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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS

TAVANE PIRAINE DA COSTA

PATOLOGIAS CAUSADAS PELA AÇÃO DA UMIDADE NO PRÉDIO


SANTA MARGARIDA

Pelotas
2018
2

TAVANE PIRAINE DA COSTA

PATOLOGIAS CAUSADAS PELA AÇÃO DA UMIDADE NO PRÉDIO


SANTA MARGARIDA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


como requisito parcial à obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Civil da Universidade
Católica de Pelotas.

ORIENTADOR: PROF. RICARDO CURI TERRA

PELOTAS
2018
3

PATOLOGIAS CAUSADAS PELA AÇÃO DA UMIDADE NO PRÉDIO


SANTA MARGARIDA

BANCA EXAMINADORA

Presidente e Orientador Prof. ___________________________________________________


1º Examinador Prof. (a)________________________________________________________
2º Examinador Prof. (a)________________________________________________________

Pelotas, ___ de ______________de 2018


4

DEDICATÓRIA
À minha avó Antonina Costa que não mediu
esforços para ser mãe, pai e avó.
À minha mãe Simone Rosimere Mendes Piraine
que sempre me incentivou e me mostrou que o
mundo é do tamanho da minha imaginação.
À minha irmã Daniele Piraine que me ensina
todos os dias a ser uma pessoa melhor.
5

AGRADECIMENTOS
A Deus, pela saúde e por ser um companheiro fiel em momentos que apenas o silêncio
entendia o que estava acontecendo.
À minha irmã Daniele Piraine, minha amiga de todas as horas, que inúmeras vezes
pensou mais no meu bem estar do que eu mesmo, que fez os meus potinhos, que zelou pelo
meu sono, que me fez acreditar que tudo ia dar certo, que me alegrou quando eu estava triste e
que todos os dias me ensina a ser uma pessoa melhor.
À minha avó Antonina e ao meu avô Amabilio que foram as pessoas mais gentis que
conheci que me fizeram sentir a pessoa mais especial do mundo e me ensinaram que sempre
existe uma maneira de resolver qualquer problema.
À minha mãe Simone Piraine, de quem eu herdei toda a teimosia e a determinação, a
pessoa que me mostrou que o mundo é do tamanho da minha imaginação, que resiliência é a
maior dádiva que a vida pode nos dar e a capacidade de seguir independente de qualquer
dificuldade.
Ao meu namorado Eduardo Lima, por ser a calmaria em meio a toda a minha
confusão, por tanto carinho e atenção, por todo o amor e dedicação.
Aos mestres, em especial a minha querida Professora Liane Griepp, que esteve junto
comigo nesses últimos meses, me apoiando, me incentivando e me mostrando que o quanto
podemos ser fortes quando o objetivo é maior.
Aos colegas desta graduação, que estiveram junto comigo em toda a trajetória, em
especial ao Vinicius e a Graciane que foram tesouros que tive o imenso prazer de receber da
vida. Amo vocês.
Ao meu orientador Professor Ricardo Terra, pelo conhecimento técnico compartilhado
e pela paciência.
Aos amigos que estiveram junto comigo, em especial a Eduarda Raddatz que
compartilhou comigo muitos momentos e que muitas vezes foi o meu cobertor quentinho, a
Bruna Silveira que tendo como dom a espontaneidade, soube como ninguém dar vida e alegria
em momentos em que tudo parecia não dar certo e a Carmen Schiavon que me incentivou e
puxou as minhas orelhas toda vez que pensei em faltar à aula.
6

RESUMO
Considerando a umidade como uma das maiores causadoras de anomalias nas
edificações, o presente trabalho tem por objetivo analisar a natureza dos problemas
ocasionados por umidade nas edificações, as principais patologias decorrentes e mecanismos
de proteção visando evitá-las. Isso é feito através de um levantamento dentro da literatura que
norteia o tema.
Em um segundo momento, o trabalho apresenta o estudo de caso feito em uma
edificação na cidade de Pelotas / RS, onde foi realizada uma análise do local de estudo através
de inspeções visuais e após auxiliada por uma câmera termográfica e identificada a ocorrência
de patologias relacionadas à origem umidade.
A conclusão do trabalho se fundamenta na importância de se buscar uma maior
durabilidade das edificações, evitando que patologias de umidade venham a danificar o
patrimônio e comprometer a saúde das pessoas.

Palavras-chave: patologia; umidade; edificações.


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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Ação da percolação. Fonte: Adaptado Ebah..............................................................17


Figura 2. Efeito da capilaridade na alvenaria. Fonte: Adaptado Ebanataw..............................18
Figura 3. Umidade nos tijolos devido à água presente na argamassa. Fonte: Socoloski, 2015.
...............................................................................................................................................,...20
Figura 4. Umidade proveniente de águas freáticas em uma parede. Fonte: Santos, 2012........22
Figura 5. Umidade proveniente de águas superficiais em uma parede. Fonte: Santos, 2012. 22
Figura 6. Porosidade fechada / Porosidade aberta. Fonte: Socoloski, 2015.............................23
Figura 7. Parede sem isolamento. Fonte: Santos, 2012............................................................24
Figura 8. Parede com isolamento. Fonte: Santos, 2012............................................................24
Figura 9. Vazamento devido ao rompimento de uma tubulação. Fonte: Santos, 2012.............25
Figura 10. Ilustração da umidade de respingo. Fonte: Ferreira e Garcia (2016)......................25
Figura 11. Mancha causada pela umidade. Fonte: Adaptada Pet Civil UFJF...........................27
Figura 12. Bolor abaixo do peitoril da janela. Fonte: Ferreira (2010) apud Castro e Martins
(2014)........................................................................................................................................28
Figura 13. Corrosão em peça de concreto armado. Fonte: Adaptado Portal Metálica.............29
Figura 14. Desagregação no revestimento, depósitos salinos. Fonte: Silva, 2011...................30
Figura 15. Efeito das eflorescências. Fonte: Suplicy, 2012......................................................30
Figura 16. Efeitos da criptoflorescência. Fonte: Adaptado Engenharia Civil.com...................33
Figura 17. Efeito da criptoflorescência. Fonte: Suplicy, 2012..................................................33
Figura 18. Desenvolvimento da reação álcalis-agregado. Fonte: Adaptado Souza, 1998 apud
Santos, 2014..............................................................................................................................34
Figura 19. Reação álcali-agregado em blocos de fundação. Fonte: Adaptado Santos, 2014. 34
Figura 20. Efeito da gelividade. Fonte: Suplicy (2012)............................................................35
Figura 21. Rebaixamento do nível do lençol freático. Fonte: Suplicy (2012)..........................36
Figura 22. Vala periférica sem enchimento. Fonte: Suplicy (2012).........................................36
Figura 23. Vala periférica com enchimento. Fonte: Suplicy (2012).........................................37
Figura 24. Influência da redução da seção absorvente na umidade ascensional: parede sem e
com aberturas, da esquerda para a direita. Fonte: Teixeira 2007.............................................38
Figura 25. Substituição de elementos de alvenaria. Fonte: Teixeira, 2007..............................39
Figura 26. Método de Massari. Fonte: Teixeira, 2007..............................................................39
Figura 27. Método de Schöner Turn. Fonte: Teixeira 2007......................................................40
8

Figura 28. Representação esquemática da introdução de produtos por gravidade. Adaptado de


Freitas at. al 2008 apud Socoloski, 2015..................................................................................41
Figura 29. Introdução de produto por gravidade. Fonte: Teixeira 2007.................................41
Figura 30. Barramento químico, introdução por gravidade. Fonte: Suplicy (2012)................42
Figura 31. Aplicação por injeção: (a) equipamento de injeção; (b) execução da injeção. Fonte:
Teixeira 2007............................................................................................................................42
Figura 32. Tubo de arejamento. Adaptado de Teixeira 2007...................................................43
Figura 33. Revestimento com porosidade controlada. Fonte: Teixeira 2007...........................43
Figura 34. Ocultação das anomalias através da execução de um forro interior (detalhes
construtivos). a) Fonte: Teixeira, 2007; b) Fonte: Teixeira (2007)..........................................44
Figura 35. Execução de contramuro interno. Fonte: Suplicy (2012)........................................45
Figura 36. Substituição ou emenda de tubulações. Fonte: Suplicy (2012)...............................46
Figura 37. Camadas da parede onde mostra o reboco. Fonte: Suplicy (2012).........................47
Figura 38. Cobertura de telha. Fonte: Suplicy (2012)...............................................................47
Figura 39. Localização do parafuso de fixação das telhas de fibrocimento. Fonte: Adaptada de
Verçoza, 1991...........................................................................................................................48
Figura 40. Estanqueidade de paredes externas. Fonte: Suplicy (2012)....................................49
Figura 41. Geometria e dimensões das saliências introduzidas nas superfícies das fachadas.
Fonte: Adaptada Perez (1985) apud Suplicy (2012).................................................................49
Figura 42. Teste de verificação da impermeabilidade das juntas de dilatação. Fonte: Adaptada
de Verçoza (1991).....................................................................................................................50
Figura 43. Impermeabilização de rodapé. Fonte: Adaptada de Verçoza (1991)......................50
Figura 44. Impermeabilização de rodapé. Fonte: Adaptada de Verçoza (1991).......................51
Figura 45. Impermeabilização de ralos -. Fonte: Adaptada de Verçoza (1991).......................51
Figura 46. Correção de impermeabilização de ralos. Fonte: Adaptada de Verçoza (1991)......52
Figura 47. Condutores de água pluviais. Fonte: Suplicy (2012)...............................................52
Figura 48. Impermeabilização em caixa d’água. Fonte: Righi (2009) apud Suplicy (2012)....53
Figura 49. Isolamento térmico através de placas. Fonte: Adaptada Perez (1988) apud Suplicy
(2012)........................................................................................................................................54
Figura 50. Aumento da ventilação através de janelas e bandeiras de porta. Fonte: Adaptada
Perez (1988) apud Suplicy (2012)............................................................................................54
Figura 51. Calefação mista. Fonte: Adaptada Perez (1988) apud Suplicy (2012)....................55
Figura 52. Câmera termográfica FLIR E4. Fonte: autor...........................................................57
Figura 53. Espectro eletromagnético. Fonte: Ferreira, 2014.....................................................57
9

Figura 54. Prédio Santa Margarida. Fonte: EMEA...................................................................58


Figura 55. Planta baixa 1º pavimento prédio Santa Margarida. Fonte: EMEA, 2018..............59
Figura 56. Planta baixa 1º pavimento prédio Santa Margarida – Setor 01. Fonte: EMEA, 2018.
...................................................................................................................................................59
Figura 57. Planta baixa 1º pavimento prédio Santa Margarida – Setores 02 e 03. Fonte:
EMEA, 2018.............................................................................................................................60
Figura 58. Planta baixa 2º pavimento prédio Santa Margarida. Fonte: EMEA, 2018..............60
Figura 59. Planta baixa 2º pavimento prédio Santa Margarida – Setor 01. Fonte: EMEA, 2018.
...................................................................................................................................................61
Figura 60. Planta baixa 2º pavimento prédio Santa Margarida – Setores 02 e 03. Fonte:
EMEA, 2018.............................................................................................................................61
Figura 61. Planta baixa 3º pavimento prédio Santa Margarida. Fonte: EMEA, 2018..............62
Figura 62. Planta baixa 3º pavimento prédio Santa Margarida – Setor 01. Fonte: EMEA, 2018.
...................................................................................................................................................62
Figura 63. Planta baixa 4º pavimento prédio Santa Margarida. Fonte: EMEA, 2018..............63
Figura 64. Gráfico patologias x origem da umidade, prédio Santa Margarida. Fonte: Autor..64
Figura 65. Gráfico patologias x origem da umidade, pavimento 01. Fonte: Autor..................64
Figura 66. Área externa próximo a escada. Fonte: Autor.........................................................65
Figura 67. Imagem realizada com a câmera termográfica. Fonte: Autor.................................65
Figura 68. Gráfico patologias x origem da umidade, pavimento 02. Fonte: Autor.................67
Figura 69. Laje pavimento 02, sala de aula K213. Fonte: Autor.............................................67
Figura 70. Imagem realizada com a câmera termográfica. Laje sala de aula pavimento dois.
Fonte: Autor..............................................................................................................................67
Figura 71. Estanqueidade de paredes externas. Fonte: Suplicy (2012).....................................68
Figura 72. Gráfico patologias x origem da umidade, pavimento 03. Fonte: Autor..................69
Figura 73. Eflorescência, sala K 301. Fonte: Autor..................................................................70
Figura 74. Gráfico patologias x origem da umidade, pavimento 04. Fonte: Autor..................71
Figura 75. Acesso ao mirante, pavimento 04. Fonte: Autor.....................................................72
Figura 76. Imagem realizada com a câmera termográfica. Área de acesso ao mirante
pavimento 04. Fonte: Autor......................................................................................................72
Figura 77. Cobertura de telha. Fonte: Suplicy (2012)...............................................................73
Figura 78. Método para levantamento e diagnóstico de manifestações patológicas. Fonte:
Lichtenstein, 1986.....................................................................................................................75
10

LISTA DE TABELAS

Tabela 01. Natureza Química das Eflorescências...................................................................31


Tabela 02. Relação das patologias x origem, prédio Santa Margarida. Fonte: Autor............63
Tabela 03. Relação das patologias x origem, pavimento 01. Fonte: Autor............................64
Tabela 04. Relação das patologias x origem. Fonte: Autor....................................................66
Tabela 05. Relação das patologias x origem. Fonte: Autor....................................................69
Tabela 06. Relação das patologias x origem. Fonte: Autor....................................................71
11

SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................14

1.1. OBJETIVO GERAL...............................................................................................................15


1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................................15

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................................16

2.1. PATOLOGIA .........................................................................................................................16


2.2. UMIDADE .............................................................................................................................16
2.2.1. DEFINIÇÕES IMPORTANTES ..................................................................................17
2.2.1.1. PERCOLAÇÃO .......................................................................................................17
2.2.1.2. CAPILARIDADE .....................................................................................................17
2.2.1.3. INFILTRAÇÃO .......................................................................................................18
2.2.2. FORMAS DE UMIDADE.............................................................................................19
2.2.2.1. UMIDADE DE CONSTRUÇÃO ............................................................................19
2.2.2.2. UMIDADE POR CONDESAÇÕES INTERNAS OU SUPERFICIAIS ..............20
2.2.2.3. UMIDADE ASCENSIONAL...................................................................................21
2.2.2.4. UMIDADE ACIDENTAL .......................................................................................24
2.2.2.5. UMIDADE DE RESPINGO ....................................................................................25
2.2.2.6. UMIDADE DE INFILTRAÇÃO POR FALTA DE ESTANQUEIDADE DOS
MATERIAIS .............................................................................................................................26
2.3. TIPOS DE PATOLOGIAS E SUAS CAUSAS ......................................................................27
2.3.1. MANCHAS ....................................................................................................................27
2.3.2. OXIDAÇÃO ...................................................................................................................28
2.3.3. EFLORESCÊNCIA.......................................................................................................29
2.3.4. CRIPTOFLORESCÊNCIA...........................................................................................32
2.3.5. DETERIORAÇÃO.........................................................................................................33
2.3.6. GELIVIDADE ...............................................................................................................34
2.4. MÉTODOS E TÉCNICAS PARA CORREÇÃO / PREVENÇÃO DE PATOLOGIAS ........35
2.4.1. TÉCNICAS DESTINADAS A IMPEDIR O ACESSO DA ÁGUA ÀS PAREDES ............35
2.4.1.1. Rebaixamento do nível do lençol freático através de drenagem ..........................35
2.4.1.2. Vala periférica sem enchimento e com enchimento. .............................................36
2.4.1.3. Afastamento das águas de chuva da construção....................................................37
2.4.2. TÉCNICAS DESTINADAS A IMPEDIR A ASCENSÃO DA ÁGUA NAS PAREDES
COM PROBLEMAS DE UMIDADE ..............................................................................................37
2.4.2.1. Redução da seção absorvente ..................................................................................38
2.4.2.2. Introdução de barreiras impermeáveis ..................................................................38
12

2.4.3. TÉCNICA DESTINADA A RETIRAR A ÁGUA EM EXCESSO DAS PAREDES ...........42


2.4.3.1. Tubos de arejamento ................................................................................................42
2.4.4. TÉCNICAS DESTINADAS A OCULTAR AS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ......43
2.4.4.1. Aplicação de revestimento com porosidade controlada ........................................43
2.4.4.2. Aplicação de forro interior separado por um espaço de ar ..................................44
2.4.4.3. Contramuro ..............................................................................................................44
2.4.4.4. Escovação e imunização de alvenarias ...................................................................45
2.4.5. TÉCNICAS DESTINADAS A SUBSTITUIÇÃO DOS MATERIAIS QUE ESTÃO
ORIGINANDO AS PATOLOGIAS .................................................................................................46
2.4.5.1. Substituição ou emendas de tubulações..................................................................46
2.4.5.2. Substituição do reboco .............................................................................................46
2.4.6.1. Verificação de estanqueidade de cobertura ...........................................................47
2.4.6.2. Verificação de estanqueidade de paredes externas ...............................................48
2.4.6.4. Impermeabilização de lajes de cobertura e terraços .............................................50
2.4.6.5. Impermeabilização de reservatórios .......................................................................52
2.4.7. TÉCNICAS DESTINADAS A EVITAR A CONDENSAÇÃO SUPERFICIAL NAS
PAREDES INTERNAS....................................................................................................................53
2.4.7.1. Aumento da inércia térmica das paredes ...............................................................53

3. TERMOGRAFIA .........................................................................................................................56

3.1. CÂMERA TERMOGRÁFICA ..............................................................................................56

4. ESTUDO DE CASO .....................................................................................................................58

4.1. BREVE HISTÓRICO E ESTRUTURA .................................................................................58


4.2. ÁREAS DO PRÉDIO .............................................................................................................58
4.2.1. 1º PAVIMENTO .............................................................................................................59
4.2.1.1. 1º PAVIMENTO – SETOR 01 ................................................................................59
4.2.1.2. 1º PAVIMENTO – SETOR 02 E SETOR 03 .........................................................60
4.2.2. 2º PAVIMENTO ............................................................................................................60
4.2.2.1. 2º PAVIMENTO – SETOR 01 ................................................................................61
4.2.2.2. 2º PAVIMENTO – SETOR 02 E SETOR 03 .........................................................61
4.2.3. 3º PAVIMENTO ............................................................................................................62
4.2.3.1. 3º PAVIMENTO – SETOR 01 ................................................................................62
4.2.4. 4º PAVIMENTO ............................................................................................................63
4.3. INSPEÇÃO ............................................................................................................................63
4.3.1.1. MANCHAS DECORRENTES DE UMIDADE ASCENSIONAL............................65
4.3.3.1. EFLORESCÊNCIA DECORRENTE DE UMIDADE DE INFILTRAÇÃO ............69
13

4.3.4.1. MANCHAS DECORRENTES DE UMIDADE DE INFILTRAÇÃO ......................71


4.4. CONCLUSÃO E ANÁLISE GERAL DA INSPEÇÃO .........................................................74

5. METODOLOGIA ........................................................................................................................75

5.1. O MÉTODO DE ESTUDO DE CASO ...................................................................................75


5.2. CRITÉRIOS PARA DELIMITAÇÃO DO ESTUDO DE CASO...........................................75
5.3. MÉTODO PARA LEVANTAMENTO E DIAGNÓSTICO DE MANIFESTAÇÕES
PATOLÓGICAS ................................................................................................................................75
5.3.1. LEVANTAMENTO DE SUBSÍDIOS ..........................................................................76
5.3.2. DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO .................................................................................77
5.3.3. DEFINIÇÃO DE CONDUTA.......................................................................................77

6. CONCLUSÃO ..............................................................................................................................78

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................79


14

1. INTRODUÇÃO
O termo “patologia das construções” é utilizado em analogia às enfermidades na
medicina, seu uso se dá com o intuito de entender as causas e efeitos das “doenças” nas
edificações.
O conhecimento das patologias se faz extremamente necessário para todos que atuam
na área, tendo em vista que o seu conhecimento minimizará as falhas de execução, o que
futuramente, diminuirá também a ocorrência de certas patologias.
De acordo Klein (1999) apud Souza (2008) a preocupação com os danos nas
construções não é um assunto que tem despertado interesse apenas nos dias atuais, há
registros de 1800 a.C. através do código de Hamurabi que em 5 das 281 leis que foram
impostas continham as seguintes regras:

 Art. 227 - Se um construtor edificou uma casa para um Awilum, mas não reforçou
seu trabalho, e a casa que construiu caiu e causou a morte do dono da casa, esse
construtor será morto.
 230º - Se fere de morte o filho do proprietário, deverá ser morto o filho do
construtor.

 231º - Se mata um escravo do proprietário ele deverá dar ao proprietário da casa


escravo por escravo.

 232º - Se destrói bens, deverá indenizar tudo que destruiu e porque não executou
solidamente a casa por ele construída, assim que essa é abatida, ele deverá refazer à
sua custa à casa abatida.
 233º - Se um construtor constrói para alguém uma casa e não a leva ao fim, se as
paredes são viciosas, o construtor deverá à sua custa consolidar as paredes.
As causas das patologias nas edificações podem ocorrer por diversos motivos, e tem-
se a umidade como uma das maiores causadoras das anomalias nas construções. Essas
patologias podem ser causadas durante o processo construtivo, por falta de manutenção, por
acidentes que possam vir a ocorrer na construção, entre outros.
Tendo em vista às inúmeras patologias que ocorrem devido à ação da umidade, com o
passar do tempo foram desenvolvidas diversas técnicas para detectar a causa dessas
anomalias. Neste trabalho, a inspeção no local de estudo, será auxiliada pela técnica da
termografia.
15

Cunha (2016) fala que a técnica da termografia consiste em um ensaio não destrutivo
que tem como objetivo obter a temperatura superficial do local analisado. Obtendo a
temperatura superficial é possível identificar as diferenças de temperatura na superfície
analisada e através dessas diferenças detectar anomalias que não são visíveis a olho nu.
Cunha (2016) cita ainda que tal técnica vem sendo muito utilizada hoje em dia por ser
considerada benéfica por dois motivos, não há a necessidade de contato com a superfície em
estudo e por produzir um termograma que indica os pontos exatos onde há imperfeições,
falhas ou outros.

1.1. OBJETIVO GERAL


Este trabalho consistirá em apresentar as patologias nas construções, com foco maior
naquelas causadas pela ação da umidade e propor possíveis soluções para os problemas
encontrados na edificação do prédio Santa Margarida da Universidade Católica de Pelotas.

1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS


 Identificar os tipos de patologias causados pela ação da umidade;

 Verificar as origens de umidade na edificação;


 Propor soluções para as patologias encontradas.
16

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. PATOLOGIA

O termo patologia, assim como já citado anteriormente, é utilizado para representar as


“doenças” das edificações.
Segundo Verçoza (1991) o conhecimento das Patologias das edificações é
indispensável, em maior ou menor grau, para todos que trabalham na construção, desde o
operário até o engenheiro e o arquiteto.
O conhecimento de tais “doenças” se faz necessário para que se possam evitar
possíveis danos nas construções ou se necessário corrigi-las com o menor custo e maior
agilidade. Ainda segundo Verçoza (1991) quando se conhecem os defeitos que uma
construção pode vir a apresentar e suas causas, é muito menos provável que se cometam erros.

2.2. UMIDADE

A palavra umidade significa “quantidade de líquido no organismo”. Considerando a


umidade relacionada com a engenharia, tem-se umidade como sendo “quantidade
relativamente pequena de água, em estado de vapor ou líquido, que se difunde na massa de
um corpo ou, quando sólido, que também se condensa sobre a sua superfície.”.
A umidade é considerada um dos fatores que mais contribuem para o aparecimento de
patologias. As construções dependem diretamente do uso da água e por esse motivo é
extremamente necessário que se tenha cuidado com a sua utilização para que se possam evitar
danos futuros à construção, como, por exemplo, o aparecimento de manchas.
As anomalias ocasionadas pela ação da umidade podem se manifestar em diferentes
locais da construção, como parede, pisos, lajes, e em diversos outros locais.
Segundo Verçoza (1991) a umidade não é apenas uma causa de patologias, ela age
também como um meio necessário para que grande parte das patologias em construções
ocorra. Ela é fator essencial para o aparecimento de eflorescências, oxidações, mofos, bolores,
perda de pinturas, de rebocos e até a causa de acidentes estruturais.
17

2.2.1. DEFINIÇÕES IMPORTANTES


Para que se possa analisar a ação da umidade nas construções, é necessário além de
entender o conceito de umidade e sua formação, entender também como os líquidos se
comportam e algumas definições importantes que facilitarão o entendimento do trabalho. A
seguir serão definidos os conceitos de percolação, capilaridade e infiltração.

2.2.1.1. PERCOLAÇÃO
Entende-se como percolação à passagem da água através de um corpo por transmissão
de grão a grão. No caso de paredes construídas, por exemplo, de tijolos cerâmicos, quando a
cerâmica entra em contato com a umidade, a água encharca um grão que por sua vez vai
encharcar o grão seguinte, até atravessar toda a parede.
Verçoza (1985) diz que na realidade, a percolação também é uma forma de
capilaridade, que se processa agora no interior dos grãos constituintes do material. Tanto pode
ocorrer de cima para baixo como de baixo para cima ou para ambos os lados. Na figura 1
pode-se observar a ação da percolação descrita nos parágrafos anteriores.

Figura 1. Ação da percolação. Fonte: Adaptado Ebah.

2.2.1.2. CAPILARIDADE
Para explicar a capilaridade, Verçoza (1985) cita o exemplo de um copo com água e
fala que se observarmos a borda de um líquido neste copo, notaremos que a superfície se
curva, para cima ou para baixo, dependendo do líquido. Essa superfície apresentada pelo
líquido forma uma verdadeira película com tensão própria, chamada tensão superficial, e isso
ocorre devido à viscosidade. Essas curvaturas são chamadas mísulas. Ora, se existirem duas
18

paredes muito próximas, as mísulas de um e outro lado se juntam, somando suas resultantes.
A força de ascensão pode até vencer a força de gravidade, elevando o líquido até que haja
equilíbrio entre ambas. Isto acontece nos tubos muito finos, por isto chamado de tubos
capilares.
Verçoza (1985) ainda fala que a capilaridade também pode agir em outro sentido, que
não o vertical, mas sempre caracterizada pela passagem da água através de poros. No entanto,
a direção do fluxo influi muito. No caso de capilaridade de cima para baixo, a gravidade
aumenta a força de penetração; e de baixo para cima, a diminui. A figura 2 mostra a ação da
capilaridade em uma construção de alvenaria.

Figura 2. Efeito da capilaridade na alvenaria. Fonte: Adaptado Ebanataw

2.2.1.3. INFILTRAÇÃO
De acordo com Souza et al. (2011) a infiltração é o processo pelo qual a água penetra
nas camadas superficiais do solo e em se tratando de edificações pode-se caracterizá-la pela
passagem da água do meio exterior para o interior, que penetra através de fissuras ou trincas
existentes no contrapiso, revestimentos, etc. Os tipos de infiltrações são:
 Capilar

 De fluxo superficial
Infiltrações capilares
Quando se tem materiais de construção em contato direto com o terreno úmido e sem
impermeabilização, ocorre a absorção da água na forma capilar. Esse é o mecanismo típico de
umidade ascendente. A água é conduzida, através de canais capilares existentes no material,
pela tensão superficial. Caso não haja ventilação, a água será transportada gradualmente para
19

cima, pela capilaridade. O método mais adequado para combater umidade ascendente em
paredes é por meio de impermeabilização horizontal eficaz (de difícil execução se a obra já
estiver concluída). (SOCOLOSKI, 2015).
Infiltração de fluxo superficial
De acordo com Shonardie (2009), caso o local que está em contato com o terreno não
tenha recebido impermeabilização vertical eficaz, ocorrerá absorção de água (da terra úmida)
pelo material de construção absorvente (através de seus poros), que poderá se intensificar caso
a umidade seja submetida a certa pressão, como no caso de fluxo de água em piso com
desnível. Neste caso, deverá ser adotada impermeabilização vertical e, se necessário,
drenagem.

2.2.2. FORMAS DE UMIDADE


A umidade pode se manifestar nas estruturas de diversas formas, cada uma tem
características visuais e físicas diferentes. Obviamente que cada uma se comporta de maneira
distinta da outra e requer tipos de prevenção e tratamentos específicos.
Os tipos de umidade que serão abordados neste trabalho são:
 Umidade de construção
 Umidade devido às condensações internas ou superficiais
 Umidade ascensional
 Umidade acidental
 Umidade de respingo
 Umidade de infiltração por falta de estanqueidade dos materiais

2.2.2.1. UMIDADE DE CONSTRUÇÃO


A umidade durante o processo de execução é inevitável, tendo em vista que a maioria
dos materiais necessita da água, ou para sua colocação, ou para a sua confecção como é o caso
da argamassa e do concreto. Porém a umidade que tende a aparecer nesta fase deverá evaporar
em um curto período de tempo, para que não cause danos à construção.
Lichtenstein (1986) ressalta que este tipo de umidade não deve ser menosprezado,
deve-se atentar, pois se utiliza grande quantidade de água durante o processo de construção e
que caso venha a não evaporar, poderá causar danos à edificação, tais como, manchas e
eflorescências.
20

Na figura 3, pode-se observar a ação da umidade contida na argamassa de


assentamento infiltrando nos tijolos. Essa umidade tende a desaparecer com o tempo, porém
deve-se atentar para que isso de fato ocorra.

Figura 3. Umidade nos tijolos devido à água presente na argamassa. Fonte: Socoloski, 2015.

Santos et al. (2012) em seu trabalho cita que para evitar as consequências já referidas
durante a construção da edificação, é necessário que se adote medidas que irão ajudar na
prevenção dos possíveis danos.

2.2.2.2. UMIDADE POR CONDESAÇÕES INTERNAS OU SUPERFICIAIS


A umidade de condensação ocorre a partir do momento em que a água condensa no
ambiente ou no interior dos elementos de construção. Santos et.al. (2012) fala que a umidade
de condensação pode ser dividida em dois tipos: as condensações internas e as condensações
superficiais.
 Condensações Internas
Santos et.al. (2012) diz que as condensações internas são aquelas que se situam na
parte interior dos elementos de construção. Estas dão origem à degradação dos materiais. O
aumento do teor de umidade, resultante da absorção da água condensada, faz diminuir a
resistência térmica, que resulta numa perda de isolamento térmico que pode conduzir a
eventuais condensações superficiais no elemento em questão.
Considerando o fato de a condensação ocorrer dentro dos elementos de construção,
esta umidade não é de fácil identificação, porém, como já foi referido, ela conduz às
condensações superficiais as quais são identificáveis pela criação de manchas e de fungos nos
elementos de construção.
21

 Condensações superficiais
Como o próprio nome indica as condensações superficiais situam-se exatamente na
superfície dos elementos de construção.
Souza (2008), fala que a condensação existe quando o ar úmido aquece e atinge uma
superfície fria. Por exemplo, quando uma parede é exposta a ventos gelados do inverno ou
azulejos, o resultado é a condensação. A condensação acontece mais frequentemente em
banheiros e cozinhas, onde as atividades com água como o banho e a lavagem da cozinha são
regulares. Para controlar a condensação deve haver um bom equilíbrio entre uma boa
ventilação e um aquecimento adequado.
As condensações superficiais ainda podem ocorrem devido às “pontes térmicas”. De
acordo com o site Wikipédia, as pontes térmicas ocorrem em zonas do entorno do edifício
onde há alterações no material utilizado, como a geometria dos elementos construtivos e suas
propriedades (condutibilidade térmica, por exemplo) ou quando há troca de material: presença
de janelas, portas e vigas, por exemplo. O calor tende a ter um fluxo unidimensional, retilíneo,
mas nas pontes térmicas ele segue a trajetória em que há um menor gasto de energia, ou seja,
o caminho com menor resistência térmica, diante disso, são formados fluxos bidimensionais
ou tridimensionais.
As pontes térmicas facilitam a condensação do ar e o seu depósito nas superfícies
próximas, propiciando assim um ambiente úmido e apto a desenvolver patologias.

2.2.2.3. UMIDADE ASCENSIONAL


A umidade ascensional é definida por Alfano et al. (2006) apud Socoloski (2015)
como um fluxo de água no sentido vertical direcionado para cima em uma parede permeável.
Freitas e Guimarães (2008) apud Socoloski (2015) afirmam que a água ascende quando não
há barreiras que inibam a migração da umidade proveniente do solo através das paredes,
constituídas de materiais porosos. Essa migração ocorre por capilaridade e pode causar danos
à edificação.
Para que seja possível o entendimento da umidade ascensional, é necessário entender
uma série de fatores que contribuem para que ela ocorra, são eles:
 Fontes de água e variações ao longo do ano
De acordo com Santos et al. (2012), as fontes de água que provocam o surgimento de
umidade ascensional são: águas freáticas e águas superficiais.
22

A umidade oriunda de águas freáticas apresentam características de permanência. Na


figura 4 pode-se observar como se comparta este tipo de umidade.

Figura 4. Umidade proveniente de águas freáticas em uma parede. Fonte: Santos, 2012.

Já a umidade ascensional proveniente de águas superficiais apresenta características


variáveis, que mudam de acordo com as estações do ano, suas precipitações, entre outros
fatores.

Figura5. Umidade proveniente de águas superficiais em uma parede. Fonte: Santos, 2012.

 Condições climáticas e exposição solar


De acordo com Santos et al. (2012), o nível atingido pela umidade ascensional é
extremamente influenciado pelas condições climáticas, pois estas tendem a acelerar (ou
desacelerar) o processo de secagem da umidade.
Em locais com a umidade relativa baixa, a evaporação ocorre de forma mais rápida, já
quando a umidade relativa é alta o processo é mais lento e favorece o avanço da frente úmida.
A insolação e o coeficiente de absorção da radiação também influenciam o processo de
secagem da parede. Ambos alteram a temperatura superficial e a distribuição da temperatura.
Esta influência é percebida em edificações que possuem paredes idênticas com orientações
geográficas distintas. Cada parede possui uma incidência solar e uma ventilação, o que causa
diferença na progressão da umidade. (SILVA, 2013 apud SOCOLOSKI, 2015).
23

 Porosidade dos materiais


A porosidade, conforme Bertoline (2010) apud Socoloski (2015) é o volume de vazios
de um material. Bertoline (2010) apud Socoloski (2015) também cita que a porosidade pode
ser aberta ou fechada, como se pode observar na figura 6. A porosidade aberta é aquela onde
os porros estão interligados por canais, já a porosidade fechada é aquela onde os poros não
possuem comunicação, e estes são considerados materiais impermeáveis.
Cardeira (2010) apud Socoloski (2015) complementa dizendo que a maioria dos
materiais de construção são porosos e que nos materiais com porosidade aberta a água pode
migrar sob forma de líquido ou vapor na rede interna formada. Entre estes materiais estão à
argamassa, tijolos cerâmicos e as rochas, muito utilizados para a construção de paredes.
Uma boa forma de combater a umidade ascensional é usar materiais com porosidade
fechada visto que estes formam uma barreira física para a água, impedindo-a de avançar.

Figura 6. Porosidade fechada / Porosidade aberta. Fonte: Socoloski, 2015.

 Espessura da parede e materiais de revestimento


A espessura da parede influencia diretamente na absorção da umidade, pois quanto
mais espessa for à parede, maior será a quantidade de umidade absorvida. A maior absorção é
justificada pelo fato da parede com maior espessura ter uma maior área exposta e por isso
absorve mais umidade.
Quanto aos revestimentos, quanto maior o nível de impermeabilidade do material de
revestimento, mais a umidade vai tender a subir na parede, assim como se pode observar na
figura 8.
Na figura 7 observa-se uma parede sem nenhum tipo de isolamento ou revestimento
isolante, o que permite que a umidade ascensional dirija-se para a superfície onde encontrará
condições favoráveis a sua evaporação, não havendo necessidade de continuar sua ascensão
como é o caso da figura 8.
24

Figura 7. Parede sem isolamento. Fonte: Santos, 2012.

Figura 8. Parede com isolamento. Fonte: Santos, 2012.

2.2.2.4. UMIDADE ACIDENTAL


A umidade acidental se dá devido a acidentes que possam vir a ocorrer ao longo da
construção ou da vida útil da edificação.
De acordo com Santos et al. (2012) a umidade acidental pode ser causada por falhas
nos sistemas hidrossanitários, como águas pluviais, esgoto e água potável, entre outros. A
existência de umidade com esse tipo de origem tem uma importância especial quando se trata
de edificações que já possuam um longo tempo de existência, pois pode haver presença de
materiais com tempo de vida já excedido, o que tende a agravar o dano ocorrido pelo
acidente.
Santos et al. (2012) ainda diz que esta forma de manifestação da umidade está
associada a fugas de água provocadas por defeitos de construção ou de funcionamento de
determinados equipamentos e/ou instalações.
Na figura 9 se pode observar o rompimento de uma tubulação, o que possivelmente
acarretou danos ao local onde ocorreu. A detecção deste tipo de patologia, por exemplo,
25

costuma ser de difícil identificação considerando o fato de haver migrações de água no


interior dos mais diversos elementos da edificação.

Figura 9. Vazamento devido ao rompimento de uma tubulação. Fonte: Santos, 2012.

A umidade causada por fugas e defeitos nas canalizações, costuma apresentar-se por
círculos úmidos tipo auréola ou por bolores. As principais áreas afetadas costumam-se
localizar perto de canos/sistemas de tubulação ou de aparelhos sanitários.
Santos et al. (2012) fala que este tipo de umidade pode ser facilmente detectado
quando as canalizações estão visíveis. O problema maior é quando estas se encontram por
dentro das paredes, como na maioria das habitações. Além das umidades provenientes das
canalizações poder se manifestar a uma distância considerável da fuga, tem ainda o
inconveniente de ser complicado resolver o problema.

2.2.2.5. UMIDADE DE RESPINGO


A umidade de respingo é aquela que afeta a edificação através de respingos,
principalmente causados pela chuva. Na figura 10 pode-se observar como ela ocorre.

Figura 10. Ilustração da umidade de respingo. Fonte: Ferreira e Garcia (2016).


26

A chuva é o mais comum gerador de umidade, tendo como fatores importantes a


direção e a velocidade do vento, a intensidade da precipitação, a umidade do ar e fatores da
própria construção (impermeabilização, porosidade de elementos de revestimentos, sistemas
precários de escoamento de água, dentre outros) (COSTA, 2010 apud FERREIRA E GARCIA,
2016).
Segundo Henriques (1994), quando a chuva está aliada a certa intensidade de ventos,
sua trajetória terá uma componente horizontal. O valor desta componente será tanto maior
quanto maior a intensidade dos ventos. Neste cenário, a parede fica sujeita à molhagem,
existindo assim um risco de umedecimento. (CASTRO E MARTINS, 2014).

2.2.2.6. UMIDADE DE INFILTRAÇÃO POR FALTA DE ESTANQUEIDADE


DOS MATERIAIS
A norma NBR 9575/2003 define estanqueidade: “Propriedade de um elemento (ou
conjunto de componentes) de impedir a penetração ou passagem de fluídos através de si. A
sua determinação está associada a uma pressão limite de utilização (a que se relacionam as
condições de exposição do elemento).”. A infiltração, em se tratando de edificações, como já
citado anteriormente é o processo pelo qual a água penetra através de fissuras ou trincas
existentes nos materiais, sendo assim, a infiltração ocorre quando o material que deveria
servir como barreira impermeável, por alguma razão perde a sua capacidade de estanqueidade
e permite a passagem da água.
Metha e Monteiro (1994) apud Castro e Martins (2014) definem que permeabilidade é
a relação entre a taxa de fluxo de um fluído para o interior de um sólido poroso em um
determinado tempo.
A importância do conhecimento do grau de permeabilidade não depende somente de
sua utilização na construção de obras hidráulicas, mas também dos casos que a durabilidade
do material pode ser ameaçada pela ação de agentes agressivos (BAUER, 2010 apud
CASTRO E MARTINS, 2014).
É de extrema importância que se conheça os materiais de construção para além de
utiliza-los da melhor forma durante a construção, também se possa identificar a necessidade
de manutenção ou substituição.
27

2.3. TIPOS DE PATOLOGIAS E SUAS CAUSAS

As patologias podem se manifestar de diversas formas. A seguir serão citadas as


principais patologias causadas pela ação da umidade.

2.3.1. MANCHAS
As manchas são patologias muito comuns nas edificações, principalmente considerando a
origem umidade. Elas tendem a aparecer em diversas situações e se não tratadas além de dar um
mau aspecto ao ambiente elas também propiciam ambientes para que novas patologias aconteçam.
Verçoza (1985) diz que quando a água atravessa uma barreira, ela pode, no outro lado, ficar
aderente e dará uma mancha; ou, se a quantidade é maior, pingar, ou até fluir. Em qualquer dos
casos, numa construção, estes são defeitos que só raramente podem ser admitidos. A umidade
permanente deteriora qualquer material de construção, e sempre desvaloriza uma edificação. Na
figura 11 pode-se verificar as manchas causadas pela infiltração da umidade.

Figura 11. Mancha causada pela umidade. Fonte: Adaptada Pet Civil UFJF.

Como citado anteriormente, as manchas podem aparecer por diversos motivos, são
eles: a falta de estanqueidade dos materiais, permitindo infiltrações; através do adensamento
dos materiais finos que ficam no ar em ambientes úmidos; o contato com materiais orgânicos,
o que propicia o aparecimento de fungos e bolores; entre outros motivos.
Considerando as manchas devido a fungos e bolores, Salma et al. (2006) apud Castro
e Martins (2014) explicam que, este fenômeno patológico envolve a participação de micro-
organismos, como por exemplo: bactérias e fungos, contribuindo para a deterioração dos
materiais.
28

Além do aspecto visual depreciado, os fungos geram danos à saúde das pessoas que
convivem nos ambientes em que estes são encontrados. De acordo com Shirakawa et al.
(1995) apud Ferreira e Garcia (2016), a umidade elevada do material é essencial para o
desenvolvimento de fungos, de modo que essa manifestação é mais comumente encontrada
em locais que favorecem o acúmulo de água, como detalhes arquitetônicos e regiões
sombreadas ou próximas ao solo.
Na figura 12 pode-se observar as manchas abaixo do peitoril, o peitoril é um detalhe
arquitetônico que necessita atenção no que se refere a patologias relacionadas à umidade.

Figura 12. Bolor abaixo do peitoril da janela. Fonte: Ferreira (2010) apud Castro e Martins (2014).

2.3.2. OXIDAÇÃO
De acordo com Helene (1986) apud Comim (2017), o mecanismo de corrosão do aço
no concreto é eletroquímico, como na maioria das reações corrosivas em presença de água ou
ambiente úmido. A influência da umidade na ação corrosiva da atmosfera é acentuada. O
ferro em atmosfera de baixa umidade relativa praticamente não sofre corrosão, já em umidade
acima de 70% o processo se torna acelerado. Este tipo de corrosão aquosa conduz à formação
de óxidos e hidróxidos de ferro, de cor avermelhada, pulverulentos e porosos, chamados
ferrugem.
E só ocorrem nas seguintes condições: existência de um eletrólito, diferença de
potencial e presença de oxigênio (RUSCH, 1975 apud COMIM, 2017). O eletrólito tem a
função de permitir a mobilidade de íons que precisa se combinar para formar os produtos da
corrosão. O oxigênio é necessário porque participa das reações químicas envolvidas na
formação da ferrugem (óxidos e hidróxidos de ferro) e sua participação é dependente do teor
de umidade do concreto (FRANCO,2011 apud COMIM, 2017).
Verçoza (1985) fala que a ferrugem é um sal de pouca aderência (cai facilmente sob
fricção), de mau aspecto e de volume maior que o do ferro que lhe deu origem e é essencial
29

saber que a umidade é que dá condições favoráveis ao aparecimento da ferrugem. Por isso
deve-se sempre procurar obter concreto impermeável, se a umidade penetrar até a armadura,
facilmente aparece ferrugem; que, ao aumentar de volume, causará danos a estrutura.
Ainda segundo Verçoza (1985) muito mais grave ainda é quando o concreto contém
substâncias que se tornam oxidantes ao contato com água. O cloreto de cálcio, por exemplo,
muito usado como aditivo acelerador de pega do concreto, em contato com a água pode
originar ácido clorídrico, que corrói as armaduras rapidamente.
A figura 13 mostra a ação da ferrugem em uma armadura de uma peça de concreto
armado. Neste caso é possível verificar a importância de um bom cobrimento para evitar o
contato da armadura com substâncias que possam causar danos à estrutura.

Figura 13. Corrosão em peça de concreto armado. Fonte: Adaptado Portal Metálica.

2.3.3. EFLORESCÊNCIA
Segundo Verçoza (1985) eflorescências são formações de sais nas superfícies das
paredes, trazidos do seu interior pela umidade. As eflorescências dão mau aspecto, manchas,
descolamento, descoloração da pintura, etc.
Os autores Santos e Silva Filho (2008) apud Silva (2011) complementando a definição
anterior definiram “eflorescência” como “depósitos cristalinos de cor branca que surgem na
superfície do revestimento, como piso (cerâmicos ou não), paredes e tetos, resultantes da
migração e posterior evaporação de soluções aquosas salinizadas”.
As eflorescências se manifestam quando a umidade contida em determinada estrutura
entra em contato com sais solúveis, estes serão identificados na Tabela 1. Após o contato da
umidade com o material os sais, os mesmos são conduzidos até a superfície da estrutura, onde
ocorre à evaporação da água e o posterior depósito destes materiais.
30

Verçoza (1985) ressalta que quando situadas entre o reboco e a alvenaria, as


eflorescências formam um plano capilar, por onde sobe a umidade, que aumenta a força de
repulsão ao reboco. É normal que as pinturas não eliminem manchas de eflorescências. Os
sais reagem com a nova tinta e a mancha reaparece. Neste caso, é preciso usar um selador
eficiente ou remover o reboco atacado.
Bauer (1996) apud Silva (2011) destaca que as eflorescências podem alterar a
aparência da superfície sobre a qual se depositam e em determinados casos seus sais
constituintes podem ser agressivos, causando desagregação profunda.
De acordo com a afirmação de Bauer (1996) apud Silva (2011) pode-se observar nas
figuras 14 e 15 a desagregação no revestimento causado pela ação da eflorescência.

Figura 14. Desagregação no revestimento, depósitos salinos. Fonte: Silva, 2011.

Figura 15. Efeito das eflorescências. Fonte: Suplicy, 2012.


31

De acordo com o Bauer (2008) a eflorescência é causada por três fatores de igual
importância:
 Teor de sais solúveis existentes nos materiais ou componentes;
 Presença de umidade;
 Pressão hidrostática necessária para que a solução migre para a superfície.
Ainda de acordo com Bauer (2008), as três condições devem existir
concomitantemente, pois caso uma delas seja eliminada não ocorrerá o fenômeno

Tabela 1. Natureza Química das Eflorescências. Fonte: Adaptada Bauer, 2008.


Composição Química Fonte Provável Solubilidade em Água
Carbonatação da cal lixiviada da
Carbonato de cálcio argamassa ou concreto e de Pouco solúvel
argamassa de cal não-
carbonatada.
Carbonatação da cal lixiviada da
Carbonato de Magnésio argamassa de cal não- Pouco solúvel
carbonatada.
Carbonatação dos hidróxidos
Carbonato de Potássio alcalinos de cimentos com Muito solúvel
elevado teor de álcalis.
Carbonatação dos hidróxidos
Carbonato de Sódio alcalinos de cimentos com Muito solúvel
elevado teor de álcalis.
Cal liberada na hidratação do
Hidróxido de Cálcio cimento. Solúvel
Sulfato de Cálcio Hidratação do sulfato de cálcio do Parcialmente solúvel
Desidratado tijolo.
Sulfato de Magnésio Tijolo, água de amassamento. Solúvel
Sulfato de Cálcio Tijolo, água de amassamento. Parcialmente solúvel
Reação tijolo-cimento.
Sulfato de Potássio Agregados, água de amassamento. Muito solúvel
32

Reação tijolo-cimento.
Sulfato de Sódio Agregados, água de amassamento. Muito solúvel
Cloreto de Cálcio Água de amassamento, limpeza Muito solúvel
com ácido muriático.
Cloreto de Magnésio Água de amassamento. Muito solúvel
Nitrato de Potássio Solo adubado ou contaminado. Muito solúvel
Nitrato de Sódio Solo adubado ou contaminado. Muito solúvel
Nitrato de Amônia Solo adubado ou contaminado. Muito solúvel
Cloreto de Alumínio Limpeza com ácido muriático. Solúvel
Cloreto de Ferro Limpeza com ácido muriático. Solúvel

2.3.4. CRIPTOFLORESCÊNCIA
Criptoflorescências são patologias que se assemelham as eflorescências, na
criptoflorescência também ocorrem formações salinas, porém as mesmas se depositam no
interior da estrutura.
De acordo com Verçoza (1985) criptoflorescências também são formações salinas, de
mesma causa e mecanismos que as eflorescências, mas agora os sais formam grandes cristais
que se fixam no interior da própria parede ou estrutura. Ao crescerem eles podem pressionar a
massa formando rachaduras e até queda da parede. O maior causador da criptoflorescência é o
sulfato. Os sulfatos, ao receberem água, aumentam muito de volume. Mesmo que a pressão
seja pequena, as criptoflorescências fazem desagregar os materiais principalmente na camada
superficial.
Nas figuras 16 e 17 é possível verificar a ação da criptoflorescência.

Figura 16. Efeitos da criptoflorescência. Fonte: Adaptado Engenharia Civil.com.


33

Figura 17. Efeito da criptoflorescência. Fonte: Suplicy, 2012.

2.3.5. DETERIORAÇÃO
A deterioração em muitos casos é a consequência de todas as patologias citadas
anteriormente, que com o passar do tempo se não corrigidas, acabam deteriorando a
construção. Porém em determinados casos, a manifestação patológica pode ser tão agressiva
que a deterioração acaba se tornando o primeiro sintoma apresentado pela construção, como é
o caso da reação álcalis-agregado.
Segundo Santos (2014) a reação álcali-agregado pode ser entendida como a reação
química que ocorre no interior de uma estrutura de concreto, envolvendo os hidróxidos
alcalinos do cimento e certos minerais reativos que podem estar presentes no agregado. Como
resultado da reação forma-se produtos que na presença de umidade, são capazes de expandir,
gerando fissurações, deslocamentos e podendo levar a um comprometimento da estrutura.
Essa expansão acompanhada da fissuração causa perda de resistência, elasticidade e
durabilidade do concreto.
Geralmente essa deterioração ocorre em estruturas localizadas em ambientes úmidos,
tais como barragens, casas de força, vertedores, canais, blocos de fundações, estacas de pontes
e estruturas marinhas. Nas figuras 18 e 19 é possível analisar respectivamente, o
desenvolvimento da reação e os efeitos que a reação causa nas estruturas.
34

Figura 18. Desenvolvimento da reação álcalis-agregado. – Adaptado Souza, 1998 apud Santos, 2014.

Figura 19. Reação álcali-agregado em blocos de fundação. Fonte: Adaptado Santos, 2014.

2.3.6. GELIVIDADE
Gelividade é o fenômeno que acontece quando a água que existe dentro dos materiais
porosos congela devido a uma baixa temperatura.
Verçoza (1985) diz que a água, ao congelar, aumenta de volume (figura20). E a água
em canais capilares congela a temperatura acima de 0º. Ela pode congelar a temperatura de até
6ºC. Assim sendo, a água depositada nos poros e canais capilares dos tijolos e do concreto
congela em dias frios. Ao congelar, aumenta de volume. No miolo, este aumento de volume é
contido pela massa do tijolo, e se traduz por calor, que então impede o congelamento. Na
superfície, a resistência é menor, formando-se gelo que desloca as camadas mais extensas,
desagregando paulatinamente o material. Então a superfície dos tijolos começa a se desgastar,
parecendo lixada. Geralmente toma a forma convexa. Não havendo a penetração da água, não
haverá gelividade.
35

Figura 20. Efeito da gelividade. Fonte: Suplicy, 2012.

2.4. MÉTODOS E TÉCNICAS PARA CORREÇÃO / PREVENÇÃO DE


PATOLOGIAS
Após a identificação dos tipos de patologias e das diferentes formas de umidade,
segue-se para a escolha do tratamento mais adequado. Henriques (2007) apud Socoloski
(2015) e Suplicy (2012) citam as soluções a seguir para problemas relacionados à ação da
umidade nas construções.

2.4.1. TÉCNICAS DESTINADAS A IMPEDIR O ACESSO DA ÁGUA ÀS PAREDES


Inicialmente deve-se identificar se a umidade ascensional é de origem superficial ou
freática. Se a umidade estiver relacionada à origem superficial, deve-se avaliar seu entorno
atentando para a possibilidade de haver terrenos em declive que estão conduzindo as águas
superficiais até o objeto em estudo. Para impedir que a parede absorva esta umidade pode-se
tratar o terreno com correção de declive, criação de valas drenantes ou ainda com a criação de
zona drenante superficial (HENRIQUES, 2007 apud SOCOLOSKI, 2015).
A seguir têm-se sugestões de como proceder em casos de umidade ascensional
causada por origem freática e superficial:

2.4.1.1. Rebaixamento do nível do lençol freático através de drenagem


Se for criada uma drenagem a água do lençol freático poderá ser canalizada para
outras áreas, fazendo com que o seu nível desça até uma quota em que a ascensão capilar não
mais atinja as fundações do imóvel. É aconselhável consultar um especialista em solos. O
rebaixamento do lençol freático produz acomodação no terreno e pode afetar as fundações da
construção (SUPLICY, 2012).
36

A distância entre o dreno e a fundação dependerá do tipo de solo e o sucesso deste


procedimento dependerá do volume do lençol de água e da existência de um canal suficiente
para o escoamento. Segue figura 21, ilustrando o método.

Figura 21. Rebaixamento do nível do lençol freático. Fonte: Suplicy (2012).

2.4.1.2. Vala periférica sem enchimento e com enchimento.


O método das valas periféricas consiste em afastar o terreno das fundações e criar um
espaço de ventilação que permitirá aumentar a evaporação no local, reduzindo assim a
quantidade de água absorvida pela parede e a altura por ela atingida. Esta técnica é adequada
quando o problema se tratar de infiltrações laterais de águas do terreno e pode ser aplicada
utilizando ou não enchimento para auxiliar na absorção da umidade (SUPLICY, 2012).
A seguir está ilustrada a técnica, na figura 22, a técnica sem enchimento e na figura 23
com enchimento.

Figura 22. Vala periférica sem enchimento. Fonte: Suplicy (2012).


37

Figura 23. Vala periférica com enchimento. Fonte: Suplicy (2012).

2.4.1.3. Afastamento das águas de chuva da construção


Para que se possa afastar a água da chuva das construções utilizam-se elementos
construtivos que normalmente são de fácil execução e de extrema importância para minimizar
os efeitos da umidade nas edificações.
Tem-se os beirais como exemplo de elemento construtivo, eles têm como função
dirigir as águas para longe da edificação. Outro elemento de extrema importância são as
calhas, elas canalizam as águas que caem dos telhados, evitando-se que respinguem ou
empocem, atingindo as bases das paredes e provocando a sua degradação (RIGHI, 2009 apud
SUPLICY, 2012).

2.4.2. TÉCNICAS DESTINADAS A IMPEDIR A ASCENSÃO DA ÁGUA NAS


PAREDES COM PROBLEMAS DE UMIDADE
De acordo com Socoloski (2015) existem dois métodos para impedir a ascensão da
água nas paredes. São eles: a redução da seção absorvente e a introdução de barreiras
impermeáveis.
38

2.4.2.1. Redução da seção absorvente


A redução da seção absorvente é baseada na retirada da alvenaria, deixando espaços
vazios, diminuindo a área de contato da edificação com a fonte de umidade. Desta forma,
além de a quantidade de água absorvida ser reduzida, aumentará a área de evaporação através
destes espaços vazios, assim diminuindo a ascensão. Esta solução é pouco eficaz, além de
introduzir alterações na arquitetura do edifício, proporciona mudanças estruturais, como se
pode observar na figura 24 (FREITAS et al. 2008 apud SOCOLOSKI, 2015).
Suplicy (2012) complementa ainda falando que neste processo a água absorvida é
proporcional à seção absorvente. Se a seção for reduzida, uma menor quantidade de água terá
acesso à construção e não subirá o suficiente para atingir as zonas habitadas. Pode-se reduzir a
seção absorvente, abrindo-se arcos na alvenaria. Estes poderão ficar aparentes ou ser fechados
com material não absorvente, como pedra assentada sem argamassa. Recomenda-se ter
cuidado no corte e dimensionamento dos arcos, para que a estabilidade da construção não seja
comprometida.

Figura 24. Influência da redução da seção absorvente na umidade ascensional: parede sem e com aberturas, da
esquerda para a direita. Fonte: Teixeira 2007.

2.4.2.2. Introdução de barreiras impermeáveis


As barreiras impermeáveis podem ser barreiras físicas, que necessitam de certa forma
da destruição de uma parte da parede, ou barreiras químicas que são menos traumáticas e de
mais fácil aplicação. Suplicy (2012) fala sobre o cuidado que deve ser tomado durante a
aplicação do método e que é imprescindível que estes serviços sejam executados por
especialistas, pois estas técnicas além de ser de difícil execução e alto custo, podem
comprometer profundamente a estabilidade da construção.
39

2.4.2.2.1. BARREIRAS FÍSICAS

 Substituição Parcial dos componentes da Alvenaria


Inicialmente a alvenaria é demolida em pequenas partes (20 a 30 cm de altura) e em
toda a espessura da parede e em seguida executando a substituição desta por material
betuminoso. O corte hídrico também pode ser realizado efetuando-se um rasgo
(aproximadamente 1m) o qual posteriormente é preenchido por materiais estanques, chapas
metálicas, manta impermeável, membranas asfálticas entre outros, sempre garantindo a
continuidade do material (FREITAS et al. 2018 apud SOCOLOSKI, 2015). A figura 25
ilustra o método.

Figura 25. Substituição de elementos de alvenaria. Fonte: Teixeira, 2007.

 Método de Massari
Teixeira (2007) explica que o método de Massari consiste na execução de cortes
cilíndricos sucessivos em partes de cerca de 45 a 50 cm de comprimento. Primeiramente
executam-se as perfurações tangentes umas às outras, logo se realiza a limpeza e o
preenchimento com argamassa impermeável (Figura 26). Após o endurecimento da
argamassa, repete-se o procedimento.

Figura 26. Método de Massari. Fonte: Teixeira, 2007.


40

 Método de Schöner Turn


Esta técnica consiste na introdução de uma lâmina de aço inoxidável na base das
paredes. Carrió (2010) apud Socoloski (2015) recomenda a colocação deste material entre as
fiadas de tijolo, na argamassa, sobrepondo parte destas lâminas. Para a execução deve-se
utilizar martelos pneumáticos e assim vibrações indesejadas podem ser evitadas. Este método
é adotado em prédios históricos com paredes de maior espessura. Necessitando de espaço
próximo das paredes, pois o martelo pneumático normalmente precisa de uma grande área
para a colocação da chapa. A técnica pode ser observada na figura 27.

Figura 27. Método de Schöner Turn. Fonte: Teixeira 2007.

2.4.2.2.2. BARREIRAS QUÍMICAS


Com o mesmo objetivo das barreiras físicas, este método pretende impedir a ascensão
da umidade na parede.
De acordo com Suplicy (2012), a técnica de introdução de barreiras químicas surgiu
com o intuito de ser menos traumática que os barramentos físicos, Suplicy (2012) ainda
explica que neste caso, a alvenaria recebe injeções de produtos químicos que têm como
função torná-la isenta de água. A injeção pode ser feita por gravidade ou, sob pressão, e o
produto embeberá a alvenaria por gravidade e por capilaridade, onde é criada uma faixa
impermeável. Esta técnica necessita de um controle preciso para a sua execução.
Segundo Teixeira (2007), os produtos utilizados como barreira química dividem-se
em 6 grupos em função de sua composição, são eles:
 Acrilamidas;
 Organo metálicos;
 Resinas epoxídicas;
 Silicatos;
41

 Siliconatos;
 Silicones;
 Siloxanos.
Ainda de acordo com Teixeira (2007) as técnicas utilizadas para construir as barreiras
químicas são:
 Aplicação por Gravidade

Esta técnica baseia-se na ação da gravidade, podendo os furos ser executados, quer na
horizontal, quer inclinado no sentido da base da parede. São introduzidos os produtos
selecionados, como pode ser observado nas figuras 28, 29 e 30. (FREITAS et al. 2008 apud
SOCOLOSKI, 2015)

Figura 28. Representação esquemática da introdução de produtos por gravidade. Adaptado de Freitas at. al
2008 apud Socoloski, 2015.

Figura 29. Introdução de produto por gravidade. Fonte: Teixeira 2007.


42

Figura 30. Barramento químico, introdução por gravidade. Fonte: Suplicy (2012).

 Aplicação por Injeção


A técnica por injeção utiliza um equipamento de pressão para introduzir o produto na
parede, como ilustrado na figura 31. O equipamento é ligado diretamente a um conjunto de
tubos colocados na furação realizada. A pressão utilizada neste tipo de equipamento
dependerá da resistência mecânica e porosidade do material (TEIXEIRA, 2007).

Figura 31. Aplicação por injeção: (a) equipamento de injeção; (b) execução da injeção. Fonte: Teixeira 2007.

2.4.3. TÉCNICA DESTINADA A RETIRAR A ÁGUA EM EXCESSO DAS PAREDES


Uns dos métodos utilizados para retirar a água de paredes com alto teor de umidade é
o arejamento, abaixo segue descrição deste método.
2.4.3.1. Tubos de arejamento
Carrió (2010) apud Socoloski (2015) descreve a execução desta técnica como a
introdução de tubos perfurados (cerâmicos ou plásticos), alinhados horizontalmente na base
de uma parede, para facilitar o arejamento do local. Estes tubos são introduzidos distanciados
43

de 5 a 15 cm. A drenagem da água contida nos poros poderá ocorrer desde que a pressão
capilar não seja muito grande.
Silva (2012) e Morais (2011) apud Socoloski (2015) consideram os tubos de arejamento
econômicos. No entanto, os autores acreditam que estes tubos não impedem a ascensão da
umidade e o efeito estético é bastante desagradável. A figura 32 ilustra a técnica e uma
fachada com os tubos de arejamento.

Figura 32. Tubo de arejamento. Adaptado de Teixeira 2007.


2.4.4. TÉCNICAS DESTINADAS A OCULTAR AS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
Em alguns casos não existem condições de execução de tratamentos. Para estes casos
existem técnicas para ocultar as manifestações patológicas. São elas:

2.4.4.1. Aplicação de revestimento com porosidade controlada


De acordo com Teixeira (2007) a técnica consiste na execução de um revestimento
poroso que facilitará a evaporação da água contida na parede. Para controlar a dimensão dos
poros, executa-se o revestimento de argamassa em camadas com características distintas para
que a porosidade diminua do exterior para o interior, conforme a figura 33.

Figura 33. Revestimento com porosidade controlada. Fonte: Teixeira 2007.


44

2.4.4.2. Aplicação de forro interior separado por um espaço de ar


Freitas et al. (2008) apud Socoloski (2015) descrevem esta técnica como a execução
de uma divisória de pequena espessura, afastada da parede em cerca de 10 cm (sem permitir
nenhum ponto de contato entre parede e divisória pelo lado interno da parede com problema.
O espaço criado entre os planos deve ser ventilado para o exterior, permitindo a evaporação
efetiva. A ventilação é através de orifícios localizados a diferentes níveis na parede (nunca no
forro, para o interior). A base da superfície que oculta a parede com problema (parede
interior) deve ser impermeável na parte inferior de forma a não haver continuidade hídrica.
Teixeira (2007) diz que o principal inconveniente é que, além de não eliminar o
problema de umidade e apenas ocultar as manifestações por ela causadas, esta técnica reduz a
área útil do ambiente. A figura 34 mostra os detalhes construtivos descritos.

Figura 34. Ocultação das anomalias através da execução de um forro interior (detalhes construtivos). a)
Fonte: Teixeira, 2007; b) Fonte: Teixeira (2007).

2.4.4.3. Contramuro
Esta técnica é semelhante à citada anteriormente, porém neste caso, de acordo com
Righi (2009) apud Suplicy (2012) a sugestão é a construção de mais uma parede,
recuperando-se as características de habitabilidade do local. Nesta técnica é preciso cuidado
ao construir uma nova parede, para que não haja contato entre ela e a parede com umidade.
Deve-se ter cuidado, pois a técnica produz acomodação no terreno e pode afetar as fundações do
imóvel. A profundidade e extensão da camada impermeável e a existência de terreno
permeável sob ela, terão que ser verificados através de sondagens.
45

Figura 35. Execução de contramuro interno. Fonte: Suplicy (2012).

2.4.4.4. Escovação e imunização de alvenarias


A ação da umidade muitas vezes faz com que surjam bolores e mofos nas construções.
De acordo com Perez (1988) apud Suplicy (2012) durante a utilização da técnica de
escovação inicialmente bloqueia-se a fonte de umidade, seguida da secagem do material e sua
limpeza. Para a limpeza de uma alvenaria atacada por mofos, recomenda-se o seguinte
procedimento:
 Lavar com uma solução de hipoclorito de sódio;
 Lavar com água limpa;
 Secar completamente;
 Aplicar um produto fungicida;
 Após três dias, retirar o fungicida por meio de escovação;
 Reaplicar o acabamento e pintura;
Para limpeza quando há infestação por fungos recomenda-se:
 Escovar a superfície para remover todos os elementos soltos;
 Desinfetar a superfície com chama de maçarico;
 Aplicar sobre as alvenarias uma solução de pentaclorofenato de sódio de 2 a 5%
 Refazer o acabamento da alvenaria nas zonas afetadas;
 Melhorar a ventilação do local.
46

2.4.5. TÉCNICAS DESTINADAS A SUBSTITUIÇÃO DOS MATERIAIS QUE ESTÃO


ORIGINANDO AS PATOLOGIAS

2.4.5.1. Substituição ou emendas de tubulações


Quando há infiltração proveniente de falha das instalações hidráulicas ou de esgoto é
necessário que se detecte o problema, o que nem sempre é de fácil definição, após é
necessário que se faça a substituição do material danificado.
De acordo com Suplicy (2012), este é um problema que ocorre tanto nas construções
antigas quanto nas atuais. A solução pode ser feita através da substituição ou emenda dos
canos. Só então a alvenaria será fechada e reaplicado o reboco. Todas as peças substituídas
devem atender as normas da ABNT.
A figura 36 mostra um exemplo de substituição de um material danificado por outro
em boas condições de uso.

Figura 36. Substituição ou emenda de tubulações. Fonte: Suplicy (2012).

2.4.5.2. Substituição do reboco


A substituição do reboco é indicada quando a ação da patologia prejudicou de forma
intensa o local onde se encontra. De acordo com Suplicy (2012), esta técnica é comumente
utilizada em casos de grandes áreas com problemas de gelividade, pois esta patologia tende a
desagregar os componentes do reboco.
Righi (2009) apud Suplicy (2012) fala que a indicação é retirar o trecho danificado,
com corte esquadrejado, até atingir-se a base da alvenaria. Deve-se remover todo o material
solto e com pouca aderência (assim como as eflorescências e qualquer tipo de crescimento
biológico), por meio de escovação vigorosa com escova de cerdas duras. Feito isso, havendo
ataque biológico, aplica-se fungicida. As juntas devem ser cortadas a uma profundidade de
pelo menos 1,6 cm, para se obter aderência suficiente e só então umedecer a superfície para
fazer a aplicação da argamassa.
47

Na figura 37 pode ser observar a ilustração de uma parede que está tendo seu
revestimento removido.

Figura 37. Camadas da parede onde mostra o reboco. Fonte: Suplicy (2012).

2.4.6. TÉCNICAS DESTINADAS A CORRIGIR / MELHORAR A ESTANQUEIDADE


DOS MATERIAIS
2.4.6.1. Verificação de estanqueidade de cobertura
O telhado é um componente da construção que se deve ter bastante atenção em se
tratando de infiltrações, são muitos os elementos que compõem este serviço e por esse motivo
cada um deles deve estar em perfeito funcionamento para que se tenha o melhor resultado da
sua construção.
De acordo com Perez (1988) apud Suplicy (2012), a chuva pode infiltrar através do
telhado, caso não tenha sido bem construído ou apresente problemas como falta ou
descontinuidade das telhas. Beirais, platibandas e os panos de cobertura terminados junto às
paredes verticais ou pontos de emenda são os pontos mais vulneráveis. A solução consiste na
correção da falha na cobertura: corrigir a inclinação, repor telhas, refazer rufos e algerozes
etc. Substituir as peças danificadas e refazer a impermeabilização. Na figura 38 está ilustrada
uma cobertura de telhas executada da forma correta.

Figura 38. Cobertura de telha. Fonte: Suplicy (2012).


48

Conforme Verçoza (1991), nos casos dos telhados de fibrocimento são frequentes os
vazamentos por fissuras nas peças. Recomenda-se trocar a telha danificada. Outro problema
são os parafusos mal colocados e/ou má vedação dos furos de passagem, uma falha de
projeto/execução deste tipo implica na substituição da peça. Segundo Verçoza os parafusos
devem sempre estar na parte elevada das ondas da telha, de acordo com o ilustrado na figura
39, visto que quando colocados na parte de baixo desta, o acumulo de água pode penetrar pelo
orifício dos parafusos.

Figura 39. Localização do parafuso de fixação das telhas de fibrocimento. Fonte: Adaptada de Verçoza, 1991.

2.4.6.2. Verificação de estanqueidade de paredes externas


A infiltração em paredes externas é bastante comum devido à exposição a diversas
intempéries, essa exposição vai causando o desgaste dos materiais de construção que com o
tempo acabando se tornando ineficientes no que se refere a estanqueidade.
Righi (2009) apud Suplicy (2012) cita que a infiltração de água pelas paredes surge
geralmente, junto a elementos que não fazem parte do plano da mesma, onde a água se
acumula e ocasiona fissuras no reboco. Na figura a 40 segue sugestão de procedimento
quando em casos de falta de estanqueidade das alvenarias.

Figura 40. Estanqueidade de paredes externas. Fonte: Suplicy (2012).


49

Na figura 41 a seguir têm-se seis exemplos de detalhes construtivos para minimizar os


problemas ocasionados pelas chuvas.

Figura 41. Geometria e dimensões das saliências introduzidas nas superfícies das fachadas. Fonte: Adaptada
Perez (1985) apud Suplicy (2012).

2.4.6.3. Impermeabilização de platibanda


Em geral as platibandas sofrem com mais intensidade a ação das intempéries. Em
razão deste fator, deve-se ter maior proteção, no local em que mais é castigada, especialmente
em sua parte superior, o topo.
De acordo com Perez (1988) apud Suplicy (2012) a parte posterior, que fica em
contato com o telhado, deve estar rebocada com argamassa de maior resistência, adicionada
de um impermeabilizante. Quando o reboco secar, aplica-se uma ou duas demãos de um dos
produtos betuminosos, em estado líquido ou em pasta. A parte superior deve receber um
reboco com argamassa forte, seguida da aplicação de um produto betuminoso, para
impermeabilização. É importante que a parte superior da platibanda, receba um acabamento
com pelo menos 1% de inclinação em direção aos pontos de captação de água. Este
procedimento deve ser repetido a cada seis meses, evitando infiltrações, oriundas por fissuras
de dilatação da platibanda.
50

2.4.6.4. Impermeabilização de lajes de cobertura e terraços


Verçoza (1991) fala que os maiores problemas de impermeabilização acontecem nas
juntas de dilatação. Há um teste que consiste na construção de uma barragem com tijolos,
onde se enche com água. Ocorrendo vazamento, as juntas deverão ser calafetadas, conforme a
figura 42.

Figura 42. Teste de verificação da impermeabilidade das juntas de dilatação. Fonte: Adaptada de Verçoza
(1991).

Ainda segundo Verçoza (1991) a segunda maior causa de defeitos em


impermeabilização encontra-se nos rodapés mal executados. Toda impermeabilização de lajes
tem que ter remate, nas platibandas e paredes vizinhas, por um rodapé que estenda até 30cm
ou 20cm acima do piso depois de pronto. Na ausência deste procedimento, a água penetra sob
a impermeabilização. Deste modo, o rodapé deve ficar bem fixado, com a dobra arredondada
(as maiores tensões ocorrem nas quinas, local onde certamente a impermeabilização poderá
quebrar).

Figura 43. Impermeabilização de rodapé. Fonte: Adaptada de Verçoza (1991).


51

A figura abaixo (à esquerda) ilustra como deve-se fixar um rodapé. A ilustração


central indica a fixação por chapas de fibrocimento aparafusadas e a da direita, mostra o como
embutir em canaletas. Em todos os três caso é de suma importância não deixar que ocorra
arrestas vivas, pois, em impermeabilização, ângulo vivo é fatal. (VERÇOZA 1991).

Figura 44. Impermeabilização de rodapé. Fonte: Adaptada de Verçoza (1991).

Outro local muito suscetível a falhas relacionadas a impermeabilização, são as


tubulações hidrossanitárias, por haver contato direto com a água, estes locais costumam
apresentar graves problemas de infiltração e podem gerar diversas patologias.
Nos ralos pluviais e outras passagens de tubulações ocorre um grande número de
falhas. Os ralos devem ser impermeabilizados, com uma penetração de uns 10cm para dentro
deles e permanecer fixada em todo o perímetro, conforme dito anteriormente, sem arestas
vivas e para a correção de impermeabilização de um ralo com emulsão, ao refazer deve-se
realizar a proteção dentro e em torno do ralo, adotando-se uma área de 1m2. Esse
procedimento garante que não ocorrerá vazamento entre as duas impermeabilizações
(VERÇOZA, 1991).
Se pode observar a técnica da impermeabilização de ralos na figura 45 e a correção de
impermeabilização de ralos na figura 46.

Figura 45. Impermeabilização de ralos -. Fonte: Adaptada de Verçoza (1991).


52

Figura 46. Correção de impermeabilização de ralos. Fonte: Adaptada de Verçoza (1991).

Na impermeabilização de condutores de água pluviais, deve-se dar preferência aos


tubos de queda externos, pois estes facilitam a limpeza e manutenção. Deve-se proceder à
verificação dos grampos de fixação, de modo que estes fiquem afastados da parede, não
retendo água da chuva. Um cuidado especial deve ser observado na ligação do tubo com a
calha, que deve ser feita com uma curva reversa e estar bem soldada. Na parte inferior os
tubos devem ter inclinação suficiente para jogar a água diretamente na rede pública. Os
passeios devem ter inclinação na direção da rua, evitando que a água se acumule junto à base
das paredes do imóvel (RIGHI, 2009 apud SUPLICY, 2012).

Figura 47. Condutores de água pluviais. Fonte: Suplicy (2012).

2.4.6.5. Impermeabilização de reservatórios


Primeiramente deve-se observar se o local que receberá a impermeabilização não
apresenta nenhum tipo de fissura ou trinca, caso haja é necessário corrigir antes de iniciar o
procedimento.
De acordo com Righi (2009) apud Sulplicy (2014) as superfícies a serem revestidas
devem ser ásperas, isentas de partículas soltas e materiais estranhos como ponta de ferro e
53

pedaços de madeira. Os cantos deverão se arredondados, formando meia-cana. Deve-se


colocar uma camada de 1cm de espessura na parede e meia-cana, apertando bem contra a
parede do reservatório. A seguir aplica-se uma camada de chapisco no traço de 1:3 sem o
impermeabilizante, fazendo uma camada de 3cm nas paredes e uma camada de 1cm de
espessura no piso, apertar e jogar areia em uma camada fina. No dia seguinte repete-se o
procedimento. E no terceiro dia repete-se, mas sem dar o chapisco e sem jogar a camada de
areia. As superfícies devem ser desempenadas com desempenadeira de madeira. O
acabamento deve ser feito aplicando duas demãos de impermeabilizante, após a caixa estar
completamente seca.
Na figura 48 observa-se o procedimento citado no parágrafo anterior.

Figura 48. Impermeabilização em caixa d’água. Fonte: Righi (2009) apud Suplicy (2012).

2.4.7. TÉCNICAS DESTINADAS A EVITAR A CONDENSAÇÃO SUPERFICIAL NAS


PAREDES INTERNAS
2.4.7.1. Aumento da inércia térmica das paredes
De acordo com Perez (1988) apud Suplicy (2012) existem três tipos de soluções que
podem evitar a condensação superficial nas paredes internas, são elas:
 A aplicação de isolamento térmico: a parede não é afetada pelas variações de
temperatura, do exterior.
Nesta solução o vapor d'água em suspensão condensa sobre a superfície mais fria da
parede no interior do cômodo. Em construções antigas o isolamento deve ser aplicado na face
54

interior da parede deixando um espaço de pelo menos 2cm entre esta e o isolante para formar
uma câmara de ar.
A técnica pode ser observada na figura 49, onde mostra a parede impermeabilizadas e
o espaço necessário para formar a câmara de ar.

Figura 49. Isolamento térmico através de placas. Fonte: Adaptada Perez (1988) apud Suplicy (2012).

 Aumento da circulação ambiente: quanto maior a ventilação, menor a circulação de ar


úmido.
Considerando esta solução, deve-se manter as janelas abertas por períodos longos,
fazer a colocação de bandeiras originais de janelas e portas e em casos de maior gravidade
outro recurso seria a abertura de grelhas fixas ou auto reguláveis na parte inferior das paredes
do ambiente.

Figura 50. Aumento da ventilação através de janelas e bandeiras de porta. Fonte: Adaptada Perez (1988) apud
Suplicy (2012).
55

 Aumentar a temperatura superficial das paredes: para reduzir a umidade relativa do ar


ambiente é necessário aumentar a temperatura superficial das paredes.
Nesta técnica não é indicado o uso de aquecedores à combustão, porque é liberada
uma grande quantidade de vapor de água. De acordo com Perez (1988) apud Suplicy (2012) o
indicado seria a utilização de resistências elétricas nos pisos junto às paredes afetadas, a fim
de solucionar o problema.

Figura 51. Calefação mista. Fonte: Adaptada Perez (1988) apud Suplicy (2012).
56

3. TERMOGRAFIA
A termografia é considerada uma técnica não destrutiva, por não causar danos ao
objeto estudado, e ainda é pouco utilizada por ser uma técnica nova e possuir equipamentos
de análise com alto custo. A técnica da termografia possibilita a percepção da temperatura
superficial do corpo emitidas pelas radiações através de infravermelhos. (CORTIZO, 2007
apud FERREIRA 2014).
De acordo com Cunha (2016) a termografia infravermelha consiste em um ensaio não
destrutivo que tem como objetivo obter a temperatura superficial. E com isso, de acordo com
a temperatura aferida é possível identificar patologias que não são visíveis a olho nu.
Segundo Cortizo et al. (2008) apud Ferreira (2014), as primeiras imagens geradas
utilizando a técnica de infravermelhos foram obtidas no ano de 1800 por Willians Herschel e
mais tarde, em 1840, por seu filho Jonh Herschel. Esses obtiveram as imagens por meio da
técnica evaporagráfica, que consiste na evaporação do álcool obtido de uma superfície pintada
com carbono.
De acordo com Cortizo 2007 apud Ferreira (2014), o primeiro termograma foi
elaborado por Czerny, em 1992. No período da Segunda Guerra Mundial, para invasão da
Rússia, os tanques alemães possuíam um sistema de visão noturna. A Rússia correspondeu ao
ataque dos alemães desenvolvendo a FLIR – Foward Looking Infra Red (visão dianteira por
infravermelho), que possibilitou a localização das tropas e armamento dos mesmos.
A técnica da termografia tem por base o princípio que todo corpo é constituído por
moléculas e em decorrência da agitação destas emite uma radiação sendo possível a aferição
desta por meio da câmera termográfica. Esta radiação é captada e há a conversão do
comprimento de onda infravermelha para comprimentos do espectro visível ao olho humano
(MARIO, 2011).
A excitação molecular está diretamente ligada à temperatura, ou seja, quanto maior a
temperatura maior a excitação molecular e consequentemente maior a intensidade da radiação
emitida pela superfície. Este fato permite que a termografia faça medidas de temperatura e
visualize a distribuição térmica sem a necessidade de contato físico (SANTOS, 2012 apud
CUNHA, 2016).

3.1. CÂMERA TERMOGRÁFICA

A câmera termográfica captura a energia infravermelha emitida pelo objeto observado


e converte esta energia em um sinal eletrônico por meio da lente que concentra toda a energia
57

captada em um detector infravermelho. Este sinal é processado e exibido em um display ou


monitor de vídeo na forma de imagem térmica (termogramas) onde é calculada a temperatura
de cada pixel.
Tendo assim como produto o termograma que representa a temperatura por meio das
cores, e com o auxílio de uma escala que correlaciona cor e temperatura, é possível a
obtenção de informações quanto a problemas ligados diretamente ou indiretamente com a
temperatura.
A relação das cores e temperaturas é dada a partir do parâmetro de cores quentes e
cores frias, ou seja, no círculo cromático a faixa do amarelo ao vermelho representa as cores
quentes e a faixa do verde ao violeta são as cores frias. Portanto é possível associar as cores
apresentadas nas imagens termográficas com as temperaturas com base neste princípio.
Durante a vistoria da edificação estudada, foi utilizada uma câmera termográfica,
FLIR E4, semelhante à câmera ilustrada na Figura 52.

Figura 52. Câmera termográfica FLIR E4. Fonte: autor.

De acordo com Cortizo (2008) apud Ferreira (2014), o processo de transferência de


calor pode ocorrer por radiação, condução e convecção e ocorre sempre quando há uma
diferença de temperatura entre corpos ou entre corpos e ambiente. A câmera termografia só
opera na parcela radiativa, trabalhando na faixa da região infravermelha do espectro
eletromagnético (figura 53).

Figura 53. Espectro eletromagnético. Fonte: Ferreira, 2014.


58

4. ESTUDO DE CASO
A edificação estudada é o Prédio do Antigo Colégio Santa Margarida, atualmente um
dos Campi da Universidade Católica de Pelotas, representado na figura 54, situado na Rua
Padre Anchieta, 1274, bairro Centro no município de Pelotas, estado do Rio Grande do Sul.

Figura 54. Prédio Santa Margarida. Fonte: EMEA.

4.1. BREVE HISTÓRICO E ESTRUTURA


De acordo com o site “Antares UCPel” o prédio foi construído pelo engenheiro
Affonso Goetze Jr., no ano de 1935. Diferente de tudo que havia na cidade na época, pode ser
considerado um dos mais significativos na transição entre o ecletismo e a arquitetura moderna
pelotense.
O imóvel, onde há pouco tempo funcionava o Colégio Santa Margarida, passou a
abrigar os estudantes da UCPel quando foi adquirida uma parte do referido prédio pela
Universidade Católica de Pelotas em março de 2006, procurando atender às necessidades dos
acadêmicos em relação ao espaço físico.
A edificação é composta por quatro pavimentos, sendo que o 4º pavimento é composto
apenas por duas pequenas salas e um mirante.

4.2. ÁREAS DO PRÉDIO


O prédio foi divido em setores para facilitar a vistoria e a organização das
informações. Segue abaixo planta da edificação estudada, divida por pavimento e após por
setores.
59

4.2.1. 1º PAVIMENTO

Figura 55. Planta baixa 1º pavimento prédio Santa Margarida. Fonte: EMEA, 2018.

4.2.1.1. 1º PAVIMENTO – SETOR 01

Figura 56. Planta baixa 1º pavimento prédio Santa Margarida – Setor 01. Fonte: EMEA, 2018.
60

4.2.1.2. 1º PAVIMENTO – SETOR 02 E SETOR 03

Figura 57. Planta baixa 1º pavimento prédio Santa Margarida – Setores 02 e 03. Fonte: EMEA, 2018.
4.2.2. 2º PAVIMENTO

Figura 58. Planta baixa 2º pavimento prédio Santa Margarida. Fonte: EMEA, 2018.
61

4.2.2.1. 2º PAVIMENTO – SETOR 01

Figura 59. Planta baixa 2º pavimento prédio Santa Margarida – Setor 01. Fonte: EMEA, 2018.

4.2.2.2. 2º PAVIMENTO – SETOR 02 E SETOR 03

Figura 60. Planta baixa 2º pavimento prédio Santa Margarida – Setores 02 e 03. Fonte: EMEA, 2018.
62

4.2.3. 3º PAVIMENTO

Figura 61. Planta baixa 3º pavimento prédio Santa Margarida. Fonte: EMEA, 2018.

4.2.3.1. 3º PAVIMENTO – SETOR 01

Figura 62. Planta baixa 3º pavimento prédio Santa Margarida – Setor 01. Fonte: EMEA, 2018.
63

4.2.4. 4º PAVIMENTO

Figura 63. Planta baixa 4º pavimento prédio Santa Margarida. Fonte: EMEA, 2018.

4.3. INSPEÇÃO
As vistorias no imóvel foram realizadas nos dias 22 e 29 de agosto e 06 de setembro
de 2018 e foram acompanhadas pelo orientador do trabalho.
De acordo com a metodologia utilizada, inicialmente foram realizadas duas vistorias e
identificadas às patologias visíveis a olho nu, a partir destas vistorias foi realizada uma
terceira vistoria e realizados registros com auxílio de uma câmera termográfica.
A seguir, inicialmente será apresentada a relação de todas as patologias encontradas
durante as vistorias, após as patologias serão apresentadas por pavimento e por fim será feita
análise e proposta de intervenção para aquela que apresentar maior ocorrência por pavimento.

Tabela 02. Relação das patologias x origem, prédio Santa Margarida. Fonte: Autor.

CHECKLIST - PATOLOGIAS PRÉDIO SANTA MARGARIDA

TIPO S DE UMIDADE PATO LO GIAS

PATO LO GIAS
DE CO NSTRUÇÃO CO NDENSAÇÃO ASCENSIO NAL RESPINGO INFILTRAÇÃO ACIDENTAL TO TAL
ENCO NTRADAS

Manchas 0 2 9 8 18 6 43
Oxidação 0 0 0 0 0 2 2
Eflorescência 0 2 5 2 15 0 24
Criptoflorescência 0 0 1 2 3 0 6
Deterioração 0 0 5 6 13 6 30
Gelividade 0 0 3 7 4 0 14
TOTAL 0 4 23 25 53 14 119
64

Figura 64. Gráfico patologias x origem da umidade, prédio Santa Margarida. Fonte: Autor

4.3.1. 1º PAVIMENTO
Na tabela 03 serão apresentadas todas as patologias encontradas no pavimento 01
relacionado à sua origem.
Tabela 03. Relação das patologias x origem, pavimento 01. Fonte: Autor.

CHECKLIST - PAVIMENTO 1

TIPOS DE UMIDADE PATOLOGIAS

PATOLOGIAS ENCONTRADAS DE CONSTRUÇÃO CONDENSAÇÃO ASCENSIONAL RESPINGO INFILTRAÇÃO ACIDENTAL TOTAL

Manchas 0 0 9 8 4 0 21
Oxidação 0 0 0 0 0 0 0
Eflorescência 0 0 5 4 2 0 11
Criptoflorescência 0 0 1 2 2 0 5
Deterioração 0 0 5 6 5 0 16
Gelividade 0 0 2 1 4 0 7
TOTAL 0 0 22 21 17 0 60

Figura 65. Gráfico patologias x origem da umidade, pavimento 01. Fonte: Autor.
65

4.3.1.1. MANCHAS DECORRENTES DE UMIDADE ASCENSIONAL


A patologia com maior ocorrência no pavimento 01 é mancha decorrentes de umidade
ascensional, pôde-se observar 9 ocorrências. Segue figuras 66 e 67 ilustrando uma das
ocorrências juntamente com a descrição e a proposta de intervenção.

Figura 66. Área externa próximo a escada. Fonte: Autor.

Figura 67. Imagem realizada com a câmera termográfica. Fonte: Autor.

 Local de ocorrência da patologia: Parede externa da sala de uso comum dos


funcionários da empresa terceirizada, localizada no setor 03 do pavimento 01.
 Descrição da patologia: Mancha de bolor, mancha de poeira adensada a superfície e
descolamento da pintura.
 Análise da imagem termográfica: Na imagem 67 à esquerda, as áreas com tons de
azul são as áreas que apresentaram menor temperatura e as áreas com tons vermelhos
são as áreas com maiores temperaturas. Sendo assim é possível verificar que próximo
66

ao solo há uma grande variação de temperatura e locais que apresentam o tom azulado
mais presente o que possivelmente confirma a teoria de que de fato a causa da
patologia mancha esteja ligada a origem ascensional.
 Causas prováveis: Término da vida útil da impermeabilização; má execução da
impermeabilização; uso de materiais ou métodos de baixa qualidade; falta de
manutenção preventiva no local.
 Efeito: Aspecto visual prejudicado, perda da proteção oferecida pela pintura,
degradação dos materiais.
 Sugestão de Intervenção: A sugestão de intervenção neste caso é adotar dois
procedimentos, são eles:
Técnica das barreiras impermeáveis químicas: de acordo com Freitas et al. (2008)
apud Socoloski (2015), a técnica consiste em criar uma barreira impermeável através
da ação da gravidade. A barreira química é feita por injeção, onde um equipamento de
pressão é utilizado para injetar o material químico impermeabilizante na estrutura.
Substituição do Reboco: de acordo com Righi apud Suplicy (2012) a indicação é
retirar o trecho do reboco danificado, com corte esquadrejado, até atingir-se a base da
alvenaria. Deve-se remover todo o material solto e com pouca aderência por meio de
escovação vigorosa com escova de cerdas duras. Após o revestimento e os
acabamentos devem ser refeitos.

4.3.2. 2º PAVIMENTO
Na tabela 04 serão apresentadas todas as patologias encontradas no pavimento 02
relacionado à sua origem.
Tabela 04. Relação das patologias x origem. Fonte: Autor.

PATOLOGIAS X ORIGEM - PAVIMENTO 02

TIPO S DE UMIDADE PATO LO GIAS

PATO LO GIAS ENCO NTRADAS DE CO NSTRUÇÃO CO NDENSAÇÃO ASCENSIO NAL RESPINGO INFILTRAÇÃO ACIDENTAL TO TAL

Manchas 0 0 0 0 3 0 3
Oxidação 0 0 0 0 0 0 0
Eflorescência 0 0 0 0 1 0 1
Criptoflorescência 0 0 0 0 0 0 0
Deterioração 0 0 0 0 1 0 1
Gelividade 0 0 0 0 0 0 0
TOTAL 0 0 0 0 5 0 5
67

Figura 68. Gráfico patologias x origem da umidade, pavimento 02. Fonte: Autor.

4.3.2.1. MANCHAS DECORRENTES DE INFILTRAÇÃO POR FALTA DE


ESTANQUEIDADE DOS MATERIAIS
A patologia com maior ocorrência no pavimento 02 é mancha decorrente de umidade
causada por infiltração, pôde-se observar 3 ocorrências. Segue figuras 69 e 70 ilustrando uma
das ocorrências juntamente com a descrição e a proposta de intervenção.

Figura 69. Laje pavimento 02, sala de aula K213. Fonte: Autor.

Figura 70. Imagem realizada com a câmera termográfica. Laje sala de aula pavimento 02. Fonte: Autor.
68

 Local de ocorrência da patologia: Sala K 213, a mancha está localizada próximo ao


encontro da laje com uma parede externa do prédio.
 Descrição da patologia: Mancha de tom escuro; mancha de poeira adensada.
 Análise da imagem termográfica: Na figura 70, as cores com tons azulados
representam as zonas com temperaturas mais baixas e as áreas com tons avermelhados
representam as zonas com temperaturas mais quentes. Considerando esta informação
observa-se que há uma zona próxima ao local da patologia onde a cor azulada está
mais forte mesmo a parede fotografada estando exposta da mesma forma em toda a
sua extensão.
 Causas prováveis: Infiltração por falta de estanqueidade dos materiais devido a
trincas, fissuras ou rachaduras na alvenaria e revestimento.
 Efeitos: Aspecto visual prejudicado e degradação dos materiais.
 Sugestão de Intervenção: A sugestão de intervenção neste caso é a verificação de
estanqueidade da parede onde a patologia se encontra. Segundo o método sugerido
deve se atentar para os detalhes que constituem essa parede, pois eles podem estar
conduzindo a água para locais que tendem a facilitar a infiltração da umidade na
parede. Na figura a seguir está ilustrado o método para a substituição do reboco após a
verificação da falta de estanqueidade da parede.

Figura 71. Estanqueidade de paredes externas. Fonte: Suplicy (2012).


69

4.3.3. 3º PAVIMENTO
Na tabela 05 serão apresentadas todas as patologias encontradas no pavimento 03
relacionado à sua origem.
Tabela 05. Relação das patologias x origem. Fonte: Autor.

PATO LO GIAS X O RIGEM - PAVIMENTO 03

TIPO S DE UMIDADE PATO LO GIAS

PATO LO GIAS ENCO NTRADAS DE CO NSTRUÇÃO CO NDENSAÇÃO ASCENSIO NAL RESPINGO INFILTRAÇÃO ACIDENTAL TO TAL

Manchas 0 0 0 0 5 0 5

Oxidação 0 0 0 0 0 0 0

Eflorescência 0 0 0 0 7 0 7

Criptoflorescência 0 0 0 0 0 0 0

Deterioração 0 0 0 0 6 0 6

Gelividade 0 0 0 0 0 0 0

TO TAL 0 0 0 0 18 0 18

Figura 72. Gráfico patologias x origem da umidade, pavimento 03. Fonte: Autor.

4.3.3.1. EFLORESCÊNCIA DECORRENTE DE UMIDADE DE INFILTRAÇÃO


A patologia com maior ocorrência no pavimento 03 é eflorescência decorrente de
umidade causada por infiltração, pôde-se observar 7 ocorrências. Segue figuras 73 ilustrando
uma das ocorrências juntamente com a descrição e a proposta de intervenção.
70

Figura 73. Eflorescência, sala K 301. Fonte: Autor.

 Local de ocorrência da patologia: Sala K301, a eflorescência seguida de


deterioração está localizada próxima ao piso em uma parede externa.
 Descrição da patologia: Eflorescência seguida de deterioração da pintura e o do
revestimento.
 Causas prováveis: Infiltração por falta de estanqueidade dos materiais devido a
trincas, fissuras ou rachaduras na alvenaria e revestimento, o que propiciou que a
umidade entrasse em contato com os sais presentes na alvenaria e os conduzisse até a
superfície do revestimento.
 Efeito: Degradação da pintura e do revestimento; mau aspecto do local onde está
ocorrendo.
 Sugestão de Intervenção: Neste caso há duas sugestões de intervenções, são elas:
Substituição do reboco interno: como já citado anteriormente de acordo com Righi apud
Suplicy (2012) a indicação é retirar o trecho do reboco danificado, com corte
esquadrejado, até atingir-se a base da alvenaria. Deve-se remover todo o material solto e
com pouca aderência por meio de escovação vigorosa com escova de cerdas duras. Após o
revestimento e os acabamentos devem ser refeitos.
Verificação de estanqueidade da parede externa: Após a análise do local onde está
ocorrendo a possível falta de estanqueidade e a posterior infiltração, deve-se corrigir a
falha através da substituição do revestimento externo para evitar que ocorra nova
infiltração.
71

4.3.4. 4º PAVIMENTO
Na tabela 06 serão apresentadas todas as patologias encontradas no pavimento 04
relacionado à sua origem.
Tabela 06. Relação das patologias x origem. Fonte: Autor.

PATOLOGIAS X ORIGEM - PAVIMENTO 04

TIPOS DE UMIDADE PATOLOGIAS

PATOLOGIAS ENCONTRADAS DE CONSTRUÇÃO CONDENSAÇÃO ASCENSIONAL RESPINGO INFILTRAÇÃO ACIDENTAL TOTAL

Manchas 0 2 0 0 7 6 15
Oxidação 0 0 0 0 0 2 2
Eflorescência 0 2 0 0 5 0 7
Criptoflorescência 0 0 0 0 1 0 1
Deterioração 0 0 0 0 0 6 6
Gelividade 0 0 0 0 0 0 0
TOTAL 0 4 0 0 13 14 31

Figura 74. Gráfico patologias x origem da umidade, pavimento 04. Fonte: Autor.

4.3.4.1. MANCHAS DECORRENTES DE UMIDADE DE INFILTRAÇÃO


A patologia com maior ocorrência no pavimento 04 é mancha decorrente de infiltração
por falta de estanqueidade dos materiais, pôde-se observar 7 ocorrências. Segue figuras 75 e
76 ilustrando uma das ocorrências juntamente com a descrição e a proposta de intervenção.
72

Figura 75. Acesso ao mirante, pavimento 04. Fonte: Autor.

Figura 76. Imagem realizada com a câmera termográfica. Área de acesso ao mirante pavimento 04. Fonte: Autor.

 Local de ocorrência da patologia: Área de acesso ao mirante, à mancha está


localizada no hall em frente à escada em uma parede externa.
 Descrição da patologia: Mancha de cor escura; presença de eflorescências;
degradação dos materiais de revestimento e pintura.
 Análise da imagem termográfica: Na figura 76, seguindo os parâmetros de cores
descritos anteriormente, observa-se que na parte de baixo da figura há uma área onde a
cor azulada está mais forte, do outro lado da parede encontra-se um reservatório de
água que ocupada mais ou menos a metade da altura da parede o que explica o tom
mais avermelhado na parte de cima e o fato de haver tanta umidade contida nela.
 Causas prováveis: Levando em conta o fato de se ter um reservatório em contato com
a parede mostrada na imagem 75, pode-se considerar que as causas prováveis para as
patologias são infiltração por falta de estanqueidade dos materiais devido a trincas,
fissuras ou rachaduras na alvenaria e revestimento.
73

 Efeito: Degradação da pintura e do revestimento; mau aspecto do local onde está


ocorrendo.
 Sugestão de Intervenção: As sugestões de intervenção para as patologias
apresentadas do pavimento 04 são:
Escovação e imunização de alvenarias: Como já citado anteriormente, durante a
utilização da técnica de escovação inicialmente bloqueia-se a fonte de umidade,
seguida da secagem do material e sua limpeza.
Para a limpeza de uma alvenaria que está apresentando patologias, recomenda-se o
seguinte procedimento: lavar com uma solução de hipoclorito de sódio; lavar com
água limpa; secar completamente; aplicar um produto fungicida; após três dias, retirar
o fungicida por meio de escovação; e aplicar o acabamento e pintura;
Verificação de estanqueidade de cobertura: Este método é indicado, pois o
pavimento que está em análise é o último pavimento do prédio. Como já explicado
anteriormente o telhado é um componente da construção que se deve ter bastante
atenção em se tratando de infiltrações, são muitos os elementos que compõem este
serviço e por esse motivo cada um deles deve estar em perfeito funcionamento para
que se tenha o melhor resultado da sua construção.
Novamente ilustrada, segue abaixo a figura 77 mostrando como deverá ser executada a
cobertura de telhas da forma correta.

Figura 77. Cobertura de telha. Fonte: Suplicy (2012).


74

4.4. CONCLUSÃO E ANÁLISE GERAL DA INSPEÇÃO

Durante a inspeção do local de estudo, foram feitos registros fotográficos das áreas do
prédio e após foi feita a análise do material levantado. A análise consistiu em verificar cada
uma das imagens e definir de acordo com a bibliografia quais as patologias presentes no local
e quais as possíveis causas das anomalias encontradas para a posterior sugestão de
intervenções.
Após a análise de cada uma das imagens é possível concluir, por pavimento:
Pavimento 01: Pavimento que mais apresentou patologias, total de 60 ocorrências,
sendo 22 delas causadas por umidade de origem ascensional, 21 causadas por umidade de
respingo e 17 por umidade de infiltração. O grande número de ocorrências de origem
ascensional é perfeitamente compreensível, considerando o fato de se tratar de uma edificação
antiga onde os materiais impermeabilizantes já não se encontram mais dentro da sua vida útil,
a falta de manutenção preventiva é outro fator que deve ser levado em consideração para que
tal patologia esteja ocorrendo.
Pavimentos 02 e 03: Os pavimentos 02 e 03 apresentaram juntos 23 ocorrências,
número bem inferior ao pavimento 01, atribui-se a este resultado, o fato destes pavimentos
estarem localizados nos pontos intermediários do prédio e por esse motivo estão menos
expostos a ação da umidade ascensional e também a umidade acidental devido a falhas na
cobertura.
Pavimento 04: No pavimento 04 foram identificadas 31 ocorrências de patologias,
sendo que o maior número, relacionado à origem, foi de patologias causadas por umidade
acidental. A razão para que houvesse tantas ocorrências está ligada ao fato do pavimento 04
ser o último pavimento do prédio o que faz com ele esteja mais exposto a ação de intempéries
e a possíveis falhas relacionadas à impermeabilização da cobertura.
Sendo assim, as intervenções já propostas anteriormente serão uma forma de corrigir
as patologias existentes e a manutenção preventiva, uma forma de prevenir para que novas
não ocorram.
75

5. METODOLOGIA
Neste capítulo serão citados os procedimento e ferramentas utilizados para o
desenvolvimento do trabalho.

5.1. O MÉTODO DE ESTUDO DE CASO


Para desenvolvimento do presente trabalho, foi realizado um estudo de caso em um
Prédio da Universidade Católica de Pelotas, o prédio do antigo Colégio Santa Margarida.

5.2. CRITÉRIOS PARA DELIMITAÇÃO DO ESTUDO DE CASO


O trabalho está sendo realizado no Prédio Santa Margarida, no município de Pelotas,
RS. Optou-se por esse Prédio devido ao número expressivo de patologias encontradas. Além
disso, por ele estar localizado na cidade de Pelotas / RS, tornou-se fácil o aceso para
realização de vistorias e outros levantamentos. O critério de escolha de ambientes para estudo
foi o da presença evidente de manifestações de patologias. Foram vistoriados cada um dos
ambientes isoladamente, porém apenas em alguns deles as patologias foram detectadas. A
partir daí, os ambientes que apresentaram as patologias mais significativas, fazem parte do
presente estudo.

5.3. MÉTODO PARA LEVANTAMENTO E DIAGNÓSTICO DE


MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS

Para diagnosticar os problemas patológicos no presente estudo de caso foi utilizado o


Método de Lichtenstein. Foi escolhido esse método porque é disponível e conhecido, além de
possuir vários exemplos práticos para pesquisa. Ele tem seu desenvolvimento explicado na
figura 78. A identificação das patologias e a vinculação de suas causas têm o objetivo de
aplicar o método em estudo e possivelmente contribuir para uma correção na trajetória de
busca de durabilidade nas construções.
A metodologia proposta por Lichtenstein (1986) compreende três partes distintas, são
elas:
 Levantamento de subsídios;
 Diagnóstico da situação;
 Definição de conduta.
76

Figura 78. Método para levantamento e diagnóstico de manifestações patológicas. Fonte: Lichtenstein, 1986.

5.3.1. LEVANTAMENTO DE SUBSÍDIOS


Inicialmente realizou-se o levantamento através de inspeções visuais no Prédio Santa
Margarida, buscando observar cada uma das manifestações patológicas, para levantamento do
maior número de dados possível, neste momento também foram efetuados registros
fotográficos.
Logo em seguida foi realizada nova vistoria com o auxílio da câmera termográfica,
foram feitos registros dos locais onde anteriormente já havia se detectado a presença de
patologias.
77

5.3.2. DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO


O diagnóstico da situação, segundo Lichtenstein (1986), é a compreensão dos
fenômenos, buscando identificar as relações de causa e efeito que normalmente caracterizam
uma patologia. Cada subsídio, segundo este autor, obtido na vistoria do local, na anamnese ou
nos exames complementares deve ser interpretado no sentido de compor um quadro de
entendimento de como trabalha o edificação, como reage à ação dos agentes agressivos,
porque surgiu e como se desenvolveu o problema patológico.
Neste diagnóstico, o processo de entendimento de um problema patológico pode ser
descrito como o de geração de hipóteses ou modelos e o seu respectivo teste. Portanto,
Lichtenstein (1985) afirma que o processo de diagnóstico constitui na contínua redução da
incerteza inicial pelo progressivo levantamento de dados. Esta progressiva redução da
incerteza é acompanhada por uma redução do número possível de hipóteses, até que se chegue
numa correlação satisfatória entre o problema observado e um diagnóstico para este problema.

5.3.3. DEFINIÇÃO DE CONDUTA


A definição de conduta, segundo Lichtenstein (1986), é a etapa que tem como objetivo
prescrever o trabalho a ser executado para resolver o problema e a previsão das consequências
em termos do desempenho final. Desta forma, adotando este método, pretende-se que o
estudo das patologias possa ser desenvolvido até a fase desta definição, com a sugestão de
soluções possíveis para as patologias analisadas.
78

6. CONCLUSÃO
Os problemas referentes à ação da umidade estão presentes em todas as fases da vida
de uma edificação, indo desde o projeto até a manutenção da mesma. É importante ter atenção
na escolha dos materiais e técnicas que serão utilizados durante o processo construtivo, pois
eles podem evitar o surgimento de patologias de umidade.
O conhecimento dos tipos de patologias é de grande valia para todos que atuam na
área da construção civil, após o desenvolvimento do trabalho pôde-se observar que há
inúmeras formas de ocorrência das anomalias, especialmente as causadas pela ação da
umidade e que atualmente pode-se contar com diversas técnicas para amenizar ou corrigir
seus efeitos. Além disso, viu-se que a técnica da termografia está sendo utilizada como mais
um meio de diagnosticar as causas das patologias.
O estudo de caso exemplificou a realidade da maioria das edificações mais antigas. O
prédio estudado apresentou grande número de patologias, principalmente ligadas à falta de
manutenção preventiva. O estudo de caso mostrou também que o térreo e o pavimento
superior são os locais mais suscetíveis à ocorrência de patologias e por essa razão deve-se
deter mais atenção no momento de se criar um plano de manutenção.
Sendo assim, pôde-se concluir que a prevenção é a melhor solução e o que o estudo
relacionado à temática patologia facilita no momento da escolha de qual método utilizar para
a correção da mesma.
79

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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