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Katharina Fragoso Sampaio - 171.

297 - Turno: Vespertino


Unifesp - UC História Moderna I - Prof. Bruno Feitler

Leitura de referência: S. Greenblatt, A Virada. O Nascimento do mundo


moderno. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

A obra do escritor Stephen Greenblatt é composta por 11


capítulos que por sua vez levam nomes de caráter sugestivo e explicativo ao
decorrer de cada narrativa. Alguns pontos que caracterizam o diferencial
desta obra das demais é a utilização de personagens reais, buscando recontar
suas histórias desde pesquisas literárias a fontes arqueológicas dando pouca
abertura para cenários diversos.
Um dos principais intuitos do autor não é a narrativa
bibliográfica do humanista italiano, Poggio Bracciolini, conhecido por suas
buscas a obras antigas, contudo, como sucedeu a descoberta de uma das
obras, segundo o próprio Greenblatt, que desestabilizou os pensamentos
vigentes atè aquele momento, obra essa chamada De Rerum Natura, do Tito
Lucrécio Caro, esse que também tem momentos da sua vida descritos a fim
de entender seus objetivos, influências e influência sobre a época. Ainda no
prefácio, o autor pontua quando e como desenvolveu o interesse pelo estudo
da obra de Lucrécio, colocando também a influência causada em suas ideias.

- “ O caçador de livros “ , nesse primeiro capítulo tem como finalidade relatar,


por meio da biografia de Bracciolini e dados históricos, como foi sua inserção
em busca de obras datadas em pelo menos 500 anos, no século XV, um grande
diferencial de pesquisadores da sua época. Concomitantemente, o autor
apresenta as dificuldades enfrentadas na caçada dessas obras, desde a difícil
localização de alguns mosteiros, a maior acanhamento por parte dos monásticos
e monges, no que diz respeito a preservação desses bens guardados por muitos
anos em suas bibliotecas.
- “ O momento da descoberta “ , buscando explicar para o leitor essa constante
busca por obras antigas, que não se dá apenas por Poggio, mas com inspiração
em um erudito por nome Petrarca. A busca pela Europa acarretou em estudos
mais aprofundados dessas obras iniciando os estudos dos humanistas pelas
humanidades, nome esse dado a todos estudiosos dessa área. Há também
descrições de como os mosteiros acabaram se tornando um dos maiores
depósitos de conhecimento em uma época de grande ignorância intelectual. O
elo desse interesse pela leitura dessas obras, como fruto para um crescimento
futuro na espiritualidade e mais tarde com cópias que não foram paradas no
tempo como meio de disciplina. Nessas circunstâncias, Poggio com todas as
suas experiências, se dispõe como o ideal para possíveis descobertas nesses
termos. Um ponto a destacar é a viagem em 1417, na abadia de Fulda, na
Alemanha, onde lá devido às circunstâncias Poggio tenha descoberto o De
Rerum Natura, de Lucrécio.
- “ Em busca de Lucrécio “ , neste capítulo a pergunta que busca ser respondida
é quem é Lucrécio, mesmo o autor surpreso com quem não apoia as suas ideias,
como Cícero, apresentando-se uma ressalva por não relatar outras obras em
paralelo e nem as obras descritas, Lucrécio é colocado de forma negativa por
São Jerônimo com demérito ao seu paganismo. Ligado a algumas fontes
arqueológicas e histórica, mais pontualmente no monte Vesúvio, o autor faz um
paralelo a possível época em que Lucrécio tenha vivido e como teria
desenvolvido seu jeito de pensar e dialogar de forma tão distinta, justificado em
Epicuro, com principais pensamentos a busca pelos prazeres e como essa tese
seria aceita pela posteridade.
- “ Os dentes do tempo “ , nesse capítulo é relatado brevemente a composição
dos livros, mostrando que nem as ações do tempo e inovações tecnológicas ao
longo das décadas puderam impossibilitar a danificaçao “natural”, como as
traças, elas responsáveis por grande parte da perda de partes importantes
relatadas nesses livros. Desde então o redator tem alguns objetivos a serem
alcançados, a busca pela consolidação da cultura literária que teve início na
Antiguidade e proporcionou significativos avanços nas áreas humanas e exatas,
tendo seu momento de passagem caída, em Alexandria, a história da filósofa
Hipátia, com o início da perseguição cristã pelos pagãos decretando o sofrimento
constante para se alcançar a salvação da alma e solucionar os problemas da vida.
- “ Nascimento e Renascimento “ , o esclarecimento de duas vertentes
fundamentais tanto para a história quanto para a História, a descrição do
nascimento de Poggio, pontuando alguns acontecimentos da sua infância e
família, e como Florença, cidade essa que interferiu em seus pensamentos
através de influências culturais, muito além dos limites convencionais para a
época. O outro ponto é a chegada de um movimento denominado Renascimento,
que tem como principal objetivo a busca por pensamentos antigos e analisá-los
de forma mais ampla. Petrarca com sua influência e envoltura no Salutatti, grupo
intelectual, e o governador da época, são citados como a brecha para a mudança
na vida dos caçadores dessas obras.
- “ Na fábrica de mentiras “ , nesse mesmo capítulo analisamos a vida de
Poggio e como este conseguiu cruzar ofícios com o auxílio do seu mentor
Salutatti, por meio de brechas e chegar ao posto de scriptor em Roma. Ao
mesmo tempo várias disputas internas, comentários desnecessários e críticas
ofensivas que divergem da honestidade, tendo a carência de moralidade da cúria
como um elo comum, sendo evidente em um desentendimento entre Lorenzo
Valla e Poggi. Com essa parte complexa do conjunto eclesiástico, Poggio decide
reunir todos esses acontecimento e fatos no livro mais conhecido futuramente no
seu tempo, livro por nome As Fascetiae, que traz discussões um tanto quanto
polêmicas, que mais tarde serviram como base para a publicação de vários
cenário morais. A intenção do autor é esclarecer, como Poggio, laico e sem
vocação para o mundo eclesiástico acabou tendo que conviver nessa rotina por
alguns anos apenas para ter acesso às obras que tanto almejava, lê las, estudá-las,
traduzi-las e mais adiante escrever a "Fábrica de Mentiras” que se enquadrava o
clero de Roma.
- “ Armadilha de caçar raposas “ , neste capítulo acompanhamos um pouco da
imersão e desilusão que Poggio passa servindo como secretário apostolico, a
cúria nesse momento estava passando por manobras complexas, com boatos de
invasão e perseguição de hereges. Durante alguns períodos Poggio encontrou a
liberdade para copiar os três livros “Sobre as leis”, esse mergulho ao passado
aumentou cada vez mais sua alienação ao presente.
- “ Como as coisas são “ , o autor aponta que acredita que tudo não passa de uma
desilusão, onde tudo é composto de partículas invisíveis e que o Universo não
tem um grande criador, que não existe vida após a morte e alma morta. Poggio
fala também sobre a ligação dos ateus, onde ele elenca a criação da matéria
atômica com a criação do indivíduo, onde existe uma contradição da matéria
filosófica e os textos bíblicos. Limitando a discussão aos dois âmbitos
fundamentalistas.
- “ A volta “ , buscando avaliar todas as histórias em torno de seu livro, o autor da
obra de Lucrécio, descrito como se ainda não tivesse retornado assim pelos
monges decidido, se dando conta da importância valor da obra exigiram uma
cópia dos textos. Envolto em muitas polêmicas, os textos foram copiados e
espalhados por grande parte de cidades, ajudando na sua propagação.
- “ Virada “ , já nesse capítulo o autor explana sobre ter mais de 50 manuscritos
dos textos de Lucrécio em conhecimento hoje, e todos os trâmites para a
fidelidade de sua obra. Destacando também a grande importância gerada em
historiadores e pesquisadores da ciência moderna, em teses de nomes de extrema
relevância como, Galileu, Copérnico e Giordano Bruno. Textos esse que não
causaram uma “virada” apenas no autor como também em pensamentos
posteriores.
- “ Ressurreição “ , por fim, no último capítulo o autor demonstra a obra de
Lucrécio como uma sobrevivente, que por mais que todos os conflitos eclástico
tenham acontecido e causado conflito, os textos ainda tem grande influência
sobre o que conhecemos do mundo moderno. Como Montaigne e suas opiniões
filosóficas.

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