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Versos dos Instantes Vãos

POEMA DO BOM-DIA
Desgostosamente, escrito
por WIllyam Cassimiro
PARTE I
Assim como o desejo de cuspir nas promessas quebradas,
A analogia ressoa a traição, ao desencanto consumado,
Mas mesmo assim, nas entrelinhas das lembranças danificadas,
Persiste a marca profunda de um amor que não foi em vão, por mais que tenha se desgastado.

"Escarra nessa boca que te beija" ecoa como um lamento,


Uma exortação às palavras não ditas, aos sentimentos ocultos,
Um convite para que o rancor se manifeste no
momento, Em que a doçura do passado se tornou amargor, não mais oculto.

No eco do silêncio, as palavras se perdem,


No abraço apertado, o último suspiro do afeto,
E assim, entre lágrimas e sorrisos, a história se despede,
O amor-ódio persistindo como um enigma sem projeto.

"Escarra nessa boca que te beija," a frase persiste,


Como um eco de um desejo que nunca se esvai,
O beijo que trocamos, agora apenas existe,
Na lembrança do ódio que cresce a cada ai.
PARTE 2
Ergue-se ele, imponente, em raios de perfeição,
Enquanto meu ser, na penumbra, emudece sua melodia,
Mas lembre-se, oh crente, de uma irônica afirmação,
Da sua boca saiu, a promessa que não se desvia.

Eu não encontrarei ninguém como você, você disse,


E nessa frase encerra-se a ironia que a vida tece,
No âmago das palavras, a verdade não se esvanece,
Um vestígio de fato que sua mente esquece.

E agora, diante do altar da nova eleição,


Você se curva à imagem da sua convicção,
Mas no fundo do abismo, a dura reflexão,
Aquele que não encontrará, sou eu, a contradição.

Portanto, ele é a sua nova musa da ilusão?


Eu, em silêncio, observo o desfecho,
Você pode se convencer, mas na minha visão,
Eu sou a sombra que segue, o eco que se fará brecho.
INTERLÚDIO
"Tudo é ilusão
De certo ponto de vista
É tudo possível"

Autor Desconhecido
PARTE FINAL
No teatro das emoções, és protagonista peculiar,
Teu enigma intriga, teu papel é singular,
Covardia tecida em teu manto de ilusão,
Na dança errática, és a antítese da razão.

E na trama da vida, uma pitada de Marx,


Revela a luta de classes, um universo de arco e paradoxo,
Mas no enredo que urdes, a verdade ainda é obscura,
Pois és o protagonista de um roteiro complexo e heterodoxo.

Segue, pois, tua dança de confusão,


Acreditando ser senhora de toda a razão,
Mas saiba, há forças além da tua compreensão,
E a vingança de Oxum e Ogum será a tua redenção.

E tu, que és poeta, conheces a arte de fingir,


De escrever versos belos, amar e prosseguir,
Sabes que o teatro da vida tem sua intriga,
Mas não és doido, não pagas com essa fadiga.

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