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Pelotas
2018
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PELOTAS
2018
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BANCA EXAMINADORA
DEDICATÓRIA
À minha avó Antonina Costa que não mediu
esforços para ser mãe, pai e avó.
À minha mãe Simone Rosimere Mendes Piraine
que sempre me incentivou e me mostrou que o
mundo é do tamanho da minha imaginação.
À minha irmã Daniele Piraine que me ensina
todos os dias a ser uma pessoa melhor.
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AGRADECIMENTOS
A Deus, pela saúde e por ser um companheiro fiel em momentos que apenas o silêncio
entendia o que estava acontecendo.
À minha irmã Daniele Piraine, minha amiga de todas as horas, que inúmeras vezes
pensou mais no meu bem estar do que eu mesmo, que fez os meus potinhos, que zelou pelo
meu sono, que me fez acreditar que tudo ia dar certo, que me alegrou quando eu estava triste e
que todos os dias me ensina a ser uma pessoa melhor.
À minha avó Antonina e ao meu avô Amabilio que foram as pessoas mais gentis que
conheci que me fizeram sentir a pessoa mais especial do mundo e me ensinaram que sempre
existe uma maneira de resolver qualquer problema.
À minha mãe Simone Piraine, de quem eu herdei toda a teimosia e a determinação, a
pessoa que me mostrou que o mundo é do tamanho da minha imaginação, que resiliência é a
maior dádiva que a vida pode nos dar e a capacidade de seguir independente de qualquer
dificuldade.
Ao meu namorado Eduardo Lima, por ser a calmaria em meio a toda a minha
confusão, por tanto carinho e atenção, por todo o amor e dedicação.
Aos mestres, em especial a minha querida Professora Liane Griepp, que esteve junto
comigo nesses últimos meses, me apoiando, me incentivando e me mostrando que o quanto
podemos ser fortes quando o objetivo é maior.
Aos colegas desta graduação, que estiveram junto comigo em toda a trajetória, em
especial ao Vinicius e a Graciane que foram tesouros que tive o imenso prazer de receber da
vida. Amo vocês.
Ao meu orientador Professor Ricardo Terra, pelo conhecimento técnico compartilhado
e pela paciência.
Aos amigos que estiveram junto comigo, em especial a Eduarda Raddatz que
compartilhou comigo muitos momentos e que muitas vezes foi o meu cobertor quentinho, a
Bruna Silveira que tendo como dom a espontaneidade, soube como ninguém dar vida e alegria
em momentos em que tudo parecia não dar certo e a Carmen Schiavon que me incentivou e
puxou as minhas orelhas toda vez que pensei em faltar à aula.
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RESUMO
Considerando a umidade como uma das maiores causadoras de anomalias nas
edificações, o presente trabalho tem por objetivo analisar a natureza dos problemas
ocasionados por umidade nas edificações, as principais patologias decorrentes e mecanismos
de proteção visando evitá-las. Isso é feito através de um levantamento dentro da literatura que
norteia o tema.
Em um segundo momento, o trabalho apresenta o estudo de caso feito em uma
edificação na cidade de Pelotas / RS, onde foi realizada uma análise do local de estudo através
de inspeções visuais e após auxiliada por uma câmera termográfica e identificada a ocorrência
de patologias relacionadas à origem umidade.
A conclusão do trabalho se fundamenta na importância de se buscar uma maior
durabilidade das edificações, evitando que patologias de umidade venham a danificar o
patrimônio e comprometer a saúde das pessoas.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................14
3. TERMOGRAFIA .........................................................................................................................56
5. METODOLOGIA ........................................................................................................................75
6. CONCLUSÃO ..............................................................................................................................78
1. INTRODUÇÃO
O termo “patologia das construções” é utilizado em analogia às enfermidades na
medicina, seu uso se dá com o intuito de entender as causas e efeitos das “doenças” nas
edificações.
O conhecimento das patologias se faz extremamente necessário para todos que atuam
na área, tendo em vista que o seu conhecimento minimizará as falhas de execução, o que
futuramente, diminuirá também a ocorrência de certas patologias.
De acordo Klein (1999) apud Souza (2008) a preocupação com os danos nas
construções não é um assunto que tem despertado interesse apenas nos dias atuais, há
registros de 1800 a.C. através do código de Hamurabi que em 5 das 281 leis que foram
impostas continham as seguintes regras:
Art. 227 - Se um construtor edificou uma casa para um Awilum, mas não reforçou
seu trabalho, e a casa que construiu caiu e causou a morte do dono da casa, esse
construtor será morto.
230º - Se fere de morte o filho do proprietário, deverá ser morto o filho do
construtor.
232º - Se destrói bens, deverá indenizar tudo que destruiu e porque não executou
solidamente a casa por ele construída, assim que essa é abatida, ele deverá refazer à
sua custa à casa abatida.
233º - Se um construtor constrói para alguém uma casa e não a leva ao fim, se as
paredes são viciosas, o construtor deverá à sua custa consolidar as paredes.
As causas das patologias nas edificações podem ocorrer por diversos motivos, e tem-
se a umidade como uma das maiores causadoras das anomalias nas construções. Essas
patologias podem ser causadas durante o processo construtivo, por falta de manutenção, por
acidentes que possam vir a ocorrer na construção, entre outros.
Tendo em vista às inúmeras patologias que ocorrem devido à ação da umidade, com o
passar do tempo foram desenvolvidas diversas técnicas para detectar a causa dessas
anomalias. Neste trabalho, a inspeção no local de estudo, será auxiliada pela técnica da
termografia.
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Cunha (2016) fala que a técnica da termografia consiste em um ensaio não destrutivo
que tem como objetivo obter a temperatura superficial do local analisado. Obtendo a
temperatura superficial é possível identificar as diferenças de temperatura na superfície
analisada e através dessas diferenças detectar anomalias que não são visíveis a olho nu.
Cunha (2016) cita ainda que tal técnica vem sendo muito utilizada hoje em dia por ser
considerada benéfica por dois motivos, não há a necessidade de contato com a superfície em
estudo e por produzir um termograma que indica os pontos exatos onde há imperfeições,
falhas ou outros.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. PATOLOGIA
2.2. UMIDADE
2.2.1.1. PERCOLAÇÃO
Entende-se como percolação à passagem da água através de um corpo por transmissão
de grão a grão. No caso de paredes construídas, por exemplo, de tijolos cerâmicos, quando a
cerâmica entra em contato com a umidade, a água encharca um grão que por sua vez vai
encharcar o grão seguinte, até atravessar toda a parede.
Verçoza (1985) diz que na realidade, a percolação também é uma forma de
capilaridade, que se processa agora no interior dos grãos constituintes do material. Tanto pode
ocorrer de cima para baixo como de baixo para cima ou para ambos os lados. Na figura 1
pode-se observar a ação da percolação descrita nos parágrafos anteriores.
2.2.1.2. CAPILARIDADE
Para explicar a capilaridade, Verçoza (1985) cita o exemplo de um copo com água e
fala que se observarmos a borda de um líquido neste copo, notaremos que a superfície se
curva, para cima ou para baixo, dependendo do líquido. Essa superfície apresentada pelo
líquido forma uma verdadeira película com tensão própria, chamada tensão superficial, e isso
ocorre devido à viscosidade. Essas curvaturas são chamadas mísulas. Ora, se existirem duas
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paredes muito próximas, as mísulas de um e outro lado se juntam, somando suas resultantes.
A força de ascensão pode até vencer a força de gravidade, elevando o líquido até que haja
equilíbrio entre ambas. Isto acontece nos tubos muito finos, por isto chamado de tubos
capilares.
Verçoza (1985) ainda fala que a capilaridade também pode agir em outro sentido, que
não o vertical, mas sempre caracterizada pela passagem da água através de poros. No entanto,
a direção do fluxo influi muito. No caso de capilaridade de cima para baixo, a gravidade
aumenta a força de penetração; e de baixo para cima, a diminui. A figura 2 mostra a ação da
capilaridade em uma construção de alvenaria.
2.2.1.3. INFILTRAÇÃO
De acordo com Souza et al. (2011) a infiltração é o processo pelo qual a água penetra
nas camadas superficiais do solo e em se tratando de edificações pode-se caracterizá-la pela
passagem da água do meio exterior para o interior, que penetra através de fissuras ou trincas
existentes no contrapiso, revestimentos, etc. Os tipos de infiltrações são:
Capilar
De fluxo superficial
Infiltrações capilares
Quando se tem materiais de construção em contato direto com o terreno úmido e sem
impermeabilização, ocorre a absorção da água na forma capilar. Esse é o mecanismo típico de
umidade ascendente. A água é conduzida, através de canais capilares existentes no material,
pela tensão superficial. Caso não haja ventilação, a água será transportada gradualmente para
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cima, pela capilaridade. O método mais adequado para combater umidade ascendente em
paredes é por meio de impermeabilização horizontal eficaz (de difícil execução se a obra já
estiver concluída). (SOCOLOSKI, 2015).
Infiltração de fluxo superficial
De acordo com Shonardie (2009), caso o local que está em contato com o terreno não
tenha recebido impermeabilização vertical eficaz, ocorrerá absorção de água (da terra úmida)
pelo material de construção absorvente (através de seus poros), que poderá se intensificar caso
a umidade seja submetida a certa pressão, como no caso de fluxo de água em piso com
desnível. Neste caso, deverá ser adotada impermeabilização vertical e, se necessário,
drenagem.
Figura 3. Umidade nos tijolos devido à água presente na argamassa. Fonte: Socoloski, 2015.
Santos et al. (2012) em seu trabalho cita que para evitar as consequências já referidas
durante a construção da edificação, é necessário que se adote medidas que irão ajudar na
prevenção dos possíveis danos.
Condensações superficiais
Como o próprio nome indica as condensações superficiais situam-se exatamente na
superfície dos elementos de construção.
Souza (2008), fala que a condensação existe quando o ar úmido aquece e atinge uma
superfície fria. Por exemplo, quando uma parede é exposta a ventos gelados do inverno ou
azulejos, o resultado é a condensação. A condensação acontece mais frequentemente em
banheiros e cozinhas, onde as atividades com água como o banho e a lavagem da cozinha são
regulares. Para controlar a condensação deve haver um bom equilíbrio entre uma boa
ventilação e um aquecimento adequado.
As condensações superficiais ainda podem ocorrem devido às “pontes térmicas”. De
acordo com o site Wikipédia, as pontes térmicas ocorrem em zonas do entorno do edifício
onde há alterações no material utilizado, como a geometria dos elementos construtivos e suas
propriedades (condutibilidade térmica, por exemplo) ou quando há troca de material: presença
de janelas, portas e vigas, por exemplo. O calor tende a ter um fluxo unidimensional, retilíneo,
mas nas pontes térmicas ele segue a trajetória em que há um menor gasto de energia, ou seja,
o caminho com menor resistência térmica, diante disso, são formados fluxos bidimensionais
ou tridimensionais.
As pontes térmicas facilitam a condensação do ar e o seu depósito nas superfícies
próximas, propiciando assim um ambiente úmido e apto a desenvolver patologias.
Figura 4. Umidade proveniente de águas freáticas em uma parede. Fonte: Santos, 2012.
Figura5. Umidade proveniente de águas superficiais em uma parede. Fonte: Santos, 2012.
A umidade causada por fugas e defeitos nas canalizações, costuma apresentar-se por
círculos úmidos tipo auréola ou por bolores. As principais áreas afetadas costumam-se
localizar perto de canos/sistemas de tubulação ou de aparelhos sanitários.
Santos et al. (2012) fala que este tipo de umidade pode ser facilmente detectado
quando as canalizações estão visíveis. O problema maior é quando estas se encontram por
dentro das paredes, como na maioria das habitações. Além das umidades provenientes das
canalizações poder se manifestar a uma distância considerável da fuga, tem ainda o
inconveniente de ser complicado resolver o problema.
2.3.1. MANCHAS
As manchas são patologias muito comuns nas edificações, principalmente considerando a
origem umidade. Elas tendem a aparecer em diversas situações e se não tratadas além de dar um
mau aspecto ao ambiente elas também propiciam ambientes para que novas patologias aconteçam.
Verçoza (1985) diz que quando a água atravessa uma barreira, ela pode, no outro lado, ficar
aderente e dará uma mancha; ou, se a quantidade é maior, pingar, ou até fluir. Em qualquer dos
casos, numa construção, estes são defeitos que só raramente podem ser admitidos. A umidade
permanente deteriora qualquer material de construção, e sempre desvaloriza uma edificação. Na
figura 11 pode-se verificar as manchas causadas pela infiltração da umidade.
Figura 11. Mancha causada pela umidade. Fonte: Adaptada Pet Civil UFJF.
Como citado anteriormente, as manchas podem aparecer por diversos motivos, são
eles: a falta de estanqueidade dos materiais, permitindo infiltrações; através do adensamento
dos materiais finos que ficam no ar em ambientes úmidos; o contato com materiais orgânicos,
o que propicia o aparecimento de fungos e bolores; entre outros motivos.
Considerando as manchas devido a fungos e bolores, Salma et al. (2006) apud Castro
e Martins (2014) explicam que, este fenômeno patológico envolve a participação de micro-
organismos, como por exemplo: bactérias e fungos, contribuindo para a deterioração dos
materiais.
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Além do aspecto visual depreciado, os fungos geram danos à saúde das pessoas que
convivem nos ambientes em que estes são encontrados. De acordo com Shirakawa et al.
(1995) apud Ferreira e Garcia (2016), a umidade elevada do material é essencial para o
desenvolvimento de fungos, de modo que essa manifestação é mais comumente encontrada
em locais que favorecem o acúmulo de água, como detalhes arquitetônicos e regiões
sombreadas ou próximas ao solo.
Na figura 12 pode-se observar as manchas abaixo do peitoril, o peitoril é um detalhe
arquitetônico que necessita atenção no que se refere a patologias relacionadas à umidade.
Figura 12. Bolor abaixo do peitoril da janela. Fonte: Ferreira (2010) apud Castro e Martins (2014).
2.3.2. OXIDAÇÃO
De acordo com Helene (1986) apud Comim (2017), o mecanismo de corrosão do aço
no concreto é eletroquímico, como na maioria das reações corrosivas em presença de água ou
ambiente úmido. A influência da umidade na ação corrosiva da atmosfera é acentuada. O
ferro em atmosfera de baixa umidade relativa praticamente não sofre corrosão, já em umidade
acima de 70% o processo se torna acelerado. Este tipo de corrosão aquosa conduz à formação
de óxidos e hidróxidos de ferro, de cor avermelhada, pulverulentos e porosos, chamados
ferrugem.
E só ocorrem nas seguintes condições: existência de um eletrólito, diferença de
potencial e presença de oxigênio (RUSCH, 1975 apud COMIM, 2017). O eletrólito tem a
função de permitir a mobilidade de íons que precisa se combinar para formar os produtos da
corrosão. O oxigênio é necessário porque participa das reações químicas envolvidas na
formação da ferrugem (óxidos e hidróxidos de ferro) e sua participação é dependente do teor
de umidade do concreto (FRANCO,2011 apud COMIM, 2017).
Verçoza (1985) fala que a ferrugem é um sal de pouca aderência (cai facilmente sob
fricção), de mau aspecto e de volume maior que o do ferro que lhe deu origem e é essencial
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saber que a umidade é que dá condições favoráveis ao aparecimento da ferrugem. Por isso
deve-se sempre procurar obter concreto impermeável, se a umidade penetrar até a armadura,
facilmente aparece ferrugem; que, ao aumentar de volume, causará danos a estrutura.
Ainda segundo Verçoza (1985) muito mais grave ainda é quando o concreto contém
substâncias que se tornam oxidantes ao contato com água. O cloreto de cálcio, por exemplo,
muito usado como aditivo acelerador de pega do concreto, em contato com a água pode
originar ácido clorídrico, que corrói as armaduras rapidamente.
A figura 13 mostra a ação da ferrugem em uma armadura de uma peça de concreto
armado. Neste caso é possível verificar a importância de um bom cobrimento para evitar o
contato da armadura com substâncias que possam causar danos à estrutura.
Figura 13. Corrosão em peça de concreto armado. Fonte: Adaptado Portal Metálica.
2.3.3. EFLORESCÊNCIA
Segundo Verçoza (1985) eflorescências são formações de sais nas superfícies das
paredes, trazidos do seu interior pela umidade. As eflorescências dão mau aspecto, manchas,
descolamento, descoloração da pintura, etc.
Os autores Santos e Silva Filho (2008) apud Silva (2011) complementando a definição
anterior definiram “eflorescência” como “depósitos cristalinos de cor branca que surgem na
superfície do revestimento, como piso (cerâmicos ou não), paredes e tetos, resultantes da
migração e posterior evaporação de soluções aquosas salinizadas”.
As eflorescências se manifestam quando a umidade contida em determinada estrutura
entra em contato com sais solúveis, estes serão identificados na Tabela 1. Após o contato da
umidade com o material os sais, os mesmos são conduzidos até a superfície da estrutura, onde
ocorre à evaporação da água e o posterior depósito destes materiais.
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De acordo com o Bauer (2008) a eflorescência é causada por três fatores de igual
importância:
Teor de sais solúveis existentes nos materiais ou componentes;
Presença de umidade;
Pressão hidrostática necessária para que a solução migre para a superfície.
Ainda de acordo com Bauer (2008), as três condições devem existir
concomitantemente, pois caso uma delas seja eliminada não ocorrerá o fenômeno
Reação tijolo-cimento.
Sulfato de Sódio Agregados, água de amassamento. Muito solúvel
Cloreto de Cálcio Água de amassamento, limpeza Muito solúvel
com ácido muriático.
Cloreto de Magnésio Água de amassamento. Muito solúvel
Nitrato de Potássio Solo adubado ou contaminado. Muito solúvel
Nitrato de Sódio Solo adubado ou contaminado. Muito solúvel
Nitrato de Amônia Solo adubado ou contaminado. Muito solúvel
Cloreto de Alumínio Limpeza com ácido muriático. Solúvel
Cloreto de Ferro Limpeza com ácido muriático. Solúvel
2.3.4. CRIPTOFLORESCÊNCIA
Criptoflorescências são patologias que se assemelham as eflorescências, na
criptoflorescência também ocorrem formações salinas, porém as mesmas se depositam no
interior da estrutura.
De acordo com Verçoza (1985) criptoflorescências também são formações salinas, de
mesma causa e mecanismos que as eflorescências, mas agora os sais formam grandes cristais
que se fixam no interior da própria parede ou estrutura. Ao crescerem eles podem pressionar a
massa formando rachaduras e até queda da parede. O maior causador da criptoflorescência é o
sulfato. Os sulfatos, ao receberem água, aumentam muito de volume. Mesmo que a pressão
seja pequena, as criptoflorescências fazem desagregar os materiais principalmente na camada
superficial.
Nas figuras 16 e 17 é possível verificar a ação da criptoflorescência.
2.3.5. DETERIORAÇÃO
A deterioração em muitos casos é a consequência de todas as patologias citadas
anteriormente, que com o passar do tempo se não corrigidas, acabam deteriorando a
construção. Porém em determinados casos, a manifestação patológica pode ser tão agressiva
que a deterioração acaba se tornando o primeiro sintoma apresentado pela construção, como é
o caso da reação álcalis-agregado.
Segundo Santos (2014) a reação álcali-agregado pode ser entendida como a reação
química que ocorre no interior de uma estrutura de concreto, envolvendo os hidróxidos
alcalinos do cimento e certos minerais reativos que podem estar presentes no agregado. Como
resultado da reação forma-se produtos que na presença de umidade, são capazes de expandir,
gerando fissurações, deslocamentos e podendo levar a um comprometimento da estrutura.
Essa expansão acompanhada da fissuração causa perda de resistência, elasticidade e
durabilidade do concreto.
Geralmente essa deterioração ocorre em estruturas localizadas em ambientes úmidos,
tais como barragens, casas de força, vertedores, canais, blocos de fundações, estacas de pontes
e estruturas marinhas. Nas figuras 18 e 19 é possível analisar respectivamente, o
desenvolvimento da reação e os efeitos que a reação causa nas estruturas.
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Figura 18. Desenvolvimento da reação álcalis-agregado. – Adaptado Souza, 1998 apud Santos, 2014.
Figura 19. Reação álcali-agregado em blocos de fundação. Fonte: Adaptado Santos, 2014.
2.3.6. GELIVIDADE
Gelividade é o fenômeno que acontece quando a água que existe dentro dos materiais
porosos congela devido a uma baixa temperatura.
Verçoza (1985) diz que a água, ao congelar, aumenta de volume (figura20). E a água
em canais capilares congela a temperatura acima de 0º. Ela pode congelar a temperatura de até
6ºC. Assim sendo, a água depositada nos poros e canais capilares dos tijolos e do concreto
congela em dias frios. Ao congelar, aumenta de volume. No miolo, este aumento de volume é
contido pela massa do tijolo, e se traduz por calor, que então impede o congelamento. Na
superfície, a resistência é menor, formando-se gelo que desloca as camadas mais extensas,
desagregando paulatinamente o material. Então a superfície dos tijolos começa a se desgastar,
parecendo lixada. Geralmente toma a forma convexa. Não havendo a penetração da água, não
haverá gelividade.
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Figura 24. Influência da redução da seção absorvente na umidade ascensional: parede sem e com aberturas, da
esquerda para a direita. Fonte: Teixeira 2007.
Método de Massari
Teixeira (2007) explica que o método de Massari consiste na execução de cortes
cilíndricos sucessivos em partes de cerca de 45 a 50 cm de comprimento. Primeiramente
executam-se as perfurações tangentes umas às outras, logo se realiza a limpeza e o
preenchimento com argamassa impermeável (Figura 26). Após o endurecimento da
argamassa, repete-se o procedimento.
Siliconatos;
Silicones;
Siloxanos.
Ainda de acordo com Teixeira (2007) as técnicas utilizadas para construir as barreiras
químicas são:
Aplicação por Gravidade
Esta técnica baseia-se na ação da gravidade, podendo os furos ser executados, quer na
horizontal, quer inclinado no sentido da base da parede. São introduzidos os produtos
selecionados, como pode ser observado nas figuras 28, 29 e 30. (FREITAS et al. 2008 apud
SOCOLOSKI, 2015)
Figura 28. Representação esquemática da introdução de produtos por gravidade. Adaptado de Freitas at. al
2008 apud Socoloski, 2015.
Figura 30. Barramento químico, introdução por gravidade. Fonte: Suplicy (2012).
Figura 31. Aplicação por injeção: (a) equipamento de injeção; (b) execução da injeção. Fonte: Teixeira 2007.
de 5 a 15 cm. A drenagem da água contida nos poros poderá ocorrer desde que a pressão
capilar não seja muito grande.
Silva (2012) e Morais (2011) apud Socoloski (2015) consideram os tubos de arejamento
econômicos. No entanto, os autores acreditam que estes tubos não impedem a ascensão da
umidade e o efeito estético é bastante desagradável. A figura 32 ilustra a técnica e uma
fachada com os tubos de arejamento.
Figura 34. Ocultação das anomalias através da execução de um forro interior (detalhes construtivos). a)
Fonte: Teixeira, 2007; b) Fonte: Teixeira (2007).
2.4.4.3. Contramuro
Esta técnica é semelhante à citada anteriormente, porém neste caso, de acordo com
Righi (2009) apud Suplicy (2012) a sugestão é a construção de mais uma parede,
recuperando-se as características de habitabilidade do local. Nesta técnica é preciso cuidado
ao construir uma nova parede, para que não haja contato entre ela e a parede com umidade.
Deve-se ter cuidado, pois a técnica produz acomodação no terreno e pode afetar as fundações do
imóvel. A profundidade e extensão da camada impermeável e a existência de terreno
permeável sob ela, terão que ser verificados através de sondagens.
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Na figura 37 pode ser observar a ilustração de uma parede que está tendo seu
revestimento removido.
Figura 37. Camadas da parede onde mostra o reboco. Fonte: Suplicy (2012).
Conforme Verçoza (1991), nos casos dos telhados de fibrocimento são frequentes os
vazamentos por fissuras nas peças. Recomenda-se trocar a telha danificada. Outro problema
são os parafusos mal colocados e/ou má vedação dos furos de passagem, uma falha de
projeto/execução deste tipo implica na substituição da peça. Segundo Verçoza os parafusos
devem sempre estar na parte elevada das ondas da telha, de acordo com o ilustrado na figura
39, visto que quando colocados na parte de baixo desta, o acumulo de água pode penetrar pelo
orifício dos parafusos.
Figura 39. Localização do parafuso de fixação das telhas de fibrocimento. Fonte: Adaptada de Verçoza, 1991.
Figura 41. Geometria e dimensões das saliências introduzidas nas superfícies das fachadas. Fonte: Adaptada
Perez (1985) apud Suplicy (2012).
Figura 42. Teste de verificação da impermeabilidade das juntas de dilatação. Fonte: Adaptada de Verçoza
(1991).
Figura 48. Impermeabilização em caixa d’água. Fonte: Righi (2009) apud Suplicy (2012).
interior da parede deixando um espaço de pelo menos 2cm entre esta e o isolante para formar
uma câmara de ar.
A técnica pode ser observada na figura 49, onde mostra a parede impermeabilizadas e
o espaço necessário para formar a câmara de ar.
Figura 49. Isolamento térmico através de placas. Fonte: Adaptada Perez (1988) apud Suplicy (2012).
Figura 50. Aumento da ventilação através de janelas e bandeiras de porta. Fonte: Adaptada Perez (1988) apud
Suplicy (2012).
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Figura 51. Calefação mista. Fonte: Adaptada Perez (1988) apud Suplicy (2012).
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3. TERMOGRAFIA
A termografia é considerada uma técnica não destrutiva, por não causar danos ao
objeto estudado, e ainda é pouco utilizada por ser uma técnica nova e possuir equipamentos
de análise com alto custo. A técnica da termografia possibilita a percepção da temperatura
superficial do corpo emitidas pelas radiações através de infravermelhos. (CORTIZO, 2007
apud FERREIRA 2014).
De acordo com Cunha (2016) a termografia infravermelha consiste em um ensaio não
destrutivo que tem como objetivo obter a temperatura superficial. E com isso, de acordo com
a temperatura aferida é possível identificar patologias que não são visíveis a olho nu.
Segundo Cortizo et al. (2008) apud Ferreira (2014), as primeiras imagens geradas
utilizando a técnica de infravermelhos foram obtidas no ano de 1800 por Willians Herschel e
mais tarde, em 1840, por seu filho Jonh Herschel. Esses obtiveram as imagens por meio da
técnica evaporagráfica, que consiste na evaporação do álcool obtido de uma superfície pintada
com carbono.
De acordo com Cortizo 2007 apud Ferreira (2014), o primeiro termograma foi
elaborado por Czerny, em 1992. No período da Segunda Guerra Mundial, para invasão da
Rússia, os tanques alemães possuíam um sistema de visão noturna. A Rússia correspondeu ao
ataque dos alemães desenvolvendo a FLIR – Foward Looking Infra Red (visão dianteira por
infravermelho), que possibilitou a localização das tropas e armamento dos mesmos.
A técnica da termografia tem por base o princípio que todo corpo é constituído por
moléculas e em decorrência da agitação destas emite uma radiação sendo possível a aferição
desta por meio da câmera termográfica. Esta radiação é captada e há a conversão do
comprimento de onda infravermelha para comprimentos do espectro visível ao olho humano
(MARIO, 2011).
A excitação molecular está diretamente ligada à temperatura, ou seja, quanto maior a
temperatura maior a excitação molecular e consequentemente maior a intensidade da radiação
emitida pela superfície. Este fato permite que a termografia faça medidas de temperatura e
visualize a distribuição térmica sem a necessidade de contato físico (SANTOS, 2012 apud
CUNHA, 2016).
4. ESTUDO DE CASO
A edificação estudada é o Prédio do Antigo Colégio Santa Margarida, atualmente um
dos Campi da Universidade Católica de Pelotas, representado na figura 54, situado na Rua
Padre Anchieta, 1274, bairro Centro no município de Pelotas, estado do Rio Grande do Sul.
4.2.1. 1º PAVIMENTO
Figura 55. Planta baixa 1º pavimento prédio Santa Margarida. Fonte: EMEA, 2018.
Figura 56. Planta baixa 1º pavimento prédio Santa Margarida – Setor 01. Fonte: EMEA, 2018.
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Figura 57. Planta baixa 1º pavimento prédio Santa Margarida – Setores 02 e 03. Fonte: EMEA, 2018.
4.2.2. 2º PAVIMENTO
Figura 58. Planta baixa 2º pavimento prédio Santa Margarida. Fonte: EMEA, 2018.
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Figura 59. Planta baixa 2º pavimento prédio Santa Margarida – Setor 01. Fonte: EMEA, 2018.
Figura 60. Planta baixa 2º pavimento prédio Santa Margarida – Setores 02 e 03. Fonte: EMEA, 2018.
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4.2.3. 3º PAVIMENTO
Figura 61. Planta baixa 3º pavimento prédio Santa Margarida. Fonte: EMEA, 2018.
Figura 62. Planta baixa 3º pavimento prédio Santa Margarida – Setor 01. Fonte: EMEA, 2018.
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4.2.4. 4º PAVIMENTO
Figura 63. Planta baixa 4º pavimento prédio Santa Margarida. Fonte: EMEA, 2018.
4.3. INSPEÇÃO
As vistorias no imóvel foram realizadas nos dias 22 e 29 de agosto e 06 de setembro
de 2018 e foram acompanhadas pelo orientador do trabalho.
De acordo com a metodologia utilizada, inicialmente foram realizadas duas vistorias e
identificadas às patologias visíveis a olho nu, a partir destas vistorias foi realizada uma
terceira vistoria e realizados registros com auxílio de uma câmera termográfica.
A seguir, inicialmente será apresentada a relação de todas as patologias encontradas
durante as vistorias, após as patologias serão apresentadas por pavimento e por fim será feita
análise e proposta de intervenção para aquela que apresentar maior ocorrência por pavimento.
Tabela 02. Relação das patologias x origem, prédio Santa Margarida. Fonte: Autor.
PATO LO GIAS
DE CO NSTRUÇÃO CO NDENSAÇÃO ASCENSIO NAL RESPINGO INFILTRAÇÃO ACIDENTAL TO TAL
ENCO NTRADAS
Manchas 0 2 9 8 18 6 43
Oxidação 0 0 0 0 0 2 2
Eflorescência 0 2 5 2 15 0 24
Criptoflorescência 0 0 1 2 3 0 6
Deterioração 0 0 5 6 13 6 30
Gelividade 0 0 3 7 4 0 14
TOTAL 0 4 23 25 53 14 119
64
Figura 64. Gráfico patologias x origem da umidade, prédio Santa Margarida. Fonte: Autor
4.3.1. 1º PAVIMENTO
Na tabela 03 serão apresentadas todas as patologias encontradas no pavimento 01
relacionado à sua origem.
Tabela 03. Relação das patologias x origem, pavimento 01. Fonte: Autor.
CHECKLIST - PAVIMENTO 1
Manchas 0 0 9 8 4 0 21
Oxidação 0 0 0 0 0 0 0
Eflorescência 0 0 5 4 2 0 11
Criptoflorescência 0 0 1 2 2 0 5
Deterioração 0 0 5 6 5 0 16
Gelividade 0 0 2 1 4 0 7
TOTAL 0 0 22 21 17 0 60
Figura 65. Gráfico patologias x origem da umidade, pavimento 01. Fonte: Autor.
65
ao solo há uma grande variação de temperatura e locais que apresentam o tom azulado
mais presente o que possivelmente confirma a teoria de que de fato a causa da
patologia mancha esteja ligada a origem ascensional.
Causas prováveis: Término da vida útil da impermeabilização; má execução da
impermeabilização; uso de materiais ou métodos de baixa qualidade; falta de
manutenção preventiva no local.
Efeito: Aspecto visual prejudicado, perda da proteção oferecida pela pintura,
degradação dos materiais.
Sugestão de Intervenção: A sugestão de intervenção neste caso é adotar dois
procedimentos, são eles:
Técnica das barreiras impermeáveis químicas: de acordo com Freitas et al. (2008)
apud Socoloski (2015), a técnica consiste em criar uma barreira impermeável através
da ação da gravidade. A barreira química é feita por injeção, onde um equipamento de
pressão é utilizado para injetar o material químico impermeabilizante na estrutura.
Substituição do Reboco: de acordo com Righi apud Suplicy (2012) a indicação é
retirar o trecho do reboco danificado, com corte esquadrejado, até atingir-se a base da
alvenaria. Deve-se remover todo o material solto e com pouca aderência por meio de
escovação vigorosa com escova de cerdas duras. Após o revestimento e os
acabamentos devem ser refeitos.
4.3.2. 2º PAVIMENTO
Na tabela 04 serão apresentadas todas as patologias encontradas no pavimento 02
relacionado à sua origem.
Tabela 04. Relação das patologias x origem. Fonte: Autor.
PATO LO GIAS ENCO NTRADAS DE CO NSTRUÇÃO CO NDENSAÇÃO ASCENSIO NAL RESPINGO INFILTRAÇÃO ACIDENTAL TO TAL
Manchas 0 0 0 0 3 0 3
Oxidação 0 0 0 0 0 0 0
Eflorescência 0 0 0 0 1 0 1
Criptoflorescência 0 0 0 0 0 0 0
Deterioração 0 0 0 0 1 0 1
Gelividade 0 0 0 0 0 0 0
TOTAL 0 0 0 0 5 0 5
67
Figura 68. Gráfico patologias x origem da umidade, pavimento 02. Fonte: Autor.
Figura 69. Laje pavimento 02, sala de aula K213. Fonte: Autor.
Figura 70. Imagem realizada com a câmera termográfica. Laje sala de aula pavimento 02. Fonte: Autor.
68
4.3.3. 3º PAVIMENTO
Na tabela 05 serão apresentadas todas as patologias encontradas no pavimento 03
relacionado à sua origem.
Tabela 05. Relação das patologias x origem. Fonte: Autor.
PATO LO GIAS ENCO NTRADAS DE CO NSTRUÇÃO CO NDENSAÇÃO ASCENSIO NAL RESPINGO INFILTRAÇÃO ACIDENTAL TO TAL
Manchas 0 0 0 0 5 0 5
Oxidação 0 0 0 0 0 0 0
Eflorescência 0 0 0 0 7 0 7
Criptoflorescência 0 0 0 0 0 0 0
Deterioração 0 0 0 0 6 0 6
Gelividade 0 0 0 0 0 0 0
TO TAL 0 0 0 0 18 0 18
Figura 72. Gráfico patologias x origem da umidade, pavimento 03. Fonte: Autor.
4.3.4. 4º PAVIMENTO
Na tabela 06 serão apresentadas todas as patologias encontradas no pavimento 04
relacionado à sua origem.
Tabela 06. Relação das patologias x origem. Fonte: Autor.
Manchas 0 2 0 0 7 6 15
Oxidação 0 0 0 0 0 2 2
Eflorescência 0 2 0 0 5 0 7
Criptoflorescência 0 0 0 0 1 0 1
Deterioração 0 0 0 0 0 6 6
Gelividade 0 0 0 0 0 0 0
TOTAL 0 4 0 0 13 14 31
Figura 74. Gráfico patologias x origem da umidade, pavimento 04. Fonte: Autor.
Figura 76. Imagem realizada com a câmera termográfica. Área de acesso ao mirante pavimento 04. Fonte: Autor.
Durante a inspeção do local de estudo, foram feitos registros fotográficos das áreas do
prédio e após foi feita a análise do material levantado. A análise consistiu em verificar cada
uma das imagens e definir de acordo com a bibliografia quais as patologias presentes no local
e quais as possíveis causas das anomalias encontradas para a posterior sugestão de
intervenções.
Após a análise de cada uma das imagens é possível concluir, por pavimento:
Pavimento 01: Pavimento que mais apresentou patologias, total de 60 ocorrências,
sendo 22 delas causadas por umidade de origem ascensional, 21 causadas por umidade de
respingo e 17 por umidade de infiltração. O grande número de ocorrências de origem
ascensional é perfeitamente compreensível, considerando o fato de se tratar de uma edificação
antiga onde os materiais impermeabilizantes já não se encontram mais dentro da sua vida útil,
a falta de manutenção preventiva é outro fator que deve ser levado em consideração para que
tal patologia esteja ocorrendo.
Pavimentos 02 e 03: Os pavimentos 02 e 03 apresentaram juntos 23 ocorrências,
número bem inferior ao pavimento 01, atribui-se a este resultado, o fato destes pavimentos
estarem localizados nos pontos intermediários do prédio e por esse motivo estão menos
expostos a ação da umidade ascensional e também a umidade acidental devido a falhas na
cobertura.
Pavimento 04: No pavimento 04 foram identificadas 31 ocorrências de patologias,
sendo que o maior número, relacionado à origem, foi de patologias causadas por umidade
acidental. A razão para que houvesse tantas ocorrências está ligada ao fato do pavimento 04
ser o último pavimento do prédio o que faz com ele esteja mais exposto a ação de intempéries
e a possíveis falhas relacionadas à impermeabilização da cobertura.
Sendo assim, as intervenções já propostas anteriormente serão uma forma de corrigir
as patologias existentes e a manutenção preventiva, uma forma de prevenir para que novas
não ocorram.
75
5. METODOLOGIA
Neste capítulo serão citados os procedimento e ferramentas utilizados para o
desenvolvimento do trabalho.
Figura 78. Método para levantamento e diagnóstico de manifestações patológicas. Fonte: Lichtenstein, 1986.
6. CONCLUSÃO
Os problemas referentes à ação da umidade estão presentes em todas as fases da vida
de uma edificação, indo desde o projeto até a manutenção da mesma. É importante ter atenção
na escolha dos materiais e técnicas que serão utilizados durante o processo construtivo, pois
eles podem evitar o surgimento de patologias de umidade.
O conhecimento dos tipos de patologias é de grande valia para todos que atuam na
área da construção civil, após o desenvolvimento do trabalho pôde-se observar que há
inúmeras formas de ocorrência das anomalias, especialmente as causadas pela ação da
umidade e que atualmente pode-se contar com diversas técnicas para amenizar ou corrigir
seus efeitos. Além disso, viu-se que a técnica da termografia está sendo utilizada como mais
um meio de diagnosticar as causas das patologias.
O estudo de caso exemplificou a realidade da maioria das edificações mais antigas. O
prédio estudado apresentou grande número de patologias, principalmente ligadas à falta de
manutenção preventiva. O estudo de caso mostrou também que o térreo e o pavimento
superior são os locais mais suscetíveis à ocorrência de patologias e por essa razão deve-se
deter mais atenção no momento de se criar um plano de manutenção.
Sendo assim, pôde-se concluir que a prevenção é a melhor solução e o que o estudo
relacionado à temática patologia facilita no momento da escolha de qual método utilizar para
a correção da mesma.
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LICHTENSTEIN, Norberto. Patologias das construções. Boletim Técnico 06/86. São Paulo.
MARIO, M. Uso da Termografia como Ferramenta não destrutiva para Avaliação
de manifestações Patológicas Ocultas. Trabalho de Conclusão de Curso, UFRGS.
Porto Alegre, 2011.
RAMAJE JUNIOR, Jorge Airton; BEHLING RADATZ, Lucas Mateus. Estudo de casos de
manifestações patológicas em edificação. Trabalho de Conclusão de Curso. Pelotas, 2017.
RIPPER, Ernesto. Como evitar erros na construção. São Paula, Editora PINI, 2ª Edição,
1986. 122p.
SANTOS, Francisco; RIBEIRO, João; MIRANDA, José; FREITAS, Pedro; LEAL, Pedro;
MENDES, Rafael; SOARES, Sérgio. A humidade na Construção, formas, causas e
prevenção. Projeto FEUP. Porto, 2012/2013.
VERÇOZA, E. J. Patologia das Edificações. Porto Alegre, Editora Sagra, 1ª Edição, 1991.
173p
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