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Dormente ou desperto?

30 de dezembro de 2016

Resolvi colocar em prática uma vontade antiga de escrever sobre assuntos que
me levaram ao autoquestionamento e que possam de alguma forma, mesmo que
pequena, fazer com que as pessoas ao meu redor se tornem um pouquinho melhores
a cada dia. Não tenho grandes pretensões, não quero parecer e não sou um
intelectual: são pontos de vistas que podem e devem ser discutidos. Tentarei publicar
um texto por semana sobre temas variados. Este é um pouquinho de mim que
compartilho com vocês. Espero despertar o autoquestionamento e discussões
saudáveis. Boa leitura! :)

DORMENTE OU DESPERTO?

Nossas vidas modernas são tão corridas e conturbadas que mal temos tempo
de parar para nos questionar o motivo que nos levaram a tomar decisões e a fazer
nossas escolhas. Tudo acontece de forma tão automática que mal entendemos os
caminhos que nossas vidas tomaram.

A maioria das pessoas inconscientemente optam pelo comum, pelo que se


convencionou em seu meio de convívio para direcionar suas vidas. É mais fácil deixar
que outros lhe indiquem o caminho do que desbravá-lo e trilhá-lo por si só. O ser
humano tem esta facilidade em deixar que a vida siga seu rumo sem questionar. Esta
massa de pessoas são os dormentes: eles seguem convenções, aceitam caminhos e
decisões prontas, tem preguiça de pensar, de lutar e sentem-se deslocados quando
não são parte da massa. Os dormentes não sabem o que os motiva, simplesmente
estão à deriva e deixam-se levar pela maré. Eles só se sentem felizes e completos
quando fazem parte de um grupo, que tem suas próprias convenções, padrões de
comportamento, decisões e objetivos já definidos. Um dormente sem decisões prontas
sente-se vazio e perdido, ele perde a razão do seu ser.

Um dormente pode se tornar um desperto, porém o processo pode ser um


tanto doloroso. Existem duas situações principais que levam um dormente ao seu
ponto de ruptura: quando ele não tem decisões prontas para seguir ou quando ele
inicia o questionamento de aspectos de sua vida.

O primeiro ponto de ruptura geralmente é o mais traumático, pois o indivíduo


perde suas bases e isso o faz questionar os motivos de sua própria existência e o meio
em que está inserido, é como acordar de um pesadelo. Já o segundo ponto de ruptura
acontece de forma mais lenta, com leves questionamentos, indagações banais que vão
evoluindo até o ponto em que toda sua existência é questionada. Este segundo ponto
de ruptura é como acordar com sussurros chamando seu nome.

Muitas pessoas ficam presas no limiar do desperto e do dormente, pois a


realidade pode ser chocante demais, e ao preencher o vazio interno voltam ao
descanso de sua consciência. Despertar não é algo fácil, requer coragem, aceitação e
principalmente dedicação.

E você? Quantas vezes questionou sua vida e o meio em que vive? Quantas
decisões que tomou e quantos caminhos trilhou que foram legitimas escolhas suas? O
despertar é traumático, mas necessário, pois só assim é possível viver sem as amarras
das convenções que nos prendem. O despertar é o primeiro passo para sua liberdade
como indivíduo.

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