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O A L V O R E C E R D E

CRISTO

DEVOCIONÁRIO DE PÁSCOA
ILUSTRAÇÕES POR CLARISSE TERESA
O A L V O R E C E R D E

CRISTO

Esse material é uma produção gratuita da CULTIVAR & GUARDAR


e não pode ser comercializado ou reproduzido sem autorização.
NOTA DOS EDITORES

A Páscoa vem de Deus para as famílias. Em toda a narrativa bíblica vemos Deus operar por meio da
estrutura familiar — este é o padrão essencial no plano de Deus em toda a história.

Ao meditarmos nos dias da Páscoa, desde a libertação do povo judeu até a formação de uma grande
casa espiritual de todas as nações, o núcleo central é a família, a origem da história é uma perfeita
família, e o alvo final é a formação de uma nova família de muitos filhos, semelhantes a Jesus, para a
glória de Deus, o Pai.

Mesmo em meio às decepções, negações e traições experimentadas na família de discípulos, eles


permanecem sendo um por causa de Cristo, e só por meio dele. Continuam vivendo e comendo juntos,
até a última ceia, em um lar preparado para eles. Até perto da cruz de Jesus permanece de pé a figura
familiar. Sua mãe e sua tia estão lá, vendo o menino Jesus que se tornou homem, servo sofredor, e
ainda naquela hora, faz questão de não deixar sua mãe sozinha, mas a conecta há uma continuidade de
laços familiares com seu discípulo amado (Jo 19:25-27) — a família de Jesus nunca mais teve fim.

Não há mais separação. Para sempre seremos uma família! Na Sua morte, nosso espírito ganha vida.
Cristo, que é um com o Pai, torna-se um com Sua Igreja. Nunca mais seremos apenas corpos mortais.
Nunca mais seremos somente uma família isolada. Para sempre, temos um Pai; eternamente, temos um
irmão. Isso é tão verdade que agora mesmo, na trindade, há um Deus com corpo humano que venceu a
morte, e, para sempre, carrega as marcas que fizeram nascer a Família do Cordeiro!

Para a Glória de Deus,

Fabiano e Jaqueline Krehnke


Fundadores da CULTIVAR & GUARDAR

Direção Executiva: Fabiano Krehnke


Edição de Conteúdo: Gabriela Marold
Diagramação: Jaqueline Krehnke
Artes: Clarisse Teresa
Índice
DIA 01 O Rei humilde (Domingo de Ramos)
DIA 02 Uma Páscoa Pagã (Segunda Feira Santa)
DIA 03 Porventura Sou Eu? (Terça Feira Santa)
DIA 04 48 horas de Aflição (Quarta Feira Santa)
DIA 05 A Última Ceia (Quinta Feira Santa)
DIA 06 Está consumado! (Sexta Feira Santa)
DIA 07 O Sábado Eterno (Sábado de Aleluia)
DIA 08 A Vida no Poder da Ressurreição (Domingo da Ressurreição)
EXTRA Relógio da Paixão
DIA 01 DOMINGO ✝

O Rei Humilde
Darli Lopes

“Mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos


homens.” (Filipenses 2:7)

A vida de Cristo é marcada pela humilhação. Os judeus da época esperavam um rei


suntuoso, poderoso e forte a seus olhos para os libertar das forças do império romano;
e ao contrário de suas expectativas, nasce o bebê Jesus em uma manjedoura, cresce
de forma humilde em Nazaré, come com a pária da sociedade, e sua última semana de
vida inicia-se com sua entrada em Jerusalém em cima de um jumentinho emprestado.

Este último fato ocorreu para cumprir a profecia feita pelo profeta Zacarias. Quando os
judeus perceberam a semelhança clamaram: Hosana! Hosana! Que significa: Salva-nos
agora! Mas algo que também nos surpreende neste relato, é que o mesmo povo que
clamava por salvação neste dia, foi o mesmo que gritou poucos dias depois, "Crucifica-
o"! Israel crucificou o seu verdadeiro Rei.

Por vezes me pergunto, a qual rei temos clamado? Qual tem sido nosso grito? Temos
vivido nossos dias estendendo ramos e capas ao nosso Rei humilde para que Ele faça
morada em nós e assim nos tornemos parecidos com Ele?

Em Filipenses capítulo dois, Paulo nos exorta a termos a mesma atitude de Cristo que
não considerou ser igual a Deus, muito pelo contrário, humilhou-se e foi obediente até
sua morte na cruz.

A obediência e humilhação marcam nossa trajetória, assim como marcaram a de


Cristo?

Que o nosso clamor seja por vivermos como viveu o nosso Rei Jesus, que mesmo em
sua última semana de vida foi obediente, manso e humilde! Mas que ao terceiro dia de
sua morte, ressuscitou em um corpo de glória e se assentou ao lado de Deus Pai, onde
aguarda o dia em que Ele virá como juiz para julgar ímpios e libertar seus filhos, que
assim como Ele, suportaram todas as coisas e serão livres do pecado de uma vez por
todas.

Irmãos, clamemos: Hosana! Ao Rei humilde, que vem em nome do Senhor!


ORAÇÃO

Deus, nos ajude em nossas fraquezas e nos fortaleça


através do teu Espírito Santo para que sejamos humildes
assim como teu filho foi. Nos ajude a relembrar sua
caminhada até a cruz e que isso nos confronte e nos
transforme! Porque Ele é o Rei! Mesmo em um
jumentinho, sua entrada foi triunfal, assim como sua
ressurreição foi, e também seu aguardado retorno será!
Ora vem Senhor Jesus! Amém.

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The Promise - The Porter's Gate
DIA 02 SEGUNDA ✝

Uma Páscoa Pagã


Beatriz Gonçalves

Sim, ele diz: "Para você, é muito pouco ser o meu servo para restaurar as tribos de
Jacó e trazer de volta o remanescente de Israel. Farei também com que você seja uma
luz para os gentios, para que você seja a minha salvação até os confins da terra”
(Isaías 49:6)

A noite já dura algumas semanas, como resultado deste longo inverno frio no
hemisfério norte. Neste contexto, as nossas plantações morreram, assim como boa
parte dos nossos animais; não há onde encontrar comida. Nossas crianças estão
congelando e adoecendo... Já é março e em breve a primavera chegará, trazendo
consigo luz, calor e vida. As plantas voltarão a germinar, os animais procriarão mais
uma vez. Teremos comida, teremos água e conforto por mais alguns meses.

Esta seria a sua experiência, caso você vivesse num dos comuns rigorosos invernos do
antigo mundo pagão no hemisfério norte. Neste contexto, como não desejar e como
não celebrar a chegada da primavera? Então, percebendo que esse inverno externo
não se contrastava em nada com o nosso inverno interno, com os nossos medos,
anseios, frustrações, arrependimentos e outras questões, como não aguardar
ardentemente também por uma primavera para as nossas almas?

Sim, os antigos povos pagãos celebravam a páscoa, adorando deusas que se


manifestavam em formas de coelhos, ovos e flores — símbolos de vida e fertilidade.
Porém, perceber o anseio profundo que a páscoa-pagã manifestava auxiliou C.S. Lewis
a celebrar com mais vigor a verdadeira Páscoa cristã. Veja, enquanto os pagãos,
carentes de vida, celebravam sombras da satisfação desejada, Jesus veio e nos
manifestou, bem como nos conquistou plenamente, a primavera de nossas almas.
Colocando em termos figurativos, Lewis percebeu que Cristo é o objeto sólido do qual
as demais religiões são sombras difusas; ou, em seus próprios termos, o cristianismo é
o cumprimento dos anseios expressos nas demais religiões.

De fato, a Páscoa, assim como o Natal, são festas pagãs. Mas isso não precisa ser um
problema para nós. Cristo não veio reinventar a roda — tampouco festas religiosas.
Isaías nos diz que Ele veio para ser Luz para as nações. Ele veio iluminar o seu cosmos
criado com muito amor, mas que se envolveu nas trevas deste longo inverno
pecaminoso. Nós, que já experimentamos os efeitos duradouros de sua Obra,
deveríamos intencionalmente celebrá-la e refleti-la àqueles que ainda a aguardam.

ORAÇÃO

Pai amado, nos privamos da tua luz e do teu calor ao


escolhermos nos iluminar e nos aquecer com as nossas
próprias trevas. Reconhecemos esse mal e nos
arrependemos dele. Por favor, nos banhe na vívida Luz
de Cristo. Pai querido, rompa o nosso inverno e nos
traga a sua primavera. Nos ajude a celebrar
apropriadamente a Páscoa verdadeira, da qual as
demais são sombras e desejos.

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No Greater Love — Lazuli
DIA 03 TERÇA ✝

Porventura Sou Eu?


Juliano e Gabriela Marold

“E eles começaram a entristecer-se e a dizer-lhe, um após outro: Porventura, sou eu?"


(Marcos 14:19)

Uma declaração pesada de Cristo arruína o clima festivo do jantar. Os discípulos estão
à mesa, celebrando a Páscoa, quando, de repente, o Senhor Jesus prenuncia: “um
dentre vós, o que come comigo, me trairá”. A Bíblia relata que eles logo começaram a
se entristecer, e a perguntar, um após o outro: “Porventura, sou eu?”.

É certo que, entre os discípulos, havia um traidor: Judas Iscariotes. Sabemos que sua
traição era parte do plano de Deus e havia sido predita nas Escrituras (Sl 41:9). A
traição de Judas foi, em certo sentido, única, e a história desse falso apóstolo mostra
como alguém pode permanecer com o coração não convertido, mesmo após usufruir
de privilégios imensuráveis – afinal, Judas ouviu, por três anos a fio, a pregação do
Deus encarnado; ainda assim, manteve- se afastado da fé genuína. Que não seja essa
a nossa condição…

No entanto, não podemos nos esquecer de que a seu próprio modo, todos os outros
discípulos fraquejaram, abandonando a Cristo na hora mais crucial. O Senhor Jesus
conhecia de antemão a debilidade de todos. Ele mesmo lhes disse: “Todos vós vos
escandalizareis” (Mc 14:27), e: “Eis que vem a hora e já é chegada, em que sereis
dispersos, cada um para sua casa, e me deixareis só” (Jo 16:32).

Os outros onze discípulos também pecaram contra o Senhor. Todos diziam que
morreriam com Ele, se necessário, e que jamais o negariam (Mc 14:31), no entanto,
nenhum deles foi capaz de sustentar seus destemidos discursos quando a provação
chegou.

Quando Jesus foi preso, os onze fugiram (Mc 14:50). O Senhor Jesus suportou a
traição de Judas e o abandono dos seus discípulos – mesmo daqueles mais próximos,
prometendo, ainda, que esses últimos o veriam depois que Ele ressuscitasse (Mc
14:28).

Quantas vezes o Senhor tem suportado nossos pecados? Ele não nos rejeita por causa
de nossas falhas e imperfeições. O que realmente destruiu Judas foi sua falta de
confiança na misericórdia de Deus. Ao contrário de Judas, porém, os onze discípulos
se ergueram novamente, através do arrependimento, e é por meio do arrependimento
que nós também podemos nos reerguer quando pecarmos. Cristo é o nosso Sumo
Sacerdote misericordioso!

ORAÇÃO

Senhor, graças te damos por tua misericórdia infindável.


Que o teu Santo Espírito nos conduza ao verdadeiro
arrependimento vez após vez, dia após dia. Livra-nos de
apegar-nos a coisas transitórias e carregadas de ilusão.
Que o nosso coração esteja alicerçado na verdade, pois
tu és a Verdade. Reafirmamos neste dia que o nosso
desejo é que o seu nome seja glorificado em nossas
vidas. Em nome de Jesus, amém.

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How Deep the Father's Love for Us — Free As a Bird


DIA 04 QUARTA ✝

48 Horas de Aflição
Jaqueline Krehnke

"Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero,
mas sim como tu queres". (Mateus 26:39)

Recentemente passamos por uma situação delicada de doença na família. Meu pai
precisou fazer uma cirurgia para retirar um tumor no intestino delgado e correu tudo
bem, mas na recuperação, houve uma complicação muito grave, os médicos tiveram
que fazer uma reabordagem e deixaram claro que as próximas 48 horas seriam
cruciais para vermos se meu pai sobreviveria durante a entubação na U.T.I.

A nossa família ficou aflita, irmãos de todos os lugares oravam por nós, eram
mensagens frequentes no WhatsApp perguntando como meu pai estava. Eu perdi a
fome, aquelas 48 horas foram, talvez, as mais intensas da minha vida. Ver alguém que
você ama entre a vida e a morte é uma experiência de muita insegurança — eu sentia o
meu peito apertado, a crise de ansiedade, que já não tinha há um bom tempo, resolveu
voltar. Cada toque ao telefone despertava muita tensão, mas no meio de tudo isso,
algo aconteceu.

No dia 8 de fevereiro (exatamente na noite em que a situação do meu pai se agravou),


em uma pacata cidade dos Estados Unidos, chamada Asbury, que fica no Kentucky,
iniciou-se um movimento muito genuíno em uma faculdade. Simplesmente alguns
jovens começaram a louvar a Deus após o sermão e não conseguiram mais parar. Logo
que ouvi sobre o ocorrido o meu coração resistiu e não dei muita atenção, mas ao
saber de testemunhos verdadeiros que contavam o que estava acontecendo naquele
ambiente, logo assemelhei ao que estávamos sentindo como família: parecia que o
próprio Deus nos abraçava durante aquelas 48 horas de tanta aflição. Me lembro que
eu estava tomando banho e do nada uma paz inexplicável invadiu o meu interior,
parecia que estávamos sendo carregados pelas orações dos santos, era como uma
onda de amor nos invadia, algo difícil de descrever. Cheguei à seguinte conclusão: se
aquilo que os irmãos do outro lado do continente estão vivendo é algum tipo de
avivamento então, de fato, eu também estava, e estou, vivendo um avivamento.

Não há espaço para o ceticismo em meio ao sofrimento. Quando você dobra os


joelhos, você ora com toda a fé, quando você canta, as notas musicais que saem de
boca são banhadas de lágrimas e mais lágrimas. Me lembro de ouvir minha mãe louvar
a Deus diversas vezes durante esses dias, e como isso me ensinou. Cristo, em meio à
agonia do Getsêmani, clamava a Deus de todo o coração, Ele mesmo disse: “Minha
alma está muito triste”. A Sua dor no jardim foi um pré anúncio do que iria acontecer
logo após no Calvário. Cristo estava entre a vida e a morte. Cristo sabe o que é
sofrer...
Meu irmão e minha irmã, a nossa dor dói em Jesus. Eu não sei qual é o jardim do
sofrimento que você está passando, mas gostaria de dizer que o mesmo homem que
chorou e suou gotas de sangue está hoje mesmo assentado à destra do Pai. Existe um
humano na Trindade, que nos oferece consolo no dia que se chama hoje, Ele sente o
nosso sofrer como sendo dele. Cristo co-sofre conosco. Ele é compreensivo pois
andou pelo mesmo caminho. Que em meio ao — leve e momentâneo — sofrimento o
seu coração possa experimentar um avivamento vindo dos céus para o seu coração.


ORAÇÃO

Senhor eu te agradeço pelo consolo em meio ao dia da


angústia, seja ela pequena ou grande, eu sei que tenho
um Ajudador ao meu lado que colhe cada lágrima que
escorre do meu rosto. Como diz o Salmista: "Que a sua
lei seja o meu alimento e assim o sofrimento não me
destruirá". Me ajude a confiar plenamente em Ti me
entregando ao Teu consolo e deixando todas as minhas
preocupações aos Teus pés.

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We Are Not Overcome — Bifrost Arts
DIA 05 QUINTA ✝

A Última Ceia
Fabiano Krehnke

"Enquanto comiam, Jesus pegou um pão, e, abençoando-o, o partiu e deu aos


discípulos, dizendo: — Tomem, comam; isto é o meu corpo. A seguir, Jesus pegou um
cálice e, tendo dado graças, o deu aos seus discípulos, dizendo: — Bebam todos dele"
(Mateus 26:26-27)

Diferente de todas as quintas-feiras, esta foi especial. Por que não dizer santa? Este
dia foi de fato separado, único em toda história. Uma mesa foi preparada, um jantar foi
planejado. Não qualquer ceia, mas uma refeição santa foi instituída na quinta-feira da
semana mais dramática e revolucionária que já existiu.

O pôr do sol anunciava o que estava por vir. A mesa de madeira recebia doze homens
mais um — aquele que teria uma mensagem difícil, porém importante, pra entregar:
“Um de vocês me trairá”, diz ele no meio do jantar. Choque, pavor e gritos de “Eu não,
Senhor” se espalharam pela casa daquele certo homem do qual pouco sabemos.

Para além da revelação do amigo traidor, havia um convite estendido àqueles doze
homens. Convite que se estenderia para todos os discípulos de Jesus ao longo das
eras: um chamado à koinonia, uma oportunidade de comungarmos, de nos
apropriarmos de Cristo e dos benefícios da graça redentora ao participarmos do
sangue e do corpo do próprio Cristo.

O que faz desta que ceia uma ceia especial? Por que o pão e o vinho se tornam
elementos distintos aqui? Eles são a Ceia do Senhor! O Cristo, que dá se si mesmo
como ele próprio é em sua natureza doadora, não de má vontade ou em pequenas
porções, como se tivesse medo de esgotar as suas riquezas, ou mesmo suspeitasse
que elas fossem limitadas.

Quando Jesus parte o pão e distribui o cálice, os discípulos não permaneceram sendo
meros espectadores, eram agora participantes. Jesus não só partiu o pão e encheu o
cálice, mas entregou-os a cada um para que comessem e bebessem. Muito mais que
uma ilustração, foi um chamado à participação.

A sua generosidade mostra que que ele sabe de seus recursos inesgotáveis. Ele
concede de acordo com as riquezas da sua glória — a sua própria plenitude infinita. Ele
não só aponta para uma realidade externa, ele mesmo é aquilo que oferece. E ainda
hoje ele nos convida: “tome um pedaço de pão, pegue uma taça de vinho, encontre um
lugar à mesa e alimente-se de mim!”.

ORAÇÃO

Bendito Senhor, desejamos, cada vez mais, que nossa fé


seja fortalecida nas longas noites de tristes notícias e
temores visíveis e invisíveis. Conceda-nos a graça de ter
uma perspectiva abençoada da noite em que tu foste
traído. Que na Ceia do Senhor, ao olharmos para trás,
anunciemos a morte do Senhor. Que ao olhamos para
frente, lembremos que receberemos esta refeição até
que Ele venha. Que ao olhamos para dentro, possamos
examinar-nos, cada um a si mesmo. E quando olhamos
ao redor, que esperemos uns pelos outros.

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Room At the Table — Vineyard Worship
DIA 06 SEXTA ✝

Está Consumado!
Yasmin Pinheiro


(Jo 19:30)
“Está consumado!”

Caminhando pelos acontecimentos da Semana Santa chegamos ao dia em que o amor


de Deus se encontrou com a justiça de Deus, a Sexta-feira em que Jesus foi
crucificado. No dia em que a serpente feriu o calcanhar do descendente de Eva, o
Sumo Sacerdote foi feito sacrifício único em favor de muitos. É importante contemplar
e meditar nos acontecimentos desse dia, dar para este evento o espaço que nos
permita entender a identidade de Jesus como Servo Sofredor (Isaías 53:13-15, 54:1-
12), desamparado (Salmo 22) e Sacrifício único e definitivo (Hebreus 10:1-25). Ao
contemplar estas verdades vemos que a graça não é de graça, ela teve um custo para
Jesus. E ela nos exige uma resposta.

Ele se entregou. Percorrendo os capítulos 18 e 19 do evangelho de João encontramos


Jesus de Nazaré - totalmente humano e totalmente Deus - que já sabia o que lhe iria
acontecer e mesmo assim se entregou aos guardas assumindo sua identidade. Foi
julgado pelas autoridades judaicas, negado por Pedro, julgado por Pilatos que cedeu à
multidão quando sua lealdade a César foi questionada pois não havia encontrado nada
em Jesus que justificasse sua execução. E Pilatos de fato tentou, questionou Jesus
sobre sua identidade e não se aquietou com as acusações que ouvia contra Jesus e
com as respostas que ele dava sobre si mesmo. Atendendo ao clamor da multidão
Jesus é entregue para a execução.

A descrição em si da crucificação é super breve. Como foi para Jesus? Nos quatro
evangelhos há registro de sete momentos em que Jesus falou na cruz, entre outros
aspectos elas nos apontam para sua humanidade e perfeição. Jesus se entregou
completamente ao sofrimento em forma de traição, injustiça, mentira, escárnio e
aflições físicas do começo ao final deste dia. É importante destacar claramente a
postura de entrega ativa de Jesus a crucificação e a morte em si, João registrando o
momento da morte em si “Mais tarde, sabendo então que tudo estava concluído, para
que a Escritura se cumprisse (...) Jesus disse: “Está consumado!” Com isso, curvou a
cabeça e entregou o espírito.” (Jo 19:28-30).

A alegria da Sexta-Feira Santa é esta: “Está consumado!” (Jo 19:30). Sim, de uma vez
por todas, está consumado. Jesus destrói os pecados do mundo, e nada fazemos para
acrescentar ao sacrifício que ele já fez...
Não podemos passar tão rápido por este dia - a graça não foi de graça, ela custou
muito a Jesus. João registrou os acontecimentos deste dia com um propósito: Aquele
que o viu, disso deu testemunho, e o seu testemunho é verdadeiro. Ele sabe que está
dizendo a verdade, e dela testemunha para que vocês também creiam. (Jo 19:35) Para
que creiamos! “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para
que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3:16


ORAÇÃO

Senhor, tu não poupaste a vida do teu Filho por nós e


não conseguimos dimensionar o custo absoluto disso.
Abra os nossos olhos, conceda que nossos corações
creiam em ti. Tome nossos fardos, nossos pecados. Nos
dê a vida eterna. Em nome de Jesus, a fonte da nossa
salvação. Amém.

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Jesus is Crucified — Poor Bishop Hooper
DIA 07 SÁBADO ✝

O Sábado Eterno
Lucas Gonçalves

"Lembre-se do dia de sábado, para o santificar." (Êxodo 20:8)


O Sábado sempre foi um tópico crucial para a espiritualidade do Povo de Deus em


ambos os testamentos bíblicos. Após viver em um longuíssimo regime de escravidão
no Egito, o Senhor libertara Israel e, entre algumas instruções que visavam eliminar o
Egito do coração de seu Povo, Deus os convocou a guardar o Sábado.

Esta instrução tinha como alvo auxiliar didaticamente Israel a desvincular sua
identidade e sua segurança do seu trabalho. O Sábado lhes reforçaria a identidade e o
sustento recebidos gratuitamente do Senhor, a quem foram chamados a amar e a
celebrar de todo o coração.

A Lei do Sábado não fora criada para aprisionar o povo, como posteriormente alguns
líderes buscariam fazer; ele apontava para um descanso contemplativo e relacional,
profundamente enraizado no próprio Criador que, mesmo sendo um Deus amante do
trabalho, conforme Gênesis 1 e 2 nos mostra, no sétimo dia escolheu descansar e
desfrutar dos frutos de seus trabalhos.

Todavia, uma vez que não confiamos a nossa identidade e a nossa provisão a Deus,
buscando garanti-las a partir de nossos próprios esforços, negligenciamos o privilégio
do descanso ao qual o Sábado nos direciona, de tal modo que semeamos e colhemos o
peso esmagador de tentarmos ser autossuficientes.

Pela Graça, essa não é a palavra final. O nosso representante, Jesus Cristo, foi bem
sucedido onde falhamos, morrendo na cruz e permanecendo em pleno silêncio ao
longo de todo o Sábado de Aleluia.

Sua Obra, no entanto, não se restringe a este Sábado, tão especial. Sua ressurreição
no domingo nos revela a grandeza da graça conquistada: o descanso contemplativo,
que o sábado nos convocava a desfrutar, é uma realidade infinitamente maior do que
jamais poderíamos imaginar. Ele é eterno e transbordante de Vida Plena.

O Sábado de Aleluia nos aponta à certeza do Sábado Eterno, para o qual fomos
criados. Há dois mil anos, Cristo descansou em nosso lugar para que pudéssemos
descansar nele, tanto agora no presente quanto no porvir. O convite nos ecoa:
“Venham a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados, e eu os aliviarei”
(Mt 11.28).

ORAÇÃO

Pai, reconhecemos a graça da vocação que nos fizeste


de, dependendo plenamente do Senhor, desfrutarmos
da vida contigo. Infelizmente, temos falhado contigo,
crendo que podemos sustentar as nossas vidas
sozinhos. Graças ao Sábado de Aleluia, temos acesso ao
teu Sábado Eterno, Senhor. Nos ajude a desfrutá-lo para
a tua honra, para a nossa alegria e para o testemunho
público. Em nome de Jesus, amém.

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God Rested — Andrew Peterson
DIA 08 DOMINGO ✝

A Vida no Poder da Ressurreição


Bruno Maroni

"Eles ainda não haviam compreendido que, conforme a Escritura, era


necessário que Jesus ressuscitasse dos mortos” (João 20:9)

A manhã de domingo pós-cruz não foi só a virada de um dia, mas o alvorecer de um


novo tempo: o início de uma partida, o começo de uma novidade permanente.

O início do fim de uma vida sob o escuro do pecado, o começo do Sol desmedido da
Nova Criação, a luz da presença irrestrita e irresistível do Criador. Uma realidade
grandiosa, de fato, inaugurada no amanhecer ordinário de um jardim que, talvez fora
os perfumes levados por uma discípula enlutada, tivesse nada mais que o cheiro da
vegetação remota.

Uma realidade grandiosa que também perfura a monotonia inexpressiva de nossas


vidas comuns. O velho jardim, prenúncio da aguardada Cidade-Jardim, agora acorda o
amanhecer dos subúrbios e periferias, e faz descansar aqueles cansados das ruas,
ruídos e restos das capitais. A manhã da ressurreição te faz acordar e descansar no
presente à espera da Nova Criação? A vida no poder da eterna novidade te faz
acalmar e despertar? Uma nova vida de amor e beleza, justiça e verdade, glória e
maravilhamento.

A corrida alegre de Maria Madalena é um convite apressado: se apresse em viver a


ressurreição hoje — mesmo que seu cumprimento final vague vagaroso no correr da
história. Vá sem medo. Alegre-se! Hora de pisar pra fora.

O sabor dos pães e frescor das frutas chegarão às últimas consequências do prazer e
satisfação, bem como o deleite da arte e a criatividade da ciência. O deslumbre da
mesa entre amigos perderá o limite. O eterno encontro com o Senhor virá.

ORAÇÃO

Pai Eterno, nos faz viver a nova novidade sem fim,


mesmo em meio às angústias que parecem não ter final.
Este é um mundo de dores e doenças, trânsito e
tragédias. Hoje ainda vamos pra cama amargurados,
ainda consumimos mais que amamos. Mas o alvorecer
de Cristo já chegou e não volta atrás. Que o Espírito nos
conduza hoje, e de novo e de novo, até o novo jardim.
Em nome de Jesus, amém.

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By His Stripes — John Pantana
CONTEÚDO EXTRA

RELÓGIO DA PAIXÃO
Acompanhe o “Relógio da Paixão” na sexta feira santa. Medite sobre cada período
e sobre cada passo percorrido pelo Salvador em seu caminho de sofrimento.
RELÓGIO DA PAIXÃO

05 horas
JESUS É CONDUZIDO A PILATOS
Aqui temos o relato da acusação de Cristo diante

de Pilatos, o governador romano.

Para ali, levaram-no apressadamente, para que


fosse condenado por um tribunal romano, e

executado pelo poder romano.

06 horas
JESUS É DESPREZADO POR HERODES
Herodes tratou Jesus muito mal: "Herodes, com os

seus soldados — seus auxiliares e oficiais —

desprezou-o”. Eles o reduziram a nada; é este o

significado da palavra. Terrível maldade! Reduzir a

nada Aquele que criou todas as coisas…


RELÓGIO DA PAIXÃO

07 horas
HERODES DEVOLVE JESUS A PILATOS
Herodes não conseguiu ver um milagre, mas não
desejou condená-lo, nem como um malfeitor, e

por isto o enviou de volta a Pilatos.

08 horas
JESUS É FLAGELADO
Os açoitamentos romanos normalmente eram muito

severos, não se limitando, como entre os judeus, a

quarenta chibatadas. A esta dor e vergonha Cristo se

submeteu por nós.


RELÓGIO DA PAIXÃO

09 horas
JESUS É COROADO DE ESPINHOS
A flagelação, então em uso, era uma punição

aterradora. Aquele horrível flagelo dos Romanos

arrancava a carne aos pedaços. E a coroa de

espinhos, para além das dores agudíssimas que

causava, representava ainda um escárnio à

divindade do divino Prisioneiro, bem como os

escarros e as bofetadas.

10 horas
JESUS É CONDENADO À MORTE
Depois de não achar uma testemunha sequer,

infringindo diretamente a lei vigente, "o sumo

sacerdote, rasgando as suas vestes, disse: Para que

necessitamos de mais testemunhas? Vós ouvistes a

blasfêmia; que vos parece? E todos o consideraram

culpado de morte". (Marcos 14:59-64).


RELÓGIO DA PAIXÃO

11 horas
JESUS RECEBE A CRUZ
"Tomaram, pois, a Jesus; e ele, carregando a sua

própria cruz, saiu para o lugar chamado Caveira,

que em hebraico se chama Gólgota." João 19:17

12 horas
JESUS É CRUCIFICADO
Cristo ficou suspenso cerca de três horas,

morrendo gradativamente no uso pleno de razão

e fala, para que pudesse, verdadeiramente,

resignar-se a ser um sacrifício.


RELÓGIO DA PAIXÃO

13 horas
JESUS CONVERTE O BOM LADRÃO
A história da salvação do ladrão agonizante é um

exemplo notável do poder de salvação de Cristo,

e de sua abundante disposição para receber a

todos que vêm a Ele, em qualquer condição em

que possam estar.

15 horas
JESUS MORRE NA CRUZ
Já crucificado, Cristo foi forçado a suportar uma

morte lenta por sufocamento provocada pelo peso de

seu próprio corpo. Ele estava estirado e unido à cruz

por meio pregos e seus braços suportavam a maioria

do peso de seu corpo. "Deus tornou pecado por nós

aquele que não tinha pecado" (2Co 5:21). Jesus se

fez "maldição por nós" para nos resgatar "da

maldição da lei" (Gl 3:13).

RELÓGIO DA PAIXÃO

16 horas
JESUS É TRANSPASSADO PELA LANÇA
Para se assegurarem de que Ele já estava morto,

um dos quatro soldados lhe abriu o lado com

uma lança, provavelmente atravessando com

essa lança Seu coração. Com isso comprovamos

como nosso Deus de graça ordenou, em Sua

Providência, que houvesse uma evidência certa

que Jesus estava morto e que, portanto, o

Sacrifício tinha sido imolado.

17 horas
JESUS É DESCIDO DO MADEIRO
Os discípulos arrancaram os cravos e baixaram o

corpo ferido e desfigurado; o envolveram em linho

branco e limpo, rapidamente envolvendo com

perfume, e então o colocaram no seu sepulcro.


RELÓGIO DA PAIXÃO

18 horas
JESUS É SEPULTADO
Cristo foi sepultado para que a sua morte fosse

ainda mais evidente, e a sua ressurreição fosse

ainda mais notável.

Acompanhe em nosso Instagram o Relógio da Paixão de

tempo em tempo e também sábado de Aleluia e Ressurreição.


Playlist de

Páscoa

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