O curta Ilha das Flores engloba vários assuntos interessantes como a superioridade

que o ser humano exerce pelo fato de ter o encéfalo altamente desenvolvido,
combinado com o polegar opositor que permite realizar atividades que exigem
coordenação motora fina, como o movimento de pinça, isso deu capacidade de
realizarmos tarefas como mudanças no meio ambiente, em principal exemplo a
agricultura, mostrada na plantação de tomates do senhor Suzuki, um homem de
origem japonesa que vive em Porto Alegre, estado do Rio Grande do Sul, no
extremo Sul do Brasil, ele trabalha cerca de 12 horas por dia em sua lavoura de
tomates, um vegetal capaz de alimentar o ser humano, mas a principal intenção do
senhor Suzuki com essa colheita é de troca-la por dinheiro, assim trocando também
seu tempo de trabalho para produzi-la, até a criação do dinheiro a economia se
baseava na troca direta, o que gerou problemas já que não existia um mecanismo
que calculasse com precisão quantos tomates seriam necessários para suprir a
troca em uma galinha, decorrente disso, foi criado o dinheiro, para facilitar as trocas
diretas e pagamentos de serviços prestados, subsequente de estudos dados a partir
da sociologia econômica, que visa o ligamento entre produtores, mercados e
consumidores, e como são designados as proporções de preços para os serviços
prestados e mercadorias produzidas.

Logo temos um modelo direto dos 5 elementos da sociologia, sendo eles os grupos
sociais, a estrutura social, as classes sociais, a família e o papel que o indivíduo
ocupa em sociedade, é observado Dona Nete indo ao supermercado para trocar o
seu dinheiro por tomates que procederam do senhor Suzuki, o dinheiro que ela
adquiri vendendo perfumes e usando seu tempo para ir de casa em casa oferta-los,
ela não produz o perfume contudo pode realizar a compra de uma fábrica por preço
de revenda, e assim conseguir obter lucros para continuar a comercializa-los e ter
lucro suficiente para sustentar sua família, o dinheiro que ela usou para pagar os
tomates é em parte do mercado, que fica com uma porcentagem dos lucros por
facilitar ao produtor que seus produtos cheguem ao consumidor final.

Neste mesmo exemplo observamos a quantidade de lixo que é produzida por Porto
Alegre, cerca de 500 toneladas por dia, o ser humano tem como julgamento que lixo
é uma coisa inútil, sem valor, velho ou imundo, que causa doenças nos seres
humanos e por isso tem que ser devidamente descartado longe da urbanização,
assim, o lixo de Porto Alegre é levado para um lugar chamado Ilha das Flores, um
nome belo mas não faz jus a realidade, as pessoas que vivem lá estão em
condições subumanas, convivendo com inúmeras doenças e o cheiro deplorável
que exala de todo lixo depositado por lá, como se não bastasse o descaso do
estado com esses seres humanos, são obrigados a se alimentarem do lixo orgânico
que vem do supermercado, como um tomate podre que foi rejeitado pelos
consumidores que tem condições de pagar pelo alimento em bom estado, mas
antes de poderem ter acesso, a prioridade alimentar desse são dos porcos, os
criadores recebem o caminhão para escolher o que está em melhor condição e
oferecem de comida aos animais, o que sobra desse lixo ainda tem tempo
cronometrado no relógio para ser pego pelas mulheres e crianças, são 10 pessoas
por um curto período de 5 minutos para recolherem os que foram rejeitados pelos
porcos, ficando evidente a principal mensagem que o curta nos passa, dado que um
ser humano com todo desenvolvimento superior a outras espécies, não é nada
quando não se tem dinheiro, esse grupo de pessoas é colocado abaixo de porcos
na fila da alimentação por não ter o poder que o dinheiro proporciona na vida do ser
humano, a perda da própria liberdade, a exclusão na sociedade, por seus
governadores não saberem o que fazer em relação a elas.

Ilha das Flores ganhou vários prêmios nacionais e internacionais, no Brasil, venceu
melhor curta-metragem, roteiro e montagem no Festival de Cinema de Gramado, e
outros vários prêmios pela excelência de produção e mensagem passada através
dele, a forma como trata o capitalismo na sociedade, pessoas descartadas por não
terem nada, e outros poucos tendo muito, o descaso social, e a perca de dignidade.