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RESUMO
E verificar a viabilidade
financeira de um sistema de
produção de brotos de alfafa em uma
estufa com um novo modelo de
automação, com base em um sistema já
ANÁLISE DE VIABILIDADE estruturado e levantando a totalidade
dos custos de implantação e custos
FINANCEIRA DA mensais, bem como as receitas
envolvidas, opções de financiamento,
IMPLANTAÇÃO DE UM taxas de juros. Para isto foram
MODELO DE ESTUFA realizadas entrevistas com o mentor do
novo sistema, coleta de dados junto a
AUTOMATIZADA bancos e investidores e diversas
pesquisas bibliográficas sobre a
produção em estufas, a produção de
brotos de alfafa, levantamento junto a
entidades bancárias, dados dos preços
Igor Rodrigo Markus de venda praticados na CEASA Porto
Diego Silva Alegre para brotos de alfafa.
Realizaram-se as montagens de quatro
modelos de fluxo de caixa projetado
para um período de 20 anos.
Posteriormente aplicaram-se as
ferramentas TIR, VPL, E Payback
Descontado, para verificar a viabilidade
das opções. Todos os modelos de
financiamento se mostraram como
opção válida, cabendo ao
investidor/produtor a escolha da opção
que melhor o atenda. A produção de
brotos de alfafa, neste novo modelo de
automação, é extremamente viável
financeiramente e oferecendo algumas
vantagens a mais que os demais
Trabalho de Conclusão do Curso de sistemas disponíveis no mercado.
Especialização MBA em Gestão Financeira da Palavras chave: Automação, Estufa,
Faculdade La Salle Estrela. Fluxo de caixa.
Aluno do Curso de Especialização MBA em
Gestão Financeira da Faculdade La Salle
Estrela. igormarkus@gmail.com.
Mestre em Administração pela Unisinos.
Orientador. diego.rsbrasil@gmail.com.
Sabe-se então que foi a partir deste momento que o homem firmou raízes
deixando de ser apenas um coletor e iniciou uma longa jornada rumo à evolução.
Passados alguns milênios, sabe-se que hoje somos mais de sete bilhões de seres
humanos habitando no planeta Terra, e toda esta população tem diversas necessidades
diariamente, sendo a mais importante delas a necessidade de se alimentar. Um dos
maiores desafios para humanidade atualmente é produzir alimento para suprir essa
imensa demanda e garantir a segurança alimentar básica para todos. Segundo algumas
projeções, até o ano de 2050 o planeta terá cerca de dez bilhões de pessoas o habitando,
o que culminará em um aumento na necessidade de produzir alimentos. Além disto, se
verificarmos que, de acordo com pesquisa realizada pela FAO (Organização das Nações
Unidas para a Alimentação e Agricultura), cerca de 805 milhões de pessoas no mundo
encontram-se em classificação alimentar de subnutrição.
Nos últimos anos a humanidade vem batendo recordes de produção de
alimentos, mesmo assim pode-se verificar com base no estudo acima mencionado que
aproximadamente 11,5% da população está vivendo abaixo do que se considera uma
alimentação básica. Isto comprova que além do desafio de produzir mais, também
devemos melhorar a distribuição deste alimento, e buscar novas tecnologias que
reduzam o custo de produção para poder ofertar mais alimento com um menor preço,
atingindo assim a população de menor renda.
De acordo com os atuais movimentos ligados à sustentabilidade da atividade
agrícola e os seus custos, o que acontece é que na maior parte dos países produtores de
alimentos existe uma alta nos custos de produção e também boa parte de desperdício
dos recursos hídricos. No Brasil, esta afirmação não foge a regra, para embasar esta
afirmação, podemos verificar o que Markus, citou em seu artigo,
Nas últimas duas décadas (1990 e anos 2000), a adoção do cultivo protegido
se expandiu rapidamente pelo mundo. Na década de 1990, estimativas
indicavam uma área de 716 mil hectares com estufas; em 2010, já eram 3,7
milhão de hectares (também com estufas). A maior parte desses plantios é de
hortaliças, e a China concentra a maior área de cultivos protegidos – em
2010, eram 3,3 milhões de hectares de estufa. Naquele país, a propósito, a
produtividade das hortaliças em estufas é o dobro da realizada em campo
aberto. (PAGIUCA, L.; SILVA, A.; SILVA, B. 2013, p.12).
utilizar um sistema de reaproveitamento da água da chuva, sendo esta água captada pelo
telhado da estufa e posteriormente armazenada para uso conforme a necessidade na
estufa. Este sistema pode ser independente ou como parte de um sistema primário onde
caso preciso (na falta de água), seria acionado o sistema secundário (rede de água, poço
artesiano, etc.), reduzindo assim os gastos com uma possível conta de água.
O artigo em questão consiste no levantamento de todos os custos envolvidos
para a construção, instalação de um sistema de controle informatizado e tudo que
envolve os valores mensais para suprir a necessidade de uma estufa agrícola para a
produção de brotos de alfafa, tomando como base, artigos anteriores deste autor e um
novo modelo de sistema de automação apresentado por Yuri Matheus Markus em seu
trabalho de conclusão do curso de Engenharia de Telecomunicações.
Assim sendo, caso o artigo prove-se viável, automaticamente se cadastrará
como uma opção válida no auxílio à solução de tais problemáticas, pois demandaria de
menores volumes de recursos hídricos no local em que for instalado.
DA REALIZAÇÃO
Assim, para dar embasamento aos preços pagos no mercado, foi necessário
pesquisar os valores pagos pelos brotos de alfafa junto ao CEASA de Porto Alegre,
criando uma série histórica de preços praticados do produto dentro de um período de
junho de 2014 a junho de 2015, ou seja, dentro de um período de um ano. Também
foram pesquisados diversos tipos de financiamento para custear o negócio e análise das
taxas de juros em todas as modalidades.
CUSTO DO SISTEMA
PREÇO PREÇO
DESCRIÇÃO UTILIDADE UND
UNITÁRIO TOTAL
Recebimento de saídas analógicas dos sensores e
ARDUINO UNO R$ 89,00 1 R$ 89,00
conversão para dados digitais.
Coleta/armazenamento/ envio de dados para servidor na
RASPBERRY PI R$ 229,00 1 R$ 229,00
núvem.
PROTOBOARD Placa de Circuito integrado. R$ 25,00 1 R$ 25,00
MOTOR INJETOR (BOMBA D´AGUA) Abastecer o sistema de canos com água. R$ 327,80 1 R$ 327,80
MICROASPERSOR TIPO BAILARINA Bico para espalha a água em um raio de até 3 metros. R$ 3,12 30 R$ 93,60
Veda possíveis vazamentos entre o cano mestre e o
CHULINHA DE PVC 1/4" R$ 0,70 30 R$ 21,00
microaspersor
BASE P/ MICROASPERSORES COM Suporte para os microaspersor bailarina que é instalado
R$ 0,99 30 R$ 29,70
ROSCA DE 1/4" junto aos chulinha
FILTRO DE ÁGUA AUTOLIMPANTE Para realizar a filtragem dos micronutrientes e impurezas
R$ 72,40 3 R$ 217,20
COM FILTRO DE 150 MICRONS contidas na água.
BANDEJAS PARA PRODUÇÃO DE
Realização do plantio das sementes até a fase de corte R$ 3,50 500 R$ 1.750,00
MUDAS
Realiza a alimentação do sistema para os componentes que
FIAÇÃO ELÉTRICA 2,5 MM R$ 0,89 100 R$ 89,00
necessitam de energia para o seu funcionamento.
Serve para abastecer o sistema com água, servindo de cano
CANO PVC 25MM R$ 2,49 100 R$ 249,00
mestre para a instalação dos bicos bailarina.
Para realizar a ligação entre o motor injetor e os canos
CANO PVC 40MM R$ 3,54 10 R$ 35,40
mestres.
REDUTOR DE 40MM PARA 25MM Para reduzir de 40mm para 25mm e pressurizar o sistema. R$ 5,30 3 R$ 15,90
ESTUFA METÁLICA SOB MEDIDA Estrutura que integra todo o sistema e desenvolve a
R$ 32,00 432 R$ 13.824,00
POR M² (12MX36M) produção
Tem finalidade de garantir o andamento do projeto caso
RESERVA IMPREVISTOS R$ 5,00 432 R$ 2.160,00
ocorra algum imprevisto.
TOTAL DO CUSTO DO SISTEMA R$ 19.669,38
Quadro 1: Custos Iniciais.
Fonte: Do Autor.
Logo após este levantamento foram obtidos também os gastos com a mão de
obra para montar a estrutura da estufa e colocar em funcionamento o sistema de
automação, estes valores foram determinados pela empresa escolhida para a compra da
estrutura para a estufa, e se deu de acordo com experiências anteriores dos mesmos na
montagem de outras estufas.
TOTAL R$ 7.500,00
Por fim, foram calculados todos os gastos para a implantação do artigo, como
gastos com deveres legais, com os trabalhadores, valores designados para o pagamento
de impostos e a margem de lucro, obtendo-se assim o valor final cobrado pelos
implantadores do projeto, que pode ser acompanhado no quadro 3, que se refere aos
custos totais de implantação.
COMO INVESTIR
O segundo ponto de vista que pode ser usado para classificar artigos é a sua
capacidade de gerar receitas brutas ou reduzir custos. As regras de tomadas
de decisão que analisam artigos geradores de receita bruta fazem uma
tentativa de avaliar se as receitas ou fluxos de caixa justificam o investimento
necessário para implementá-los. (DAMODARAN, 2004, p.204)
B.B. (Moderagro) R$ 45.000,00 18 MESES 120 8,75% a.a 102 R$ 1.020,72 R$ 104.113,05
CUSTO MENSAL
VALOR QUANTIDA VALOR
ITEM
UNITÁRIO DE TOTAL
SERVICO DE HOSPEDAGEM DE
R$ 90,00 1 R$ 90,00
DADOS
SERVIÇO DE MANUTENÇÃO DO
R$ 250,00 1 R$ 250,00
SISTEMA AUTOMATIZADO
LUZ (KWh) - BANDEIRA
R$ 0,39 1600 R$ 625,98
VERMELHA - AES SUL
ÁGUA (M³) - CORSAN R$ 3,20 80 R$ 256,00
ENCARGOS REFERENTES A
60% R$ 603,60
MÃO DE OBRA
TOTAL R$ 6.206,58
Quadro 5: Custo Mensal.
Fonte: Do Autor.
[...] que com 0 hora de luz atinge-se uma produção de 605 gramas de broto
para cada 120 gramas de semente, com 6 horas de luz se obtém uma
produção de 845 gramas de broto para cada 120 de semente, para cada 12
horas de luz a produção é de 1045 gramas a cada 120 gramas de semente,
para cada 18 horas de luz a produção é de 1205 gramas a cada 120 gramas de
semente e mantendo às 24 horas com luz a produção é de 1195 gramas a cada
120 gramas de semente. (SCHARDONG et al., 2013)
Deste modo, com a oferta de iluminação natural de 6 horas por dia, teríamos
apenas que suplementar as outras 6 horas do dia com luz artificial, completando assim o
ciclo de 12 horas de iluminação que o cultivar necessitaria e ainda com foco diretamente
ligado a economia de energia elétrica, se mostrando a melhor relação custo benefício
dentre todas as opções avaliadas no estudo de Schardong, et al. (2013).
Neste modelo, a relação de rendimento é 120g de semente para 1,045 kg de
broto, assim sendo, para melhor compreensão resolveu-se transformar tal relação para
kg, onde para cada 1 kg de semente utilizada se obtém o rendimento de 8,708 kg de
broto. Assim, os cálculos de produção mensal podem ser acompanhado no quadro 6.
PRODUÇÃO MENSAL
12 HORAS/LUZ/DIA
QUANTIDADE
RENDIMENTO TOTAL (KG)
(KG)
8,708 75 653,13
Quadro 6: Estimativa Produtiva.
Fonte: Do Autor.
Os fluxos de caixa, tidos como o sangue que corre pelas veias da empresa,
são o foco principal do gestor financeiro, seja na gestão das finanças
rotineiras, seja no planejamento e na tomada de decisões a respeito da criação
de valor para o acionista. (GITMAN, 2010, p.95)
dinheiro próprio para colocar em um projeto, o rendimento destes valores deveriam ser
maiores que os rendimentos ofertado pela poupança, que atualmente estão oferecendo
taxas de cerca de 6% a. a., assim sendo definiu-se um rendimento de 8% para aplicar o
dinheiro no projeto, desconsiderando o percentual da TMA. No décimo ano, temos um
fluxo negativo referente ao reinvestimento estrutural.
Neste fluxo de caixa, que foi baseada em recursos de investidor, onde é a única
opção de financiamento que sua quitação deve acontecer dentro de cinco anos, assim, se
pode notar na representação gráfica do fluxo, que os resultados nos primeiros anos são
bem menores quando comparados aos demais, por conta dos valores maiores das
prestações. Porém posteriormente ao pagamento, os resultados do fluxo se equivalem
aos dos demais.
Por fim, o fluxo de caixa que contempla o financiamento via linha do Banco do
Brasil, Moderagro, apresenta um investimento inicial que supera os cem mil reais, isto
devido ao alto juro cobrado somado ao grande numero de prestações.
É notável que em todos os fluxos de caixa exibidos nos gráficos acima,
dispõem de um exercício com resultado negativo no ano de 2026. Este resultado se deu
devido à necessidade de reinvestimento em uma nova estrutura para a estufa, pois como
a estrutura tem contato direto com a água, sua durabilidade é reduzida a um período em
torno de 10 anos.
Por fim, como podemos acompanhar na tabela 1, todos os fluxos de caixa
foram submetidos de acordo com cada ferramenta escolhida.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura). The State of
Food Insecurity in the World 2014. Roma : FAO. Disponível em: <
http://www.fao.org/3/a-i4030e.pdf>. Acessado em: 8 de mar. 2015.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar artigos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
PAGIUCA, L.; SILVA, A.; SILVA, B. Cultivo protegido: em busca de mais eficiência
produtiva. Revista Hortifruti Brasil. Piracicaba, ano 12, n. 132, p. 12-18, 2013.