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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Resolução de exercícios

Estudante: Arlene João de Castro Código: 708200123

Licenciatura em ensino de: Português


Cadeira de: Sociolinguística
Ano de frequência: 3º Turma B
Docente: António LemaxLikaungo

Nampula, Julho de 2022


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 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
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(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao 2.0
objecto do trabalho
 Articulação e
domínio do
discurso académico
2.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e  Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos
Conclusão 2.0
teóricos práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª  Rigor e coerência
Referências edição em das
4.0
Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice

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Introdução.................................................................................................................................3

1- Anormaculta e norma popular..............................................................................................4

2- Língua, sociedade e tipos de Variedades.............................................................................5

Tipo de variantes......................................................................................................................6

3- Comunidade linguística........................................................................................................6

4- Crioulo e Pidgin (São - vicente, Cabo-Verde, São - Tomé).................................................6

Teoria da monogénese..............................................................................................................7

5- Língua veicular.....................................................................................................................8

6- Bilinguismo..........................................................................................................................8

7- Principais dificuldades em relação a língua na GUINE CONACRY..................................9

8- Plurilinguismo e multilinguismo em Moçambique............................................................10

9- Código Restrito e Código Elaborado.................................................................................10

10- Políticas linguísticas e planificação linguística...............................................................11

11- Variáveis de estudo desenvolvido em N ova Iorqueno âmbito da estratificação do inglês


................................................................................................................................................12

12- O papel da rede social na variação e mudança linguística de Moçambique....................12

Conclusão...............................................................................................................................13

Bibliografia.............................................................................................................................14

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Introdução
A Sociolinguística como uma ciência autónoma e interdisciplinar teve início em meados do
século XX, embora haja vários linguistas que, muito antes dos anos 1960, já desenvolviam
em seus trabalhos teorias de natureza claramente sociolinguística, como é o caso de Meillet,
Bakhtin e membros do Círculo Linguístico de Praga. Esses são pensadores que levavam em
conta o contexto sociocultural e a comunidade de fala em suas pesquisas linguísticas, ou
seja, não dissociavam o material da fala do produtor dessa fala, o falante – pelo contrário,
consideravam relevante examinar as condições em que a fala era produzida.
O presente trabalho da cadeira de Sociolinguística, e tem como objectivo falar sobre alguns
tópicos ligados a Sociolinguísticano que concerne ao módulo do 3º ano.
Em termos estruturais o trabalho está organizado a partir do índice, introdução, conclusão e
bibliografia.

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1- Anormaculta e norma popular
SegundoFaraco(2002,p.39), anormacultadizrespeitoàvariedade utilizadapelas
pessoasquetêmmaisproximidade comamodalidadeescritae,portanto,possuemumafala
maispróximadasregrasdetalmodalidade. NoBrasil,considera-se comofalantedenorma
cultaapenasaspessoasquejáseformaramnoEnsinoSuperior(Bagno, 2002,p.185;
Lucchesi,2002,p.65).

Porisso,seus falantes,emsua maioria,são pertencentesàscamadas


maisprivilegiadasdasociedade.Aexpressão“culta”nonome“normaculta”podelevar muitos
aimaginarem quesó osfalantes detalvariedadesão cultos,ou seja,possuemculturae
queosoutrossão incultoseignorantes.Tal idéiaéamplamentedifundidapelosensocomume
deveserdesconstruída.

Faraco (2002,p. 40)esclarecequeotermonormaculta,comofoidito, designaavariedade


utilizadapelaspessoas que possuem maiscontatocoma“culturaescrita” e,porisso,tal
vocábuloéutilizado.

Norma culta compreende a variedade de uso corrente entre falantes urbanos com
escolaridade superior completa [...]. São, em geral, as variedades que ocorrem em usos mais
monitorados da língua por segmentos sociais urbanos, posicionados do meio para cima na
hierarquia econômica e, em consequência, com amplo acesso aos bens culturais, em especial
à educação formal e à cultura escrita (Faraco, 2008, p. 47)

O termo norma, ou variedade popular, designa o conjunto de variedades linguísticas que


tende a ser mais usado por falantes situados em esferas sociais pouco favorecidas
economicamente e com limitado acesso a bens culturais favorecidos economicamente (como
no caso da educação formal, principalmente no nível superior) (Bagno, 2003; Faraco, 2008,
2011; Bortoniricardo, 2011).

2- Língua, sociedade e tipos de Variedades


Cada região tem a sua língua, cada comunidade expõe de forma própria essa língua e cada
falante tem o seu jeito particular de realizar essa mesma língua. Porem, A língua pode
também ser definida como um elemento de identificação; de diferenciação cultural e de
educação. Com efeito, perante a lingua, pode-se assim ter uma determinada atitude.

Normalização: trata da definição de normas padrões do uso da lg;


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Historicidade: encarrega-se pela procura de uma história passada de modo a salientar as
variantes que se tornaram autónomas. Esta fornece a base e as variação vocabular que se
impõem à língua. As variantes se tornam historicidade quando são uma ideologia, uma
tradição;
Vitalidade: É uma capacidade de verificação da utilidade da língua em todas as funções
vitais. A sua presença define a atitude dos homens perante uma variedade linguística.
Quanto mais falantes existirem, utilizando uma dada variedade linguística, maior será a sua
vitalidade, autonomia, historicidade e normalização.

Tipo de variantes
Normalização Autonomia Historicidade Vitalidade
Língua normalizada + + + +
Língua popularizada - ± +
Dialecto - - + +/±
Crioulo - - + +
Pidgin - - - -
Língua clássica + + + -
Língua artificial + + - -

3- Comunidade linguística
Trata-se do campo de acção da sociolinguística com as suas variedades de análise., (1933),
ao abordar a questão da linguística considera que a comunidade linguística resume-se num
grupo de pessoas que interagem usando uma linguagem.

4- Crioulo e Pidgin (São-vicente, Cabo-Verde, São-Tomé)


Crioulo - são as interferências de duas línguas produzem-se de tal maneira que até formam
signos linguísticos, quebrando o carácter interferencial, constituindo uma nova língua dessa
comunidade de falantes.
Pidgin: trata-se de uma L2 nascida do contacto entre duas línguas por ex. Inglês e Chinês
em condições bionivocas a saber: deste contacto as duas lingas tem que ser ininteligíveis
mutuamente; a 2a é preciso que haja uma necessidade de intercompreensão numa situação de
tempo limitada e transitória.

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Os pidgins distinguem-se do saberes porque estes são bilaterais (no sentido em que podem
ser utilizados pelo grupo dominante e dominado) e por locutores que são mutuamente
incompreensíveis.
É um sistema de comunicação verbal que não é a lg materna de ninguém. Ao percurso deste
sistema dá-se o nome de pidginização.
Historicamente distinguem-se dois grandes sistemas de pidgins: Pidgins endógenos e
pidgins exógenos
 Pidgins endógenos: nascem do contacto entre uma população autóctone e um grupo de
comerciantes pidgins exógenos: nascem do contacto entre grupos dos quais nenhum é
autóctone, local.

Fenómenos de contacto de línguas


1. Sócio - históricos
 A chegada massiva de um contingente de m-d-o
 Isolamento dum grupo dominante
 A presença de mulheres e crianças
 A duração dos contactos
 A possibilidade de se instalar num local

2. Sócio - linguísticos (pidginização e crioulização)


 Multiplicidade de línguas
 O corte linguístico cultural com a origem
 A necessidade de comunicação entre os escravos
 Ausência de uma língua comum.

A teoria da poligénese
A teoria da poligénese defende que os saberes surgiram e se desenvolveram a partir de
várias lingas em resposta a diferentes situações de contacto de lingas.
Os saberes podem fixar-se quando começam a ser usados de forma crescente por outros
interlocutores. Podem ainda transformarem-se em crioulos se for a primeira lg de um grupo
de pessoas e que com o uso constante, pode estabilizar-se e cristalizar-se.

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Teoria da monogénese
Esta teoria defende que os vários saberes devem porvir de uma mesma língua porque existe
alguma coisa comum que é o português (origem comum) muito embora resultem da
resolução de problemas de contacto entre lingas. Estes afirmam que entre os saberes existe
intercompreensão, os saberes se organizam perto de grandes pontos de passagem de
comunicação marítima. O proto-sabir – com base no português, surgiu no séc. XV e se
espalhou por todo o mundo. O sabir medieval era considerado o sabirproto-português.

5- Língua veicular
Para Libaneo (2006), uma língua veicular é uma língua ou dialecto que serve
sistematicamente como meio de comunicação entre populações de diferentes línguas
maternas ou dialectos, especialmente quando se trata de uma terceira língua, diferente das
duas línguas nativas. É diferente do vernáculo , comummente usado dentro de uma
população, sabendo que um idioma pode ser veicular e vernáculo (por exemplo,
inglês internacionalmente e no Reino Unido ).
Uma língua veicular pode ser um pidgin , um crioulo , mas também línguas como
o francês ou o inglês, ou mesmo às vezes uma língua litúrgica entre comunidades
multilingues ligadas pela mesma religião.
Por metonímia , às vezes usamos os termos "  koinè  " ou "  língua franca  " para falar de
línguas veiculares em geral, mesmo que estas sejam de fato línguas veiculares singulares.

Segundo a equipe editorial de Conceito. (2014), dá-se o nome de língua veicular ou língua
franca ao idioma que se adopta para facilitar o entendimento comum entre pessoas que não
partilham da mesma língua vernácula. A língua veicular pode variar de acordo com a época
ou o âmbito.
De acordo com os autores Reis & Adragão (1989). Argumentam que o latim era a língua
veicular depois da dissolução do Império Romano, com os anos foi substituído pelo francês
e pelo alemão segundo a área em questão. Hoje em dia, pode-se dizer que a língua franca é o
inglês, uma vez que costuma ser o idioma escolhido por aqueles que não têm a mesma
língua vernácula. Deste modo, é possível que um Peruano viaje até à China e comunique lá
em inglês, por exemplo.

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6- Bilinguismo
Segundo Butler e Hakuta (2004. p. 114) definem Bilinguismo como “um comportamento
linguístico psicológico e sócio-cultural complexo com aspectos multidimensionais”.

O conceito de bilinguismo, além de ser um termo pouco unívoco, não é algo estático, senão
que tem evoluído e evolui através do tempo com grande dinamismo. Por esta razão, as
definições estão continuamente transformando-se ou remodelando-se desde as perspectivas
diferentes segundo seja o campo de estudo ou a especialização desde a que se aborde.
Em poucas palavras podemos dizer que:
“O bilinguismo é o uso habitual de duas línguas em uma mesma região ou por uma mesma
pessoa."
“Capacidade de um indivíduo de expressar-se em uma segunda língua respeitando os
conceitos e as estruturas próprias da mesma”. (Titone, R. 1976).
“Bilingue é aquela pessoa que é capaz de codificar e recodificar em qualquer grau, sinais
linguísticos provenientes de dois idiomas diferentes”. (Blanco, A. 1981, p.51)

Níveis de bilinguismo
Podemos distinguir dois níveis segundo analise-se desde uma dimensão pessoal ou desde
uma vertente social, ou seja, o bilinguismo individual e bilinguismo social.
Quando se fala de bilinguismo individual, nos referimos ao conhecimento e domínio que
uma pessoa tem de duas línguas; ao uso que um indivíduo faz das mesmas; aos factores que
intervêm no processo de aquisição, e às variáveis entre indivíduo, médio e língua.
Para entendermos sobre o bilinguismo social, é necessário fazer uma breve referência a
algumas situações políticas que têm gerado um tratamento e uma consideração específica
para as línguas. Entre elas, cabe assinalar as consequências sociolinguísticas que teve a
colonização europeia no continente asiático e africano, já que em bastantes casos
desapareceram grupos com línguas e culturas próprias ao ficar assimiladas pela metrópole
correspondente.

7- Principais dificuldades em relação a língua na GUINE CONACRY


Este Pais e o único país africano francófono que elevou as suas línguas a um estatuto de
lingas nacionais e de ensino para as crianças e para os adultos nas escolas. Quer dizer, a
Guine é símbolo de luta contra o neocolonialismo.

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Principais dificuldades
1. Seriam precisosmuitos professores para ensinarem nas escolas as 08 línguas;
2. Seriam precisos manuais escolares;
3. Pelo que, volvidos anos de tanta dificuldade, o programa de ensino ficou
ultrapassado em 08 anos, justamente na altura em que SekouTouré morreu.

8- Plurilinguismo e multilinguismo em Moçambique


De acordo com Menezes Moçambique é um país plurilíngue e pluricultural. Esta situação
linguística e cultural decorre de fatores históricos e sociais. No país coexistem várias línguas
étnicas de origem bantu com a Língua Portuguesa, além de línguas transplantadas por
imigrantes que se instalaram no país, diversidade linguística que faz de Moçambique uma
sociedade plurilíngue e pluricultural, resultado de convivências com várias etnias, várias
línguas e várias culturas.
A situação de plurilinguismo no país remete-nos para a relação língua e sociedade, questão
objeto de estudos da Sociolinguística, ciência que se preocupa em explicar a variabilidade
linguística e sua relação com diversos fatores linguísticos e sociais, buscando também
relacionar variação e mudança linguística. As variações em língua portuguesa em
Moçambique incluem aspectos fonéticos, fonológicos, morfológicos, sintáticos, semânticos,
pragmáticos e retóricos.

9- Código Restrito e Código Elaborado


Segundo a tese de Bernstein, a estrutura social gera códigos linguísticos diferentes que
transmitem a cultura do grupo, e dessa forma, acaba, por determinar comportamentos e
modos de pensar e interpretar a realidade. Ele aponta a existência de dois códigos
linguísticos a que ele chamou Código Restrito e Código Elaborado.
Em seus primeiros estudos, ele falava em linguagem pública e linguagem formal, partindo
da pressuposição. Linguagem pública seria aquela em que predominassem as implicações
emotivas sobre as lógicas. Nela, o falante faria uso de frases curtas e perguntas em que o
simbolismo seria concreto e com um baixo grau de generalização. Por outro lado, a
linguagem formal seria aquela relativamente complexa e que propiciaria ao falante uma
percepção mais aguda dos objectos e da realidade.

Mais tarde Bernstein passa a chamar essas duas linguagens Código Restrito e Código
Elaborado que são definidos como funções do relacionamento social ou como qualidades da

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estruturação social. Em seus trabalhos ele faz referência a duas classes sociais apenas: a
classe média (MidleClass) e a classe operária (WorkingClass).
As crianças da classe média adquiririam os dois códigos, o restrito e o elaborado; as da
classe trabalhadora teriam acesso apenas ao código restrito, no seu processo de socialização.

10- Políticas linguísticas e planificação linguística


Segundo Haugen e Fishman (1959; 1970) definem Política linguística como o conjunto de
posições, opções e escolhas conscientes que partem da realidade linguística do pais,
realmente feitas pelo Estado, sendo evidente que haja um conhecimento profundo da
situação linguística do pais e planificação linguística – é a pesquisa e a realização de acções
necessárias para a aplicação da política linguística, e a concretizarão da política linguística
(põe em marcha as opções feitas), determina as acções que devem ser levadas a cabo em
cada etapa até chegar ao objectivo visado.

A passagem da política linguística a planificação linguística compreende, entre outros


factores, a intervenção do estado.
A planificação linguística implica a existência de uma política linguística dai que
esquematicamente podemos representar da seguinte maneira:

Política Linguística
Função prática
 As que tiveram uma consequência
 De passagem a prática/acção
Função simbólica
 Nunca passaram a acção/prática
 Permaneceram como simbolismo

Planificação linguística
Acção sobre as línguas
 A nível da ortografia
 A nível do léxico (introdução de novos vocábulos)
 A nível das formas dialectais (se se eliminam ou subsistem)

Acção sobre as línguas

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 Na escolha de uma lg nacional
 Organização do plurilinguismo
 Representação funcional
 Quando se faz repartição racional

11- Variáveis de estudo desenvolvido em N ova Iorquenoâmbito da estratificação do


inglês
Depois de um pequeno levantamento histórico dos estudos já realizados em Nova Iorque,
citando, por exemplo, o Linguistic Atlas oftheEastern United States (Kurath, 1939) e as
pesquisas de Allan F. Hubbell (ThePronuncitationofEnglishin New York City), o autor
apresenta as variáveis com as quais ele trabalha em sua investigação.

As variáveis são cinco:


1) O r em coda e pré-consonantal, podendo ser realizado ou não;
2) A altura da vogal æh, subdividida em uma escala de 1 a 6;
3) A vogal oh, também subdividida em seis;
4, 5) Th e dh, variáveis que podem ser fricativas ou não. Apesar de declarar o estudo ser
sobre as vogais no inglês em Nova Iorque, Labov acrescenta as variáveis 1, 4 e 5 como
forma de se estudar de forma indirecta as vogais e ter outros parâmetros para comparar
os resultados, a partir da análise dessas variáveis diversas.

12- O papel da rede social na variação e mudança linguística de Moçambique


Segundo Marteleto (2001) ressalta: "A rede social, derivando deste conceito, passa a
representar um conjunto de participantes autónomos, unindo ideias e recursos em torno de
valores e interesses compartilhados"
Crosse e Prusak (2002) identificam quatro papéis desempenhados por atores das redes:

 Conector Central,
 Expansor de Fronteiras,
 Corretor de Informação,
 Especialista Periférico.

Júnior (2005), apud Crosse e Prusak (2002), exemplifica esses quatro papéis fundamentais.
Conector Central: São os atores que ligam a maioria dos demais atores uns com os outros.
Normalmente, não são os líderes formais das unidades ou departamentos, mas sabem com

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quem conseguir informações e recursos necessários para que o trabalho seja realizado, como
também, gastam horas ajudando outros atores do grupo.

Expansor de Fronteiras: São atores que são uma espécie de embaixadores, ligando-se a
atores de outras organizações ou a filiais da empresa. Tal papel é fundamental quando
pessoas necessitam compartilhar de habilidades e necessitam estabelecer alianças
estratégicas para desenvolver, novos produtos.

Corretor de Informação: São atores que ligam subgrupos da rede, evitando que o fluxo das
informações seja interrompido através da fragmentação da rede. Os atores que
desempenham o papel de corretor de informação são tão importantes quanto o conector
central, pois possuem o mesmo poder sem possuir a quantidade de ligações directas que
caracteriza este último. Contudo, o corretor de informação é caracterizado pela grande
quantidade de conexões indirectas.

Especialista Periférico: São atores a quem outros atores recorrem quando necessitam de
algum tipo de apoio especializado, de informações ou de conhecimento técnico ou de
habilidades específicas. Existem muitos atores que ocupam posições periféricas, para os
quais é necessária uma maior intensidade de ligações.

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Conclusão
Na sua infância, a pesquisa sociolinguística foi motivada pela constatação de que crianças
oriundas de grupos linguísticos minoritários apresentavam desempenho escolar muito
inferior ao das crianças provenientes de classe média e classe alta. Hoje podemos explicar
essas diferenças com base no grau de letramento com que as crianças convivem em seu
ambiente familiar. Na década de 1960, quando os primeiros sociolinguistas buscavam no
repertório linguístico das crianças as explicações para o seu melhor ou pior ajustamento à
cultura escolar, ainda pouco se discutia o impacto da cultura letrada sobre grupos sociais ou
nacionais.
Liderados por William Labov, os sociolinguistas pioneiros, nos Estados Unidos,
desenvolveram intensivas análises contrastivas entre a variedade do inglês que era a língua
materna dos alunos em questão e o chamado inglês padrão, falado e ensinado na escola.
Nesses tempos em que se firmavam as raízes da Sociolinguística, essa ciência voltou-se
prioritariamente para a descrição da variação e dos fenómenos em processo de mudança,
inerentes à língua,  expandindo-se depois para outras dimensões da linguagem humana.

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Bibliografia
BAGNO,Marcos.(2004), Preconceitolingüístico:oqueé,comosefaz.29.ed.SãoPaulo:Loyola.

BUTLER, Y. G.; HAKUTA, K. (2004), Bilingualism and Second language Acquisition. In:
BHATIA, T.K.; RITCHIE, W.C. The Handbook of Bilingualism.United Kingdom:
Blackwell Publishing.

FARACO, Carlos Alberto. ( 2002) , Norma-padrão brasileira: desembaraçando alguns nós.


In: BAGNO,Marcos(org.).Lingüísticadanorma.SãoPaulo:Loyola.cap.3.p.37-61.

LIBÁNEO, José Carlos. (2006), Didáctica. Cortez Editora, São Paulo, 2006. 262p.

LUCCHESI, Dante. (2002), Norma lingüística e realidade social. In: BAGNO, Marcos
(org.).Lingüísticadanorma.SãoPaulo:Loyola.cap.4.p.63-92.

REIS, C., & ADRAGÃO, J. (1989). Didáctica do Português. Lisboa: Universidade Aberta.

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