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CENTRO UNIVERSITÁRIO RITTER DOS REIS

ANNA CAROLINA MEIRELLES VIEIRA

A FERIDA NARCÍSICA DO DIREITO PENAL


SALO DE CARVALHO

O Controle Social e o Direito Penal


Eduardo Brandão e Marco Antonio de Abreu Scapini

Porto Alegre
2023
A ferida narcísica do direito penal: crítica criminológica

O artigo de Salo de Carvalho "A ferida narcísica do direito penal: crítica criminológica"
é um capítulo do Antimanual de Criminologia, publicado em 2015 pelo autor, que atualmente
é professor de direito penal na Universidade Federal do Rio de Janeiro. O foco do texto é a
crítica ao direito penal e à dogmática jurídico-penal sob as perspectivas da criminologia crítica
e da psicanálise. O autor analisa as feridas narcísicas que a civilização ocidental sofreu à
medida que a ciência avançava e como isso afetou o ideal de controle do crime pelo direito
penal.
Salo de Carvalho baseia sua premissa no conceito de narcisismo de Freud, que se
inspira no mito de Narciso, que ao se apaixonar por sua própria imagem refletida na água e
se afoga. Freud identificou três tipos de feridas narcísicas na história da humanidade: a ferida
cosmológica, desencadeado pela teoria de Copérnico de que a Terra não era o centro do
universo; a biológica, desencadeado pela teoria de Darwin de que o homem é um animal; e
a psicológica, decorrente da psicanálise em si, o que sugere que o homem não tem controle
sobre sua própria vida mental. Dessa forma, o autor relaciona o conceito ao direito penal e
mostra como ele sofreu uma ferida narcísica com a criminologia, que revelou a ineficácia do
sistema penal para controlar o crime, a seletividade do processo de criminalização e a
violência das agências penais, além disso, apresenta uma crítica criminológica à dogmática
do direito penal, questionando os fundamentos e as funções do direito penal e buscando
transformações sociais e políticas que superem a lógica da punição.
O texto nos leva a refletir sobre como é importante entender o direito penal de uma
maneira crítica e interdisciplinar, levando em consideração os elementos sociais, políticos e
psicológicos, além dos aspectos jurídicos. As críticas de Salo de Carvalho enfatizam a
necessidade de mudanças e transformações para permitir uma abordagem mais humanizada
e eficaz no combate ao crime, buscando alternativas à lógica da punição e promovendo a
justiça social.
Em última análise, o capítulo de Salo de Carvalho no Antimanual de Criminologia
nos convida a repensar as bases do direito penal e a buscar soluções mais abrangentes e
equitativas para o controle do crime. Ao integrar a criminologia crítica e a psicanálise, o autor
proporciona uma contribuição significativa para o debate acadêmico e para a busca de um
sistema penal mais justo e eficiente.

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