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CRÍTICAS AO PECADO DA PREVARICAÇÃO NA CASTELA DO SÉCULO XV

UNESP – FACULDADE DE CIÊNCIAS E LETRAS – CÂMPUS DE ASSIS/SP


FAPESP: BCO – INICIAÇÃO CIENTÍFICA / FLUXO CONTÍNUO – Nº. PROCESSO: 2022/15093
PESQUISADOR: THIAGO PEREIRA CAMARGO COMELLI
ORIENTADOR: PROF. DOUTOR LEANDRO ALVES TEODORO

(org.) ALTER, Robert. KERMODE, Frank. Guia Literário da Bíblia. São Paulo (Brasil), Ed. UNESP. 1987

Capítulo 4: Elementos Místicos no Cristianismo Primitivo

 Autores cristãos do período de c.150-400 d.C. e apropriação do entendimento dos judeus e


gregos. Formas de se vivenciar o contato direto com Deus fundamentada na crença de que em
Jesus Cristo o ultimo surgimento do Deus salvacionista tinha se realizado (p.135);
 Novo Testamento: Jesus como Deus presente no mundo e convite aos seguidores para
compartilhar da nova vida na ressureição (p.135);
 Ortodoxia e a Grande Tradição Escolástica, produto histórico dos intensos debates sobre o
significado do cristianismo no século II. Fundacionais da linha principal das igrejas cristãs
orientais e ocidentais (P.135);

 Diversos modos de apropriação da crença de Jesus como Salvador encontrada na espirtualidade


cristã primitiva. Ideia de perfeição cristã, contemplação (gnocese e conhecimento, visão de
Deus). Não obstante, nascimento divino, semelhança com Deus, desfrute com Deus, oração
perfeita, êxtase e união com Deus. Noção de divinização intimamente ligada àquela da
participação (methexis platônica), que influenciou os Pais gregos (p.136); temas que
majoritariamente podem ser encontrados na tradição contemplativa grega;

 Contemplação cristã primitiva: contexto de crença comunitária e centrada na confissão de Jesus


Cristo como Deus e Redentor. Imitação de Cristo (p.137);
 Pensamento patrístico: densidade de expressão que combina gêneros e temas que teólogos
posteriores viriam a dividir em categorias discretas. Mistura de exegeses, doutrinas,
espiritualidades. Presença de Deus realizada em Jesus como chave reveladora dos principais
elementos da mística patrística 1grega (p.137)
 Luta contra o gnosticismo e principais Pais Gregos: Orígenes, Evrágio e Pseudo-Dionísio, lidos
no mundo latino. MCGINN não se propõe a se aprofundar na mística dos pais gregos, somente
dos momentos decisivos para a mística posterior (p.138)
 Relação com a matriz judaica: contexto exegético. Jesus, Verbo Divino ou logos que se faz
carne, trazendo a mensagem da salvação (euangelion), Boa-nova da redenção na forma oral;
1
A Patrística foi uma vertente filosófica que teve início no período de transição entre a Antiguidade e a Idade Média . O nome
“Patrística” faz uma referência aos primeiros padres da Igreja Católica, que se dedicaram a desenvolver uma filosofia que se
aproximava do pensamento cristão e do conhecimento religioso. Referente a patrística grega, vide VÖLKER, WALTER
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mensagem que passa a ser fixada em documentações escritas, característica do mundo antigo
tardio. Comunidades cristãs justificando a posse não somente dos livros sobre Jesus, mas
também dos livros sagrados judios, de maneira essencialmente cristológica (p.138);
 Escrituras judaicas como promessa e escritos cristãos como cumprimento, reividicação que os
seguidores de Cristo seriam os únicos com a chave de compreendê-la (p.138);
 Hermenêutica supraessencial, escrituras cristologicamente interpretadas fundamentando todo o
pensamento cristão, incluindo a mística, especialmente nos primeiros séculos. Apropriação das
ferramentas exegéticas dos escribas e rabinos judeus e dos litterateus e filósofos gregos (p.138)

 Comunidade cristã precedeu e foi fonte das Escrituras. Senhore ressurecto que se faz presente
no corpo daqueles que confesaram seu nome em prece, ritual e na vida comunitária, antes
mesmo que a presença fosse fixada de forma escrita e sacra pela comunidade (p.138-139);

1) Defendestes algum pleito sabendo que não traria justiça. Além de ser pecado mortal, o
advogado é obrigado a satisfazer à parte agravada de todos os danos e gastos dali decorridos, salvo se
satisfeitos os danos pelo demandante por quem o advogado procura, principalmente obrigado a tanto se sabe
com certeza que o advogado traiu o pleito para vencer. Porém, não sabendo defenderes causa ou pleito injusto,
tomando-o por justo, ficas escusado do pecado, na medida que sua ignorância. Já quando não deseja saber,
nem perguntar para outrem que saiba. Pecas mortalmente.2 E se no começo do pleito acreditavas haver justiça,
e decorrendo o pleito supôs que não esse trazia justiça, és obrigado a desamparar o pleito, deixando de segui-
lo, pois de outra maneira, pecas mortalmente. Caso venças o pleito injusto, és obrigado a satisfazer a parte
contrária, não revelando segredos do pleito, mas atraindo a pessoa para quem procura que rogue com o
agravado de maneira conciliadora, sem causar mais danos ao mesmo. Porém, se desconheces a justiça ou
injustiça do pleito, bem podes levá-lo até o fim3

2) Usastes no pleito de coisas (provas de hecho) não convenientes, tais como falsos testemunhos,
falsas leis, falsas provas de fato ou direito, ou mentindo, ou então fazendo mentir a outrem no pleito, ou

2
Defendiste algún pleito sabiendo que no traería justicia: Alen de ser pecado mortal: es tenudo a satisfacer a la parte agraviada de
todos los daños y gastos ende hechos. Salvo si satisfacer a la persona por quien el abogado procura: la cual principalmente es
obligada: si sabe que injustamente trae el pleito y lo vence. Pero si no lo sabiendo defendió contra justicia alguna causa / o pleito:
creyendo ser justicia. Escusado es del pecado / cuanto la ignorancia puede escusar. Ya si no lo quiero saber / ni preguntar. Peco
mortalmente.

3
Y si en el comienzo del pleito creía que tenía justicia: y después andado el tiempo supo que no traería justicia: obligado era a
desamparar el pleito: y no lo seguir más. En otra manera peco mortalmente. Y si venzo el pleito: obligado es a satisfacer a la parte
contraria: no empo manifestándole los secretos del pleito: más atrayendo a la persona por quien procura a que se ruega con su
contrario sin daño del mesmo contrario. Empo mientras no sabe si el pleito es no justo: bien lo puede seguir hasta el fin
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buscadas dilatações desnecessárias em agravo às partes, ou apelado voluntariamente contra sentença justa. Por
cada uma dessas coisas ditas que tenhais feito, pecas mortalmente quantas vezes tiver incidido. 4

3) Ajudastes nos pleitos que tenhais em cargo com toda a justiça que a este devias. Se por
negligência ou notável engano deixo de fazer algo de que era necessário, pode ser pecado mortal.5

4) Vencestes algum pleito, ou fostes a causa para que outro deixasse de segui-lo, por meio de
ameaças ou injúrias verbais. Se pelas ditas injustiças vencestes o pleito, és obrigado a satisfazer a parte
contrária de todos os danos que dali figuraram. E pecas mortalmente6

5) Perdestes algum pleito por vã negligência, ou por não fazer fiel e lealmente as coisas que
convinham. És obrigado a satisfazer a parte por quem procura de todos os danos que do pleito advieram.7

.
6) Ajudas aos pobres e pessoas miseráveis em suas causas e pleitos se conhecerdes que a
causa/pleito que os pobres, viúva ou órfão traga justiça. Não possuindo essa substância ou caudal para seguir
pleito, tampouco quem o ajudasse, correndo assim o risco de perder sua justiça, obrigado és o advogado de
ajudar tais desamparados. E se não fizerdes quando podeis, pecas mortalmente. 8

7) O salário/preço que levas pelas causas e negócios em que procurais, levá-lo-á com justiça. Com
justiça, entende-se que o soldo só possa ser recebido moderadamente e temperadamente. Essa moderação deve
ser tomada segundo quatro circunstâncias, a saber: 1) segundo a quantidade e valor da causa; 2) segundo o
trabalho da procuração; 3) segundo a eficiência e discrição do advogado; 4) e segundo o costume do reino.
Consideradas essas quatro circunstâncias, o advogado deve receber, quanto mais ou menos, seu soldo. Não

4
Usaste en el pleito de algunas cosas no convenibles: como trayendo falsos testigos / o falsas leyes / o falsas pruebas de hecho / o
de derecho / o mintiendo / o haciendo mentir a otro cuyo es el pleyto / o buscado dilaciones no necesarias en agravio de las partes:
o apelado a sabiendas contra la sentencia justa. Por cada una de estas cosas aquí dichas que haya hecho / o dicho. Peco
mortalmente: tantas cuantas veces fueron

5
Ayudaste a los pleytos que tenías en cargo cuanto de justicia debías. Si por negligencia / o notable ignorancia dejo de hacer algo
de lo que era necesario. Puede ser pecado mortal.

6
Venciste algún pleito / o fueras causa que el otro se dejase de lo seguir: dando voces y amenazado / o denostándolo: Si por las
dichas maneras venció el pleito no justamente: es obligado a satisfacer a la parte contraria de todos los daños que dende se
figuren. Y peco mortalmente

7
Perdiste algún pleito por van negligencia o ignorancia / o por no hacer fiel y lealmente las cosas que convenia: Obligado es a
satisfacer a la parte por quien procura de todo el daño que dende recibió

8
Ayudaste a los pobres y personas miserables en sus causas y pleytos: si conocido que el pobre: o viuda / o huérfano que traga
pleyto tenía justicia. Pero no tenía substancia ni caudal para lo seguir: y que no había quien lo ayudase: y por consiguiente
perdería su justicia: obligado era al ayudar a las tales personas. Y si no lo hizo pudiendo, peco mortalmente
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obstante, deve acertar-se com a parte pela qual procura ou no começo ou no final do pleito. Porém, se já
começado o pleito, não deves combinar valores ou acordar soldos. 9

8) Destes conselhos a alguém como vencer, ou falir com algum pleito que sabias possuir justiça.
Além de ser pecado mortal, és obrigado a satisfazer a parte que recebestes dano. 10

9
El salario / o precio que levas por las causas y negocios que procuráis: levarlo según justicia: Según justicia se entiende: que el
tal salario sea recibido atemperadamente y con mesura. Y en esta manera lo puede demandar y levar. Este atemperamiento debe
ser considerado según estas cuatro cosas que se sieguen: es a saber: según la cuantidad y valor de la causa: y según el trabajo
pela procuración: y según la eficiencia y discreción del abogado: y según la costumbre del reino. Y consideradas estas dichas
cuatro cosas debe el abogado recibir / cuanto más / cuanto menos. Debe igualarse con la parte por que procura / o al comienzo del
pleito: o al fi. Pero desde que ya es comenzado el pleito no se deben igualar.

10
Diste consejo a algún como pudisteis vencer / o fallir con algún pleito: sabiendo que vos tenías justicia: Alen de ser pecado
mortal / es tenudo a satisfacer a la parte que recibió el daño.

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