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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS


DEPARTAMENTO DE FÍSICA

Leandra Solart Leal


Maiza Ellen de Souza Mota
Micael Davi Lima de Oliveira
Risonilson de Sousa Maciel
Samilly Nogueira Silva
Vitória Aline Ihuaraqui Nogueira

Relatório 1: Constatação da veracidade do Princípio de


Arquimedes e obtenção da densidade de fluidos e sólidos

Trabalho para obtenção de nota parcial da


disciplina de Laboratório de Física Geral II,
ministrada pela Professora Dra. Içamira Costa
Nogueira do Curso de Bacharelado em Física
da Universidade Federal do Amazonas.

Manaus
2018
Sumário

1. Fundamentação Teórica……………………………….……………………………...01

2. Objetivos………………………….……………………………………………………..05

3. Procedimento Experimental………………………………………………………….06

3.1 Comprovação do Princípio de Arquimedes ………………...……….………….06

3.2 Determinação da Densidade de Fluidos e Sólidos……….…………………….08

4. Resultados e Discussões…………………………………………………………….09

4.1 Constatação da Veracidade do Princípio de Arquimedes………...…...………09

4.1.1 Cálculo do Peso do Volume Deslocado……………………………………..11

4.1.2 Verificação da Veracidade do Princípio de Arquimedes…………………...11

4.2 Obtenção da densidade de fluidos e de sólidos………………………………..13

4.2.1 Cálculo da Densidade da Água………………………..……..………………16

4.2.2 Cálculo da Densidade do Ferro……………………………………..………..18

4.2.3 Cálculo da Densidade do Alumínio………………………….……………….20

5. Conclusões……………………………………………………………………………...21

6. Referências Bibliográficas……………………………………………………………22
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1. Fundamentação Teórica

É sabido que a matéria se encontra na natureza em três estados: sólido,


líquido e gasoso. O estado sólido tem volume e forma definidos. O líquido possui um
volume constante, porém sua forma não é definida, isto é, ele assume a forma do
recipiente que o contém. E por fim, o gás não confinado não tem forma e nem
volume definidos. Esses conceitos auxiliam a demonstrar como classificar os
estados da matéria, mas chegam a serem artificiais, sendo muitas das vezes difícil
determinar o estado físico de um dado material, pois existem inclusive materiais que
coexistem nos três estados, dependendo da temperatura e pressão local.
Geralmente, o tempo em que uma certa substância leva para alterar a sua
forma em resposta a uma força externa aplicada define como se trata uma
substância, com um sólido, líquido ou gás. Os líquidos e gases são tratados como
fluidos, isto é, “um conjunto de moléculas que estão aleatoriamente arranjadas e
mantidas juntas por forças coesivas fracas entre moléculas e por forças exercidas
pelas paredes de um recipiente.” (SERWAY, JEWETT, JR; 2004, p. 514). Em outras
palavras, os fluidos são todas as substâncias que não suportam tensão de
cisalhamento, ou seja, pressões externas, já que as forças interatômicas não são
suficientemente fortes para preservar os átomos em seus lugares.

Compreender o comportamento dos fluidos é fundamental no mundo


contemporâneo, pois as características teóricas e práticas são utilizadas para fins
práticos no nosso dia a dia, como na Agronomia na qual destaca-se o
funcionamento de circuitos hidráulicos; na Engenharia, na qual suas aplicações
são designadas ao estudo do escoamento dos fluidos, máquinas hidráulicas,
aplicações de pneumática e hidráulica industrial, sistemas de ventilação, além do
estudo e aplicação no setor aeroespacial, aeronáutico e automotivo no que diz
respeito a aerodinâmica, isto é, a ação de fluidos sobre veículos, equilíbrio de
corpos flutuantes como as embarcações, e outros.

Os fluidos comportam-se de forma distinta quando sofrem uma força externa,


em relação aos sólidos, pois, quando sofrem uma força externa, estão sendo
submetidos a uma tensão externa, ou seja, uma pressão. Então, o mesmo irá reagir
exercendo forças tangenciais internas, ou seja, uma tensão interna, com o intuito de
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igualá-las em módulo, fazendo com que o sólido fique em repouso. Porém, os fluidos
não possuem a capacidade de exercer forças internas por isso não equilibram a
força externa aplicada, por isso os fluidos escoam e permanecerão em escoamento
enquanto a força externa estiver sendo aplicada sobre eles. Pelo fato de os fluidos
não suportarem tensões de cisalhamento, como já citado anteriormente, isso os
torna sensíveis a qualquer força externa atuante, ou seja, são sensíveis a
deformações. Portanto, quando um corpo sólido é inserido em um fluido, de forma
parcial ou total, esse corpo irá deslocar uma determinada quantidade de volume
fazendo o fluido transbordar.

Quando um sólido é imerso em um fluido, o fluido irá exercer uma pressão,


isto é, uma força por unidade de área exercida em qualquer parte do sólido.

Como a pressão é força por área, ela é tem unidades de N/m 2, porém há
outro nome para a unidade de pressão no SI, o pascal (Pa). Portanto:

Um sólido ao ser imerso totalmente em um fluido, está sujeito a aplicação de


três forças, uma força F1 vertical para cima (pelo fluido que está acima do sólido),
uma força F2 vertical para baixo (pelo fluido que está abaixo do sólido) e uma
pressão P vertical para baixo. Devido ao fato de que a pressão aumenta conforme
aumenta a profundidade, conclui-se que , tal que , sendo a
força de empuxo (ou força de flutuação) que se origina da pressão que o fluido
exerce sobre o sólido de cima para baixo.

Devido à força de empuxo que é vertical para cima, o sólido terá o seu peso
aparente, que é o peso medido por uma balança/dinamômetro. Portanto, a força de
tração exercida pelo dinamômetro é menor, pois o que é medido pelo dinamômetro é
a força resultante, então, o peso aparente é: .

Os fluidos e sólidos também possuem outra propriedade importante em


relação aos seus respectivos comportamentos, a chamada densidade absoluta
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(dada pela razão da massa pelo volume ocupado) e é dimensional. No entanto,


muitos fluidos possuem densidades que variam, logo, a densidade mencionada
anteriormente fornece apenas a densidade média. Logo, é valido ressaltar que há
também a densidade relativa (é dada pela razão da densidade do sólido pela
densidade do fluido), que é adimensional.

Precisa-se destacar um dos mais importantes princípios da Hidrostática, o


chamado Princípio de Arquimedes. Primeiramente, Arquimedes de Siracusa (287-
212 a.C.) foi um matemático, físico e engenheiro. Ele é bem conhecido por ter
descoberto a natureza do empuxo, através de uma situação inesperada, onde o
mesmo preparava-se para tomar banho em uma banheira e percebeu que à medida
que se aprofundava na banheira o volume de água deslocado aumentava, e o seu
peso aparentemente tornava-se menor, ou seja, o volume deslocado era
inversamente proporcional ao peso aparente do seu corpo. Além disso, Arquimedes
também descobriu que o volume deslocado coincidia com o próprio volume de seu
corpo, quando este estava totalmente imerso na água e em equilíbrio estático.

A partir da sua descoberta ele pôde formalizar o seu princípio que diz: "Todo
corpo total ou parcialmente mergulhado em um fluido experimenta uma força de
flutuação (empuxo) para cima, cujo valor é igual ao peso deslocado pelo corpo.”
(SERWAY; JEWETT, JR, 2004, p. 522). Em outras palavras, um corpo imerso e
emerso ou totalmente imerso a um fluido é exercida uma força de flutuação
denominada empuxo, essa força sustenta parcialmente o corpo no reservatório onde
o fluido está inserido. Então sobre esse corpo atuam duas forças verticais de
sentidos opostos, o empuxo (para cima) e a gravitacional (para baixo) e para que o
corpo esteja em equilíbrio estático, as forças precisam ser iguais em módulo. Então:
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1. Demonstração do cálculo da densidade dos fluidos:

2. Demonstração do cálculo da densidade relativa:

3. Demonstração do cálculo da densidade dos sólidos:


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2. Objetivos

O presente relatório tem dois objetivos fundamentais: O primeiro diz a


respeito da comprovação da veracidade do Princípio de Arquimedes, fazendo-se
assim, o uso de alguns conceitos centrais da hidrostática, tal como o empuxo, onde
tem-se como meta verificar se a força de empuxo sobre um sólido mergulhado
totalmente em água é de fato aproximadamente igual ao valor do peso do volume
deslocado por este.
O segundo baseia-se através de suas aplicações, fazendo que seja possível
determinar primeiramente a densidade de fluidos, e por meio do valor descoberto,
descobrir posteriormente a densidade de sólidos imersos nesse fluido. Após a
determinação da densidade de fluidos e sólidos, esses valores obtidos serão
comparados com a medida real da densidade de cada um, calculando-se o erro
percentual e assim descobrindo se as medidas obtidas por meio do experimento
realizado foram bem sucedidas.
Estes dois objetivos são cruciais, pois através deles pode-se chegar a
resultados que permitirão entender os fatores existentes para que um dado objeto
permaneça em equilíbrio estático ao ser imerso em um fluido. Além disso, será
possível perceber se existe alguma relação entre o peso aparente do sólido imerso e
o correpondente peso do volume deslocado.
Será também verificado se o valor da força de empuxo possui alguma
relação com a respectiva forma geométrica do sólido. Assim como também será
investigado por meio do experimento realizado se o tipo de material imerso num
dado fluido influencia de alguma forma no respectivo valor da força de empuxo.
Além disso, tem-se como um dos objetivos verificar se a densidade de um
sólido pode se alterar ao mudar o fluido ao qual foi imerso, analisando-se assim se
de fato a densidade de um material é realmente uma propriedade inerente a este ou
não. Portanto, este trabalho, de uma forma geral, procura comprovar o Princípio de
Arquimedes, para que em seguida possa utilizá-lo para obter inúmeras informações,
que sem o conhecimento desse princípio, são de difícil obtenção.
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3. Procedimento Experimental

Materiais Utilizados:

• 1 recipiente com abertura lateral; • 1 barra de ferro;


• 1 recipiente de plástico; • 1 barra de alumínio;
• 1 proveta graduada; • Água;
• 1 dinamômetro graduado em N; • 1 haste metálica;
• 1 balança digital graduada em g; • Ganchos e presilhas;
• 1 cilindro de ferro; • Software gratuito “SciDAVis” na
versão 1.23d.

Procedimento Utilizado:

O experimento ficou dividido em duas partes:

1. Comprovou-se o Princípio de Arquimedes, onde foi medido o peso real e


o peso aparente de um cilindro de ferro, assim como o peso do volume
deslocado no momento em que o sólido foi totalmente imerso na água.
2. Analisou-se como o valor da força de empuxo varia conforme altera-se o
volume deslocado, para que no fim pudesse ser construído um gráfico onde
o empuxo(N) estaria em função do respectivo volume deslocado(m 3).

3.1 Comprovação do Princípio de Arquimedes:

1º Passo: Mediu-se o peso do cilindro de ferro sem estar imerso na água, por meio
de um dinamômetro graduado em Newtons(N) cuja incerteza absoluta é de
0,005N, ou seja, foi medido o peso real desse cilindro. Além disso, a equipe teve
o cuidado de atentar se antes da medição o dinamômetro realmente estava
marcando o valor de 0N, evitando assim erros de natureza sistemática. Além
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disso, atentou-se também em anotar o respectivo peso apenas quando o cilindro


estivesse totalmente em repouso.

2º Passo: Mediu-se o peso do cilindro de ferro ao estar totalmente imerso na água,


tendo, se possível, o cuidado para que o cilindro não tocasse nas paredes ou no
fundo do recipiente evitando assim o surgimento de outras forças, medindo-se
logo em seguida o respectivo peso aparente do cilindro de ferro por meio do
dinamômetro. Por meio desse passo foi finalmente possível calcular o valor da
força de empuxo, ou seja, a diferença entre o peso real e o aparente do cilindro.

3º Passo: Mediu-se a massa do recipiente de plástico vazio por meio de uma


balança digital graduada em g(gramas), cuja incerteza absoluta é de 0,01g.

4º Passo: Por meio do recipiente com abertura lateral, colocou-se uma quantidade
de água necessária para que esta ficasse num nível onde ficaria na iminência de
escoamento. Após pendurar o cilindro de ferro no dinamômetro, o mesmo foi
mergulhado até que estivesse totalmente imerso no recipiente. Além disso, é muito
importante destacar que ao lado da abertura foi colocado um outro recipiente, que
foi responsável por conter todo o volume deslocado.

5º Passo: Mediu-se a massa do recipiente de plástico agora contendo todo o


volume deslocado por meio da balança digital.

6º Passo: Para descobrir qual é o valor do peso do volume deslocado, foi


necessário calcular a diferença entre a massa do recipiente de plástico já com a
água e a massa do recipiente vazio, para que assim obtivesse apenas a massa
referente ao volume deslocado. No entanto, é válido lembrar que o valor para a
massa em g(gramas), foi transformado em kg(quilogramas) e logo em seguida
multiplicou-se pela aceleração da gravidade local, cujo valor aproximado é de 9,78
m/s2, obtendo-se assim finalmente o valor do peso do volume deslocado.

7º Passo: O último passo consistiu em comparar se o peso do volume deslocado


era realmente aproximadamente igual ao valor da força de empuxo, constatando
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assim se por meio dos dados obtidos a partir do experimento realizado se o


Princípio de Arquimedes é de fato válido.

3.2 Determinação da Densidade de Fluidos e Sólidos:

1º Passo: Mediu-se o peso real das barras de ferro e alumínio, onde todos os
cuidados durante a medição, anteriormente mencionados, foram mantidos.

2º Passo: Por meio da proveta graduada, a mesma foi enchida com água até o
nível de 80mL, ponto escolhido arbitrariamente.

3º Passo: Nesse passo, mergulhou-se a barra de ferro na proveta já contendo


água, onde atentou-se para as respectivas variações de volume deslocado: (2mL
– 4mL – 6mL – 8mL – 10mL – 12mL), onde para cada variação se observou o
valor medido pelo dinamômetro, sendo que este mediu o peso aparente para cada
variação, afim de que posteriormente fosse calculado a respectiva força de
empuxo em uma dada variação de volume.

4º Passo: Repetiu-se o 3º Passo, mas em vez de mergulhar a barra de ferro, foi


imerso a barra de alumínio, obtendo-se assim novos valores para o peso
aparente.

5º Passo: Os dados obtidos que relacionam a respectiva força de empuxo para


uma determinada variação de volume para ambas as barras foram muito
importantes para a construção do gráfico onde o empuxo está em função do
volume deslocado. O coeficiente angular da reta obtida foi de tamanha importância
para a determinação da densidade da água.

6º Passo: A partir do cálculo da densidade do fluido foi possível descobrir a


densidade do ferro e do alumínio, fazendo-se o uso da densidade da relativa em
relação à água, onde o valor do empuxo foi adotado como aquele onde as barras
estavam totalmente imersas, isto é, onde o volume deslocado foi de 12mL.
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4. Resultados e Discussões

4.1 Constatação da veracidade do Princípio de Arquimedes:

Na primeira parte do experimento, teve-se que mensurar o correspondente


peso real do cilindro de ferro, isto é, o seu peso no ar, onde a força de empuxo deste
fluido(ar) pôde ser considerada desprezível, logo, pode-se afirmar que o valor
medido pelo dinamômetro, em Newtons(N), corresponde aproximadamente ao real
valor do peso do cilindro de ferro. Após isso, foi medido o valor do peso aparente
desse cilindro, ou seja, o peso ao estar imerso totalmente num fluido, onde no
experimento usou-se apenas um único fluido, a água. É muito importante lembrar
que a equipe analisou na medição de todos os pesos, se o dinamômetro realmente
tinha como posição inicial 0N, diminuindo assim possíveis erros futuramente.
A obtenção dessas medidas tinha como intuito um objetivo muito importante,
ou seja, calcular o respectivo valor da força de empuxo sobre o cilindro, sendo esta
obtida por meio da diferença entre o peso real e o peso aparente deste, já que na
verdade o valor medido pelo dinamômetro é a resultante de todas as forças que
estão atuando sobre o cilindro, isto é, o peso aparente. Pode-se então considerar
um modelo físico, sem muitas perdas significativas, onde há apenas 2 forças
atuando sobre este, isto é, a força de empuxo ocasionada pela pressão que o fluido
exerce no sólido e a força peso ocasionada pela existência de um campo
gravitacional.
É importante destacar que esse modelo onde se considerou apenas 2 forças
atuando ser eficaz, no entanto, é válido ressaltar que pelo fato do recipiente onde o
cilindro foi imerso ser relativamente pequeno, e consequentemente haver pouco
espaço livre para o mesmo, este inevitavelmente acabou encostando nas paredes
do recipiente, o que por consequência ocasionou um surgimento de outras forças de
caráter não tão desprezível, decorrentes das tensões de cisalhamento, isto é,
aquelas que surgem devido ao contato entre dois sólidos, havendo inevitavelmente
um aumento na diferença entre a correspondente força de empuxo e o respectivo
valor do peso do volume deslocado.
Sendo assim, a primeira parte do experimento 1 teve como término
justamente a medição desse peso deslocado, onde teve-se o cuidado de antes da
medição da massa do recipiente cheio, isto é, já contendo o volume deslocado,
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mediu-se antecipadamente o correspondente valor da massa do recipiente vazio,


para que posteriormente esse valor seja descontado da massa total obtida pela
balança digital, obtendo-se assim apenas a massa referente ao volume deslocado.
Portanto, segue abaixo uma tabela onde será possível visualizar os dados
obtidos por meio do experimento, e posteriormente o cálculo do peso do volume
deslocado, assim como uma comparação percentual entre o peso obtido e o
respectivo valor da força de empuxo.

Peso Real(N) Peso Aparente(N) Força de Empuxo(N)


-3 -3
(± 5.10 N) (± 5.10 N) (± 5.10-3N)
0,925 0,820 0,105

Tabela 1: Tabela onde visualiza-se o peso de um cilindro de ferro ao estar no ar, o seu peso ao estar
totalmente imerso na água e por último o correspondente valor da força de empuxo.

Massa do Recipiente Vazio(g) Massa do Recipiente Cheio(g) Massa Deslocada(g)


-2 -2
(± 1.10 g) (± 1.10 g) (± 1.10-2g)
4,10 17,18 13,08

Tabela 2: Tabela onde encontram-se os dados referentes ao valor da massa do recipiente já contendo o
volume deslocado, a massa do recipiente vazio e o valor unicamente da massa deslocada.

É muito importante destacar que por meio do peso real e aparente obtidos
através do experimento, foi possível calcular o valor de uma importante força, isto é,
a força de empuxo, resultante da diferença entre o peso real e peso aparente do
cilindro de ferro, tal que todos esses dados foram apresentados na Tabela 1. O
cálculo dessa força foi necessário pois apenas por meio dela será possível verificar
se o Princípio de Arquimedes é realmente verdadeiro, já que será válido se e
somente se, o valor da força de empuxo obtido for igual ao valor do peso do volume
deslocado.
No entanto, resta-se ainda calcular o valor desse peso, onde os dados
presentes na Tabela 2 serão vitais para a obtenção. Após o recipiente contendo todo
o volume deslocado ter sua respectiva massa aferida em uma balança digital, é
crucial descontar o valor correspondente à massa do recipiente vazio, para que
assim obtenha-se apenas o valor da massa deslocada que é mostrado na terceira
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coluna da Tabela 2. No entanto, massa é apenas uma grandeza escalar e não é uma
força, e de acordo o Princípio de Arquimedes o valor da força de empuxo deve ser
igual ao valor do peso do volume deslocado. Sendo assim, é necessário ainda se
calcular qual será o módulo dessa força peso em Newtons(N), cujo valor da massa
obtido será de extrema importância para obtenção.

4.1.1 Cálculo do peso do volume deslocado:

Peso deslocado(Cilindro de Ferro ao ser imerso totalmente na água):

4.1.2 Verificação da veracidade do Princípio de Arquimedes:


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Cálculo da diferença percentual entre o peso deslocado e o empuxo:

Sendo assim, pode-se perceber que os respectivos valores da força de


empuxo e peso deslocado estão realmente próximos entre si, principalmente ao
considerar o erro associados às medidas, onde a mínima diferença percentual entre
o peso deslocado e a força de empuxo é de 13,6%.
Essa diferença é devido principalmente a existência de inúmeros erros
associados ao experimento, seja porque o cilindro de ferro encostou no recipiente,
fazendo com que se obtivesse um valor que se distanciasse ainda mais da
verdadeira medida da força de empuxo, ou porque não houve sincronia entre
medidas, isto porque, seja a obtenção do valor do peso real e principalmente do
peso aparente, houve a necessidade de uma pessoa da equipe que segurasse o
dinamômetro, tendo o cuidado para que ele não se deslocasse.
Enquanto isso, outra pessoa devia atentar para o momento em que o cilindro
estivesse totalmente imerso na água e além disso esta mesma pessoa deveria
atentar para o momento em que o cilindro entrasse em equilíbrio estático, isto é, o
momento em que a força de empuxo se igualava ao peso real, enquanto havia um
outro membro da equipe visualizando o valor medido pelo dinamômetro, portanto,
erros de inúmeras naturezas estiveram presentes no experimento realizado, mas
apesar de tudo, pode-se ainda considerar que pelo fato da diferença entre o empuxo
e o peso deslocado ser pequena, comprova-se finalmente a veracidade do Princípio
de Arquimedes.
É muito importante destacar que o empuxo independe do formato geométrico
de um determinado objeto, pois mesmo este possuindo um formato aleatório ao ser
imerso num fluido e deslocar uma certa quantidade de volume, onde o peso desse
volume deslocado equivale à força de empuxo, ainda que esse objeto fosse
transformado em um cilindro, por exemplo, o volume ocupado por este continuaria
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sendo o mesmo, portanto, enquanto o volume permanecer constante,


independentemente da forma geométrica, a força de empuxo sobre um corpo
permanecerá inalterada.
Por último, segue abaixo uma tabela organizando todos os valores obtidos
para o empuxo, o peso deslocado e a diferença percentual:

Peso Deslocado(N)(Pdesc) Força de Empuxo(N)(E) Mínima Diferença(Pdesc - E)(%)


(± 3.10-3N) (± 5.10-3N)
0,128 0,105 + 13,6%

Tabela 3: Tabela onde encontram-se os valores obtidos para o peso do volume deslocado, a força de
empuxo e a mínima diferença percentual entre o peso e o empuxo.

4.2 Obtenção da densidade de fluidos(água) e de sólidos(ferro e alumínio):

Nessa segunda parte do experimento, inicialmente mediu-se o peso real da


barra de ferro e da barra de alumínio por meio do dinamômetro, e após isso uma das
barras foi totalmente imersa numa proveta graduada em mL(mililitro) contendo água
onde o nível final foi de 80mL. Mediu-se então qual foi o correspondente valor
medido pelo dinamômetro para distintos valores de volume deslocado(2mL – 4mL –
6mL – 8mL – 10mL – 12mL), para que assim se observasse como o valor do peso
aparente variava com o volume deslocado e consequentemente como o empuxo
também se alterava. Sendo assim, segue abaixo uma tabela mostrando todos os
dados obtidos para a barra de ferro e de alumínio, respectivamente:

Volume Deslocado(10-3L) Peso Real(N) Peso Aparente(N) Força de Empuxo(N)


(± 3.10-4L) (± 5.10-3N) (± 5.10-3N) (± 5.10-3N)

2 0,905 0,900 0,005


4 0,905 0,875 0,030
6 0,905 0,850 0,055
8 0,905 0,825 0,080
10 0,905 0,800 0,105
12 0,905 0,785 0,120

Tabela 4: Tabela onde pode-se visualizar como o peso aparente e a força de empuxo variam conforme
o volume deslocado de água se altera quando se aumenta a profundidade da barra de ferro.
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Volume Deslocado(10-3L) Peso Real(N) Peso Aparente(N) Força de Empuxo(N)


(± 3.10-4L) (± 5.10-3N) (± 5.10-3N) (± 5.10-3N)

2 0,320 0,300 0,020


4 0,320 0,275 0,045
6 0,320 0,255 0,065
8 0,320 0,245 0,075
10 0,320 0,225 0,095
12 0,320 0,200 0,120

Tabela 5: Tabela onde mostram-se os dados obtidos para o peso real e como o peso aparente e o
empuxo variam conforme aumenta-se a profundidade da barra de alumínio.

Primeiramente, é válido lembrar que durante a obtenção dos pesos aparentes


da barra de ferro e de alumínio conforme havia uma determinada variação no
volume da proveta foi de difícil realização, pois para que, por exemplo, a variação
correspondesse a 2mL, isto é, para que a proveta estivesse indicando 82mL, um
membro da equipe deveria atentar para o momento em que houvesse essa
determinada indicação, enquanto outro membro deveria visualizar a marcação do
dinamômetro, enquanto havia mais um que estava responsável por manter a barra
fixa numa certa altura, por isso, foi extremamente difícil com que todos mantivessem
total sincronia, fazendo com que de uma certa forma, apesar do cuidado com as
medições, houvesse um impacto negativo nos dados obtidos.
Apesar disso, pode-se perceber que todas as medições feitas são coerentes
com o Princípio de Arquimedes, pois uma das consequências deste princípio é a de
que conforme um determinado sólido aumenta sua profundidade num certo fluido,
aumenta-se consequentemente a pressão pela qual o fluido exercerá sobre esse
sólido, resultando num aumento do valor da força de empuxo, já que esta é uma
força oriunda da resultante de todas as pressões que o fluido exerce, por
conseguinte, o peso aparente tende a diminuir, já que o peso real mantém-se
constante e o valor do empuxo aumenta cada vez mais. Além disso, é possível
perceber que a Tabela 4 e a Tabela 5 apesar de tratarem de sólidos distintos, o ferro e
o alumínio, a relação entre o volume deslocado e o empuxo se mantém
aproximadamente constante em ambas as tabelas, isto porque, a força de empuxo
não depende da densidade do sólido e sim da densidade do fluido. A explicação
para isso será dada por meio da comparação entre os 2 gráficos mostrados a seguir:
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Figura 1: Gráfico mostrando como o valor da força de empuxo é aumentado linearmente com o
aumento do volume deslocado quando a barra de ferro é imersa na água.

Figura 2: Gráfico mostrando como o valor da força de empuxo varia conforme altera-se o volume
deslocado quando a barra de alumínio é imersa na água.
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Pode-se perceber que apesar dos 2 gráficos corresponderem a sólidos


distintos, o ferro e o aluminio, a equação da reta de ambos é praticamente a mesma,
sendo que a relação entre a força de empuxo e o volume deslocado é linear, logo,
pode-se também considerar que ambas as retas interceptam aproximadamente a
origem do plano. Isto porque, pela fórmula de empuxo, isto é,
, é possível visualizar que tanto a densidade do fluido
quanto a aceleração da gravidade não variam, logo, o aumento do volume
deslocado consequentemente acarreta um aumento no valor da força de empuxo, tal
que esse fator de aumento é controlado diretamente pelo produto entre a densidade
do fluido e a aceleração da gravidade, isto é, o coeficiente angular da reta.
Um aspecto crucial a ser lembrado é a de que a densidade a ser obtida estará
em kg/m3, já que durante a plotagem dos gráficos transformou-se o volume de
mL(mililitros) em m3(metros cúbicos), enquanto a força de empuxo permaneceu em
N(Newtons), ou seja, . Após a obtenção de ambas as
equações da reta, é possível finalmente descobrir graficamente a densidade da água
e a partir do valor obtido, poderá ser calculado a densidade do ferro e do alumínio.
Sendo assim, segue abaixo todos os cálculos necessários para que se descubra a
densidade do fluido e posteriormente a dos sólidos:

4.2.1 Cálculo da densidade da água:

Cálculo da densidade da água a partir do gráfico 1:


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Cálculo da densidade da água a partir do gráfico 2:

Após a obtenção do valor da densidade da água e a respectiva incerteza


associada, obtida a partir dos dois gráficos, isto é, um referente à barra de ferro e o
outro à barra de alumínio, será comparado esses valores com o valor real da
densidade da água, mostrando-se o erro percentual das medidas, verificando-se
assim se o experimento realizado realmente foi bem sucedido e o quão próximo o
valor calculado está da densidade média da água.

Densidade(ρ1) Densidade(ρ2) Densidade da Água(ρ) Erro(%)(ρ1 - ρ) Erro(%)(ρ2 - ρ)


(± 90 kg/m3) (± 80 kg/m3)
1210 kg/m3 964 kg/m3 997 kg/m3 + 21,36% - 3,31%

Tabela 6: Tabela onde compara-se as densidades obtidas a partir de dois gráficos semelhantes onde no
fim comparou-se com o valor real da densidade média da água por meio do erro percentual.
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Pode-se perceber através dos dados presentes na tabela acima, que a


densidade obtida a partir do segundo gráfico é a que mais se aproximou da
densidade média da água, tendo um erro percentual de -3,31%. Portanto, pode-se
então concluir que a segunda parte do experimento foi realmente bem sucedida,
pois mesmo apesar das inúmeras dificuldades que houveram durante as medições,e
o valor medido para o peso aparente conforme o volume deslocado variava, para
que no fim se construísse um gráfico que relacionasse a força de empuxo com o
volume deslocado, gerou no fim uma reta cujo coeficiente angular permitiu que se
obtivesse um valor bem próximo da real densidade média da água.
Além disso, através do gráficos obtidos percebeu-se que de fato a força de
empuxo não depende do material do qual um sólido é feito, cuja propriedade que o
mais caracteriza é a sua densidade, logo, pode-se então constatar que o empuxo
independe da densidade de um sólido, por outro lado, depende diretamente da
densidade do fluido ao qual foi imerso.

4.2.2 Cálculo da densidade do ferro:


O cálculo necessário para que se descubra a densidade do ferro fará uso de
uma equação apresentada no início deste trabalho, onde através da densidade
relativa será possível calcular a densidade deste, isto é, para que finalmente se
obtenha a respectiva densidade do ferro é necessário que se tenha a densidade do
fluido onde foi imerso totalmente, assim como seu peso real e aparente, variáveis
presentes na equação obtida para a densidade relativa.
No entanto, devido à exigência do peso aparente, o cálculo torna-se
ligeiramente confuso, já que a barra de ferro homogênea possuiu variados pesos
aparentes, cada um referente a um determinado volume deslocado na proveta.
Apesar disso, sabe-se que na verdade a fórmula exige que seja o peso aparente no
instante em que o dado corpo é imerso totalmente no fluido, sendo assim será
covencionado como valor do respectivo peso aparente, aquele referente ao maior
volume deslocado, ou seja, o volume de 12mL.

Cálculo da densidade da barra de ferro ao ser imersa na água:


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É vital destacar que utilizou-se como valor da densidade da água, o obtido por
meio do experimento realizado, para que assim todas as densidades sejam
calculadas unicamente a partir dos dados experimentais deste trabalho. Por último,
segue uma tabela comparando o valor obtido para a densidade do ferro com o seu
real valor médio, isto porque, a densidade dos materiais pode variar com a pressão
e com a temperatura do ambiente onde está presente.

Densidade do Ferro Obtida(ρ) Densidade Real do Ferro(ρferro) Erro(%)(ρ - ρferro)


(± 343 kg/m3)
7270 kg/m3 7874 kg/m3 - 7,67%

Tabela 7: Tabela onde compara-se o valor obtido para a densidade do ferro por meio do experimento
realizado com o valor da densidade média real do ferro na natureza.

Portanto, pode-se perceber que a densidade obtida para o ferro foi condizente
com sua densidade média, tendo um erro de apenas - 7,67%, é válido ressaltar que
o erro foi maximizado, pois não se considerou no cálculo a densidade real da água,
mas sim, a densidade obtida experimentalmnete, fazendo com que inevitavelmente
o erro aumente. No entanto, ao levar em consideração a incerteza associada à
densidade obtida pode-se concluir que o erro diminui um pouco mais, aproximando-
se mais do valor real da densidade do ferro, o que indica que o experimento
reaizado para a obtenção dessa densidade foi efetivado com sucesso.
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4.2.2 Cálculo da densidade do alumínio:

Assim como na obtenção da densidade do ferro, será considerado como peso


aparente o referente ao deslocamento de 12mL na proveta graduada, momento este
em que a barra de alumínio homogênea está totalmente imersa na água onde
possivelmente o volume deslocado coincide com o volume do sólido imerso, por isso
o correspondente valor do peso aparente neste instante é tão importante para a
determinação da densidade do alumínio.

Cálculo da densidade da barra de alumínio ao ser imersa na água:

Densidade do Alumínio Obtida(ρ) Densidade Real do Alumínio(ρalumínio) Erro(%)(ρ - ρalumínio)


(± 147 kg/m3)
2570 kg/m3 2697 kg/m3 - 4,71%

Tabela 8: Tabela onde se compara o valor obtido experimentalmente para a densidade do alumínio
com o real valor da densidade média deste, além disso, mostra-se também o respectivo erro percentual.

Sendo assim, a densidade do alumínio obtida através do experimento


realizado possui um erro percentual ainda menor do que o presente na densidade do
ferro, já que o erro foi de apenas -4,71%, mostrando que felizmente os dados
obtidos realmente estão corretos, apesar de todas as dificuldades de medição.
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5. Conclusões

Em relação à primeira parte do experimento, onde se tinha que comprovar a


veracidade do Princípio de Arquimedes, esta foi concluída com sucesso, onde a
diferença entre o peso do volume deslocado e a força de empuxo atuante sobre o
cilindro de ferro foi de apenas +13,6%, mostrando que ambos são de fato
aproximadamente iguais, onde este dado encontra-se na Tabela 3 deste relatório.
Após a conclusão da segunda parte do experimento, foi possível determinar a
densidade absoluta do ferro, do alumínio e do único fluido utilizado, a água, com um
erro percentual muito pequeno, sendo o erro máximo encontrado, o correspondente
a –7,67%, sendo que as respectivas densidades obtidas e os correspondentes erros
podem ser constatados nas seguintes tabelas: Tabela 6, Tabela 7 e Tabela 8.
É vital destacar que para a obtenção da densidade do ferro e do alumínio, foi
necessário saber o respectivo peso aparente no momento em que a barra se
encontra totalmente mergulhada na proveta graduada e em repouso no fluido,
adotou-se então para a obtenção das densidades que esse peso aparente seria o
referente ao momento em que o volume deslocado fosse de 12mL, por algum motivo
ao fazer essas considerações os resultados obtidos para a densidade do ferro e do
alumínio foram muito coerentes com as reais densidades dos mesmos. No entanto,
não se sabe ainda o porquê do peso aparente presente na variação de 12mL ser
justamente o correto para o cálculo da densidade dos sólidos.
Pode-se perceber então que as medições do peso aparente para uma
determinada variação de volume, foram obtidas com sucesso, apesar dos inúmeros
erros que permearam a realização dessa segunda parte do experimento, tal como, a
difícil sincronia entre as medições. Além disso, uma importante conclusão é a
comprovação experimental de que a força de empuxo exercida sobre um sólido não
depende da densidade desse objeto, por outro lado, depende diretamente da
densidade do fluido ao qual foi imerso, sendo que esta observação pode ser
comprovada por meio do Gráfico 1 e Gráfico 2, onde a reta obtida é praticamente a
mesma em ambos os gráficos, mesmo sendo um gráfico referente à barra de ferro e
outro à barra de alumínio, mostrando-se assim que a relação entre o volume
deslocado e o respectivo empuxo não depende do sólido, mas sim, do fluido.
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6. Referências Bibliográficas

[1] M. Gusmão, S. Seixas, H. Guerreiro, M. Brito, M. Freitas, W. Machado, W.


Castro, G. Oliveira, H. Bessa. “Manual de Física 2 UFAM” (2013).

[2] Halliday, Resnick, Walker: Fundamentos de Física. Volume 2, 7a edicão, Ed. LTC.

[3] Young, Hugh D: Física II: termodinâmica e ondas. - 14.ed, Ed. Pearson.

[4] Nussenzveig : Curso de Física Básica 2. - 4.ed, Ed. Blucher.

[5] Serway, Jewett, Princípios de Física 2. - 2.ed, Ed. Cengage Learning.

[6] “UNICAMP”. Princípio de Arquimedes. Acesso em: 17 de agosto de 2018.


Disponível em:
<https://www.ft.unicamp.br/~lfavila/EB204/EXPERIMENTO_I_Principio_de_Arquimed
es_Densidade_de_Solidos_Empuxo.pdf>

[7] “UNICAMP”. Método de Arquimedes. Acesso em: 15 de agosto de 2018.


Disponível em:
<http://lqes.iqm.unicamp.br/images/vivencia_lqes_meprotec_densidade_arquimedes.
pdf>

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