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CURITIBA
2016
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
FERNANDO CÉSAR GOHL
CURITIBA
2016
Dados Internacionais de Catalogação na fonte
Biblioteca "Sydnei Antonio Rangel Santos"
Universidade Tuiuti do Paraná
G614 Gohl, Fernando César.
Murocromia: conflitos e apropriações entre pichação,
grafite e propaganda no espaço urbano / Fernando César
Gohl; orientadora Profª drª Mônica Cristine Fort.
115f.
CDD – 751.73
TERMO DE APROVAÇÃO
____________________________________________________
Profa. Dra. Mônica Cristine Fort
Orientadora
____________________________________________________
Prof. Dr. Rafael Tassi Teixeira
Avaliador – UTP
____________________________________________________
Prof. Dr. Fábio Hansen
Avaliador – UFPR
____________________________________________________
Prof. Dr. Geraldo Pieroni
Suplente – UTP
AGRADECIMENTOS
Graffiti writing and graffiti (as a form of vandalism) are contemporary popular
demonstrations that took to the streets of cities as a means of an unplanned urban
expression and communication . A series of controversies related to the subject exist.
On the other hand, street art forms, such as graffiti, also end up questioned as to its
form of expression. There are few associations to vandalism. There are reports of
conflicts between taggers, graffiti artists, merchants, residents and politicians. And
yet, there is the outdoor advertisement, which ends up using all languages for the
purpose of sales or propagation of new ideas. Through “MuroCromia” , a university
extension project, the Advertising course's students from the University Center in
União da Vitória - Paraná could reflect on urban space and also modify it, painting
walls using the theoretical and practical knowledge of the Direction of Art and
Graphic Production disciplines. The dissertation focused on urban visual
communication and the application and results of the “MuroCromia” project in order
to investigate the conflicts and appropriations among the languages that have
provided support for the extension project. Looking for a reflection from the culture
and the action of economic- politic-cultural forces to understand social phenomena,
authors such as Benjamin, Canevacci, Canclini, Certeau, Hall and Martin-Barbero
were related. In graffiti and graffiti writers like Gitahy, Campos Franco, Ivenson and
Lassala are the most relevant. Piedras, Jacks and Primo instantiate the issues of
advertising. The research shows that the extension project in question, besides
serving as an educational purpose providing theoretical and practical experience to
students, also produced reflections in the community where it was applied.
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 14
1 INTRODUÇÃO
1
Decodificar, dentro da versão negociada, contém uma mistura de elementos de adaptação e de
oposição: reconhece a legitimidade das definições hegemônicas para produzir as grandes
significações (abstratas), ao passo que, em um nível mais restrito, situacional (localizado), faz suas
próprias regras – funciona com as exceções à regra (HALL, 2003, p. 401).
19
p. 184). O autor afirma que a publicidade deve ser uma das poucas áreas em
desenvolvimento das ciências sociais em que há possibilidade de se verificar um
“entrelaçamento concreto” experimental e transdisciplinar entre Psicologia,
Sociologia e Antropologia. Assim, Canevacci (1997, p. 184) defende a publicidade
como “a verdadeira ciência social aplicada”.
2.1 GRAFITE
O grafite pode ser visto por todas as partes, em muros e prédios das grandes
capitais e em pequenas cidades do interior. Suas marcas vão desde um simples
nome, escrito de forma apressada, até um completo e detalhado desenho com a
intenção de criticar a sociedade contemporânea. Segundo Gitahy (1999, p.12), as
marcas deixadas nas superfícies parecem remeter a um antigo impulso e
necessidade de expressão do ser humano. Na mais antiga era da existência
humana, há marcas nas paredes das cavernas possíveis de serem comparadas as
do grafite, pois o homem pré-histórico expressou a sua visão do cotidiano e do meio
em que viveu, utilizando os materiais disponíveis na época, como sucos de plantas e
ossos fossilizados. Contemporaneamente, usa-se tinta spray para representar ideias
e signos.
Baird e Taylor (2011) comentam que os petróglifos são imagens gravadas
diretamente na pedra e também são uma forma muito antiga de registro humano.
Estas figuras são encontradas por todo mundo e podem ter sido utilizadas para
diversas finalidades. Os povos do Mediterrâneo de cerca de dois mil anos também
escreviam em pedras. Na Grécia Antiga, um grafite foi encontrado na localidade de
Éfeso, atualmente Turquia, feito de forma simples. Ele mostra um coração, um pé,
um número e uma cabeça de mulher e acredita tratar-se de uma indicação para um
bordel nas proximidades do local (Figura 1).
2
Hobo é um termo usado para designar um trabalho migratório e também vagabundos, em especial
os pobres e desabrigados. O termo surgiu no Ocidente dos Estados Unidos para identificar esses
trabalhadores viajantes.
21
cifradas em carvão ou giz perto das estações de trens ou debaixo das pontes e
pontos de encontro mais comuns para avisar outros andarilhos sobre algum
policiamento rigoroso em determinada área ou para recomendar bons locais para
pernoitar (Figura 2). E durante as Guerras Mundiais houve o fenômeno “Kilroy
esteve aqui”. Essa frase aparecia, trazendo os apelidos de seus autores, em várias
áreas de guerra, ainda segundo Baird e Taylor (2011). Como as variações “Foo” na
Austrália e o “Chad” no Reino Unido. Até hoje marinheiros e soldados grafitam os
navios e equipamentos bélicos pelo mundo, e o “Kilroy” ainda pode ser encontrado.
Evidenciando os aparatos políticos de controle da comunicação não oficial,
Gitahy (1999, p. 22) traz o exemplo do Muro de Berlim que foi construído em 1961
para separar a comunista Berlim Oriental da Ocidental. O muro permaneceu até
1989, quando foi demolido. A Alemanha finalmente se reencontrou em 1990. No
lado leste do muro, existia uma “faixa de morte” para evitar que as pessoas se
aproximassem da parede para escapar para a liberdade do lado ocidental. Havia
trincheiras, torres e guardas, entre outras defesas. Já no lado oriental, as pessoas
eram livres para se aproximar da parede e o que aconteceu foi uma constante
ocupação do muro com grafites coloridos, transformando-o numa gigantesca tela de
pintura. No lado leste, até a queda do muro, a parede estava intocada (Figura 3).
De acordo com Baird e Taylor (2011), o grafite é associado com a cultura hip-
hop que surgiu no Bronx, em Nova York, na década de 1970. Suas diferentes
representações culturais, além do grafite, incluem o rap, o DJing e o breaking que é
praticado pelos b-boys e b-girls. O Tagging é um gênero de grafite e foi popularizado
22
por um grafiteiro autodenominado TAKI 183. Taki era uma abreviação de seu nome
grego Demetraki, e 183 era a rua em que ele morava. Durante as décadas de 1960
e 1970, Taki 183 escreveu sua “tag” em diversas cidades e seu nome ganhou
reconhecimento produzindo imitadores espalhados pelo mundo.
3
Técnica que utiliza moldes vazados em papel ou acetato para reproduzir desenhos ou ilustrações
em qualquer tipo de superfície.
23
Continua.
1984 Blek le Rat pinta ilegalmente o Louvre com estênceis de ratos, tanques de
guerra e figuras humanas.
1989 Fairey dá início à sua campanha artística de adesivos “Andre, o Gigante tem
um Bando”, que foram distribuídos por skatistas e se espalharam pelos
Estados Unidos.
1998 O artista de rua parisiense “Invader” começa a afixar marcas de cerâmica
Space Invader em paredes, pontes, monumentos e estações de metrô. Ele
prossegue marcando 35 cidades.
2000 Espo (Stephen Powers), Reas (Todd James) e Twist (McGee) produzem a
mostra “Marca Indelével” no Instituto de Arte Contemporânea da Filadéfia.
2004 O primeiro festival de arte de rua é organizado em Melburne, na Austrália.
Ele se concentra principalmente na arte feita com estêncil.
2008 A arte de rua enfeita a fachada da galeria Tate Modern, na primeira
exposição londrina de arte urbana.
FONTE: Farthing, 2011, p. 552-553.
4
Também é encontrada a grafia OsGemeos como referência à dupla de irmãos grafiteiros.
25
mesma coisa perante a lei, um crime. Pela lei, se a pessoa tem autorização para
pintar o muro é grafite, se não tem, é pichação.
5 Arte Urbana ou street art é uma expressão que se refere a manifestações artísticas desenvolvidas
no espaço público, distinguindo-se das manifestações de caráter institucional ou empresarial, bem
como do mero vandalismo (FARTHING, 2011, p. 552-553).
26
6
A lei Cidade Limpa, em vigor desde janeiro de 2007, regulamenta as formas de anunciar no espaço
urbano na cidade de São Paulo, proibindo a colocação de anúncios publicitários em imóveis públicos
ou privados e banindo o outdoor da paisagem da cidade. Foi decretada pelo então prefeito Gilberto
Kassab.
7
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/12/1387710-grafite-da-dupla-osgemos-
em-viaduto-e-apagado-pela-prefeitura.shtml>. Acesso em: 24 jul. 2016.
27
também diminui a repressão do grafite ilegal e muitos grafiteiros atuam durante o dia
em muros sem autorização, sem serem perturbados pela polícia.
Para Campos (2008, p. 4), o que era para ser efêmero, ficar exposto à ação
do tempo e durar algumas semanas ou meses, vem sendo registrado em fotos,
livros e documentários. Cai na rede, vira postagem em redes sociais e, de certa
forma, eterniza-se e perpetua, voltando a aparecer nas redes de tempos em tempos.
O controle talvez seja menos perceptível, mas é possível imaginar que quando uma
prefeitura ou instituição cede um espaço e recursos financeiros para pintura de um
mural, o grafiteiro deva alguma deferência ao seu financiador, inibindo uma crítica
mais direta, o que poderia ser caracterizado como um tipo de censura prévia.
Bourdieu e Passeron (1982, apud ALMEIDA, 2005) que empreenderam
estudos pioneiros sobre a sociologia das práticas de cultura, relacionam esses
estudos à necessidade humana de produzir sentido e estabelecer relações com
seus grupos. Para eles, a construção social da realidade 8 é fundamentada nas
articulações de sentido que os indivíduos estabelecem uns com os outros. As
práticas de cultura são espaços de diálogo entre o indivíduo e a sociedade através
de uma multiplicidade de símbolos e valores atribuídos a eles ao longo da história. A
dialética da produção, reprodução e renovação da ordem é própria da realidade do
social, e o jogo entre a manutenção ou subversão das estruturas sociais de
dominação é objeto de estudo da sociologia no qual a mídia desempenha um papel
catalizador na circulação dos discursos de hegemonia.
Campos (2012) considera que o grafite é uma atividade que está à margem e
não institucionalizada e, por isso, goza da liberdade dos impedimentos burocráticos
e dogmáticos. O autor também defende que o grafite é uma prática essencialmente
realizada por jovens, enquadrada dentro dos estilos de vida juvenis que, com a
democratização e expansão de tecnologias de comunicação e produção de
conteúdos, foram prontamente assimilados desencadeando novos fenômenos como
as comunidades virtuais. Destaca o potencial mobilizador da internet para o
ativismo 9, resistência e reivindicação política e ideológica, fora do controle das
instâncias do poder. A capacidade de ocupação de um campo de visibilidade, seja
8
O conceito de construção social da realidade se encontra na obra de Berger e Luckman. Emprega-
se na presente dissertação a partir do livro BERGER, P. L.; LUCKMANN, T. A Construção Social da
Realidade: tratado de sociologia do conhecimento. 19 ed. Petrópolis: Vozes, 2000.
9
PRIMO, A. Interações Mediadas e Remediadas: controvérsias entre as utopias da cibercultura e a
grande indústria midiática. In: Alex Primo. (Org.). Interações em rede. Porto Alegre: Sulina, 2013, p.
13-32.
28
2.2 PICHAÇÃO
FIGURA 11 - GRAPIXO
Spinelli (2007, p. 115) define que o caráter ilegal da prática marginaliza tanto
a pichação quanto o pichador, que são considerados transviados por estarem
ligados a uma subcultura que não participa da corrente ocupacional, religiosa ou
política principal, sofrendo o estigma da sociedade elitista, que não vê com bons
olhos a invasão da periferia, e quer se ver livre dos “marginais” e da sua “poluição
visual”.
30
3 CONFLITOS E APROPRIAÇÕES
“Poesia pichada – uma flor nasceu na rua”.
Paulo Leminski
Nas grandes cidades da América Latina, Canclini (2006) nota uma “polifonia
caótica” em que, à medida que cresce o consumo dos meios de comunicação, são
deixados de lado os espaços urbanos como praças e igrejas, sugerindo que novas
políticas culturais sejam pensadas nesse contexto: pensar a heterogeneidade das
cidades (adaptadas a cada zona, estrato econômico, grau de escolaridade, faixa
etária) como algo democrático; levar em conta a variedade de necessidades da
população já que a mesma cidade que massifica os comportamentos, oferece uma
variada oferta de bens simbólicos; promover a cultura tradicional vinculada às novas
condições de internacionalização.
O grafiteiro Banksy faz uma crítica a esse sistema, em que apenas a elite
tecnológico-econômica deteria as decisões, transformando os indivíduos em meros
“clientes”. Bansky procura exemplificar as sensações de diminuição frente aos
garotos e garotas propaganda que vivem com status, afastando o cidadão do
mercado de consumo. Para o grafiteiro, anunciantes debocham dos sujeitos.
10
A multa para quem é flagrado pichando era, na ocasião do levantamento de dados a esta pesquisa,
de R$ 1.693,84. Reincidente pode ser enquadrado por associação criminosa e pegar até quatro anos
de prisão. Os estabelecimentos que vendem tinta spray de forma irregular pagavam multa de R$
4.234,60. Em caso de reincidência a multa sobe, à época para R$ 8.469,21, e na terceira punição o
alvará é cassado. Segundo Marins (2014) apenas três homens que foram flagrados juntos pichando,
no dia 23 de outubro de 2014, eram reincidentes e uma única empresa recebeu multa pela venda
irregular de tinta spray até o final de 2014.
45
e) Zé Sujeira
Na segunda etapa da campanha “Pichação é crime. Denuncie”, para tornar as
peças publicitárias mais lúdicas, pedagógicas e simpáticas para as crianças e
adolescentes, foi criado o personagem Zé Sujeira (Figura 16), que associa a figura
do pichador à de um criminoso, sujeito do qual devemos manter distância e que
surge furtivamente para emporcalhar a cidade. Esse personagem foi inspirado em
outro, o Sujismundo (Figura 17), animação famosa da década de 70 que foi criada
pelo cartunista Ruy Perotti por encomenda do Governo Federal para conscientizar a
população brasileira sobre higiene pessoal e limpeza das cidades. A campanha tinha
como slogan a frase: “Povo desenvolvido é povo limpo”.
Sobre a criação do personagem Zé Sujeira, o presidente da ACP, Edson José
Ramon, deu o seguinte depoimento para a Rádio Prefeitura (2014): “Nós queremos
ver que, a criança ou adolescente, que ele perceber esse personagem. Ele pense,
olha, aí vem o Zé Sujeira, vamos sair dessa, ele vem emporcalhar a cidade, os
nossos muros e as nossas casas. É mais ou menos essa a ideia”.
47
Eu vou falar o que penso, então isto não vai ser nada demorado. Ao
contrário do que dizem por ai, o grafite não é a mais baixa forma de arte.
Embora seja necessário se esgueirar pela noite e mentir para a mãe,
grafitar é, na verdade, uma das mais honestas formas de arte disponíveis.
Não existe elitismo ou badalação, o grafite fica exposto nos melhores muros
e paredes que a cidade tem a oferecer e ninguém fica de fora por causa do
preço do ingresso. Um muro sempre foi o melhor lugar para divulgar seu
trabalho. As pessoas que mandam nas cidades não entendem o grafite
porque acham que nada tem o direito de existir se não gerar lucro, o que
torna a opinião delas desprezível. Essas pessoas dizem que o grafite
assusta o público e é um símbolo do declínio da sociedade. O perigo,
porém, só existe na cabeça de três tipos de indivíduos: políticos,
publicitários e grafiteiros. Quem realmente desfigura nossos bairros são as
empresas que rabiscam slogans gigantes em prédios e ônibus tentando
fazer com que nos sintamos inadequados se não comprarmos seus
produtos. Elas acreditam ter o direito de gritar sua mensagem na cara de
todo mundo em qualquer superfície disponível, sem que ninguém tenha o
direito de resposta. Bem, elas começaram a briga e a parede é a arma
escolhida para revidar. Algumas pessoas se tornam policiais porque querem
fazer do mundo um lugar melhor. Algumas pessoas se tornam vândalos
porque querem fazer do mundo um lugar visualmente melhor.
Por meio das datas e títulos das notícias, encontra-se uma narrativa que inicia
com o anúncio de um projeto que vai criar uma galeria a céu aberto no São
Francisco e, no dia do evento, transforma-se em um movimento contra a pichação,
chamado de “despiche” e, algum tempo depois da ação, é anunciada a vitória do
grafite sobre a pichação naquele local. Essa narrativa foi construída conforme os
interesses de seus produtores, para ser “vendida” nas páginas impressas e virtuais
da Gazeta do Povo.
O campo de produção cultural pode ser entendido como um espaço de luta,
onde o detentor das “formas legítimas” de produção terá a autoridade para sua
produção, transformando em bens culturais que possuem valor num determinado
mercado, dominando assim o campo. Para Halll (2003, p. 255), existe uma luta
ininterrupta e desigual da cultura dominante, desorganizando e reconfigurando a
cultura popular para atender seus objetivos. Há pontos de resistência, de conflitos e
momentos de superação e progresso. “Esta é a dialética da luta cultural”. O campo
da cultura se transforma em um campo de conflitos, em que não se alcançam
vitórias ou derrotas irrevogáveis.
Refutando a linearidade das pesquisas em comunicação de massa baseadas
no modelo emissor, mensagem e receptor, Hall (2003, p. 387) propõe um modelo
ampliado, circular, para analisar a complexa relação do processo de codificação e
decodificação, dividindo nos momentos de – produção, circulação, distribuição,
consumo, reprodução. A produção da mensagem deve obedecer às “regras de
linguagem” e códigos profissionais estabelecidos pelas formas audiovisuais e
auditivas do discurso televiso, tornando-se um momento significativo que dá forma a
um discurso, que segue um fluxo com o objetivo de produzir sentido e concretizar o
“consumo” da mensagem.
DG Pichador – Cretinos
Aos 16’41”: O cara chega, o grafiteiro falar com pichador, até vai, eu
sou um, que se chegar pra mim e falar eu sou da prefeitura, eu não
ligo. Agora chegar, meter tinta por cima, sem pedir não a
autorização, mas dar satisfação, eu sou a favor do cara voltar e
meter tinta por cima do grafite, porque eu acho que é falta de
respeito isso daí.
Aos 17’05”: Eu fui lá, analisei e vi que a porta é de um amigão meu.
Eu fui lá pedir pra ele. Ele falou: não cara, ainda bem que é você, se
fosse outro, eu ia pichar em cima.
Olho Wodzynski
Aos 17’52”: Tem coisas que são válidas, a rua São Francisco, eles
sabem bem claro que existia a possibilidade de pichar de volta por
cima. O grafite não vai tapar a pichação, quem quiser, vai lá e pinta
por cima.
pichadores de Curitiba para pintarem grafites nas portas da rua São Francisco, o
que não deixa de ser irônico, como citou o interventor Dimas da empresa Mucha
Tinta no documentário Expressão da Rua. O documentário relata depoimentos que
mostram que o evento gerou conflitos entre os pichadores e os grafiteiros, em que
um “atropela” o trabalho do outro. A ACP e a prefeitura de Curitiba também são
alvos de insatisfação com as ações realizadas, diferente da forma pacífica e ordeira
descrita pela Gazeta do Povo.
g) Grafite na moda
De acordo com Marino (2013), a influência globalizada do grafite como forma
de arte urbana resultou na busca de nomes expressivos desse movimento como
Kongo, Skam e Stephen Sprouse para as lojas Hérmes e Louis Vuitton, e os
brasileiros Finók, Chivitz e Minhau para a empresa Havaianas (Figuras 21, 22, 23 e
24) que realizaram grafites em lojas e produziram imagens que foram estampadas
na linha de produtos.
policiais, mas que não puderam fazer nada, pois não havia crime em limpar a
cidade. Para apagar a arte, a prefeitura mandou limpar todo o túnel. A ação e a obra
podem ser vistas no site do artista (http://www.alexandreorion.com/), que ficou
conhecido por usar a poluição juntamente com tinta acrílica como base para alguns
de seus trabalhos, entre outras criações com a poluição como tema.
l) Milwaukee Rivers
Segundo Smosh (2010), por questões legais, a maioria das empresas prefere
evitar o grafite como forma de comunicação para divulgar suas marcas em prédios e
muros. A empresa Milwaukee River Keeper é uma organização que cuida da
limpeza de rios e investiu em uma campanha de arrecadação de fundos na forma de
um anúncio estilo grafite que incorpora a mensagem que quer passar com o
ambiente físico. A mensagem diz “Um rio limpo é um rio divertido” (tradução nossa)
junto a imagem de um toboágua que foi pintada na saída das manilhas de água
fluvial de um rio navegável (Figura 31), o que criou o cenário de um parque aquático.
60
FIGURA 31 – ANÚNCIO DE
MILWAUKEE RIVER KEEPER
FIGURA 33 – MURAL NO
INSTITUTO NEYMAR JR.
11
Good graffiti writers are urban geographers par excellence. The practice of writing graffiti is
premised on, and productive of, particular kinds of knowledge of cities and how they change. Graffiti
writing and other forms of street art involve alternative ways of imaging, mapping, using, mediating
and making urban space11 (IVESON, 2010a. p. 26).
64
resolvido, da janela quebrada que precisa ser reparada e que mobiliza sociólogos e
criminalistas a encontrarem o motivo que leva jovens à pichação e como afastá-los
desse “risco”.
Iveson (2010a) cita diversos autores que abordaram o “problema do grafite” e
se aproximam da ideologia da “tolerância zero” no tratamento a “desordem” causada
nas cidades. Dessa forma, pesquisas de identidade e cultura mudaram o enfoque
com questões como quais são as motivações das pessoas ao fazerem grafite e o
que o grafite representa em suas vidas. O autor acredita que partindo dessas
pesquisas, uma perspectiva mais crítica e sofisticada pode realçar a dimensão
social, em oposição ao antissocial do grafite.
Estabelecer um diálogo com os grafiteiros não é fácil para o pesquisador, pois
o grafiteiro atua no âmbito do ilegal de forma contestadora e evasiva. Graffiti writers
use the city as a space for expression and communication, and frequently they do so
without the kind of legitimacy obtained throught private property ownership or
bureaucratic planning approval 12 (IVESON, 2010a, p. 28). O autor salienta que
investigar de forma analítica e política o grafite não significa endossar qualquer
forma de grafite, ou ver o grafiteiro de forma romantizada como um rebelde que
“combate o sistema”, pelo contrário, significa entender que o grafite é uma
ferramenta utilizada pelos descontentes, pelas corporações e, também, pelos
marginalizados, pelos artistas e pelos ativistas. E que a carreira do grafite envolve
tantos compromissos como qualquer outra. Segundo Iveson, uma forma mais
produtiva de abrir o diálogo entre o grafite, a arte de rua e as teorias de urbanização,
seria focar na natureza dos esforços de tomada dos lugares pelos grafiteiros e
artistas e todo imaginário urbano subjacente.
Essa luta para criar espaços de grafite e as autoridades que querem
determinar onde é possível grafitar, mostra uma luta maior sobre ideologia e
autoridade em cidades capitalistas. De quem é direito de decidir sobre a identidade e
uso dos espaços da cidade? Para o autor, essas novas formas de arte de rua, que
surgiram em Nova York, apresentam um dilema para análise. Com as suas
aspirações e inovações estilísticas e artísticas, constituem uma ruptura radical com
as formas de inscrição urbana rotulada como “grafite”. No entanto, são essas as
12
Grafiteiros usam a cidade como um espaço de expressão e comunicação e, muitas vezes, fazem
isso sem o tipo de legitimidade obtida através de propriedade privada ou de aprovação da
planificação burocrática. (IVESON, 2010a, p. 28, tradução nossa).
65
que a cidade está “sem controle” e alguns falam passam a ideia do grafite como um
“terror visual” e do grafiteiro como um “inimigo interno”. O autor conclui que a guerra
ao grafite é certamente assimétrica, mas não é de um lado só. E grafiteiros usam a
linguagem da guerra também para se expressar como termo bombing para
descrever suas ações. Nem todo grafiteiro está numa luta pela liberdade e
dignidade. As lutas podem ser dentro do próprio movimento, ou contra autoridades,
existem uma grande variedade de motivações, estilos e práticas, e o problema é que
falhamos em identificar isso.
Iveson (2010b) argumenta que, eventualmente, tenta-se cortar os
suprimentos do grafiteiro, dificultando a venda do spray para menores ou exigindo
cadastramento dos compradores. Técnicas como o estêncil, os cartazes lambe-
lambe e os stickers 13 são formas de driblar essa fiscalização, pois permitem uma
aplicação rápida. Grafiteiros e artistas têm mapeado a infraestrutura urbana de trens,
canais de água e esgoto, outdoors e tentado entender o ritmo desses sistemas para
criar camuflagens e permanecer escondidos numa espécie de guerrilha. O grafite
tem se adaptado, mudado e persistido, sem líderes, hierarquia ou organização, não
existe um “exército” do grafite. Mas o ataque do grafiteiro à infraestrutura é
profundamente diferente do ataque terrorista, os trens continuam funcionando, as
paredes continuam de pé. Usando o público e privado como suporte para
comunicação, grafiteiros e pichadores criam uma cidade em comum.
Nos itens abaixo serão relatados vestígios da guerra ao grafite e da
consequente militarização do cotidiano catalogados pelo pesquisador Iveson (2012)
e que também puderam ser encontrados tanto na cidade de União da Vitória,
Paraná, local da aplicação do projeto MuroCromia, quanto na cidade de Curitiba,
capital do estado, onde parte da presente pesquisa foi realizada.
13
Cartazes lambe-lambe são cartazes com conteúdo crítico ou artístico que são colados em espaços
públicos. Os stickers são desenhos feitos em material adesivo que podem ser grudados em qualquer
superfície.
68
c) Pichação fantasma
Nem sempre a remoção da pichação funciona totalmente, então ela não
desaparece, continua lá, existindo de forma fantasmagórica, uma sombra daquilo
que ela foi um dia (Figura 38). Uma espécie de cicatriz que denuncia a constante
guerra entre o pintar dos pichadores e o apagar das autoridades.
Nem todo grafiteiro é pichador e nem todo pichador é grafiteiro, mas ambos
disputam o mesmo suporte urbano, os mesmos muros da cidade, o que pode gerar
atritos e disputas pelo espaço. No caso da rua São Francisco em Curitiba e da ação
de “despiche” em que grafiteiros (alguns deles assumidamente pichadores) foram
convidados para criar uma “galeria a céu aberto” e, posteriormente, descobriram que
fazia parte de uma ação para apagar a pichação escancarou a guerra entre o grafite
e a pichação.
Mesmo com alguns grafiteiros pedindo autorização para o pichador para
apagar a sua marca da porta, respeitando uma suposta ética da pichação em não
“atropelar” a marca do outro, as pichações voltaram a acontecer mesmo antes do
término dos grafites, sendo que em algumas portas, o pichador fez questão de
apagar o grafite autorizado e recolocar a sua marca.
f) Fortificações
Iveson (2010b) comenta que para afastar o inimigo é preciso se proteger,
então quilômetros de arame farpado, grades e sistemas de vigilância e
monitoramento são vendidos todos os anos para fortificar casas e empresas contra a
ação de ladrões e pichadores (Figura 43). Algumas prefeituras destroem até muros
em terrenos abandonados para evitar que sejam pichados.
72
FIGURA 43 – FORTIFICAÇÕES
Fonte: Vazlon
Essas são algumas táticas de combate a pichação que vem sendo adotadas
nas cidades. Como fruto dessa guerra, surge uma nova estética do “despiche” em
expansão nas grandes cidades. O pesquisador Kurt Iveson (2010a e 2010b) auxiliou
a compreender a natureza dos conflitos e seus impactos na sociedade e no visual do
espaço urbano que temos hoje. Foi necessário procurar exemplos em outros países
e em outras cidades para validar as informações e verificar que se tratavam de
fenômenos que acontecem desde os grandes centros urbanos até as cidades do
interior do estado do Paraná, como União da Vitória.
Os exemplos citados não são meramente ilustrativos. O exemplo da pegada
de um dinossauro, que pode ser usada por um arqueólogo para atestar a sua
existência e espécie, as marcas dos conflitos entre a propaganda, pichação e grafite
também deixam o seu rastro, o que torna incontestável a sua existência e facilita a
compreensão das motivações por detrás das ações.
A compreensão do campo onde o projeto pretendia estar inserido, constitui-se
em etapa fundamental tanto do projeto de extensão como do projeto de pesquisa,
elucidando e antecipando os conflitos enfrentados e que foram previamente
mapeados pelo pesquisador Kurt Iveson (2010a e 2010b), conhecendo os agentes
envolvidos e suas motivações, o projeto teve segurança em avançar gradativamente
sabendo dos desafios deste trabalho de campo.
73
A arte oficial das galerias e dos museus não pode acompanhar a evolução
que se deu na propaganda, no cinema e na televisão. Perdidas numa forma
elitista e dominada por uma arte conceitual e decadente, que adquire tons
enferrujados e pretos, a maioria dos artistas plásticos (incluindo os
figurativos) passa ao largo da intenção e da proposta levantadas pela
barbárie da rua (LARA, 1996, p. 63).
14
Citelli (1997) o livro aborda “[...] o descompasso entre o estrito discurso didático pedagógico e as
linguagens institucionalmente não escolares. Uma, formalizando as ações na sala de aula,
constituindo a natureza “única e diferenciada” do discurso escolar; a outra, pressionando “de fora”.
76
15
Estudos culturais: “Estudos trans ou interdisciplinares de elementos da cultura contemporânea
como caminho para entender as relações sociais” (SOVIK, in MARCONDES FILHO, 2009, p. 130).
MARTIN-BARBERO, J. Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia. 6.ed. Rio de
Janeiro: Editora UFRJ, 2003. In: CONTE, F. Dos meios às mediações: comunicação, cultura e
hegemonia. 2006.
79
16
Brainstorm, ou tempestade de ideias, é o nome dado à uma técnica grupal – ou individual – na qual
são realizados exercícios mentais com a finalidade de resolver problemas específicos.
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Uma segunda opção, menos polêmica, foi sugerida (Figura 45): uma
mochileira em frente a várias setas indicando lugares e distâncias para uma possível
viagem, partindo daquele ponto para várias partes do mundo. Uma frase sobre
viagem do navegador Amyr Klink foi adicionada, reforçando a importância de viajar.
Para não abandonar a ideia inicial, a equipe criou um estêncil, que faz
referência à logomarca de um dos maiores estúdios cinematográficos do mundo, a
DreamWorks (Figura 47), colocando o garoto pescador que aparece na abertura de
seus filmes, numa situação de enchente com o texto “Vai Sonhando” (Figura 48),
para lembrar a população que a enchente passou, mas que uma hora ela vai voltar.
O projeto deve agir na legalidade e não pode pintar muros sem autorização. Isso
poderia trazer problemas para os acadêmicos e para a instituição à qual os alunos e
o pesquisador estão vinculados, então, esse tipo de criação serviu para o exercício
da criatividade e não foram aplicadas até o momento.
liberdade de nem sempre atrelar a produção gráfica dos muros com a proposta
comercial de um cliente específico.
As obras feitas com tinta spray têm grande durabilidade e se o muro estiver
em boas condições podem durar muitos anos. No subcapítulo 4.3, registram-se
postagens de pessoas que tiraram fotos com as asas e compartilharam de forma
pública na rede.
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Técnica: Estêncil
Local: Col. Est. Astolpho Macedo de Souza situado na R. dos Expedicionários, 158 –
São Basílio Magno - União da Vitória – Paraná.
Fonte: Gohl, 2015.
lambaris são peixes comuns em todo Brasil, eles estão ali representando as
pessoas, que vivem buscando suprir suas necessidades básicas e são levadas a
crer que estas iscas são como alimentos, são vitais.
alegou que a baixa qualidade dos desenhos, em estilo pichação, estava gerando
questionamentos sobre a intervenção e confundindo com o trabalho mais rebuscado
do grafite (Figura 55).
Técnica: Estêncil e spray preto para as figuras e tinta látex para os fundos.
Local: Parque Ambiental. União da Vitória – Paraná.
Fonte: Gohl, 2015.
o trabalho. Então, foram pintadas andorinhas voando no céu azul e colocados filtros
dos sonhos produzidos pelos alunos. Antes do final do dia, os filtros haviam sumido.
Técnica: Aplicação de filtros dos sonhos feitos pelos alunos e estêncil feito com tinta látex branca.
Local: Av. Getúlio Vargas, 899. Porto União – Santa Catarina
Fonte: Gohl, 2015.
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Material comumente utilizado em artesanato. Borracha EVA é uma mistura de Etil, Vinil e Acetato.
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FIGURA 60 – LAMBE-LAMBE
(uma tag) sem similares na internet favoreceu na localização do que era publicado
sobre o projeto, mesmo que sem o uso das atuais hashtags, que servem como filtros
para os conteúdos publicados. A seguir, relacionam-se postagens com suas legendas
e hashtags catalogadas por estarem compartilhadas de forma pública na Internet.
Na Figura 63, a foto da jornalista Katiuscia Silvestri tem como fundo a
mensagem “Distraídos venceremos” que faz parte do grafite “Aquário de distrações”
com a seguinte legenda: “Sim, venceremos! o/ com as hashtags
#distraídosvenceremos #MuroCromia #graffitiart #segundafeira #venquevem” que foi
postada às 9:42 am, no dia 12/07/2015.
Na Figura 64, a legenda diz “Que o dinheiro nao te fisgue, nao te compre e
nao te prendas!!”. Com as hashtags #MuroCromia #rolecity #rua #asruasfalam
#artederua #streetart #fish #money #conduta #stylelife #role #trip
#mensagemsubliminar #idealismo #stencil #aruaehnois”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Encontros de grupos com centenas de jovens, combinados pelas redes sociais e que ocorrem em
locais públicos ou em shopping centers.
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REFERÊNCIAS
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<http://www.acpr.com.br/site/2013/06/rua-sao-francisco-ganhou-cor-e-arte-neste-do
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2000.
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na 23 de Maio. 2014. Disponível em: < http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/
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Disponível em: <http://g1.globo.com/economia/midia-e-marketing/noticia/2012/07/
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Disponível em: http://vejasp.abril.com.br/materia/prefeitura-apaga-grafite-os-gemeos.
Acesso em: 08 jan. 2015.
ANEXO A
ANEXO B
ANEXO C
ANEXO D