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QUÍMICA GERAL

Curso: Técnico Integrado


Professor: Fernando Delalíbera de Castro
Sistema de avaliação:
• Trabalhos: T1 , T2 e Aulas práticas (caso haja) – total: 08 pontos.
• Avaliações: A1, A2 – total 19 pontos.
• Avaliação atitudinal: 03 pontos.
• Recuperação 1º Trimestre:
• Todo trabalho e relatório de aula prática deve conter capa de acordo
com o modelo disponibilizado pelo docente.
Conteúdo
• Matéria e suas transformações;
• Modelos atômicos;
• Classificação periódica dos elementos;
• Ligações químicas;
• Funções inorgânicas;
• Cálculos químicos.
1. Matéria e suas transformações
Breve panorama histórico da Química: surge como ciência entre os séc.
XVII e XVIII

• Há 3.500 anos, os egípcios já usava transformações químicas: fabricação de objetos cerâmicos por
meio do cozimento da argila, a extração de corantes de certos animais e vegetais, a obtenção de
vinagre e bebidas alcoólicas não destiladas (vinho, cerveja) e a produção de vidro e de alguns
metais e a arte da conservação das múmias, na qual os egípcios atingiram alto grau de perfeição.
• Por volta de 478 a.C., o filósofo grego Leucipo, apresentou a primeira teoria atômica, átomos (do
grego a, que significa “não”, e tomos, que quer dizer “divisível”).
• Contudo, entre os gregos, acabaram predominando as ideias de outro filósofo, Aristóteles (384-322
a.C.). Segundo ele, tudo é constituído de quatro “elementos” básicos: fogo, terra, ar e água. Essa
maneira de pensar influenciou muito a evolução da Ciência ocidental, que conseguiu desvencilhar-
se totalmente dessas ideias somente no século XVI, a partir do qual a Química teve considerável
impulso.
• Após Aristóteles, a Grécia passou por um agitado período político e, gradualmente, a cidade
egípcia de Alexandria assumiu a liderança científica da época. Lá, encontraram-se frente a frente a
filosofia grega, a tecnologia egípcia e as místicas religiões orientais.
Breve panorama histórico da Química: surge como ciência entre os séc.
XVII e XVIII

• Disso tudo nasceu a Alquimia, uma mistura de ciência, arte e magia, que floresceu durante a Idade
Média, tendo uma dupla preocupação: a busca do “elixir da longa vida”, que garantiria a
imortalidade e a cura das doenças do corpo, e a descoberta de um método para a transformação de
metais comuns em ouro (transmutação), que ocorreria na presença de um agente conhecido como
“pedra filosofal”.
• Na China, as especulações dos alquimistas conduziram ao domínio de muitas técnicas de
metalurgia e à descoberta da pólvora. Os chineses foram os inventores dos fogos de artifício e os
primeiros a usar a pólvora em combates no século X.
• No século XVI, o suíço Theophrastus Bombastus Paracelsus propôs que a Alquimia deveria
preocupar-se principalmente com o aspecto médico em suas investigações. (Isso ficou conhecido
como Iatroquímica.)
• Em 1597, o alemão Andreas Libavius publicou o livro Alchemia, no qual afirmava que a Alquimia
tem por objetivo a separação de misturas em seus componentes e o estudo das propriedades desses
componentes.
• Em 1661, o irlandês Robert Boyle publicou The sceptical chemist (O químico cético — cético significa
desconfiado, que só acredita mediante provas), no qual atacava violentamente a concepção
aristotélica de quatro “elementos”.
Breve panorama histórico da Química: surge como ciência entre os séc.
XVII e XVIII

• Há outros estudiosos que creditam a Antoine Laurent Lavoisier o mérito de ser o “pai” da Química.
Os trabalhos desse cientista francês, realizados no século XVIII, deram à Química bases mais
sólidas.
• No século XIX, os trabalhos de Gay-Lussac, Dalton, Wöhler, Avogadro, Kekulé e outros, cujas
conclusões também estudaremos, deram origem à chamada Química clássica.
• No século XX, com o grande avanço tecnológico, presenciou-se uma vertiginosa evolução do
conhecimento químico. O átomo teve sua estrutura interna pesquisada, elementos artificiais foram
sintetizados e modernas técnicas de investigação foram desenvolvidas, utilizando conceitos de
Química, Física, Matemática, Computação e Eletrônica. Surge então a Química moderna.

De modo bem simples, podemos dizer que a Química estuda as transformações que envolvem matéria
e energia.
Conceitos importantes:
• Matéria - tem massa e ocupa lugar no espaço, ex: rocha
• Corpo – Porção limitada de matéria, ex: pedra.
• Objeto – Corpo com alguma finalidade, ex: panela de pedra.
• Energia - é a grandeza que avalia a capacidade de um sistema realizar trabalho.
• Pressão - é a força exercida por unidade de superfície.
• Calor - é uma energia em trânsito.
• Temperatura - é uma medida da agitação térmica das partículas que constituem a matéria.
• Massa (m): quantidade de matéria de um corpo. Unidades: t; kg; g; etc.
• Volume (v): é a extensão de esapço ocupado por um corpo. Unidades: m3; L ou dm3; cm3 ou mL
• Temperatura (T): relaciona-se com o estado de agitação das partículas que formam um corpo e com
a capacidade desse corpo de transmitir ou receber calor. Unidades: Celsius oC; Kelvin (K), etc.
• Pressão (P): a relação entre a força exercida na direção perpendicular, sobre uma dada superfície, e
a área dessa superfície. Unidades: atmosfera (atm); mmHg; cmHg; Pascal (Pa) (kPa) e Torriceli
(torr).
Revisão
• Transformar um número em notação científica:
3200000000 = 0,000000000000000000000000000911 =
• Operações com notação científica:
Multiplicação: 1,4 . 10 3 x 3,1 . 10 2 = (1,4 x 3,1) . 10 (3 + 2) = 4,34 . 10 5
Divisão: 9,42 . 10 5 : 1,2 . 10 2 = (9,42 : 1,2) . 10 (5 - 2) = 7,85 . 10 3
Soma: 3,3 . 10 8 + 4,8 . 10 8 = (3,3 + 4,8) . 10 8 = 8,1 . 10 8
Subtração: 6,4 . 10 3 - 8,3 . 10 3 = (6,4 - 8,3) . 10 3 = - 1,9 . 10 3
Atividades de aprendizagem:
1. Transforme as massas em gramas (g):
a) 0,20 kg
b) 200 mg
c) 1,3 t

2. Transforme os volumes em litros (L):


a) 1 dm3
b) 100 mL
c) 200 cm3
d) 3,0 m3

3. Transforme as temperaturas:
a) 27 ºC em Kelvin (K)
b) 500 K em ºC (Celsius)

4. Transforme as pressões:
a) 1 520 mm Hg em atm
b) 0,5 atm em mm Hg
c) 38 cm Hg em KPa
Mudanças de estado físico
Curva de aquecimento e curva de resfriamento
1.2 - Mudanças de estado físico (ciclo da água).

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Propriedades específicas da matéria
Ponto de fusão (PF) e ponto de ebulição (PE)
O ponto de fusão de uma substância é a temperatura em que ela sofre fusão (durante o aquecimento)
ou solidificação (durante o resfriamento).
O ponto de ebulição de uma substância é a temperatura em que ela sofre ebulição (durante o
aquecimento) ou condensação (durante o resfriamento).

Analise a tabela a seguir. Com relação ao estado físico (sólido, líquido, gasoso) das substâncias da
tabela quando se encontram em um ambiente a 40 °C e na pressão de 1 atm, a alternativa verdadeira
é:
Densidade
• A densidade de um objeto ou de uma amostra de certo material ou substância é o resultado da divisão
da sua massa pelo seu volume.

• A unidade da densidade é composta por uma unidade de massa dividida por uma unidade de volume.
Assim, podemos expressá-la, por exemplo, em g/cm3, g/L, kg/L etc.
• o creme de leite, por ter mais massa em um certo volume (mais denso), é vendido por massa; já o
chantilly, com menos massa em um certo volume (menos denso), é vendido por volume.
Atividades de aprendizagem:
2) Um bloco de metal tem volume de 200 mL e massa de 1.792 g. a) Qual a densidade desse metal,
expressa em g/cm3 ? b) Qual o volume de uma amostra de 1 kg desse metal?
3) Um caminhão transporta 5 t de uma variedade de madeira cuja densidade é 0,7 g/cm3. Qual o volume da
madeira que está sendo transportada, expresso em: a) litros? b) metros cúbicos?
4) Em uma cena de um filme, um indivíduo corre carregando uma maleta tipo 007 (volume de 20
dm3) cheia de barras de um certo metal. Considerando que um adulto de massa média (70 kg) pode
deslocar, com uma certa velocidade, no máximo o equivalente à sua própria massa, indique qual o
metal contido na maleta, observando os dados a seguir: densidade (g/cm3) Al = 2,7; Zn = 7,1; Ag = 10,5;
Pb = 11,4; Au = 19,3
Coeficiente de solubilidade
O coeficiente de solubilidade (CS) é uma medida da capacidade que um material (denominado
soluto) possui de se dissolver em uma quantidade padrão de outro material (denominado solvente),
em condições determinadas de temperatura e pressão.
Atividade de Aprendizagem:
5) A tabela a seguir traz a variação da solubilidade (S) do nitrato de potássio em função da
temperatura (sob pressão de 1 atm). Os dados encontram-se em gramas de nitrato de potássio por 100
g de água.

a) Como varia a solubilidade do nitrato de potássio em função da temperatura?


b) O que ocorre se adicionarmos 50 g de nitrato de potássio em 100 g de água a 30 °C?
c) Qual a maior massa de nitrato de potássio que é possível dissolver em 200 g de água a 40 °C?
Coeficiente de solubilidade

6) A tabela a seguir traz a variação do coeficiente de solubilidade (CS) do hidróxido de cálcio em


função da variação da temperatura (a 1 atm). Os dados encontram-se em miligramas de hidróxido de
cálcio por 100 g de água.

a) O hidróxido de cálcio pode ser considerado muito solúvel, pouco solúvel ou praticamente insolúvel
em água?
b) Se a água é predominantemente líquida na faixa de temperatura e pressão fornecidas, por que os
dados mostram 100 g de água e não 100 mL de água?
c) O que ocorre se adicionarmos 200 mg de hidróxido de cálcio em 100 g de água a 20 °C?
Substâncias e Misturas
Substâncias químicas
Dentre essas propriedades, estão o ponto de fusão, o ponto de ebulição, a densidade, o fato de ser
inflamável ou não, a cor, o odor etc. Duas substâncias diferentes podem, eventualmente, possuir
algumas propriedades iguais, mas nunca todas elas. Caso aconteça de todas as propriedades de duas
substâncias serem iguais, então elas são, na verdade, a mesma substância.
Substâncias puras X misturas

• Uma substância pura, como o próprio nome diz, está pura, ou seja, não está misturada com outra
substância ou com outras substâncias. Em geral, quando um químico refere- -se, por exemplo, à
substância água ele está deixando subentendido que se refere à substância pura água.

• Uma mistura é uma porção de matéria que corresponde à adição de duas ou mais substâncias
puras. A partir do momento em que elas são adicionadas, deixam obviamente de ser consideradas
substâncias puras. Elas passam a ser as substâncias componentes da mistura.
Classificação da matéria quanto à constituição:
Substâncias simples: é formada por um ou mais átomos de um mesmo elemento químico é
classificada como

Substâncias compostas: quando as moléculas de determinada substância são formadas por


dois ou mais elementos químicos, é classificada como substância pura composta ou,
simplesmente, substância composta.

Mistura é uma porção de matéria que corresponde à adição de duas ou mais substâncias
puras. A partir do momento em que elas são adicionadas, deixam obviamente de ser
consideradas substâncias puras. Elas passam a ser as substâncias componentes da mistura.
Exemplo: Ar atmosférico
Tipos de misturas: de acordo com o aspecto visual de uma mistura, podemos classificá-la
em função do seu número de fases:
Fase: cada uma das porções que apresenta aspecto visual homogêneo (uniforme), o qual
pode ser contínuo ou não, mesmo quando observado ao microscópio comum.

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Classificação da matéria quanto à constituição

Mistura homogênea: apresenta uma só fase e uma mistura heterogênea


apresenta duas ou mais fases.
Mistura heterogênea é uma mistura que não possui as mesmas propriedades
em toda a sua extensão.

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Misturas heterogêneas e misturas homogêneas
• Uma mistura heterogênea ou solução é uma mistura que não possui as mesmas propriedades em
toda a sua extensão.
Misturas heterogêneas e misturas homogêneas

• Identifique os sistemas abaixo:


• Misturas homogêneas eutéticas: • Misturas homogêneas azeotrópicas
composição definida que possuem composição definida que possuem PE
PF constante, e PE variável com o constante, e PF variável com o tempo.
tempo. Por exemplo, uma liga Ex., a mistura 96% de álcool etílico e
metálica feita com 40% de cádmio e 4% de água (% em volume) PF
60% de bismuto forma uma mistura variável e PE = 78,2 °C.
eutética com PF = 140 °C, a 1 atm. Comercializada na farmácia como
álcool hidratado 96 °GL (°Gay-Lussac).
Métodos de separação de
misturas:
Liquefação e destilação do ar atmosférico

Cada componente do ar atmosférico (O2, N2 e Ar) apresentam diversas


aplicações. Industrialmente a separação do ar atmosférico é feita por
destilação fracionada, que separa os componentes da mistura liquefeita de
acordo com o PE: N2 (–195,8 °C), Ar (–185,7 °C) e O2 (–183,0 °C).
Para liquefazer o ar atmosférico, submete a um resfriamento e aumento de
pressão. Uma pressão maior faz que uma mesma quantidade do gás passe a
ocupar um volume menor, ajudando a promover a passagem de gás para
líquido. Toda substância (ou mistura) possui uma temperatura crítica acima
da qual não sofre liquefação por compressão, qualquer que seja o aumento
de pressão a que for submetida.
Para o ar atmosférico, a temperatura crítica é de –140 °C sob pressão de 40
atm. Nessa temperatura e pressão inicia-se a liquefação do ar. Em
temperaturas superiores, não é possível liquefazer completamente o ar
atmosférico, qualquer que seja a pressão utilizada. Para obter essa
temperatura, a indústria dispõe de máquinas refrigerantes muito eficientes
ligadas a dispositivos especiais de compressão e expansão.

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Processos mecânicos ou físicos de separação de misturas

O ar liquefeito é então submetido a uma destilação fracionada, ou seja,


começa a receber calor gradativamente, de modo que apenas o componente
que apresenta o menor ponto de ebulição (o N2) se vaporize, separando-se
dos demais, e assim sucessivamente.

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Processos mecânicos ou físicos de separação de misturas
Os processos mecânicos de separação de misturas são utilizados para separar
misturas heterogêneas nos casos em que não for necessária nenhuma
transformação física (como mudança de fase de agregação, por exemplo).

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Processos mecânicos ou físicos de separação de misturas

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Evidências de transformações químicas: processos físicos e
químicos.
Fenômenos físicos: não alteram a natureza da matéria, isto é, a sua
composição.
Nesses fenômenos, a forma, o tamanho, a aparência e o estado físico podem
mudar, porém a constituição da substância não sofre alterações. Os principais
fenômenos físicos são as mudanças de estado físico.
Fenômenos químicos: alteram a natureza da matéria, ou seja, a sua
composição.
Quando ocorre um fenômeno químico, uma ou mais substâncias se
transformam e dão origem a novas substâncias. Então, dizemos que ocorreu
uma reação química. Veja o exemplo:

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Evidências de transformações químicas: processos físicos e
químicos.
Para reconhecermos a ocorrência de um fenômeno químico é a observação
visual de alterações que ocorrem no sistema.
A formação de uma nova substância está associada à:
1. Mudança de cor. Exemplos: queima de papel; cândida ou água de lavadeira
em tecido colorido; queima de fogos de artifício.
2. Liberação de um gás (efervescência). Exemplos: antiácido estomacal em
água; bicarbonato de sódio (fermento de bolo) em vinagre.
3. Formação de um sólido. Exemplos: líquido de bateria de automóvel + cal de
pedreiro dissolvida em água; água de cal + ar expirado pelo pulmão (gás
carbônico).
4. Aparecimento de chama ou luminosidade. Exemplos: álcool queimando, luz
emitida pelos vaga-lumes.
Porém, algumas reações ocorrem sem essas evidências visuais. A formação
de novas substâncias é constatada pela mudança das propriedades físico-
químicas.

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Reciclagem do lixo

Todo resíduo proveniente das atividades humanas ou naturais, gerado nos


centros urbanos, é considerado lixo. Esse lixo apresenta potencial de
reciclagem, ou seja, capacidade de voltar ao ciclo de produção do qual foi
descartado. Entretanto, a maior parte ainda é encaminhada para aterros
sanitários ou até mesmo para lixões a céu aberto.
Tratamento físico do lixo:
A separação dos materiais inertes (plásticos, metais, vidros, papel, papelão e
outros, segue para a reciclagem) da matéria orgânica aproveitável (segue para
a compostagem) e dos rejeitos (segue para o aterro sanitário) é feita por meio
de equipamentos eletromecânicos.
As instalações de tratamento físico do lixo apresentam os seguintes módulos:
balança, fosso de recepção, esteiras, transportadores, esteiras de catação
manual, trituração, peneiração e pátio de compostagem.

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