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PROVA PRÁTICA – MANEJO E CONSERVAÇÂO DO SOLO

PROF. ELEMAR ANTONINO CASSOL


1) Em um experimento sobre erosão do solo com simulador de chuvas, conduzido em Argissolo
Vermelho Amarelo distrófico típico, foi feita a aplicação de uma chuva com intensidade de 120 mm.h-
1
, durante 30 minutos, em parcelas experimentais de 44 m² (11 metros de comprimento por 4 metros
de largura), em um mesmo declive uniforme com declividade de 6,5%. A umidade volumétrica inicial
do solo estava próxima da umidade de saturação e era semelhante nas quatro parcelas. Todas as
quatro parcelas foram cultivadas com sucessão de culturas de Aveia+Ervilhaca no inverno e no verão
com 2 anos de milho, seguido com 1 ano de soja, situação que se mantém há 15 anos. A chuva foi
aplicada imediatamente após a semeadura do consórcio aveia+ervilhaca, na resteva da cultura do
milho. Durante o período do experimento, os tratamentos de manejo de solo foram respectivamente:
1. Campo Natural regenerado sem preparo e sem pastejo; 2. Plantio Direto (semeadura das culturas
sem preparo do solo); 3. Preparo Reduzido (uma escarificação, sendo que na implantação da cultura
de verão, além da escarificação é feita uma gradagem leve); e 4. Preparo Convencional (uma aração
seguida de duas gradagens).
Na tabela a seguir são fornecidos os resultados de perdas totais de solo e água nas parcelas
experimentais, ao final do período de aplicação da chuva:
Parcelas Perda total de solo Perda total de água
(kg) (litros)
Tratamento 1 12,5434 1678
Tratamento 2 1,1803 942
Tratamento 3 0,7783 796
Tratamento 4 0,2776 772

As taxas de escoamento estão


apresentadas no gráfico ao lado, onde, no
pico da enxurrada, as taxas de escoamento
fora:
Tratamento 1: 114 mm.h-1
Tratamento 2: 84 mm.h-1
Tratamento 3: 60 mm.h-1
Tratamento 4: 72 mm.h-1

Pergunta-se:
a) O total das perdas de solo, em kg/ha, em cada um dos 4 tratamentos. (4 pontos).
T1: 12,5434 kg solo  44 m²
X  10.000 m²  2.850,77 kg solo/ha
T2: 1,1803 kg solo  44 m²
Y  10.000 m²  268,25 kg solo/ha
T3: 0,7783 kg solo  44 m²
Z  10.000 m²  176,89 kg solo/ha
T4: 0,2776 kg solo  44 m²
W  10.000 m²  63,09 kg solo/ha
b) O valor do coeficiente de enxurrada em cada um dos 4 tratamentos (4 pontos).
C = Tx. Escoamento (mm.h-1) / Intensidade da chuva (mm.h-1)
T1: C1 = 114/120  0,95
T2: C2 = 84/120  0,70
T3: C3 = 60/120  0,50
T4: C4 = 72/120  0,60

c) O total de perdas de água (em mm, em L/ha e em % de chuva) em cada um dos 4 tratamentos (6
pontos).
T1: 1678 litros  44 m²
X1  10.000 m²  381.363,64 L/ha
381.363,64 L/ha  10.000 m²
X2  1 m²  38,136 mm
60 mm  100%
38,136 mm  X3  63,56 %
T2: 942 litros  44 m²
X1  10.000 m²  214.090,91 L/ha
214.090,91 L/ha  10.000 m²
X2  1 m²  21,41 mm
60 mm  100%
21,41 mm  X3  35,68 %
T2: 796 litros  44 m²
X1  10.000 m²  180.909,10 L/ha
180.909,10 L/ha  10.000 m²
X2  1 m²  18,10 mm
60 mm  100%
18,10 mm  X3  30,16 %
T2: 772 litros  44 m²
X1  10.000 m²  175.454,55 L/ha
175.454,55 L/ha  10.000 m²
X2  1 m²  17,55 mm
60 mm  100%
17,55 mm  X3  29,25 %

d) Identifique, pela relação apresentada no enunciado do problema, qual é o Tratamento 1, qual é o


Tratamento 2, qual é o Tratamento 3 e qual é o Tratamento 4. Apresente as justificativas para a
identificação apresentada (4 pontos).
Tratamento 1  Manejo de solo 4 (Preparo Convencional)
Tratamento 2  Manejo de solo 3 (Preparo Reduzido)
Tratamento 3  Manejo do solo 2 (Plantio Direto)
Tratamento 4  Manejo de solo 1 (Campo Natural)
Equação Universal de Perda de Solo: A = RKLSPC
Os fatores R, L e S são iguais para ambos os tratamentos.
O fator K está relacionado a características físicas do solo. Quanto maior for o nível de estruturação do
solo, menor será o valor de K, resultando em menor perda de solo.
O mesmo vale para o manejo da cultura “C” e o manejo da terra “P”, logo o valor de A será maior para
sistemas menos conservacionistas.
Nas mesmas condições os sistemas menos (maior A) para mais (menor A) conservacionistas são,
respectivamente:
 Preparo Convencional;
 Preparo Reduzido;
 Plantio Direto;
 Campo Natural.

2) Na figura abaixo, estão apresentados os valores médios mensais de erosividade das chuvas de Passo
Fundo, RS, determinada com base na análise de 28 anos de chuvas, calculados pelo índice EI 30, com
os valores dados em MJ.mm.ha-1.h-1.mês-1.

a) Pela análise da Figura acima, é possível determinar o valor de Fator “R” (erosividade das
chuvas) para uso na Equação Universal de Perdas de Solo, no município de Passo Fundo, RS?
Em caso afirmativo, indique o valor de Fator “R” para aplicação na USLE, em Passo Fundo e
justifique a resposta. Em caso negativo, explique as razões. (2,5 pontos)
Sim, pois temos o índice EI30 já está calculado e a série de dados tem mais de 20 anos, portanto a
confiabilidade dos valor é boa.
Valor para uso na USLE é a SOMA DOS VALORES MENSAIS  7342 MJ.mm.ha-1.h-1.ano.

b) Considere que na região de Passo Fundo, cultiva-se sucessão de culturas de aveia no inverno e
soja no verão e que a aveia é semeada nos meses de abril e maio e que a soja é semeada nos meses
de novembro e dezembro. Determine em que período (se na época da semeadura da aveia ou na
época da semeadura da soja) é maior o risco de ocorrência de perdas de solo por erosão hídrica.
Por quê? (5 pontos)
O risco de perdas de solo por erosão hídrica é maior na época de semeadura da soja (1.939 MJ.mm.ha -
1 -1)
.h , pois a energia da chuva para causar erosão é maior se comparada à época de semeadura da aveia
(532 MJ.mm.ha-1.h-1). Sendo assim, no plantio da soja existe 3,64 vezes mais energia. Esta perda
ocorrerá para ambas as operações, pois o sistema empregado não prega pelo alto aporte de M.S. em
cobertura.
c) Qual é a importância da determinação da erosividade das chuvas e do Fator “R” da USLE? (2,5
Pontos)
Valor do Fator “R” para o RS varia de 4.000 a 13.000 MJ.mm.ha -1.h-1 ou seja, diferença de 3 vezes só
no estado do RS para diferentes locais que estejam sob mesma condição de manejo. Porém, este fator
não é possível alterar e sim se adaptar. Esta adaptação será em questão da cobertura do solo, fazendo
que ocorra a dissipação da energia da chuva, impedindo os processos iniciais de erosão (desagregação
das partículas sólidas do solo). Por isto é necessário termos o conhecimento deste valor, para lançar
mão de um sistema de cobertura adequado, evitando perdas de solo.
3) Um agricultor do município de Getúlio Vargas, RS. Deseja construir terraços em nível. O solo do
local é da unidade de mapeamento “Erechim”, atualmente classificado como Latossolo Vermelho
aluminoférrico típico. A lavoura é mecanizada e vem sendo tradicionalmente cultivada com o sistema
de manejo em plantio direto, com culturas anuais em rotação, com milho e soja no verão e trigo e
aveia no inverno. O agricultor determinou que os terraços devessem ter a seção transversal de 1,75
m² e que o canal tenha formato triangular ou trapezoidal, desde que a altura seja de 0,5 m. A área a
ser terraceada, apresenta declividades que variam entre 5 e 12%. O que o agricultor quer saber é:
a) Se a seção transversal for de formato triangular, qual será o valor da base (b) e da inclinação (Z)
dos taludes? (2 pontos)
Base menor (b):
A = (b * h) / 2  1,75 m² = (b * 0,50 m) / 2  b = 7 metros
A = 1,75 m²
h = 0,50 m
b = ??? m
Inclinação (Z):
Z = (b/2)/h  Z = (7 m / 2) / 0,50 m  Z = 7 (1:7)
b) Se a seção transversal for de formato trapezoidal qual deverá ser o valor da dimensão da base
maior (B) e da base menor (b) para que a inclinação (Z) dos taludes seja de 4:1? (3 pontos)
Base menor (b):
b = (S – Z . h2) / h  (1,75 m2 – 4 * 0,52 m) / 0,5 m  b = 1,5 metros
c) Qual será o espaçamento vertical (EV, em metros) e o espaçamento horizontal (EH, em metros)
em cada declividade, e qual será a precipitação pluvial máxima (altura de lâmina d’água, p, em
mm) que os terraços poderão suportar em cada declividade considerando que nas glebas de solo a
fração volumétrica das águas das chuvas que se transforma em enxurrada é de 0,50? (15 pontos)

Espaçamento Vertical (EV):


[Capítulo 2.1.3. Fórmula de Lombardi Neto et al. (1991). Notas de Aula. Dimensionamento de canais de
terraços].
EV = 0,4518 . K . D0,58 ( u + m / 2)
[TABELA 2. Índices de resistência do solo a erosão – K índice]
Resistência a erosão: ALTA
Classe de solo: LATOSSOLO
ÍNDICE “K”: 1,25
[TABELA 3. Valor índice “u” (fator de uso do solo) para diferentes grupos de culturas]
Soja  u = 1,00 Trigo  u = 1,25
Milho  u = 1,25 Aveia  u = 1,25
“u” médio = (“u” soja + “u” milho + “u” trigo + “u” aveia) / n “u” (sendo n = número de culturas)
“u” médio = (1,00 + 1,25 + 1,25 + 1,25) / 4
“u” = 1,187
[TABELA 4. Valores do índice “m” da expressão de Lombardi Neto et al. (1991)]
Manejo Primário: NÃO TEM
Manejo Secundário: PLANTIO DIRETO (PLANTIO SEM REVOLVIMENTO DO SOLO, ...
Restos Culturais: NA SUPERFÍCIE DO TERRENO
Grupo: 5
ÍNDICE “m”: 2,00

EV = 0,4518 . K . D0,58 ( u + m / 2)
EV = 0,4518 . (1,25) . D0,58 ( (1,187) + (2,00) / 2)
EV = 0,899929125 . D0,58, ONDE D É A DECLIVIDADE NO QUADRO ABAIXO.
EV(5%) = 0,899929125 . (5%)0,58  2,29 metros

Espaçamento Vertical (EV):


EH = (EV * 100) / D, ONDE D É A DECLIVIDADE NO QUADRO ABAIXO

P, lâmina d’água (mm):


P(m) = [S / EH . C]*1.000  S = 1,75 m²; EH = Para cada declividade; C = 0,5 (enunciado).
P(m) = [1,75 / EH . 0,5]*1.000
COMPLETE O QUADRO ABAIXO:
Declividade (%) EV (m) EH (m) p, lâmina d'água (mm)
5 2,29 46 76
6 2,54 42 83
7 2,78 40 88
8 3,01 38 93
9 3,22 36 98
10 3,42 34 102
11 3,62 33 106
12 3,80 32 111
Obs.: Para EV use precisão de centímetros e para EH use precisão de metros.
d) Observe a última coluna do quadro acima. Existem diferenças nos valores máximos de
precipitação pluvial (p, em mm), que os terraços podem suportar em diferentes declividades? Sim
ou Não? Justifique a resposta. (5 pontos)
Sim, há! Isso é explicado pela fórmula p = S / EH . C, onde EH é inversamente proporcional a p.
Portanto, para maiores declividades temos maiores EV e consequentemente, menores EH e maiores
valores máximos de precipitação suportados.

e) Suponha que, independentemente da declividade, o produtor deseje fixar em 40,0 metros o


espaçamento horizontal (EH) entre os terraços. Admitindo-se o mesmo coeficiente volumétrico de
enxurrada da parte “c” dessa questão e que seja de 100 mm a precipitação máxima em 24 horas
para um período de retorno de 10 anos, qual deverá ser a seção transversal dos terraços em nível,
em m²? (5 pontos)
Para EH = 40 metros
S = EH . p . C  EH = 40 m; p = 100 mm = 0,1 m; C = 0,5
S = 40 m . 0,1 m . 0,5
S = 2 m²
A seção transversal teria que aumentar 0,25 m², ficando com 2 m².

f) Admita que na faixa de 12% de declividade, o produtor deseja construir terraço em desnível (com
gradiente) e que os terraços terão um comprimento de 500 metros. Determine o valor da seção
transversal do canal desses terraços, sabendo-se que a área é cultivada com culturas anuais, que
as condições de precipitação pluvial são muito semelhantes às de Passo Fundo e que o período de
retorno da chuva é de 10 anos (10 pontos)
Terraços com gradiente:
[4.1. Conhecer a vazão máxima esperada que o canal do terraço deverá escoar].
Q = 0,0028 C . I . A  VAZÃO MÁXIMA ESPERADA.

C = Coeficiente de enxurrada [Tabela 3 – Coeficiente de escoamento © para áreas inferiores a 500 ha]
C = 0,76

I = Intensidade máxima de chuva (mm/h) [Características fundamentais da chuva no Brasil, José Eloir
Denardin. TABELA 1. Relação das localidades estudadas com suas características geográficas, anos de
observação, equações ajustadas e coeficientes de determinação múltipla].
PASSO FUNDO:
I = 670,74 * T0,21 / (t + 7,9)0,75

T = Tempo de recorrência, ou tempo de retorno (anos)


T = 10 anos

t = Tempo de concentração (segundos)


t = (L/Vc) + (EH/Vo)
L = 500 metros
EH = 32 metros (tabela completada na questão “c” para 12% de declividade)
Vc = Máximo é 0,4 m/s
Vo = Máximo é 1,0 m/s
t = (500 / 0,4) + (32 / 1,0)  t = 1282 segundos  t = 21,36 minutos

I = 670,74 * T0,21 / (t + 7,9)0,75


I = 670,74 * (10)0,21 / ((21,36) + 7,9)0,75
I = 1.087,812905 / 12,581
I = 86,46474088 mm.hora-1

A = Área da bacia de captação (hectares)


A = EH * L
A = 32 metros * 500 metros
A = 16.000 m²
A = 1,6 hectares
Q = 0,0028 . C . I . A
C = 0,76
I = 86,46474088 mm.hora-1
A = 1,6 hectares
Q = 0,0028 . 0,76 . 86,46474088 . 1,6
Q = 0,294395149 m³/s

SEÇÃO TRANVERSAL DO CANAL DO TERRAÇO:


S = Q / Vc
Q = 0,294395149 m³/s
Vc = máximo é 0,4 m/s (usado anteriormente para calcular “t”)
S = 0,294395149 m³.s-1 / 0,4 m.s-1
S= 0,73599 m²

g) Compare o valor da Seção Transversal obtida em (f) com o valor de 1,75 m² que o produtor
estabeleceu para os terraços em nível e, caso sejam diferentes, explique o porquê das diferenças (5
pontos)
O valor obtido para terraço com gradiente foi menor ao valor obtido para terraço em nível. A questão
óvia é que a água não se acumulará no canal que estará em desnível, ela escoará a uma velocidade de
0,4 m/s e portanto é necessária uma seção transversal menor para uma mesma área de captação se
comparada ao terraço em nível.

4) Um Engenheiro Agrônomo planeja a utilização agrícola de uma determinada área e utiliza para tanto
a Equação Universal de Perdas de Solo (USLE). A área situa-se na região de Ijuí, RS, sendo
topograficamente uniforme, apresentando uma declividade de 8% e comprimento de rampa
(pendente) de 200 metros. O solo predominante na área é classificado como Latossolo Vermelho
distroférrico típico. Atualmente cultiva-se uma sucessão de culturas de aveia e soja em preparo
convencional efetuado no sentido do declive. O produtor que continuar utilizando a mesma sucessão
de culturas anuais. Sabe-se que nesse solo a máxima perda de solo tolerável é de 6,0 t/ha/ano e que
para a sucessão de aveia/soja em preparo convencional o valor do fator C=0,156, em preparo
reduzido C=0,048 e em plantio direto C=0,035. Pergunta-se:
USLE  A = R * K * L * S * C * P
R = 8.825 MJ.mm.ha-1.h-1.ano-1 [TABELA 1. Fator “R” das chuvas para utilização na USLE. NOTAS
DE AULA – PREDIÇÃO DA EROSÃO HÍDRICA DO SOLO – PÁGINA 4]
K = 0,0092 t.ha.h.MJ-1.mm-1.ha-1 [NOTAS DE AULA – PREDIÇÃO DA EROSÃO HÍDRICA DO
SOLO – PÁGINA 6]
LS = 2,6 [ANEXO 3 – GRÁFICO LS]
C = [ENUNCIADO]
P = 1 [NENHUMA PRÁTICA CONCERVACIONISTA ATUAL]

a) Qual é a perda de solo estimada que está ocorrendo nas condições atuais? (5 pontos)
CONDIÇÕES ATUAIS:
A=R*K*L*S*C*P
A = 8.825 * 0,0092 * 2,6 * 0,156 * 1
A = 32,93 t.há-1.ano-1
Balanço  32,93 > 6 t A>T
b) Estime as perdas de solo que ocorreriam caso, ao invés do preparo convencional, fosse utilizado o
sistema de manejo em plantio direto. (5 pontos)
CONDIÇÕES ATUAIS:
A=R*K*L*S*C*P
A = 8.825 * 0,0092 * 2,6 * 0,035 * 1
A = 7,388 t.há-1.ano-1
Balanço  7,388 > 6 t A>T

c) Caso as perdas de solo estimadas em (a) e em (b) estejam acima do máximo tolerável, escolha
alternativas para reduzi-las abaixo desse limite. Indique claramente e justifique as alternativas
escolhidas. (10 pontos)

Lembre-se de que, para ser efetiva uma alternativa pode envolver mais de uma ação. (p. ex.
Alternativa 1: ações a+b, Alternativa 2: ações a+c+d; Alternativa 3: ações b+c+d, isto é, em cada
alternativa, pelo menos uma ação deve ser diferente da alternativa anterior).
OBS.: Se for indicado terraceamento; use espaçamento horizontal entre terraços de EH= 60 metros.
Nesse caso, necessariamente o preparo e o cultivo do solo deverão ser em contorno e a distância
máxima entre terraços é dada pela eficiência do fator P para cultivo em contorno, que varia com a
declividade.
(DICA: busque o valor do Fator “R” – erosividade da chuva – para Ijuí e o valor do Fator “K” –
erodibilidade do solo – da USLE).

ALTERNATIVA 1 = PLANTIO DIRETO + PREPARO EM CONTORNO + TERRAÇOS


C = 0,035
LS = 1,4 (60 metros e 8% declividade)

A=R*K*L*S*C*P
A = 8.825 * 0,0092 * 1,4 * 0,035 * 0,5
A = 1,989 t.há-1.ano-1  1,989 < 6 A<T
Foi recomendado o plantio em contorno pois ele tem a capacidade de reduzir as perdas pela metade,
porém, apenas se usado a 60 metros de comprimento para o declive de 8%. Portanto foi recomendado
terraceamento para quebrar a pendente a cada 60 metros e reduzir pela metade a perda.
O plantio direto por si só reduz em aproximadamente 5 vezes as perdas de solo. Com isso chegamos a
perda de 2 t.ha-1.ano-1 que é 3 vezes inferior a tolerável de 6 t.ha -1.ano-1. A quebra das pendentes fez
com que o índice LS também diminuísse.

d) Calcule a espessura da camada de solo perdida (em mm) quando é atingida a perda de solo igual ao
valor de tolerância de perdas, admitindo-se que a densidade do solo seja de 1.200 kg.m-3. Comente sobre
os valores (em mm e em t/ha/ano) e sobre o conceito de “tolerância de perdas de solo” (5 pontos)
ESPESSURA DA CAMADA DE SOLO PERDIDA (mm):
6 ton = 6.000 kg solo = 0,6 Kg solo / 1.200 kg = 0,0005 m * 1.000 mm = 0,5 mm
1 ha 10.000 m² 1 m² 1 m³
A tolerância de perda de solo representa o nível máximo de erosão do solo que permite que seja mantido
economicamente e indefinidamente um alto nível de produtividade das culturas (Wischmeier & Smith,
1978).
0,5 mm por ano significa que esse solo demoraria 50 anos para perder os 25 mm padrão para cálculo da
taxa de formação de solos, onde alta = 30 anos e baixa = 300 anos. Portanto esse solo é de relativa
rápida taxa de formação.

5) O Fator “K” da USLE representa a erodibilidade do solo e é a taxa de perdas de solo por unidade do
índice de erosividade da chuva (Fator “R”), determinada em condições padrões (solo descoberto,
preparo convencionalmente no sentido do declive, com 22 metros de comprimento do declive e 9% de
declividade). Considere que durante 25 anos foi conduzido um experimento para determinação das
perdas de solo e água por erosão e que na parcela mantida continuamente com solo descoberto
preparado no sentido do declive, com 9% de declive e 22 metros de comprimento, foram acumuladas,
no período de 25 anos, perdas de solo da origem de 5.281,25 t/ha. No mesmo período determinou-se a
erosividade das chuvas, com base no índice EI30, tendo-se obtido o valor de 6.500 MJ.mm.ha-1.h-1.ano-1.
Pergunta-se:
a) Qual é o valor do Fator “K” da USLE para o solo considerado? Calcule o valor com precisão de 4
casas decimais. (3 pontos)
USLE  A = R * K * L * S * C * P
A=R*K
R = 6.500 MJ.mm.ha-1.h-1.ano-1
A = 5.281,25 t.ha-1 / 25 anos  211,25 t.ha-1.ano-1
K=A/R  K = 211,25 t.ha-1.ano-1 / 6.500 MJ.mm.ha-1.h-1.ano-1
K = 0,0325 t.ha.h.MJ .mm-1.ha-1
-1

b) Pelo valor obtido, a hipótese mais provável é de que o solo em questão pertence à classe dos:
I) Latossolos?
II) Argissolos?
III) Neossolos?
IV) Cambissolos?
Explique as razões que justificam a sua escolha (4 pontos)
ARGISSOLOS (Argissolo Vermelho distrófico arênico) – Solo da unidade de mapeamento “São Pedro”
possui um valor de “K” próximo ao do exercício proposto (0,0318 t.ha.h.MJ-1.mm-1.ha-1. Isto é devido a
maior quantidade de areia em superfície, sendo assim, um menor estado de estruturação e consequentemente,
uma maior suscetibilidade a erosão.

OBS.: APRESENTE CLARAMENTE TODOS OS CÁLCULOS; INDIQUE DE ONDE FORAM


OBTIDAS AS INFORMAÇÕES UTILIZADAS NÃO FORNECIDAS NAS QUESTÕES.

OBSERVE QUE A SOMA TOTAL DO VALOR DAS QUESTÕES ATINGE 105 PONTOS, OS
5% A MAIS FICAM DE BÔNUS PELO TRABALHO.

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