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MARÇO DE 2008
MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA CIVIL 2007/2008
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
Tel. +351-22-508 1901
Fax +351-22-508 1446
* miec@fe.up.pt
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Autor.
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
AGRADECIMENTOS
O presente documento, é o culminar de longas horas de estudo, reflexão, trabalho e dedicação. É o
resultado de um objectivo académico a que me propus e que não teria sido possível ser concretizado
sem o apoio e ajuda de diversas pessoas. Por essa razão, desejo expressar os meus sinceros
agradecimentos:
Aos meus pais e irmã, pela sua tolerância, compreensão e apoio, e que ao longo deste trabalho
contribuíram com todo o seu esforço e empenho.
À Mónica, pela ajuda e compreensão na realização das tarefas, e pela vontade demonstrada em ajudar.
A todos aqueles que directa ou indirectamente me ajudaram e apoiaram ao longo deste trabalho.
i
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
RESUMO
Ao longo dos tempos, a utilização de elementos pré-fabricados tem alcançado desenvolvimentos
significativos, sendo a sua utilização cada vez mais frequente. Existem inúmeras vantagens na
aplicação destes elementos, tais como, maior rapidez e maior economia. O presente documento irá
fazer uma abordagem profunda, dos elementos pré-fabricados, tipo pré-laje de betão, nomeadamente:
pré-lajes com treliças metálicas, pré-lajes alveolares, pré-lajes nervuradas e as pré-lajes em duplo “T”.
As várias etapas, que decorrem desde a construção até à colocação das mesmas, serão objecto de
estudo deste documento, assim como a preparação da superfície das pré-lajes para a posterior
colocação da camada de betão “in situ”. Também serão referidas as diferentes cargas que a estrutura
irá suportar, na fase de construção, enquanto pré-laje, e na fase de vida útil, quando se transforma em
laje composta.
Este trabalho aborda também o problema da menor aderência entre a superfície da pré-laje e a camada
de betão colocada “in situ”.Serão comparados neste documento os valores da rugosidade dados pela
FIP, e pelo EC2.
Serão referidas neste documento algumas particularidades no dimensionamento destes tipos de pré-
lajes e respectivas disposições construtivas.
iii
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
ABSTRACT
The precast elements have reached developments that have made its use more and more frequent.
There are several advantages in the application of these elements such as being more fast and
economic. This document will analyse more deeply several types of precast elements, such as precast
slabs with lattice girders, hollow core slabs, percast slabs with stiffening ribs and double “T” slabs.
It will be studied the different stages that occur since the construction until its collocation, and also the
preparation of the precast slab surface for the “in situ” concrete layer collocation.
It will also be mentioned the different types of loads that the structure will support during the
construction stage as a precast slab and through the useful life when it became a composite slab.
Another problem that will be reported it’s about the shear at the interface between the precast slab and
the “in situ” concrete layer. The calculation of the roughness of the concrete surface will be made
based in FIP and Eurocode 2, and those values will be compared.
This document will specify, some particularities of the design of the precast slabs, and will analyse the
problems in precast slabs during the construction and useful life of element.
KEY WORDS: Precast elements, Precast slabs, Composite floor, Shear at the interface,
Constructions stages
v
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
ÍNDICE GERAL
AGRADECIMENTOS ...................................................................................................................................i
RESUMO ................................................................................................................................................. iii
ABSTRACT ............................................................................................................................................... v
SÍMBOLOS ............................................................................................................................................. vii
1. Introdução ....................................................................... 1
1.1. VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS ELEMENTOS PRÉ-FABRICADOS ............................ 1
1.2. DIFERENTES TIPOS DE PRÉ-LAJES.............................................................................. 2
1.2.1. PRÉ-LAJES COM TRELIÇAS METÁLICAS ....................................................................................... 3
1.2.2. PRÉ-LAJES ALVEOLARES ............................................................................................................ 4
1.2.3. PRÉ-LAJES NERVURADAS ........................................................................................................... 6
1.2.4. PRÉ-LAJES EM DUPLO “T” ........................................................................................................... 7
1.3. TRANSPORTE E COLOCAÇÃO DAS PRÉ-LAJES ............................................................. 8
1.3.1. GERAL ...................................................................................................................................... 8
1.3.2. DESMOLDAGEM ......................................................................................................................... 8
1.3.3. O TRANSPORTE PARA A ÁREA DE ARMAZENAMENTO ..................................................................... 9
1.3.4. ARMAZENAMENTO ...................................................................................................................... 9
1.3.5. TRANSPORTE PARA O LOCAL DE OBRA......................................................................................... 9
1.3.6. LEVANTAMENTO......................................................................................................................... 9
1.3.7. COLOCAÇÃO EM OBRA.............................................................................................................. 10
xi
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
xii
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
xiii
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
7. Conclusões .................................................................. 85
7.1. CONCLUSÕES GERAIS.............................................................................................. 85
xiv
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
ÍNDICE DE FIGURAS
[1]
Fig. 1.1 - Vários elementos pré-fabricados (vigas, lajes e pilares),(Kim Elliott ) ................................... 2
Fig. 1.2 - Pré-laje com treliças metálicas ................................................................................................ 3
Fig. 1.3 – Colocação em obra das pré-lajes com treliças metálicas ....................................................... 4
Fig. 1.4 - Placas de pré-laje pré-esforçadas ........................................................................................... 4
Fig. 1.5 - Fabrico de pré-lajes alveolares ................................................................................................ 5
Fig. 1.6 - Pré-lajes alveolares.................................................................................................................. 5
[1]
Fig. 1.7- Secção transversal das pré-lajes alveolares (Kim Elliott ) ...................................................... 6
Fig. 1.8 – Pavimento constituído por pré-lajes alveolares, com aberturas para armadura para
[1]
momentos flectores negativos (Kim Elliott ) .......................................................................................... 6
Fig. 1.9- Pré-lajes nervuradas ................................................................................................................. 7
Fig. 1.10 - Pré-lajes nervuradas com blocos de aligeiramento ............................................................... 7
Fig. 1.11 – Pré-laje com vigas em "T" (exemplo) .................................................................................... 8
[1]
Fig. 1.12 - Pré-laje vigada com grande vão (Kim Elliott ) ...................................................................... 8
[4]
Fig. 1.13 - Armazenamento de pré-lajes com calços (LNEC ) .............................................................. 9
[4]
Fig. 1.14 - Vários tipos de levantamento das pré-lajes com treliças (LNEC ) ..................................... 10
Fig. 1.15 - Ângulo entre a pré-laje e o cabo de suspenção .................................................................. 10
Fig. 1.16 - Transporte das pré-lajes alveoladas .................................................................................... 10
[4]
Fig. 1.17 - Dispositivos de apoio (LNEC ) ........................................................................................... 11
Fig. 2.1 - Exemplo de combinação na fase de construção ................................................................... 14
Fig. 2.2 - Valores das tensões a meio vão: (a) com apoios intermédios; (b) sem apoios intermédios 14
Fig. 2.3 - Mecanismo dos esforços tangenciais .................................................................................... 16
Fig. 2.4 - Comparação entre os valores da resistência das superfícies segundo EC2 e FIP .............. 20
Fig. 3.1 - Extensões no aço e no betão ................................................................................................ 23
Fig. 3.2 - Comprimentos de L1 e L2 ....................................................................................................... 24
Fig. 3.3 - Secções a considerar perto das juntas .................................................................................. 26
[10]
Fig. 3.4 - Força tangencial (Rui Faria e Nelson Vila Pouca ) ............................................................. 29
Fig. 3.5 – Valores dos ângulos das armaduras e espaçamentos entre junção das armaduras laterais
da treliça ................................................................................................................................................ 29
Fig. 3.6 - Eixo neutro abaixo do banzo ................................................................................................. 32
Fig. 3.7 - Forças nos apoios .................................................................................................................. 34
Fig. 3.8 - Armadura nos apoios ............................................................................................................. 34
[6]
Fig. 3.9 - Esforços nos extremos da pré-laje (ver FIP ) ....................................................................... 36
Fig. 3.10 - Esforços existentes na laje composta.................................................................................. 37
Fig. 3.11 - Distribuição do esforço tangencial, devido à retracção ....................................................... 37
Fig. 3.12 - Pré-laje com alvéolos preenchidos ...................................................................................... 38
Fig. 3.13 - Pré-laje com forças de corte e torções ................................................................................ 39
Fig. 3.14 - Esforços nas juntas entre pré-lajes ...................................................................................... 39
Fig. 3.15 - Largura efectiva das nervuras centrais (beff) ........................................................................ 40
Fig. 3.16 - Zona de compressão das pré-lajes nervuradas .................................................................. 41
Fig. 3.17 - Zona de aderência pré-lajes nervuradas ............................................................................. 42
Fig. 3.18 - Largura efectiva das pré-lajes em "T" .................................................................................. 43
Fig. 5.1 - Disposições da treliça metálica .............................................................................................. 54
Fig. 5.2 - Distâncias entre armaduras ................................................................................................... 55
Fig. 5.3 - Valores de a1, a2 e ht .............................................................................................................. 55
Fig. 5.4 - Valores de α6 ......................................................................................................................... 56
Fig. 5.5 - Disposições das armaduras nas juntas ................................................................................. 56
xv
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
xvi
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
ÍNDICE DE QUADROS
xvii
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
xi
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
SÍMBOLOS
vii
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
Qc Cargas de construção
qEb Valor de cálculo da acção variável
R Reacção nos apoios
S Momento estático
t Distância entre os triângulos das treliças
VEd Valor de cálculo do esforço transverso actuante
x Altura do eixo neutro
z Braço do binário das forças interiores
νEd Valor de cálculo da tensão da junta
σcp Tensão de compressão do betão
α Ângulo das armaduras transversais
δ Incremento/coeficiente de redistribuição
λ Coeficiente de esbelteza
λE Esbelteza euleriana
μ Coeficiente de atrito
viii
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
φ(t,t0) Coeficiente de fluência do betão entre as idades t e t0 em relação à deformação elástica aos
28 dias
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Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
1
Introdução
1. INTRODUÇÃO
1
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
[1]
Fig. 1.1 - Vários elementos pré-fabricados (vigas, lajes e pilares),(Kim Elliott )
2
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
Embora com inúmeras vantagens, a utilização destes elementos tem as suas limitações, pois são
elementos que necessitam de cuidados extras com acções dinâmicas, ou térmicas, que possam causar a
separação das duas superfícies em contacto. Se houver uma descontinuidade dos elementos, poderão
ocorrer fendas visíveis nas juntas de ligação.
Existe diferentes tipos de pré-lajes, cada um deles com as suas características particulares que serão
analisadas. Os tipos mais comuns são: pré-lajes com treliças metálicas, pré-lajes alveoladas, pré-lajes
nervuradas e pré-lajes vigadas.
Contudo, estes elementos têm dificuldade em alcançar um vão de grandes dimensões. Caso seja
necessário dimensionar este tipo de elementos para grandes vãos, irá existir uma grande quantidade de
armadura nas treliças na fase de construção que na fase de vida útil da laje composta poderia ser
dispensada. Assim, nestes casos, para uma melhor e económica construção da estrutura, poderá ser
vantajoso a utilização de apoios a meio vão, ou até aos terços de vão, para reduzir significativamente a
área de armadura necessária nas treliças metálicas. A Fig. 1.3 ilustra a colocação em obra deste tipo de
elementos com os devidos apoios aos quartos de vão.
3
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
A espessura da lâmina de betão da pré-laje nunca poderá atingir um valor superior a 50 % da espessura
final da laje monolítica[2]. O betão geralmente utilizado para este tipo de elementos corresponde a
classes de resistência que variam entre a C20/25 e a C50/60.
Quando a armadura colocada na parte inferior destes elementos pré-fabricados não for suficiente para
resistir às solicitações na fase de vida útil da laje composta, é possível aumentar a quantidade de
armadura, colocando-a sobre a pré-laje, com as devidas regras apresentadas no subcapítulo 5.2.
Existe porém, um tipo de pré-laje com uma geometria transversal semelhante a este, no entanto em vez
das treliças metálicas, é formado simplesmente por placas de betão pré-esforçado, como é visível na
Fig. 1.4.
Embora com inúmeras vantagens, este tipo de pré-laje fica aquém dos outros tipos referidos neste
documento, em relação ao preço por metro quadrado, devido à complexidade de montagem das
treliças. Assim o custo deste tipo de elementos situa-se entre os 50 e 70 €/m2, dependendo dos vão, e
das condições na fase de execução que terá que suportar.
4
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
espessura destes elementos costuma variar entre os 16 e os 30 centímetros, no entanto quando for
necessário atingir grandes vãos, o valor da espessura poderá atingir os 50 centímetros, sem a camada
de betão colocada “in situ”, obtendo daí um vão que poderá atingir os 18 metros. A largura destes
elementos costuma adquirir um máximo de 1,2 metros, já que este tipo de pré-laje necessita de
equipamento específico para a sua construção. Na Fig. 1.5 pode-se observar a fabricação das pré-lajes
alveoladas, com um equipamento específico. Esta figura demonstra a limitação da largura da pré-laje e
forma de execução dos alvéolos.
No entanto, caso seja necessário uma largura inferior aos 1,2 metros, é possível cortar a pré-laje
longitudinalmente, adquirindo a largura pretendida.
Estes elementos, comparativamente com as pré-lajes com treliças metálica, são mais pesados, mas
quando formados em lajes compostas são mais leves que as lajes maciças, já que os alvéolos podem
aliviar em mais de 70% o peso próprio deste tipo de laje composta. O peso próprio destes elementos
costuma variar entre os 2,6 e 4,2 kN/m2, valores estes dependentes da espessura da pré-laje. A Fig. 1.6
apresenta um exemplo de pré-lajes do tipo alveolares.
Como já foi referido anteriormente, os alvéolos deste tipo de elemento têm a função de reduzir o peso
da laje final. No entanto, a resistência ao corte destes elementos ficará assegurada devido às nervuras
entre os alvéolos existentes, que quanto maior forem, conseguirão resistir a maiores esforços
transversos. A Fig. 1.7 apresenta a secção transversal deste tipo de estruturas.
5
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
[1]
Fig. 1.7- Secção transversal das pré-lajes alveolares (Kim Elliott )
Quando for pretendido dimensionar um pavimento contínuo, como foi referido anteriormente será
necessário colocar armadura para os momentos flectores negativos. Nestes casos será inevitável
proceder à demolição da parte superior da pré-laje, com o objectivo de formar umas aberturas, para
assim conseguir encaixar a armadura necessária. Na Fig. 1.8, podemos verificar a disposição dessas
armaduras, e do alinhamento dos elementos pré-fabricados em obra.
Fig. 1.8 – Pavimento constituído por pré-lajes alveolares, com aberturas para armadura para momentos flectores
[1]
negativos (Kim Elliott )
As pré-lajes alveolares em comparação com as pré-lajes com treliças metálicas, são mais económicas,
embora, a grande desvantagem deste tipo de elemento, está na aquisição da forma como é fabricada. O
preço deste tipo de pavimento varia num intervalo de 30 a 50€/m2.
6
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
de encurvadura como o das treliças apresentadas anteriormente. A largura deste tipo de elementos
depende da disposição das nervuras, no entanto, as larguras mais comuns são 1,2 metros ou até metade
deste valor 0,6 metros. A altura das nervuras poderá atingir o valor da espessura da laje composta,
porém, para um melhor acabamento deverá inferior em 5 centímetros a espessura final, para contribuir
para a aderência entre a interface dos betões com diferentes idades. Na Fig. 1.9 pode-se visualizar uma
pré-laje do tipo nervurada.
Com o objectivo de tornar uma laje composta mais leve, pode-se utilizar uns blocos de aligeiramento,
que são colocados entre as nervuras que posteriormente serão cobertos com a camada de betão
colocada “in situ”. A Fig. 1.10 esquematiza a posição dos blocos de aligeiramento.
Blocos de aligeiramento
O preço deste tipo de pré-lajes é o mais competitivo dos apresentados anteriormente, situando-se entre
os 20 e os 35 €/m2.
7
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
[1]
Fig. 1.12 - Pré-laje vigada com grande vão (Kim Elliott )
a desmoldagem;
o transporte para a área de armazenamento;
o armazenamento (condições de apoio e de carga);
o transporte para o local de obra;
o levantamento (elevação);
a montagem e construção definitiva
1.3.2. DESMOLDAGEM
Quando as pré-lajes são executadas em fábrica são feitas em série, pelo que não podem estar muito
tempo nos moldes para que a produção possa continuar a bom ritmo. Desta forma, a resistência da
lâmina de betão não corresponde à resistência característica do betão aos 28 dias, mas sim à resistência
correspondente à idade do betão na altura que é retirado dos moldes. Segundo o Eurocódigo 2[3], na
secção (3.1.2 (5 a 9)), é especificado o valor da resistência do betão, com idade inferior a 28 dias.
Também poderá ser necessário ter em conta as forças dinâmicas provenientes da retirada dos moldes,
que possam ocorrer.
8
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
1.3.4. ARMAZENAMENTO
A fase de armazenamento, depende muito das condições de espaço, existentes na fábrica que produz
estes elementos. Na maior parte dos casos as pré-lajes são armazenadas horizontalmente, sobrepostas
entre si. Entre cada pré-laje deverão ser colocados calços que deverão apoiar-se no betão, e quando os
elementos tiverem treliças metálicas, deverão ser maiores que a altura das treliças. Quando forem
menores, os calços deverão ser sobrepostos, de modo a evitar o contacto entre pré-lajes – ver Fig. 1.13.
Um outro cuidado necessário é que estes calços nunca se apoiam nas nervuras; assim, estes calços
deverão resistir, sem grandes deformações, às cargas provenientes das pré-lajes superiores. O limite
máximo de pré-lajes sobrepostas, aconselhado pelo LNEC[4], são de 15 pré-lajes por pilha. As
distâncias entre os calços deverão ser tais que não possam ocorrer deformações permanentes
excessivas nos elementos, nem a fissuração dos mesmos.
[4]
Fig. 1.13 - Armazenamento de pré-lajes com calços (LNEC )
1.3.6. LEVANTAMENTO
Para o levantamento destas estruturas, deverão ser colocados vários apoios de suspensão, de modo a
evitar estragos na pré-lajes. Nas pré-lajes com treliças metálicas, poderá ser utilizado um dispositivo
de suspensão, com a forma de quadro, ou até vigas de suspensão, com fim de evitar grandes esforços
horizontais na pré-laje, ver Fig. 1.14. O ângulo que o cabo do apoio de suspensão terá que fazer com a
horizontal é de pelo menos 60°, como demonstra a Fig. 1.15, de notar também, que o apoio de
suspensão deverá ser colocado, num nó que diste de pelo menos três nós, a contar a partir da
extremidade.
9
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
[4]
Fig. 1.14 - Vários tipos de levantamento das pré-lajes com treliças (LNEC )
60
°
10
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
[4]
Fig. 1.17 - Dispositivos de apoio (LNEC )
11
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
12
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
2
ADERÊNCIA DE BETÕES DE
DIFERENTES FASES
2. ADERÊNCIA DE BETÕES DE DIFERENTES FASES
1
Elemento monolítico formado pela pré-laje e camada de betão colocada “in situ”.
13
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
paredes resistentes, permitem a total rotação do elemento. Contudo, se os esforços provocados, na fase
de construção, no aço ou no betão, adquirirem valores muito maiores do que na fase de vida útil da
estrutura, como não é possível reduzir as cargas de construção, uma óptima solução é a colocação de
apoios intermédios, ao longo do vão, para que o valor dos esforços nas secções transversais sejam
significativamente reduzidos. Nestes casos a estrutura é considerada como contínua, e no seu
dimensionamento deverão ser tidos em conta, os momentos negativos gerados nos apoios intermédios.
Quando se estiver perante a existência destes apoios intermédios no cálculo dos esforços da estrutura,
será necessária a consideração de certas combinações para conseguir obter o valor mais desfavorável
de esforços provocados nas secções. A realização das combinações è realizada de forma análoga às
outras estruturas de betão armado, tendo em consideração as cargas permanentes e as sobrecargas.
Assim para a consideração das combinações, será necessário subdividir as cargas de construção em
duas partes. A primeira parte das cargas será constituída pelo peso próprio do elemento pré-fabricado
(Gpl), enquanto que a segunda parte das cargas será constituída pelo peso próprio do betão colocado
“in situ” (Gc) e pelas cargas de construção (Qc), atrás referidas. Na Fig. 2.1, pode-se observar uma
possível combinação na fase de construção.
Qc+Gc
Gpl
A colocação dos apoios assegura uma visível redução das tensões das fibras extremas da secção
transversal. Na Fig. 2.2, podemos ver a redução das tensões devido à colocação de apoios intermédios.
Esta medida irá influenciar na economia final da obra, já que os esforços vão diminuir, reduzindo
assim a quantidade de material resistente nesta fase da obra.
a) b)
ql²
M M= pl²
32 M= 8
R 5 ql M
R= 8
ql²
Mq= 8
MR Rl² Mq
MR= 8
Mq ql²
Mq= 8
Fig. 2.2 - Valores das tensões a meio vão: (a) com apoios intermédios; (b) sem apoios intermédios
14
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
15
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
2
2.2.1.1. Aderência segundo a FIP
Através da FIP[2], pode-se perceber o fenómeno da aderência entre duas superfícies de betão através de
mecanismos básicos, como demonstra a Fig. 2.3, assim, é possível explicar a transferência de esforços
tangenciais entre as superfícies de betão.
Фc
A aderência das superfícies entre duas camadas de betão, depende da: forma das superfícies, da sua
coesão, e caso se aplique, do seu reforço estrutural. Se a superfície não tiver atrito, a resistência entre
as superfícies exclusivamente dependente das ondulações existentes na superfície, e respectiva tensão
normal aplicada nestas mesmas superfícies. Assim se as ondulações forem rígidas este mecanismo
pode ser descrito através da equação (2.1):
(2.1)
em que Фc, é o maior ângulo que as ondulações fazem com a horizontal, como indica a Fig. 2.3, e σ a
tensão normal à superfície.
Contudo, através de ensaios experimentais foi possível concluir que haveria um fenómeno, não
presente na fórmula, que aumentava a capacidade de resistência ao escorregamento. Então para
representar esse valor foi introduzido o valor (c), que representa a coesão da superfície, e que depende
da rugosidade da superfície, e do tipo de betão utilizado, tanto na pré-laje como na camada de betão
colocada “in situ”. Assim, ao ser adicionado este parâmetro à equação (2.1), o valor da resistência das
superfícies, passa a ser igual à equação (2.2).
(2.2)
Caso a resistência da superfície não seja suficiente para suportar os esforços tangenciais actuantes,
será necessário introduzir armadura a atravessar a junta de betonagem, para conferir à superfície uma
maior resistência ao escorregamento. Desta forma a resistência da interface passa a ser descrita pela
equação (2.3):
2
Fédération Internationale de la Précontrainte
16
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
(2.3)
em que (Ai) é a área da superfície de contacto entre os dois betões e (As) é a área de armadura que
atravessa a junta de betonagem. Pode-se também verificar que a relação entre a armadura que
atravessa a superfície (As), e a superfície de contacto (Ai), aumenta quando o ângulo (θ), que a
armadura transversal faz com a horizontal diminui.
Os fenómenos atrás descritos contribuem para a transferência de esforços na superfície das duas
camadas. Contudo, existem outros fenómenos que serão prejudiciais, como por exemplo a poluição na
superfície, ou até excesso de humidade, e serão referidos, no subcapítulo 2.3.
Segundo a FIP[6], a classificação das superfícies é feita de acordo com uma escala de diferentes graus
de rugosidade. A sua classificação depende essencialmente do tratamento que levou a superfície dos
elementos pré-fabricados, na sua fase de construção. Assim a classificação da rugosidade, depende dos
seguintes tratamentos da superfície:
i. Superfície que foi alisada com uma colher de trolha ou talocha, não tão lisa como a anterior.
ii. Superfície em que o betão foi colocado no molde, e compactado, sempre com a intenção de
trazer os agregados à superfície, geralmente verificam-se algumas ondulações e pequenas
arestas.
iii. Uma superfície que foi executada a partir de moldes deslizantes, igualmente sem o tratamento
posterior.
iv. Uma superfície produzida por uma técnica de extrusão de betão, de modo a produzir
propositadamente ondulação e algumas arestas acentuadas.
v. Uma superfície em que o betão foi escovado, quando molhado, para se obter uma textura mais
rugosa.
vi. Igual ao ponto (v) mas com uma textura mais pronunciada, é igualmente escovada, mas
combinada com um ancinho de aço.
vii. Superfície onde o betão foi comprimido sem nenhuma tentativa de o alisar, deixando um
aspecto áspero com agregado grosseiro.
viii. Superfície que foi pulverizada quando molhada, de modo a expor o agregado sem o perturbar
ix. Uma superfície que foi sujeita a equipamento mecânico para formar certas nervuras para
garantir um melhor atrito.
Para efeitos de cálculo, a FIP[6], recomenda subdividir esta escala em duas diferentes categorias: a
Categoria 1 engloba desde o grau (i) até ao (vi), e a Categoria 2, que abrange os restantes. Assim, de
acordo com o Quadro 2.1, pode-se consultar os parâmetros das superfícies, de acordo com as suas
categorias;
Quadro 2.1 - Categorias segundo FIP
c tanφc
17
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
neste quadro o valor de (fctd) é obtido através do valor de cálculo da tensão de rotura do betão à
tracção, dada de acordo com o Eurocódigo 2[3], e que pode ser calculado de acordo com a equação
(2.4);
(2.4)
em que (αct) é um valor que tem em conta os efeitos de longo prazo da resistência à tracção e os efeitos
desfavoráveis resultantes do modo como a carga é aplicada, o valor recomendado é 1.
Segundo a FIP[6] , quando se estiver perante o caso (i) ou (ii), o valor da coesão dado por esta tabela,
pode ser considerado elevado, sendo recomendado o uso do valor 0,1fctd. Também segundo esta
entidade, o valor máximo da tensão tangencial resistente na superfície de contacto, fica assim limitada
em 0,2 fcd, assim de acordo com o Quadro 2.1 e a equação (2.3), pode-se reescrever uma nova
equação.
(2.5)
(2.6)
Se a relação entre a área de armaduras (As), e a superfície de contacto (Ai), for menor que (ρ<0,001) o
reforço através das armaduras deixa de ser considerado na equação (2.5). Para a esta entidade, quando
o valor das tensões tangenciais são baixas, pode-se considerar que o valor da resistência da junta de
betonagem dependa apenas da coesão do betão menos resistente, existente na superfície entre os dois
betões, desprezando assim as cargas normais à superfície existentes no elemento composto, esses
valores de resistência poderão ser consultados no Quadro 2.2.
Quadro 2.2 - Valores da resistência da superfície
(i) - (ii)
(iii) – (vi)
(vii) – (x)
18
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
ii. Lisa – uma superfície extrudida ou executada com moldes deslizantes ou executada sem
cofragem e não tratada após vibração;
iii. Rugosa – uma superfície com rugosidades de pelo menos 3 mm de altura e espaçadas cerca de
40 mm, obtidas por meio de raspagem, de jacto de água, ar ou areia ou por meio de quaisquer
outros métodos de que resulte um comportamento equivalente;
iv. Indentada – uma superfície com reentrâncias na superfície de betão
a partir destas classificações obtêm-se os valores dos coeficientes μ e c, que podem ser consultados no
Quadro 2.3, e que dependem da rugosidade da junta.
Quadro 2.3 – Coeficientes μ e c segundo Eurocódigo 2
Superfície c μ
O valor da tensão tangencial da junta de betonagem pode ser obtido através da equação (2.7).
(2.7)
Com os parâmetros obtidos no Quadro 2.3, pode-se obter o valor de cálculo da tensão tangencial
resistente na junta através de:
(2.8)
Através das equações (2.5) e (2.8), foi possível obter a Fig. 2.4, comparando a tensão tangencial
resistente, de acordo com o FIP[6] e o Eurocódigo 2[3], variando os coeficientes propostos por cada uma
destas comissões.
19
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
τRd (MPa)
5 Tensão Tangencial Resistente
FIP (Categoria 1)
4 FIP (Categoria 2)
EC2 (Muito Lisa)
3 EC2 (Lisa)
EC2 (Rugosa)
2 EC2 (Indentada)
0
0 ρmin.fyd 1 2 3 4 5 ρ.fyd (MPa)
Fig. 2.4 - Comparação entre os valores da resistência das superfícies segundo EC2 e FIP
De acordo com este gráfico pode-se verificar que a FIP tem uma atitude mais conservadora que o
Eurocódigo 2, embora quando os regulamentos não consideram armadura a atravessar a junta de
betonagem, os valores do Eurocódigo 2, para as superfícies lisas, são muito semelhantes aos da FIP.
Quando as tensões tangenciais são elevadas, poderá ser difícil quantificar o valor resistente das
superfícies de contacto. Devido a isso para o CEB[7], quando o valor tensão de corte for superior a
0,3fctd, ou se for necessário considerar cargas dinâmicas, deverá ser colocada uma armadura
devidamente ancorada a ligar as duas camadas de betão.
20
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
21
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
permitidas, porém, se existirem poças de água estas deverão ser removidas, já que uma superfície
molhada poderá resultar num decréscimo de resistência quando comparada com uma superfície seca.
Segundo a FIP[6], o valor da perda da resistência da superfície poderá chegar aos 50%. O resultado
deste fenómeno deve-se à água que se acumula nas reentrâncias, impedindo assim o betão de penetrar
nessas reentrâncias.
22
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
3
Estados Limites Últimos
3. ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS
Fs '
Fs
Se o projectista optar pela colocação de apoios intermédios a estrutura ficará sujeita a momentos
flectores negativos na zona do apoio, sendo necessário verificar se a armadura situada na parte
superior das treliças resiste a esses momentos flectores.
Nos casos em que a pré-laje é simplesmente apoiada e autoportante, só terá momentos positivos, ou
nos casos em que a pré-laje tenha os apoios intermédios bastante afastados entre si, a armadura
superior da treliça terá que resistir às compressões provocadas por esses esforços. O aço como tem
uma elevada resistência à tracção, mas quando se encontra comprimido, a sua resistência diminui
devido a fenómenos de encurvadura.
23
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
Desta forma será necessário proceder ao cálculo do valor da resistência do aço superior à compressão.
Assim, será necessário calcular o valor da esbelteza Euleriana (λE), e o valor da esbelteza da peça (λ),
que serão iguais às equações (3.1) e (3.2).
(3.1)
(3.2)
Le comprimento de encurvadura
i raio de giração
L1
L2
Em relação ao valor do raio de giração poderá ser calculado através da equação seguinte:
(3.3)
então depois de obtido os valores de esbelteza, calculados anteriormente, pode-se proceder ao cálculo
do valor da esbelteza equivalente:
(3.4)
assim, o valor da resistência à compressão será calculado através da equação (3.5), que será reduzido
pelo factor calculado pela equação (3.6), valor esse que depende da encurvadura à flexão.
24
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
(3.5)
(3.6)
(3.7)
[8]
α factor de imperfeição (segundo EC3 é igual a 0,49)
Desta forma, depois de obtida a resistência à compressão da armadura superior (σRd) será possível
proceder ao dimensionamento da armadura, que estará de acordo com as equações de equilíbrio entre
as forças presentes no betão e no aço.
No entanto, segundo Kim Elliott[1], o dimensionamento da armadura superior pode ser realizado de
forma mais simples. Segundo este autor, na fase construtiva o elemento que resiste aos momentos
criados pelas cargas existentes é a treliça metálica (armadura superior e inferior), ou seja, a lâmina de
betão é desprezada em termos de resistência da pré-laje. Assim o valor da armadura superior será
calculado através da equação (3.8).
(3.8)
(3.9)
3
Segundo Kim Elliott, esta resistência é igual ao valor da tensão de cedência do aço à tracção.
25
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
O valor do momento flector resistente na fase de construção (M1’) difere do momento resistente (M1)
também calculado para a equação (3.8), porque neste caso, as cargas de construção e o aumento de
peso do betão húmido, não são consideradas.
Quando a laje composta é armada numa única direcção, a armadura secundária, transversal à direcção
principal mínima exigida, segundo o Eurocódigo 2[3], corresponde a 20% do valor da armadura
principal.
h0 ht
A2 A3
A1
B A
Para a verificação ao corte da secção (A) os valores a utilizar são (ht),(A1) e caso exista (A3). Na secção
(B), os valores a utilizar são (h0), (A2) e caso exista (A3).
26
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
Na ausência de cálculos mais elaborados, segundo o Eurocódigo 2[3] (10.9.3 (5)) se as acções forem
uniformemente distribuídas, esforço transverso na junta, por unidade de comprimento poderá ser igual
à equação (3.10):
(3.10)
2
qeb valor de cálculo da acção variável (KN/m )
bi largura do elemento
Se o valor do esforço transverso for maior que a resistência da junta, para evitar a rotura da junta, ou
até a quebra de ligação entre o elemento pré-fabricado e a camada de betão, a pré-laje terá que ser
reforçada com armadura para esforço transverso, ver capítulo 5
(3.11)
(3.12)
k1 0,44
k2 1,25(0,6+0,0014/εcu2)
k3 0,54
k4 1,25(0,6+0,0014/εcu2)
27
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
porém, o Eurocódigo 2[3], limita a redistribuição num máximo de 30 %, contudo para uma análise mais
detalhada, é aconselhada a consulta do regulamento. Se limitarmos os valores de (xu/d), Quadro 3.2, e
se a relação entre os momentos dos apoios intermédios e os momentos no vão estiver entre 0,5 e 2, não
será necessário verificar a capacidade de rotação da estrutura.
Quadro 3.2 - Valores de Xu/d
≤ 0,25 ≤ C50/60
≤ 0,15 ≥ C55/67
O Eurocódigo 2[3], dá-nos um intervalo, em que os valores dos momentos negativos pode variar, mas
cabe ao projectista definir qual a melhor solução a adoptar, em cada caso particular.
28
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
[10]
Fig. 3.4 - Força tangencial (Rui Faria e Nelson Vila Pouca )
Desta forma será possível obter o valor da força horizontal, na superfície entre betões, devido às
cargas aplicadas na estrutura.
(3.13)
(3.14)
Então, será necessário equilibrar esta força (FEd,h), com a resistência da superfície. Assim tendo em
conta a rugosidade da superfície, o dimensionamento da armadura necessária para resistir à força
aplicada, será de acordo com a equação (3.15).
(3.15)
Fig. 3.5 – Valores dos ângulos das armaduras e espaçamentos entre junção das armaduras laterais da treliça
Depois de concluída esta primeira parte de dimensionamento da armadura, é então necessário verificar
se a armadura calculada resiste aos esforços de corte, na fase de construção. Assim, a resistência da
pré-laje fica condicionada pela resistência ao corte da lâmina de betão e da treliça metálica. Nesta fase
as cargas consideradas terão que ser majoradas, de acordo com os estados limites últimos. Depois de
obtido o valor do esforço transverso máximo (VSd,1), este terá que ser comparado com o esforço
máximo ao corte (VRd,1), resistente por parte da pré-laje, na fase de construção.
29
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
(3.16)
(3.17)
O valor de cálculo da tensão de cedência das armaduras de esforço transverso (fywd), deverá ser
reduzido, como indicado em 3.1.1.1, porque, como parte das armaduras de esforço transverso se
encontram à compressão, este dimensionamento estará do lado da segurança.
Existem porém valores mínimos, entre a relação de armaduras que atravessam as juntas de betonagem,
e a superfície de contacto, entre os betões. Segundo o Eurocódigo 2[3] (9.2.2 (5)) a taxa de armadura, e
a taxa de armadura mínima, são dadas de acordo com as equações (3.18) e (3.19).
(3.18)
(3.19)
Segundo a FIP[6], o valor mínimo da taxa de área da armadura que atravessa a superfície está
estabelecido como 0,001, ver capítulo 2 . Se a relação de armadura que atravessa a superfície, e a área
de superfície, for menor que este valor, então estas armaduras são consideradas como não tendo
qualquer efeito na resistência da superfície.
Se qualquer laje composta respeitar as condições acima descritas, então estão criadas condições para o
elemento composto ser considerado monolítico.
Quando as resistências, tanto ao corte como à flexão, não respeitam o estipulado pelas normas, uma
boa solução é diminuir o espaçamento entre as treliças, aumentando assim o número destas, em vez de
aumentar muito as armaduras inferiores ou superiores.
Depois de verificada esta a resistência na fase de construção, será necessário verificar o esforço
transverso resistente, para resistir às cargas que a estrutura venha a suportar. Fazendo uma analogia às
lajes maciças, depois de obtido o esforço transverso de cálculo (VSd), temos que comparar com o valor
de cálculo do esforço transverso resistente (VRd,c), de acordo com o Eurocódigo 2[3] , na secção (6.2.2
(1)), caso o elemento composto esteja fendilhado.
(3.20)
30
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
(3.21)
com o valor de d em mm
31
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
x
d
Quando a pré-laje tiver uma largura menor que 1,20 m, a colocação de armaduras de distribuição não
são necessárias. Contudo, se o valor da largura for superior a 1,20 m então será necessário colocar
armadura para fazer face aos esforços aplicados. A armadura mínima nestes casos serão barras de 5
mm espaçadas entre si de 500 mm.
desta forma pode-se obter as estimativas de pré-esforço a tempo infinito através do Quadro 3.3:
Quadro 3.3 - Perdas de pré-esforço
32
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
(3.22)
(3.23)
(3.24)
sendo o valor de (ΔM), a considerar nesta equação, corresponde ao maior valor entre as seguintes
equações:
(3.25)
(3.26)
No entanto, se as juntas transversais entre as extremidades finais dos elementos pré-fabricados for
inferior a 50 mm, ou se essas juntas não estiverem preenchidas com betão, então, o valor de (ΔM),
deverá ser calculado de acordo com o menor dos seguintes valores:
(3.27)
(3.28)
33
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
Se a ligação entre elemento pré-fabricado e o apoio for de betão – betão, então o valor do coeficiente
de atrito (μ0) e (μb) será igual a 0,84. A Fig. 3.7, exemplifica os parâmetros atrás referidos
NEd
0 MEdt
As
h
0 NEdb
2 a/ 3
NEdb
c a
Quando o valor dos momentos gerados nos apoios for inferior ao dado pela equação (3.29), então
segundo este regulamento, é possível omitir o reforço nos apoios.
(3.29)
h altura da laje em m
W t módulo da secção relativamente à fibra superior
Caso a condição acima não se verifique, deverá ser necessário colocar armadura, devidamente
dimensionada de acordo com os momentos existentes nos apoios. Quando houver armadura negativa
para colocar no pavimento, poderá ser colocada: na camada de betão colocada “in situ”, nas juntas
entre as pré-lajes, nos alvéolos, ou em dispositivos, construídos propositadamente, para colocar este
tipo de armadura, como mostra a Fig. 3.8.
4
Para outros casos consultar a Norma EN 1168:2005[14]
34
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
(3.30)
(3.31)
Segundo a Norma EN 1169[14], pode-se obter a tensão de cálculo ao corte com a influência das duas
fases que a pré-laje terá que resistir, fase de construção e fase de vida útil. Assim, pode-se considerar a
rigidez existente em cada uma das fases de forma independente, equação (3.33). Desta forma para
calcular a segurança das lajes compostas ao corte, pode-se utilizar as seguintes equações:
(3.32)
(3.33)
(3.34)
35
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
Para uma verificação do esforço transverso, não é necessário considerar os valores que se situam entre
a face do apoio, e uma distância de 0,5 h, já que pode-se considerar que as cargas que actuam nesta
zona descarregam directamente no apoio.
Se os esforços transversos, não provocarem rotura ao corte, será necessário, verificar a resistência
aderente da camada de betão colocada “in situ”. Assim o valor do esforço tangente na junta de
betonagem será igual à equação (3.35), e que deverá ser confrontado com o valor da equação (2.5)
(3.35)
[6]
Fig. 3.9 - Esforços nos extremos da pré-laje (ver FIP )
Para efectuar o cálculo dos esforços nas superfícies será necessário ter em conta os efeitos de fluência
e retracção. Numa primeira abordagem será necessário calcular o valor do esforço axial existente na
camada de betão colocada “in situ” devido aos fenómenos acima descritos. Assim, o valor do esforço
axial será igual à equação seguinte:
(3.36)
(3.37)
36
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
φ coeficiente de fluência
Depois de obtido o valor do esforço axial da camada de betão colocada “in situ”, será necessário
calcular o valor dos esforços presentes na superfície entre os dois betões. Assim, o valor deste esforço,
será o resultado entre o esforço axial acima calculado, com o valor dos esforços que serão transmitidos
para a pré-laje, ver Fig. 3.10.
N1 N1
1 1
e
No
2 2 Mo
Assim, o valor dos esforços tangentes que a interface terá que resistir poderão ser calculados através
da equação seguinte.
(3.38)
Segundo a FIP[6], o valor da tensão existente nos extremos da pré-lajes, através da retracção do betão
superior, (ver Fig. 3.11), poderá ser obtido através da equação (3.36).
3t
(3.39)
Este valor terá que ser comparado com o valor da resistência da superfície equação (2.5) ou (2.8). No
entanto, se este valor for superior ao da tensão resistente, será necessário calcular o valor da armadura
que resistirá a estes esforços.
37
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
(3.40)
(3.41)
d h
bc
(3.42)
38
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
(3.43)
VETd Valor de cálculo do esforço transverso actuante, provocado pelo momento torsor
TEd Valor de cálculo do momento torsor actuante
bw – é a distância ao sítio (extremo) mais distante a nível do centro de gravidade
(3.44)
(3.45)
39
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
Desta forma, a capacidade de corte que a laje deverá resistir em relação a uma carga concentrada,
deverá ser calculada de acordo com a equação seguinte:
(3.46)
(3.47)
Se a camada de betão colocada “in situ” tiver funções estruturais, a espessura dessa camada deverá ser
tida em conta, no cálculo da resistência ao punçoamento.
Para cargas concentradas em que mais de 50% das cargas está aplicada sobre (bw2) (nervura de bordo),
a fórmula da resistência é aplicável se houver pelo menos uma armadura de pré-esforço nessa nervura,
e houver reforço ao esforço transverso. Se alguma destas condições não se verificar, a resistência dada
pela equação (3.47) deverá ser dividida por 2. O esforço transverso deverá ser formado por armadura
no topo do elemento, ou na camada de betão colocada “in situ” com um comprimento de pelo menos
1,20 metros e completamente ancorada, e deverá ser calculada para uma força igual à força total da
carga concentrada.
Se uma carga acima do alvéolo tiver uma largura menor que metade da largura do alvéolo, uma
segunda resistência deve ser calculada com esta mesma equação, mas em vez de (h), deve-se substituir
40
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
pelo menor valor da espessura acima do alvéolo da pré-laje, e o valor de (beff) deverá ser substituído
pela largura da carga. Deve-se ter em consideração o valor mais baixo da resistência calculada.
(3.48)
41
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
com o valor deste esforço, será possível efectuar o cálculo da armadura necessária na ligação entre
alma e banzo de forma a evitar a rotura por corte. Assim, o valor da armadura terá que respeitar as
equações (3.49) e (3.50), que representam a área de armadura necessária e o valor máximo de esforço
transverso, segundo o qual não haverá o esmagamento das escoras de betão comprimidas.
(3.49)
(3.50)
bi
42
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
b
bf bw bf
hf1
hf2
ba a
(3.51)
43
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
neutro se situar na camada de betão colocada “in situ”, a junta de betonagem irá estar fendilhada, e
será necessário dimensionar armadura, para resistir aos esforços tangentes existentes.
44
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
4
Estados Limites de Serviço
4. ESTADOS LIMITES DE SERVIÇO
4.1. DEFORMAÇÃO
O controlo da deformação é um dos aspectos importantes para o correcto funcionamento da estrutura,
bem como o seu aspecto final. Porém existem limites máximos admissíveis, para evitar a elevada
deformação e consequentes patologias nas estruturas, ou até o desconforto na sua utilização.
No entanto, esta flecha poderá obter um valor elevado quando o vão atingir grandes dimensões,
segundo o CSTB[12] , quando a flecha atinge 1 cm o valor limite de uma flecha poderá ser reduzido em
comparação com os valores acima calculados, como indica o Quadro 4.1. Como se pode observar
neste quadro, a fórmula de cálculo da flecha limite altera-se quando o valor da flecha atinge os 1 cm.
45
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
(4.1)
5
coeficiente de fluência é igual a 2
O momento que provoca o aparecimento da primeira fenda é calculado tendo em conta o valor médio
de tensão de rotura do betão à tracção (fctm), a inércia da peça e a distância do centro de gravidade à
fibra mais traccionada da peça. Assim o valor deste momento será igual a:
(4.2)
Assim, o valor da flecha total que ocorrerá na estrutura a partir da fase de construção até à fase de vida
útil da estrutura, é calculada através da equação
(4.3)
(4.4)
(4.5)
=0 se
se
No entanto, o que provoca certos danos nas componentes ligadas à estrutura (como por exemplo
alvenarias), não é o valor total da flecha da laje composta, mas sim o valor da flecha que ocorre depois
dessas componentes se encontrarem construídas. Assim, para calcular a flecha que poderá danificar os
5
Para informações mais detalhadas consultar Eurocódigo 2[3] , secção (3.1.3)
46
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
elementos ligados à estrutura será a diferença entre a deformação total, e a deformação ocorrida depois
desses elementos se encontrarem construídos.
Se a construção dos elementos ligados à estrutura, ocorre logo após construção da pré-laje, o valor da
flecha será dado pela equação (4.6):
(4.6)
(4.7)
(4.8)
=0 se
se
no entanto caso a construção desses elementos, ocorra muito depois da construção da laje composta, o
seu valor será de acordo com a equação (4.9).
(4.9)
(4.10)
(4.11)
=0 se
se
Caso existam apoios intermédios, o valor da flecha que ocorre depois da construção é contabilizado a
partir do instante em que os apoios são retirados.
De acordo com as equações (4.6) e (4.9), pode-se calcular a flecha que ocorre logo após a fase de
construção ou retirada dos apoios, até à fase de construção dos elementos ligados à estrutura.
(4.12)
em que o coeficiente está compreendido entre 0 e 0,5 e depende do número de dias entre a
construção dos elementos e a retirada dos apoios.
(4.13)
(4.14)
47
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
t número de dias
Por fim, o valor da flecha que os elementos ligados à estrutura irão resistir será calculado através da
equação (4.15). É a partir deste valor que os valores limites de deformação admissíveis atrás descritos,
terão que ser comparados.
(4.15)
Quando se tratam de pré-lajes com treliças metálicas é possível reduzir a flecha final, através de um
coeficiente nunca menor que 0,85 que deverá ser demonstrado por testes experimentais. Esta redução
deve-se ao facto das treliças metálicas serem benéficas para a redução da flecha da estrutura.
Flecha Vão
10 mm L ≤ 4,00 m
4.2. FENDILHAÇÃO
O aparecimento de fendas no betão armado é muito difícil de contrariar. São normais em estruturas
sujeitas a flexão, esforço transverso, torção ou tracção resultante de fenómenos intrínsecos no betão.
Com o aparecimento dessas fendas poderão aparecer outros problemas inerentes, tais como: corrosão
das armaduras; permeabilidade em que poderá levar diminuição do tempo de vida da estrutura; falta de
estanqueidade em reservatórios e também ao mau aspecto da estrutura.
48
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
para as classes de exposição X0 e XC1 a largura de fendas não têm influência sobre a durabilidade, o
limite é estabelecido para garantir um aspecto aceitável da estrutura.
(4.16)
6
Para estas classes de exposição deve verificar-se, ainda, a descompressão para a combinação quase permanente de
acções.
7
Para valores intermédios, o coeficiente é calculado através de uma interpolação.
49
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
50
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
Já para o caso das acções quase-permanentes, se a tensão no betão for inferior a 0,45 fck, é considerada
uma fluência linear, caso contrário, será necessário considerar uma fluência não linear. Para estruturas
em fase de construção a tensão do betão poderá ser limitada entre os 0,45 fck e 0,6 fck, dependendo da
duração da sua construção.
Em relação às armaduras, as suas tensões de tracção devem igualmente ser limitadas, com o objectivo
de evitar: as deformações não elásticas, o excessivo grau de fendilhação e deformação, a protecção das
armaduras à corrosão. Por isso para as acções características, a redução da tensão das armaduras
recomendada é de 0,8, assim, temos uma tensão máxima de 0,8fyk.
51
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
52
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
5
Disposições Construtivas
5. DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS
5.1. RECOBRIMENTO
Relativamente à durabilidade dos produtos pré-fabricados, as distâncias entre as armaduras e as
superfícies da lâmina de betão estão regulamentadas de acordo com a Norma NP EN 13369[11]. As
classificações da agressividade do meio e dos recobrimentos mínimos, são dados através do Quadro
5.1 e Quadro 5.28, respectivamente.
Quadro 5.1 - Classes e designações de recobrimentos
A Baixa X0 - XC1
B Moderada XC2-XC3-XC4
C Normal XD1-XF1-XA1-XF2
D Elevada XA2-XD2-XS1-XF3
Estribos e varões de
Outras armaduras Armaduras de pré- Outras armaduras de
ligação para betão
para betão armado esforço em lajes pré-esforço
armado em lajes
Classes ≥ C40/50 ≤ C40/50 ≥ C40/50 ≤ C40/50 ≥ C40/50 ≤ C40/50 ≥ C40/50 ≤ C40/50
A 10 15 10 15 20 25
B 10 15 20 25 30
C 15 20 25 30 35
D 20 25 30 35 40
E 30 35 40 40 40
8
Para uma informação mais detalhada, consultar a Norma NP EN 13369[11]
53
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
20
10
c
250
As armaduras longitudinais também terão que respeitar certos limites mínimos, isto para ser possível
efectuar uma boa compactação do betão e não haver problemas de passagem dos agregados. Os
valores desse espaçamento poderão ser consultados através da Fig. 5.2.
54
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
As treliças não poderão ser muito espaçadas entre si, assim segundo a Norma europeia[8], o limite
máximo entre as treliças (a1), e o limite entre as treliças e o bordo da pré-laje (a2), ver Fig. 5.3, é dado
de acordo com as equações (5.1)e (5.2).
a1 a2
ht
(5.1)
(5.2)
(5.3)
(5.4)
9
(5.5)
(5.6)
9
Valor válido para lajes com espessura inferior a 25 cm e para varões com diâmetros menores que 32mm
55
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
O valor de (α6) é igual a 1,50, porque mais de 50% das sobreposições encontram-se dentro do
intervalo de 0,65 l0:
0,65 l0 0,65 l0
l0
lb,rq
v + lo v + lo d lb,rqd
v
l0
10
Para mais informação acerca da redução do comprimento de amarração consultar Eurocódigo 2[3] , na cláusula 8.4.4 (2)
56
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
(5.7)
(5.8)
lbd
lbd
11
Para mais informação acerca da redução do comprimento de amarração consultar Eurocódigo 2[3] , na cláusula 8.4.4 (2)
57
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
também deverá ser respeitado o valor mínimo do comprimento de amarração dado pela equação (5.7).
O valor dos comprimentos de amarração e sobreposição podem ser observados na Fig. 5.8
l0 l0
lbd lbd
1ª hipótese 2ª hipótese
Ac
Aj
Ap
(5.9)
h, dg valores em (mm)
Em relação ao valor admissível para as espessuras acima e abaixo dos alvéolos, a Norma EN 1168 [14] ,
define como valor mínimo o obtido através da equação seguinte,
(5.10)
58
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
no entanto o valor da menor espessura superior não poderá ser inferior a 0,25 bc, ver Fig. 5.10, em que
o valor de bc é a distância entre as espessuras superiores em 20%, da espessura mínima.
bc
1,2 hf
1,2 hf
hf
Fig. 5.10 - Valores mínimos da secção transversal
c2
c1
c
(5.11)
(5.12)
59
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
30
30
35
2,8
30
(5.14)
(5.15)
60
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
a1
a2
bw
hf
hp
a3
61
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
62
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
6
Exemplos de aplicação
6. EXEMPLOS DE APLICAÇÃO
6.1. PRÉ-LAJE COM TRELIÇAS METÁLICAS
Pretende-se dimensionar um pavimento, de um edifício público, com 4,8 metros de largura, por 10
metros de comprimento, possuindo uma viga intermédia, em que as pré-lajes apoiarão. O esquema
representativo é o seguinte:
10
4,8
0,4
Na fase de construção este tipo de elemento é pouco resistente. Desta forma, os materiais a utilizar,
não poderão ser de classes muito baixas. Assim, utilizar-se-á um betão na lâmina da pré-laje da classe
C30/37 e as armaduras a utilizar serão do tipo A500 (fcd = 20 MPa; fctd = 1,33 MPa; fyd = 435 MPa).
Como se trata de um edifício público, as cargas a considerar segundo o RSA[15] são, para as cargas
permanentes 2,5 kN/m2, e para as sobrecargas 4 kN/m2.
A altura da laje será calculada, através de estimativas que dependem do vão, e que de certa forma
controlam a deformada da laje. Assim o valor a adoptar deverá estar entre os seguintes valores.
Com estes resultados, podemos estimar uma espessura da laje composta de 0,16 m. Em relação á
lâmina de betão, o valor a adoptar será o mínimo regulamentar que são os 0,05 m.
Desta forma as cargas presentes na estrutura de betão adquirem os seguintes valores:
- peso próprio da pré-laje:
63
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
-cargas de construção:
Todos os valores das cargas presentes neste caso estão inseridos no Quadro 6.1.
Quadro 6.1- Valores das cargas aplicadas (kN/m2)
Gpl 1,25 3
Qc 1 2,4
Gp 2,5 6
Q 4 9,6
Assim, a geometria da secção do elemento pré-fabricado, irá estar de acordo com os valores
regulamentares calculados. O espaçamento a adoptar entre treliças será de 0,8m e o espaçamento entre
as treliças de bordo e o bordo, será de 0,4 m. A geometria da secção transversal da peça poderá ser
visível na figura seguinte.
100
64
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
Estas cargas são utilizadas para calcular a armadura superior da pré-laje, necessária para suportar os
esforços na fase de construção.
Com este valor será possível calcular a armadura necessária, para resistir aos momentos flectores
positivos.
O valor de z1 a considerar é a distância entre os braços das duas armaduras, superior e inferior. Em
relação a fyd,r , é o valor de cálculo da tensão de cedência à compressão do aço das armaduras de betão
armado. Num primeiro pré-dimensionamento, pode-se considerar este valor igual a 300 MPa, valor
este que depois será confirmado.
65
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
Como calculado anteriormente, a estrutura irá possuir três treliças, assim o valor da área de armadura
obtida deverá ser dividido por esse valor
No entanto, para não ser necessário colocar grande quantidade de armadura, poderá ser mais
económico, a colocação de apoios centrais na fase de construção. Assim, caso seja colocado um apoio,
o valor dos momentos flectores positivos será menor, contudo, o valor dos momentos flectores
negativos gerados nos apoios também terão que ser verificados. Desta forma, o novo diagrama de
momentos flectores será o ilustrado na Fig. 6.4.
O valor da armadura terá que ser dimensionada de acordo com os momentos flectores negativos
MEd=14 kN.m, ou pelos momentos flectores positivos MEd=10kN.m
66
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
Neste último caso será necessário confirmar se o valor da tensão resistente do aço é inferior aos 300
MPa. Para o cálculo do varejamento é necessário aplicar as fórmulas do subcapítulo 3.1.1.1.
Como o valor da tensão resistente do aço é menor que 300 MPa, será necessário recalcular o valor da
armadura necessária.
67
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
Para um dimensionamento económico, será possível redistribuir o valor dos momentos flectores. Se
redistribuirmos o permitido pelo EC2[3] , obtemos o valor seguinte:
logo só será permitida uma redistribuição de 25%. Desta forma, o valor do novo diagrama de
momentos flectores, Fig. 6.6, ficará com os seguintes valores:
Uma vez que o valor dos momentos redistribuídos é superior ao valor dos momentos com alternância
de sobrecargas, o valor que será dimensionado é o de MEd=33,3 kN.m.
68
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
Como as armaduras laterais das treliças, são muito onduladas, será vantajoso considerar varões com
pequenos diâmetros. Assim, admite-se que o diâmetro do varão é de 6 mm, e posteriormente será feita
a verificação da conformidade desse varão. Quando estiverem a actuar esforços tangenciais nas
superfícies de betão, parte das armaduras laterais, estarão à compressão e a outra parte à tracção. Para
efeitos de cálculo, pode-se calcular a resistência destas armaduras à compressão, e numa atitude
conservadora, admitir que estão todas à compressão. Assim o valor resistente das armaduras, será
igual a:
O valor de α será de acordo com o EC3[8] o qual será igual a 0,49, e o valor de Le = 0,8x0,113
Com a resistência à compressão das armaduras laterais das treliças, então a armadura necessária para
resistir aos esforços tangenciais existentes entre as duas superfícies dos betões de diferentes idades
será:
No entanto esta armadura, é a necessária para resistir aos esforços tangenciais entre superfícies, num
comprimento, igual ao comprimento dos triângulos formados pelas treliças, assim sendo, o valor desta
armadura deverá ser dividido pelo número de nervuras (3), e pelo número de varões que atravessam a
interface dos dois betões (4).
69
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
Depois de verificada a aderência entre os dois betões, será necessário verificar se a pré-laje resiste ao
corte vertical da estrutura, na fase de construção. Desta forma, deverão ser calculados os esforços
transversos, Fig. 6.8, na fase de construção.
Como existem três nervuras, esse valor será repartido pelas mesmas.
Num dimensionamento económico, para reduzir o diâmetro dos varões, é aconselhável aumentar o
número de treliças da pré-laje. Assim, se aumentarmos para 4 treliças ficamos com a geometria
presnte na Fig. 6.9.
100
Neste caso será necessário verificar a armadura superior da pré-laje e a armadura lateral das treliças,
visto serem estas a que serão fundamentais na fase de construção da laje composta.
70
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
Para a pré-laje resistir aos esforços de corte verticais, com quatro treliças o valor do diâmetro da
armadura lateral, deverá ser de pelo menos:
Caso a armadura não fosse suficiente, uma boa solução seria o aumento do ângulo das armaduras
laterais das treliças metálica.
50
2400
71
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
Depois de efectuado o cálculo do centro de gravidade da secção, pode-se proceder ao cálculo das
inércias
Em que o valor de z1‘ é a distância da armadura superior à superfície da lâmina de betão e z2’ a
distancia da superfície da lâmina à armadura inferior.
Como o valor de x não é um valor positivo, então o eixo neutro não se encontra na lâmina de betão,
logo o valor do centro de gravidade da peça quando esta se encontra fendilhada ficará acima da
lâmina. Para calcular o eixo neutro será da seguinte forma:
Como o valor de MGt+MGpl é superior ao valor de Mcr, então a secção encontra-se fendilhada. Então o
valor da inércia da peça quando esta se encontra fendilhada é:
72
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
Desta forma a flecha da estrutura será calculada de acordo com as equações apresentadas no Capítulo
4.
6.1.8. DEFORMAÇÕES
Sendo o valor limite da flecha igual a L/400. Assim o valor limite será:
Como o valor limite é superior ao valor de cálculo, então a deformação na fase de construção é
respeitado.
73
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
em que o valor de z1’ e z2’ são as distâncias da parte superior da laje composta às armaduras superiores
e inferiores, respectivamente.
Assim os valores das novas inércias são:
74
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
MGpl 6,81
MGt 15,6
MGp 13,64
MQ 8,728
Mtotal 44,78
Como o valor de Mtotal é superior ao valor de Mcr, então a secção encontra-se fendilhada.
Este será o valor total da flecha da laje composta. No entanto, a flecha final que ocorrerá depois da
construção de elementos susceptíveis de serem danificados pela flecha será, calculado seguidamente.
Como o valor de Mcr é menor que o valor de MEd então a estrutura não estará fendilhada.
75
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
Se for considerado que os apoios serão retirados 10 dias depois da construção, então:
Como 10 mm é menor que 6,65 mm então a verificação á deformação da estrutura fica assim
verificada.
6.1.10. FENDILHAÇÃO
Como se trata de uma laje, vamos considerar que a estrutura poderá fendilhar até 0,3 mm.
76
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
A fendilhação deverá ser verificada nas duas fases, a que o elemento estará sujeito. Assim na fase de
construção será:
Os valores limites para a fendilhação deve ser inferior a 0,3 mm. Como referido no Capítulo 4, a
fendilhação poderá ser controlada, através do diâmetro dos varões e do espaçamento entre eles. Desta
forma o Quadro 6.3, mostra os valores limites da tensão do aço, quando estivermos perante um
diâmetro de 10 mm, e um espaçamento de 100 mm.
Quadro 6.3 - Valores das tensões limites
320 MPa
Como as tensões respeitam os limites regulamentados, então a estrutura não terá problemas de
fendilhação.
Os desenhos relativos a este exemplo, poderão ser visíveis em anexo.
-4 4
I = 3,524E m
-3 3
S = 2,89E m
0,10
0,16
e = 0,0488 m
L=5m
0,03
0,03
0,10 0,02
1,20 d = 0,13 m
77
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
78
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
Desta forma pode-se proceder ao cálculo da tensão dos cabos de pré-esforço a tempo infinito.
Se for aplicada uma força na armadura de pré-esforço de 0,8 fpk, segundo o Quadro 3.1, obtêm-se as
perdas de pré-esforço que se situarão nos 21%. Assim para o dimensionamento da armadura de pré-
esforço podemos considerar:
Esta armadura deverá ser distribuída pelas nervuras deste tipo de elemento.
Na fase de construção
79
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
0,85fcd
x 0,8 x
Fp
O eixo neutro da peça encontra-se abaixo dos alvéolos, existindo perda de resistência pela ausência de
betão. Em relação ao momento flector resistente, este deverá ser comparado o máximo entre o flector
actuante na fase de construção e o da fase de vida útil da obra.
Como a pré-laje, não resiste a estes esforços, então será necessário colocar uma camada de betão para
aumentar a resistência do elemento. Se for colocada uma camada de 0,05 m, então a nova geometria
do elemento será de acordo com a Fig 6.13.
2
A = 0,1785 m
1,14 yc = 0,1128 m
-4 4
I = 8,060E m
0,03
0,05
-3 3
S = 5,34E m
e = 0,0828 m
0,10
L=5m
d = 0,18 m
0,03
0,03
0,10 0,02
1,20
Fig. 6.13 - Pré-laje alveolar com camada de betão colocada "in situ"
80
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
Como o valor de MRd é superior ao valor de MEd então com a camada de betão colocada “in situ” a
peça verifica à flexão.
Se a superfície for considerada lisa, e se não for considerada a existência de armadura nas juntas de
betonagem dos dois betões, então, o valor da resistência tangencial das superfícies poderá ser
calculado através da seguinte equação.
como , então a aderência entre a interface dos dois betões fica assim verificada.
81
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
Para proceder ao cálculo, é necessário saber o valor dos esforços provocados na fase de construção e
os restantes esforços aplicados na fase de vida útil da estrutura. Assim os valores dos momentos
flectores na fase de serviço são:
82
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
6.2.10. FENDILHAÇÃO
Em relação à fendilhação, será necessário avaliar as tensões existentes nas fibras extremas, para um
estado limite de serviço. Como o valor da tensão na fibra inferior é igual a -0,99 MPa, então a fibra
mais desfavorável, não chega a fendilhar na fase de serviço.
6.2.11. DEFORMAÇÃO
Para o cálculo da deformada temos que obter o valor final das cargas em serviço a actuar na laje
composta na fase de vida útil:
O valor limite de deformação será então igual aos valores apresentados no Quadro 4.1 e no Quadro
4.2, para a flecha na fase de vida útil e fase de construção respectivamente.
Como o valor limite é inferior ao valor de cálculo, então a flecha da estrutura fica assim verificada.
83
Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
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Análise e dimensionamento de pavimentos construídos a partir de pré-lajes de betão
7
Conclusões
7. CONCLUSÕES
7.1. CONCLUSÕES GERAIS
Actualmente, os elementos pré-fabricados são soluções muito competitivas em relação aos métodos
tradicionais utilizados na construção, porque combinam uma maior: rapidez, economia e qualidade.
No entanto, existe um problema associado aos elementos pré-fabricados que é a aderência entre os
betões de diferentes idades. Esta aderência deverá ser adquirida através de armadura de costura, ou das
características das superfícies que estarão em contacto com o betão colocado “in situ”.
Comparando todos os elementos referidos neste documento, torna-se evidente que as pré-lajes com
treliças metálicas são aquelas que apresentam menor capacidade para suportar as cargas existentes
durante a fase de construção. Nessa fase, existe pouca resistência à flexão, porque a armadura da zona
superior da treliça não consegue suportar grandes esforços. Em relação ao corte vertical, este tipo de
esforço será resistido pela pequena lâmina de betão e pelas treliças metálicas. Será necessário neste
tipo de elemento, ter cuidados especiais com a flecha na fase de construção, já que estes elementos
apresentam uma pequena rigidez. No entanto quando esta laje se encontra composta, resiste a valores
elevados de sobrecarga, sendo a sua utilização muito comum em pontes e viadutos. No entanto, este
tipo de elementos tem uma grande desvantagem, a construção da sua armadura é muito complexa, o
que acarreta elevados custos no produto final.
As pré-lajes alveolares são as que conseguem suportar um maior valor de cargas na fase de
construção, em comparação com os tipos aqui apresentados. Este tipo de elemento, é muito
competitivo, quando as sobrecargas não são muito elevadas, porque quando o eixo neutro se situa
abaixo dos alvéolos, haverá uma redução da resistência à flexão, devido à inexistência de betão nos
alvéolos. No entanto se for colocada uma camada de betão o problema do eixo neutro, poderá ser
solucionado. Este tipo de elemento é penalizado em relação aos outros na aderência entre a interface
da pré-laje e o betão colocado “in situ”, visto ter uma menor superfície de contacto, ou a ausência de
armadura. Em relação aos custos, este tipo de elemento tem um valor intermédio nas pré-lajes aqui
referidas.
Na fase de construção as pré-lajes nervuradas, são mais resistentes que as com treliças metálicas,
embora não alcancem os valores das alveoladas. No entanto, em relação à aderência da interface, este
tipo de elemento, obtem maiores valores que a alveolada, devido à maior superfície de contacto,
embora tenham uma aderência limitada, devido à falta de armadura. Estes elementos são os mais
competitivos no mercado, em relação ao preço.
As pré-lajes em duplo “T” são as pré-lajes que conseguem atingir os maiores vãos. O sistema de
aderência é feito de forma análoga ao das pré-lajes alveoladas, em que esta irá depender da rugosidade
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da superfície de contacto entre os dois betões e as características destes mesmos materiais. Este tipo de
elemento tem um preço muito semelhante ao das pré-lajes nervuradas.
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BIBLIOGRAFIA
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[2] FIP Guide to good practice, Composite Floor Structures, 1998
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[4] LNEC Cadernos de encargos de execução e regras de cálculo e de concepção para pavimentos de
lajes maciças executadas a partir de prelajes com nervuras em “treillis”, Lisboa, 1975
[5] Eurocódigo 1 (EC1) Norma Europeia NP EN 1991-1-1
[6] FIP Guide to good practice, Shear at the interface of precast and in situ concrete, 1982
[7] CEB-FIP Model Code – 78
[8] Eurocódigo 3 (EC3) Norma Europeia ENV 1993-1-1:1992
[9] Apontamentos académicos do Professor Mota Freitas, ano 2006/2007
[10] Faria, R., Vila Pouca, N., Nova regulamentação para o projecto de estruturas de betão, Esforço
transverso, Torção e Punçoamento, DECivil 1999
[11] Norma Portuguesa EN NP 13369:2003, Regras gerais para produtos pré-fabricados
[12] CSTB, Dalles pleines confectionné´s à partir de prédalles préfabriquées et béton coule en
oeuvre,1985
[13] European Standard EN 13747:2005, Precast concrete products – Floor plate for floor system
[14] European Standard EN 1168:2005, Precast concrete products – Hollow core slabs
[15] Regulamento de Segurança e Acções para Estruturas de Edifícios e Pontes, Porto Editora, Porto,
2005
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ANEXOS