivos, o primeiro objetivo porque essa é a nossa missão. Aqui nós vamos delinear a
missão da Escola de Formação, de todas porque é uma coisa evangélica; a gente vai tirar do
Evangelho. Então a missão da Escola de Formação nós vamos delinear aqui com essa pregação, ao
menos em geral para ter isso claro. Claro para quem? Para mim, em primeiro lugar para cada um
pessoalmente, depois para o corpo como comunidade. Mas o segundo objetivo? Um é delinear a
missão e o segundo é para a gente passar essa palestra nos grupos de oração aqui da região que
engloba essa Escola de Formação da Paz, justamente porque a previsão é ter salas de aula com
pouquíssimos alunos então a gente precisa fazer um sério trabalho de publicidade, de divulgação.
Então nós vamos pedir a você professor, caro professor, para você ir nos grupos de oração dar essa
palestra ungido, com o poder de Deus, com a graça de Deus, mas bem ungida, bem forte, com
bastante poder de Deus para dizer o que é ser discípulo de Jesus e nos final da palestra você dizer
essa é a missão da Escola de Formação, venha para a Escola de Formação. É isso que nós vamos
fazer na Escola de Formação, é isso que nós vamos fazer na Escola de Formação, é isso que nós
queremos fazer na Escola de Formação por isso venha; eu sou um professor da Escola de Formação
eu dei essa palestra passei 5 minutos convidando, passei 5 minutos chamando, passei 5 minutos
motivando. Não vai ser obrigatório para ninguém, a não ser para os Ministérios como foi discernido
para quem não fez até o FB IV etc. Mas o objetivo nosso é dizer venham, venha... é um trabalho de
divulgação e para isso a gente vai dar no final 20 minutos para a Aladir ver, fazer um trabalho aqui,
dividir cada um, para vocês passarem. Tá bom? Então quais são os dois objetivos dessa palestra? O
primeiro? Delinear a missão da Escola de Formação, primeiro a um nível pessoal para ter isso claro
pessoalmente e para ter isso claro como corpo. Segundo? Passar essa palestra para os grupos de
oração com bastante unção.

Então, vamos lá, novamente vamos fechar os nossos olhos e peçam, implorem a Deus agora. Porque
eu me preparei, mas se Deus não vier em nosso auxílio não vai adiantar muito não. (Oração).

Então, vamos pegar Mt 28, 16-20 e vamos ler para a pessoa que está ao nosso lado. Uma pessoa ler
para outra, pode ir lendo. Então depois eu vou dar uma pausa e a gente então vai procurar ver a
divisão do texto. Uma divisão muito simples, é dividido em duas formas, em dois momentos e a
gente vai tentar e eu vou perguntar a vocês quais são esses momentos.

"Quanto aos onze discípulos, eles foram para a Galiléia a uma montanha a qual Jesus lhe ordena ir.
Quando o avistaram prostraram-se. Mas alguns tiveram dúvidas. Jesus aproximou-se deles e lhes
dirigiu estas palavras: "Toda autoridade me foi dada no céu e sobre a terra ide pois, de todas as
nações e fazei discípulos, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as
a guardar tudo o que vos ordenei. Quanto a mim eis que eu estou convosco todos os dias até a
consumação dos tempos". Palavras da Salvação! Glória a Vós, Senhor!

Quem me diz os dois momentos dessa passagem e porquê? O Envio e a Missão que é Batizar. A
promessa. Eu vou ler de novo para vocês perceberem. Os dois momentos é o seguinte: os primeiros
versículos 16 e 17 os verbos têm um sujeito. Os outros versículos têm outro sujeito. Qual é o sujeito
dos dois primeiros versículos? Os discípulos, os onze discípulos. Qual é o sujeito dos últimos
versículos? Jesus.

Os primeiros versículos, 16 a 17 sujeito são os discípulos, tem verbos de ação e de postura;


posicionamento interior, por exemplo, duvidaram. E não existe discurso direto, só narração. Dos
versículos 18 a 20 tem como sujeito Jesus e são principalmente palavras. É um discurso direto que
Jesus fala aos discípulos. Vamos ler novamente para a gente perceber isso, como isso é muito claro?

Na Galiléia, a gente ver assim que eles vão para a Galiléia. Galiléia é uma região da Terra Santa, que
fica no norte da Terra Santa e é caracterizada por ter diversos povos, não só judeus, e no Evangelho
de Mt, a gente está no Evangelho de Mt então a gente tem que explicar essa passagem no
Evangelho de Mt e não em outra passagem, certo?

Então no Evangelho de Mt quem é a Galiléia? O que é a Galiléia? A Galiléia é um cenário histórico da


obra de Jesus, da missão de Jesus. Jesus ensinou na Galiléia, principalmente. Segundo Mt Jesus foi
para Jerusalém somente uma vez. É chamada também em Mt 4, 15 a Galiléia da nações.

Foi da Galiléia que Jesus iniciou a sua missão para os judeus. No Evangelho de Mt Jesus pregava só
para os judeus porque o Messias judáico era aquele que deveria vir para o povo judáico. Mas Jesus
no final do seu discipulado, do seu ministério, depois de ressuscitado, agora, Ele da Galiléia vai
mandar os discípulos para todas as nações.

Da Galiléia Jesus começou para os judeus e da Galiléia os discípulos começaram a sua ação
evangelizadora para todas as nações. O início, é o lugar inicial da missão de Jesus e da missão dos
discípulos. No monte. Jesus está no monte com seus discípulos. O que é um monte para Mt? O
monte para Mt é o lugar onde Jesus manifesta a sua vontade. Onde é que aconteceu o sermão?
Sermão da Montanha. Lá Ele manifestou a sua vontade sobre a Palavra de Deus, sobre os
Mandamentos de Deus. Onde é que aconteceu a Transfiguração? No monte. Lá Jesus se manifestou.
Manifestou a si mesmo, a Sua Pessoa, a Sua Divindade aos discípulos. E onde é que acontece esse
momento? No monte da Galiléia. Aonde Jesus vai se manifestar o Todo-Poderoso, o Pantocrator, o
Todo-Poderoso e como o Todo-Poderoso Ele vai dar uma missão para os seus discípulos, vai mandar
os seus discípulos em missão. Então o lugar onde Jesus se revela aos discípulos como Todo-
Poderoso, a partir daí, fundamentado nessa revelação vai mandar os seus discípulos em missão.

Além disso, a gente vai ver um outra coisa interessante dessa passagem, se fala dos onze, dos onze
o quê? Dos onze discípulos. Mas não são doze Apóstolos? Judas Iscariotes negou Jesus e abandonou
e se suicidou então aqueles que eram doze passaram a ser onze. Digamos uma falha. O grupo que
Jesus formou falhou. Jesus o maior de todos, mas no grupo dele teve uma falha. Não foi um
sucesso. Não teve só essa falha. A gente vai ver que até agora mesmo teve uma pequena falha
porque eles tiveram dúvidas. O grupo do próprio Jesus. Quem somos nós então para exigir que o
nosso grupo não tenha falhas? Quem somos nós? Não pode, o nosso grupo não é melhor do que o
de Jesus? Ninguém é melhor do que Jesus. Quem somos nós também para escolhermos os nossos
discípulos? Os discípulos de Jesus? É Jesus que escolhe os discípulos Dele, não somos nós. Ele
escolheu o pecador, um publicano, um cobrador de impostos. Eu posso escolher quem eu quero
como discípulo?

Então aqueles que eram doze se tornaram onze. E os doze são os apóstolos. Não são os apóstolos os
doze? Eram setenta discípulos ou setenta e dois e Jesus escolheu doze para ser apóstolos. Vocês
sabem que apóstolo significa enviado.

Então dos discípulos Jesus tirou doze apóstolos para enviar em missão e deu autoridade para eles
como a gente vai ver aqui em outros momentos. Eles são únicos, eles são os apóstolos e eles
continuam hoje na pessoa de quem? Na pessoa dos Bispos. Os sucessores dos apóstolos são os
Bispos. Mas antes deles serem apóstolos, antes disso, eles eram antes de tudo o quê? Discípulos. E
mesmo como apóstolos eles continuam sendo antes de tudo discípulos. Por isso essa passagem não
é só para os bispos não minha gente, é para os discípulos também. Os Bispos existem e são eles
quem garantem essa continuidade dos apóstolos é por eles que todos nós temos o mandato
missionário também. É por causa deles que nós podemos ir evangelizar, é por causa deles que existe
a Igreja e nós estamos evangelizando e formando discípulos em nome de Jesus, mas através dos
sucessores deles que são os Bispos. Mas nós também somos discípulos e vamos nós encaixar nesse
momento aqui porque somos discípulos nós vamos nos encaixar naquilo que Jesus vai falar. Nós não
negamos os Bispos, pelo contrário, é por causa deles que nós podemos estar aqui, porque eles nos
confiam essa missão. Porque Jesus confiou a eles mas confiou a eles e eles confiaram também a nós
e por causa disso nós temos a missão também.

E diz a passagem: "Quando o avistaram... Então se prostram porque estavam diante de Jesus
ressuscitado, Jesus ressuscitado. Eles se prostraram em sinal de adoração, de adoração profunda
com todo o ser deles, mas eles duvidaram, eles duvidaram porque eles tinham pouca fé." Vamos
pegar essa passagem? Mt 14, 31, a gente vai deixar as perguntas para o final porque como é estilo
pregação, então na pregação a gente não pode ter perguntas. Mas no final eu vou dar um tempo
para perguntas, está certo?

"Jesus estendendo a mão o pegou dizendo-lhe (pegou quem? Pedro) Homem de pouca fé, porque
duvidastes?" (É o mesmo verbo de lá, da outra parte) Porque duvidastes? (Porque ele duvidou?
Tinha pouca fé). Os discípulos também mesmo aqui vendo o ressuscitado duvidaram. Mais uma vez
a gente vê que somos limitados, mesmo sendo discípulos nós temos nossas limitações. Mesmo
sendo discípulos nós podemos ter nossa pouca fé e nós precisamos de Jesus para tornar a nossa
dificuldade, a nossa pouca fé, a nossa dúvida em fé nós precisamos de Jesus. Só Ele, só ele pode
nos preencher totalmente. Só Ele pode fazer de nós discípulos fiéis ou seja com grande e profunda
fé que não duvidam do poder de Jesus, que não duvidam que Jesus ressuscitou, que não duvidam
que Jesus está vivo e pode operar ainda e pode realizar com o mesmo poder e até mais poder. Que
não duvidam que Jesus pode nos convencer daquilo que nós não conseguimos ser convencidos,
lendo ou conversando com os irmãos.

Sim nós temos as leituras, nós temos os nossos irmãos que podem nos ajudar mas no final das
contas é Jesus que vai solidificar a minha fé. A minha fé no poder Dele e a minha fé no que ele
ensinou e a minha fé. A minha fé no poder Dele e a minha fé no que ele ensinou e a minha fé no que
a Igreja ensina. É Jesus, e Jesus ressuscitado que está vivo agora irmão, e a sua limitação, o seu
pecado ou a sua dúvida, Jesus pode, Jesus pode preencher, Jesus pode curar você, Jesus pode lhe
convencer. E é isto que a gente tem que dizer para as pessoas quando a gente for nos grupos, e é
isso que a gente tem que fazer nas nossas salas de aula também porque é Jesus, não é a nossa
ciência, não é a nossa exigência, não é porque eu sei muito, porque eu estudei muito, é Jesus, não
sou eu, é Jesus.

Eu podia está aqui falando tudo o que eu estudei agora ou tudo o que estudei em cinco anos e não
convencer ninguém, como já aconteceu. Mas é Jesus, é Jesus ressuscitado que pode convencer, que
pode abrasar o seu coração, que pode abrasar o seu coração e que pode lhe curar e que lhe pode lhe
convencer. Se abra irmão a Jesus ressuscitado ao que Ele lhe pede, ao que Ele deseja lhe fazer, ao
que Ele lhe orienta, ao que ele lhe convence. E se abra também no momento em que você estiver
ensinando para os rhemas de Deus.

Chega num momento em que você está ensinando e vem um rhema, pare e reze porque é Jesus que
vai convencer ao irmão, porque é Jesus que vai convencer o irmão, porque é Jesus que vai fazer com
que aquele seu ensinamento se torne vida nos seus alunos, nos discípulos de Jesus que estão ali.

Se abra ao poder de Deus, se abra a unção de Deus, se abra as forças de Deus mais, se você já é
aberto, mais. Se você não é se abra, escancare a porta do seu coração para isso, não tenha medo de
ser ridículo, não tenha medo de ser ridículo! Porque Jesus e o Espírito Santo agem de formas
diferentes, não seguem os nossos esquemas. Não tenham medo de quebrar os esquemas de vocês,
não tenham medo de quebrar os esquemas da cabeça de vocês, não tenha, medo porque é aí que o
Espírito Santo pode agir. É assim, tem que ter esquema mas o esquema não pode impedir a ação do
Espírito porque é só Ele, é só Deus que pode fazer em nós e através de nós nos irmãos. E por isso a
gente deve adorar, se abrir como eu já falei.

E passando para a Segunda fase, o segundo momento que é o momento mais importante, é o
momento onde está a nossa missão mesmo. A gente já falou em tudo isso, a gente já falou um
pouco direcionado nesse segundo momento, mas é nesse segundo momento da nossa missão. O que
estou falando aqui para os professores eu estou falando da mesma forma para os pregadores,
porque é a mesma coisa se não for mais ainda, porque na pregação é muito mais a ação do Espírito,
porque não tem esquemas, a maior parte das vezes não pode ter esquemas. Depois a gente
conversa sobre isso um pouco mais, mas a pregação ainda mais porque vocês estão com os
corações fechados, com corações que talvez nem acreditem ainda em Jesus ou precisam mais ainda
do poder de Deus, mas também da formação, da Escola de Formação, porque existem corações que
também estão fechados, estão cheios, estão como uma pedra porque já tentaram tanto e nunca
conseguiram, estão desanimados, desmotivados, etc.

Então continuando, "Jesus aproximou-se", trocou o sujeito do verbo, "Jesus aproximou-se deles e
lhes dirigiu estas palavras: Toda autoridade me foi dada no céu e sobre a terra". Isso aqui é o que a
gente pode chamar, aqui nós começamos as últimas palavras de Jesus que constitui o ápice de toda
a narração de todo o Evangelho de Mateus. É como se fosse uma conclusão. Todo o Evangelho de
Mateus é voltado para esse momento, por isso para ler o Evangelho de Mateus bem, você tem que
começar por essa parte, sabia? Depois a gente pode até dar um curso sobre isso, fazer um curso de
final de semana, quem sabe sobre o Evangelho de Mateus em forma de lectio.

Mas aqui está o ápice, o ápice de todo o Evangelho de Mateus é o testamento de Jesus. Estas
palavras constituem o testamento de Jesus, o testamento de Jesus.

Então aqui quem é o sujeito formal, o sujeito do verbo é Jesus. Engraçado, aqui Jesus já está
ressuscitado mas Mateus não dá o título de Senhor. Mateus em outras passagens não fala, não diz
Senhor? E a gente não sabe que o Senhor é Deus? E aqui Jesus se manifesta plenamente, com todo
o seu senhorio, com todo o seu poder como Deus. Jesus se manifesta. Mas Mateus tem uns 10
títulos que em outras passagens Ele dá. Se não me engano, lá na Transfiguração ele dá esse título,
eu não me lembro agora. Mas em outras passagens ele dá menos importância, nessa ela não dá o
título de Senhor. Por quê? Porque está na dúvida? Está no Espírito e corpo, corpo também, Jesus
ressuscitado. Mas porque que ele... está por aí, a mesma palavra que ele usa quando Jesus pregava,
muita gente não sabia que Ele era Deus, muita gente não sabia que Ele era Deus! Pensava que Ele
fosse o Mestre, o Messias, não sabia que Ele era Deus. O nome Dele ali era Jesus, ou mestre porque
naquele tempo todo mundo chamava os rabi de mestre, etc. Rabi e mestre é a mesma coisa, né? E
chamava Jesus e Jesus é um nome, o nome comum de Jesus, é como dizer Emílio, é o nome dele.
Porque Mateus dá esse nome aqui, o nome histórico de Jesus? Isso Verônica, isso mesmo, porque
Mateus quer mostrar que o mesmo Jesus que pregou na Galiléia, foi Aquele que ressuscitou. Glória a
Deus! Mateus quer mostrar isso! Que o mesmo que estava lá pregando na montanha, curando os
enfermos, que estava lá sendo rejeitado, não sendo aceito, o mesmo que foi crucificado como o
ladrão miserável, Aquele mesmo, ressuscitou, está vivo, este ressuscitou e é este Jesus que diz:
"toda a autoridade", todo o poder, palavra poder, pode ser autoridade mas a palavra mesmo é poder,
poder, todo poder, na dimensão forte dessa palavra. "Toda autoridade me foi dada no céu e sobre a
terra". Aqui Jesus se manifesta como Todo-Poderoso, o Pantocrator. Como o Topo-Poderoso, Ele pode
tudo, ressuscitar os mortos, curar os enfermos, dar vista aos cegos, libertar os prisioneiros. Ele pode
lhe curar irmão. Ele pode lhe ensinar irmão. Ele pode lhe convencer, ele pode fazer com que você se
comprometa mais com Ele. Se você não consegue se comprometer com Ele, reze porque ele é Todo-
Poderoso. Ele é Todo-Poderoso. Se você tem medo de responder ao que Jesus lhe falou na oração,
reze, peça a graça. Se você tem medo de se comprometer e Ele já lhe pediu mais compromisso?
Reze, peça a graça. Se Jesus já lhe pediu coisas concretas que você tem medo de fazer, reze, peça a
graça. Se Jesus já lhe pediu coisas concretas que você tem medo de fazer, reze, peça a graça porque
Ele lhe dá a graça e porque isso vai ser a sua felicidade. Só, voc6e só vai ser feliz quando você for
100% de Jesus. E ser discípulo 100% de Jesus é ser santo e ser santo é ser bem aventurado e ser
bem aventurado é ser feliz. A pessoa mais feliz do mundo é o Santo.

Ah Emílio, mas ele sofre muito. Pergunte se ele queria trocar a vida dele por um filhinho de papai.
Pergunte a um santo que sofre muito se ele queria trocar a vida dele por a de uma pessoa rica,
pergunta. Queria não minha gente, porque ele é a pessoa que se sente mais feliz do mundo. E você
pode ser a pessoa mais feliz do mundo, conhecer uma felicidade que você ainda não conhece que
não depende de situações mas depende de Deus. Jesus é o Todo-Poderoso. Todo-Poderoso. Todo o
poder foi dado a Ele.

"Ide pois, de todas as nações e fazei discípulos". Na verdade o texto diz assim, traduzindo ao pé da
letra, está certo? Indo ou andando pois, discipulai (seria o verbo discipular, não existe é uma
invenção de Mateus eu acho, porque só existe no Evangelho dele. Esse verbo só existe três vezes
em todo o Novo Testamento e as três vezes é no Evangelho de Mateus na seguintes passagens: Mt
13,52. 27,57. 28,19. Não é para falar na pregação é só para vocês ficarem sabendo. Talvez a
tradução de vocês tenha feito com outra palavra, mas o verbo é discipular e o terceiro é o que a
gente está vendo).

Então indo, caminhando, precisa ir, fazer discípulo. O acento não está em caminhar não, está em ir.
O acento está em fazei discípulo. Qual é o tempo desse verbo? Imperativo: fazei discípulos todas as
nações.

Antigamente Jesus Ele ensinava e Ele ia em missão somente para os judeus, no Evangelho de
Mateus. Não precisa vocês passarem para eles. Jesus veio e aí diz concretamente que Ele veio para
a casa de Israel, Ele veio somente para a casa de Israel. Certo? E quando Ele manda lá os discípulos,
dar um ensinamento para os apóstolos, dizendo para ir, lá no capítulo 10 se não me engano, depois
ele vai somente para a casa de Israel, para a casa do judeus. Mas agora Jesus manda ir a todas as
nações e isso significa judeus, pagãos, romanos, brasileiros, tudo, para todas as nações. Para fazer o
quê? Discípulo. A missão é fazer discípulos, esta é a missão. A missão da Igreja é fazer discípulos de
Jesus, não é fazer discípulos de apóstolos, é fazer discípulos de Jesus. Não é fazer discípulos do
Emílio, é fazer discípulos de Jesus; não é fazer discípulos de mim mesmo, é fazer discípulos de
Jesus. Só Ele em Mateus, só Jesus pode ser chamado de Mestre. Por isso só Jesus pode ser chamado
de Mestre nas nossas vidas, só Jesus.

Vocês sabem como era o discipulado como era o discipulado no tempo de Jesus? O discipulado
comum existia o Mestre que estudou que se chamava Rabi ou Raboni e ele era um senhor de barba,
venerável, inspirava respeito, andava sempre com um manto, com umas franjas, cada uma das
franjas representava um Mandamento. Setecentos e trinta e três Mandamentos no Antigo
Testamento. E ele era um Senhor venerável e o melhor Rabi tinha mais discípulos. Claro, uma
pessoa que tinha uma certa condição ia escolher o melhor Rabi. Ele ia ser formado naquela escola e
depois de um certo tempo ele ia se tornar também um Rabi se quisesse talvez pudesse fazer um
outro trabalho, etc., mas os melhores se tornavam outros Rabis e tinha aquele grupo de jovens que
estavam com ele por dois, três anos eram formados pelo Rabi, depois de dois ou três anos podiam
digamos assim, ser monitor e depois iam se tornar um Rabi, um Mestre.

Eles conviviam juntos, faziam a comida para o Rabi, sentavam aos pés do Rabi, o Rabi sentava-se na
cadeira e todos os pés do Rabi, escutavam, o Rabi falava e eles repetiam, e decoravam as palavras
do Rabi, tudo isso, tinha toda uma técnica que depois eu estava até pensando, seria um curso
interessante da gente dar também, sobre o discipulado, sobre o ser discípulo naquele tempo e ser
discípulo de Jesus.

Agora a gente vai dar só uma pequena comparação, a diferença do discipulado judaico para ser
discípulo de Jesus. No judaico, o discípulo escolhe o Mestre. Em Jesus, Jesus escolhe os discípulos. E
Ele escolhe foi os melhores? Não, Ele escolheu um publicano, uma prostituta, Madela é discípula de
Jesus, pescadores, zelotas, pessoas simples, assim.

Não é discipulado judaico e por isso Ele nos escolheu porque nós não somos o máximo. Como uma
pessoa disse ontem, uma frase que está passando a ser uma tradição na nossa comunidade, Ele não
escolheu a última coca cola gelada do mundo, ou seja, os melhores, Ele não escolheu. Ele escolheu
pessoas... é Ele escolheu uma certa escola... fazendo comparações, posso dizer que isso para mim é
verdade.

Outra comparação, o discipulado judaico é por um tempo determinado, o de Jesus é para sempre,
até no céu, eu vou ser discípulo de Jesus, sentar aos pés Dele e escutar as palavras Dele. O centro
do discipulado judaico é a lei, a torá, em volta da torá tem toda as outras coisas, tradições,
interpretações, etc., mas o centro é a torá. Qual é o centro do discipulado de Jesus? A própria
Pessoa de Jesus. Ele é amor, mas é a própria Pessoa, é importante que tenhamos isso claro! É uma
Pessoa! Não é um conceito, não é uma idéia, é uma Pessoa e eu só posso me apaixonar por uma
pessoa, eu não me apaixono simplesmente por uma idéia, eu me apaixono por uma pessoa. O meu
coração só pode arder de amor por uma pessoa. O centro é Jesus.

No judaico, os discípulos depois de um certo momento se tornam Rabi, Mestre para formarem outros
discípulos. Com Jesus, a gente se torna mestre. Eu sou mestre, porque eu me terminei mestrado. A
nível do mundo, eu sou mestre, mas a nível diante de Jesus, eu sou sempre um discípulo, sempre,
mas sou chamado a fazer outros discípulos, sendo discípulos porque o centro é Jesus, o Mestre é só
Jesus. No final das contas é Ele quem forma, mas sou chamado a fazer outros discípulos. E o
discipulado de Jesus é exigente. Ele pede aos seus discípulos para renunciar casa, família, filhos,
irmãos, deixar de enterrar os mortos, não Ter aonde reclinar a cabeça. Ele pode para renunciar a si
mesmo, tomar sua cruz, tomar a cruz e seguí-lo até o Calvário. Tomar a cruz significa isso, no
Evangelho.

No Evangelho, quando Jesus diz "ide", depois da negação de Pedro, a partir daquela hora Jesus
Cristo começou a mostrar a seus discípulos que devia partir para Jerusalém, sofrer muito, com parte
dos anciãos e do sumos sacerdotes e dos escribas, ser morto e no terceiro dia ressuscitava. Depois
Pedro fala, repreende a Jesus logo depois disso, Jesus diz aos seus discípulos: "Se alguém quer vir
em meu seguimento, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me". E Jesus já estava indo para
Jerusalém, era muito concreto, Ele estava subindo para Jerusalém para morrer numa cruz e isso
significa renunciar a si mesmo e seguir Jesus, morrer em Jerusalém, morrer, morrer, tudo é tudo. O
discípulo, gente isso não é só para a comunidade de vida não! Isso aqui é Evangelho. Isso não é só
para a Comunidade Shalom não! Isso aqui é o Evangelho. Não entenderam nada, nada, está aqui
escrito no Evangelho, não é nas Regras de Vida não, é no Evangelho. Está claro, ser discípulo é
renunciar a tudo; estar disposto a renunciar a tudo, se Jesus concretamente lhe chama. Não é que
você agora não vai mais voltar para sua casa não. Não é que agora você vai ficar no meio da rua
não. Mas se Jesus lhe pedir e você quiser ser realmente discípulo Dele você fará com a Graça Dele.

E o mandato missionário é fazer discípulo mas engraçado, como a gente viu estava no imperativo,
fazei discípulos todas as nações e agora vem dois particípios passados e a gente traduz com
gerúndio. Vamos lá ver os dois gerúndios: "Ide pois de todas as nações fazei discípulos, batizando-as
e ensinando-as".

Primeiro, batizando; batizando em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, faz parte do ser
discípulo, o ser discípulo significa ser batizado no nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Aqui
Mateus não estava pensando na estrutura sacramental da Igreja, de todo sacramento, etc. Não.
Também isto, mas muito mais do que isto, isto na sua plenitude, ou seja, batizar em nome do Pai
esta preposição é importante, nome significa a pessoa, toda a pessoa, no judaísmo o nome significa
toda a pessoa. Mas o em, essa preposição significa, é uma preposição, tem duas preposições para
dizer em. Uma é a que diz assim, eu estou na = em + a Casa Mãe de Deus, certo eu estou na Casa
Mãe de Deus, eu estou aqui ou então eu estou na frente desta mesa, ou eu estou em caminho, ou
seja eu estou a caminho, ou seja é usada uma preposição que sublinha um movimento ou seja um
relacionamento ativo com a Trindade, dinâmico com a Trindade.

Em atos se diz que se vai batizar em nome de Jesus, é o batismo de Jesus. Aqui é mais do que isso,
está bem, claro que a gente não pode dizer, mas aqui diz algo mais. Paulo fala que se é batizado na
morte e na ressurreição de Jesus. Aqui se diz que se é batizado na Trindade, ou seja, o batismo é
um relacionamento trinitário com a Pessoa do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Um ponto do ser
discípulo.

Segundo ponto do ser discípulo, ensinando a guardar tudo que vos ordenei. Então ensinar, você
ensinar. Quais os Mandamentos do Antigo Testamento? A Torá. Mandamentos do Antigo Testamento
que Jesus deu a plenitude, ou seja, no sermão da montanha.

Então o que é ser discípulo? O que é, essas duas coisas. Primeiro a gente vai ver o que é ser
discípulo e depois a gente vai ver o que é fazer discípulo. O que é ser discípulo? Como é o
seguimento de Jesus aqui? O ser discípulo a gente já viu lá, ser discípulo nesta dimensão é tudo
isso. Mas aqui concretamente o fato de ser discípulo é ser batizado em ou seja na Pessoa da
Trindade, manter um relacionamento com a Pessoa da Trindade e ensinar os mandamentos de Jesus,
aquilo que Jesus ensinou e aquilo que Jesus fez também. Não é só o que Jesus ensinou mas o que
Jesus fez.

Então hoje, o discipulado concretamente, o fazer discípulo hoje, é eu Ter esse relacionamento com a
Trindade e eu obedecer os mandamentos de Jesus. É dessa forma que eu vou estar aos pés de Jesus
como um discípulo aos pés do mestre. Está certo? Deu para entender? E é dessa forma que eu vou
renunciar a mim mesmo, pegar a minha cruz e seguir Jesus. Somente com o relacionamento com a
Trindade e somente procurando concretamente obedecer aos ensinamentos de Jesus.
Eu sou discípulo de Jesus concretamente, eu posso renunciar a mim mesmo, eu posso estar aos pés
de Jesus Cristo concretamente se eu mantenho um relacionamento com Deus, a Trindade e se eu
obedeço aquilo que Jesus fez e ensinou.

A última parte da passagem, é a promessa da presença de Jesus: "Quanto a mim, eis que eu estou
convosco todos os dias, até a consumação dos tempos". Interessante essa Mateus usa várias
palavras em hebraico, Emanuel é em hebraico, tá? E só traduz duas, porque o povo que ele escrevia,
Mateus escrevia para um povo que sabia hebraico provavelmente. Ela traduz o Lamá Sabactá. "Deus
meu, Deus meu, porque me abandonaste" lá na cruz, e traduz esta. Especialmente esta é
importante para nós. Porque que ele traduz esta? Os estudiosos dizem mas eu acho que é verdade
mesmo, ele quis fazer, mostrar que a profecia de Isaías se cumpria com o nascimento de Jesus para
aquele povo que estava ali historicamente, mas também principalmente com a ressurreição de
Jesus, Deus conosco.

Quando Jesus é ressuscitado se cumpre plenamente a profecia de Isaías que está na consumação
dos tempos, nos últimos tempos, no tempo escatológico, onde Deus será Tudo, começará a ser Tudo
em todos até a perfeição final que é a Jerusalém Celeste. O tempo escatológico começa com Jesus,
mas especialmente na ressurreição de Jesus, o kairós, o tempo da graça começa ali Jesus
ressuscitado, ao cumprimento pleno da profecia de Isaías, começa ali e vai terminar com a
Jerusalém celeste. E ele estará conosco todos os dias, Jesus ressuscitado, Ele está conosco hoje, Ele
está conosco, no nosso lado, Ele está conosco hoje, renovando o nosso coração, abrasando nosso
coração.

Ele está agora com você, irmão; abrasando e renovando seu coração, dando um novo fervor.
Renovando tantos corações que estavam feridos, renovando tantos corações que estavam
desmotivados, sem motivações. Ele estava renovando tantos corações de professores e de
pregadores que estavam sem ânimo. Aquele Jesus, o Deus conosco porque Ele prometeu de estar
conosco e Ele está conosco agora curando nosso coração ferido, desmotivado por causa dos nossos
afazeres em casa, desmotivados por causa dos maridos que reclamam, desmotivados por causa dos
filhos que reclamam. Jesus passa nesse momento agora no nosso meio e com a simplicidade dele
Ele cura. Se você desejar agora meu irmão, feche os seus olhos e deixe a ação de Jesus tocar agora
o seu coração.

TEMA 4: PALAVRA E SILÊNCIO DIANTE DA PALAVRA DE DEUS

Everaldo Júnior

... O que é a nossa escuta, também do que é a nossa acolhida da Palavra a ser pronunciada pelo
silêncio. E essa vai ser a nossa reflexão de hoje: Palavra e silêncio diante da Palavra de Deus. Todos
nós sabemos que esse mês é o mês da Palavra. A Igreja aqui do Brasil dedica de forma especial
setembro a ser o mês da Bíblia, é uma reflexão sobre a Bíblia. Vocês sabem porque é que foi
escolhido setembro? Nunca se perguntaram? Porque 30 de setembro é o dia de São Jerônimo,
doutor e mártir da Escritura, então a Igreja pega o mês de setembro exatamente da festa de são
Jerônimo, da memória de São Jerônimo. Jerônimo é conhecido na Igreja como doutor e mártir da
escritura.

Ele traduziu a Bíblia, chamada vulgata, a tradução da Bíblia idioma original para o latim, foi um dos
trabalhos mais importantes para a antigüidade, para o conhecimento da Bíblia. Ficou muito
conhecido pelos seus comentários, recebeu o título de doutor e mártir, é por causa disso que a festa
dele é comemorada em setembro, a Igreja aqui do Brasil de maneira especial escolheu esse mês
para rezar sobre a Bíblia, para que os cristãos pensassem sobre a importância da Bíblia, meditarem
sobre a palavra de Deus.

Para iniciar vamos tomar nossa Bíblia no Evangelho de João, capítulo 1, 1-3. "No início era o Verbo,
o verbo estava voltado para Deus e o verbo era Deus..."

No início era a Palavra e a Palavra estava voltada para Deus, e a Palavra era Deus. Então a Palavra
está desde o início em Deus, o verbo existe em Deus, a Palavra é o próprio Deus, é o verbo divino,
segunda pessoa da Santíssima Trindade, então pré existe, sempre existiu. Então nós podemos
pensar em Deus como uma comunidade de auto comunicação, Deus sempre foi trino.

Vocês sabem disso muito bem, a realidade da trindade, a dinâmica interna da trindade. O Pai gera o
Filho no momento eterno, sempre há Pai, Filho e Espírito Santo, o Deus sempre foi comunidade,
comunicação. Nosso Deus é um Deus de extrema comunicação, Deus trino, está sempre dialogando,
numa eterna comunicação de amor. A Palavra sempre existiu no seio da Trindade, o verbo divino. E
qual é a dinâmica que nós temos na Trindade o Filho se abre inteiramente ao Pai que acolhe
inteiramente a doação do Filho e se devolve em doação de amor. E essa doação de amor do Pai e do
Filho, esse acolhimento, esse diálogo tem um intento, é o próprio Espírito Santo, a Pessoa Dom, a
Pessoa amor, aquele que é essa própria ligação de amor entre o Pai e o Filho, essa própria
comunicação, essa própria realidade de amor entre o Pai e o Filho, é o Espírito. Pois Deus é sempre
essa comunidade comunicante, comunicadora. A Palavra sempre existe no seio da Trindade, Palavra
entendida no sentido de expressão de si mesmo, Deus sempre foi comunicação de amor de Deus,
tudo foi criado por essa palavra, que é uma palavra de amor, e como diz João: "Tudo foi feito por
meio dele e para ele, tudo foi feito por meio dele e sem ele nada que existe foi criado". Tudo foi
criado por meio da Palavra e para a Palavra, para Jesus. Nessa expressão que amou a criação, há
quem diga.

A criação se compara como a grande explosão do amor divino, Deus explode na criação seu amor. A
realidade de Deus comunicante de Deus interna; se expressa na criação se formos ver o texto de
Gênesis, a criação faça-se isso, faça-se aquilo e de uma maneira especial no texto da criação do
homem há uma mudança. Já notaram isso? Ele diz, faça-se isso, faça-se a luz, faça-se os luminares,
mas na criação do homem ele diz: "Façamos". Aí a patrística, os padres da Igreja sempre viram
nesse versículo a Trindade já aparecendo, meio encoberta. A Trindade já se manifestava de forma
encoberta não aberta, porque só Jesus quem vai revelar, mas já velada, porque os padres da Igreja
dizem que a Trindade já aparece nas páginas do gênesis "façamos o homem". E pra gente o que
interessa é esse façamos até como uma realidade de comunicação, "façamos o homem" . É Deus
numa comunicação de amor. É a criação do homem como comunicação de amor, "façamos o homem
a nossa imagem e semelhança". Deus que se comunica, Deus uno e trino que se comunica e a
própria criação como realidade, como fruto dessa comunicação de amor divino. Toda criação é criada
na harmonia da comunicação divina. No emite a harmonia da comunicação, da comunicação de
Deus, participando dessa comunicação de Deus, tanto que lá no Gênesis Deus passeia pelo parque,
e o homem conhece os passos de Deus, como mostra a realidade logo após o pecado. E Deus
passava para quê/ para se entreter como o homem, pra conversar com o homem ele participava
dessa harmonia da comunicação divina, da comunicação divina, comunicação de amor. O homem
estava inserido nessa comunidade de amor que é a própria realidade da trindade. O homem foi
criado nessa comunicação de amor e para participar dessa comunicação de amor.

O frei Cantalamessa, tem um texto muito bonito onde ele diz que Deus escreve em dois miúdos
manifesta sua realidade, na própria criação e na Sagrada Escritura. É algo que desde o início os
padres da Igreja também disseram. O que é que santo Agostinho escreve? "Interroga as belezas das
criaturas, interroga e ela vai te dizer que é aquele que é mais, é mais belo". Quer dizer, tudo, toda a
criação, tudo aquilo que existe está envolvido na própria perfeição da comunicação divina, é fruto da
comunicação de amor. Então em todo criado, está escrito o amor de Deus. Está escrito de que
forma? Na Criação, nós podemos ler Deus na Criação. Porque? Porque toda a criação é uma
comunicação de amor de Deus. Por isso que Agostinho vai dizer: "Interroga aos mares, interroga as
montanhas, interroga a bela de tudo o que já, e ela vai te dizer aquele que é o belo, que é Deus.
Toda a criação, a gente vai compreender como uma grande comunicação de amor onde Deus
comunica o seu amor e o deixa escrito em toda a criação. Mas em determinado momento entra um
ruído na criação. – Eu estudei comunicação antes de entrar na comunidade. A gente chamava de
ruído, de comunicação quando você emite uma mensagem e a pessoa já não recebe aquilo que você
fala. Quem nunca brincou de telefone sem fio, você começa dizendo uma coisa aqui e quando chega
lá no final já está totalmente diferente, uma mensagem que não tem nada a ver com aquilo que
você falou. Isso é ruído de comunicação, o barulho entrou aí e perturbou a mensagem. E na história
da humanidade entra o ruído de comunicação, que é exatamente o pecado. Tudo foi criado como
uma grande comunicação de amor de Deus. Deus comunicando seu amor, o diálogo amoroso da
Trindade que diz: "Façamos" o homem nesse diálogo de amor para que o homem participe de nosso
diálogo de amor. Para que o homem participe dessa realidade, harmonia da comunicação do amor".
Mas o homem passa a escutar uma outra voz, que não é a voz de Deus, que é exatamente a voz do
demônio, que é o pecado original. Deus disse isso. Ah! mas Deus disse para você não comer, porque
Deus não queria que vocês fossem cientes do bem e do mal, porque no dia que vocês comessem do
fruto proibido vocês vão ser como deuses. Então, que é que o demônio está fazendo? Ele está
pegando a comunicação de Deus e está deturpando. A palavra de Deus no ouvido do homem, é isso
que ele faz. Ele perturba a própria comunicação, ele vai misturar as coisas, vai ser um ruído de
comunicação. A mensagem de Deus que é uma mensagem de amor é uma mensagem de harmonia,
o demônio vai perturbar um pouco aquela harmonia. O homem vai tirar sua atenção de Deus, da sua
comunicação com Deus e vai voltar-se para si e vai perder a comunicação de Deus que é
exatamente o pecado entrando na criação. O que é o pecado? O pecado sempre é uma ruptura da
comunicação com Deus, da harmonia com Deus, é um dar as costas para Deus, é o deixar de
escutar a Deus, deixar de entreter-se com Deus para querer entreter-se consigo mesmo. Ser Deus,
sem Deus, foi esse o pecado original. Sereis como deuses, ou seja, eu não vou precisar mais de
Deus. Então o homem ia deixar de escutar, de participar da comunicação plena com Deus. Aí entra o
pecado que fere a comunicação, fere exatamente essa harmonia que havia entre criação e criador,
perturba tudo já não há mais entendimento. Mas ao mesmo tempo que isso acontece Deus não
desiste do homem, ainda que o homem tenha ferido a comunicação, o que é que a gente encontra
logo depois do texto do pecado, que é chamado pelos antigos de proto evangelho? Professores?!

Gênesis 3 "Porei inimizade entre ti e a serpente..." Essa coisa toda, isso é chamado pelos antigos de
Proto Evangelho, ou seja, o primeiro anúncio de que virá a salvação, logo depois do pecado Deus
não abandona o homem, Deus não abandona a comunicação com o homem, ainda que o pecado
tenha rompido e ferido diretamente a harmonia e a comunicação. Mas Deus não desiste do homem,
então Deus começa agora a estabelecer uma nova comunicação do homem para novamente atrair o
homem para a unidade que foi perdida pelo pecado. O pecado foi uma ruptura era necessário agora
trazer o homem de volta, estabelecer contato novamente com o homem, aí vai começar aquilo que
nós chamamos de Economia da salvação. O que é economia da salvação, é todo trabalho de Deus
atrás do homem, todas as coisas que Deus vai fazendo para aproximar o homem de novo a Ele. É
desde Gênesis, com Noé, a aliança com abraão, com Isaac, com Jacó, José do Egito, Moisés, Josué,
tudo isso e vem os juizes, os reis, os profetas, tudo isso é economia da salvação. É Deus se
movimentando e entrando na história dos homens para poder atingi-los novamente, para poder
chamar o homem de novo. Deus vai começar a falar de novo para o homem, se revelar novamente
para dar a entender ao homem quem Ele é de novo, porque o homem tinha perdido a capacidade de
escutá-lo. Aquela harmonia que existia no início, quando Ele participava inteiramente é uma coisa
rompida pelo pecado, então Deus começa a tratar com novo diálogo, a estabelecer um novo diálogo
com o homem, através da economia. E Deus começa um processo de auto-revelação, ou seja, Deus
começa a rasgar o véu e mostrar quem Ele é. Aí nós vamos ver até onde é o ponto máximo dessa
auto revelação de Deus, dessa economia da salvação: Jesus Cristo, porque Jesus Cristo vai dizer
tudo. Novamente Jesus Cristo vai pegar o homem e vai trazer de volta para aquele ponto de onde
ele havia saído, ou melhor, um ponto a mais de onde ele havia saído, um ponto superior de onde ele
estava, ele vai restabelecer a harmonia. Novamente em Jesus o homem vai ouvir a voz de Deus, vai
voltar a conhecer a Deus.

Vamos ver Heb. 1, um texto muito interessante onde o autor coloca essa realidade. Diz em Hebreus
1: "Depois de ter por muitas vezes e por muitos modos falado outrora aos pais e os profetas, Deus,
no período final em que estamos... Então Deus vai revelar tudo no Filho, vai começar o processo até
chegar em Jesus ele fala tudo e a Palavra se encarna, Jesus que é a própria Palavra se encarna no
meio de nós, a Palavra de Deus se faz carne, se faz totalmente possível de ser entendida pelos
homens, a palavra de Deus entra na nossa história, a palavra de Deus que tinha sido rompida pelo
pecado, essa Palavra se encarna e o homem novamente pode ouvir, entender e acolher a Palavra de
Deus, é o ponto máximo da comunicação de Deus com os homens, Deus comunica ele mesmo.
"Filipe quem me vê, vê o Pai", Deus comunica quem é ele aos homens.

João Paulo II no Documento Dominum Et Vivificantem aquele do Espírito Santo, ele vai dizer que
auto comunicação de Deus atinge seu ponto máximo na encarnação do Filho, porque a encarnação
de Jesus, aquilo que nós chamamos de união hipostática (todo mundo sabe o que é, não vou nem
explicar). Homem e Deus unido na Pessoa de Jesus Cristo, natureza humana e natureza divina, não
é só nele, mas todo o criado é tocado pela união hipostática, a comunicação de Deus em Jesus
Cristo não foi só aquilo que Jesus falou, mas pela própria encarnação tudo no mundo foi tocado de
novo pela Palavra de Deus. Deus entra na nossa história, Deus rasga o véu, abre o céu, Deus entra
na história dos homens, na nossa realidade. A Palavra de Deus se faz carne "e o verbo se fez carne".
Tem um padre da Igreja, Irineu de Lião que diz: "O ponto mais importante é esse, e o Verbo se fez
carne". O verbo se fez carne, ele destaca uma das realidades mais profundas, a palavra de Deus se
fez carne, se fez realidade humana, palavra de Deus, aquilo que Deus fala, aquilo que Deus
comunica de si mesmo se fez carne.

Deus estabelece contato plenamente como homem por meio da palavra e essa revelação de Deus
vai ser confiada a nós por meio da própria Sagrada Escritura. Tudo aquilo que Jesus fez, que se
submeteu, a própria Palavra de Deus, pelo poder do Espírito Santo vai ser confiada a Igreja através
de dois grandes veículos que é a sagrada Tradição e a Sagrada Escritura. Então que é a Bíblia? A
Bíblia é tudo aquilo que Deus vem falando até Jesus Cristo, é todo esse processo de revelação até
Jesus Cristo o Espírito Santo fez com que estivesse presente na Bíblia. Então isso é a Palavra de
Deus que nós conhecemos mediante a Sagrada Escritura, todo esse processo de auto revelação de
Deus, Deus mostrando quem ele é aos homens que caíram no pecado, a Bíblia é Deus correndo
atrás dos homens para mostrar quem ele é ao homem que já não entende tão bem a Palavra de
Deus porque é um homem ferido pelo pecado, mas que em Jesus Cristo é capaz de novamente
chegar ao conhecimento de Deus. Quando nós estamos diante da Bíblia nós temos que nos lembrar
que estamos diante da Revelação de Deus, que em Jesus Cristo eu sou capaz de mergulhar
novamente nas Sagradas Escrituras e através dela mergulhar no próprio Deus, em quem é Deus, na
própria auto comunicação de Deus, naquilo que Deus fala de si mesmo.

Gregório Magno Papa do VI século diz que: "nós temos que penetrar no coração de Deus pela
Palavra de Deus". Através da Palavra penetrar no próprio coração de Deus isso é possível porque o
Verbo se fez carne, dá prá entender o que é a Palavra e o seu fundamento a Palavra enquanto
comunicação de Deus. Quando nós falamos que a Bíblia é a Palavra de Deus nós temos que pensar
nessa dimensão dinâmica, a Bíblia é a Revelação de Deus, a auto revelação de Deus que vem desde
o pecado Deus vai se revelando até a plenitude até Jesus Cristo e isso foi confiado a Igreja através
da sagrada Tradição e da Sagrada Escritura. A Sagrada Escritura é esse processo dinâmico que Deus
se revela, não é uma letra morta, a Bíblia é a Palavra viva de Deus, nela está essa revelação divina e
em Jesus Cristo eu sou capaz de através da Bíblia, mergulhando na Bíblia chegar ao conhecimento
autêntico, profundo de Deus porque a Bíblia é a Palavra. A Palavra de Deus é a auto revelação de
Deus, é Deus que rasga o peito para que o homem possa entrar e conhecê-lo profundamente.

Compreender a Bíblia como dinâmica, é um processo onde eu estou diante de um Deus que se
revela mediante a Sagrada Escritura, a revelação divina no mistério da revelação. Qual a nossa
posição diante dessa palavra? É exatamente a posição que eu estava falando no início, o silêncio.
Porque é que é necessário o silêncio e, o que é o silêncio? Prá gente entender um pouco isso eu
quero fazer a comparação da própria comunicação humana. Eu vou fazer uma analogia aqui, os
grandes santos da Igreja diziam, principalmente os santos da Escolástica, período da Igreja: "O
conhecimento de Deus é analógico", ou seja tem analogias, nós não temos como compreender a
Deus diretamente, porque Deus está muito além da nossa inteligência. Nenhum homem pode
explicar a Deus, ele não consegue então o que a gente faz para falar de Deus? a gente faz
comparações, analogia é isso comparação. É mais falar de Deus com comparações da realidade
humana sabendo que Deus está muito além dela. Mas só assim é que nós podemos compreender
Deus, isso é uma grande verdade. Então prá gente entender um pouco essa dimensão o diálogo de
Deus vamos entender primeiro por comparação, por analogia, o diálogo humano. Como é o diálogo
humano? Tem um filósofo o nome dele é Heidegger, que tem um texto muito belo sobre a
comunicação, ainda que ele tenha feito algumas coisas não muito boas, mas esse texto dele é muito
interessante é muito verdadeiro e muito profundo, ele diz o seguinte: "durante uma conversa quem
cala pode fazer compreender, isto é, promover mais autenticamente a compreensão do que quem
nunca acaba de falar... calar, não significa, porém, ser mudo... só o verdadeiro discurso torna
possível o silêncio autêntico. Para se saber calar o homem deve ter algo a dizer, deve poder contar
sob uma cobertura de si mesmo, ampla e autêntica. Em tal caso, o silêncio revela e faz calar a
tagarelice." Muito interessante o texto desse filósofo alemão, porque? Porque ele vem em remendo
exatamente em questão do silêncio e da conversa, ele diz "quem nunca acaba de falar não promove
autenticamente o diálogo". O diálogo não é você falar sempre, ele diz "o verdadeiro silêncio produz
muito mais diálogo do que quem nunca acaba de falar", porque? Pela própria definição do diálogo, o
que é diálogo? Diálogo é eu lançar uma palavra , a pessoa acolhe a minha palavra e lança outra
palavra para mim. Diálogo é uma troca de palavra, é uma troca de discursos, diálogo, troca de
discursos ou de palavras. Eu só posso dar outra palavra se eu escuto aquilo que a pessoa está
falando para mim, aquilo que a pessoa está me dizendo, se não como é que eu vou falar para ela
alguma coisa. Todo diálogo autenticamente, toda palavra humana que eu posso dizer ela é precedida
por um silêncio. Toda palavra humana deve ser precedida por um silêncio, um silêncio que é escuta
do outro no diálogo. No diálogo toda palavra deve ser precedida por um silêncio, porque senão a
gente entra na confusão. Tem um textozinho em Eclesiástico (Ecle 20, 5-8) que fala sobre isso. Não
tem coisa mais chata do que aquele que nunca para de falar, isso a própria experiência humana já
diz. O que é um cara bem chato? É aquele que fala sem cessar, é aquele que fala sem cessar, aquele
que nunca deixa de falar, aquele que oprime. Diálogo autenticamente é uma troca de conversa, se
não houver troca de palavra ele é monólogo, o que é monólogo? Monólogo é eu aqui falando na
frente sozinho, blá, blá, blá o tempo todo. O discurso é um monólogo, mas diálogo, é uma troca, eu
tenho algo a dizer, mas eu tenho que acolher aquilo que a pessoa me diz. Todo diálogo tem um
silêncio e quanto mais a pessoa sabe calar, tanto mais ela tem o que dizer. Aquele que não sabe
calar, não tem o que dizer porque ele não sabe ouvir. Tem um escritor russo, Dostoiéviski cristão,
escreve muito bem, ele diz que "o silêncio é sempre belo e o homem que fala é menos belo do que o
homem que ouve. Então quem cala sempre é mais belo que aquele que fala. E eu sou muito
inclinado a concordar com ele, aquele que sabe falar, só sabe calar se este fim promover muito mais
áudio porque ele sabe escutar e escutar no nosso mundo então é cada vez mais difícil, o diálogo tem
que ser um momento de silêncio. Silêncio quando eu digo não é só ausência de palavras, silêncio
quer dizer escuta do outro. Não só o silêncio estério, aquele que você fica conversando com a pessoa
esperando só ela respirar, quando ela respira você dá o bote. Quando ela parar para respirar você
começa a falar, não é esse silêncio, é a pior coisa que existe, você está falando aqui e a pessoa tá só
esperando, quando você pára ela começa, aí você fica esperando ela parar também fica aquela
briga, ninguém está se escutando, aquela coisa que não chega a lugar nenhum, um fala uma coisa
outro fala outra, ninguém se entende. O Silêncio aqui é o silêncio autêntico, da contemplação. Qual
o silêncio da contemplação? O que é contemplar? Contemplar é olhar o outro, admirar o outro, ver o
outro, é esse silêncio. O silêncio onde eu falo e a minha palavra cai, e seu falo para escutar aquilo
que o outro tem a me dizer, esse é o silêncio que promove o diálogo autenticamente, e o diálogo
mais profundo. É esse silêncio que na comunicação humana é tão necessário. Agora imagine isso na
realidade na realidade com o próprio Deus, nós vamos transpor isso para realidade com o próprio
Deus. Nos temos que silenciar temos que aprender a silenciar diante da palavra de Deus. Eu tenho
que escutar, antes de ter algo para falar de Deus, eu tenho que ouvir a Deus, antes de falar de Deus
eu tenho que ouvir a palavra de Deus. Antes de Ter algo a falar para Deus eu tenho que ouvir aquilo
que Deus quer me falar. E esse silêncio diante da palavra é imprescindível, é necessário. Quem não
quer aprender a silenciar diante da palavra de Deus. E esse silenciar não é simplesmente ficar com a
boca fechada. Não, silenciar o meu ser inteiro, silenciar completamente as minhas expectativas para
ouvir a palavra de Deus. É o silêncio da contemplação. Diante da palavra de Deus eu devo estar no
silêncio da contemplação. Vamos para torre de Babel, o que ouve na torre de Babel? Na torre de
Babel ele começaram a conversar entre si, já não escutavam mais a Deus porque eles tinham o
projeto deles e só estavam interessados no projeto deles, e cada um com seu projeto que era
chegar ao céu, mas o que é que acontece? Eles começam a não mais se entender entre eles, porque
cada um está voltado no projeto de chegar ao céu. E ninguém mais se comunica, e aí há a confusão
das línguas, segundo a Bíblia e é um texto muito interessante. Quando você não tem mais a
dinâmica da escuta ocorre a confusão das línguas, quando não há um silêncio autêntico, você
começa a ficar fechado no seu projeto, naquilo que você tem, aí você não consegue mais se
entender, nem entender a Deus, nem aos outros. O silêncio que eu estou esse silêncio da palavra de
Deus é o silêncio de colocar-se a escuta de Deus. Silenciar o meu ser diante da palavra, não só
silenciar as palavras, aquilo que eu digo mas silenciar interiormente, o silêncio da contemplação.
Contemplar, contemplar é eu maravilhar-me com Deus, é eu olhar para Deus, é eu voltar toda minha
distância para Deus, é esse silêncio. É esse silêncio que deve resistir, que deve ser promovido no
diálogo com Deus. Tem um teólogo do nosso tempo, o nome dele é Baltazar ele diz: "Nós podemos
afastar Deus pela força das nossas palavras". É um texto muito interessante dele, aí ele começa a
falar: você quer ver, pegue a sua oração e comece a multiplicar as palavras cada vez mais, não dê
tempo para Deus falar, diga que ele é grande, que é bonito, que é maravilhoso, louco por isso, louco
por aquilo, fale das duas necessidades diga que é pecado e fale, fale, fale, fale, vai passar o tempo
da sua oração no final você vai falar Senhor eu tenho que ir, o que fazer? Estou penalizado por não
poder ficar mais na sua presença, tchau. Você conseguiu, você passou todo o tempo da oração e
enganou Deus, e Deus não pode falar nada, esse é um grande perigo, afastar Deus com a força das
nossas palavras.

A autêntica oração ela tem que ser precedida pelo silêncio, é como o diálogo humano toda palavra
que eu tenho pra falar com Deus deve ser precedida pelo silêncio, o silêncio da escuta, o silêncio da
contemplação, eu devo primeiro ouvir aquilo que Deus tem a me dizer antes de tirar a falar e se eu
tenho algo para falar, que eu fale, mas que eu também escute a Deus. Que eu não fale sem cessar
multiplicando as palavras, mas que eu escute a Deus, o que Ele tem a me dizer, o que é que a
palavra de Deus fala para minha vida, o que é que isso tem a ver comigo esse é o silêncio que nós
devemos ter diante da Palavra esse é o silêncio que tem que ser promovido. Esse silêncio envolve
um abandono pleno diante da palavra, quando eu estou diante daquilo que Deus está me falando.
Esse silêncio envolve um deixar plano, deixar projeto. É eu escutar aquilo que Deus tem a dizer, é eu
falar: "Senhor pode falar, agora tu sabes que eu vou viajar daqui há um mês, tu sabes que eu vou
para tal canto. Pronto eu falei o que tenho a falar. ‘Senhor tu sabes que eu sou isso e isso vocês já
está colocando rédeas, você vai escutar isso, você já fechou o ouvido. O silêncio que eu digo é o
silêncio interior, você vai clamando as vozes do seu coração. Tantas vozes dentro de nós, a voz do
mundo muitas vezes a voz do demônio que ainda ressoa no ouvido do homem. Aquela voz primitiva
que ressoou no ouvido de Eva. "Deus não quer que vocês façam isso porque no dia que vocês
fizerem vão ser como Deus." Essa voz continua hoje no mundo perturbando a nossa escuta de Deus,
então é necessário silenciar tudo para só ouvir a Deus, o que é que Deus tem para falar. Silenciar os
meus projetos, os meus planos as minhas idéias a cerca de Deus, silenciar tudo, para que Deus
possa falar, para que Deus possa falar, para que Deus possa falar aquilo que é a palavra de Dele.
Para que eu possa escutar a partir Dele e aí eu possa conhecer autenticamente quem é Deus. E esse
é um silêncio importantíssimo diante da Bíblia. São Jerônimo tem uma frase que diz assim: "Quem
não conhece a Bíblia não conhece Jesus Cristo, a ignorância a Escrituras é a ignorância a Jesus
Cristo." Isso é uma grande verdade. Agora não vamos ter o engano a achar que essa ignorância da
Bíblia agora, então eu tenho que ler a Bíblia agora, então eu tenho que ler a Bíblia de cor de Gênesis
a Apocalipse sei tudo, os versículos de cor todos, já conheço Jesus Cristo. Não é isso que o santo
está falando, ele está falando de outro conhecimento. Tem um texto de Jerônimo, uma carta, que ele
escreve a Eustáquia uma grande discípula dele, nessa carta que ele escreve ele ensina para ela
como ler a Bíblia. Diz o seguinte: "Mantende sempre o mistério da vossa alcova, a fim de que o
Esposo possa estar à vontade convosco. Quando rezais estais a falar com ele. Se estais a ler é ele
que fala convosco. E quando chegar o sono Ele virá por trás do muro, passará a mão pela fresta da
porta e pousá-la-á sobre a vossa fronte. Vós levantar-vos-eis e, agitada, dir-lhe-eis: Estou ferido de
amor. E Ele dirá por sua vez: Minha irmã, minha esposa, vós sois um jardim cerrado, uma fonte
privada".

É interessante nesse conselho de Jerônimo o que ele está dizendo. Que relação com a Bíblia deve
ser diálogo, Ele tá comparando a relação do esposo do cântico. Ele tá dizendo quando você reza você
fala, mas quando você lê você escuta, e escutar nesse sentido, uma escuta plena. Mantenha
segundo do seu quarto, quando você for rezar mantenha segundo, sigilo do seu quarto. O que é o
segredo do seu quarto? O que Jesus diz: "Quando foi rezar tranque a porta, ocultar-se busca
silencia, busca fugir do barulho mundo, do barulho das coisas busca unicamente estar com Deus,
este é o conselho de Jerônimo na Eustáquia.

Para se ter uma verdadeira escuta da palavra de Deus se retira para o silêncio da sua alcova, para o
seu quarto, para o seu quarto de oração, para o silêncio da sua sela, foge do barulho do mundo, é
onde vai ficar você e Deus e lá fala para Deus em oração mas escuta pela leitura da Bíblia, escuta,
ler a Bíblia é escutar o que Deus tem para falar, não é eu falar alguma coisa, mas eu escutar aquilo
que a Bíblia quer me dizer, ouvir a palavra de Deus. Chegar a uma escuta, o que é que isso quer
dizer para minha vida, o que é que Deus está falando totalmente aberto e desarmado no silêncio.
Deixar que Deus fale livremente, sem condicionar Deus, você pode falar isso, aquilo outro, silêncio
completo. "Fala, fala pra que eu escute." Nós temos um grande exemplo disso, Maria. Ela é o
exemplo perfeito de silêncio diante da palavra de Deus. Vamos pegar o texto da anunciação, todos
sabem mais ou menos de cor. Imagina aquela jovem que está lá, aí aparece o anjo, aí o anjo diz vai
nascer uma criança do teu seio por obra e graça do Espírito Santo. E o anjo revela para ela coisas
grandiosas, o que é que ela diz? Não, primeiro o anjo diz vai nascer uma criança e em vez dela dizer
mais e José? E a lei? Ela pergunta como se dará isso? Eu acho muito interessante essa pergunta de
Maria. Sua atenção está unicamente voltada para a mensagem do anjo, para a escuta da palavra.
Como é que eu vou viver esse mistério? Ela sabe que tudo aquilo em redor dela vai desmoronar, mas
ela está totalmente voltada para a palavra de Deus. Aí o anjo explica para ela e ela diz o " Fiat", o "
Faça-se". Maria não está perturbada com os barulhos exteriores, como vai ser a vida dela o que vai
acontecer, José, vai ser apedrejada, ela está totalmente voltada para a escuta da palavra vai guardar
no coração. Durante toda a vida, Lucas vai dizer que Maria quando não entende guarda no coração.
Ela é toda silêncio, a palavra de Deus pode ecoar livremente no interior dela ela é toda silêncio e
acolhimento silêncio de atenção de atenção ao Deus que fala. "Como se dará isso? O que é? Eis aqui
a escrava do Senhor faça-se em mim segundo a sua palavra." Ela é toda voltada para a palavra de
Deus, ela não põem obstáculos para a palavra de Deus, ela não está perdida com vários barulhos do
mundo. O seio dela é silêncio diante da palavra de Deus. Esse silêncio de deixar-se trabalhar pela
palavra de Deus, de escutá-la autenticamente, é que nós temos que ter diante da Palavra de Deus.
diante da nossa leitura da Bíblia, esse silêncio de quem tem algo a falar, mas, sabe que precisa
escutar. Antes de ter algo a dizer para Deus, necessita ouvir de Deus aquilo que Deus deseja realizar
na nossa vida. Antes de explicar para Deus os nossos problemas que, Deus já sabe, pergunta:
"Senhor como eu devo dizer essa palavra me explica a tua palavra, me diz o que é, revela-me o
segredo da tua palavra desse teu mistério? Como Maria, Maria silenciosa, porque ela silencia os
problemas, silencia as dificuldades e a sua atenção é a mensagem de Deus, é em toda a palavra de
Deus e, como se dará isso. "Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a sua palavra". É esse
silêncio que a gente deve buscar diante da palavra, esse silêncio de acolhimento.

Tem um texto da Dei Verbum N° 24 e 25, que diz: "Todo ensino religioso, toda a formação ela deve
nascer da palavra de Deus. João Paulo II diz que: "toda teologia da Igreja nasce da Palavra de Deus.

A função de professor tem que ser de alguém que, nasce da palavra, a fé ela nasce da palavra de
Deus, eu vou ter que ser ouvinte da Palavra em primeiro lugar. Nós não somos conhecedores de
fórmulas doutrinárias, nós temos que ser conhecedores da Palavra de Deus, porque conhecedores da
Palavra de Deus, porque tudo que nós cremos está na Palavra. A palavra é a auto revelação divina, é
Deus que se revela pela Palavra. Se eu vou dar uma aula onde eu vou apresentar quem é Deus, a
base de tudo é a palavra de Deus. Toda a nossa vida se baseia na Palavra de Deus. Então em
primeiro lugar você tem que ser ouvinte da Palavra. Ouvintes nesse sentido, ouvintes no silêncio.

Que tudo, tudo, tudo, que for falar em sala de aula deve se perguntar: "É a Palavra de Deus?" Você
deve notar que toda aula você tem que ter uma fundamentação na Palavra. Você diz: "Deus é Uno e
Trino." Aí você bota lá o versículozinho, porque? Porque tudo nasce da Palavra. Então vocês têm que
ser ouvintes da Palavra, e grandes ouvintes, conhecedores nesse sentido.

Quando nós falamos de conhecedores da Palavra o pessoal pensa que é para saber de cor os textos,
não é por aí não. Ouvintes. Tem que ter intimidade com a Palavra de Deus, intimidade, aquele
ouvido atento, aquele silêncio interior onde a Palavra de Deus tem onde repousar. Isso vocês tem
que ter em primeiro lugar, intimidade com a Palavra de Deus, ser íntimo da Palavra. A gente só é
íntimo da Palavra, a gente só conhece Deus dessa forma, quando a gente ouve. Esse teólogo, o
Baltazar, diz algo muito interessante: "o teólogo, antes de ser alguém que fala, é alguém que escuta
a Palavra". Porque? Porque o teólogo fala de Deus, mas falar de Deus é impossível! Deus já está
muito além da inteligência humana, como é que eu vou falar de Deus se ele está muito além da
minha inteligência, aí ele diz: "escutando aquilo que Deus fala dele mesmo para que você possa
repetir." Não tem como a gente falar de Deus só através da nossa inteligência, porque ela é muito
limitada. Então eu vou falar daquilo que eu escuto. Então diz o Baltazar: "antes de ser alguém que
fala de Deus ele tem que ser alguém que escuta a Deus." E aí escutando ele tem o que dizer. Então
na aula antes de serem professores que irão falar de Deus, têm que ser professores que escutam a
Palavra de Deus, e aí falam daquilo que escutam, escuta no sentido pleno, no sentido da Palavra
descer no coração da palavra poder ressoar no interior e escuta da palavra só é autêntica quando há
silêncio da contemplação. Por isso que em nosso estudo bíblico nós temos que contemplar. A lectio
divina é o quê? É uma caminhada para a contemplação da Palavra. Ir além do que está escrito e
chegar ao próprio Jesus Cristo. Ir além da letra e chegar a pessoa do verbo. Isso é graça e o Espírito
Santo que faz, da nossa parte é se colocar em silêncio para que Deus possa falar em nossos
coração. Silenciando as várias vozes. Enquanto a gente não vai silenciando as várias vozes que
existe dentro de nós, o perigo é eu pegar a Palavra de Deus e em vez de escutar eu tenho algo a
dizer para Deus, esse é o maior perigo que existe. Eu estava na minha aula de quarta-feira, no curso
que eu estou dando, e partilhava com o pessoal que as pessoas são capazes de tudo, ou melhor, na
Reciclagem, eu estava partilhando com as pessoas que estão fazendo Reciclagem. Hoje em dia as
pessoas são capazes de tudo, se você for olhar até na história da Igreja os hereges fundamentavam
suas heresias na escritura, porque? Porque eles não ouviam a Palavra eles diziam o que eles
achavam da Palavra. Uma vez eu estava assistindo televisão, agora por esses dias, e tinha lá um
indivíduo que ele estava querendo fundamentar (agora imagine bem) uma vida totalmente
promíscua com direito a tudo, dizia: "pode haver troca de casais, pode haver festa chegar lá cada
um fica com tudo mundo, aquela coisa, e ele estava tentando provar isso através da Bíblia. É uma
coisa bem louca, mas ele estava tentando. Tem doido que consegue fazer umas coisas aí, que eu
olho assim e, meu Deus, como é que uma pessoa está enxergando isso na Bíblia. Não tem nada do
que ele está dizendo, porque? Porque não escuta a Palavra. Mas pode acontecer também de cometer
erros mais delicados, erros mais simples. Quando eu não escuto Palavra, e a Palavra já não tem o
que me falar porque sou eu que estou dizendo algo, sou eu que digo como é Deus, o que é que Deus
está falando, em vez de está ouvindo a Palavra de Deus eu vou estar ouvindo a mim mesmo. Por
isso é que a gente tem que ir silenciando as nossas vozes.

Os grandes hereges começam assim: todos olham para eles com admiração porque eles são
grandes, inteligentes, grandes teólogos, aí chega um ponto em que eles pegam o atalho, o orgulho
sobe...

O rande fundo da heresia é o orgulho, ela nasce muito pelo orgulho aquilo que acha. Porque errar é
uma coisa, mas se você errar o que acontece? O herege começa errando mas ele não tem mais a
coragem de voltar atrás, ele não silencia a sua opinião, ele afirma aquilo que ele errou. Muitos
santos até erram na história da Igreja falaram coisas erradas, mas eles souberam ser humildes.
Silenciar diante de Deus e a verdade se impõe, porque a Palavra de Deus vai se impondo e o próprio
Deus vai nos ensinando como vai ensinar os homens até o final dos tempos. Mas o problema do
orgulho, o problema da heresia é que a pessoa se fecha naquilo que ela acha e aí ela se pega
naquele ponto que ela acha e não tem coragem de abrir mão as vezes e aí cai na heresia. (se não
voltar atrás se torna). Porque a pessoa errar é normal todos nós podemos errar, agora se apegar
como aquilo fosse verdade, aí começa a ensinar, começa a propagar cada vez.

Ele perguntou o caso do Leonardo Boff. Leonardo Boff nunca falou uma heresia, nunca disse uma
heresia até hoje. Já disse um bocado de coisa muito estranha.

- E Paulo Coelho? – Paulo coelho não é católico. – Mas ele tá falando muita coisa – mas ele não é
católico, para ser herege tem que ser católico, ele não é, ele é bruxo. Ele pode falar o que ele quiser,
aí é liberdade de expressão. Agora se ele for católico e falar aí vai ser uma heresia, entende? Heresia
é o que? É o desvio de uma verdade de fé, você pegar uma verdade de fé católica e desviar aí você
cai numa heresia.

O Leonardo Boff não é uma heresia mas nós podemos ver o que o Leonardo Boff foi orgulhoso,
porque? Porque ele afirmou algo, a Igreja disse "silencia", aí ele não silenciou, aí começa todo o
atrito. Aí ele começa a achar que o que ele pensou era verdade e que todo mundo estava errado, aí
daí começou o problema. Ele achou que o celibato não tinha mais razão de ser e deixou de ser
celibatário, aí vivia com a mulher do amigo aí começou todo o orgulho começa a degenerar. Aí tem
uma música: "pecado, pecadinho, pecadão". É assim que acontece mesmo, ele começa pequeno vai
aumentando, até chegar...

Então nós temos que Ter essa posição de escuta que faz abaixar o orgulho, porque toda pessoa
orgulhosa não gosta de escutar.

Palavra é o que? Ela é dinâmica, ela não é letra morta, é dinâmica, é processo de revelação, é eu ir
na volta, ir no texto para encontrar a pessoa de Jesus Cristo, ir além. Santo Agostinho ele diz que
quando ele conheceu a Bíblia ele teve um grande problema, ele diz que a Bíblia era de uma
linguagem muito simples e ele disse que a inteligência dele repugnara aquela linguagem simples da
Bíblia, mas por outro lado não conhecia nem conseguia penetrar nos seus mistérios. Aí ele diz, a
Bíblia foi um livro escrito para crescer com a gente, ela não se revela as simplórios, mas também
não se abre aos orgulhosos. Simplórios seriam aqueles que: "ah, eu sou tão pequenininho Deus,
bota aqui na minha mão, de mão beijada, ficam sentados esperando, não querem suar a camisa. "Eu
sou o santo humilde, vou ficar sentado e Deus vai abrir minha inteligência e vai fazer eu entender
tudo da noite para o dia, esse é simplório, isso não é santidade, isso é preguiça. Santidade é você se
esforçar, é você usar aquilo que você tem na busca de Deus, se tem pouco glória a Deus, se tem
muito glória a Deus, é buscar a Deus com todas as suas forças. Agostinho diz, a Bíblia é um livro
para crescer com a gente, para ir crescendo. Se você for muito orgulhoso, quebra a cara, a gente
tem ir silenciando e ir compreendendo a Bíblia devagarinho, no silêncio, deixando Deus falar e a
cada dia Deus vai falando mais, é pra crescer com a gente. A medida que eu vou crescendo ela vai
crescendo junto comigo e eu tenho que crescer no meu silêncio para que a minha escuta seja cada
vez mais frutuosa, e quanto mais eu cresço no silêncio tanto mais eu escuto melhor a Palavra de
Deus. Quanto mais eu vou aprendendo a silenciar, tanto mais o mundo vai calando, agora isso não é
da noite para o dia, tu fez e pronto "agora eu vou chegar, vou entrar, vou me sentar, trancar o
quarto, vai ser o silencioso." Vai nada, quando você fecha os olhos vem um bocado de barulho na
nossa cabeça, a conta da luz, a conta da água, o leite das crianças, vem tudo de uma só vez. É um
processo, a gente tem que se educar a silenciar, ou seja educar a ouvir a Palavra de Deus sem os
nossos preconceitos, sem as nossas idéias já preconcebidas de Deus, idéias preconcebidas da
verdade, a gente vai se abrindo, silêncio também é profético. Da mesma forma como no diálogo
humano a gente vai aprendendo a conversar. Quando tem aquele amigo que chega num ponto tal
olha para o lado e já sabe quem tá falando, não tem aquela amizade que é assim , olha para o lado
e já sabe que ele está de mal humor ou de bom humor. Aquela amizade que chega num pontal do
diálogo que vocês já se entende até numa simples troca de olhar. Com Deus é a mesma coisa, a
gente vai crescendo no diálogo, até chegar num ponto tal, não precisa nem falar, tu olhou nos olhos
de Deus já sei o que ele está pensando, sabe mas isso é lá na frente, hoje em dia é devagarinho, eu
vou aprendendo a silenciar dia após dia, eu tenho que exercitar o meu silêncio diante da Palavra
lembrando sempre: "A palavra é um processo dinâmico", ela é comunicação de Deus. A palavra não
é um livro escrito para dizer como é que Deus funciona, isso aqui é comunicação de Deus é muito
diferente. A Bíblia não é didática, parada, pronto tá aqui parada, não! Ela é dinâmica, quando eu
estou lendo a Bíblia na realidade eu estou conversando com Deus, ela é comunicação de Deus.
Como São Jerônimo para Eustáquia, "Entre no seu quarto feche a porta, entretém com o esposo,
quando você fala, quando você reza você fala pra ele", é comunicação, é dinâmica, Deus estar
falando hoje e agora através da Bíblia por isso que é importante o silêncio e a escuta.

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